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Fotogrametria

Tecnólogo em Geoprocessamento

Sejam bem vindos a 3ª Semana - Prof. Antoninho


Fotogrametria
Exercício 1
Deseja-se medir a altura de um edifício cuja fotografia aérea foi obtida a 907,84m de altura sobre o datum local. A distância
radial do ponto principal sobre o topo do edifício r é de 5,6642cm e o deslocamento do relevo do edifício d, é de 0,32766cm.
Então a altura do edifício calculada por fotogrametria é de?

Dados: ℎ 𝑑 𝑑∗𝐻𝑣 0,32766𝑐𝑚∗907,84𝑚


h=? = h= h= R: 52,51m
𝐻𝑣 𝑟 𝑟 5,6642𝑐𝑚
Hv = 907,84m
r = 5,6642cm
d = 0,32766cm

Exercício 2
Qual será o deslocamento d sofrido, que uma torre de alta tensão de 30m de altura, medida a 12,3cm a partir do ponto principal
numa fotografia aérea obtida a 750m de altura?

Dados: ℎ 𝑑 𝑟∗ℎ 12,3𝑐𝑚∗30𝑚 R: 4,92mm


h = 30m = d= d=
𝐻𝑣 𝑟 𝐻𝑣 750𝑚
Hv = 750m
r = 12,3cm
d=?
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3ª Semana - ESTEREOSCOPIA
Processos de estereoscopia usados na fotogrametria digital, princípio da marca flutuante, paralaxe angular e linear na visão
binocular. Paralaxe estereoscópica ou absoluta de um ponto. Princípio da marca flutuante na medição de altura de objetos.
Estereoscopia
A estereoscopia é uma técnica usada para se obter informações do espaço tridimensional, através da análise de pares de
imagens apropriadas para este fim. É um fenômeno natural que ocorre no ser humano.

Pares estereoscópicos
O número de imagens envolvidas no processo fotogramétrico é variável, sendo desejável que sejam ao menos a cada duas,
tomadas de ângulos diferentes, com área de superposição, de modo a viabilizar a visão estereoscópica (tridimensional), que
possibilitará uma maior acurácia na restituição tridimensional do espaço objeto. Estas duas imagens são designadas como Pares
estereoscópicos.

Com este processo de construção, cria-se a paralaxe fotogramétrica, que é o deslocamento relativo de um ponto-imagem nas
fotografias aéreas consecutivas em relação a direção da linha de voo (plano da aeronave) decorrente da mudança da câmara no
momento da exposição, além disso pode ser medida sobre o plano da foto (Plano imagem) e expressar a diferença de altura
entre dois ou mais objetos (Plano do terreno).

Obs: O intervalo médio para visão de profundidade varia de 25 cm a 600 metros.


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Formas de visualização estereoscópicas para a fotogrametria
A estereoscopia está relacionada à capacidade de enxergar em três dimensões, isto é, de perceber a profundidade. O princípio de
funcionamento da maioria dos dispositivos estereoscópicos é o oferecimento de imagens distintas aos olhos esquerdo e direito
do observador, proporcionando sensação de profundidade, tal como quando se observa um objeto real. Assim, podemos citar as
principais técnicas de visualização existentes na atualidade:
Estereoscópio
O estereoscópio é um instrumento composto por lentes que direcionam uma das imagens do par estereoscópico para o olho
direito e a outra para o olho esquerdo, permitindo visualizar-se a imagem de forma tridimensional. Ele separa fisicamente as
visões esquerda e direita, eliminando a possibilidade do cruzamento entre as visões. No essencial, o estereoscópio é constituído
por um par de lentes convexas montadas sobre um suporte.

Estereoscópio de espelho Estereoscópio com barra de paralaxe


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Anaglifa
Anaglifa é o nome dado às figuras planas cujo relevo se obtém por cores complementares, normalmente vermelho e verde ou
vermelho e azul esverdeado. Um óculos anaglifo tem a finalidade de separar estas imagens, nesse caso cada um dos olhos
utilizará um filtro diferente. O filtro vermelho refletirá a cor vermelha, deixando atingir o olho apenas as partes do anaglifo que
estejam na cor vermelha, e o olho que estiver com o filtro verde/azul receberá a parte em verde/azul da imagem. Assim, as duas
imagens são separadas na observação e fundidas pelo cérebro em uma única imagem tridimensional em preto e branco.
Estereoscopia por polarização da luz
O sistema polarizado se baseia no fato de que a luz, sob um dos pontos de vista da óptica, é uma energia que se irradia de forma
ondulatória. Sendo assim, as ondas vibram em direções perpendiculares à direção do deslocamento. No entanto, com o uso de
filtros, é possível fazer com a que a luz vibre apenas em um sentido.
polarização passiva (tela de cristal líquido na frente do monitor e óculos)
polarização ativa (óculos de cristal liquido, oscilando a 120 Hz).
Processo de Cintilamento
O método baseia-se que as imagens formadas na retina do olho humano persistem por cerca de 0,1 segundo, após a ocultação
do objeto.
Este processo explora este fato, para estabelecer a separação dos campos visuais dos dois olhos do seguinte modo:
a) Projeta, alternadamente, as imagens da foto da esquerda e da direita, durante cerca de 1/60 de segundo
b) Sincronizadamente, veda o campo visual do olho direito, enquanto a imagem da foto da esquerda é projetada.
c) Veda o campo visual do olho esquerdo, enquanto a imagem da foto da direita é projetada.
Como a frequência de projeções sucessivas é alta, os olhos veem, continuamente, as imagens correspondentes e, assim, se
obtém a visão tridimensional.
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Como funcionam os sistemas 3D se as imagens visualizadas estão em 2D ?
Anaglifo Um par de imagens estereoscópicas são formadas por cores complementares ou projetadas numa tela.

O lado azul dos óculos bloqueia as cores azuis. O lado vermelho bloqueia as cores vermelhas.

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O cérebro interpreta as imagens de maneira distinta e tenta montá-las. O resultado é a composição de uma image tridimensional
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Anaglifa

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Óculos polarizadores
O 3D polarizado é o mais utilizado atualmente pela indústria. Ele está presente nas das salas de cinema e também nos modelos
de TV e computadores lançados com suporte para esse formato.

O princípio de formação de imagem é exatamente o mesmo da imagem anaglifa. A diferença é que não há a necessidade de
lentes coloridas para bloquear determinados matizes, logo a fidelidade de cores é muito maior. As duas imagens projetadas são
emitidas em ângulos distintos.

Ao serem vistas com os óculos elas são desviadas e bloqueadas, de acordo com o ângulo que são recebidas. Ou seja, o olho
esquerdo perceberá apenas imagens de uma angulação enquanto o direito só perceberá imagens de uma angulação distinta.

Obs: Os óculos atuam como filtro

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Pseudoscopia
É a percepção invertida do relevo, isto é, o observador tem a sensação que as partes altas são baixas e vice-versa. Isto ocorre
quando a foto que deveria ser observada pelo olho esquerdo é observada pelo olho direito e vice-versa. Num estereopar a
pseudoscopia pode ser obtida trocando-se a posição das duas fotografias do par estereoscópico, de modo que a da direita fique
na esquerda e vice versa, o relevo aparecerá invertido: os vales aparecerão como montes e os morros como vales. Este fenômeno
é chamado de efeito psedeuscópico
Obs: A pseudoscopia pode ser utilizada em estudos especiais como por exemplo, no estudo das anomalias de drenagem
Exagero vertical
Em condições normais a escala vertical de um stereomodelo é maior do que a escala horizontal. Esta disparidade de escala é
chamada de exagero vertical estereoscópico
O modelo mental tridimensional que se obtém mediante a observação estereoscópica de duas fotos aéreas de um estereopar
não é na realidade uma réplica precisa do terreno fotografado.

Na maior parte dos casos o relevo aparece mais acentuado do que o é realmente na natureza, ou seja, a escala vertical do
estereomodelo é maior do que a escala horizontal. Nestas condições diremos que o modelo estereoscópico possui exagero
vertical (positivo).

Define-se como fator de exagero vertical eV, a relação entre a escala vertical (Ev) e a escala horizontal (Eh) do estereomodelo:
eV = Ev/Eh
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Exagero vertical (eV) na visualização estereoscópica

Em condições normais a escala vertical de um stereomodelo é maior do que a escala horizontal. Esta disparidade de escala é
chamada de exagero vertical estereoscópico
Embora outros fatores estejam envolvidos, o exagero vertical é causado, principalmente, pela falta de equivalência da relação
B / Hv na obtenção da fotografia e na correspondente razão be / h em relação visualização estereo .

B / Hv é a relação da aerobase com a altura de voo ou a relação entre a base aérea (distância entre as duas estações de
exposição) voadas numa altura média acima do solo.

be / h é a razão entre a base do olho com a distância a partir dos olhos em que o estereomodelo é percebido.
A base do olho (be) de um adulto médio é de cerca de 2,6 Obtenção das fotos aéreas visualização das fotos
polegadas e h, é um valor médio de cerca de 17 polegadas.

Utilizando-se destes dois valores médios, a relação é de


aproximadamente 0,15. O produto da razão B/Hv com o
inverso da relação be/h dá uma aproximação do exagero
vertical

Então eV ≈ B/Hv * h/be, mas h/be é ≈ 6,54.


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logo eV ≈ B/Hv*6,54
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Exagero vertical
Exemplo: Calcule aproximadamente o exagero vertical para fotografias aéreas tomadas com uma câmera com distancia focal de
12 polegadas e de formato de plano focal quadrado de 9 polegadas. As fotos foram obtidas com recobrimento de 60% numa
altura média de 3.000 pés acima do terreno.
Como eV é aproximadamente = B/Hv * 6,54, precisamos calcular apenas o B
Obs: 1’= 0,3048m; 12” = 1’ e 1”=2,54cm
Como a escala é f/Hv => 12in/3.000pés =1/3.000, pois 12in=1pé
G = 0,23m * 3000 = 690m Como B é 60% de recobrimento então B = 0,4 G
0,4 * G = 0,4 * 690 = 276m
276𝑚 276
Então eV = 3.000∗0,3048𝑚 = 914,4 ∗ 6,54≈2

Fatores que afetam a estereoscopia


=>Orientação do estereomodelo;
=> Capacidade de visão do foto intérprete ou fotogrametrista;
=> Iluminação do ambiente;
=> Diferença notável de escala no estereomodelo;
=> Tonalidade fotográfica desuniforme;
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=> Mudanças de posições de objetos no intervalo de tempo decorrido, entre duas tomadas de fotografias.
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Marca flutuante
Uma marca vista como ocupando uma posição no espaço tridimensional formado pela fusão estereoscópica de uma fotografia e
usada como uma marca de referência no exame ou medição do modelo estereoscópico.

As marcas podem ser formadas por uma marca real situada no espaço do objeto projetado ou por duas marcas reais situadas
nos espaços projetados ou virtualmente projetados de duas fotografias. Essas marcas também podem ser formadas por duas
marcas reais situadas nos planos das próprias fotografias ou por duas marcas virtuais situadas nos planos de imagem do aparelho
de visualização binocular.

Princípio da Marca ou índice Flutuante

1. Marca flutuante apoiadasobre a superfície do terreno.


2. Marca flutuante "dentro"do terreno.
3. Marca flutuante “flutuando " sobre a superfície do terreno.
Nos instrumentos de medição tridimensional estas marcas podem movimentar-
se na imagem estereoscópica e constituem a marca de medição do
instrumento.
Se a sua separação e, consequentemente, a sua paralaxe se mantiver constante,
será possível movimentar a marca na imagem tridimensional a uma cota
constante e permitirá, ao operador, efetuar o traçado de curvas de nível.

Obs: Para se obter o valor da cota basta posicionar a marca sob a superfície do terreno
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Marca flutuante posição aleatória
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Marca flutuante posição na base do objeto
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Marca flutuante posição no topo do objeto
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Geometria epipolar
Considere duas câmeras que capturam a mesma cena, cada uma com o seu centro de projeção, sendo estes não coincidentes.
Cada par de imagem capturado por essas câmeras representa duas perspectivas diferentes de uma mesma cena estática. A
geometria epipolar estabelece uma relação geométrica entre duas vistas capturadas nessas condições.

Obs: Tradicionalmente, esta geometria é empregada na busca por pontos correspondentes em algoritmos de visão estéreo.

A geometria da marca flutuante e do modelo flutuante


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Geometria Epipolar conceitos gerais

Segmento base: interliga os dois centros de projeção C e C´;


Linhas epipolares: intersecções do plano epipolar com as imagens;
Plano epipolar: todos os planos que contêm o segmento base;
Epipolos p e p’: intersecções da linha que passa pelos centros de projeção (base estendida) com os planos das imagens.
Restrição epipolar: pontos correspondentes devem estar localizados nas linhas epipolares
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Estereoscopia no Google Earth

Os dados altimétricos são dados disponibilizados pelo SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) da NASA, portanto as imagens
só terão representação altimétrica do relevo.

A seguir, são sugeridos dois vídeos que descrevem o processo, porém nada impede que o aluno pesquise outros e no final da
atividade incorpore a referência utilizada.

https://www.youtube.com/watch?v=brfM-yzmToE&authuser=0

https://youtu.be/rGMziDoSxg4
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Obs: Nas setas do teclado posso


fazer o ajuste fino da imagem
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Estereoscopia no Google Earth
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Estereoscopia com pares estereoscópicos
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Exercício – Serra do Rio do Rastro

Este exercício tem por objetivo criar dois pares anáglifos estereoscópicos para fins de estudo planialtimétrico, através de imagens
capturadas do Google Earth pró e com o auxílio do aplicativo stereo photo maker, ambos softwares gratuitos.
Um par para análise estereoscópica e outro para analise pseudoscópica

Os dados altimétricos são dados disponibilizados pelo SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) da NASA, portanto as imagens
só terão representação altimétrica do relevo.

A seguir, são sugeridos dois vídeos que descrevem o processo, porém nada impede que o aluno pesquise outros e no final da
atividade incorpore a referência utilizada.

https://www.youtube.com/watch?v=brfM-yzmToE&authuser=0

https://youtu.be/rGMziDoSxg4

Procedimento:
1 - Navegue no Google Earth pró até a região da Serra do Rio do Rastro, e através das etapas sugeridas nos vídeos, construa as
imagens anaglifas ajustadas.

2 - Relate as etapas desenvolvidas e encaminhe ao email ajpegoraro@politecnico.ufsm.br


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