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1 Exames acomodativos
É um dos métodos mais utilizados para medir amplitude de acomodação, geralmente tem valores mais
baixos que o donders, visto que com a adição de lentes negativas as letras ficam mais pequeñas (pelo efeito
do negativo) o que dificulta a distinção da letra.
Para este método pode se usar lentes de prova, mas o mais recomendado é usar foroptero ou reguas
esquioscópicas.
Procedimento:
Dulnério Sengo
b) Escolher o alvo e a distancia. Lembrando que a distancia neste teste é por preferencia do clínico. E
dependendo da distancia que vai usar, terá que compensar no valor final da amplitude, isto é: se a
última lente que o paciente vir nítido é -6.00 e o alvo está a 40 cm do paciente, a amplitude resultará
da soma da lente 6 + 2.5 (distancia) = 8.5 (sem sinal, amplitude não leva sinal).
c) Posicionamos o alvo a 33 cm (nesta distância o paciente já acomoda 3.00 D) e pedimos para que o
paciente olhe para o alvo e procure deixa-lo sempre nítido. Vamos adicionando lentes negativas (em
passos de 0,25) até que o paciente não consiga mais distinguir a letra. No final, por exemplo, se a
última lente foi -4.00, então a amplitude neste olho será 7.00D (4 + 3). Caso faça o teste sem
correção, deberá compensar a correção no valor final.
d) Os valores do teste Sheard costumam ser mais baixos que os de Donders em -2.00, isto é, se o valor
normal da amplitude para certa idade em Donders é de 8-12 D, então Sheard será 6-10D.
A amplitude de acomodação é uma função cujo os valores normais variam consoante a idade do paciente.
Portanto, não temos como saber se amplitude é normal ou baixa se não conhecemos a idade do paciente. E
através da idade vamos poder obter o valor normal (a amplitude que o paciente deveria ter com sua idade), e
isso pode ser feito através da seguinte fórmula:
AA = 18-1/3 (idade) (+ ou – 2)
Exemplo: Um paciente com 24 anos, qual seria Amplitude de acomodação normal para o método Donders e
Sheard?
Donders = 18- 24/3= 18-8 = 10 então AA = 10 (+/-2.00), isto é, será normal entre 8.00D e 12.00D;
E o Sheard é -2.00D de Donders, então será 8 (+/-2.00), isto é, será normal entre 6.00D e 10.00D.
E amplitude de acomodação, mais importam os valores mínimos, pois ou é baixa ou é normal, clínicamente
valores acima do limite são considerados normais.
E para o exemplo dado, se um paciente de 24 anos apresentar uma amplitude de acomodação em Donders a
baixo de 8.00, será considerado baixo e já se poderá pensar em um quadro clínico de anomalía acomodativa
(ver tabela a baixo, qual quadro clínico tem amplitude baixa).
Dulnério Sengo
d) Ajustamos a correção do paciente na armação de prova e pedimos ao paciente que olhe para o alvo, e
explicamos ao paciente que reporte sempre que a imagem estiver nítida e diga “está nitida”.
Primeiramente sem lente, ele nos dirá se vê nítido, a posterior, ligamos um temporizador para que
vejamos em 1 minuto quantas vezes trocaremos as lentes (quantos ciclos fará o paciente), assim
sendo, se sem lente o paciente nos diz que vê nítido então começamos o teste colocando a lente
positiva (de relaxamento) e acionando o temporizador simultaneamente e assim que o paciente
sinalizar ver nítido trocamos a lente e colocamos a negativa (estímulo acomodativo), caso o paciente
paciente reporte ver nítido (já terá completado 1 ciclo) trocamos novamente para lente positiva e
depois negativa contando os ciclos até que termine 1 minuto. Quanto mais rápido for o sistema do
paciente em aclarar a imagem melhor flexibilidade terá o paciente. Nunca se deve trocar a lente se
que o paciente tenha sinalizado nitidez da imagem.
e) Anotação: anota-se 3 c.p.m (3 ciclos por minutos, se tiver trocado a lente 3x em ciclos completos);
caso o paciente ainda no começo do teste não consiga passar da lente positiva (não consiga aclarar)
em 10 segundos, trocamos e experimentamos a lente negativa, caso consiga anotamos 1/5 cpm (meio
ciclo porque só consegue com uma lente, não consegue com a outra, então esse paciente nunca irá
completar 1 ciclo).
f) Análise: consultar na tabela a baixo os valores normais de FAM e ver em que quadros clínicos este
se vê alterado.
É o que em outras palavras chama-se retardo acomodativo, que é a diferença entre o estímulo e impulso
acomodativo. Este retardo acomodativo ou essa diferença é fisiológico, visto que fisiologicamente, se
olhamos um alvo situado a 40 cm, nós não precisamos acomodar exactamente 2.5 D (estímulo) para
poder ver bem (discriminar o alvo), acomodamos somente 2.00 D (impulso) que é suficiente para
conseguir ver. Assim sendo, estímulo é o que era suposta acomodar e impulso é o que realmente a gente
acomoda.
Procedimento:
Dulnério Sengo
Clinicamente o MEM pode ser avaliado com o retinoscópio e o paciente corrigido. Geralmente os
retinoscópicos veem acompanhados de um alvo acomodativo (pequenas cartilhas) que se encaixam na
cabeça do retinoscópio justamente para que o paciente tenha o que fixar em procedimentos como estes.
Fonte: https://docplayer.es/87576576-Centro-de-ciencias-biomedicas-maestria-en-ciencias-biomedicas-area-
optometria.html
Este é um teste feito em cada olho (monocular) mas feito em condições boniculares (não se ocluí nenhum
olho). Pede-se ao paciente que fixa no alvo, que estará a 40 cm (isto é, o clínico deve posicionar-se numa
posição em que a partir do alvo do retino até ao olho do paciente tenha 40 cm de distância). O paciente
olhando para o alvo acomodativo, o clínico observa as sombras retinoscópicas em cada olho, visto que a 40
cm era suposto acomodar 2.50 mas o paciente só acomoda 2.00, o sistema visual fica positivo como se
tivesse uma hipermetropia de +0.50, por isso em pacientes normais o clínico irá observar sombras a favor.
Após observar as sombras do retinoscópio, o clínico deve neutralizar as sombras, porém a neutralização é
feita de forma diferente da retinoscopia estática, visto que no MEM durante a neutralização o clínico deve
Dulnério Sengo
colocar e tirar a lente sobre o olho do paciente de forma rápida (alguns segundos), não deve colocar a lente e
deixa-lá sopreposta na armação porque pode influência na resposta acomodativa, então é importante ser
rápido para que não dê tempo para acomodação reaja ao efeito da lente de neutralização. O clínico deve
colocar a lente e observar de forma rápida se a lente neutraliza o movimento ou não. Se for movimento
contra usar lentes negativas, se for a favor usar lentes positivas.
O valor normal do MEM é +0.50 (+/-0.25), isto é, varia de +0.25 a +0.75 D (como na primeira figura
abaixo), fora deste intervalo é considerado alterado.
Que pode ser baixo, quando é inferior a +0.25 D, isso indica que há muito impulso acomodativo, o que pode
fazer com que o MEM seja neutro ou até mesmo assuma valores negativos (indicando que o impulso é maior
que o estímulo, como na terceira figura a baixo). Este MEM é típico de casos de excesso de acomodação.
O MEM pode ser alto, quando assume valores superiores a +0.75D (como na segunda figura a baixo), o que
indica que o impulso é muito inferior ao recomendado, resultado da escassa resposta acomodativa, como em
casos de insuficiência de acomodação.
Dulnério Sengo
Procedimento:
a) Corrigir o paciente e escolher o alvo de acomodação ideal com respeito a AV do paciente
b) Posicionar o alvo a 40 cm do paciente, pedir que olha para o alvo, e pergunte se vê nítido e simples
(sem diplopia)
c) Adicionar lentes positivas binocularmente (em caso de avaliar ARN) ou negativas (em caso de
avaliar ARP) em passos de 0.25, até que o paciente reporte embaçamento ou diplopia. O teste só
pára quando o paciente reporta um dos dois sintomas (borrosidade ou diplopia)
d) A conselha-se a fazer primeiro ARN (lentes positivas) e só depois o ARP (lentes negativas)
Reservas fusionais positivas (RFP) é a capacidade máxima de convergir, enquanto que as reversas fusionais
negativas (RFN) é a capacidade máxima de divergir do sistema visual. São responsáveis por manter a
binocularidade, e é necessário que haja um equilíbrio entre as reservas fusionais e as forias para garantir tal
binocularidade. Uma foria só é foria (desvio latente) porque existem reservas fusionais capazes de
compensar a foria para que não vire tropia (desvio manifesto). E as RFP (forças de convergência –
convergência fusional sendo mais específico) compensam as exoforias, e as RFN (as forças de divergência)
compensam as endoforias. Exemplo, se tens um desvio tipo “Endo” de 4 ∆ para que não seja tropia no
mínimo temos que ter RFN de 4∆ (ruptura), e o aconselhavel para que o paciente tenha conforto visual (sem
sintomas) é que tenha o dobro do desvio, isto é 8∆ de RFN (ruptura), e o mesmo acontece para as RFP com
respeito as exoforias, caso um paciente tenha desvio maior que as reservas (exemplo: 8∆ Endo e RFN 6∆ de
ruptura) este paciente sempre terá uma tropia e nunca foria, porque o sistema não tem força para suprir a
demanda.
As reservas fusionais se medem de longe (6 m) e perto (40 cm) e igualmente seus valores são associados
com o cover teste de longe (6m) e de perto (40cm).
RFP
As reservas fusionais positivas são avaliadas clinicamente usando prismas base temporal, isto porque se
vamos avaliar a máxima capacidade de convergir temos que estimular a convergência até o máximo,
descobrir até quanto de convergência o sistema é capaz de ativar.
Lembrando que quando colocamos um prisma base temporal em um dos olhos, a imagem desloca para a
retina temporal, e para que não perceba duplo (diplopia) a fóvea vai atrás da imagem (no lado temporal)
provocando um movimento do olho para dentro (convergência) e quanto mais prismas adicionamos por cima
ou quanto mais potência prismática aumentamos mais convergência deve fazer o paciente o paciente, isto é,
mais para temporal deve ir a fóvea se não terá visão dupla.
Assim sendo, o teste consiste em aumentar prismas base temporal até que o paciente reporte diplopia. Porém
quando se estimula a convergência ou divergência há efeito sobre a acomodação, e o embaçamento é um
valor que diz respeito a acomodação com respeito as vergências (vergência relativa), quando colocamos
prisma base nasal também estamos a avaliar a capacidade de relaxamento da acomodação e quando
colocamos prisma base temporal também estamos a testar a capacidade de activa a acomodação.
Dulnério Sengo
Normalmente, antes que o paciente reporte diplopia reportará embaçamento (borrosidade) e só depois
diplopia. E após diplopia, reduzimos os prismas até que o paciente reporte recuperação (procedimento
similar ao PPC).
Resumindo:
Procedimentos:
RFN
As reservas fusionais negativas são avaliadas clinicamente usando prismas base nasal, isto porque se vamos
avaliar a máxima capacidade de divergência temos que estimular a divergência até o máximo, descobrir até
quanto de divergência o sistema é capaz de ativar.
Lembrando que quando colocamos um prisma base nasal em um dos olhos, a imagem desloca para a retina
nasal, e para que não perceba duplo (diplopia) a fóvea vai atrás da imagem (no lado nasal) provocando um
movimento do olho para fora e quanto mais prismas adicionamos por cima ou quanto mais potência
prismática aumentamos mais divergência deve fazer o paciente, isto é, mais para nasal deve ir a fóvea se não
terá visão dupla.
A única diferença é que em RFN para longe (6 m), em condições normais o paciente nunca reportará
embaçamento (borrosidade) porque não haverá efeito sobre a acomodação porque a mesma encontra-se já
relaxada, por isso na tabela de valores normais não vem nehum valor de embaçamento para longe. Caso o
paciente reporte embaçamento é porque não estava relaxado (por motivos de má correção ou excesso de
acomodação).
Dulnério Sengo
Posteriormente os valores devem ser analisados consoante os valores normais (ver a tabela a baixo, de
valores normais). Valores baixos de diplopia estão associados a anomalias de visão binocular (não
estrabicas) e valores baixos de embaçamento estão associados à problemas acomodativos.
TPC:
ANOMALÍAS ACOMODATIVAS
Dulnério Sengo
Esses dois quadros clínicos tem mesmos sinais, a única diferença é que a fadida acomodativa ou
acomodação mal sustentada é uma condição clínica em que numa primeira avaliação pode dar valores
normais e nas avaliações posteriores (em caso de repetir os testes) pode dar valores baixos, e quanto mais se
repete os testes mais baixos ficam os valores, portanto é uma condição de cansaço anormal que se
manisfesta como a insuficiência de acomodação. Exemplo, quanto à amplitude de acomodação, pode ser
normal na primeira tentativa e ser baixo ao repetir o procedimento.
Casos de insuficência de acomodação tem dificuldade para ativar a acomodação, e sendo que para ativar a
acomodação usamos lentes negativas, pode-se concluir que todos testes clínicos em que usa-se lentes
negativas os valores serão baixos, tanto testes monoculares quanto binoculares. Lembrando que uma
condição monocular (como o caso de problemas acomodativos) sempre interfere nos resultantos de testes
monoculares assim como binoculares, mas uma condição binocular não interfere em testes monoculares,
somente interfere em testes binoculares. Exemplo claro, é em quadros de insuficiência de convergência, vai
interferir no teste FAB mas FAM está normal (por ser monocular), porém uma condição monocular como
Insuficiência de acomodação vai interferir tanto em FAB como em FAM.
Espasmo acomodativo e excesso de acomodação são quadros clínicos similares, sendo o espasmo um caso
mais grave e mais avançado, em que para além da simples dificuldade em relaxar a acomodação há também
um espasmo do músculo ciliar que provoca dor ocular.
O problema de excesso de acomodação deve ser visto com dificuldade para relaxar a acomodação, razão
pela qual todos os testes clínicos a qual usa-se lentes positivas haverá falha e os valores serão baixos.
NB: o grande problema das anomalias acomodativos, no geral, é que para sua resolução na maior parte das
vaezes é necessário uma boa correção óptca (anular os defeitos refractivos não corrigidos), porém a refração
nestes casos não é fácil.
Um paciente com dificuldade para acomodar (como nos casos de excesso de acomdação) é muito mais
difícil fazer refração porque uma boa refração depende também da capacidade de relaxamento do paciente.
Um paciente com +3.00D, caso não relaxe perfeitamente durante a refração é bem possível que o clínico
encontre um valor menor de hipermetropia do que realmente o paciente tem (ex: +2.00), porque a falta de
relaxamento esconde positivo, podendo até em alguns casos induzir miopio (falsa miopia ou pseudomiopia).
Por isso é importante, sobretudo em casos de suspeita de excesso de acomodação para além da refração
estática fazer também a cicloplégica, dinâmica e um subjetivo com boa miopização e massagem
acomodativa. Porém a questão que se coloca é: como chegar essa suspeita no atendimento fucional (geral)?
Porém é importante analisar a AV do paciente e as sombras durante a retinoscopia. Quanto temos boa AV e
na retinoscopia observamos sombras contra regra é sinal de que a miopia não é real, pois se fosse realmente
miope tería baixa AV correspondente ao grau de miopia. Por isso, o recomendado é que durante a refração e
análise das sombras é importante avaliar muito bem as sombras e não correr para neutralizar as sombras,
Dulnério Sengo
caso veja sombras contra, continue por uns minutos observando e pedindo ao paciente que observe
atentamente ao alvo distante (6m) para que relaxe a acomodação, e em alguns casos é possível que durante
esses primeiros minutos iniciais as sombras mudem de direção (fiquem a favor) o que é sinal de
relaxamento, e só depois disso pode se neutralizar as sombras e posteriormente miopizar o paciente no
subjetivo para garantir máximo relaxamento (máximo positivo) e boa AV.
A cicloplegia também seria importante visto ser o único procedimento capaz de oferecer com garantia todo
valor da hipermetropia.
É importante comparar o valor da retinoscopia estática e dinâmica, lembrando que quando fazemos
retinoscopia dinâmica não só neutralizamos o erro refractivo como também o MEM (erro refractivo +MEM)
e por causa do MEM o valor de retinoscopia dinâmica é sempre mais positivo (em +0.25 à +0.75) que a
retinoscopia estática, em pacientes normais. Se a estática é +1.00, o normal é que dinâmica seja entre +1.25
à +1.75. No entanto, visto que o MEM influência nos valores da dinâmica, caso encontre-se dinamica muito
mais positiva que a estática, exemplo +1.00 de estática e dinamica de +2.00, é porque há uma insuficiência
de acomodação. Caso encontre uma retinoscopia estática de +1.00 e dinãmica de +0.50, que uma dinamica
mais negativa que a estática, é porque temos um excesso de acomodação.
Então, com base na retinoscopia estática e dinãmica se pode predizer que condição acomodativa apresenta o
paciente.
Também geralmente, o subjetivo apresenta um valor mais positivo que a estática porque a miopização
monocular e balança binocular forçam o paciente a relaxar (liberando assim mais positivo) fazendo que o
valor do subjetivo seja mais positivo.
Dulnério Sengo