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Pós- Graduação

A MISSÃO DA
IGREJA
Prof.: Luiz Augusto Corrêa
Bueno
Pós- Graduação

Os Fundamentos Querigmáticos
da Natureza Missionária da Igreja
C. A Eclesiologia e a Prática Missionária
da Igreja Pós- Graduação

• Para que a igreja local se torne uma comunidade


missionária, é necessário que ela compreenda a
relação entre missão e igreja.
• A definição de igreja, revela uma série de conceitos
e características.
• O original grego “ekklesia”, refere-se a uma
assembleia dos cidadãos de uma localidade, e além
disso, no Novo Testamento a palavra igreja possui
dois sentidos. Um é o sentido universal significando
todos os crentes de todas as épocas e de todos os
lugares. O outro significa um grupo de crentes em
uma localidade geográfica.
C. A Eclesiologia e a Prática Missionária
da Igreja Pós- Graduação

• Muito mais do que uma


aglomeração de pessoas, a
igreja é uma comunidade,
formada por um grupo de
pessoas que nutre um
re la ci on a me n t o
interpessoal.
• Revela atributos como
unidade, santidade,
catolicidade e
apostolicidade que dão
consistência à sua
natureza.
C. A Eclesiologia e a Prática Missionária
da Igreja Pós- Graduação

• Van Engen: “A igreja só pode achar a sua mais


plena expressão para com o mundo se viver a sua
natureza como povo missionário”.
• Não podemos separar a igreja de sua natureza
missionária.
• Não há como entendermos uma igreja que possua as
marcas da igreja de Jesus Cristo sem seu propósito
maior que é sua missão.
C. A Eclesiologia e a Prática Missionária
da Igreja Pós- Graduação

• Por causa de sua apostolicidade, a igreja manifesta


a sua missão transpondo intencionalmente barreiras.
Não se pode negar que a promessa à Abraão tem seu
cumprimento pleno na vida da igreja. Quando esta
vive em sua plenitude a sua natureza missionária,
ela o faz voltando seus olhos para o mundo,
transpondo as barreiras quer sejam elas sociais,
culturais, linguísticas, políticas, geográficas, étnicas
ou familiares.
C. A Eclesiologia e a Prática Missionária
da Igreja Pós- Graduação

•Stephen Neill: A
transposição na obra
missionária é intencional.
Isto significa que a missão
da igreja não é
simplesmente fruto do
acaso, mas a congregação
missionária quando
desfruta de sua natureza
plena, cria processos e
meios para interagir
conscientemente em seu
contexto.
C. A Eclesiologia e a Prática Missionária
da Igreja Pós- Graduação

Igreja x Missão
• A grande maioria de cristãos entendem igreja e
missão como sendo dois tipos diferentes de
sociedades.
• Uma é tida como a sociedade dedicada a adoração e
ao cuidado espiritual e nutricional dos membros. A
outra à propagação do evangelho, repassando seus
convertidos para a custódia segura da igreja.
• A visão normal dos fatos é distinguir a Igreja como
uma comunidade institucionalizada, já instalada em
dependências seguras a qual tende a ser dirigida por
líderes sustentados por ela.
C. A Eclesiologia e a Prática Missionária
da Igreja Pós- Graduação

Igreja x Missão
• Na sua grande maioria, é uma sociedade que se auto
preserva e possui uma política bem definida.
Enquanto isto, a missão é vista como uma
comunidade mais individualizada, com poucas
condições, liderada por voluntários, e enquanto a
igreja está “refugiada” do mundo, a missão está
situada no lugar de risco, em meio ao mundo.
C. A Eclesiologia e a Prática Missionária
da Igreja Pós- Graduação

• Johannes Blauw: “Quem quer que tenha visto a


Cristo não pode deixar de ver o mundo, e quem quer
que veja o mundo não pode permanecer estático
diante dele.”
• Thomas Torrence: “A missão pertence à natureza da
igreja.”
• Lesllie Newbigin: “A igreja que cessou de ser missão
perdeu o caráter essencial de igreja. Assim,
devemos afirmar que a missão que não seja ao
mesmo tempo igreja, realmente não é a verdadeira
manifestação do apostolado divino. A missão não-
eclesiástica é tão monstruosa quanto a igreja não-
missionária.”
C. A Eclesiologia e a Prática Missionária
da Igreja Pós- Graduação

• Se a comunidade dos santos não compreender esta


aglutinação de caráter missionário e eclesiológico,
na verdade, perderá a sua natureza, assim como o
sal pode perder a sua salinidade.
• Alguns fatores que concorrem para a perda da
natureza missionária:
C. A Eclesiologia e a Prática Missionária
da Igreja Pós- Graduação

• 1. O primeiro fator para a perda ou diluição da


natureza missionária, é o falso ensino a respeito da
relação entre igreja e missão. O final do século XX
vê um número excessivo de igrejas evangélicas
especialmente brasileiras fazendo e falando de
missões, mas nem sempre entendendo que a missão
deve brotar naturalmente do seio da igreja local.
• Há uma tendência de se departamentalizar a
missão, colocando-a como um subgrupo,
sociedade ou até um novo tipo de ministério. A
tendência é se criar e se estabelecer a missão
como um dos eventos da igreja local como a
diaconia, o louvor, e outros tantos.
C. A Eclesiologia e a Prática Missionária
da Igreja Pós- Graduação

• 2. Em segundo lugar é o avanço do marketing


eclesiástico. Este tipo de “marketing” é em tese,
resultado dos vários modelos experimentados pelas
igrejas aprendizes do Movimento de Crescimento de
Igrejas.
• Vários teólogos e pastores da América absorveram
seus princípios e partindo das chamadas “unidades
homogêneas”, tem transformado as suas igrejas em
pequenos “Jardins do Éden” na terra.
• Seus princípios e conceitos equivocados foram
adquiridos atualmente e originaram as Market-drive-
churches que se baseiam também na filosofia de
marketing. Esta situação torna a congregação uma
“cápsula”, onde os que fazem parte daquela
categoria podem entrar e fazer parte dela.
C. A Eclesiologia e a Prática Missionária
da Igreja Pós- Graduação

• Johannes Blauw afirmou: “Não há outra igreja a


não ser a igreja enviada ao mundo, e não há outra
missão, a não ser a da igreja de Cristo”.
• A natureza missionária da igreja se desenvolve a
partir dos atributos inerentes a ela, i.e., é na
manifestação destes que a igreja pode cumprir a sua
missão e revelar sua natureza.
1. A Missão em Unidade Pós- Graduação

• A visão do Corpo de Cristo está inteiramente


relacionada com a missão da igreja. Isto por que,
quando se trata desse primeiro atributo, a igreja é
vista como organismo funcional que ao buscar a sua
unidade espiritual, se projeta no mundo como corpo
de Cristo, preservando-se e crescendo em um só
coração. É importante lembrar que Paulo afirma a
unidade da igreja, tanto em seu sentido ideal como
no real.
1. A Missão em Unidade Pós- Graduação

• Em Efésios 4.1-7, vê-se a afirmação de que, embora


haja um só Senhor, uma só fé, um só batismo, deve
haver uma busca pela manutenção da unidade do
Espírito no vínculo da paz.
• A missão da igreja somente terá resultados práticos
e duradouros, de maneira que ela glorifique a Deus,
se esta unidade como atributo for preservado. Esta
unidade, está expressa nas palavras de Jesus ao
dizer em João 13.34, 35: “Nisto conhecerão todos
que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns para
com os outros”.
1. A Missão em Unidade Pós- Graduação

• O fato de se nutrir o amor ágape no seio da igreja,


levará certamente a comunidade a revelar sua
unidade. O estilo de vida se tornará um fator
missionário para a sociedade.
• Paulo ao afirmar a necessidade de unanimidade aos
Efésios, ele também une o amor fraternal ao
propósito pelo qual a igreja deve viver, que é a sua
missão. É o corpo que cresce equilibradamente,
através de seus dons e ministérios causando o
impacto na sociedade através da manifestação da
sua unidade (Ef 4.13, 15, 16).
1. A Missão em Unidade Pós- Graduação

• A busca pela unidade deve ser a luta de todos.


• Alan Richardson afirma: “Só pode haver uma igreja,
porque há um só Cristo” e continua sua apologia: “A
unidade não é ‘algo desejável’ na vida da igreja, é a
própria condição de sua existência. Uma igreja
dividida é uma contradição de sua natureza. O mais
grave obstáculo à evangelização do mundo é a
desunião das igrejas.”
• Portanto, a unidade é a condição sine qua non para
a manifestação missionária da igreja e o primeiro
alvo a ser anelado pelas comunidades cristãs.
2. A Missão em Santidade Pós- Graduação

• Enquanto igreja de Cristo, a comunidade dos


discípulos é Santa e recebe a presença de Cristo em
seu seio. Contudo, o crente ainda é pecador,
convive com a realidade do mundo e muitas vezes
deixa-se ser envolvido por ele.
• O corpo de Cristo deve manifestar e exercer a
santidade nas situações cotidianas da vida igreja.
Esta, expressará não somente uma realidade
escatológica, mas refletirá a presença de Cristo.
Mesmo reconhecida como “nação santa”, como
expressa 1Pedro 2.9, para que a missão seja
eficiente, deve ser santa de maneira prática. É a
santidade do casamento, da educação dos filhos,
dos relacionamentos e da ética comportamental na
sociedade.
2. A Missão em Santidade Pós- Graduação

• Há um urgente clamor para que a igreja em sua


missão se comprometa com a ética do
arrependimento, um fator muito esquecido pelos
púlpitos. Uma igreja que missiona em santidade,
deve estar pronta para ser perseguida e martirizada.
O aspecto martírico da igreja aqui está vinculado.
• Uma igreja que não exerce sua santidade de maneira
prática é alvo do cinismo do o mundo. Neste ponto é
essencial que sejam revistas as motivações sobre o
envolvimento político e pronunciador da igreja.
2. A Missão em Santidade Pós- Graduação

• A missão em santidade visualiza uma igreja que se


impõe na sociedade pela sua verdade no que diz
respeito a todos as facetas da vida. Todas as áreas
que se encontra a igreja, precisam ser reavaliadas
periodicamente. Uma igreja que não somente vive
do direito de ser santa, mas que vive de fato a sua
ética em santidade.
• Po r t a n t o , a m i s s ã o s e m p r e d e p e n d e r á d o
testemunho da igreja, pela sua expressão de
santidade. É por meio do resplandecimento da luz
que o mundo verá as boas obras e glorificará ao Pai
que está nos céus. (Mt 5.16)
3. A Missão em Catolicidade Pós- Graduação

• O fato de ser católica ou universal é o terceiro passo


para a missão da igreja. A igreja que é una e santa,
também é universal por ser instrumento de Deus
para realizar no mundo o que a trindade planejou,
executou e aplicou. Por isto, Paulo em Efésios 1.23
considera a Igreja como “a plenitude daquele que a
tudo enche em todas as coisas”. A igreja realiza a
sua missão como instrumento universal de Deus.
• A igreja aceita a sua universalidade porque
reconhece a manifestação da intenção universal de
Deus em escolher os que procedem de toda tribo,
língua e nação para Cristo. Ao escolher Israel no
Antigo Testamento, Deus tinha por finalidade
alcançar o mundo todo.
3. A Missão em Catolicidade Pós- Graduação

• Por existir com este objetivo, a igreja nunca deixará


de convocar e de atrair todos a Cristo. O lugar da
igreja é nas ruas e nas estradas como portadora de
um convite especial. É chamada de embaixadora, é
aquela que leva a mensagem de reconciliação ao
mundo. Devido a abrangência do sacrifício de Cristo,
assim será a abrangência da missão da igreja, isto é
ao mundo todo (2Co 5.19-21).
• Neste aspecto, deve ser lembrado que se todos
devem ter acesso a verdade pregada pela igreja, os
primeiros a serem contemplados, devem ser os
grupos minoritários da sociedade, e diante disso, a
igreja é única que motivada por esta realidade
enfrenta a discriminação, o preconceito, a
segregação cultural, racial e linguística.
3. A Missão em Catolicidade Pós- Graduação

• Os grupos étnicos como os indígenas não alcançados e


os povos que estão à margem da Sociedade devem ser
priorizados. A igreja em sua manifestação católica,
deve cumprir literalmente: “pregando a Cristo onde
ele ainda não fora anunciado” (Rm 15.20).
• A visão da igreja deve ser mundial e não apenas local,
regional e nacional. Deve ser uma igreja para todos os
povos e não produto localizado, minimizado a um
único povo, sociedade ou região.
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

• Além da unidade, a santidade e a catolicidade da


igreja, a apostolicidade também é o atributo que
corrobora em sua natureza missionária. É essencial
que sejam detalhados aqui alguns conceitos sobre
este atributo.
• Há uma estreita ligação entre a missão do Filho e a
missão da igreja do ponto de vista apostólico.
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

• Carlos del Pino afirma:


“Uma vez que Cristo foi
enviado ao mundo pelo Pai
com uma missão, podemos
concluir que ao realizar a
sua missão no mundo a
igreja precisa ter em Jesus
Cristo, que a enviou, o
modelo seguro de missão.
Observamos no Evangelho
de João que o apostolado
da igreja se identifica com
o apostolado de Cristo e
dele depende.”
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

Assim, a apostolicidade possui como modelo


permanente o envio e a obra de Jesus Cristo. Nesta
sua apostolicidade, a igreja assume um compromisso
se identificando com a missão do Filho não apenas no
princípio, mas na forma, adquirindo para si mesmo a
condição do servo. Para tanto é imprescindível que a
igreja manifeste algumas características próprias da
apostolicidade.
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

(1) A sua Existência para o Mundo


• Dietrich Bonhöffer: “A igreja só é igreja quando
existe para os outros”.
• De maneira muito clara, a natureza da igreja passa
essencialmente pela sua manifestação física e
palpável neste mundo. A igreja existe para o mundo
e a este é enviada a partir de uma consciência
profunda de seu serviço. É na sua apostolicidade
que, embora resgatados do mundo, os discípulos
retornam a este para proclamar a palavra de Cristo.
Este retorno demonstra que é impossível ser cristão,
sem estar no mundo. É na encarnação, que vemos o
maior ideal da igreja. Quando a igreja se
contextualiza, convivendo com os pecadores e
falando sua linguagem, ela cumprirá, de fato, a sua
missão.
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

• Não há igreja sem a sua encarnação no mundo (Jo


17.18; 20.21). A igreja evidencia a sua razão de ser,
assumindo uma participação ativa na vida da
sociedade, em todas as suas formas, oferecendo-se
para transformá-la, tendo como principal objetivo
conduzir o ser humano à fé e à obediência a Cristo,
gerando uma clara ética pessoal e coletiva.
• É no dar-se ao mundo que a igreja manifesta o
verdadeiro sentido de ser enviada a ele (Jo 15.13).
Portanto, é impossível a igreja manifestar-se como
Corpo de Cristo sem expressar o valor do Evangelho do
Reino, “perdendo a vida para ganhá-la”. É no perder a
vida que a igreja expressa sua apostolicidade e seu
compromisso com o mundo (Mt 10.39).
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

• Jürgen Moltmann
expressa com muita
ênfase: “As igrejas
missionárias não se
desviam para o isolamento
social, mas se tornam uma
esperança viva em meio
às pessoas”.
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

• É em meio ao mundo, da sociedade, como fator de


resposta aos anseios espirituais, emocionais,
psicológicos, físicos e políticos, que a comunidade
dos discípulos de Cristo, expressa sua finalidade
missionária.
• A característica da igreja de existir para o mundo
não é facultativa, faz parte da sua natureza, i.e.
não há igreja se não houver compromisso com os
pecadores. A igreja que não focaliza os pecadores,
que não vive numa atitude permanente de doação e
renúncia, pode ser um grupo religioso, mas nunca
será de fato o corpo de Cristo em sua expressão
exata e palpável no mundo.
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

• 1. O primeiro fator para sua manifestação ao mundo


é o próprio fato desta se manifestar o fato de ter
sido “enviada”. O discipulado deve ser “discipulado
em movimento-para-o-mundo.
• Charles van Engen assevera: “O discípulo que não
sacrificar a própria vida pelo mundo e pelo
evangelho da reconciliação não é digno de ser
seguidor de Jesus Cristo.”
• 2. O segundo fator para seu compromisso com o
mundo é que a existência da igreja para o mundo
relaciona-se com a sua universalidade. A existência
da igreja é tão ampla quanto ao grau de abrangência
do reino, que compreende o senhorio de Cristo.
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

(2). A Identificação com o Desfavorecido


• O segundo conceito para entendermos a
finalidade missionária da igreja é identificação
com o desfavorecido.
• O missiólogo Van Engen afirma: “A igreja como
ocorreu em qualquer outra época, tem a mesma
dívida para com os pobres e oprimidos e a mesma
responsabilidade pelo estado do mundo”.
• Ao caminharmos sobre a história bíblica, vemos
muito enfaticamente que Deus, está interessado
em que seu povo cuidasse dos desfavorecidos,
oprimidos, viúvas e órfãos.
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

• O Antigo Testamento especialmente Isaias profetizava


que o jejum agradável a Deus passava pela
responsabilidade social. Deus não se agradava da vida
dos israelitas antes do exílio, quando os muitos
sacrifícios no templo eram usados para se evitar a
ajuda aos pobres, aos oprimidos e aos necessitados.
• O compromisso e a identificação com os
marginalizados socialmente, levanta de fato a
questão da igreja e sua responsabilidade social.
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

• Na Igreja Primitiva em Atos as viúvas estavam sendo


esquecidas gerando instabilidade em seu meio. Isto
prova que, mesmo uma igreja cheia do Espírito
Santo, batizada e dirigida por ele pode chegar a se
esquecer de tratar os desprezados com respeito e
valorização. A sabedoria apostólica reagiu a esta
situação e supriu as necessidades daquelas irmãs.
• Em Tiago 1.27: Tiago reafirma que a demonstração
da verdadeira religião passa pela identificação com
os menos favorecidos.
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

• David Barrett: “Em grande parte, a


porção que os cristãos compartilham
de dinheiro, saúde, propriedades e
bens materiais poderia resolver a
maioria dos problemas do mundo,
dentre os quais a fome, a pobreza,
as doenças, o desemprego, a falta
de saneamento e assim por diante.
Por esta causa em certo sentido os
cristãos são culpados pela
persistência do atual estado de
coisas”.
• Assim, a igreja manifesta a sua natureza missionária ao se
identificar com os desprezados pela sociedade,
cumprindo o seu papel apostólico.
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

(3). A Ação Apostólica ou o Envio


• Este conceito acerca da finalidade missionária
da igreja, enfatiza o primeiro princípio da
missão que é a “encarnação”.
• A ação apostólica é relatada inicialmente em
João 1. Ao encarnar-se, o Filho de Deus torna-se
o modelo para o envio apostólico da igreja.
Apesar de as trevas não receberem a luz, isto
não tornaria invalidado o apostolado de Cristo.
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

• Quando se fala em ação apostólica, fala-se de uma


igreja dinâmica que não pode se fechar ou
enclausurar em si mesma. A igreja torna-se missão
ao seguir o Senhor como comunidade apostólica em
movimento dinâmico constante, anunciando o
evangelho do Reino em meio às trevas.
• Esta apostolicidade se pautará através da
proclamação verbal da igreja, do estilo de vida
comunitário relativo ao discipulado e a uma ação
diaconal, onde se prevê a assistência aos que sofrem
física, psíquica e emocionalmente. Não há como
negar que a missão, como ser integrante da
natureza da igreja é uma missão dinâmica. É a sua
missão “centrífuga” e direcionada ao mundo.
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

• Charles Van Engen: “Missionários e pastores não


tem dado o devido peso a esta ação apostólica, ou a
missão. Muitas vezes a missão é relegada a uma
daquelas sonhadas categorias a que esperamos
chegar algum dia em nosso ministério, enquanto
isto, congregações muitas vezes a relegam à
categoria de resto, dando prioridade às
necessidades internas da congregação e dos
membros. A Missão chama-nos a um re-exame
radical. Se ela faz parte da essência da natureza da
igreja como corpo de Cristo e povo de Deus, então
deve ser a primeira da lista.”
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

• David Bosch: “A Igreja, é


communio sanctorum, a
comunhão dos santos, a
comunidade escatológica de
salvação enviada para o
mundo. Ela é também a civitas
Dei, a Cidade de Deus na terra,
o Reino, a instituição de
salvação que cresce
organicamente e não necessita
seduzir os pagãos para ela
como os heréticos fazem. A
primeira visão de Igreja a qual
está vigorosamente presente”.
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

• Bruce Shelley: Se
olharmos ao nosso redor,
encontraremos igrejas e
igrejas. Muitas das
organizações religiosas de
hoje não podem exigir
dedicação e obediência,
pois obedecê-las seria
desobedecer o Evangelho.
Elas simplesmente não são
expressões adequadas da
graça e poder de Deus.
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

• Isto significa que a igreja deve estar consciente de


sua pregação e sua prática cristã. Muitos crentes
continuam acreditando que ser salvos é tudo que diz
respeito à vida cristã. A salvação tem um resultado
na vida prática.
• A salvação vem corroborada pelas obras, isto é pelo
serviço, consequência da fé. Logo não se deve falar
acerca de salvação sem vinculá-la a sua missão. A
natureza missionária da igreja traz esta verdade
latente em si mesmo.
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

• Verkuyl afirmar que a missão da igreja está


relacionada ao serviço comportamental de cada
crente na sociedade.
• Citando Manfred Linz, o missiólogo afirma: “A
missão é o serviço no qual cristãos, sim cristãos
leigos, também realizam seu serviço no
comportamento do mundo.”
4. A Missão em Apostolicidade Pós- Graduação

• Assim, os fundamentos que fazem parte da


proclamação da igreja estão, portanto,
estreitamente ligados a natureza missionária da
igreja.
• A missão da igreja não se fará, senão a partir de
uma reavaliação acerca do evangelho do Reino como
conteúdo dos valores do Reino, do discipulado, como
estilo de vida proposto pela missão e pela
compreensão clara de uma eclesiologia missionária
que dinamiza a igreja a viver querigmaticamente a
sua função no meio da sociedade.

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