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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Ciências Humanas e Sociais


Escola de Serviço Social – ESS
Teoria Política – 2021.1
Docente: Carla Sartor
Discente: Lucy Moza Pereira Santana
Trabalho: Privatização dos Correios

Agosto de 2021
Rio de Janeiro
Matéria divulgada no dia 06/08/2021, no site Jacobin, escrita pelo jornalista Camilo de Caso
“Privatizando os Lucros”, o jornalista divulga a Privatização dos Correios que foi aprovada pelo
projeto de lei (PL), que trata da venda da estatal a iniciativa privada, seguirá ao Senado Federal para
apreciação. Se o projeto for aprovado pelos senadores, o texto vai à sanção do presidente Jair
Bolsonaro. A expectativa do governo federal é de fazer o leilão da estatal no primeiro semestre de
2022, caso o Congresso aprove a privatização.

O Brasil, de fato, entrou na era das privatizações a partir dos anos 90, com destaque para os
dois governos de Fernando Henrique Cardoso. Muitas empresas estatais passaram então para as mãos
da iniciativa privada.

Privatização ou desestatização é o processo de venda de uma empresa ou instituição do setor


público que integra o patrimônio do estado para o setor privado, geralmente por meio de leiloes
públicos. O estado vende parte ou integralmente de uma empresa para o capital aberto.

Os Correios fazem parte da administração pública indireta (empresas públicas, fundações,


autarquias etc.) e seus trabalhadores são tidos como empregados públicos, por definição. Embora
estatal, as regras trabalhistas da empresa são regidas pela CLT. Os servidores da administração direta
(União, estados, municípios e Distrito Federal), também chamados de funcionários públicos, possuem
direitos definidos por leis específicas.

Os empregados de empresa estatal que é privatizada passa a não ter estabilidade no emprego,
mesmo não sendo possível serem demitidos sem justa motivação. Essa proteção acaba. Ele passa a
seguir regras da CLT após a privatização. Geralmente as empresas privatizadas diminuem o número
de funcionários, e geralmente utilizam o PDV (plano de demissão voluntária ) para isso.

O vínculo de emprego dos funcionários continua válido com a empresa após a privatização,
todavia admitir ou demitir alguém fica a critério exclusivo do grupo controlador da empresa, que em
geral tendem a enxugar o contingente de funcionários para aumentar os lucros. A previsão é que 40%
dos empregos nos Correios sejam extintos, aumentando o número de desempregados no país.

Outro ponto contra os funcionários é que após a privatização, os empregados perdem poder de
barganha com a empresa. Isso porque os sindicatos têm mais força na negociação com as estatais, que
estão ligadas a políticos que evitam se desgastar com a classe trabalhadora. Já as empresas da iniciativa
privada são mais rígidas nas tratativas, para evitar redução de lucros.

Segundo Rousseau (1973, p. 32) “Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja
contra toda força comum, a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um, unindo-se a todos,
apenas obedeça a si próprio, e se conserve tão livre quanto antes”.

Para os defensores das privatizações, é um enxugamento necessário do Estado proporciona um


melhor desenvolvimento em termos de infraestrutura, sobretudo no que se refere à qualidade dos
serviços oferecidos. Já seus detratores garantem que as privatizações, entre outros fatores, geram
desemprego e são focadas no lucro, e não no atendimento à população.
O governo quer privatizar os serviços ,alegando que são ineficientes, e que o melhor pra nossa
economia seria a privatização ,mas na verdade defende interesses de empresários para fazer o que a
eles interessa .
A privatização não se baseia apenas na venda de empresas, essa é apenas uma ferramenta
utilizada no processo. Substituíram os regulamentos estatais pelos regulamentos de mercado, ou seja,
a economia volta a ser regida pelos interesses no lucro.
Precisamos ter cautela ao dizer que o Estado não deve intervir em nada, pois ter um mercado
dominando todas as atividades e criando uma sociedade dividida, pode gerar conflitos sociais
irreversíveis. Os trabalhadores dos Correios têm um perfil de entrar na empresa e ficar a vida toda.
Essas pessoas fizeram carreira nesta empresa .
Temos uma prévia do que está por vir. Parte da rede de atendimento já é terceirizada, e os
trabalhadores tem menos direitos. Parte da mão de obra dos centros de triagem e de entregas também
é contratada via terceirização que recebem menos treinamento, nenhum amparo legal, e
constantemente ficam sem receber salários. Após alguns meses são mandados embora e não tem como
pagar suas contas.
O trabalhador dos Correios adoece, e com o tempo os trabalhadores "imprestáveis" podem ser
facilmente descartados. Essa é a lógica nas empresas particulares de logística e nos trabalhos
terceirizados. Por isso além de retirar muitos direitos, como o governo já está fazendo, a perspectiva é
de demissões em massa, em um cenário de desemprego escandaloso no país.
É necessário buscar uma saída dessa crise ,que não a descarregue nas costas dos trabalhadores
,que segue a mesma lógica da Reforma Trabalhista e da Reforma da Previdência: fiquem quietos,
agradeçam por poder trabalhar (quem puder) e trabalhem até morrer. Sem expectativas de vida digna,
sonhos, futuro...

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