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EM 3ano V3 PF
EM 3ano V3 PF
Após o merecido descanso do recesso escolar de julho, chegou a hora de você reto-
mar seus estudos. Estamos iniciando o 3º bimestre de 2021. Animado para embar-
car nessa nova viagem ao mundo do conhecimento? Vamos juntos!!!
Para isso, preparamos o Plano de Estudos Tutorado – Volume 3. Um material cheio
de propostas de atividades instigantes e inovadoras para você. São histórias, situa-
ções-problemas, exercícios, imagens, pesquisas, desafios, temas e textos que irão
orientá-lo (a) na aquisição de conhecimentos e habilidades importantes para que
você se torne um cidadão cada vez mais curioso, pesquisador, autônomo e atuante
em nossa sociedade.
Atenção, algumas das várias experiências de aprendizagem que você encontrará
no PET 3 irão abordar a temática da Educação do Trânsito, pois o mês de setembro
é dedicado a pensarmos qual o nosso papel no trânsito, e o quanto podemos contri-
buir para nossa segurança e de todas as pessoas.
Seu professor(a) irá acompanhá-lo nesta jornada de conhecimentos do PET 3 por
meio de alguns canais de comunicação como o APP Conexão 2.0, o site https: es-
tudeemcasa.educacao.mg.gov.br. Ah! Acompanhe também as aulas na TV Minas,
todas as manhãs de segunda à quinta-feira. Elas irão auxiliá-lo(a) na resolução das
atividades propostas no PET.
Desejamos a você uma excelente experiência, bons estudos e, principalmente,
boas aprendizagens nesta 3ª etapa escolar!!!
Até breve!
II
SUMÁRIO
III
FÍSICA ................................................................................................... pág 105
Semana 1: Corrente Elétrica ................................................................... pág 105
Semana 2: Circuitos Elétricos ................................................................ pág 109
Semana 3: Resistência Elétrica .............................................................. pág 114
Semana 4: Tipos de Circuitos Elétricos .................................................. pág 119
Semana 5: Medidas de corrente e tensão nos ramos de um circuito ....... pág 124
Semana 6: Potência em um aparelho elétrico ......................................... pág 128
IV
SOCIOLOGIA .......................................................................................... pág 213
Semana 1: A urbanização industrial e a transformação do Indivíduo ........ pág 213
Semana 2: A Cidade e seus Conflitos ..................................................... pág 218
Semana 3: A Urbanização e a Segregação Socioespacial no Brasil ........ pág 223
Semana 4: Bandido bom, é bandido morto? ........................................... pág 228
Semana 5: As causas da criminalidade .................................................. pág 232
Semana 6: Alguns aspectos da criminalidade no Brasil .......................... pág 238
V
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
SEMANA 1
EIXO TEMÁTICO:
Compreensão e Produção de Textos.
TEMA/TÓPICO:
Gêneros: Contexto de produção, circulação e recepção de textos.
HABILIDADES:
Reconhecer o gênero de um texto a partir de seu contexto de produção, circulação e recepção;
Reconhecer o objetivo comunicativo (finalidade ou função sociocomunicativa) de um texto ou
gênero textual; Relacionar os gêneros de texto às práticas sociais que os requerem.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Redação exigida pelo Exame Nacional do Ensino Médio.
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assunto que será desenvolvido no decorrer do texto. Portanto, a introdução da sua redação para ENEM
deve apresentar o assunto — o tema da redação —, além da sua tese — o seu posicionamento acerca do
tema que será discutido.
Vamos ver o trecho de uma redação nota 1000 no ENEM, cujo tema era “os desafios para a formação
educacional de surdos no Brasil”:
[...] percebe-se que, no Brasil, os deficientes auditivos compõem um grupo altamente desfavoreci-
do no tocante ao processo de formação educacional, visto que o país enfrenta uma série de desafios
para atender a essa demanda. Nesse contexto, torna-se evidente a carência de estrutura especializa-
da no acompanhamento desse público, bem como a compreensão deturpada da função social deste. ”
Disponível em: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/leia-redacoes-nota-mil-do-enem-2017.ghtml>. Acesso em: 13 maio 2021.
Por este exemplo, podemos visualizar em negrito a apresentação do tema, do assunto do texto, e, em
sublinhado, a apresentação da tese, do ponto de vista do leitor acerca do assunto.
Desenvolvimento: essa parte é essencial para sua redação, por isso deve-se ter muita atenção para
produzi-la. Eu te aconselho a deixar dois parágrafos para o desenvolvimento, por se tratar de um trecho
mais complexo e que precisa de mais linhas para ser desenvolvido. Aqui você deverá mostrar ao leitor
que o seu ponto de vista a respeito do tema é coerente e deve tentar convencê-lo de que é o certo. Para
isso, você deverá elaborar argumentos consistentes. Além disso, selecionar, relacionar e organizar fa-
tos, informações e opiniões para enriquecer a sua produção é crucial. É necessário, ainda, que você
coloque conhecimentos do seu repertório sociocultural, mas isso é um assunto que veremos em outra
semana ainda neste PET.
Conclusão: o parágrafo final do texto é responsável por concluí-lo. A conclusão é o momento em que
você deve retomar a sua tese, demonstrando para o leitor o seu parecer final sobre aquilo que você
discutiu e os argumentos que apresentou. Além disso, é comum que, na redação do ENEM, a proposta
de intervenção esteja na conclusão. Lembrando que elaborar proposta de intervenção para o problema
abordado, respeitando os direitos humanos, é critério obrigatório na redação, avaliado pela competên-
cia V. Vamos ver um trecho que ilustrará como você pode redigir sua conclusão:
Logo, é necessário que o Ministério da Educação, em parceria com instituições de apoio ao surdo,
proporcione a estes maiores chances de se inserir no mercado, mediante a implementação do supor-
te adequado para a formação escolar e acadêmica desse indivíduo – com profissionais especializa-
dos em atendê-lo -, a fim de gerar maior igualdade na qualificação e na disputa por emprego.
Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/leia-redacoes-nota-mil-do-enem-2017.ghtml - Acesso em: 13 maio 2021
Perceba que o autor desse texto apresentou a proposta de intervenção na conclusão, o que faz com que
o texto fique harmônico e organizado.
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ATIVIDADES
Agora que você já conhece uma estrutura básica para redigir a redação, vamos produzir uma?
Texto II
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua
portuguesa sobre os desafios da mobilidade urbana no Brasil. Apresente proposta de intervenção que
respeite os direitos humanos, selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos
e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
3
REFERÊNCIAS:
ANDRADE, Magno Felipe de; FIGUEIRA, Mariana Santos. Aula interdisciplinar: ENEM 2018. Belo Ho-
rizonte, 2018
Emoji. Disponível em: <https://www.revistaversar.com.br/significado-emojis/>. Acesso em: 13
maio 2021.
Estrutura da redação do Enem. Disponível em: <https://guiadoestudante.abril.com.br/enem/estru-
tura-da-redacao-do-enem-saiba-como-desenvolver-cada-parte/>. Acesso em: 13 maio 2021.
Enem 2017: leia redações nota mil. Disponível em: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/leia-re-
dacoes-nota-mil-do-enem-2017.ghtml>. Acesso em: 13 maio 2021.
Sorriso Pensante - Ivan Cabral. Disponível em: <http://www.ivancabral.com/2014/03/charge-do-
-dia-imobilidade-urbana.html - Acesso em: 13 maio 2021.
Mobilidade urbana no Brasil: desafios e soluções. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/
geografia/mobilidade-urbana-no-brasil.htm>. Acesso em: 13 maio 2021.
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SEMANA 2
EIXO TEMÁTICO:
Compreensão e Produção de Textos.
TEMA/TÓPICO:
Gêneros: Contexto de produção, circulação e recepção de textos.
HABILIDADES:
Reconhecer o gênero de um texto a partir de seu contexto de produção, circulação e recepção; Reconhecer
o objetivo comunicativo (finalidade ou função sociocomunicativa) de um texto ou gênero textual; Relacionar
os gêneros de texto às práticas sociais que os requerem.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Redação exigida pelo Exame Nacional do Ensino Médio.
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Identificar o assunto central de um tema pode te auxiliar, e muito, a entender o que, de fato, a proposta
pede. Interpretar a frase-tema e seu assunto central, além de ativar conhecimentos prévios que podem
ser utilizados na produção da redação, é fundamental, mas saber analisar, selecionar, relacionar e orga-
nizar informações, fatos, opiniões e argumentos dos textos motivadores pode ajudar muito na criação
da sua redação.
Dessa forma, vamos ver como você pode fazer isso. Antes, vamos desmistificar alguns tabus que envol-
vem os textos base:
Eles podem (e devem) ser usados, sim: Não somos detentores de todo o conhecimento, não é mes-
mo? Portanto, é super aceitável que nos deparamos com temas sobre os quais não teremos uma base
sólida para a construção de uma dissertação e argumentos. E é aí que os textos motivadores entram.
Eles são uma coletânea de textos – charges, gráficos, infográficos – que auxiliarão você na elaboração
de sua redação.
A cópia de qualquer trecho pode te prejudicar: Muitas pessoas acham que podem copiar trechos (ou
a totalidade) de algum texto motivador. Isso não pode acontecer. Porém, a Competência III da avaliação
da prova já prevê que o aluno pode “selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos,
opiniões[...]” que o ajudem a redigir a redação. E de onde mais (além da própria cabeça) você poderá
tirar informações, fatos e opiniões senão dos textos motivadores, já que não é permitido consultar ne-
nhum material externo?
Uma forma muito boa e prática que pode te ajudar a selecionar as informações mais pertinentes dos
textos é mancando-os. Não tem uma regra para fazer isso: devem ser marcadas palavras, frases, ex-
pressões que você acha que farão diferença na sua produção. Só tem um dado que a marcação é obri-
gatória: a fonte da informação, afinal de contas, usá-la sem dar os devidos créditos à autora pode te
trazer problemas. Vamos ver um exemplo? Analisaremos o Texto Motivador I do ENEM 2020, cujo tema
foi “o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”:
A maior parte das pessoas, quando ouve falar em “saúde mental”, pensa em “doença mental”. Mas a
saúde mental implica muito mais que a ausência de doenças mentais. Pessoas mentalmente saudá-
veis compreendem que ninguém é perfeito, que todos possuem limites e que não se pode ser tudo
para todos. Elas vivenciam diariamente uma série de emoções como alegria, amor, satisfação, tris-
teza, raiva e frustração. São capazes de enfrentar os desafios e as mudanças da vida cotidiana com
equilíbrio e sabem procurar ajuda quando têm dificuldade em lidar com conflitos, perturbações,
traumas ou transições importantes nos diferentes ciclos da vida. A saúde mental de uma pessoa
está relacionada à forma como ela reage às exigências da vida e ao modo como harmoniza seus
desejos, capacidades, ambições, ideias e emoções. Todas as pessoas podem apresentar sinais de
sofrimento psíquico em alguma fase da vida.
Disponível em: http://www.saude.pr.gov.br. Acesso em: 27 jul. 2020 (adaptado).
Perceba que eu marquei palavras, frases, expressões que julgo interessantes para o enriquecimento
da minha produção, além da fonte do texto (o site de onde ele foi tirado). Assim, eu posso utilizar dos
conhecimentos que aprendi com essa leitura para compor a minha escrita, dando os devidos créditos,
quando necessários, ao site saúde.pr.gov.br.
Agora vamos deixar de conversar e colocar a mão na massa!
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ATIVIDADES
1 – Analise as frases-temas seguintes, que foram de provas anteriores do ENEM. Você deve identificar o
assunto central de cada uma delas e justificar por que acha que o tal trecho é o assunto central.
2018 - Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet.
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2 – Responda: analisando o gráfico a seguir, Texto Motivador III do ENEM 2020, quais informações você
usaria em uma redação sobre o tema “o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”?
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3 – Agora, leia o Texto Motivador II do ENEM 2020, cujo tema foi “o estigma associado às doenças mentais
na sociedade brasileira”. Você deverá marcar palavras, frases, expressões que julgar interessantes para
o enriquecimento da sua produção.
A origem da palavra “estigma” aponta para marcas ou cicatrizes deixadas por feridas. Por extensão,
em um período que remonta à Grécia Antiga, passou a designar também as marcas feitas com ferro
em brasa em criminosos, escravos e outras pessoas que se desejava separar da sociedade “correta”
e “honrada”. Essa mesma palavra muitas vezes está presente no universo das doenças psiquiátricas.
No lugar da marca de ferro, relatamos preconceito, falta de informação e tratamentos precários a pes-
soas que sofrem de depressão, ansiedade, transtorno bipolar e outros transtornos mentais graves.
Achar que a manifestação de um transtorno mental é “frescura” está relacionado a um ideal de feli-
cidade que não é igual para todo mundo. A tentativa de se encaixar nesse modelo cria distância dos
sentimentos reais, e quem os demonstra é rotulado, o que progressivamente dificulta a interação
social. É aqui que redes sociais de enorme popularidade mostram uma face cruel, desempenhando
um papel de validação da vida perfeita e criando um ambiente em que tudo deve ser mostrado em
seu melhor ângulo. Fora dos holofotes da internet, porém, os transtornos mentais mostram-se mais
presentes do que se imagina.
Disponível em: http://www.abrata.org.br. Acesso em: 27 jul. 2020 (adaptado).
REFERÊNCIAS:
ANDRADE, Magno Felipe de; FIGUEIRA, Mariana Santos. Aula interdisciplinar: ENEM 2018. Belo Ho-
rizonte, 2018
Provas e gabaritos. Disponível em:
<https://download.inep.gov.br/enem/provas_e_gabaritos/2020_PV_impresso_D1_CD1.pdf>. Aces-
so em: 14 maio 2021.
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SEMANA 3
EIXO TEMÁTICO:
Linguagem e Língua.
TEMA/TÓPICO:
Conexão textual e frasal.
HABILIDADE(S):
Reconhecer e usar mecanismos de conexão textual e frasal, produtiva e autonomamente. Reconhecer efei-
tos de sentidos do uso de operadores argumentativos em um texto ou sequência textual. Reconhecer o papel
sintático, semântico e discursivo de articuladores em um texto ou sequência textual.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Classe de palavras - conjunção.
Perceba que para a água sair da caixa de armazenamento e chegar até a casa, ela precisa passar por um
caminho. Este caminho é todo conectado, caso não fosse, a água se perderia e nunca chegaria à casa,
não é?!?! As conexões textuais funcionam assim: os conectores ligam palavras, orações e parágrafos,
fazendo com que o sentido do texto chegue até o leitor.
Agora vou te mostrar em um texto como isso é feito:
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Em primeira análise, é evidente que a herança ideológica da produção cinematográfica, como um re-
curso destinado às elites, conservou-se na coletividade e perpetuou a exclusão de classes inferiores.
Nessa perspectiva, segundo Michel Foucault, filósofo francês, o poder articula-se em uma linguagem
que cria mecanismos de controle e coerção, os quais aumentam a subordinação. Sob essa ótica,
constata-se que o discurso hegemônico introduzido, na modernidade, moldou o comportamento do
cidadão a acreditar que o cinema deve se restringir a determinada parcela da sociedade, o que en-
fraquece o princípio de que todos indivíduos têm o direito ao lazer e ao entretenimento. Desse modo,
com a concepção instituída da produção cinematográfica como diversão das camadas altas, o cinema
adquire o caráter elitista, o qual contribui com a exclusão do restante da população.
FONTE: <https://g1.globo.com/educacao/enem/2020/noticia/2020/06/03/enem-leia-10-redacoes-nota-mil-em-2019-e-veja-dicas-
de-candidatos-para-fazer-um-bom-texto.ghtml>. Acesso em: 13 maio 2021.
Observe as palavras negritadas: são conjunções, pronomes, preposições, locuções que são utilizadas
como meio de ligar as ideias presentes no texto. Portanto, conectivo é o uso de preposições, conjun-
ções, pronomes, advérbios e suas locuções correspondentes para ligar palavras, orações e parágrafos
de um texto, promovendo a coesão textual. Na avaliação da redação do ENEM, a competência 4 é a res-
ponsável por verificar o uso dos conectivos no seu texto. No infográfico seguinte, você verá algumas
dicas de uso de conectivos no seu texto.
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ATIVIDADES
1 – Na frase “Dessa forma, o governo deve intervir na situação, agindo de modo a resolver os problemas
de desigualdades sociais no país” o conector destacado tem a ideia de:
a) Conclusão.
b) Contraposição.
c) Conformidade.
d) Soma.
e) Condição.
2 – Na frase “Os níveis de desigualdade social na cidade são grandes, ________________ devemos
reconhecer que tem diminuído nos últimos anos” qual conectivo seria o ideal para ligar as duas ideias
apresentadas no período? Justifique sua resposta.
3 – Escreva um parágrafo em que você comente sobre “a importância da educação de trânsito como
matéria na escola”. O seu parágrafo deve apresentar, no mínimo, três conectivos.
REFERÊNCIAS:
RINALDI, Roberta. 18 tipos de conectivos para redação que vão te ajudar a desenvolver sua escrita.
Blog Imaginie, 2019. Disponível em: https://blog.imaginie.com.br/conectivos-para-redacao/ - Aces-
so em: 13 maio 2021.
Enem: leia 10 redações nota mil em 2019. Disponível em: <https://g1.globo.com/educacao/
enem/2020/noticia/2020/06/03/enem-leia-10-redacoes-nota-mil-em-2019-e-veja-dicas-de-can-
didatos-para-fazer-um-bom-texto.ghtml>. Acesso em: 13 maio 2021.
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SEMANA 4
EIXO TEMÁTICO:
A Literatura Brasileira e outras Manifestações Culturais.
TEMA/TÓPICO:
Realismo /Naturalismo.
HABILIDADE(S):
Ler textos e obras representativos do Realismo / Naturalismo brasileiro, produtiva e autonomamente. Reco-
nhecer e caracterizar a contribuição dos principais autores realistas / naturalistas nacionais para a literatura
brasileira.
FONTE: O autor.
O principal autor do Naturalismo no Brasil foi Aluísio Azevedo (1857-1913). Além de O Mulato, em 1881,
o autor também publicou Casa de Pensão (1884) e O Cortiço (1890). Já no Realismo, Machado de Assis
(1839-1908) foi o principal autor. Entre suas obras destacam-se: Memórias Póstumas de Brás Cubas,
Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires.
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ATIVIDADES
1 – Leia o primeiro parágrafo do romance “Memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis.
Depois responda o que se pede:
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em
primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nas-
cimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou
propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a se-
gunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua
morte, não a pôs no intróito, mas no cabo; diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
ASSIS, Machado. Memórias póstumas de Brás Cubas. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/
bn000167.pdf - Acesso em: 14 maio 2021
Quais foram as duas considerações que levaram Brás Cubas a contar em primeiro lugar a sua morte?
2 – Ainda sobre o trecho lido de “Memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, responda: o
romance narra, em vida, que Brás Cubas escreveu vários poemas e artigos para jornais e revistas. Como
isso confirma o fato de que ele é um “defunto autor” e não um “autor defunto”?
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Agora, para responder as perguntas, você precisa ler um trecho do romance “O mulato”, de Aluísio
de Azevedo:
3 – O texto nos mostra que o romance trata de um tipo de preconceito. Qual preconceito é esse? Justifique.
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4 – O texto apresenta indícios de um prejuízo social? Qual trecho pode comprovar essa afirmação? Como
este prejuízo ainda está presente na nossa sociedade?
REFERÊNCIAS:
OLIVEIRA, Clenir Bellezi de. Literatura em contexto: a arte literária luso-brasileira (ensino médio).
Volume único. 1. ed. São Paulo: FTD, 2021.
Realismo e Naturalismo. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/realismo-e-naturalis-
mo/>. Acesso em: 13 maio 2021.
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SEMANA 5
EIXO TEMÁTICO:
Compreensão e Produção de Textos.
TEMA/TÓPICO:
Contexto de produção, circulação e recepção de textos.
HABILIDADE(S):
Considerar os contextos de produção, circulação e recepção de textos, na compreensão e na produção tex-
tual, produtiva e autonomamente; Reconhecer, em um texto, marcas da identificação política, religiosa, ide-
ológica ou de interesses econômicos do produtor.
Elemento importante para a redação do Enem e requisito fundamental para que o participante atinja
as notas mais altas na Competência II, o repertório sociocultural configura-se como toda e qualquer
informação, fato, citação ou experiência vivida que, de alguma forma, contribui como argumento
para a discussão proposta pelo participante. Alguns argumentos que podem caracterizar o repertó-
rio esperado são:
[...] provas concretas (dados ou fatos sobre o tema), exemplos (fatos similares ou rela-
cionados ao tema), autoridades (citação de especialistas no tema), lógica (causa e con-
sequência, por exemplo) e senso comum (o que as pessoas em geral pensam sobre o
tema) (CANTARIN, BERTUCCI; ALMEIDA, 2016, p. 78).
(INEP, 2019. p. 10)
Portanto, todo conhecimento de mundo que você tem pode ser utilizado na construção de sua redação,
desde que seja legitimado (com respaldo nas áreas do conhecimento) e que seja agregado de forma produ-
tiva na sua redação (quando você vincula esse repertório legitimado à discussão proposta em seu texto).
Algumas dicas para você ampliar seu repertório sociocultural: leia constantemente; seja um observa-
dor; assista a documentários, filmes e séries e converse com outras pessoas.
Agora vamos fazer alguns exercícios para fixar esse conteúdo.
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ATIVIDADES
1 – Escolha uma das temáticas abaixo e anote todo o conhecimento de mundo que você tem sobre
o assunto, construindo seu repertório sociocultural.
FUTEBOL: ________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
MODA: ____________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
RELIGIÃO: ________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
VIDEOGAME: ______________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
SÉRIES: __________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
2 – Leia o Texto Motivador I da proposta de redação da 2ª aplicação do ENEM 2019, cujo tema foi
“combate ao uso indiscriminado das tecnologias digitais de informação por crianças”. Depois, anote os
conhecimentos de mundo que você usaria caso fosse escrever uma redação com este tema.
Os impactos negativos do exagero da tecnologia não ficam restritos aos aspectos comportamentais
e emocionais. Há também a ameaça do sedentarismo. Uma pesquisa da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) avaliou os hábitos de 21 voluntários com idade entre 8 e 12 anos e constatou
que 14 deles não praticavam nenhuma atividade física. Na sala de aula a história também desanda. “A
luz emitida pelo visor reduz a produção de melatonina, hormônio indutor do sono”, observa uma das
pesquisadoras responsáveis. Sem a substância, fica difícil adormecer e há maior risco de despertar
na madrugada. “O sono de má qualidade interfere na concretização das memórias e do aprendizado
do dia”, aponta uma neuropediatra.
Disponível em: https://saude.abril.com.br. Acesso em: 3 de jun. 2019 (adaptado).
Disponível em: <https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/ppl/2019/provas/BAIXA_PPL_1_DIA_CADERNO_2_AMARELO.
pdf>. Acesso em: 14 de maio de 2021.
REFERÊNCIAS:
INEP. ENEM redações 2019: material de leitura – módulo 4 – competência II. 2019. Disponível em: ht-
tps://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2020/Competencia_2.pdf - Aces-
so em: 14 de maio de 2021.
Repertório sociocultural. Disponível em: <https://blog.imaginie.com.br/repertorio-sociocultural-
-como-aprimorar-o-seu/>. Acesso em: 14 de maio de 2021.
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SEMANA 6
EIXO TEMÁTICO:
Compreensão e Produção de Textos/A Literatura Brasileira e outras Manifestações Culturais.
TEMA/TÓPICO:
Contexto de produção, circulação e recepção de textos/Realismo / Naturalismo.
HABILIDADE(S):
Considerar os contextos de produção, circulação e recepção de textos, na compreensão e na produção tex-
tual, produtiva e autonomamente. Relacionar os gêneros de texto às práticas sociais que os requerem. Reco-
nhecer, em um texto, marcas da identificação política, religiosa, ideológica ou de interesses econômicos do
produtor. / Ler textos e obras representativos do Realismo / Naturalismo brasileiro, produtiva e autonoma-
mente. Relacionar características discursivas e ideológicas de obras realistas / naturalistas brasileiras ao
contexto histórico de sua produção, circulação e recepção. Reconhecer e caracterizar a contribuição dos
principais autores realistas / naturalistas nacionais para a literatura brasileira.
ATIVIDADES
1 – (Fuvest) “E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a
minhocar, e esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea,
ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como larvas no esterco.”
O fragmento de “O cortiço”, romance de Aluísio Azevedo, apresenta uma característica fundamental do
Naturalismo. Qual?
a) Uma compreensão psicológica do Homem.
b) Uma compreensão biológica do Mundo.
c) Uma concepção idealista do Universo.
d) Uma concepção religiosa da Vida.
e) Uma visão sentimental da Natureza.
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2 – (UFPA) Os personagens realistas-naturalistas têm seus destinos marcados pelo determinismo.
Identifica-se esse determinismo:
a) pela preocupação dos autores em criar personagens perfeitos, sem defeitos físicos ou morais.
b) pelas forças sociais que condicionam a conduta dessas criaturas.
c) por ser fruto, especificamente, da imaginação e da fantasia dos autores.
d) por se notar a preocupação dos autores de voltarem para o passado ou para o futuro ao cria-
rem seus personagens.
e) por representarem a tentativa dos autores nacionais de reabilitar uma faculdade perdida do
homem: o senso do mistério.
4 – (FMTM-2002) “Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua
infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada,
sete horas de chumbo. (...) Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração
tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de
água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender
as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que
elas despiam suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em
não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas
e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. As portas das latrinas não descansavam,
era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas. Não demoravam lá dentro e vinham
ainda amarrando as calças ou as saias; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali
mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas”.
No Naturalismo, época literária a que pertenceu Aluísio de Azevedo, o homem é visto
a) de forma negligente e egocêntrica, preocupado apenas com o próprio bem-estar.
b) de forma atuante, responsável pela transformação do mundo em que vive.
c) de forma idealista e romântica, alheio a tudo que acontece a seu redor.
d) como responsável pelas condições do meio em que vive e capaz de melhorá-lo.
e) como fruto do meio em que vive, sujeito a influências que escapam a seu controle.
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5 – (ENEM 2005) Óbito do autor (...) expirei às duas horas da tarde
de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara
de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era
solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao
cemitério por onze amigos. Onze amigos! A verdade é que não houve
cartas nem anúncios. Acresce que chovia − peneirava − uma chuvinha
miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um
daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa idéia no
discurso que proferiu à beira de minha cova: −”Vós, que o conhecestes,
meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar
chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem
honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas
nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isto é
a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo
isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.” (...)
(Adaptado. Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Ilustrado por Cândido Portinari. Rio de Janeiro: Cem Bibliófilos do
Brasil, 1943. p.1.)
Compare o texto de Machado de Assis com a ilustração de Portinari. É correto afirmar que a ilustração
do pintor
a) apresenta detalhes ausentes na cena descrita no texto verbal.
b) retrata fielmente a cena descrita por Machado de Assis.
c) distorce a cena descrita no romance.
d) expressa um sentimento inadequado à situação.
e) contraria o que descreve Machado de Assis.
Estudante, chegamos ao fim de mais um PET. O próximo será o PET 4, último Plano de Estudo Tutorado
do ano. Estamos quase chegando no fim, por isso te peço que continue firme! Até lá!
REFERÊNCIAS:
Questões comentadas. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/questoes-sobre-realismo-
-e-naturalismo/>. Acesso em: 14 de maio de 2021.
Enem provas. Disponível em: <https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/pro-
vas/2005/2005_amarela.pdf>. Acesso em: 14 de maio de 2021.
21
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
SEMANA 1
EIXO TEMÁTICO:
Números, Contagem e Análise de Dados.
TEMA/TÓPICO:
Estatística – 41. Mediana e moda.
HABILIDADE(S):
41.1. Interpretar os conceitos de mediana e moda em situações-problema.
41.2. Resolver problemas que envolvam a mediana e a moda.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Revisão de médias. Mediana. Moda. Aplicações.
TEMA: Estatística.
O que é Estatística? A palavra estatística deriva do latim status (estado) + pseudo prefixo latino – isticum
(contar). Este termo provém do primeiro uso da estatística que tinha como função o registro de dados
(nº de habitantes da população, nº de casamentos...) e a elaboração de tabelas e gráficos para descre-
ver resumidamente um determinado país em números. A estatística evoluiu, tornando-se uma ampla
e complexa ciência, tirando conclusões sobre o conjunto todo a partir de amostras representativas.
A Estatística nasceu como um ramo da Matemática, assim como a Ciência da Computação nasceu das
Engenharias; hoje ambas são Ciências Exatas independentes.
O conceito mais básico de Estatística é o conceito de MÉDIA. A média mais comum é a MÉDIA ARITMÉTICA
ou média aritmética simples. Vamos ver um exemplo? Suponhamos que as alturas dos alunos (em metro)
em certa turma de 40 alunos de uma Escola Estadual sejam as seguintes:
22
Tabela 1 – alturas hipotéticas dos alunos de uma turma com 40 alunos.
A altura média é:
Muitas pessoas têm a noção de que calcular a média aritmética consiste em somar todos os valores e di-
vidir pela quantidade de valores, mas nem todas têm um “sentimento” do seu significado. No exemplo, sig-
nifica que: se todos os alunos dessa turma tivessem a mesma altura então essa altura seria de 1,64825 m.
Outra média comum e importante é a MÉDIA PONDERADA. Para cada valor é atribuído um PESO. O peso
funciona como uma medida do “grau de importância” do valor correspondente. A média ponderada é
calculada assim: o numerador é a soma dos produtos das notas pelos pesos respectivos; e o denomina-
dor é a soma dos pesos. Como exemplo, vamos supor uma prova com quatro questões A, B, C e D, com
pesos 2, 2, 4 e 2 respectivamente. Se nessas questões um aluno tirou notas 3, 4, 5 e 6 (respectivamente)
então sua nota final será:
Observe que o peso maior “puxa” a nota final na direção da nota correspondente a ele.
Um terceiro conceito importante é o conceito de MEDIANA. Para a sua determinação, o conjunto de
dados deve estar ordenado (em ordem crescente ou decrescente). A mediana é o “valor do meio”. Se a
quantidade de dados é ímpar então sempre haverá um valor do meio. Se a quantidade de dados é par, a
mediana é calculada como a média do par de valores do meio. Observe os exemplos:
Suponhamos que se queira sintetizar em um único número os salários das pessoas que trabalham em
um restaurante (cozinheiros, copeiros, garçons, recepcionistas etc.). A tabela a seguir ilustra os salá-
rios, a média e a mediana:
No segundo caso, verificamos que só existe um salário acima da média (o do gerente). Portanto, ela não
será o melhor sintetizador dos salários do restaurante, mas sim a mediana. A média é mais sensível à pre-
sença de alguns valores extremos; a mediana é mais robusta. Valores extremos são chamados de outliers.
Finalmente, temos o conceito de MODA, que é simplesmente o valor que mais aparece em um conjunto
de dados. Pode não haver repetições ou pode haver várias. A figura a seguir ilustra as possibilidades:
23
Todas essas medidas da Estatística são chamadas de MEDIDAS DE CENTRO ou medidas de tendência
central. Cada uma delas é uma tentativa diferente de sintetizar os dados em um valor único. Observe
que a média aritmética, a média ponderada e a mediana podem ou não fazer parte do conjunto de da-
dos. Já a moda (ou as modas), se existir, necessariamente faz parte do conjunto de dados.
ATIVIDADES
1 – Na estatística, uma maneira de lidar com conjuntos grandes de dados é usar uma planilha. Este
exercício ilustra como. Um radar instalado em uma rodovia está em fase de teste e capturou as
velocidades (em km/h) de vinte veículos, mostradas na figura a seguir. Digite os valores em uma planilha,
conforme mostrado. Em seguida, em uma célula vazia, digite =MÉDIA( e depois selecione o conjunto de
células contendo os dados. Para finalizar, feche o parêntese e tecle ENTER. Qual a velocidade média dos
veículos (em km/h)?
(Caso não tenha computador some todos os valores e divida pela quantidade de valores para encon-
trar a média)
24
2 – Outra maneira de usar a tecnologia para tratar dados estatísticos é usar uma linguagem de
programação. Por exemplo, considere esta tabela hipotética com um levantamento do preço do litro da
gasolina, em reais, em diversos postos de combustível de Belo Horizonte:
O código em Python a seguir calcula e mostra a média, a mediana e a moda. Quais os valores serão
encontrados?
3 – Suponha que você seja Presidente da Agência Nacional de Petróleo – ANP e queira criar um índice
que representa o preço médio do litro de combustível no Brasil. Esse índice será uma média ponderada
dos valores dos preços médios dos combustíveis, na forma explicada a seguir.
Vamos admitir que, de cada 100 litros de combustível consumidos no país, 50 sejam de óleo diesel, 30
sejam de gasolina e 20 sejam de etanol. Essas proporções serão usadas como pesos. Digamos que os
preços médios desses combustíveis sejam: R$4,40 (diesel), R$5,50 (gasolina) e R$4,60 (etanol). Usando
esses dados, qual será o índice encontrado por você?
25
4 – (ENEM-2018 – 2ª Aplicação) O índice de massa corporal (IMC) de uma pessoa é definido como o
quociente entre a massa dessa pessoa, medida em quilograma, e o quadrado da sua altura, medida em
metro. Esse índice é usado como parâmetro para verificar se o indivíduo está ou não acima do peso
ideal para a sua altura. Durante o ano de 2011, uma pessoa foi acompanhada por um nutricionista e
passou por um processo de reeducação alimentar. O gráfico indica a variação mensal do IMC dessa
pessoa, durante o referido período. Para avaliar o sucesso do tratamento, o nutricionista vai analisar as
medidas estatísticas referentes à variação do IMC.
De acordo com o gráfico, podemos concluir que a mediana da variação mensal do IMC dessa pessoa
é igual a
a) 27,40
b) 27,55
c) 27,70
d) 28,15
e) 28,45
26
SEMANA 2
EIXO TEMÁTICO:
Funções Elementares e Modelagem.
TEMA/TÓPICO:
Funções – 43. Estudo de funções.
HABILIDADE(S):
43.1. Reconhecer funções definidas por partes em situações-problema.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Introdução às funções. Domínio, contradomínio e imagem. Funções definidas por partes.
TEMA: Funções.
Uma FUNÇÃO é uma “regra” que associa um dado de entrada (input) a um dado de saída (output). Uma
das melhores imagens de uma função é uma máquina real ou virtual. Vamos supor que você vai usar
uma calculadora científica para calcular o valor da raiz quadrada do número 2. Isso significa que, dado
o valor x = 2, devemos achar o valor de y usando a lei: y = . Porém, no conjunto dos números reais, só
existe raiz quadrada de número não negativo. Vamos formalizar as ideias da seguinte maneira:
• LEI da função é a “regra” que para cada associa um e somente um valor de y.
• DOMÍNIO da função é o conjunto de valores de entrada permitidos para x.
• CONTRADOMÍNIO da função é o conjunto de valores de saída possíveis para y.
• IMAGEM da função é o conjunto de valores de saída resultantes para y, dentro do contradomínio.
Observe que a condição de que cada x produza um e somente um valor de y faz sentido. É como no caso
da calculadora. Se for fornecido um x válido e não der um resultado, a função está com “defeito”. O mes-
mo se uma função, com o mesmo x, produzisse vários resultados y distintos: outro “defeito”...
27
Outra representação possível é o diagrama de Venn, mostrado na
figura à direita. Observe a diferença entre contradomínio e ima-
gem. O contradomínio é o conjunto de todos os números reais,
no sentido de que a raiz quadrada de um número real é um nú-
mero real. Mas a imagem é formada apenas pelos números reais
não negativos, pois o resultado da raiz quadrada é não negativo.
também es-
tão no conjunto-imagem.
A notação padrão é a seguinte: 𝑓𝑓: 𝑅𝑅$ → 𝑅𝑅; 𝑓𝑓 𝑥𝑥 = 𝑥𝑥 ou 𝑓𝑓: 𝑅𝑅$ → 𝑅𝑅; 𝑥𝑥 ↦ 𝑥𝑥. Isto é, o conjunto que vem antes
da seta é o domínio e o conjunto que vem depois dessa seta é o contradomínio. A imagem (ou conjun-
to-imagem) não é dada explicitamente.
E o que acontece se for dada a lei da função, sem especificar o domínio ou o contradomínio? Assume-se
que eles são os “maiores” subconjuntos possíveis do conjunto dos números reais. O contradomínio é o
próprio R. O domínio é o maior possível tal que a lei da função faça sentido, isto é, tal que forneça um
resultado. Por exemplo:
𝑥𝑥 − 1
𝑦𝑦 = 𝑓𝑓 𝑥𝑥 = .
𝑥𝑥 − 3
• 1ª condição de existência: para que a raiz quadrada exista, o que está dentro dela não pode ser
negativo. Portanto: 𝑥𝑥 − 1 ≥ 0 ⇒ 𝑥𝑥 ≥ 1
• 2ª condição de existência: o denominador não pode se anular. Portanto: 𝑥𝑥 − 3 ≠ 0 ⇒ 𝑥𝑥 ≠ 3 .
28
PARA SABER MAIS:
ATIVIDADES
1 – Observe o panorama a seguir e responda o que se pede.
29
b) Qual é a imagem da função?
g) Quantas raízes tem essa função? (Raiz é todo valor de 𝑥𝑥 tal que 𝑦𝑦 = 𝑓𝑓 𝑥𝑥 = 0 ).
30
SEMANA 3
EIXO TEMÁTICO:
Funções Elementares e Modelagem.
TEMA/TÓPICO:
Funções – 43. Estudo de funções.
HABILIDADE(S):
43.2. Reconhecer os efeitos de uma translação ou mudança de escala no gráfico de uma função.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Transformações gráficas.
31
Gráfico original: y = f (x).
Novo gráfico: y = K * f (x).
Deformação na escala vertical.
• K > 1: fica K vezes maior.
• 0 < K < 1: fica K vezes
menor.
• Se K < 0, sofre também
uma reflexão horizontal
em torno do eixo x.
32
Gráfico original: y = f (x).
Novo gráfico: y = | f (|x|) |.
• Combinação dos dois
efeitos anteriores: o grá-
fico “rebate” para cima e
para o lado esquerdo.
𝑥𝑥 $
Por exemplo, é fácil fazer o gráfico da parábola 𝑓𝑓 𝑥𝑥 = 𝑥𝑥 $ . Mas como desenhar 𝑔𝑔 𝑥𝑥 = 𝑥𝑥 $ − 1 ? Começa-
1
mos observando que 𝑔𝑔 𝑥𝑥 = % + 1 . Depois, aplicamos as seguintes transformações gráficas:
𝑥𝑥 − 1
1 1
𝑦𝑦 = 𝑥𝑥 $ 𝑦𝑦 = 𝑥𝑥 $ − 1 𝑦𝑦 = 𝑦𝑦 = +1
𝑥𝑥 % − 1 𝑥𝑥 % − 1
ATIVIDADES
1 – A figura ao lado apresenta o gráfico de 𝑦𝑦 = 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑥𝑥 junto com qual
outra função?
a) 𝑦𝑦 = 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 5𝑥𝑥 .
𝑥𝑥
𝑦𝑦 = 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 .
b) 5
c) 𝑦𝑦 = 5 $ 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑥𝑥 .
𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑥𝑥
𝑦𝑦 = .
d) 5
e) 𝑦𝑦 = 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 5 + 𝑥𝑥 .
33
2 – Qual função está representada no gráfico a seguir?
$
a) 𝑦𝑦 = (𝑥𝑥 + 1)2 c) 𝑦𝑦 = 𝑥𝑥 $ + 1 e) 𝑦𝑦 = 𝑥𝑥
b) 𝑦𝑦 = 𝑥𝑥 − 1 2
d) 𝑦𝑦 = 𝑥𝑥 $ − 1
𝜋𝜋
3 – A figura abaixo mostra os gráficos da função 𝑓𝑓(𝑥𝑥) = 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑥𝑥 e o gráfico da função 𝑔𝑔 𝑥𝑥 = 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑥𝑥 − .
2
a) Um deslocamento vertical.
b) Um deslocamento horizontal.
4 – O gráfico de 𝑦𝑦 = 𝑓𝑓 𝑥𝑥 apresenta:
34
SEMANA 4
EIXO TEMÁTICO:
Funções Elementares e Modelagem.
TEMA/TÓPICO:
Funções – 42. Funções trigonométricas.
HABILIDADE(S):
42.1. Identificar o gráfico das funções seno, cosseno e tangente.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Revisão das funções circulares.
Mas e se o ângulo for inferior a 0° ou superior a 90°? A generalização das funções trigonométricas é con-
seguida através do CICLO TRIGONOMÉTRICO. Ele consiste em um círculo unitário – isto é, cujo raio tem
medida de 1 unidade – no qual são definidas as seis funções trigonométricas para quaisquer ângulos,
conforme ilustra a figura seguinte. É por causa desse círculo que as funções trigonométricas também
são chamadas de FUNÇÕES CIRCULARES.
35
Vamos exemplificar, com a função seno, o uso do ciclo trigonométrico na construção de seu gráfico.
Começando de zero grau e girando no sentido anti-horário, cada ângulo é marcado no círculo e a proje-
ção ortogonal correspondente (neste caso, no eixo do seno) é marcada. Portanto:
1 3 3 1 1
𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 0° = 0; 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 30° =
2
; 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 60° =
2
; 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 90° = 1; 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 120° =
2
; 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 150° = ; 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 180° = 0; 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 210° = − ;
2 2
etc. Ob-
serve a figura:
O mesmo método se aplica para as outras funções. Apresentamos agora os gráficos das três funções
trigonométricas principais: seno, cosseno e tangente. Veja:
36
Deve-se observar que as funções trigonométricas são funções PERIÓDICAS. Ou seja, à medida que os
valores de 𝑥𝑥 vão variando, os correspondentes valores de 𝑦𝑦 = 𝑓𝑓(𝑥𝑥) se repetem infinitamente. Isso é
visível nos três gráficos acima; é como se o gráfico fosse sendo “carimbado” para a esquerda e para a
direita, infinitamente.
As funções seno e cosseno são limitadas, pois temos:
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝑥𝑥 ∈ 𝑅𝑅: −1 ≤ 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑥𝑥 ≤ 1 𝑒𝑒 − 1 ≤ 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑥𝑥 ≤ 1.
Já a função tangente é ilimitada: −∞ < 𝑡𝑡𝑡𝑡 𝑥𝑥 < +∞. Finalmente, observamos que a nomenclatura acima é
um costume brasileiro. De fato, o padrão internacional é que as abreviaturas das funções trigonométri-
cas tenham três letras cada uma. Veja:
É assim que aparece nas calculadoras, nos aplicativos, nas linguagens de programação etc.
ATIVIDADES
1 – Por que as funções trigonométricas também são chamadas de funções circulares?
a) a b) b c) c d) d e) e
37
3 – Esboce o gráfico da função f (x) = cosec (x) = " . Você pode fazer isso de diversas maneiras:
!
4 – A tabela do início desta semana informa que não existe 𝑡𝑡𝑡𝑡 90° . Usando essa mesma tabela e sabendo
𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑥𝑥
que 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 = , explique por que não existe 𝑡𝑡𝑡𝑡 90° .
𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑥𝑥
38
SEMANA 5
EIXO TEMÁTICO:
Funções Elementares e Modelagem.
TEMA/TÓPICO:
Funções – 42. Funções trigonométricas.
HABILIDADE(S):
42.2. Reconhecer o período de funções trigonométricas.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Período. Funções circulares inversas. Aplicações.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Física.
TEMA: Período
Caro(a) estudante, nesta semana vamos nos aprofundar um pouco na questão da PERIODICIDADE das
funções trigonométricas ou circulares. Observe o gráfico de 𝑓𝑓 𝑥𝑥 = 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑥𝑥.
Vemos que o gráfico é um padrão que se repete. Por exemplo, existem infinitos valores de x para os
quais 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑥𝑥 = 0,72 (alguns deles são os pontos vermelhos na figura à esquerda). O menor intervalo pos-
sível entre dois valores de x tais que o gráfico inteiro comece a se repetir 2𝜋𝜋 é (veja a figura à direita).
Esse valor é chamado o PERÍODO da função. Conforme já vimos, a função seno também tem período
39
2𝜋𝜋 , enquanto que a função tangente tem período 𝜋𝜋 . Existem outras funções periódicas na Matemática,
mas provavelmente as funções trigonométricas são os exemplos mais importantes.
Já vimos também que o gráfico da função cosseno tem o mesmo formato do gráfico da função seno,
apenas com um “deslocamento horizontal”. Por isso, esse tipo de curva é chamado de SENÓIDE. Esse
tipo de função tem importantes aplicações na Física, especialmente no estudo de ondas, eletromagne-
tismo etc. A ilustração a seguir mostra uma senóide generalizada.
Pelo fato das funções trigonométricas serem periódicas, temos um problema. Uma equação do tipo
𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑥𝑥 = 0,72 possui infinitas soluções! Já vimos uma figura ilustrando algumas delas. Então qual será a
técnica para resolver essa equação? Como projetar uma calculadora para fornecer um resultado?
Para resolver essa questão, foram definidas as FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS. Isto é, fun-
ções que “voltam do valor para o ângulo”. Como o resultado é um ângulo ou arco, os nomes delas são for-
mados pela palavra ARCO mais o nome da função da qual se está “voltando”. A ideia para evitar infinitas
soluções é pegar somente o pedaço do gráfico equivalente a um período da função. Veja:
Vamos supor que você precise justamente resolver a equação 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑥𝑥 = 0,72 . Ou seja, você precisa res-
ponder à pergunta: qual é o arco com cosseno de 0,72? Em outras palavras: qual o ARCO COSSENO
de 0,72? De acordo com a figura acima, a calculadora ou aplicativo vai retornar um resultado entre 0 e
180 (se for em graus) ou entre 0 e π (se a calculadora estiver configurada em radianos). A função ARCO
SENO e a função ARCO TANGENTE são semelhantes, mas o intervalo de retorno é diferente (veja nova-
mente a figura acima).
Uma calculadora científica geralmente possui as teclas do seno, cosseno e tangente e acima delas –
como segunda função – o acesso para arco seno, arco cosseno e arco tangente. Mas o leiaute varia de
acordo com o modelo. Os nomes dessas funções geralmente aparecem de uma destas maneiras:
40
Atenção! Não confunda INVERSO de uma função (inversão algébrica) com função INVERSA (inversão ló-
gica, funcional). Na Matemática, a questão do gênero também é importante... O inverso de uma função
1
𝑓𝑓(𝑥𝑥) significa , no mesmo sentido que o inverso de 7 vale 1/7. Já a inversa significa desfazer o que
𝑓𝑓(𝑥𝑥)
a função faz, no mesmo sentido do CTRL+Z de alguns sistemas operacionais. Quando dissermos “o” in-
verso, estaremos nos referindo ao inverso multiplicativo, ao passo que, quando dissermos “a” inversa,
estaremos nos referindo à função inversa.
Veja o diagrama a seguir.
ATIVIDADES
1 – Usando tecnologia, resolva a equação 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑥𝑥 = 0,72 .
41
2 – “O osciloscópio é um instrumento de medida de
sinais elétricos/eletrônicos que apresenta gráficos
a duas dimensões de um ou mais sinais elétricos
(de acordo com a quantidade de canais de entrada).
O eixo vertical (y) do ecrã (monitor) representa a
intensidade do sinal (tensão) e o eixo horizontal (x)
representa o tempo, tornando o instrumento útil para
mostrar sinais periódicos. O monitor é constituído
por um ‘ponto’ que periodicamente ‘varre’ a tela da w
esquerda para a direita.”
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-anonimo-
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Oscilosópio negocio-empresa-7858292/
Acesso em: 15 mai. 2021 Acesso em: 15 mai. 2021
DICA 1: 𝑥𝑥 = 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎(1,1) .
DICA 2: 𝑦𝑦 = 𝑥𝑥 + 180° .
1 2
4 – Em relação à senóide: 𝑓𝑓 𝑥𝑥 = 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑥𝑥 + 1 , determine o que se pede.
−10 𝜋𝜋
a) A amplitude.
b) O período.
c) O deslocamento horizontal.
d) O deslocamento vertical.
42
SEMANA 6
EIXO TEMÁTICO:
Funções Elementares e Modelagem.
TEMA/TÓPICO:
Funções – 42. Funções trigonométricas.
HABILIDADE(S):
42.3. Resolver equações trigonométricas simples.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Equações trigonométricas. Aplicações.
A primeira observação a ser feita é que qualquer equação desse tipo possui INFINITAS soluções. Por
exemplo, considere esta equação: 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑥𝑥 = 0,5 . Uma solução é 𝑥𝑥 = 30° e outra é 𝑥𝑥 = 150° . Mas como o
ciclo trigonométrico é infinito, podemos dar infinitas voltas para frente ou para trás no ciclo trigono-
métrico. Veja:
43
Outro tipo de equação trigonométrica.
Para terminar, vamos resolver a seguinte equação trigonométrica: 4 − 2 $ 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 ( 𝑥𝑥 − 5 $ 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑥𝑥 = 0 . O primei-
ro fato a ser observado é que 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 $ 𝑥𝑥 é uma abreviação para 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑥𝑥 & , de forma a dispensar os parênte-
ses. O que está ao quadrado é o cosseno e não o 𝑥𝑥 (lê-se: “cosseno ao quadrado de 𝑥𝑥”). O mesmo vale
para outras funções trigonométricas e outras potências positivas – exemplo: 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐$ 𝐴𝐴 significa 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝐴𝐴 & .
A segunda observação é que o seno e o cosseno estão misturados na mesma equação. Para escre-
ver tudo usando somente seno ou somente cosseno, vamos precisar da RELAÇÃO TRIGONOMÉTRICA
FUNDAMENTAL:
A partir da relação fundamental, obtemos: 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 $ 𝑥𝑥 = 1 − 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠$ 𝑥𝑥 . Vamos usar isso na equação original:
4 − 2 $ 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 ( 𝑥𝑥 − 5 $ 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑥𝑥 = 0 ⇒ 4 − 2 1 − 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠( 𝑥𝑥 − 5 $ 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑥𝑥 = 0 ⇒
4 − 2 + 2 % 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠) 𝑥𝑥 − 5 % 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑥𝑥 = 0 ⇒ 2 + 2 % 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠) 𝑥𝑥 − 5 % 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑥𝑥 = 0
Melhorou, mas ainda está muito complicado... Porém isso nada mais é do que uma equação do segundo
grau “disfarçada”! Vamos chamar 𝑦𝑦 = 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑥𝑥 e aplicar a fórmula de Bháskara:
2 + 2𝑦𝑦 $ − 5𝑦𝑦 = 0 ⇒ 2𝑦𝑦 $ − 5𝑦𝑦 + 2 = 0 ⇒ {𝑎𝑎 = 2, 𝑏𝑏 = −5, 𝑐𝑐 = 2}
𝛥𝛥 = 𝑏𝑏 $ − 4𝑎𝑎𝑎𝑎 ⇒ 𝛥𝛥 = −5 $
− 4 2 2 ⇒ 𝛥𝛥 = 25 − 16 ⇒ 𝛥𝛥 = 9
−𝑏𝑏 ± 𝛥𝛥 − −5 ± 9 5±3 1
𝑦𝑦 = ⇒ 𝑦𝑦 = ⇒ 𝑦𝑦 = ⇒ {𝑦𝑦 = 2 𝑜𝑜𝑜𝑜 𝑦𝑦 =
2𝑎𝑎 2,2 4 2
44
A primeira possibilidade é impossível, pois o seno de qualquer 𝑥𝑥 ∈ 𝑅𝑅 só assume valores no intervalo
−1, −1, 1 , como
1 já vimos. Resta a segunda possibilidade:
1
𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑥𝑥 = ⇒ {𝑥𝑥 = 30° + 𝑘𝑘 ⋅ 360° 𝑜𝑜𝑜𝑜 𝑥𝑥 = 150° + 𝑘𝑘 ⋅ 360°, 𝑘𝑘 ∈ 𝑍𝑍8
2
ATIVIDADES
1 – Seja x um ângulo do primeiro quadrante (ou seja: 0° < 𝑥𝑥 < 90° ). Sabe-se que 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑥𝑥 = 0,2021 e deseja-
se determinar o valor de 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝑥𝑥 .
𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑥𝑥
a) Primeira solução: calcule 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑥𝑥 = 1 − 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠+ 𝑥𝑥 e depois calcule 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝑥𝑥 = 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑥𝑥 .
2 – Quando uma função é inversa da outra, significa que uma “anula” o efeito da outra. Exemplo: elevar
um número ao cubo e depois tirar a raiz cúbica do resultado. Explique por que
𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 𝑥𝑥 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 é 𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 𝑎𝑎 𝑥𝑥
mas
𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑥𝑥 𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 é 𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 𝑎𝑎 𝑥𝑥.
45
3 – Seja x um ângulo do primeiro quadrante (ou seja: 0º < x < 90º). Resolva a seguinte equação
trigonométrica:
2 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 & 𝑥𝑥 + 11𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑥𝑥 − 6 = 0.
DICA: Comece trocando cos x por y e aplique a fórmula de Bháskara.
REFERÊNCIAS
• FARIAS, A.A. et. al. Introdução à Estatística. 2.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1991.
• IEZZI, Gelson, et.al. Fundamentos de Matemática Elementar. 7.ed. São Paulo: Atual, 1993. 1-10 v.
• IEZZI, Gelson, et. al. Matemática – Volume único. Ensino Médio. 6.ed. São Paulo: Atual, 2015.
• IME/UNICAMP. Derivando a Matemática – A primeira medição do raio da terra. Disponível em:
http://www.ime.unicamp.br/~apmat/a-primeira-medicao-do-raio-da-terra/. Acesso em: 17
mai. 2021.
• INEP. ENEM – provas e gabaritos. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/provas-e-gabari-
tos. Acesso em: 17 mai. 2021.
• MATTHES, E. Python Crash Course – A Hands-on, Project-based Introduction to Programming.
San Francisco (EUA): No Starch Press, 2016.
• PAIXÃO, A.C. A emocionante e inspiradora história de Florence Nightingale. Disponível em:
https://claudia.abril.com.br/sua-vida/a-emocionante-e-inspiradora-historia-de-florence-
-nightingale/. Acesso em: 17 mai. 2021.
• TRIOLA, Mario F. Introdução à Estatística. 10.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
46
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
SEMANAS 1 E 2
EIXO TEMÁTICO:
Biodiversidade.
TEMA/ TÓPICO(S):
4. Linguagens da Vida.
29. Tecnologias na genética.
30. Biotecnologia.
HABILIDADE(S):
29.1. Avaliar a importância do aspecto econômico envolvido na utilização da manifestação genética
em saúde: melhoramento genético, clonagem e transgênicos.
29.1.1. Avaliar textos e discutir sobre patentes e tecnologias do DNA.
29.1.2. Posicionar-se criticamente sobre as questões que envolvem o uso de biotecnologia.
30.1. Comparar diferentes posicionamentos de cientistas sobre assuntos ligados à biotecnologia,
terapia gênica e clonagem avaliando a consistência dos argumentos e a fundamentação teórica.
30.1.2. Interpretar textos que descrevem a técnica de inserção de genes em plasmídeos de bactérias.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
DNA Recombinante, Melhoramento Genético, Clonagem Molecular.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Química e Física.
47
TEMA: Noções de Engenharia Genética
Caro (a) estudante! Nesta semana você irá estudar os princípios básicos em Engenharia Genética.
NOÇÕES DE ENGENHARIA GENÉTICA
A Engenharia Genética é um conjunto de técnicas que tem por objetivo a manipulação do material ge-
nético. São técnicas que permitem identificar, isolar e multiplicar genes, bem como construir molécu-
las híbridas de DNA, isto é, DNA constituído por segmentos originários de diferentes espécies de seres
vivos.
Utilizando complexas e modernas técnicas de laboratório, a Engenharia Genética é capaz de:
• isolar um gene e determinar a sequência de seus nucleotídeos;
• juntar nucleotídeos e produzir um gene;
• alterar a sequência nucleotídica de um gene, produzindo assim um gene mutante;
• introduzir no DNA de um vírus ou de uma bactéria um gene extraído de outro organismo.
48
Um dos exemplos mais conhecidos dessa tecnologia refere-se ao gene para a produção de insulina
humana, introduzido na bactéria Escherichia coli. Assim, culturas de E. coli transgênicas produzem, em
laboratório, grandes quantidades de insulina humana, usada no tratamento de diabéticos. No passado,
a única forma de obter insulina era extraí-la do pâncreas de animais como bois e porcos.
O esquema a seguir dá uma noção de como um gene exógeno (pertencente a outra espécie) é enxerta-
do em uma bactéria, como a E. coli, por exemplo.
49
É importante salientar que cada enzima de restrição reconhece uma única e mesma sequência de ba-
ses (palíndromo) em qualquer tipo de DNA.
A tabela seguinte mostra alguns exemplos de enzimas de restrição, das sequências que reconhecem e
a bactéria onde a encontraram.
SEQUÊNCIA DE
ENZIMA BACTÉRIA DE ORIGEM
RECONHECIMENTO
Bacillus
BamHI 5’GGATCC 3’CCTAGG
amyloliquefaciens
• Ligases: funcionam como “cola”, unindo fragmentos de DNA para a produção de moléculas
recombinadas;
• DNA polimerase: produz fita complementar de DNA.
No esquema a seguir, foi representada a ação de uma enzima de restrição sobre um plasmídeo e sobre
um DNA a ser inserido nesse plasmídeo.
50
B- Vetores
Para a obtenção de organismos transgênicos frequentemente são usados vetores (caso de certos vírus
e bactérias, como a E. coli). Neles, insere-se o DNA exógeno, que poderá, mais tarde, ser incorporado a
outro organismo. Como vimos, os plasmídeos de bactérias são vetores muito usados para a duplicação
— ou clonagem — de genes que interessam ao ser humano. Dessa forma, são obtidas muitas cópias do
gene em questão.
Várias empresas de biotecnologia têm verdadeiras “bibliotecas de genes”, ou genetecas, que são cul-
turas de vírus (fagos) ou de bactérias recombinadas com genes específicos inseridos em seu geno-
ma. Assim, um pesquisador pode adquirir dessas empresas determinado gene para desenvolver suas
pesquisas.
C- PCR: a reação da polimerase em cadeia
Chamada de PCR, da expressão em inglês polymerase chain reaction, a técnica da reação de polimerase
em cadeia permite produzir, a partir de uma pequena amostra de determinado DNA, completamente in
vitro, um grande número de cópias desse DNA. As amostras podem ser fragmentos mínimos de qual-
quer tecido (sangue, ossos ou pele, por exemplo), esperma, pelos e até material fossilizado.
Em alguns casos, por exemplo em medicina legal, a quantidade de DNA recolhido pode ser muito pe-
quena para ser analisada diretamente. Com essa técnica, no entanto, pode-se obter, em pouco tempo,
uma grande quantidade de cópias daquele determinado segmento, o que possibilita sua manipulação.
Antes da PCR, para se detectar genes ou VNTRs havia necessidade de grande quantidade de DNA-alvo,
o que nem sempre era possível. Essa dificuldade foi resolvida com a introdução da técnica de PCR, que
possibilitou a obtenção de quantidades muito grandes de fragmentos específicos do DNA por meio da
amplificação em ciclos.
A cada ciclo, a quantidade de DNA-alvo é duplicada, de modo que em 10 ciclos obtêm-se 1 024 vezes
mais DNA-alvo; em 20 ciclos, cerca de 1 milhão de vezes mais DNA-alvo; e assim por diante, mostrando
a natureza exponencial dessa amplificação. Com isso, pequenas amostras contendo poucos fragmen-
tos de DNA podem ser estudadas com mais facilidade.
51
Uma vez quebrado o DNA, isolam-se fragmentos de diferentes tamanhos, que são separados por uma
técnica chamada eletroforese (do grego: phóresis = ação de levar) em gel. Em seguida, os fragmentos
são marcados com marcadores radioativos que serão impressos em um filme de raios X.
52
Fonte: BIO, Volume 3
53
ATIVIDADES
1 – (PUC-RIO 2021) Muitas vacinas de DNA estão em desenvolvimento para várias doenças e são tidas
como uma estratégia de imunização muito promissora. Essas vacinas consistem na inoculação de um
plasmídeo, produzido por engenharia genética, contendo uma pequena parte do material genético do
patógeno, com informação para a célula produzir uma ou mais proteínas do patógeno (antígenos).
Um dos requisitos para que essa vacina funcione é que, após a inoculação, o plasmídeo
2 – (UPF 2013) A figura abaixo representa, de forma esquemática, o processo de clonagem molecular ou
engenharia genética em células bacterianas. Desde a década de 1980, várias proteínas humanas vêm
sendo produzidas por meio dessa técnica, diminuindo seu custo de produção.
Assinale a alternativa que se refere à primeira proteína humana produzida em escala comercial por meio
dessa biotecnologia.
a) Hemoglobina, liberada para consumo após ter sido submetida a diversos testes que comprova-
ram a sua eficiência.
b) Hormônio do crescimento humano, que até então era extraído da hipófise de cadáveres.
d) Insulina humana, que até então era extraída do pâncreas de bois e porcos.
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3 – (ENEM 2020) Uma nova e revolucionária técnica foi desenvolvida para a edição de genomas. O
mecanismo consiste em um sistema de reconhecimento do sítio onde haverá a mudança do gene
combinado com um mecanismo de corte e reparo do DNA. Assim, após o reconhecimento do local onde
será realizada a edição, uma nuclease corta as duas fitas de DNA. Uma vez cortadas, mecanismos de
reparação do genoma tendem a juntar as fitas novamente, e nesse processo um pedaço de DNA pode
ser removido, adicionado ou até mesmo trocado por outro pedaço de DNA.
Nesse contexto, uma aplicação biotecnológica dessa técnica envolveria o(a)
a) diagnóstico de doenças.
b) identificação de proteínas.
c) rearranjo de cromossomos.
4 – (UERJ 2019) Determinadas sequências de DNA presentes no material genético variam entre
os indivíduos.
A análise dessa variação possibilita, por exemplo, a identificação dos pais biológicos de uma criança.
Considere os esquemas a seguir de sequenciamentos de trechos de DNA, separados por gel de eletro-
forese, de uma família formada por um casal e quatro filhos.
Com base nos sequenciamentos, o filho biológico dessa mãe com pai diferente do apresentado é o
de número:
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
55
5 – (ENEM 2018) Considere, em um fragmento ambiental, uma árvore matriz com frutos (M) e outras
cinco que produziram flores e são apenas doadoras de pólen (DP1, DP2, DP3, DP4 e DP5). Foi excluída
a capacidade de autopolinização das árvores. Os genótipos da matriz, da semente (S1) e das prováveis
fontes de pólen foram obtidos pela análise de dois locos (loco A e loco B) de marcadores de DNA,
conforme a figura.
a) DP1.
b) DP2.
c) DP3.
d) DP4.
e) DP5.
6 – (UPF 2011) O teste de paternidade, também chamado de teste de DNA, é feito com base em certos
trechos do DNA, cujas sequências especiais de nucleotídeos são exclusivas para cada pessoa e
transmitidas de pais para filhos, de acordo com a herança mendeliana. Este teste permite confirmar
a paternidade com 99,9% de certeza, comparando-se o DNA da criança, da mãe e dos prováveis pais.
Analise os resultados abaixo referentes ao teste realizado em uma determinada situação de confirmação
de paternidade.
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Com base neste resultado, assinale a alternativa correta:
57
SEMANA 3
EIXO TEMÁTICO:
Biodiversidade.
TEMA/ TÓPICO(S):
4. Linguagens da Vida.
29. Tecnologias na genética.
30. Biotecnologia.
HABILIDADE(S):
29.1. Avaliar a importância do aspecto econômico envolvido na utilização da manifestação genética
em saúde: melhoramento genético, clonagem e transgênicos.
29.1.1. Avaliar textos e discutir sobre patentes e tecnologias do DNA.
29.1.2. Posicionar-se criticamente sobre as questões que envolvem o uso de biotecnologia.
30.1. Comparar diferentes posicionamentos de cientistas sobre assuntos ligados a biotecnologia,
terapia gênica e clonagem avaliando a consistência dos argumentos e a fundamentação teórica.
30.1.1. Produzir textos sobre temas relevantes atuais e polêmicos, como, por exemplo, clonagem
e transgenia.
30.1.2. Interpretar textos que descrevem a técnica de inserção de genes em plasmídeos de bactérias.
30.1.3. Reconhecer os benefícios da biotecnologia na saúde (produção de insulina), na produção de
alimentos (produção de plantas resistentes a vírus; verduras e frutas mais saborosas e duradouras)
e outros.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Transgênicos, Clonagem, Terapia Gênica.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Filosofia.
TEMA: Transgênese
Caro (a) estudante! Nesta semana, você irá estudar algumas aplicações da Engenharia Genética.
TRANSGÊNESE
Chamamos transgênese o processo que permite a transferência de um gene de um organismo para ou-
tro. Transgênico é o organismo que recebe o gene estranho e, consequentemente, tem o seu genótipo
alterado.
A transferência de um gene de um organismo para outro é feita por um elemento conhecido por vetor.
Na obtenção de plantas transgênicas, o vetor mais usado é a bactéria Agrobacterium tumefaciens, cau-
sadora dos tumores de galha que ocorrem nos vegetais. Quando um vegetal é infectado pelo Agrobac-
terium, o T-DNA, uma parte do plasmídeo, chamado Ti, é transferida para o DNA da planta. Contendo
genes para a produção dos hormônios vegetais – auxina e citocinina –, o T-DNA provoca um desequilí-
brio no crescimento, originando o tumor de galha. A Engenharia Genética é capaz de extrair genes do
T-DNA e substituí-los por genes de outros organismos. O gene estranho, que é incorporado ao genoma
da bactéria, pode ser transcrito e traduzido, determinando o seu caráter.
58
O milho transgênico
Um gene da bactéria Bacillus thruringiensis, enxertado no genoma do milho, tornou a planta resisten-
te ao ataque das lagartas que a parasitam. No caso, o gene bactéria produz uma proteína que mata
as lagartas.
A soja transgênica
A soja comum morre quando recebe uma aplicação de Roundup, um dos herbicidas mais usados na
agricultura. A soja transgênica incorporou um gene bactéria no que a tornou resistente ao Roundup.
Deste modo, quando o herbicida é aplicado, apenas as ervas daninhas são destruídas.
O arroz transgênico
A cultura do arroz comum, chamado arroz branco, é infestada pelo arroz vermelho, impróprio para o
consumo. Para acabar com o arroz vermelho, é necessário o uso do herbicida Liberty, que também
mata o arroz branco. Para solucionar o problema, os cientistas retiraram do solo uma bactéria (Strep-
tomyces higroscopicus) que, inserta no DNA do arroz branco, provoca resistência ao Liberty.
Os ambientalistas, principalmente os europeus, condenam o uso de alimentos transgênicos, dado que
há muitas dúvidas sobre efeitos dos transgênicos em longo prazo.
O uso de produtos transgênicos está causando polêmica entre produtores, ambientalistas e cientistas.
Assim, produtores e cientistas defensores da nova tecnologia dizem que a soja transgênica, por exem-
plo, vai aumentar a produtividade e baratear os custos do produto. Ambientalistas e outros pesquisa-
dores que atacam a nova tecnologia afirmam que os produtos transgênicos são perigosos. Na verdade,
ainda são desconhecidos os efeitos dos alimentos geneticamente modificados sobre a saúde humana
e o impacto que poderiam causar ao meio ambiente.
CLONAGEM
Organismos que apresentam o mesmo material genético são chamados de clones. A clonagem ocorre
de maneira natural em espécies que se reproduzem assexuadamente. Nesse caso, o novo indivíduo é
um clone de seu progenitor, uma vez que se origina a partir de mitoses das células do corpo deste.
A clonagem também pode acontecer artificialmente por meio de técnicas que permitem desenvolver
um animal ou uma planta a partir de uma célula somática (ou seja, diferenciada) ou do núcleo de uma
célula desse tipo.
A clonagem em animais consiste em inserir o núcleo de uma célula somática no citoplasma de um óvu-
lo, cujo núcleo foi previamente retirado.
Clonagem da ovelha Dolly
59
A clonagem tem aplicações em diversos campos, como agricultura, pecuária e medicina.
A clonagem de plantas é utilizada para obter cópias de indivíduos com alguma característica de inte-
resse, como maior resistência às pragas. As técnicas de clonagem vegetal são mais simples e utilizadas
há mais tempo que as técnicas de clonagem animal. Elas envolvem a produção de indivíduos a partir de
células ou segmentos de vegetais como galhos, folhas ou brotos.
A clonagem de animais também visa obter cópias idênticas de indivíduos que apresentam caracterís-
ticas de interesse, como, por exemplo, maior produção de leite ou carne.
A clonagem em seres humanos tem apenas fins terapêuticos, como a produção de órgãos ou tecidos
para transplantes, evitando-se, assim, a rejeição. A clonagem reprodutiva de humanos é proibida na
maioria dos países.
É importante lembrar que um clone é um ser vivo com genoma idêntico ao do organismo do qual ele
foi clonado. Isso não quer dizer, necessariamente, que eles são organismos idênticos. A influência am-
biental no fenótipo de um clone – como, por exemplo, o tipo de alimentação que ele possui – pode tor-
ná-lo diferente do organismo clonado. Após a clonagem, também podem ocorrer alterações no material
genético tanto do clone como do organismo clonado, diferenciando-os.
TERAPIA GÊNICA
Após localizar um gene envolvido na expressão de uma doença genética, é possível estudar sua sequên-
cia de nucleotídeos e seu produto proteico. Com a compreensão dos mecanismos genéticos e molecu-
lares de uma doença, pode ser possível desenvolver a terapia gênica.
Esse tipo de terapia utiliza a tecnologia do DNA recombinante para alterar o genoma do indivíduo que se
pretende curar. O objetivo é reparar as deficiências de um gene (ou de um grupo de genes) afetado ou até
mesmo inibir a expressão de certos genes nas células-alvo. Para isso, a terapia gênica pode envolver:
• a substituição de um gene não funcional por uma cópia funcional;
• a deleção de um gene não funcional;
• a introdução de uma cópia gênica normal sem modificação do gene original;
• a adição de um gene ausente no genoma.
Em comparação com a criação de OGM’s, que pode ser feita com óvulos fertilizados, uma grande dificul-
dade de implementar a terapia gênica é inserir o gene desejado em um grande conjunto de células de
um indivíduo já desenvolvido.
60
ATIVIDADES
1 – (ENEM 2020) Em 2012, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) divulgou sua intenção
de trabalhar na clonagem de espécies ameaçadas de extinção no Brasil, como é o caso do lobo-guará,
da onça-pintada e do veado-catingueiro. Para tal, células desses animais seriam coletadas e mantidas
em bancos de germoplasma para posterior uso. Dessas células seriam retirados os núcleos e inseridos
em óvulos anucleados. Após um desenvolvimento inicial in vitro, os embriões seriam transferidos
para úteros de fêmeas da mesma espécie. Com a técnica da clonagem, espera-se contribuir para a
conservação da fauna do Cerrado e, se der certo, essa aplicação pode expandir-se para outros biomas
brasileiros.
Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 8 mar. 2013 (adaptado).
2 – (ENEM 2020) Instituições acadêmicas e de pesquisa no mundo estão inserindo genes em genomas de
plantas que possam codificar produtos de interesse farmacológico. No Brasil, está sendo desenvolvida
uma variedade de soja com um viricida ou microbicida capaz de prevenir a contaminação pelo vírus
causador da aids. Essa leguminosa está sendo induzida a produzir a enzima cianovirina-N, que tem
eficiência comprovada contra o vírus.
OLIVEIRA, M. Remédio na planta. Pesquisa Fapesp, n. 206, abr. 2013.
a) hibridismo.
b) transgenia.
c) conjugação.
d) terapia gênica.
e) melhoramento genético.
61
3 – (FUVEST 2020) Um paciente, com câncer sanguíneo (linfoma) e infectado por HIV, fez quimioterapia
e recebeu um transplante de células tronco da medula óssea de um doador resistente ao HIV. Como
resultado, tanto o câncer como o HIV retroagiram neste paciente. O receptor mais usado pelo HIV para
entrar nas células do corpo é o CCR5. Um pequeno número de pessoas resistentes ao HIV tem duas
cópias mutadas do gene do receptor CCR5. Isso significa que o vírus não pode penetrar nas células
sanguíneas do corpo que costumam ser infectadas. O paciente recebeu células tronco da medula óssea
de um doador que tem essa mutação genética específica, o que fez com que também ficasse resistente
ao HIV.
Disponível em https://www.bbc.com/. Março/2019. Adaptado.
a) permitirá que eventuais futuros filhos do paciente transplantado também possuam células re-
sistentes à infecção pelo HIV.
c) promoveu mutações no gene CCR5 das células do paciente, ocasionando a produção de proteína
à qual o HIV não se liga.
d) gerou novos alelos mutantes que interagem com o gene do receptor CCR5 do paciente, ocasio-
nando a resistência à entrada do HIV nas células do paciente.
e) confirma que o alelo mutante que confere resistência à infecção pelo HIV é dominante sobre o
alelo selvagem do gene CCR5.
62
Assinale a alternativa correta.
a) Lisossomo.
b) Mitocôndria.
c) Peroxissomo.
d) Complexo golgiense.
e) Retículo endoplasmático
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6 – (ENEM 2014) Em um laboratório de genética experimental, observou-se que determinada bactéria
continha um gene que conferia resistência a pragas específicas de plantas. Em vista disso, os
pesquisadores procederam de acordo com a figura.
a) Clone.
b) Híbrida.
c) Mutante.
d) Adaptada.
e) Transgênica.
64
SEMANAS 4 E 5
EIXO TEMÁTICO:
Energia.
TEMA/ TÓPICO(S):
2. História da Vida na Terra.
5. Evidências e explicações sobre a evolução dos seres vivos.
HABILIDADE(S):
5.1. Comparar as explicações utilizadas por Darwin e por Lamarck sobre as transformações dos
seres vivos.
5.1.1. Identificar as semelhanças e diferenças entre as teorias evolucionistas.
5.2. Reconhecer que os seres vivos se transformam ao longo do tempo evolutivo.
5.2.2. Elaborar explicações sobre a evolução dos seres vivos a partir de evidências, tais como regis-
tros fósseis e características anatômicas, fisiológicas e embriológicas.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Teorias Evolucionistas.
INTERDISCIPLINARIDADE:
História, Filosofia e Sociologia.
65
ideias diferentes das do fixismo. Um exemplo foi o geólogo escocês James Hutton (1726-1797), que de-
fendia a ideia de que as mudanças nas espécies podiam ser explicadas por mecanismos graduais, a
exemplo das mudanças que ocorrem ainda hoje na Terra. Esse também era o pensamento do geólogo
escocês Charles Lyell (1797-1875), cujas ideias influenciaram o pensamento de Charles Darwin.
Desde meados do século XVIII, a hipótese de uma transformação das espécies (transformismo ou
transmutação das espécies) passou a ser defendida por alguns cientistas para explicar a diversidade
das espécies e a existência de fósseis de organismos diferentes dos organismos atuais. Essa era a opi-
nião, por exemplo, do médico inglês Erasmus Darwin (1731-1802), o avô de Charles Darwin. No entanto,
até aquele momento, ele e outros defensores da evolução não apresentaram nenhum modelo de como
esse processo teria ocorrido.
B- Lamarckismo
No início do século XIX, o naturalista Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet, Chevalier de Lamarck,
ou, simplesmente, Lamarck (1744-1829), sugeriu um mecanismo para explicar a transformação das
espécies.
A tese de Lamarck é expressa com detalhes no livro Philosophie zoologique (Filosofia zoológica), publi-
cado em 1809. Contrariando as ideias fixistas da época, o francês defendia que os organismos atuais
surgiram de outros mais simples e teriam uma tendência a se transformar, gradualmente, em seres
mais complexos. Os seres mais simples, por sua vez, poderiam surgir por geração espontânea e sua
evolução seria, de acordo com Lamarck, guiada por necessidades internas dos organismos.
Atualmente, Lamarck é menos reconhecido por ter sido um evolucionista que se opunha às ideias fixis-
tas de sua época, do que por ter defendido duas leis que explicariam os mecanismos de transformação
dos seres vivos: a lei do uso e desuso e a lei da herança das características adquiridas. Vale lembrar
que, na época de Lamarck, era comum a crença nessas leis, que, além de não terem sido criadas por ele,
tinham um papel secundário em sua teoria.
Seu trabalho de 1809 tem uma composição teórica ampla sobre a progressão dos seres vivos. Porém,
apenas duas leis, dentro dessa rede teórica, acabaram recebendo um destaque maior. São elas:
- Desenvolvimento e atrofia de órgãos pelo uso e pelo desuso: o uso de determinadas partes do corpo
faz com que elas se desenvolvam e o desuso faz com que elas se atrofiem. - Lei do uso e desuso
- Herança dos caracteres adquiridos: as características que os indivíduos adquirem em sua vida são
passadas aos descendentes. Ele não se preocupou em explicar como ocorre o processo de herança. Na
época, os conhecimentos de genética eram rudimentares e ele simplesmente se deteve em dizer que
há herança de caracteres adquiridos sem explicar como ocorre a herança. - Lei da transmissão dos
caracteres adquiridos
Um dos exemplos mais clássicos dessas leis é a herança do pescoço da girafa. Reproduzimos aqui o
trecho da obra de Lamarck em que isso é relatado:
“A girafa vive em lugares onde o solo é quase invariavelmente seco e sem capim. Obrigada a comer folhas
e brotos no alto das árvores, ela é forçada, continuamente, a se esticar para cima. Esse hábito, mantido
por longos períodos de tempo por todos os indivíduos da raça, resultou nas pernas anteriores mais longas
que as posteriores e o pescoço tão alongado que a girafa pode levantar a cabeça a uma altura de 5 metros,
sem tirar as pernas anteriores do solo.”
Texto extraído de Biologia, Parte I. São Paulo: edart, 1970. p. 39.
C- Darwinismo
Entre dezembro de 1831 e outubro de 1836, o naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) realizou uma
viagem ao redor do mundo a bordo do navio H. M. S. Beagle. Durante essa viagem, Darwin coletou muitos
animais, plantas e fósseis de diferentes locais por onde o navio passou. Com base em muitas observa-
ções da natureza, ele começou a contestar a imutabilidade das espécies.
66
Fonte: Acervo pessoal do Autor
Nos 20 anos que se seguiram após seu retorno, Darwin trabalhou em muitos outros projetos de pesqui-
sa e amadureceu suas ideias sobre evolução. Inclusive, foi muito influenciado pelas ideias do religioso e
economista político inglês Thomas R. Malthus (1766-1834), que defendia que a principal causa da misé-
ria era o descompasso entre o crescimento das populações e a capacidade de produção de alimentos,
que não crescia na mesma proporção.
Usando a essência do pensamento de Malthus, Darwin postulou que o número de indivíduos de uma
espécie produzidos a cada geração é geralmente maior que o número de indivíduos que o meio pode
sustentar. Isso os levaria a competir entre si por recursos, principalmente alimentos.
Como os indivíduos de uma população sempre apresentam variações entre si, alguns estarão mais ap-
tos a vencer essa competição. Assim, os indivíduos que sobrevivem e se reproduzem a cada geração
são, preferencialmente, os que apresentam características que permitem melhor adaptação às condi-
ções ambientais.
Na mesma época, o naturalista inglês Alfred Russel Wallace (1823-1913) realizou no período de 1848 a
1850 uma viagem pelo Amazonas, acumulando valiosa coleção de organismos dessa região, que infeliz-
mente foi perdida em um incêndio quando retornava à Inglaterra. Wallace sobreviveu a esse acidente
e conseguiu salvar muitas de suas anotações, que se tornaram a base para a publicação de um livro.
Depois, viajou pelo arquipélago malaio entre 1854 e 1862, retornando ao seu país, onde se dedicou a
inúmeras pesquisas científicas e à publicação de muitos livros.
Quando Wallace estava no arquipélago malaio, escreveu uma carta a Darwin apresentando as ideias que
vinha desenvolvendo a respeito da evolução das espécies por seleção natural. Ao ler a carta de Wallace,
Darwin constatou a semelhança com ideias que ele também vinha desenvolvendo.
Desse modo, em 1858, Darwin e Wallace escreveram separadamente textos sobre evolução por seleção
natural que foram apresentados à comunidade científica.
Em 1859, Darwin publicou o livro que começou a mudar a história da Biologia: A origem das espécies por
meio da seleção natural, ou a preservação das raças favorecidas na luta pela vida.
Em seu livro, Darwin propunha algumas premissas (que serão discutidas mais adiante), e, dentre elas,
duas ideias centrais:
• todos os organismos descendem, com modificações, de ancestrais comuns;
• a seleção natural atua sobre as variações individuais, favorecendo as mais aptas.
67
As ideias de Wallace foram publicadas posteriormente no livro intitulado Contribuições para a teoria
da Seleção Natural, de 1870. Suas ideias não eram idênticas às de Darwin, mas os dois princípios aci-
ma mencionados estavam presentes. Em função, principalmente, da publicação do livro A origem das
espécies, a teoria da seleção natural ficou conhecida como sendo desenvolvida apenas por Darwin. No
entanto, Wallace merece créditos na elaboração dessa teoria.
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• Deriva genética: corresponde a processos aleatórios que reduzem a variabilidade genética de
uma população sem relação com maior ou menor adaptabilidade dos indivíduos. Um exemplo
de deriva genética é a modificação da composição genética de uma população em função de
queimadas; em decorrência delas, são eliminados aleatoriamente indivíduos da população, e os
que ficam não são necessariamente os mais capazes de sobreviver e ter sucesso reprodutivo.
ATIVIDADES
1 – (UNICAMP 2021) Considere uma comunidade marinha que compreende muitos ancestrais dos filos
de animais modernos. Considere ainda que uma adaptação proficiente foi introduzida em uma única
espécie. O resultado da adaptação seria um rápido aumento tanto na abundância relativa da espécie
quanto no espaço explorado por ela. As interações bióticas podem ser consideradas agentes de
seleção, e a interação das comunidades de espécies em seus próprios ambientes seletivos é uma fonte
de diversificação. O rápido aumento da espécie seria seguido por uma desaceleração da proliferação
de novos tipos ecológicos. A tragédia dos comuns, quando os interesses ou ações de uma espécie são
prejudiciais à comunidade como um todo, deve ser evitada para o sucesso da comunidade marinha.
(Adaptado de P. D. Roopnarine e K. D. Angielczyl. Biology Letters, Londres, v. 8, p. 147-150, fev. 2012.)
a) A população da espécie com a adaptação aumentaria infinitamente, pois os recursos são ilimi-
tados e haveria aumento das interações bióticas interespecíficas.
b) A espécie com a adaptação seria um agente de seleção de outras espécies pelo uso de um recur-
so comum, impulsionando a evolução dos concorrentes.
c) A proliferação da espécie com a adaptação seria motivada pela saturação ecológica e pela
exaustão de recursos pelas outras espécies.
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2 – (MACKENZIE 2020) A teoria sintética da evolução, também conhecida como neodarwinismo,
apresenta
3 – (PUC-RIO 2020) O que pode parecer uma profecia alarmista é, na verdade, uma realidade nos
sistemas de saúde de todo o mundo. A resistência aos antimicrobianos, especialmente a resistência
aos antibióticos, é um tema que preocupa tanto os países desenvolvidos quanto os países em
desenvolvimento. O problema é mais sério em locais onde o consumo de antibióticos não é bem
controlado nem orientado.
Quando o microrganismo é resistente a um ou mais antimicrobianos de três ou mais categorias, dize-
mos que ele é multirresistente.
Essa resistência pode surgir por uma mutação que dá ao microrganismo condições de resistir ao me-
dicamento. Também pode acontecer pela troca de material genético entre microrganismos comuns
com microrganismos resistentes. Por isso, o uso de antibióticos adequados para o tipo de infecção,
no tempo correto e na dosagem correta, é fundamental para evitar a sobrevivência de bactérias mais
resistentes.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (Brasil). Superbactérias: de onde vêm, como vivem e se reproduzem. 9 nov. 2017.
Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/noticias/-/asset_publisher/FXrpx9qY7FbU/ content/superbacterias-de-onde-vem-como-
vivem-e-se-reproduzem/219201>. Acesso em: 4 set. 2019. Adaptado.
a) Deriva gênica.
b) Seleção natural.
c) Migração.
d) Recombinação.
e) Endocruzamento.
70
4 – (UERJ 2020) Determinado processo presente em todos os seres vivos não foi explicado pela teoria
evolutiva de Charles Darwin, tendo sido esclarecido, mais tarde, pelas contribuições da teoria sintética
da evolução.
Esse processo é denominado:
a) especiação.
b) diversificação.
c) seleção natural.
d) hereditariedade.
5 – (UPF 2019) Além da seleção natural, ponto central do darwinismo, a teoria moderna da evolução
considera, também, processos genéticos para explicar a origem da diversidade das características dos
indivíduos. São eles:
b) Alterações na sequência de aminoácidos do DNA dos organismos podem ser vantajosas, neutras
ou desvantajosas para seus portadores.
d) Os organismos de uma população biológica são idênticos entre si, potencializando a ação da
seleção natural.
71
7 – (ENEM 2009) Recentemente, foi descoberta uma nova espécie de inseto flebotomídeo, batizado de
Lutzomya maruaga. O novo inseto possui apenas fêmeas que se reproduzem a partir da produção de
ovos sem a intervenção de machos, em um processo conhecido como partenogênese. A espécie está
restrita a uma caverna na região amazônica, não sendo encontrada em outros lugares. O inseto não se
alimenta de sangue nem transmite doenças, como o fazem outros mosquitos de seu mesmo gênero.
Os adultos não se alimentam e as larvas parecem se alimentar apenas de fezes de morcego (guano)
existente no fundo da caverna. Essa dieta larval acumularia reservas a serem usadas na fase adulta.
Ciência hoje, Rio de Janeiro, v. 42, n° 252, set. 2008 (adaptado).
b) deve ter uma fase adulta longa se comparado com seus congêneres.
a) transmitido de geração a geração, sendo que indivíduos portadores dessas características terão
mais chance de sobreviver e deixar descendentes com as mesmas características.
c) determinado pela ação direta do ambiente sobre a fêmea quando ela está no período gestacio-
nal, portanto todos os descendentes receberão as características.
d) determinado pelas fêmeas, na medida em que elas transmitem o material genético necessário
à produção de hormônios e dos mediadores químicos para sua prole de fêmeas, durante o pe-
ríodo gestacional.
72
9 – (PUC-SP 2018) Considere as seguintes sentenças:
I. O apêndice vermiforme não tem serventia, logo, deixará de existir nas futuras gerações.
II. Mastigar alimentos amolecidos pelo cozimento enfraquece certos dentes, os quais desaparecerão
com o passar do tempo.
Essas sentenças têm em comum o fato de que empregam a lógica evolutiva
10 – (PUC-RIO 2017) A figura abaixo ilustra o estudo conduzido por Joseph Connell sobre a distribuição
de duas espécies de craca.
a) Chthamalus sp. tem mecanismo de osmorregulação mais eficiente que Balanus sp.
73
SEMANA 6
EIXO TEMÁTICO:
Energia.
TEMA/ TÓPICO(S):
2. História da Vida na Terra.
5. Evidências e explicações sobre a evolução dos seres vivos.
HABILIDADE(S):
5.2. Reconhecer que os seres vivos se transformam ao longo do tempo evolutivo.
5.2.2. Elaborar explicações sobre a evolução dos seres vivos a partir de evidências, tais como regis-
tros fósseis e características anatômicas, fisiológicas e embriológicas.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Evidências Evolutivas.
INTERDISCIPLINARIDADE:
História e Geografia.
74
Autor: Rodrigo de Mello
Estudando fósseis de ossos das pernas de um animal, por exemplo, podemos ter ideia de sua altura e
de seu peso. Já os dentes podem indicar o tipo de alimentação, pois cada animal possui adaptações ao
ambiente em que vive e a determinado modo de vida: carnívoros, por exemplo, têm dentes geralmente
pontiagudos e afiados, o que lhes permite prender, perfurar e comer carne.
Os dados obtidos pelo estudo dos fósseis são confrontados com outras evidências, como as obtidas
pelo estudo comparado da anatomia e da embriologia dos organismos atuais e de suas proteínas e áci-
dos nucleicos. Esses estudos indicam que os peixes devem ter surgido antes dos anfíbios; estes, antes
dos répteis, que surgiram antes das aves e dos mamíferos. Essa sequência é confirmada pela idade
relativa dos fósseis de cada grupo.
B) HOMOLOGIA
Estruturas homólogas são aquelas que derivam de estruturas já existentes em um ancestral comum ex-
clusivo, podendo ou não estar modificadas para exercer uma mesma função. São exemplos de estrutu-
ras homólogas entre si: os ossos dos braços dos seres humanos, dos membros anteriores dos cavalos,
das asas dos morcegos e das nadadeiras das baleias. Eles são homólogos porque derivam dos ossos
dos membros anteriores presentes no grupo ancestral que deu origem aos mamíferos. Nesses casos,
como essas estruturas não desempenham a mesma função nos organismos mencionados, fala-se em
divergência evolutiva.
75
Existem, no entanto, estruturas homólogas que também estão adaptadas a uma mesma função. É o
caso dos ossos das nadadeiras anteriores das baleias e dos golfinhos, ambos mamíferos com os mem-
bros anteriores modificados para a vida em ambiente aquático.
Nos estudos de relações de parentesco evolutivo, devem ser considerados nas comparações apenas ca-
racteres homólogos.
O conceito de homologia pode ser aplicado não apenas a órgãos, mas a outras características: ana-
tômicas, embriológicas, comportamentais e moleculares (como a sequência de aminoácidos de uma
proteína ou a sequência de nucleotídeos no DNA ou RNA). É com base em todo um conjunto de seme-
lhanças (homologias) entre dois ou mais grupos, que podemos supor uma ancestralidade comum.
No caso dos mamíferos, um ancestral exclusivo desse grupo deu origem a um grande número de espé-
cies adaptadas a condições de vida muito diferentes. Chamamos esse fenômeno de irradiação adap-
tativa. Como resultado dessa evolução, os ossos dos membros anteriores dos mamíferos sofreram
modificações e hoje desempenham diferentes funções: correr (cavalo); manipular objetos (ser huma-
no); nadar (baleia); cavar (tatu); voar (morcego); etc.
Há, no entanto, caracteres que se assemelham simplesmente por exercerem a mesma função, mas não
derivam de modificações de estruturas semelhantes, já existentes em um ancestral comum exclusivo.
Estas são semelhantes apenas quanto à função e são chamadas estruturas análogas. Esse tipo de se-
melhança não é usado nos estudos que visam estabelecer relações de parentesco evolutivo.
São análogas, por exemplo, as asas das aves e as dos insetos: ambas desempenham a mesma função,
que é o voo, mas não são derivadas das mesmas estruturas presentes em um ancestral comum exclu-
sivo entre aves e insetos.
As estruturas análogas são fruto do que se chama evolução convergente (ou convergência evolutiva).
Nesse processo a semelhança se deve apenas à adaptação a uma condição ecológica semelhante. A
evolução dessas estruturas ocorre de forma independente em dois ou mais grupos de seres vivos que
não possuem um ancestral comum mais recente e exclusivo.
76
Fonte: Biologia Hoje - Volume 3
A presença de ossos vestigiais de membros posteriores em baleias e serpentes indica que esses ani-
mais descendem de espécies com pernas que se adaptaram a um novo modo de vida. Nas baleias, a
perda dos membros posteriores diminuiu o atrito com a água, tornando mais eficiente o deslocamento
do animal no ambiente aquático. Nas serpentes, essa perda pode ter facilitado o deslizamento delas por
fendas estreitas entre pedras e sua entrada em buracos no solo.
D) DADOS MOLECULARES
Em termos moleculares, quanto maior a diferença na sequência de ácidos nucleicos e nas proteínas de
duas espécies, maior a distância evolutiva entre elas. Assim, as semelhanças na sequência dos ami-
noácidos de uma proteína ou de nucleotídeos do DNA podem indicar o grau de parentesco entre duas
espécies.
Quanto maior for a semelhança nas sequências das bases nitrogenadas dos ácidos nucleicos, ou quanto
maior a semelhança entre as proteínas dessas espécies, maior será a proximidade evolutiva entre elas.
E) EMBRIOLOGIA COMPARADA
O estudo comparado da embriologia de diversos vertebrados mostra a grande semelhança do padrão
de desenvolvimento inicial. À medida que o embrião se desenvolve, surgem características individuali-
zantes e as semelhanças diminuem.
Quanto mais diferentes são os organismos, menor é a semelhança no desenvolvimento embrionário.
77
PARA SABER MAIS:
Para relembrar os assuntos abordados nessas semanas, assista às aulas de Biologia exibidas no
programa Se Liga na Educação, disponíveis nos links abaixo.
Biologia – Evidências da Evolução. Aula exibida para o 3º Ano do Ensino Médio no dia 06/11/2020
com o professor Vinícius Braz no programa Se Liga na Educação. Disponível em: <https://drive.
google.com/file/d/17CPbeNAMy5_9KkhxsAaytlu7zPtgKaQD/view>.
ATIVIDADES
1 – (PUC-RIO 2014) As ilustrações abaixo correspondem (da esquerda para a direita) ao membro anterior
de um humano, um gato, uma baleia e um morcego. É correto afirmar que:
78
2 – (UNESP 2021) Analise os desenhos.
Neste trabalho de Leonardo da Vinci, transparece a sua dedicação alicerçada no racionalismo, no expe-
rimentalismo científico e no antropocentrismo, características do movimento, que, mais de três sécu-
los depois, também influenciaram os ideais evolucionistas de Charles Darwin. A análise desta brilhante
investigação científica evidencia a relação evolutiva entre órgãos e de origem embrionária.
As lacunas do texto são preenchidas, respectivamente, por:
e) Órgãos homólogos são aqueles que apresentam a mesma função, mas origens diferentes.
79
4 – (ENEM 2007) Fenômenos biológicos podem ocorrer em diferentes escalas de tempo. Assinale a
opção que ordena exemplos de fenômenos biológicos, do mais lento para o mais rápido.
5 – (UNICAMP 2019) No ano de 2015, foi descrito o fóssil de um réptil que viveu há 150 milhões de anos
onde hoje é a região Nordeste do Brasil. Conforme ilustra a figura a seguir, esse animal apresenta corpo
alongado, com muitas vértebras e costelas, e membros anteriores e posteriores reduzidos (a seta indica
a região ampliada no canto inferior esquerdo). Por sua anatomia peculiar, um grande debate teve início
sobre a posição que esse animal deveria ocupar na árvore da vida.
Sabe-se que os lagartos (que geralmente têm membros) e as serpentes (seres ápodes) que vivem atual-
mente têm um ancestral comum. Sendo assim, o organismo ilustrado na figura
a) não pode pertencer à linhagem evolutiva das serpentes, pois a perda dos membros anteriores e
posteriores levaria a um prejuízo à vida do animal, e a evolução resulta apenas em melhoria dos
organismos.
b) não pode pertencer à linhagem evolutiva das serpentes, pois a evolução é gradual e incapaz de
gerar mudanças drásticas na morfologia de um ser vivo, como a perda de membros anteriores e
posteriores.
c) pode pertencer à linhagem evolutiva das serpentes, sendo que seu ancestral comum com os
lagartos possuía membros, depois perdidos por processos evolutivos, originando as serpentes
ápodas atuais.
d) pode ser um fóssil de transição, pois os ancestrais das serpentes que não utilizavam seus mem-
bros com tanta frequência sofreram atrofia desses membros, deixando de transferir tal carac-
terística para seus descendentes.
80
REFERÊNCIAS
AGUILAR, João Batista et al. Biologia - Ensino Médio (vol. 3). 1.ed. São Paulo: Edições SM Ltda., 2009
(Coleção Ser Protagonista, 3 volumes).
AMABIS, JOSÉ MARIANO; MARTHO, GILBERTO RODRIGUES. Biologia das populações - Volume 3:
Ed. – São Paulo: Moderna, 2010.
CAMPBELL, N.A.; REECE, J.B.; URRY, L.A.; CAIN, M.L.; WASSERMAN, S.A.; MINORSKY, P.V. & Jack-
son, R.B. 2010. Biologia.10ª ed. Artmed, Porto Alegre, 1488 p.
FAVARETTO, José Arnaldo. BIOLOGIA: Unidade e Diversidade – volume 3. São Paulo. Editora FTD, 1ª
Edição.
JÚNIOR, César da Silva; SASSON, Sezar; JÚNIOR, Nelson Caldini. Biologia – Ensino Médio. Volume
3. 11 ed. Editora Saraiva. 2016
LOPES, Sônia.; ROSSO, Sérgio. BIO – Volume 3. São Paulo. Editora Saraiva, 3ª Edição, 2016.
LINHARES, Sérgio. GEWANDSZNAJDER, Fernando. PACCA, Helena. Biologia Hoje - volume 3. 3ª Edi-
ção. Editora Ática, São Paulo, 2017.
81
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
SEMANA 1
EIXO TEMÁTICO:
Materiais - aprofundamento.
TEMA/TÓPICO:
Substâncias orgânicas / principais grupos das substâncias orgânicas.
HABILIDADE(S):
24.1. Reconhecer as substâncias que apresentam as principais funções orgânicas e algumas de
suas características.
24.1.1. Identificar o grupo funcional das substâncias orgânicas mais comuns (hidrocarbonetos,
álcoois, fenóis, cetonas, aldeídos, éteres, ésteres, ácidos carboxílicos, amidas e aminas).
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Hidrocarbonetos.
82
Fonte: do próprio autor.
Nome Butano
O butano, um dos constituintes do gás de cozinha, de fórmula molecular C4H10, pode ser representado
através da fórmula estrutural de traço,que nos revela a estrutura, isto é, a arrumação ou disposição dos
átomos dentro das moléculas. também podemos ver esta representação na fórmula estrutural conden-
sada, onde as ligações entre o hidrogênio e o carbono são suprimidas.
Ainda há uma outra maneira de representar este composto, usando a fórmula de linhas, onde cada pon-
ta dos traços, ou ângulos representados indica a presença de um átomo de carbono, (lembre-se que
o carbono sempre faz 4 ligações, e que neste tipo de fórmulas suprimimos os hidrogênios).
Os hidrocarbonetos de cadeias abertas podem ser classificados como ALCANOS, ALCENOS (ALQUE-
NOS) E ALCINOS (ALQUINOS).
• ALCANOS: Hidrocarbonetos de cadeia aberta que apresentam apenas ligações simples en-
tre carbonos.
• ALCENOS ou ALQUENOS: Hidrocarbonetos de cadeia aberta que possuem uma ligação dupla
entre carbonos.
• ALCINOS ou ALQUINOS: Hidrocarbonetos de cadeia aberta que possuem uma ligação tripla en-
tre carbonos.
PROPRIEDADES FÍSICAS DOS HIDROCARBONETOS
83
Os hidrocarbonetos são compostos apolares, por isso possuem pontos de fusão e ebulição baixos em
relação aos compostos polares. Comparando hidrocarbonetos de uma mesma classe, observamos que
os pontos de fusão e ebulição aumentam com o aumento da massa molar do composto.
Fonte: <https://dex.descomplica.com.br/enem/quimica/aprofundamento-propriedades-fisicas-dos-compostos-organicos/
explicacao/1>. Acesso em: 14 maio 2021.
Comparando dois compostos com mesma fórmula molecular (isômeros), o que possuir cadeia normal
ou for menos ramificado apresentará pontos de fusão e de ebulição maiores que o de cadeia mais rami-
ficada. Isso porque quanto maior a área superficial entre as moléculas de um composto, mais intensas
as ligações intermoleculares e, portanto, mais alto o ponto de ebulição.
ATIVIDADES
1 – Desenhe a fórmula estrutural condensada e a fórmula de linha para o alcano com 8 átomos de carbono.
84
3 – (UFRGS – RS) A síntese da ureia, a partir de cianato de amônio como reagente, segundo a equação a
seguir, desenvolvida por Wöhler, em 1828, foi um marco na história da Química porque:
4 – O hidrocarboneto de fórmula
a) Alcanos.
b) Alcenos.
c) Alcinos.
d) Alcadienos.
e) Alcatrienos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Vimos nesta semana que hidrocarbonetos são compostos formados apenas por átomos de carbono e
hidrogênio, essas substâncias são apolares e por isso possuem baixas temperaturas de fusão e ebuli-
ção. Essa propriedade varia de acordo com a estrutura do composto. Estudamos também as diferentes
formas de representar uma cadeia carbônica.
85
SEMANA 2
EIXO TEMÁTICO:
Materiais - aprofundamento.
TEMA/TÓPICO:
Substâncias orgânicas / principais grupos das substâncias orgânicas.
HABILIDADE(S):
24.1. Reconhecer as substâncias que apresentam as principais funções orgânicas e algumas de
suas características.
24.1.1. Identificar o grupo funcional das substâncias orgânicas mais comuns (hidrocarbonetos,
álcoois, fenóis, cetonas, aldeídos, éteres, ésteres, ácidos carboxílicos, amidas e aminas).
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Nomenclatura de Hidrocarbonetos.
TEMA: Nomenclatura de hidrocarbonetos não ramificados
Caro(a) estudante, na semana anterior iniciamos nossos estudos sobre a Química Orgânica, introduzin-
do alguns conceitos básicos gerais. Aprendemos também um pouco sobre os hidrocarbonetos não ra-
mificados, aqueles classificados como alcanos, alcenos e alcinos. Nesta semana vamos aprofundar um
pouco mais nosso conhecimento sobre esse grupo de substâncias. Esperamos que ao final dessa se-
mana você seja capaz de compreender as regras de nomenclatura de hidrocarbonetos não ramificados.
Até o século XIX, os compostos orgânicos recebiam nomes que eram atribuídos com base em sua ori-
gem. Com o grande aumento da quantidade de compostos orgânicos descobertos, houve a necessi-
dade de formulação de regras internacionais de nomenclatura. Nesse contexto surgiu a nomenclatura
desenvolvida pela IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada). Essa nomenclatura é consi-
derada a oficial, em que todos os compostos têm seu nome sistemático, adotado internacionalmente.
Através das regras da IUPAC, foi definido que um composto de cadeia aberta e normal pode ser nomea-
do pela união de três fragmentos: PREFIXO + INFIXO + SUFIXO.
86
1 carbono met- Saturada
2 carbonos et- Simples –an-
3 carbonos prop- Insaturada
4 carbonos but- 1 dupla –en-
5 carbonos pent- 2 duplas –dien-
Hidrocarboneto -o
6 carbonos hex- 3 duplas –trien-
7 carbonos hept- Insaturada
8 carbonos oct- 1 tripla –in-
9 carbonos non- 2 triplas –di-in-
10 carbonos dec- 3 triplas –tri-in-
Fonte: do próprio autor.
Para dar nome aos alcenos e alcinos, precisamos primeiro numerar a cadeia carbônica. A numeração
deve ser iniciada da extremidade mais próxima à insaturação. A posição da ligação dupla ou tripla pre-
cisa estar numericamente indicada no nome do composto. Veja os exemplos a seguir.
Existem dois tipos de hidrocarbonetos de cadeia fechada: os ciclanos e os ciclenos. Ciclanos apre-
sentam apenas ligações simples entre seus carbonos e a nomenclatura é precedida da palavra “ciclo”.
Os ciclenos, são aqueles hidrocarbonetos de cadeia fechada que possuem ao menos uma instauração,
esses são nomeados seguindo as mesmas regras utilizadas para os alcenos, precedido da palavra “ci-
clo”. Veja alguns exemplos a seguir.
87
Fonte: do próprio autor.
ATIVIDADES
1 – Relacione os tipos de hidrocarbonetos na primeira coluna com os compostos da segunda coluna.
I) Aromático.
II) Alcano.
III) Alceno.
IV) Alcino.
( ) C6H6
( ) C3H4
( ) C4H8
( )C5H12
88
3 – Existe somente uma dupla ligação na cadeia carbônica da molécula de:
a) Benzeno
b) Propan-1-eno
c) Ciclopentano
d) Penta-1,2-dieno
e) Butino.
A nomenclatura desses hidrocarbonetos leves, constituintes do gás natural é baseada, dentre alguns
critérios, na quantidade de carbonos presentes no composto. O número correto de carbonos nos hidro-
carbonetos não ramificados citados no texto é respectivamente:
a) 2, 5, 5, 3.
b) 2, 3, 4, 5.
c) 2, 4, 4, 3.
d) 2, 4, 4, 5.
e) 2, 3, 5, 5.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Olá estudantes! Vimos nesta semana que a nomenclatura de um composto orgânico de cadeia normal
pode ser identificado através da junção de um prefixo, que depende da quantidade de carbonos presen-
tes na cadeia principal, um infixo, que depende do tipo de ligação química e um sufixo, que depende da
função orgânica. Para os hidrocarbonetos o sufixo será sempre “-o”.
89
SEMANA 3
EIXO TEMÁTICO:
Materiais - aprofundamento.
TEMA/TÓPICO:
Substâncias orgânicas / principais grupos das substâncias orgânicas.
HABILIDADE(S):
24.1. Reconhecer as substâncias que apresentam as principais funções orgânicas e algumas de
suas características.
24.1.1. Identificar o grupo funcional das substâncias orgânicas mais comuns (hidrocarbonetos,
álcoois, fenóis, cetonas, aldeídos, éteres, ésteres, ácidos carboxílicos, amidas e aminas).
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Nomenclatura de hidrocarbonetos ramificados e combustíveis fósseis.
90
Fonte: <https://www.todamateria.com.br/nomenclatura-de-hidrocarbonetos/>. Acesso em: 14 maio 2021.
Exemplo:
A cadeia principal é a maior sequência de carbonos que contém a instauração. É possível identificar os
radicais metil (carbono 2) e etil (carbono 4). Para escrever o nome desse hidrocarboneto escrevemos
primeiro a posição e o nome das ramificações em ordem alfabética, em seguida o nome da cadeia prin-
cipal, nesse caso:
4-etil-2-metil-hex-2-eno
TEMA INTEGRADOR – TRÂNSITO: A GASOLINA
A gasolina é o carburante mais utilizado atualmente nos motores endotérmicos, sendo uma mistura
de hidrocarbonetos (compostos orgânicos que contém átomos de carbono e hidrogênio) obtidos do
petróleo bruto, por intermédio de vários processos como o craqueamento, destilação e outros. Os hi-
drocarbonetos que compõem a gasolina são formados por moléculas de menor cadeia carbônica (nor-
malmente cadeias de 5 a 10 átomos de carbono).
A gasolina pode conter (em menor quantidade) substâncias cuja fórmula química contém átomos de
nitrogênio, enxofre, metais, oxigênio, etc. Esse combustível é um líquido volátil e inflamável, a faixa de
destilação da gasolina automotiva varia de 30 a 220 °C.
Fonte: <https://brasilescola.uol.com.br/quimica/gasolina.htm>. Acesso em: 14 maio 2021.
91
Exemplo:
C12H26 –> 1C8H18 + 2 C2H4
Nesse exemplo a fração de querosene é transformada em uma fração de gasolina e um alceno.
A gasolina é um combustível usado em motores de explosão. Quanto mais eficiente a explosão, maior
será a potência do motor. O processo de combustão ou queima de um composto orgânico se refere à
reação exotérmica desse composto com o oxigênio molecular (O2), na presença de aquecimento. Qual-
quer hidrocarboneto terá como produto de sua combustão completa apenas gás carbônico, CO2, água,
H2O, e energia.
• Combustão do 2,2,4-trimetilpentano (gasolina):
1C8H18 + 25/2 O2 –> 8CO2 + 9H2O
Geralmente a queima da gasolina não é completa e a queima incompleta produz gases tóxicos que são
liberados na atmosfera, como o monóxido de carbono CO(g), e vapores de hidrocarbonetos, como o
etano, C2H6(g).
ATIVIDADES
1 – Relacione corretamente a fórmula estrutural dos compostos derivados do benzeno, com seu
nome oficial:
( ) 1-metil-4-isopropilbenzeno. ( ) 1,2-dimetilbenzeno.
( ) 1,3,5-trietilbenzeno. ( ) 1,2,4-trimetilbenzeno.
( ) 1,3-dietilbenzeno.
92
3 – (ENEM/2018) O petróleo é uma fonte de energia de baixo custo e de larga utilização como matéria-
prima para uma grande variedade de produtos. É um óleo formado de várias substâncias de origem
orgânica, em sua maioria hidrocarbonetos de diferentes massas molares. São utilizadas técnicas de
separação para obtenção dos componentes comercializáveis do petróleo. Além disso, para aumentar
a quantidade de frações comercializáveis, otimizando o produto de origem fóssil, utiliza-se o processo
de craqueamento. O que ocorre nesse processo?
d) Decantação das moléculas com diferentes massas molares pelo uso de centrífugas.
4 – A imprensa denunciou a venda, nos postos autorizados, de gasolina adulterada (“batizada”) com
solventes de ponto de ebulição mais altos, responsáveis pela formação de resíduos nocivos aos motores
dos automóveis. Sabendo-se que a gasolina é rica em hidrocarbonetos com 7 a 9 átomos de carbono,
escolha a opção cujo material, derivado do petróleo, poderia estar sendo usado como adulterante.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Nesta semana, conhecemos os compostos orgânicos ramificados e os principais grupos orgânicos
substituintes. Aprendemos também sobre a composição, o processo de produção e a combustão da
gasolina, um dos combustíveis fósseis (derivados do petróleo) mais utilizados atualmente.
93
SEMANA 4
EIXO TEMÁTICO:
Materiais - Aprofundamento.
TEMA/TÓPICO:
Substâncias Orgânicas – Principais Grupos Funcionais Oxigenados das Substâncias Orgânicas.
HABILIDADE(S):
15.1. Reconhecer substâncias moleculares por meio de suas propriedades e usos.
24.1. Reconhecer as substâncias que apresentam as principais funções orgânicas e algumas de
suas características.
24.1.1. Identificar o grupo funcional das substâncias orgânicas mais comuns (Álcoois, Enóis, Fenóis,
Aldeídos e Cetonas).
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Hidrocarbonetos.
94
O nome oficial (IUPAC) de um álcool segue o esquema: prefixo+ infixo (geralmente an) + ol, assim ETA-
NOL nos indica um álcool formado por dois carbonos.
Fonte: FONSECA, Martha Reis Marques da. Química: ensino Médio, Volume 3, 2ª ed. São Paulo, Ática 2016. (adaptado).
Quando a hidroxila está ligada a um carbono de um anel aromático (Ar – OH), denominamos estes com-
postos de Fenóis, quando a hidroxila está ligada a um carbono de uma dupla ligação (C = C), denomina-
mos estes compostos de Enóis.
Outras duas funções orgânicas muito importante são a função aldeído e a função cetona, que são ca-
racterizadas pela presença de um grupo funcional chamado CARBONILA, que é constituído por um áto-
mo de carbono ligado a um átomo de oxigênio por ligação dupla (C=O).
Nos Aldeídos, a carbonila está ligada a um átomos de Hidrogênio ( no caso do metanal, ela está ligada a
dois átomos de hidrogênios) , na extremidade da cadeia carbônica, enquanto na cetona o grupo carbo-
nila está dentro da cadeia carbônica principal, ligado a dois átomos de carbono.
Segundo a IUPAC, deve-se seguir as regras já estudadas de nomenclatura dos hidrocarbonetos, alte-
rando o sufixo, usamos o sufixo AL para aldeídos e o sufixo ONA para as cetonas, no caso das cetonas
deve-se indicar qual o carbono está ligado a carbonila, quando houver mais de uma possibilidade.
Fonte: FONSECA, Martha Reis Marques da. Química: ensino Médio, Volume 3, 2ª ed. São Paulo, Ática 2016. (adaptado).
95
ATIVIDADES
1 – Escreva a fórmula molecular estrutural condensada e molecular para as seguintes substâncias.
2 – Circule as funções orgânicas estudadas, presentes nos compostos abaixo e dê nome a elas.
3 – Sobre o etanol, cuja fórmula estrutural é H3C – CH2 – OH, identifique a alternativa incorreta:
b) É um diálcool.
d) É um monoálcool.
a) ácido carboxílico.
b) aldeído.
c) éter.
d) fenol.
e) cetona.
96
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Olá, estudante, nesta semana vimos o que são as funções orgânicas oxigenadas, aquela onde há a pre-
sença de oxigênio, além do hidrogênio e do carbono. Estudamos cinco delas, os Álcoois, Fenóis e Enóis,
têm a presença do grupo funcional hidroxila, sendo que se diferenciam pela presença ou não de insatu-
ração, no caso dos álcoois e enóis, ou se a hidroxila está ligada a um anel aromático, no caso dos fenóis.
Vimos também os grupos funcionais aldeídos e cetonas, que apresentam o grupo funcional carbonila.
Nos Aldeídos, a carbonila está ligada a um átomos de Hidrogênio ( no caso do metanal, ela está ligada a
dois átomos de hidrogênios) , na extremidade da cadeia carbônica, enquanto na cetona o grupo carbo-
nila está dentro da cadeia carbônica principal, ligado a dois átomos de carbono.
97
SEMANA 5
EIXO TEMÁTICO:
Materiais - Aprofundamento.
TEMA/TÓPICO:
Substâncias Orgânicas – Principais Grupos Funcionais Oxigenados das Substâncias Orgânicas.
HABILIDADE(S):
15.1. Reconhecer substâncias moleculares por meio de suas propriedades e usos.
24.1. Reconhecer as substâncias que apresentam as principais funções orgânicas e algumas de
suas características.
24.1.1. Identificar o grupo funcional das substâncias orgânicas mais comuns (ácidos carboxílicos,
éter e ésteres).
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Funções orgânicas Oxigenadas.
Fonte: FONSECA, Martha Reis Marques da. Química: ensino Médio, Volume 3, 2ª ed. São Paulo, Ática 2016. (adaptado).
Passamos agora a tratar dos ésteres, são compostos que podem ser obtidos pela reação de ácidos
carboxílicos com álcoois ou fenóis. Nos ésteres o grupo alcóxido ( RO-) ou Fenóxido (ArO-) substituem a
hidroxila do grupo carboxila em uma reação denominada esterificação.
98
No caso dos ésteres, o grupo que vem do ácido carboxílico tem o sufixo ato em vez de ico e o grupo que
vem do álcool, tem o sufixo ila, assim, a reação entre o ácido metanóico e o etanol, gera o metanoato
de etila.
Fonte: O autor
Já os éteres apresentam funções bem diferentes dos ésteres, embora tenham um nome parecido (éter
e ésteres).
Os éteres são compostos que possuem um átomo de oxigênio entre dois átomos de carbono, como um
heteroátomo.
Damos nomes a estes compostos da seguinte maneira: o nome da cadeia carbônica mais simples, mais
o infixo OXI e em seguida acrescentamos o nome do hidrocarboneto de cadeia mais longa, ligado ao
oxigênio.
Fonte: FONSECA, Martha Reis Marques da. Química: ensino Médio, Volume 3, 2ª ed. São Paulo, Ática 2016. (adaptado).
ATIVIDADES
1 – Escreva a fórmula de linhas para as seguintes substâncias.
99
2 – Circule as funções orgânicas estudadas, presentes nos compostos abaixo e dê nome a elas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Olá, estudante, nesta semana vimos mais três funções orgânicas oxigenadas, os ácidos carboxílicos,
que possuem o carbono da carbonila está sempre ligado um grupo hidroxila (-OH), esta ligação da hi-
droxila à carbonila, gera um novo grupo denominado carboxila (-COOH), vimos também os Éteres que
são substâncias que possuem um átomo de oxigênio entre dois átomos de carbono, como um hete-
roátomo. Vimos também os Ésteres, que são compostos que podem ser obtidos pela reação de ácidos
carboxílicos com álcoois ou fenóis. Nos ésteres o grupo alcóxido ( RO-) ou Fenóxido (ArO-) substituem a
hidroxila do grupo carboxila em uma reação denominada esterificação.
100
SEMANA 6
EIXO TEMÁTICO:
Materiais - Aprofundamento.
TEMA/TÓPICO:
Substâncias Orgânicas – Principais Grupos Funcionais Nitrogenados das Substâncias Orgânicas.
HABILIDADE(S):
15.1. Reconhecer substâncias moleculares por meio de suas propriedades e usos.
24.1. Reconhecer as substâncias que apresentam as principais funções orgânicas e algumas de
suas características.
24.1.1. Identificar o grupo funcional das substâncias orgânicas mais comuns (aminas e amidas).
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Funções Orgânicas.
Fonte: FONSECA, Martha Reis Marques da. Química: ensino Médio, Volume 3, 2ª ed. São Paulo, Ática 2016. (adaptado).
101
Fonte: PERUZZO, Francisco Miragaia; CANTO, Eduardo Leite do. Química na abordagem do cotidiano, 3. ed. — São Paulo: Moderna,2003
Um outro grupo nitrogenado importante, são as amidas, estas substâncias apresentam um grupo car-
bonila ligado a um átomo de nitrogênio ligado a hidrogênios e/ou grupos alquila. As amidas podem ser
classificadas em primárias, quando o nitrogênio estiver ligado a um carbono da carbonila (C = O) locali-
zado na extremidade da cadeia; secundárias, quando o nitrogênio estiver ligado a dois carbonos da car-
bonila e um átomo de hidrogênio; e terciária, que é quando o nitrogênio estiver ligado a três carbonos
da carbonila. Observe a fórmula estrutural básica de cada uma dessas amidas:
Para nomearmos as amidas não substituídas observamos o seguinte esquema ( prefixo + infixo+ ami-
da), ou de maneira substitutiva à nomenclatura dos ácidos carboxílicos correspondentes, substituindo
pela terminação -amida.
Em amidas monossubstituídas ou dissubstituídas, a cadeia mais longa é considerada a principal e o
nome segue as regras acima. As demais cadeias são consideradas substituintes e o nome segue o es-
quema: prefixo + il, precedido da letra N, que vai indicar que o substituinte está ligado ao nitrogênio.
102
ATIVIDADES
1 – Qual a relação do trânsito e do transporte com o meio ambiente?
2 – Quais medidas podem ser adotadas para minimizar os danos à saúde ocasionados pela poluição
ambiental?
a) Secundária e secundária.
b) Primária e secundária.
c) Secundária e primária.
d) Primária e terciária.
a) N,N-fenil-etilpentanamida.
b) N,N-fenil-metilpentanamida.
c) N,N-benzil-metilpentanamida.
d) N,N-benzil-etilpentanamida.
e) N,N-fenil-metil-hexanamida.
103
Caro (a) estudante, chegamos ao fim desta jornada de seis semanas, foram muitas vitórias conquista-
das até aqui, você é um vencedor.
Quero incentivar você a continuar esta jornada de estudos, superando os desafios que este momento
difícil nos impõe. Tenha fé, boa vontade e garra, juntos (Você, seus familiares, amigos, seus professores
e nós do REANP) vamos vencer esta etapa. Cuide-se, cuide dos outros também, isto é um ato de amor.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Ministério da Educação. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Volume 2.
Brasília: MEC/SEB, 2008.BRASIL. Ministério da Educação e Desportos. PCN+ Ensino Médio: Ciên-
cias da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília, MEC, Secretaria de Educação, 2002.
FELTRE, Ricardo. Química / Ricardo Feltre. Volume 3 — 6. ed. — São Paulo: Moderna, 2004.
FONSECA, Martha Reis Marques da. Química: Ensino Médio, Volume 3, 2ª ed. São Paulo, Ática 2016.
MASTERTON, William L. Química: princípios e reações, 6ª ed., Rio de Janeiro, LTC, 2010.
MINAS GERAIS, Secretaria do Estado de Educação. Conteúdo Básico Comum: CBC Química. Belo
Horizonte: SEE, 2007. 72 p.
MORTIMER, Eduardo Fleury; MACHADO, Andrea Horta. Química: Ensino Médio, Volume 3, 3ª ed. São
Paulo, Scipione, 2016.
SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos. Química Cidadã: Volume 3 Ensino médio. 3ª ed. São Paulo, AJS
2016.
USBERCO J., Salvador E., Química Geral, volume 3, 12ª.ed., São Paulo: Saraiva, 2006.
RAMALHO, José Aurélio. Educa Educação para mobilidade consciente: v. 8. ano: livro do professor/
José Aurélio Ramalho. Salvador: Martins e Martins, 2019.
104
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
SEMANA 1
EIXO TEMÁTICO:
VI. Eletricidade e Magnetismo.
TEMA/TÓPICO:
15. Eletricidade.
HABILIDADE(S):
44. Corrente elétrica em circuitos simples.
44.1. Compreender o conceito de corrente elétrica e suas aplicações.
44.1.1. Compreender o conceito de corrente elétrica e sua unidade de medida no SI.
44.1.2. Compreender as diferenças entre corrente contínua e alternada.
44.1.3. Saber resolver problemas usando a relação quantitativa entre corrente, carga e tempo.
44.1.4. Saber explicar a corrente elétrica como fluxo de elétrons livres nos condutores metálicos
devido à presença de um campo elétrico.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Carga elétrica, Campo elétrico, Potencial elétrico.
105
Ilustração: Júnia Arnaut
INTENSIDADE DA CORRENTE
Considere um corte transversal feito em um fio, perpendicularmente ao seu comprimento. Suponha
que uma pessoa o observasse durante um tempo Δt. A intensidade de corrente, i, mede o quanto de
carga passou por essa secção naquele intervalo.
∆𝑄𝑄
𝑖𝑖 =
∆𝑡𝑡
Unidade: A unidade da corrente será dada em homenagem a André-Marie Ampère, físico francês, um
dos precursores no estudo do eletromagnetismo.
Ampère (A)
As correntes elétricas podem ser obtidas de duas formas:
• Correntes contínuas (C.C.): Mantém-se constantemente no mesmo sentido do fluxo de elétrons
devido à direção constante do 𝐸𝐸 .
Exemplo: Uma pilha ou bateria fornece energia a um circuito e a corrente i mantêm-se sempre
no mesmo sentido, a partir de seu polo ( + ), provocando um movimento de cargas no circuito que
não sofre alteração.
• Correntes alternadas (C.A.): Têm o sentido do seu fluxo de cargas modificado periodicamente,
devido a uma constante mudança no sentido de 𝐸𝐸 , provocada pelos alternadores de polaridade
do gerador.
Exemplo: As empresas de distribuição de energia, como a Cemig, usam a corrente alternada. Na
maioria das cidades do mundo a frequência de oscilação é de 60 ciclos por segundo.
106
EXEMPLOS:
1 - Determine a intensidade de corrente elétrica que percorre um fio condutor sabendo que, durante
um intervalo de tempo de 2,0 s, esse condutor foi atravessado por um total de 4,0 . 1020 elétrons. (Dado:
𝑒𝑒 " = 1,6 . 10"*+ Coulombs).
RESPOSTA:
Primeiramente, determinamos a carga total que percorre o fio:
𝑄𝑄 = 𝑛𝑛 . 𝑒𝑒 ' → 𝑄𝑄 = 4,0 . 10-. . 1,6 . 10'01 → 𝑄𝑄 = 6,4. 100 → 𝑄𝑄 = 64 𝐶𝐶
Em seguida aplicamos este resultado na equação da corrente elétrica e determinamos o seu valor:
∆𝑄𝑄 64
𝑖𝑖 = → 𝑖𝑖 = → 𝑖𝑖 = 32 𝐴𝐴
∆𝑡𝑡 2
a) 1,6 A b) 3,2 A c) 16 A d) 32 A e) 20 A
2 - Uma corrente elétrica de 0,1 A é formada durante 1 minuto em um fio condutor. A carga elétrica
transportada por esse fio, durante esse intervalo de tempo, foi de:
RESPOSTA:
Usando a equação da corrente elétrica poderemos determinar o valor da carga transportada no fio.
Transformamos a unidade de tempo de minuto para segundo: 1 minuto= 60 segundos.
A partir daí poderemos aplicar os valores na equação.
∆𝑄𝑄 ∆𝑄𝑄
𝑖𝑖 = → 0,1 = → ∆𝑄𝑄 = 0,1 . 60 = 6 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶
∆𝑡𝑡 60
ATIVIDADES
1 – (UFRS-RS) O gráfico da figura representa a intensidade da corrente elétrica i em um fio condutor, em
função do tempo transcorrido t.
Calcule a carga elétrica Q que passa por uma seção do condutor nos dois primeiros segundos.
107
2 – (PUC-MG) Em um relâmpago, a carga elétrica envolvida na descarga atmosférica é da ordem de 10
coulombs.
a) 10
b) 100
c) 1000
d) 10000
e) 100000
3 – (UEPG-PR-ADAPTADO)
Considere um fio metálico no qual foi estabelecido um campo elétrico 𝐸𝐸 , conectando suas extremida-
des aos pólos de uma bateria. Os elétrons livres do fio metálico estarão sujeitos à ação da força elétrica
devida ao campo e assim serão postos em movimento, dando origem a uma corrente elétrica através
do fio condutor.
108
SEMANA 2
EIXO TEMÁTICO:
VI. Eletricidade e Magnetismo.
TEMA/TÓPICO:
15. Eletricidade.
HABILIDADE(S):
44.1.5. Saber que os principais elementos constituintes de um circuito simples são: fonte elétrica,
dispositivos de transformação de energia elétrica em outro tipo de energia e conexões entre esses
dois elementos.
44.1.6. Compreender que em uma fonte de eletricidade ou nos extremos de um elemento de um
circuito existe uma ddp ou voltagem ou tensão elétrica, que é expressa em Volt.
44.1.7. Compreender que a corrente em um circuito pode se modificar mudando-se a ddp da fonte
ou os dispositivos elétricos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Carga elétrica, Campo elétrico, Potencial elétrico, Corrente elétrica.
109
Ilustração: Júnia Arnaut
O valor da diferença de potencial elétrico entre os polos A e B da pilha será chamada de tensão ou ddp
(diferença de potencial) e será medida em Volts, sendo calculada pela equação:
𝑇𝑇"#
𝑉𝑉"# =
𝑞𝑞
A unidade da ddp significa que para se deslocar uma carga de 1 C de um ponto A até outro B, as forças
do campo elétrico realizam um trabalho de 1 J sobre cada Coulomb de carga.
Representação esquemática da bateria em um circuito:
A corrente varia dependendo da ddp aplicada ao circuito. Se ligarmos duas pilhas idênticas ao invés de
uma, a ddp sobre o circuito irá dobrar. Pois bem, se medirmos a corrente deste circuito iremos notar
que ela irá dobrar também. Isto garante que a ddp e a corrente são diretamente proporcionais. Depen-
dendo das características do fio condutor, tais como sua forma, seu comprimento, espessura, material,
teríamos também mudanças no valor da corrente medida no condutor. Assim, começou-se a notar que
os dispositivos ligados a um circuito também modificaram a corrente que circula por ele, pois oferecem
resistência à passagem da corrente elétrica.
Podemos associar várias pilhas em um mesmo circuito, basta que façamos uma sequência em que o
polo positivo da primeira esteja ligado no negativo da próxima e assim por diante. Desta forma estaría-
mos somando duas ddp´s e aumentando a energia que entra no circuito.
110
EXEMPLO:
1 – (UFMG-MG) Um professor pediu a seus alunos que ligassem uma lâmpada a uma pilha com um pedaço
de fio de cobre. Nestas figuras, estão representadas as montagens feitas por quatro estudantes:
Considerando-se essas quatro ligações, é CORRETO afirmar que a lâmpada vai acender apenas
a) na montagem de Mateus.
b) na montagem de Pedro.
RESPOSTA:
Para que possamos concretizar as ligações de um circuito e fechá-lo, e assim haver passagem de corren-
te, devemos seguir a seguinte determinação: Partindo do polo (+) da pilha, devemos por intermédio de fio
ou diretamente caso o aparelho permita isso, ligar um dos pólos do dispositivo. No caso da lâmpada, seus
pólos são o pininho preto abaixo da rosca e o outro polo será a própria rosca. Trocando para o outro pólo
da lâmpada, devemos ligá-lo ao pólo (-) da pilha, fechando o circuito.
Isso ocorre nas montagens feitas por João e Pedro.
Na montagem de Carlos, a lâmpada tem o mesmo pólo ligado aos pólos da pilha.
Mateus não ligou a lâmpada ao polo (-) da pilha.
111
ATIVIDADES
1 – (FUVEST-SP) Na década de 1780, o médico italiano Luigi Galvani realizou algumas observações,
utilizando rãs recentemente dissecadas. Em um dos experimentos, Galvani tocou dois pontos da
musculatura de uma rã com dois arcos de metais diferentes, que estavam em contato entre si,
observando uma contração dos músculos, conforme mostra a figura:
Interpretando essa observação com os conhecimentos atuais, pode-se dizer que as pernas da rã conti-
nham soluções diluídas de sais. Pode-se, também, fazer uma analogia entre o fenômeno observado e o
funcionamento de uma pilha.
Considerando essas informações, foram feitas as seguintes afirmações:
I) Devido à diferença de potencial entre os dois metais, que estão em contato entre si e em contato
com a solução salina da perna da rã, surge uma corrente elétrica.
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
112
2 – Suponha que um estudante em um laboratório precise ligar uma lâmpada funcione com 9 V. Ele
possui 8 pilhas de 1,5 V cada.
b) Faça um desenho esquemático mostrando como foram ligadas estas pilhas para obter a tensão
necessária.
3 – (CFT-SC) Um chuveiro elétrico não está aquecendo satisfatoriamente a água. Para resolver esse
problema, fechamos um pouco a torneira. Com esse procedimento, estamos:
113
SEMANA 3
EIXO TEMÁTICO:
VI. Eletricidade e Magnetismo.
TEMA/TÓPICO:
15. Eletricidade.
HABILIDADE(S):
45. Resistência Elétrica.
45.1 Compreender o conceito de resistência elétrica e suas aplicações.
45.1.1 Compreender o conceito de resistência elétrica e sua unidade de medida no SI.
45.1.2 Compreender os conceitos de condutores ôhmicos e não ôhmicos.
45.1.3 Saber resolver problemas usando a relação entre resistência, diferença de potencial e cor-
rente elétrica.
45.1.4 Compreender que a resistência elétrica de resistores de fio varia com o seu comprimento,
com a área de sua seção transversal e com a resistividade do material do fio.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Carga elétrica, Campo elétrico, Potencial elétrico, Corrente elétrica, Circuitos elétricos.
Unidade: Em homenagem ao físico alemão George Simon Ohm, a unidade da resistência elétrica será
chamada de:
𝑉𝑉(𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉)
Ω (OHM) Ω(OHM) = 𝐴𝐴(𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴è𝑟𝑟𝑟𝑟)
Representação esquemática de uma resistência:
114
ou
Há condutores onde a resistência se mantém constante, independente dos valores de tensão aplicados
em seus pólos. Estes condutores são chamados de Condutores Ôhmicos (aqueles que obedecem à 1ª
Lei de Ohm).
Para estes, na relação V = R. i , se variarmos os valores de V, obteremos um i diretamente proporcional a
V, enquanto R se mantém constante. O gráfico V x i para um condutor Ôhmico será uma reta.
A resistência de um condutor depende de algumas de suas propriedades, tais como seu comprimento,
sua área e do tipo de material de que é feito. Cada uma destas interfere de maneira a alterar a resistên-
cia final. Assim, de acordo com a sequência abaixo, veremos como cada uma delas se comporta:
3 – Os materiais são classificados como bons ou maus condutores a partir de sua Resistividade (ρ):
quanto maior sua resistividade, maior sua resistência. Os valores das resistividades dos materiais são
definidos pelo Sistema Internacional de unidades e incluídos em uma tabela, a qual consultamos sempre
que necessário, sem necessidade de memorizar.
𝐿𝐿
𝑅𝑅 = 𝜌𝜌 . → 2* 𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑂𝑂𝑂𝑂𝑂.
𝐴𝐴
EXEMPLOS:
115
1 – (UFG-GO) Nos choques elétricos, as correntes que fluem através do corpo humano podem causar
danos biológicos que, de acordo com a intensidade da corrente, são classificados segundo a tabela a
seguir.
Considerando que a resistência do corpo em situação normal é da ordem de 1500 Ω, em qual das faixas
acima se enquadra uma pessoa sujeita a uma tensão elétrica de 220 V?
a) I b) II c) III d) IV v) v
RESPOSTA:
𝑉𝑉 220
𝑉𝑉 = 𝑅𝑅. 𝑖𝑖 → 𝑖𝑖 = → 𝑖𝑖 = = 0,146667 𝐴𝐴 → 𝑖𝑖 = 146,667 . 1012 𝐴𝐴 → 𝑖𝑖 = 146,667 𝑚𝑚 𝐴𝐴
𝑅𝑅 1500
O valor obtido será maior que 100 mA, logo o dano será compatível com o ítem IV. Letra D.
1 – Em um projeto de construção civil, necessita-se de um fio metálico que ofereça uma resistência
nominal de 3,4 . 10-2 Ω, com comprimento mínimo de 20 m e área mínima de 10 mm2. Qual dos materiais
da tabela abaixo satisfaz este requisito?
RESPOSTA:
Primeiro transformamos 10 mm2 para m2 –> 10 mm2 = 0,000010 m2 = 1,0 . 10-5 m2.
Substituímos na equação da 2ª. Lei de Ohm, determinamos a resistividade e conferimos qual o material
será compatível:
𝐿𝐿 20 3,4 . 10./
𝑅𝑅 = 𝜌𝜌. → 3,4. 10./ = 𝜌𝜌 . → 3,4. 10./ = 𝜌𝜌 . 20 . 101 → 𝜌𝜌 = →
𝐴𝐴 1,0 . 10.1 20 . 101
𝜌𝜌 = 0,17 . 10)* = 1,7 . 10)+
Ω.m
Comparando este resultado com a tabela de resistividade acima, o material é o cobre.
116
ATIVIDADES
1 – (UFSM-RS)
Chama-se “gato” uma ligação elétrica clandestina entre a rede e uma residência.
Usualmente, o “gato” infringe normas de segurança, porque é feito por pessoas não especializadas. O
choque elétrico, que pode ocorrer devido a um “gato” malfeito, é causado por uma corrente elétrica que
passa através do corpo humano.
Considere a resistência do corpo humano como 105 Ω para pele seca e 103 Ω para pele molhada.
Se uma pessoa com a pele molhada toca os dois pólos de uma tomada de 220 V, a corrente que a atra-
vessa, em A, é
a) 2,2 . 105
b) 2,2 . 103
c) 4,5
d) 2,2 . 10-1
e) 2,2 .10-3
2 – (UFMS) O gráfico desta questão mostra o resultado de um experimento no qual foi medida a corrente
elétrica em função da diferença de potencial aplicada entre as extremidades de cinco condutores pro-
duzidos a partir de cinco ligas metálicas diferentes, cujos resultados são rotulados de I a V.
Todos os condutores, de tipo cilíndrico, foram produzidos com os mesmos comprimentos e raios. A
respeito desses condutores, é correto afirmar que:
117
( ) os condutores II e III são ôhmicos.
( ) os condutores III e IV são ôhmicos.
( ) o condutor III possui uma resistência que é o dobro do condutor IV.
( ) para o condutor V, a diferença de potencial pode ser escrita como V = R.i, onde R é a resistência
desse condutor.
( ) acima de 1 Volt, o condutor I é o que apresenta maior resistência dentre todos.
3 – (PUC-MG) A “chave” de um chuveiro elétrico pode ser colocada nas posições “fria”, “morna” e “quente”.
Quando se muda a chave de posição, modifica-se o valor da resistência elétrica do chuveiro. Indique a
correspondência VERDADEIRA.
118
SEMANA 4
EIXO TEMÁTICO:
VI. Eletricidade e Magnetismo.
TEMA/TÓPICO:
15. Eletricidade.
HABILIDADE(S):
46. Circuitos Elétricos.
46.1 Compreender os diversos tipos de circuitos elétricos e suas aplicações.
46.1.2 Representa circuitos elétricos em série, em paralelo e mistos, através de diagramas.
46.1.3 Saber determinar a resistência equivalente numa associação de resistores em série, em para-
lelo e mista simples.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Carga elétrica, Campo elétrico, Potencial elétrico, Corrente elétrica, Circuitos elétricos, Resistência
elétrica.
A tensão em cada componente poderá sofrer alterações dependendo das resistências de cada elemen-
to, mas a energia fornecida pela bateria será totalmente aproveitada pelos elementos do circuito.
• Ramificados: Podem existir vários caminhos para a corrente, logo ela irá se dividir. No circuito
ramificado, o ponto onde o circuito se ramifica, é chamado de nó do circuito.
119
Figura 02: Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/associacao-resistores.htm>. Acesso em: 05 maio
2021-ADAPTADA
Lei dos nós: A soma das intensidades de corrente que chegam é igual à soma das intensidades de corren-
te que saem do nó. –> i1 = i2+ i3
Neste tipo de circuito, a tensão que chega aos nós será a mesma, logo cada elemento receberá a mes-
ma energia. Mas como as resistências de cada elemento podem ser diferentes, a corrente de cada ramo
também poderá sofrer alterações.
ASSOCIAÇÃO DE RESISTÊNCIAS
Resistor equivalente → Pode-se trocar o conjunto de resistências por uma única que fará o mesmo tra-
balho. Chama-se resistor equivalente àquele que pode substituir um conjunto sem que o circuito pre-
cise ser alterado.
Nos circuitos em série conforme o desenho da figura 01 acima, partindo da tensão em cada pólo dos
resistores deduzimos a equação que nos permite calcular o valor do resistor equivalente em uma
associação.
VAB+ VBC+ VCD = VAD –> R1. i + R2 .i + R3.i = VAD –> colocando i em evidência teremos :
VAD= (R1+ R2+ R3).i
𝑉𝑉&' (𝑅𝑅* + 𝑅𝑅- + 𝑅𝑅. ). 𝑖𝑖
𝑅𝑅"# =
𝑖𝑖
=
𝑖𝑖
→ simplificando i teremos:
𝑅𝑅"#. = 𝑅𝑅& + 𝑅𝑅) + 𝑅𝑅*
Na associação em paralelo mostrada na figura 02, acima, os resistores não estão ligados em sequência.
Pela Lei dos nós temos:
𝑉𝑉 𝑉𝑉 𝑉𝑉%&
i= i1+i2+i3–> 𝑖𝑖" = 𝑅𝑅 ; 𝑖𝑖# = &' ; 𝑖𝑖" = 𝑅𝑅
%&
120
1 1 1 1
= + +
𝑅𝑅#$. 𝑅𝑅' 𝑅𝑅) 𝑅𝑅*
1 1 1
Se houverem duas resistências associadas, podemos usar 𝑅𝑅#$. = 𝑅𝑅' + 𝑅𝑅) .
𝑅𝑅' . 𝑅𝑅(
Tirando o mmc 𝑅𝑅"#. =
𝑅𝑅' + 𝑅𝑅(
Associações mistas são aquelas onde aparecem os dois tipos de associações, em série e em paralelo,
ao mesmo tempo. Para resolvê-las, seguimos a ordem em que elas aparecem no circuito, determinada
pela passagem da corrente.
EXEMPLO:
Qual é a resistência equivalente da associação a seguir:
RESPOSTA:
Primeiramente determinamos a resistência equivalente que irá substituir o conjunto com 3 resistores em
paralelo:
1 1 1 1 1 1 1 1 1 3+1+2 1 6 60
= + + → = + + → = → = → 𝑅𝑅#$ = = 10𝛺𝛺
𝑅𝑅#$ 𝑅𝑅& 𝑅𝑅( 𝑅𝑅) 𝑅𝑅#$ 20 60 30 𝑅𝑅#$ 60 𝑅𝑅#$ 60 6
Agora determinamos o resistor equivalente para o conjunto com 2 resistores em paralelo. Usarei a outra
equação para dois resistores a título de exemplo, mas ambas podem ser utilizadas para esta resolução.
𝑅𝑅% . 𝑅𝑅( 20 . 20 400
𝑅𝑅"# = → 𝑅𝑅"# = = = 10𝛺𝛺
𝑅𝑅% + 𝑅𝑅( 20 + 20 40
Finalmente, teremos uma série com as resistências que sobraram e os resultados obtidos nos cálculos:
121
ATIVIDADES
1 – (PUC-MG) No circuito da figura a seguir, é CORRETO afirmar que os resistores:
b) R1 e R2 estão em série.
d) R1 e R3 estão em paralelo.
2 – (CFT-MG) A FIG. 1 representa uma associação de resistências idênticas e a FIG. 2, uma bateria e fios
de ligação.
Para se obter o maior valor de corrente elétrica, os fios devem ser ligados nos pontos
a) A e B.
b) A e D.
c) B e C.
d) C e D.
122
3 – (MACKENZIE-SP) A resistência elétrica do resistor equivalente da associação abaixo, entre os pontos
A e B, é:
a) 2 R
b) R
c) R/ 2
d) R/ 3
e) R/ 4
123
SEMANA 5
EIXO TEMÁTICO:
VI. Eletricidade e Magnetismo.
TEMA/TÓPICO:
15. Eletricidade
HABILIDADE(S):
46. Circuitos Elétricos.
46.1.4 Saber como medir a corrente elétrica num circuito em série, em paralelo e misto.
46.1.5 Saber avaliar a corrente elétrica em cada ramo de circuitos série, paralelo e misto simples em
função de suas características.
46.1.6 Saber medir a corrente elétrica em cada ramo de circuitos série, paralelo e misto simples e a
ddp em cada elemento do circuito.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Carga elétrica, Campo elétrico, Potencial elétrico, Corrente elétrica, Circuitos elétricos, Resistência
elétrica.
AMPERÍMETRO – Instrumento que mede a intensidade de corrente elétrica. Sua unidade de medida é
o Ampère.
O amperímetro deve ser associado em série no trecho onde você deseja medir a corrente. Logo, sua re-
sistência interna deve ser muito pequena (nula seria o ideal), caso contrário ele indicaria uma corrente
de intensidade menor que aquela que realmente passa pelo trecho.
124
VOLTÍMETRO – Aparelho para realização de medidas de Tensão Elétrica de um circuito. A unidade de
Tensão Elétrica é o Volt.
Como sabemos, em qualquer ligação em paralelo, a diferença de potencial (tensão) é a mesma para os
ramos do circuito. Usando esse argumento, fazemos a ligação do voltímetro em paralelo ao aparelho em
cujos terminais você quer determinar a ddp. Assim, o aparelho e o voltímetro indicarão a mesma ddp.
Para que a corrente que passa pelo aparelho cuja ddp se deseja medir não se desvie para o voltímetro,
um voltímetro ideal deve possuir resistência interna extremamente alta, tendendo ao infinito.
EXEMPLO:
Em um projeto elétrico de um engenheiro deseja-se medir as intensidades de correntes que passarão
pela fiação. Estas medidas são necessárias para a segurança da edificação que está sendo construída.
Sabe-se que a tensão da rede elétrica local é de 110 volts e que cada um dos resistores possui uma re-
sistência de 10 Ω. Encontre, seguindo as especificações dadas, as medidas que serão lidas em amperí-
metros e voltímetros, de acordo com o que se pede em cada caso abaixo:
a) Determine o valor da leitura de um amperímetro que mede a corrente total que passa no circuito.
RESPOSTA:
Para determinar a corrente total, usamos a equação da 1ª. Lei de Ohm com a resistência equivalente total.
V= REQ . itotal
Determinação da resistência equivalente do circuito:
Ramo A:
Ramo B:
125
Ramo C:
b) Encontre a tensão lida por um voltímetro quando colocado em cada ramo do circuito:
RESPOSTA:
Ramo A: 𝑉𝑉 = 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 . 𝑖𝑖 → 𝑉𝑉 = 6,67 . 2,64 = 17,60 𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉
Ramo B: 𝑉𝑉 = 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 . 𝑖𝑖 → 𝑉𝑉 = 5 . 2,64 = 13,20 𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉
Ramo C: 𝑉𝑉 = 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 . 𝑖𝑖 → 𝑉𝑉 = 30 . 2,64 = 79,20 𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉
Note aqui que a soma das tensões de cada ramo do circuito deve ser igual ao valor ofertado pela bate-
ria. (110 V = 17,60 V+13,20 V+79,20 V). Toda a energia ofertada pela bateria está sendo aproveitada pelos
elementos do circuito.
c) Determine as leituras de um amperímetro que foi colocado em cada um dos dois braços do ramo A:
RESPOSTA:
No braço de cima do Ramo A, a Req = 20 Ω. A Tensão medida neste ramo foi de 17,60 V. Então a corrente
𝑉𝑉 17,60
neste braço será: 𝑖𝑖 = 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 = 20 = 0,88 𝐴𝐴 .
17,60
No braço inferior do Ramo A, a R = 10 Ω, e a tensão é de 17,60 V. Sua corrente será: 𝑖𝑖 = 10 = 1,760 𝐴𝐴
Note aqui que a soma das correntes nos dois braços do Ramo A deve ser igual à corrente total do circui-
to. ( 2,64 A = 0,88A + 1,76A). De acordo com a Lei dos nós, a corrente resultante que entra em um nó deve
ser igual àquela que sai dele.
ATIVIDADES
1 – PUC/RJ – 2018 (ADAPTADA) Um circuito tem 3 resistores idênticos, dois deles colocados em paralelo
entre si, e ligados em série com o terceiro resistor e com uma fonte de 12 V. A corrente que passa pela
fonte é de 5,0 m A.
Qual é a resistência de cada resistor, em k Ω? (Dados: 1 m A = 10-3 A e 1 K Ω = 103 Ω)
a) 0,60
b) 0,80
c) 1,2
d) 1,6
e) 2,4
126
2 – (UFRJ-RJ) A menor resistência equivalente dos circuitos a seguir é (considere que as resistências
são todas iguais):
3 – (ACAFE-SC) Na associação de resistores (figura abaixo), R1 = 8 Ω, R2 = 12 Ω e R3 = 1,2 Ω, onde V = 24 V.
a) 6 Ω e 42 V
b) 2 Ω e 36 V
c) 12 Ω e 18 V
d) 8 Ω e 5V
e) 9 Ω e 72 V
127
SEMANA 6
EIXO TEMÁTICO:
VI. Eletricidade e Magnetismo.
TEMA/TÓPICO:
15. Eletricidade.
HABILIDADE(S):
47. Potência e efeito Joule.
47.1. Compreender o conceito de potência elétrica e suas aplicações.
47.1.1. Compreender o conceito de potência elétrica como a energia transferida por unidade de
tempo e suas unidades de medida.
47.1.4. Saber como é feita a medida da energia transferida, e saber calcular o custo mensal da utili-
zação de um eletrodoméstico.
47.1.5. Saber resolver problemas utilizando a relação quantitativa entre potência, diferença de
potencial e corrente elétrica.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Carga elétrica, Campo elétrico, Potencial elétrico, Corrente elétrica, Circuitos elétricos, Resistência
elétrica.
128
EXEMPLO:
(CFT-MG-ADAPTADA) A figura seguinte representa um circuito elétrico composto por uma fonte ideal e
três resistores.
RESPOSTA:
Primeiro determinamos a corrente total do circuito. Para tanto começamos com a resistência equivalente
da associação em paralelo:
Na associação em paralelo: ;
Determinamos a Req total do circuito e finalmente a corrente total.
𝑉𝑉 12
Req total = 2 + 2 = 4Ω –> 𝑖𝑖 = 𝑅𝑅 = 4 = 3 𝐴𝐴
%&
Corrente no resistor de 2Ω: 𝑖𝑖 = 3 𝐴𝐴 . 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 𝑛𝑛ã𝑜𝑜 ℎ𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜𝑜 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟çã𝑜𝑜 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑒𝑒 𝑎𝑎 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑛𝑛ã𝑜𝑜 𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑á.
Determinamos agora a corrente no resistor de 3Ω:
Para este cálculo, precisamos da ddp nessa associação:
𝑉𝑉 6
𝑉𝑉 = 𝑅𝑅$% . 𝑖𝑖 → 𝑉𝑉 = 2 . 3 → 𝑉𝑉 = 6 𝑉𝑉 → 𝑖𝑖 = → 𝑖𝑖 = = 2 𝐴𝐴
𝑅𝑅 3
6
Corrente no resistor de 6Ω: 𝑖𝑖 = 6 → 𝑖𝑖 = 1 𝐴𝐴.
RESPOSTA:
Usamos a resistência de 6Ω e a corrente de 1A que a percorre.
P = R . i2 –> P = 6 . 12 = 6 W
RESPOSTA:
Usamos a ddp da bateria que vale 12 V e a corrente total do circuito que vale 3A.
P= V . i –> P =12 . 3 = 36 W
129
COMO É FEITA A MEDIDA DA ENERGIA ELÉTRICA UTILIZADA EM NOSSA CASA
Se um aparelho permanece ligado durante um tempo t, a energia total ou o trabalho elétrico realizado
pelas cargas será:
𝑇𝑇
𝑃𝑃 = → 𝑇𝑇 = 𝑃𝑃. 𝑡𝑡 → 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 𝑇𝑇 = 𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 𝛥𝛥𝛥𝛥 → 𝛥𝛥𝛥𝛥 = 𝑃𝑃. 𝑡𝑡
𝑡𝑡
Portanto, quanto maior for a potência do aparelho ou o tempo que ele permanece ligado, maior será a
quantidade de energia utilizada numa residência.
A Cemig utiliza deste cálculo para fazer sua cobrança mensal em nossas contas de luz. A cada aparelho
que ligamos em nossa casa a corrente elétrica é acionada para alimentá-lo. Quanto maior a potência
desse aparelho e quanto mais tempo ele permanece ligado, maior será a leitura no medidor da Cemig. A
unidade de energia usada pela empresa é o k W h (quilowatt – hora). O valor de 1 KWh depende da região
do estado e até mesmo numa mesma cidade ele pode ser diferenciado. Para saber mais sobre o consu-
mo de energia em sua residência, verifique sua conta de eletricidade.
EXEMPLO:
A rede elétrica da cidade de Belo Horizonte, oferece uma tensão de 127 V para toda a cidade. Ao chegar
a nossas casas, esta tensão é distribuída de maneira que todos os aparelhos elétricos funcionem com
a mesma energia. Em um quarto de uma residência, onde um aluno da Rede Estadual de Ensino de MG
passa seu dia estudando possue os seguintes aparelhos ligados na tomada:
- 1 lâmpada de 15 W (valores aproximados)
- 1 computador de 300 W (valores aproximados).
A lâmpada fica acesa em média 12 h por dia e o computador fica ligado por 18 h por dia.
Pensando exclusivamente nesse cômodo da casa, qual será o gasto financeiro correspondente a 30
dias de conta de energia se o valor cobrado por 1 KWh pela Cemig, para aquela região, na bandeira ver-
de, é de R$ 0,64463?
RESPOSTA:
A energia elétrica poderá ser calculada através da equação: ∆𝐸𝐸 = 𝑃𝑃. ∆𝑡𝑡
Calculamos para cada aparelho o valor da energia total utilizada:
Lâmpada:
∆𝐸𝐸 = 15 . 12 = 180 𝑊𝑊𝑊 → 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸 𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑢𝑢𝑢𝑢 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑. 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 30 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑, 𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓: ∆𝐸𝐸 = 180 . 30 = 5 400 𝑊𝑊𝑊
Computador:
∆𝐸𝐸 = 300 . 18 = 5400 𝑊𝑊𝑊 → 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸 𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑢𝑢𝑢𝑢 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑. 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 30 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑, 𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓: ∆𝐸𝐸 = 5400 . 30 = 162 000 𝑊𝑊𝑊
Como o valor da Cemig é relativo a KWh e sabendo que 1 KWH = 1000 WH, devemos transformar o valor
obtido dividindo-o por 1000:
∆𝐸𝐸 = 167 400 ÷ 1000 = 167,4 𝐾𝐾𝐾𝐾𝐾
Agora basta multiplicar este valor pelo preço cobrado pela Cemig:
𝑂𝑂 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝ç𝑜𝑜 𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑜𝑜 𝑐𝑐ô𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠á: 𝑅𝑅$ = 167,4 . 0, 64463 → 𝑅𝑅$ = 107,91
130
ATIVIDADES
1 – (ENEM-MEC) A distribuição média, por tipo de equipamento, do consumo de energia elétrica nas
residências no Brasil é apresentada no gráfico.
Em associação com os dados do gráfico, considere as variáveis:
I) Potência do equipamento.
a) I, apenas
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I,II e III.
Imagem disponível em: <https://lh3.googleusercontent.com/proxy/XY6yrtL_9otFk_
FYfRaXezbo6HLvuCmZhUAk51kEuw6ZaJrE7x0063xaiRGZkQ38HFFAwWhqDZNdS_
j8W9ITZvA5bDAWIgyrFN3DplngQykljrG2qu0MRK8lEvuttiAJcceQYw>. Acesso em: 28 jun. 2021.
131
Tabela: A tabela fornece a potência e o tempo efetivo de uso diário de cada aparelho doméstico.
Supondo que o mês tenha 30 dias e que o custo de 1kWh é R$ 0,40, o consumo de energia elétrica men-
sal dessa casa, é de aproximadamente
a) R$ 135.
b) R$ 165.
c) R$ 190.
d) R$ 210.
e) R$ 230.
a) 1,0 A e 9,0 W
b) 2,0 A e 18,0 W
c) 3,0 A e 27,0 W
d) 4,0 A e 36,0 W
e) 5,0 A e 45,0 W
132
REFERÊNCIAS
AMALDI, Hugo. Imagens da Física. As ideias e as experiências, do pêndulo aos quarks- São Paulo:
Scipione, 1995.
HEWITT, Paul G. Física Conceitual /Paul G. Hewitt: trad. Triste Freire Ricci e Maria Helena Gravina -
9ª. Ed. - Porto Alegre: Bookman, 2002.
LUZ, Antônio Máximo Ribeiro da, Física: Contexto e aplicações: ensino médio/Antônio Máximo Ri-
beiro da Luz, Beatriz Alvarenga Alvarez, Carla da Costa Guimarães. – 2ª. Ed- São Paulo: Scipione,
2016. vol 1,2,3.
MINAS GERAIS, Secretaria do Estado de Educação. Conteúdo Básico Comum: CBC Física. Belo Ho-
rizonte: SEE,2007.
Eletricidade. Disponível em: <http://fisicaevestibular.com.br/novo/eletricidade>. Acesso em: 10
maio 2021.
Física. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/fisica>. Acesso em: 10 maio 2021.
Existe vida fora da Terra? Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica>. Acesso em:
10 maio 2021.
133
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
SEMANA 1
EIXO TEMÁTICO:
As transformações no mundo rural.
TEMA/TÓPICO:
As transformações no mundo rural.
HABILIDADE(S):
Analisar o sistema de trabalho no campo nos países centrais e periféricos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Espaço rural, sustentabilidade, minifúndio, subsistência.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Língua Portuguesa, Sociologia, História, Biologia, Artes.
134
No Brasil, a agricultura familiar, conforme dados apontados no Censo Agropecuário de 2006, emprega
cerca de 80% da população do setor rural e totaliza cerca de 40% de toda produção agrícola, apesar de
ter menos de 20% das terras agricultáveis do país. Ao todo, ela produz 87% da mandioca, 70% do feijão,
46% do milho, 38% do café, 34% do arroz e 21% do trigo no Brasil.
Ainda que seja uma atividade muito importante para o sustento de diversas famílias que vivem na zona
rural, dados apontam que cerca de 70% dos alimentos consumidos no Brasil são fruto da agricultura
familiar. Vale frisar que, nesse processo, técnicas de cultivo e extrativismo que englobam práticas tra-
dicionais e conhecimento popular estão presentes.
No Brasil, a agricultura familiar está presente em quase 85% das propriedades rurais do país. Cerca de
metade desse percentual está concentrado na região nordestina. O Nordeste é responsável por cerca
de 1/3 da produção total.
As principais características dos agricultores familiares são a independência de insumos externos à
propriedade e a produção agrícola estar condicionada às necessidades do grupo familiar. No entanto,
diversas outras características estão associadas a este tipo de agricultor como o uso de energia solar,
animal e humana, a pequena propriedade, a alta auto-suficiência e pouco uso de insumos externos, a
força de trabalho familiar ou comunitária, a alta diversidade ecogeográfica, biológica, genética e pro-
dutiva, baixa produção de dejetos, a predominância dos valores de uso, se baseia no intercâmbio eco-
lógico com a natureza, o conhecimento holístico, ágrafo e flexível.
O agricultor familiar é regularmente citado como sendo de baixa tecnologia. Este fato, no entanto, de-
vido à ampla variabilidade cultural, social e econômica não ocorre para todos os agricultores. Deve-se
considerar que baixo insumo não é baixa tecnologia. Portanto, deve-se dissociar baixa tecnologia de
baixo insumo.
135
ATIVIDADES
1 – Sobre a agricultura no Brasil, julgue as afirmativas como VERDADEIRAS (V) ou FALSAS (F):
II) ( ) A concentração fundiária, que se observa, entre outros estados, no Paraná e no Mato Grosso
do Sul, é fator de expropriação de camponeses que passam a buscar áreas da fronteira agrícola
da Amazônia ou se direcionam aos centros urbanos.
IV) ( ) O avanço da pecuária extensiva na Amazônia e a ocupação das áreas de Cerrado visando à cultura
de grãos resultaram na redução da taxa de urbanização dos Estados do Mato Grosso e de Rondônia.
2 – A agricultura familiar ganha cada vez mais importância no mundo. O ano de 2014 foi considerado
pela Organização das Nações Unidas como o Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF), fruto da
iniciativa de movimentos sociais do campo com apoio de vários governos, inclusive do Brasil.
Considerando a agricultura familiar no Brasil, é CORRETO afirmar que:
a) A agricultura familiar é responsável pela maior parte da alimentação básica do dia a dia do bra-
sileiro, mas como a produção brasileira de gêneros alimentícios não é suficiente, é necessário
importar a maior parte dos produtos alimentícios consumidos no Brasil.
b) A agricultura de base familiar tem se destacado principalmente pela exportação da maior parte
dos produtos agropecuários das lavouras brasileiras.
c) A maior parte das terras cultivadas no Brasil é ocupada pelas lavouras da agricultura familiar,
devida sua importância na produção dos alimentos básicos.
d) A agricultura familiar é uma forma de produção onde são os agricultores familiares que dirigem
o processo produtivo, dando ênfase na diversificação e utilizando o trabalho familiar, eventual-
mente complementado pelo trabalho assalariado.
136
4 – Leia, com atenção, o texto a seguir:
“Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA, 2005), este tipo de agricultura produz hoje
40% da riqueza gerada no campo no Brasil, correspondente a aproximadamente R$ 57 bilhões. São
cerca de quatro milhões de agricultores (84% dos estabelecimentos rurais brasileiros) que vivem em
pequenas propriedades e produzem a maior parte da comida que chega à mesa dos brasileiros. Quase
70% do feijão vêm desta atividade, assim como 84% da mandioca, 58% da produção de suínos, 54%
do leite bovino, 49% do milho e 40% das aves e ovos. Além disso, é um importante instrumento para
manter os trabalhadores no campo. Em 2003, o PIB do setor cresceu 14,31% em relação ao ano anterior.
Além de ser a base de importantes cadeias de produtos proteicos de origem animal, sendo majoritária
no caso do PIB da Cadeia Produtiva dos Suínos (58,8% do PIB total desta cadeia), do Leite (56%) e das
Aves (51%).”
Disponível em: <www.mda.gov.br>. Acesso em: 24 maio 2021.
a) Latifúndio de exploração.
b) Monocultura de subsistência.
c) Agricultura familiar.
d) Agricultura de ‘plantation’.
Sobre a agricultura familiar brasileira, julgue as afirmativas como VERDADEIRAS (V) ou FALSAS (F):
137
SEMANA 2
EIXO TEMÁTICO:
As transformações no mundo rural.
TEMA/TÓPICO:
As transformações no mundo rural.
HABILIDADE(S):
Confrontar os efeitos das disparidades territoriais e sociais relativas à distribuição da terra e às
políticas de desenvolvimento rural nos países centrais e periféricos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Movimentos Sociais, Espaço Agrário, Agronegócio, Globalização.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Língua Portuguesa, Sociologia, História, Artes.
138
Os movimentos sociais rurais têm sido foco de vários estudos que apontam para o seu papel ativo na
luta por direitos dos grupos excluídos dentro da sociedade brasileira. Através de ações coletivas, agem
como resistência à exclusão e provocam novas dinâmicas sociais no campo.
A questão agrária envolve o conjunto de problemas advindos do desenvolvimento do capitalismo no
campo. É fundamental compreender a questão agrária relacionando-a à estrutura fundiária, à luta pela
terra e o papel do Estado no contexto campesinato x agronegócio.
O campesinato sobrevive na luta contra o capitalismo, pois encontra neste o seu maior antagonista. A
luta pela terra é claramente a luta contra o capital e arrisco afirmar contra o Estado que não garante o
direito mínimo à quem precisa de terra para sua (re)produção. Neste sentido, o debate da questão agrá-
ria, bem como a participação efetiva dos movimentos sociais faz-se imprescindível, pois as conquistas
obtidas, frutos de suas pautas, se materializam apenas através da luta.
ATIVIDADES
1 – Sobre a estrutura fundiária e as relações de trabalho no campo brasileiro, assinale a alternativa
CORRETA:
b) A partir de 1850, com a Lei de Terras, todos os trabalhadores rurais passaram a ter acesso à terra.
d) Nas áreas de fronteiras agrícolas, todos os trabalhadores rurais possuem títulos de propriedade
da terra.
139
2 – A questão agrária é entendida, atualmente, a partir de duas concepções sobre o destino da produção
e o modo de vida no campo, que refletem diferentes modelos agrícolas e de desenvolvimento: o do
campesinato e o do agronegócio.
Relacione os modelos de produção da coluna 1 de acordo com as características de produção agrícola
da coluna 2:
COLUNA 1 COLUNA 2
3 – A luta pela terra no Brasil reflete o processo histórico de sua apropriação, ocupação e uso, desde a
colonização até os dias atuais. Ao longo do tempo, verificaram-se vários conflitos pela posse da terra.
Na segunda metade da década de 1980, houve aumento da violência no campo nas regiões brasileiras,
decorrente
a) Da organização dos movimentos sociais em defesa da pequena propriedade e dos interesses dos
migrantes.
b) Da expansão dos latifúndios e do aumento da luta pela posse da terra por parte dos camponeses.
c) Do apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT) aos movimentos sociais de luta pela posse da terra.
d) Da modernização da agricultura nas regiões Norte e Nordeste, o que provocou o aumento da luta
pela posse da terra.
4 – “O MST é uma coletividade de párias, certamente a única organizada, a mais consciente em relação a
sua identidade e a seu sentido, e por isso a mais competente: é uma coletividade de condenados que se
fez sujeito da história para revogar a sua condenação. Essa contradição mostra que os párias deixam de
ser párias quando se organizam, pois organizar-se é, antes de mais nada, inocular-se a substância social
e ocupar um espaço social”.
(Adaptado de BISOL, José Paulo. In: A questão agrária no Brasil. São Paulo: Atual, 1997.)
O texto acima apresenta reflexões sobre a origem e a identidade dos movimentos sociais organizados.
Um componente da nossa sociedade que explica o surgimento desses movimentos é uma característi-
ca de sua organização, respectivamente, estão indicados em:
140
5 – Os problemas referentes à questão agrária estão relacionados, essencialmente, à propriedade da
terra, consequentemente à concentração da estrutura fundiária.
141
SEMANA 3
EIXO TEMÁTICO:
As transformações no mundo rural.
TEMA/TÓPICO:
As transformações no mundo rural.
HABILIDADE(S):
Confrontar os efeitos das disparidades territoriais e sociais relativas à distribuição da terra e às
políticas de desenvolvimento rural nos países centrais e periféricos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Movimentos Sociais, Espaço Agrário, Latifundiário, Agronegócio.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Língua Portuguesa, Sociologia, História, Biologia, Artes.
142
Disponível em: <https://guiadoestudante.abril.com.br/curso-enem-play/atualidades-brasil-educacao/>. Acesso em: 24 maio 2021.
Especialmente nos países subdesenvolvidos, com passado colonial, a grande concentração fundiária
tem ocasionado conflitos entre grandes proprietários e camponeses. Trabalhadores que perderam
suas terras têm-se organizado em movimentos sociais que lutam pela reforma agrária.
No entanto, a estrutura fundiária de um país só se torna menos desigual quando a redistribuição de
terras acontece acompanhada de intervenções que visem a permanência dos agricultores nas terras
e lhes garanta a capacidade de promover a própria subsistência além de produzir excedentes para o
abastecimento do mercado.
143
ATIVIDADES
1 – A estrutura fundiária no Brasil está concentrada nas mãos de uma pequena parcela da população,
criando assim os conflitos por terra. Diante desse problema, o mapa abaixo mostra a distribuição
territorial mais conflitante em 2009 no território brasileiro.
Assinale a alternativa CORRETA. A região no Brasil com maior número de conflitos por terra é a:
a) Região Norte.
b) Região Nordeste.
c) Região Centro-Oeste.
d) Região Sudeste.
2 – O gráfico representa a relação entre o tamanho e a totalidade dos imóveis rurais no Brasil. Que
característica da estrutura fundiária brasileira está evidenciada no gráfico apresentado?
144
3 – Sobre as definições das propriedades rurais brasileiras, escreva V para as proposições que considerar
VERDADEIRAS e F para as proposições que considerar FALSAS:
c) ( ) Módulo rural é o imóvel rural explorado por uma família, garantindo nele o seu próprio sustento.
d) ( ) Empresa rural é uma propriedade rural utilizada para a exploração econômica racional do
espaço agrário.
A luta pela terra no Brasil existe há décadas e já fez várias vítimas entre trabalhadores do campo, reli-
giosos e outros. Entre as principais razões dos conflitos de terra no Brasil, pode-se citar:
a) a disputa pelas poucas áreas férteis em nosso território, típico de terras montanhosas.
b) a concentração da propriedade da terra nas mãos de poucos e a ausência de uma reforma agrá-
ria efetiva.
a) Do desenvolvimento industrial.
b) Do controle da natalidade.
c) Da reforma agrária.
145
SEMANA 4
EIXO TEMÁTICO:
As transformações no mundo rural.
TEMA/TÓPICO:
As transformações no mundo rural.
HABILIDADE(S):
Confrontar os efeitos das disparidades territoriais e sociais relativas à distribuição da terra e às
políticas de desenvolvimento rural nos países centrais e periféricos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Movimentos Sociais, Globalização, Espaço Agrário.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Língua Portuguesa, Sociologia, História, Artes.
146
Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2020/06/09/artigo-reforma-agraria-ja-solidariedade-no-enfrentamento-a-
pandemia-estrutural>. Acesso em: 24 maio 2021.
Atualmente, apenas 20% das propriedades rurais brasileiras possuem mais de 100 hectares. No entan-
to, essas propriedades ocupam mais de 80% do território nacional. Por outro lado, as pequenas pro-
priedades representam mais de 80% do número de terrenos no Brasil, ocupando somente 20% da área
rural total. Mesmo assim, a agricultura familiar é responsável por 70% da produção de feijão, 48% da
produção de milho e 38% da produção de café, números bastante significativos mediante a pequena
quantidade de terras que esses trabalhadores possuem.
A principal organização popular que luta pela implantação da reforma agrária no Brasil é o MST (Mo-
vimento dos Trabalhadores Sem-Terra) e o órgão federal responsável pela sua operacionalização é o
INCRA (Instituto Nacional de Colonização de Reforma Agrária).
ATIVIDADES
1 – Por que os adeptos da reforma agrária são contra os latifúndios?
147
2 – Assinale com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas.
( ) Uma das fontes da concentração de terras no Brasil nas mãos de poucos está na Lei de Terras
de 1850.
( ) A expansão do agronegócio no meio rural brasileiro tem aumentado a produção e provocado o êxo-
do rural.
( ) O agrobusiness tem levado o conflito para o campo brasileiro, principalmente com o Movimento dos
Sem Terras.
( ) A questão agrária brasileira está praticamente resolvida com a distribuição de terras através da
Reforma Agrária.
( ) Um dos graves problemas do meio rural é o uso intensivo de produtos químicos e de sementes ge-
neticamente modificadas.
a) Os gráficos revelam:
a) O MST não recebe o apoio da Igreja e da Pastoral da Terra por invadir e destruir laboratórios de
pesquisa de empresas reflorestadoras e áreas produtivas.
c) A imprensa e a mídia brasileira em geral não divulgam as invasões, confrontos e mortes ligados
à luta pela terra, temendo alarmar o público.
d) A Constituição de 1988 estabeleceu ser obrigação do governo realizar a reforma agrária e, diante
da inoperância governamental, o MST articulou ações de ocupação de terras.
148
5 – No Brasil, a reforma agrária nunca foi plenamente realizada. Quais os principais fatores que impedem
a sua realização no país?
149
SEMANA 5
EIXO TEMÁTICO:
As transformações no mundo rural.
TEMA/TÓPICO:
As transformações no mundo rural.
HABILIDADE(S):
Prognosticar sobre o futuro da produção do espaço rural nos países centrais e periféricos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Espaço Agrário, Agroindústrias, Agronegócio.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Língua Portuguesa, Sociologia, História, Biologia.
150
O cultivo de hortaliças no ambiente urbano, por exemplo, tem sido incentivado em vários lugares do mun-
do, da mesma maneira que uma clínica de estética ou relaxamento é encontrada em regiões afastadas
dos centros urbanos. São atividades típicas do meio rural e urbano realocadas nas cidades e no campo.
A modernização que gradativamente alcança o espaço rural é resultado da intensificação de capital em-
pregado na produção rural sob a forma de máquinas, defensivos químicos, engenharia genética, serviços
meteorológicos, além de avançadas técnicas de irrigação, manejo de animais, preparação do solo e as-
sessoria tecnológica e financeira. Dessas transformações surge a categoria de empresas rurais, que em
quase nada se assemelham às práticas que remontam ao surgimento das primeiras atividades agrícolas.
ATIVIDADES
1 – O que é o turismo rural e quais os benefícios?
151
2 – A existência de diferentes técnicas e metodologias do uso da terra no meio rural permite a realização
de distintas classificações acerca dos sistemas agrícolas. A mais clássica tipologia realizada opõe
os métodos ditos primitivos – com uso de amplas áreas, baixa produtividade e uso de mão de obra
em massa – dos métodos mais avançados – com produção em alta densidade, técnicas avançadas e
utilização de tecnologias mais bem delineadas.
A classificação acima descrita opõe às técnicas agropecuárias:
a) Subdesenvolvida e desenvolvida.
b) Primitiva e moderna.
c) Familiar e latifundiária.
d) Intensiva e extensiva.
3 – Sobre Sistemas Agrários, escreva V para as afirmativas VERDADEIRAS e F para as afirmativas FALSAS:
II) ( ) A Agricultura de Jardinagem consiste na inovação do uso de telhados urbanos para o plantio
ou cultivo de hortaliças e flores. A proposta visa tornar a cidade mais “verde” além de favorecer
o microclima.
III) ( ) Do ponto de vista ambiental a Revolução Verde, assim identificada, proporcionou uma agri-
cultura sem contaminação de alimentos nem das águas por ela utilizadas. Isso possibilitou uma
preservação maior da biodiversidade na área onde é praticada.
IV) ( ) Dentre os sistemas agrários tradicionais podemos citar o Pastoreio Nômade ou Transuman-
te, muito comum nas regiões áridas ou semiáridas. Consiste na criação de animais (cabras, ove-
lhas ou vacas) constantemente levados de um lugar a outro em busca de água e de pastos que
não estejam secos.
4 – “A agricultura morreu. Viva o agronegócio!” Esse é o conceito mais utilizado quando hoje se fala da
atividade agrícola. Essa atividade é caracterizada, principalmente:
a) Pela policultura, o cultivo de vários produtos alimentícios, para o próprio consumo dos produtores.
c) Pela monocultura, cultivo de um único produto agrícola, para atender às necessidades da população.
152
SEMANA 6
EIXO TEMÁTICO:
As transformações no mundo rural.
TEMA/TÓPICO:
As transformações no mundo rural.
HABILIDADE(S):
Prognosticar sobre o futuro da produção do espaço rural nos países centrais e periféricos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Globalização, Revolução Verde, Agronegócio, Agroindústrias.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Língua Portuguesa, Sociologia, História, Biologia, Matemática.
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-importancia-agropecuaria-brasileira.htm
153
Com a maior parte da produção voltada ao mercado externo, o Brasil é um dos países que mais depen-
dem de uma atividade econômica denominada agronegócio. O agronegócio liga a produção à industria-
lização e comercialização dos produtos. Esse processo é conhecido como cadeia produtiva.
Hoje, o agronegócio corresponde a quase 30% do PIB (Produto Interno Bruto). O PIB é a soma de todas
as riquezas produzidas em um país.
Sendo um dos maiores produtores agrícolas e de produtos pecuários do mundo, o Brasil apresenta gra-
ves problemas sociais que este modelo de negócios incita. A concentração de muitas quantidades de
terras nas mãos de poucos é o principal deles.
A estimativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é que o Brasil alcance a liderança
mundial na safra de 2020/2021. Tal expansão deverá ser ocasionada, sobretudo, pela modernização do
campo, pela melhoria nas condições da propriedade familiar e pelo aumento do volume de exportações.
ATIVIDADES
1 – Por que podemos dizer que a fome é um problema mais social do que tecnológico?
2 – A “Revolução Verde”, implementada em países latino-americanos e asiáticos nos anos 1960 e 1970,
tinha como objetivo suprimir a fome e reduzir a pobreza de amplas parcelas da população. Entretanto,
as promessas de modernização tecnológica da agricultura não foram cumpridas inteiramente,
contribuindo para a geração de novos problemas e aprofundando velhas desigualdades.
Assinale a opção que faz referência aos efeitos da “Revolução Verde”.
154
3 – A implantação de modernos agrossistemas no contexto geoeconômico brasileiro gerou uma série
de debates, dividindo opiniões acerca da produtividade e dos impactos gerados pela modernização das
práticas agrárias.
Assinale a alternativa que indica, respectivamente, um IMPACTO NEGATIVO e um ASPECTO POSITIVO da
mecanização rural no Brasil.
155
5 – ASSINALE a alternativa CORRETA que representa uma das consequências da modernização da
agricultura brasileira.
a) Redução dos conflitos agrários devido à diminuição da expansão da fronteira agrícola na região
Centro-Oeste.
b) Comprometimento das áreas remanescentes de Mata Atlântica do Rio de Janeiro e São Paulo
para a implantação da lavoura cafeeira.
d) Aumento dos impactos ambientais e diminuição do êxodo rural devido à inserção de novas tec-
nologias no campo.
Caro (a) estudante, espera-se que tenha tido sucesso na resolução do PET – III de Geografia. Saiba
que, ao longo do ano, você irá entender e compreender sobre a complexidade das paisagens, das ati-
vidades humanas, das sociedades e do nível de desenvolvimento entre os países, as transformações
tecnológicas, o modo como a sociedade se relaciona com a natureza e as formas de organização
espacial. A Geografia tem muito a contribuir para a compreensão do espaço mundial, cada vez mais
complexo, cujas transformações são cada vez mais surpreendentes.
156
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
SEMANA 1
EIXO TEMÁTICO:
Cultura e Política na Construção do Estado Nacional Brasileiro (1822-1930).
TEMA/TÓPICO:
Trabalho e Produção na Sociedade Brasileira entre o Império e a Primeira República / O Brasil no
quadro do capitalismo ocidental no início do século XX.
HABILIDADE:
Analisar as diferentes formas de sobrevivência dos libertos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Cidadania e exclusão social na Primeira República, Mudanças socioeconômicas no Brasil republi-
cano, Movimentos sociais e urbanos na Primeira República.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Há a possibilidade de aproximação da temática trabalhada nesta semana com os componentes
de filosofia e sociologia, ampliando o debate acerca da situação dos libertos no Brasil no início do
século XX:
• Habilidade Filosofia: Compreender os diferentes conceitos de Justiça.
• Habilidade Sociologia: Compreender a formação, a gestão e os conflitos de interesses presentes
no espaço urbano.
157
imprensa especializada e em manifestações artísticas e culturais durante a primeira metade do século
XX, destacando que a população negra não ficou passiva diante de todas as dificuldades enfrentadas,
mas atuou em diversos setores da vida nacional, demonstrando união e autoestima mesmo diante de
uma sociedade que se colocava como moderna, mas extremamente preconceituosa e discriminadora.
O Brasil no quadro do capitalismo ocidental do século XX
Vertigem e aceleração do tempo. Essa seria, sem dúvida, a sensação mais forte experimentada pelos
homens e mulheres que viviam ou circulavam pelas ruas do Rio de Janeiro na virada do século XIX para
o século XX. Ainda que de forma menos contundente, o mesmo sentimento estaria presente nas prin-
cipais cidades brasileiras, que, tal como a cidade-capital, cresciam como nunca, tornavam complexas
suas funções e recebiam levas de imigrantes europeus, que atravessavam o Atlântico em busca do so-
nho de fazer a América. Tudo parecia mudar em ritmo alucinante: a política e a vida cotidiana; as ideias
e as práticas sociais; a vida dentro das casas e o que se via nas ruas.... [...]
Marasmo. E um tempo que parecia transcorrer tão lentamente que sua marcha inexorável mal era per-
cebida. Assim, nas fazendas, nas vilas do interior e nos sertões do país, essa mesma virada do século
seria percebida. Ali, nada parecia romper uma rotina secular, firmemente alicerçada no privilégio, no
arbítrio, na lógica do favor, na inviolabilidade da vontade senhorial dos coronéis e nas rígidas hierar-
quias assentadas sobre a propriedade, a violência e o medo. [...]
FERREIRA, Jorge. O tempo do liberalismo excludente: da Proclamação da República à Revolução de
1930. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
A transição do modelo de produção escravocrata para o formato de trabalho assalariado, revelou um
cenário marcado por uma série de opressões em relação aos operários, formas de controle e obstácu-
los à sua organização. Ao lado das antigas relações paternalistas, da visão negativa do trabalho braçal
e das rivalidades étnicas e de nacionalidade, novas ondas migratórias aumentavam a competição pelo
emprego e a demanda por moradia num Rio de Janeiro que se modernizava. Podemos acrescentar ain-
da a imposição de normas de conduta e valores burgueses, interferindo no espaço de lazer, nas rela-
ções familiares e até mesmo amorosas do trabalhador.
As contradições existentes nos espaços urbano e rural demonstram como foi complexo o universo bra-
sileiro nos primeiros anos do século XX. A perpetuação de uma elite rural no controle da máquina públi-
ca convivia com uma classe média urbana emergente e desejosa de mudanças políticas e sociais, fruto
da sensibilidade em relação às transformações do mundo ao redor. Assim, a República Oligárquica,
maior porção de período da história política brasileira, se inicia com a hegemonia dos coronéis e seus
latifúndios, mas se encerra com uma perspectiva urbana construída por uma nova elite seduzida pelas
novidades das cidades.
A implantação de uma dinâmica capitalista, desde o final do século XIX, materializada nas atividades
associadas à exportação de café, como casas bancárias, estradas de ferro, bolsa de valores, etc., vão se
consolidando como a base produtiva. Isso faz com que parte da oligarquia agrária se transforme numa
florescente burguesia, estabelecendo novas relações sociais e mudando desde as características do
mercado de trabalho até o funcionamento do Estado.
O negro cativo e posteriormente liberto, de acordo com a essa nova perspectiva econômica, se tornava
uma peça obsoleta. No contexto da Primeira República, os ex-escravizados além de serem discrimi-
nados pela cor, somaram- se à população pobre e formaram os indesejados dos novos tempos, os de-
serdados da República. O aumento do número de desocupados, trabalhadores temporários, mendigos
e crianças abandonadas nas ruas redunda também em aumento da violência, que pode ser verificada
pelo maior espaço dedicado ao tema nas páginas dos jornais.
Como salienta Florestam Fernandes: a preocupação pelo destino do escravizado se mantivera em foco
enquanto se ligou a ele o futuro da lavoura. Ela aparece nos vários projetos que visaram regular, legal-
mente, a transição do trabalho escravo para o trabalho livre, desde 1823 até a assinatura da Lei Áurea.
(...) Com a abolição pura e simples, porém, a atenção dos senhores se volta especialmente para seus
158
próprios interesses. (...) A posição do negro no sistema de trabalho e sua integração à ordem social
deixam de ser matéria política. Era fatal que isso sucedesse.
FERNANDES Florestan. A integração do Negro na sociedade de classes. Dominus Editora. São Paulo, 2
vols., 1965. 19 Vol. “O legado da raça branca”. 29 Vol. “No limiar de uma nova era”.
A nova situação levou os libertos a procurarem melhores alternativas para a sobrevivência. As migra-
ções foram uma delas. Muitos ex-escravizados acabaram abandonando as fazendas e mudaram-se para
outras ou então foram para cidades. Essas migrações aconteceram por múltiplos fatores, para dis-
tanciar-se dos locais em que foram escravizados, para encontrar parentes ou para procurar melhores
oportunidade de salários.
Para além dos efeitos da Lei Áurea, trabalhadores rurais do Brasil ainda vivem atualmente sob a ameaça
do cativeiro. Mudaram-se os rótulos, ficaram as garrafas. Marx afirmava que o “morto se apodera do
vivo”. Com base na permanência da escravidão sob outras formas, constata-se que não são apenas as
velhas formas que se inserem nas novas, mas as novas recorrem às velhas sempre que possível.
É importante destacar que os movimentos sociais foram importantes instrumentos de resistência a
essa exclusão social. Reflexos de uma estrutura social caracterizada pela concentração de renda e pela
injustiça, esses movimentos desafiaram as autoridades, deixando claro que os grupos sociais brasi-
leiros não poderiam ser reconhecidos pela passividade e pelo conformismo. Muito pelo contrário, o
dinamismo dos movimentos, vazios nos seus projetos ideológicos, mas dispostos a se oporem à ordem
estabelecida, foi um indício claro da dinâmica social do período.
Movimentos operários e sindicais, no teatro, na educação (fundação de escolas para negros), em asso-
ciações carnavalescas, na música e no futebol é perceptível a ideia da resistência. Todos esses setores
lutaram contra a discriminação e o preconceito, como, por exemplo, na proibição governamental da
inclusão de jogadores negros na seleção nacional em 1920 e na tentativa de impedir a viagem à Paris
do grupo musical Oito Batutas, liderado por Pixinguinha, em 1922. A Frente Negra Brasileira (FNB), as-
sociação que existiu de 1931 a 1937 mobilizou milhares de negros e negras a lutarem por seus direitos,
especialmente quanto ao acesso à educação.
159
ATIVIDADES
1 – Segundo o texto, quem eram os novos habitantes das cidades? E o que eles procuravam?
2 – Analise o trecho “esperanças de sobrevivência de muitos dos velhos e novos brasileiros” associando-o
à situação da população negra no Brasil do início do século XX.
160
3 – (ENEM/2015)
TEXTO I: Em todo o país a lei de 13 de maio de 1888 libertou poucos negros em relação à população de
cor. A maioria já havia conquistado a alforria antes de 1888, por meio de estratégias possíveis. No en-
tanto, a importância histórica da lei de 1888 não pode ser mensurada apenas em termos numéricos. O
impacto que a extinção da escravidão causou numa sociedade constituída a partir da legitimidade da
propriedade sobre a pessoa não cabe em cifras.
ALBUQUERQUE. W. O jogo da dissimulação: Abolição e cidadania negra no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).
TEXTO II: Nos anos imediatamente anteriores à Abolição, a população livre do Rio de Janeiro se tornou
mais numerosa e diversificada. Os escravos, bem menos numerosos que antes, e com os africanos
mais aculturados, certamente não se distinguiam muito facilmente dos libertos e dos pretos e pardos
livres habitantes da cidade. Também já não é razoável presumir que uma pessoa de cor seja provavel-
mente cativa, pois os negros libertos e livres poderiam ser encontrados em toda parte.
CHALHOUB, S. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na Corte. São Paulo: Cia. das Letras, 1990
(adaptado).
Sobre o fim da escravidão no Brasil, o elemento destacado no Texto I que complementa os argumentos
apresentados no Texto II é o (a)
161
SEMANA 2
EIXO TEMÁTICO:
Expansão das fronteiras: a guerra como possibilidade permanente.
TEMA/TÓPICO:
Expansão e Guerra/ A Primeira Grande Guerra.
HABILIDADE (S):
Contextualizar a eclosão do conflito / Caracterizar as duas fases da guerra / Estabelecer relações
entre a guerra e a Revolução Russa de 1917.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Segunda Revolução Industrial, Imperialismo e Belle époque.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Há a possibilidade de aproximação da temática trabalhada nesta semana com os componentes de
geografia e filosofia, ampliando o debate acerca dos fatores externos e internos que contribuíram
para a eclosão e o desenvolvimento da Primeira Guerra Mundial, além dos impactos do conflito no
Brasil.
• Habilidade Geografia: Confrontar os efeitos das disparidades territoriais e sociais relativas a à dis-
tribuição da terra e às políticas de desenvolvimento rural nos países centrais e periféricos.
• Habilidade Filosofia: Compreender as diferentes formas de poder nas sociedades humanas.
162
lutaram e lutam por uma causa é de muita importância para podermos compreender o espírito do sé-
culo XX, que se reflete no momento histórico em que vivemos. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) é
considerada a última das guerras “à antiga” e, ao mesmo tempo, a primeira das guerras modernas. Estu-
dá-la significa compreender como terminou o século XIX e se iniciou o século XX, que herdou profundas
cicatrizes deixadas por este conflito.
1 – Os antecedentes e as causas da guerra: No início do século XX, a Europa exercia uma posição de
hegemonia política e econômica sobre o resto do mundo, apesar do desenvolvimento dos Estados
Unidos e do Japão. Controlava a maior parte da produção mundial, impondo os preços no mercado. Cada
uma das potências europeias (Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Áustria-Hungria e Rússia) possuía
uma situação e interesses distintos, muitas vezes conflitantes. O quadro de rivalidades gestado no
século XIX, além de ter provocado um grande impacto no mundo inteiro, agravou de tal modo a situação
entre as nações europeias que, em 1914, teve início um conflito que resultou em profundas mudanças
no continente europeu.
Duas causas foram fundamentais para essa guerra: o Imperialismo e a exacerbação do sentimento na-
cionalista. A corrida imperialista aprofundou uma série de rivalidades entre as nações europeias. Po-
demos citar a rivalidade industrial entre a Alemanha e a Inglaterra e a rivalidade política e econômica
entre Alemanha e França (Revanchismo francês: Guerra Franco-Prussiana - Alsácia e Lorena). No caso
das disputas nacionalistas destacamos os movimentos pan-eslavismo, pangermanismo e também do
projeto político ultranacionalista da Sérvia – Grande Sérvia. Esses movimentos estavam pautados no
desejo de aproximação dos países que apresentavam a mesma origem étnica e cultural.
163
Dois acontecimentos conduziram ao desfecho do conflito – A entrada dos Estados Unidos e a saída da
Rússia da guerra em 1917. Os Estados Unidos declararam neutralidade no início do conflito, estabele-
cendo negócios significativos com as nações beligerantes. A situação muda com a guerra submarina
desencadeada pelos alemães contra seus navios que transportavam materiais bélicos e suprimentos
para os ingleses. No caso da Rússia, o governo socialista, sob a liderança de Lênin, negociou a paz em
separado com os alemães e assinou o Tratado de Brest-Litovsk, tirando a Rússia da Primeira Guerra
Mundial. A Revolução Russa não tinha paralelo histórico, pois, ao contrário do que aconteceu na Fran-
ça no fim do século XVIII, a burguesia russa não conseguiu manter-se no poder. Em outubro de 1917, o
proletariado assumiu a frente do processo que mudou a história russa e mundial. A revolução já não era
burguesa, mas proletária.
A primeira Guerra Mundial encerrou-se com a vitória da Tríplice Entente. O presidente dos Estados Uni-
dos, Woodrow Wilson apresentou um programa de paz conhecido como os Quatorze pontos de Wilson,
mas foi rejeitado pelos países da Entente. Alguns tratados foram celebrados com objetivo de redese-
nhar o mapa europeu e responsabilizar os países derrotados, especialmente a Alemanha, pelas perdas
humanas e materiais dos vencedores. São eles: Tratado de Versalhes, Tratado de Trianon, Tratado de
Neuilly e Tratado de Sèvres.
5 – O balanço da Grande Guerra: Da mesma forma que a guerra atingiu vários continentes, seus efei-
tos foram muito abrangentes, atingindo o mundo todo. O conflito aumentou o poder de destruição das
potências industriais e comerciais. As perdas humanas foram consideráveis, estimam-se mais de 16
milhões de mortos. A economia europeia se desarticulou, gerando uma profunda crise com altas taxas
de inflação, desemprego e miséria. Eclodiram movimentos populares contra a ordem burguesa inspira-
dos nos revolucionários russos. As mulheres, trabalhando patrioticamente nas fábricas e nos serviços
de guerra, contribuíram, posteriormente, para a emancipação feminina em diversos lugares do mundo.
164
ATIVIDADES
1 – (FUVEST/2011) (Adaptada) – Este livro não pretende ser um libelo nem uma confissão, e menos
ainda uma aventura, pois a morte não é uma aventura para aqueles que se deparam face a face com ela.
Apenas procura mostrar o que foi uma geração de homens que, mesmo tendo escapado às granadas,
foram destruídos pela guerra.
Erich Maria Remarque, Nada de novo no front. São Paulo: Abril, 1974, p.9.
Publicado originalmente em 1929, logo transformado em best seller mundial, o livro de Remarque é, em
boa parte, autobiográfico, já que seu autor foi combatente do exército alemão na Primeira Guerra Mun-
dial, ocorrida entre 1914 e 1918. Discuta a ideia transmitida por “uma geração de homens que, mesmo
tendo escapado às granadas, foram destruídos pela guerra”, considerando a relação da guerra com a
economia mundial, entre as últimas décadas do século XIX e as primeiras do século XX.
2 – Fusões e acordos geraram a integração das empresas (trustes, cartéis, holdings, etc.), o que, por sua
vez implica cada vez maiores excedentes de capitais. Percebe-se, portanto, que estas transformações,
tendo ocorrido simultaneamente com a emergência de uma grande depressão, criaram uma
impossibilidade de reinvestimento de capitais na própria produção, tornando-se necessário exportar
capitais, ao mesmo tempo em que se buscavam novos mercados consumidores.
MARQUES, Adhemar et al. História Contemporânea através de textos. 10 ed. São Paulo: Contexto, 2004. p. 88.
Infere-se do texto que uma das razões fundamentais da expansão europeia no século XIX foi:
a) a carência de mão de obra interna para suprir as demandas das grandes indústrias.
165
guerra à Alemanha, em 6 de abril de 1917, o país quebrava uma tradição de distanciamento em assun-
tos europeus que vinha desde sua independência. Foi uma intervenção para, nas palavras do então
presidente Woodrow Wilson, “tornar o mundo seguro para a democracia”. Ainda hoje, a política externa
americana é, em boa parte, guiada por essas palavras. Além disso, a guerra mudou o centro financeiro
mundial. Ao final de 1917, os Estados Unidos haviam emprestado quase US$ 3 bilhões aos governos
francês e britânico para a guerra. Passaram de devedores dos europeus a credores do resto do mun-
do.”Como os vencedores europeus estavam profundamente endividados com os EUA, a capital mundial
das finanças mudou de Londres para Wall Street”, escreve a historiadora Sally Marks.
Disponível em https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2014/07/i-guerra-mundial-o-legado.html. Acesso em 13 maio. 2021
(Adaptada)
166
SEMANA 3
EIXO TEMÁTICO:
Mundo Contemporâneo, República e Modernidade. Cidadania e Democracia: de 1930 aos dias atuais.
TEMA/TÓPICO:
Conflitos no Mundo Contemporâneo / O período entreguerras e a Crise de 1929.
HABILIDADE:
Mostrar o impacto da Crise de 1929 e a economia brasileira e mundial.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Primeira Guerra Mundial, Ascensão do totalitarismo, Revolução de 1930 no Brasil.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Há a possibilidade de aproximação da temática trabalhada nesta semana com os componentes de
filosofia, geografia e sociologia, ampliando o debate acerca dos efeitos produzidos pela Crise de 1929.
• Habilidade Filosofia: Refletir sobre o sentido do conflito nas relações humanas.
• Habilidade Geografia: Confrontar os efeitos das disparidades territoriais e sociais relativas a à dis-
tribuição da terra e às políticas de desenvolvimento rural nos países centrais e periféricos.
• Habilidade Sociologia: Compreender a formação, a gestão e os conflitos de interesses presentes
no espaço urbano.
167
para quase 70 milhões de títulos de diversas companhias, o que provocou uma espetacular baixa de
preços. Os grandes bancos agiram mais uma vez, comprando ações a preços mais altos do que os do
pregão, mas essa medida não salvou os pequenos investidores. Cinco dias depois, em 29 de outubro de
1929 (terça-feira negra), não foi possível evitar o desastre da Bolsa que arrastou os grandes investidores
e empresas à falência. Cerca de 16,4 milhões de ações foram subitamente postas à venda. O excesso de
oferta e a falta de compradores fizeram com que os preços dessas ações caíssem cerca de 80%.
3. A expansão e solução da crise: A elevada internacionalização da economia mundial, provocada pelo
desenvolvimento do capitalismo monopolista-financeiro e pelo imperialismo desde o final do século
XIX, conectou em profundidade até então nunca vista as economias das diversas áreas do globo. Soma-
da à posição hegemônica conquistada pelos Estados Unidos na economia mundial com o fim da Grande
Guerra – o país assumiu a posição de maior credor, maior investidor e maior mercado global, essa inter-
nacionalização econômica tornou inevitável que a crise estadunidense contaminasse todos os demais
países capitalistas, principalmente os europeus, tornando a Crise de 1929 uma depressão sistêmica. O
Brasil também sofreu com os impactos dessa crise, isto porque os Estados Unidos era, até então, seu
principal comprador de café.
Para solucionar a crise, o presidente democrata Franklin Delano Roosevelt propôs o New Deal. Esse
plano fundamentou-se teoricamente, nas ideias do economista inglês John Myanard Keynes, crítico
severo do liberalismo. As principais medidas adotadas foram: fechamento temporários dos bancos e
a requisição dos estoques de ouro para equilibrar as finanças, a desvalorização da moeda visando à
elevação dos preços dos gêneros agrícolas a níveis toleráveis, de modo a permitir aos fazendeiros pa-
garem suas dívidas, a emissão de papel-moeda e o abandono do padrão-ouro, que permitiram ao Banco
Central financiar o seguro-desemprego, a criação da Administração para o Ajuste Agrícola, com intui-
to de reduzir a produção agrícola mediante subsídios estatais, a realização de grandes obras públicas
como estradas, hidrelétricas, irrigação, reflorestamento, hospitais, escolas, etc., para absorver a popu-
lação desempregada. É importante ressaltar que a Segunda Guerra Mundial normalizou, de fato, a vida
econômica dos Estados Unidos.
168
ATIVIDADES
1 – (UFJF-MG) (Adaptada) - No final de 2008, o mundo foi envolvido numa crise financeira que atingiu, e
ainda atinge, a vida de todos. Neste período, muitas referências foram feitas à crise econômica de 1929.
A charge a seguir é exemplar
2 – (UFMG) (Adaptada) – Desde a Primeira Grande Guerra, o capitalismo concorrencial dava sinais de
esgotamento. A Crise de 1929, porém, constituiu um divisor de águas no que diz respeito à mudança da
atuação do Estado na economia. Apresente e explique a principal mudança verificada na atuação do
Estado na economia pós-1929.
169
3 – (ENEM/2017) – O New Deal visa restabelecer o equilíbrio entre o custo de produção e o preço, entre
a cidade e o campo, entre os preços agrícolas e os preços industriais, reativar o mercado interno — o
único que é importante —, pelo controle de preços e da produção, pela revalorização dos salários e do
poder aquisitivo das massas, isto é, dos lavradores e operários, e pela regulamentação das condições
de emprego.
CROUZET, M. Os Estados perante a crise. In: História geral das civilizações. São Paulo: Difel, 1966 (adaptado).
170
SEMANA 4
EIXO TEMÁTICO:
Mundo Contemporâneo, República e Modernidade. Cidadania e Democracia: de 1930 aos dias Atuais.
TEMA/TÓPICO:
Conflitos no Mundo Contemporâneo / Segunda Grande Guerra, bipolaridade ideológica e a “nova
ordem mundial”.
HABILIDADE (S):
Estabelecer relações entre os sistemas totalitários de governo e a Segunda Grande Guerra.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
A Primeira Guerra Mundial, Crise de 1929, A Era Vargas (1930-19450).
INTERDISCIPLINARIDADE:
Há a possibilidade de aproximação da temática trabalhada nesta semana com os componentes de
filosofia e sociologia, ampliando o debate acerca do significado da guerra e também sobre a herança
do fascismo nas sociedades atuais.
• Habilidade Sociologia: Compreender a formação, a gestão e os conflitos de interesses presentes
no espaço urbano.
• Habilidade Filosofia: Compreender as diferentes formas de poder nas sociedades humanas.
171
Através do Partido Fascista, Benito Mussolini foi um dos grandes governantes que chegaram ao po-
der na Europa Ocidental, representando tais valores políticos. O Fascismo Italiano se apresenta, assim,
como o pioneiro dos chamados regimes “nazifascistas”, inaugurando a ascensão de uma série de outros
grupos semelhantes ao poder, notadamente o Salazarismo português, o Franquismo espanhol e o Na-
zismo alemão.
MARTINS JUNIOR, Leandro Augusto. Experiências nazifascistas. G1.Disponível em: http://educacao.globo.com/historia/assunto/-em-
tempos-de-guerra/experiencias-nazifascistas.html. Acesso em 15 maio 2021.
172
PARA SABER MAIS:
- Acesse o link abaixo para ter maiores informações sobre os Regimes Totalitários - os princípios
gerais, os principais fatores que levaram ao seu surgimento, e as peculiaridades da aplicação na
Itália, Alemanha, Portugal e Espanha.
Mapa Mental – Regimes Totalitários. Disponível em: <https://studymaps.com.br/regimes-totali-
tarios/>. Acesso em: 24 maio 2021.
- Acesse o link abaixo e leia a notícia que trata da ação de grupos neonazistas em São Paulo: Polí-
cia de SP vê aumento de movimentação neonazista e identifica grupos. Disponível em: <https://
www.bbc.com/portuguese/brasil-38603560>. Acesso em: 24 maio 2021.
- Acesse o link abaixo para ter maiores informações sobre a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)
- Antecedentes, o desenvolvimento da guerra e o desfecho.
Mapa Mental – Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Disponível em: <https://descomplica.com.
br/artigo/mapa-mental-segunda-guerra-mundial/4y4/>. Acesso em: 24 maio 2021.
- Sugestão de Livro: As origens do totalitarismo. Autora: Hannah Arendt.
- Sugestão de filme: Ele está de volta (2015) / A onda (2008) / A Lista de Schindler (1993).
- Sugestão de videoaula: Hannah Arendt: O que é o totalitarismo? Segunda Guerra Mundial (Partes:
1, 2, 3 e 4).
<https://www.youtube.com/watch?v=QszVD9dXX8Y>; <https://www.youtube.com/
watch?v=wLiCJriVldE&t=1136s>;
< https://www.youtube.com/watch?v=6qFpYfgzqsQ&t=843s>;
<https://www.youtube.com/watch?v=c89pHgIBHXI&t=6s>; <https://www.youtube.com/
watch?v=mFHgJiBurOQ>;
Sugestão de Site: https://encyclopedia.ushmm.org/pt-br
173
ATIVIDADES
1 – (UFRN) (Adaptada) - Vinicius de Moraes, inspirado em acontecimentos ocorridos em meados do
século XX, escreveu o seguinte poema:
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas só não se esqueçam
Da rosa, da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor, sem perfume
Sem rosa, sem nada.
MORAES, Vinicius de. Rosa de Hiroshima. In: Secos & molhados. São Paulo: Continental, 1973. 1 CD. Faixa 9. (Série Dois Momentos).
Identifique o fato histórico que inspirou o poeta e explique a relação desse fato com a Segunda Guerra
Mundial.
174
2 – (ENEM/2015) A participação da África na Segunda Guerra Mundial deve ser apreciada sob a ótica
da escolha entre vários demônios. O seu engajamento não foi um processo de colaboração com o
imperialismo, mas uma luta contra uma forma de hegemonia ainda mais perigosa.
MAZRUI, A. Procurai primeiramente o reino do político [...]. In: MAZRUI, A.; WONDJI, C. (Org). História geral da África: África desde 1925.
Brasília: UNESCO, 2010.
Para o autor, a “forma de hegemonia” e uma de suas características que explicam o engajamento dos
africanos no processo analisado foram:
3 – O expediente que ambos os governantes totalitários (Hitler e Stálin) utilizaram para transformar suas
respectivas ideologias em armas, com as quais cada um dos seus governados podia obrigar-se a entrar
em harmonia com o movimento do terror, era enganadoramente simples e imperceptível: levavam-nas
mortalmente a sério e orgulhavam-se, um, do seu supremo dom de “raciocínio frio como o gelo” (Hitler),
e o outro da impiedade da sua dialética, e passaram a levar as implicações ideológicas aos extremos
da coerência lógica que, para o observador, pareciam despropositadamente “primitivos” e absurdos: a
“classe agonizante” consistia em pessoas condenadas à morte; as raças “indignas de viver” eram pessoas
que iriam ser exterminadas. Quem concordasse com a existência de classes agonizantes e não chegasse
a consequência de matar os seus membros, ou com o fato de que o direito de viver tinha algo ver com
a raça e não deduzisse que era necessário matar as “raças incapazes”, evidentemente era ou estúpido
ou covarde. Essa lógica persuasiva como guia da ação impregna toda a estrutura dos movimentos e
governos totalitários. Deve-se exclusivamente a Hitler e a Stálin, que, embora não acrescentassem
um único pensamento novo às ideias e aos slogans de propaganda dos seus movimentos, só por isso
merecem ser considerados ideólogos da maior importância.
ARENDT, Hannah. As Origens do Totalitarismo: anti-semitismo, instrumento de poder. Rio de Janeiro: Ed. Documentário, 1975. p.351
175
SEMANA 5
EIXO TEMÁTICO:
Mundo Contemporâneo, República e Modernidade. Cidadania e Democracia: de 1930 aos dias atuais.
TEMA/TÓPICO:
Construção da Cidadania Moderna / Partidos políticos, sindicatos e a consolidação da democracia
brasileira: do peleguismo ao novo sindicalismo urbano.
HABILIDADE:
Investigar por meio de depoimentos na comunidade as diversas visões a respeito dos programas e
ações dos partidos políticos e sindicatos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
A Era Vargas (1930-1945), República Populista (1946-1964), Ditadura Militar (1964-1985) e Nova Repú-
blica (1986-2020).
INTERDISCIPLINARIDADE:
Há a possibilidade de aproximação da temática trabalhada nesta semana com os componentes de
filosofia e sociologia, ampliando o debate acerca das mudanças e permanências relacionadas a
representatividade política no Brasil.
• Habilidade Filosofia: Compreender as diferentes formas de poder nas sociedades humanas.
• Habilidade Sociologia: Compreender a formação, a gestão e os conflitos de interesses presentes
no espaço urbano.
176
estariam existindo graças à figura do presidente. Foi com essa associação entre a obra e o líder que se
criou a mitologia getulista, expressa na imagem do “pai dos pobres”.
A ideologia política centrada na figura do presidente, em sua obra social e em sua relação direta e pes-
soal com os trabalhadores, foi sendo construída dentro do Ministério do Trabalho, principalmente de-
pois de 1942. Foi fundamental nesse processo o papel do ministro do Trabalho, Alexandre Marcondes
Filho, que dirigiu a montagem do sindicalismo corporativista, articulou a invenção da ideologia traba-
lhista e se envolveu na criação do Partido Trabalhista Brasileiro.
Após a queda de Vargas e o fim do Estado Novo, o PTB iria atuar dentro das regras do jogo político libe-
ral-democrático como herdeiro do legado varguista.
Disponível em: <https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-45/DireitosSociaisTrabalhistas/IdeologiaTrabalhismo>.
Acesso em: 15 maio. 2021.
É importante ressaltar que as reformas trabalhistas introduzidas por Vargas não foram uma simples e
generosa concessão do governo, mas um reflexo das décadas de lutas constantes do movimento ope-
rário brasileiro. A persistência das lutas trabalhistas durante a República Oligárquica mostrou que a
questão social não poderia ser tratada pelo Estado como simples caso de polícia: os trabalhadores
colocaram-se como importantes atores políticos e não poderiam mais ser ignorados.
Ao estabelecer uma legislação trabalhista, Getúlio Vargas procurou regular o movimento operário e
atrelá-lo ao Estado, em uma tentativa de esvaziar sua dimensão mais radical e revolucionária. O Minis-
tério do Trabalho buscou controlar os sindicatos, objetivando conciliar os interesses dos trabalhadores,
dos patrões e do Estado. Percebe-se, portanto, que as lutas operárias das primeiras décadas do sécu-
lo XX fizeram com que parcela das elites brasileiras considerassem mais vantajoso fazer concessões
aos trabalhadores, controlando-os indiretamente em alguma medida, do que simplesmente reprimi-los
duramente, o que poderia alimentar a radicalização do proletariado e sua aproximação com o Partido
Comunista.
2. Política trabalhista durante o Estado Novo: A Constituição do Estado Novo sistematizou a política
trabalhista que Vargas vinha implementando desde o Governo Provisório. Por inspiração da Carta Del
Lavoro, da Itália fascista, a Carta Constitucional de 1937, com complementação de decretos-leis expe-
didos nos anos seguintes, submeteu os sindicatos ao governo de Getúlio. Adotou-se o modelo da uni-
dade sindical, que previa um sindicato por categoria profissional e proibiu-se a greve e a greve patronal.
Em 1939, o Estado Novo oficializou a verticalização, existente do movimento sindical desde 1934, com o
estabelecimento de federações e confederações de sindicatos. As federações deveriam reunir ao me-
nos cinco sindicatos estaduais, e as confederações ao menos três federações em âmbito nacional. Em
1940, foi criado o principal instrumento de submissão dos sindicatos ao Estado, o imposto sindical. Esse
imposto tinha a função de financiar os sindicatos, por meio de uma contribuição obrigatória, no valor de
um dia de trabalho, paga por todos os trabalhadores formalmente empregados. De todo o dinheiro arre-
cadado com o imposto sindical, previa-se que 60% seria repassado aos sindicatos, 15% às federações,
5% às confederações e 20% ao Fundo Social Sindical. Esse fundo, ao longo dos anos, ensejou grande
corrupção nos meios sindicais ligados ao Estado, pois foi desviado para financiar obras ministeriais e
campanhas eleitorais. O imposto sindical foi também o suporte da figura do sindicalista pelego, ou seja,
aquele que mediava as relações entre governo e classe trabalhadora, evitando choques com qualquer
uma das esferas, principalmente a governamental.
• Liberalização do pós-Guerra: Com o fim da Segunda Guerra Mundial, Getúlio implementou uma
reforma constitucional de cunho democrático, que garantia a reabertura dos partidos políticos:
PTB, PSD, UDN e PCB.
177
rurais passaram a se desenvolver. O golpe militar de 1964 interrompeu o crescimento do movimento sin-
dical, e a partir desse momento, trabalhadores voltam a ser perseguidos e a estarem sob total controle
do Estado.
O sindicalismo volta a ganhar forças somente no fim dos anos 1970, quando retomam as greves em
diversas fábricas no estado de São Paulo. As greves reivindicavam uma reposição salarial de 31%. O go-
verno até então vinha mascarando os índices de inflação, gerando grandes perdas salariais. A manobra
foi denunciada pelo Banco Mundial em 1977, despertando a revolta dos trabalhadores. A jornada de luta
nos anos 1970 inseriu o movimento operário no cenário político, econômico e social brasileiro, levando
a criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Partido dos Trabalhadores (PT), que passaram a
organizar diversas greves gerais nos anos 1980 e desempenharam importante papel em movimentos
políticos como as Diretas Já. O Novo Sindicalismo, como se convencionou chamar o movimento sindical
nascido com as greves de 1978 no ABC paulista, tem suas raízes num amplo movimento social que veio
se desenvolvendo nos anos da ditadura e hoje continua vivo, na Central Única dos Trabalhadores-CUT.
178
ATIVIDADES
1 – (ENEM/2017) (Adaptada) - Nos primeiros anos do governo Vargas, as organizações operárias sob
controle das correntes de esquerda tentaram se opor ao seu enquadramento pelo Estado. Mas a
tentativa fracassou. Além do governo, a própria base dessas organizações pressionou pela legalização.
Vários benefícios, como as férias e a possibilidade de postular direitos perante às Juntas de Conciliação
e Julgamento, dependiam da condição de ser membro de sindicato reconhecido pelo governo.
FAUSTO, B. História concisa do Brasil. São Paulo: Edusp; Imprensa Oficial do Estado, 2002 (adaptado).
No contexto histórico retratado pelo texto, a relação entre governo e movimento sindical foi caracterizada
2 – (PUC/SP) (Adaptada) - Com a criação dos Sindicatos Profissionais moldados em regras uniformes e
precisas, dá-se às aspirações dos trabalhadores e às necessidades dos patrões expressão legal normal e
autorizada. O arbítrio, tanto de uns como de outros, gera a desconfiança, é causa de descontentamento,
produz atritos que estalam em greves [...] Os sindicatos ou associações de classe serão os para-choques
dessas tendências antagônicas.
COLLOR, Lindolfo, Ministro do Trabalho, 19/3/1931, citado por Kazumi Munakata. A legislação trabalhista no Brasil. São Paulo: Brasiliense,
1984, p. 84.
A declaração acima, de Lindolfo Collor, Ministro do Trabalho em 1931, é exemplar da relação entre Esta-
do e trabalhadores durante o período Vargas, caracterizada pela
a) aceitação das reivindicações trabalhistas e pela implantação de legislação prejudicial aos inte-
resses do patronato.
b) disposição do governo em atuar como árbitro dos conflitos sociais e controlar as organizações
de trabalhadores.
c) proibição da unicidade sindical, que levou ao surgimento de sindicatos por categoria e a divisão
do operariado.
179
3 – (UFG-GO) – Ia devagar porque estava matutando. Com seus vinte anos fáceis, o 35 sabia, mais da
leitura dos jornais que da experiência, que o proletariado era uma classe oprimida. Comunismo?... Sim
talvez fosse isso. Mas o 35 não sabia bem direito, ficava atordoado com as notícias, os jornais falavam
tanta coisa, faziam tamanha mistura de Rússia, só sublime ou só horrenda, e o 35 infantil estava por
demais machucado pela experiência pra não desconfiar, o 35 desconfiava.
ANDRADE, Mário de. Primeiro de Maio. Contos novos. Belo Horizonte, Rio de Janeiro: Itatiaia, 1999, p. 35. [Adaptado].
O conto “Primeiro de Maio” reflete as dificuldades do movimento operário brasileiro, expressas nas des-
confianças de 1935 relacionadas ao golpe comunista. Apresente dois argumentos dos comunistas so-
bre o quadro político brasileiro que justificaram o golpe.
180
SEMANA 6
EIXO TEMÁTICO:
Mundo Contemporâneo, República e Modernidade. Cidadania e Democracia: de 1930 aos dias Atuais.
TEMA/TÓPICO:
Expansão e Guerra / Guerra Fria e mundo bipolar.
HABILIDADE:
Analisar mapas com a situação geopolítica do mundo pós-guerra.
CONTEÚDO RELACIONADO:
Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
INTERDISCIPLINARIDADE:
Há a possibilidade de aproximação da temática trabalhada nesta semana com o componente de
geografia, ampliando o debate acerca da situação geopolítica do mundo pós-guerra.
• Habilidade Geografia: Confrontar os efeitos das disparidades territoriais e sociais relativas à distri-
buição da terra e às políticas de desenvolvimento rural nos países centrais e periféricos.
181
CORTINA DE FERRO
Disponível em: <http://educacao.globo.com/historia/assunto/guerra-fria/mundo-bipolar-e-guerra-fria.html>. Acesso em: 15 maio. 2021.
O mapa apresenta a fronteira entre a Europa capitalista e o bloco socialista. Essa fronteira elevou as
tensões diplomáticas em 1946 a um nível explosivo. Winston Churchill, político britânico e primeiro-mi-
nistro da Grã-Bretanha, em uma viagem política pelos Estados Unidos, fez um discurso no qual chamou
de Cortina de Ferro a área fronteiriça entre a região Oriental e as nações capitalistas europeias. Nesse
discurso declarou:
Uma sombra desceu sobre o cenário até há pouco iluminado pelas vitórias aliadas. Ninguém sabe o
que a Rússia Soviética e sua organização internacional comunista pretendem fazer no futuro imediato,
ou quais são os limites, se é que os há, para as suas tendências expansionistas e proselitistas [...]. De
Stettin, no Báltico, a Trieste, no Adriático, uma Cortina de Ferro desceu sobre o continente. Atrás da-
quela linha todas as capitais de antigos Estados do Centro e do Leste Europeu [...] e suas populações
vivem no que se poderia chamar de esfera soviética [...] esta não é certamente a Europa libertada que
lutamos para construir. Também não é uma que contenha os ingredientes de uma paz permanente. [...]
Acautelai-vos, eu digo, porque o tempo pode ser curto.
CHURCHILL, Winston. In: BARROS, Edgard Luiz de. A Guerra Fria. São Paulo: Atual, 1984. p.19 (Discutindo a História)
1. Os conflitos da Guerra Fria: A Guerra Fria foi, antes de tudo, o resultado da ausência de um grande
vencedor na Segunda Guerra Mundial. A partir dessa realidade, e do consequente aumento de prestígio
dos dois países, a disputa pelo controle do mundo passou a ser um problema exclusivo dessas duas
potências. As disputas pelo poder mundial e pela ampliação ou sustentação de cada raio de influência
provocou tensões, conflitos e guerras. Em 1984, a ONU calculou que em várias partes do globo havia 12
conflitos com características de guerra. No entanto, os conflitos eram limitados a determinadas áreas,
justamente pela capacidade de autodestruição de cada bloco. Durante a Guerra Fria, o “equilíbrio do
terror” e a “paz pelo medo” caracterizaram o precário equilíbrio mundial.
182
A Revolução Chinesa (1949)
O mapa destaca a fase final da revolução que transformou a China em um país comunista. Vale lembrar
que essa revolução foi um processo que começou em 1927 e terminou em 1949. No transcurso desses
22 anos, a revolução atravessou quatro fases distintas.
Disponível em: <https://historiacem01.weebly.com/4-bim.html>. Acesso em: 15 maio 2021.
183
O mapa destaca a evolução do conflito que ocorreu na Península Coreana e dividiu o país em Coreia do
Norte e Coreia do Sul. Tecnicamente, o conflito ainda não acabou, pois não foi assinado nenhum tratado
de paz, apenas um armistício em 27 de julho de 1953.
Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/guerra-da-coreia/>. Acesso em: 15 maio 2021.
O mapa destaca a evolução do conflito que dividiu o Vietnã em lados opostos. De um lado, os capitalis-
tas e aliados dos EUA (Vietnã do Sul) e de outro os socialistas e aliados da URSS e China (Vietnã do Nor-
te). A guerra contou ainda com a participação dos vietcongues (guerrilha socialista do Vietnã do Sul). A
Guerra do Vietnã colocou à prova a supremacia dos Estados Unidos como potência militar hegemônica.
Disponível em: <https://www.coladaweb.com/historia/guerras/guerra-do-vietna>. Acesso em: 15 maio 2021.
184
O mapa destaca a Crise dos Mísseis de Cuba. Esse episódio da Guerra Fria durou 14 dias (14 a 28 outubro
de 1962) e marcou o confronto entre os Estados Unidos e a União Soviética. O motivo desencadeador
da crise foi a instalação de mísseis nucleares soviéticos em Cuba em resposta aos mísseis americanos
instalados a oeste e sul da União Soviética.
Disponível em: <https://ensinarhistoriajoelza.com.br/a-crise-dos-misseis-de-cuba-o-mundo-a-beira-da-guerra-nuclear/>. Acesso em:
15 maio. 2021.
ATIVIDADES
1 – (ENEM/2018) – Os soviéticos tinham chegado a Cuba muito cedo na década de 1960, esgueirando-
se pela fresta aberta pela imediata hostilidade norte-americana em relação ao processo social
revolucionário. Durante três décadas os soviéticos mantiveram sua presença em Cuba com bases e
ajuda militar, mas, sobretudo, com todo o apoio econômico que, como saberíamos anos mais tarde,
mantinha o país à tona, embora nos deixasse em dívida com os irmãos soviéticos – e depois com seus
herdeiros russos – por cifras que chegavam a US$ 32 bilhões. Ou seja, o que era oferecido em nome da
solidariedade socialista tinha um preço definido.
PADURA, L. Cuba e os russos. Folha de São Paulo, 19 jul. 2014 (adaptado).
O texto indica que durante a Guerra Fria as relações internas em um mesmo bloco foram marcadas pelo (a):
185
2 – Durante o período conhecido como Guerra Fria, irrompeu, no sudeste da Ásia, outro conflito – a
Guerra do Vietnã – que se tornou cenário das disputas ideológicas e militares entre as superpotências
mundiais da época. Analise essa guerra estabelecendo relação com a bipolarização ideológica desse
período.
3 – (UERJ/2019) (Adaptada)
Na esfera das relações internacionais, o contexto histórico ao qual a personagem faz referência era
marcado por uma divisão do mundo decorrente sobretudo do seguinte fator:
a) divergência religiosa-cultural.
b) concorrência técnico-científica.
c) rivalidade financeiro-comercial.
d) antagonismo étnico-linguístico.
e) bipolaridade político-ideológica.
186
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
SEMANA 1
EIXO TEMÁTICO:
Agir e Poder.
TEMA/TÓPICO:
Indivíduo e Comunidade.
HABILIDADE(S):
Compreender as diferentes formas de poder nas sociedades humanas.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Teoria política de Platão e Aristóteles.
187
• produtores – responsáveis pela produção econômica, como os artesãos e agricultores, criado-
res de animais etc. Esse grupo corresponderia à alma concupiscente;
• guardiões – responsáveis pela defesa da cidade, como os soldados. Esse grupo corresponderia
à alma irascível;
• governantes – responsáveis pelo governo da cidade. Esse grupo corresponderia à alma racional.
A justiça na cidade dependeria do equilíbrio entre esses três grupos sociais, ou seja, cada qual cumprin-
do sua função, uma vez que se trata de aspectos necessários à vida da cidade. Assim, a cidade é como
o corpo do indivíduo que estabelece:
[...] um acordo perfeito entre os três elementos da sua alma, assim como entre
os três tons extremos de uma harmonia – o mais agudo, o mais grave, o médio, e
os intermédios, se os houver –, e que, ligando-os uns aos outros se transforme, de
múltiplo que era, em uso, moderado e harmonioso; [...] e que em todas essas oca-
siões considere justa e honesta a ação que salvaguarda e contribui para completar
a ordem que implantou em si mesmo [...].(Platão, A República, p. 145).
E, da mesma forma que a alma racional prepondera no indivíduo, a esfera preponderante na cidade
deve ser, para Platão, a dos governantes. Mas quem deve ser o governante? O filósofo propõe um mo-
delo educativo que possibilitaria a todos os indivíduos igual acesso à educação, independentemente
do grupo social a que pertencessem por nascimento. Em sua formação, as crianças iriam passando por
processos de seleção, ao longo dos quais seriam destinados a um dos três grupos sociais que formam
a cidade. Os mais aptos continuariam seus estudos até o ponto mais alto desse processo – a filosofia –,
a fim de se tornarem sábios e, assim, habilitados a administrar a cidade. Dizemos, portanto, que a con-
cepção política de Platão é aristocrática, pois supõe que a grande massa de pessoas é incapaz de dirigir
a cidade; apenas uma pequena parcela de sábios está apta a exercer o poder político.
Aristocracia (do grego aristoi, “melhores”, e cracia,“poder”) é a forma de governo em que o poder é exer-
cido pelos “melhores”, os quais, na proposta de Platão, constituem uma elite (do latim eligere, = “esco-
lhido”) que se distinguiria pelo saber. Trata-se, portanto, de uma “aristocracia do espírito”, isto é, não
está baseada no poder econômico. Isso significa também que Platão não propunha a democracia como
a forma ideal de governo. A justificativa para essa posição está em sua alegoria da caverna. Para ele,
o filósofo é aquele que, saindo do mundo das trevas e da ilusão, busca o conhecimento e a verdade no
mundo das ideias. Depois deve voltar para dirigir as pessoas que não alcançaram esse ponto. Ele se
constituiria, assim, no que ficou popularizado como rei-filósofo, pois aquele que, pela contemplação
das ideias, conheceu a essência do bem e da justiça deve governar a cidade.
TEORIA POLÍTICA DE ARISTÓTELES
O filósofo grego Aristóteles (384-322 a.c.) afirmava que o ser humano é por natureza um ser social, pois,
para sobreviver, não pode ficar completamente isolado de seus semelhantes. Assim, constituída por
um impulso natural do ser humano, a sociedade deve ser organizada conforme essa mesma natureza
humana. O que deve guiar, então, a organização de uma sociedade? A busca de determinado bem, cor-
responde aos anseios dos indivíduos que a organizam.
Para Aristóteles, a organização social adequada à natureza humana é a pólis: “a cidade (pólis) encontra-
-se entre as realidades que existem naturalmente, e o homem é por natureza um animal político”. A pólis
grega, portanto, é vista pelo filósofo como um fenômeno natural. Por isso, o ser humano em seu sentido
pleno é um animal político, isto é, envolvido na vida da pólis. Assim, Aristóteles toma um fenômeno so-
cial característico da Grécia como modelo natural de todo o gênero humano.
Aristóteles também entende que a cidade tem precedência sobre cada um dos indivíduos, pois, iso-
ladamente, o indivíduo não é autossuficiente, e a falta de um indivíduo não destrói a cidade. Assim,
afirmou: “o todo deve necessariamente ter precedência sobre as partes” (Política, p. 15). É por isso que,
para o filósofo, conforme vimos, a política é uma continuidade da ética, ou melhor, a ética é entendida
como uma parte da política. A ética dirige-se ao bem individual, enquanto a política volta-se para o bem
comum, constituindo-se também em meio necessário ao bem-estar pessoal.
188
REFERÊNCIAS:
COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Fundamentos de filosofia. 4ª edição. São Paulo: Saraiva, 2016.
PARA SABER MAIS:
POLÍTICA EM PLATÃO. Video: <https://www.youtube.com/watch?v=RTzKatSM5HE>. Acesso em: 16
maio 2021.
POLÍTICA EM ARISTÓTELES. Video: <https://www.youtube.com/watch?v=zb5ICcV2Qgc>. Acesso
em: 16 maio 2021.
ATIVIDADES
1 – Analise o excerto seguinte:
“Não menos estranho seria fazer do homem feliz um solitário, pois ninguém escolheria a posse do mun-
do inteiro sob a condição de viver só, já que o homem é um ser político e está em sua natureza o viver em
sociedade. Por isso, mesmo o homem bom viverá em companhia de outros, visto possuir ele as coisas
que são boas por natureza”
(Aristóteles, Política.1973, IX, 9, 1169 b 18/20)
A partir do excerto acima, explique porque, para Aristóteles o ser humano é um animal político.
189
“Exercita-te primeiro, caro amigo, e aprende o que é preciso conhecer para iniciares na política; antes,
não. Então, primeiro precisamos adquirir virtude, tu ou quem quer que se disponha a governar ou a ad-
ministrar não só a sua pessoa e seus interesses particulares, como a cidade e as coisas a ela pertinen-
tes. Assim, o que precisas alcançar não é o poder absoluto para fazeres o que bem entenderes contigo
ou com a cidade, porém justiça e sabedoria”.
(PLATÃO, O primeiro Alcibíades. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2004. p.281-285).
A partir de seu conhecimento acerca da teoria política de Platão, explique porque para Platão apenas o
filósofo é capaz de governar com justiça.
3 – “– Mas escuta, a ver se eu digo bem. O princípio que de entrada estabelecemos que devia observar-se
em todas as circunstâncias, quando fundamos a cidade, esse princípio é, segundo me parece, ou ele ou
uma das suas formas, a justiça. Ora nós estabelecemos, segundo suponho, e repeti-lo muitas vezes, se
bem te lembras, que cada um deve ocupar-se de uma função na cidade, aquela para qual a sua natureza
é mais adequada.”
PLATÃO. A República. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 2001, p. 185.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção platônica de justiça, na cidade ideal, assi-
nale a alternativa correta.
a) Para Platão, a cidade ideal é a cidade justa, ou seja, a que respeita o princípio de igualdade natu-
ral entre todos os seres humanos, concedendo a todos os indivíduos os mesmos direitos perante
a lei.
b) Platão defende que a democracia é fundamento essencial para a justiça, uma vez que permite a
todos os cidadãos o exercício direto do poder.
c) Na cidade ideal platônica, a justiça é o resultado natural das ações de cada indivíduo na perse-
guição de seus interesses pessoais, desde que esses interesses também contribuam para o bem
comum.
d) Para Platão, a formação de uma cidade justa só é possível se cada cidadão executar, da melhor
maneira possível, a sua função própria, ou seja, se cada um fizer bem aquilo que lhe compete,
segundo suas aptidões.
e) Platão acredita que a cidade só é justa se cada membro do organismo social tiver condições de
perseguir seus ideais, exercendo funções que promovam sua ascensão econômica e social.
190
SEMANA 2
EIXO TEMÁTICO:
Agir e Poder.
TEMA/TÓPICO:
Indivíduo e comunidade: Lei e Justiça
HABILIDADE(S):
Compreender as diferentes formas de poder nas sociedades humanas
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
O pensamento político de Maquiavel.
191
do que se tinha até então. Como vimos, no pensamento antigo a política estava relacionada com a ética
e, na idade média, essa ideia permaneceu, acrescida dos valores cristãos. Ou seja, o bom governante
seria aquele que possuísse as virtudes cristãs e as implementasse no exercício do poder político. Ma-
quiavel observou, porém, que havia uma distância entre o ideal de política e a realidade política de sua
época. Escreveu então o livro O Príncipe (1513-1515), com o propósito de tratar da política tal como ela se
dá, isto é, sem pretender fazer uma teoria da política ideal, mas, ao contrário, compreendendo e escla-
recendo a política real. Dessa forma, o filósofo afastou-se da concepção idealizada de política. Centrou
sua reflexão na constatação de que o poder político tem como função regular as lutas e tensões entre
os grupos sociais, os quais, em seu entendimento, eram basicamente dois: o grupo dos poderosos e
o povo. Essas lutas e tensões existiriam sempre, de tal forma que seria ilusão buscar um bem comum
para todos. Mas se a política não tem como objetivo o bem comum, qual seria então seu objetivo? Ma-
quiavel respondeu: a política tem como objetivo a manutenção do poder do Estado. E, para manter o
poder, o governante deve lutar com todas as armas possíveis, sempre atento às correlações de forças
que se mostram a cada instante. Isso significa que a ação política não cabe nos limites do juízo moral. O
governante deve fazer aquilo que, a cada momento, se mostra interessante para conservar seu poder.
não se trata, portanto, de uma decisão moral, mas sim de uma decisão que atende à lógica do poder.
Para Maquiavel, na ação política não são os princípios morais que contam, mas os resultados. É por isso
que, segundo ele, os fins justificam os meios. Desse modo, escreveu em O príncipe:
“Não pode e não deve um príncipe prudente manter a palavra empenhada quando
tal observância se volte contra ele e hajam desaparecido as razões que a motiva-
ram. [...] Nas ações de todos os homens, especialmente os príncipes, [...] os fins é
que contam. Faça, pois, o príncipe tudo para alcançar e manter o poder; os meios
de que se valer serão sempre julgados honrosos e louvados por todos, porque o
vulgo [o povo, a maioria das pessoas] atenta sempre para aquilo que parece ser e
para os resultados.” (O príncipe, p. 112-113.)
REFERÊNCIAS
COTRIM, Gilberto; FERNANDES, MIRNA. Fundamentos de filosofia. 4ª edição. São Paulo: Saraiva,
2016.
192
ATIVIDADES
1 – Leia os textos a seguir.
Texto 1
Todos concordam que é muito louvável um príncipe respeitar a sua palavra e viver com integridade, sem
astúcias nem embustes. Contudo, a experiência do nosso tempo mostra-nos que se tornaram grandes
príncipes que não ligaram muita importância à fé dada e que souberam cativar, pela manhã, o espírito
dos homens e, no fim, ultrapassar aqueles que se basearam na lealdade.
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. São Paulo: DPL Editora, 2008.
Texto 2
Ao separar completamente a lógica da ação política dos fundamentos da moral, ele diz que “o Príncipe
não é nem um livro moral, nem imoral; é apenas um livro técnico.
CASSIRER, Ernst. O mito do Estado. Lisboa: Publicações Europa-América, 1961.
A ética cristã medieval, as atitudes dos governantes e os Estados estão, todos, subordinados a uma lei
superior e transcendente. A ética, sob a visão de Maquiavel, contrapõe-se a essa concepção afirmando
que uma atitude não pode ser chamada de boa ou de má a não ser sob uma perspectiva histórica.
Relacione os textos e explique em que consiste a separação entre ética e política no pensamento filo-
sófico de Maquiavel.
2 – Maquiavel denominou fortuna a metade da vida humana que não pode ser controlada pelo homem. E
identificou-a não a algo terrível, mas a uma bondosa deusa, possuidora da honra, da riqueza, da glória,
do poder, ou seja, possuidora de todos aqueles bens aos quais os homens naturalmente almejam.
Destarte, por ser mulher, a fortuna precisava ser seduzida, e, para tanto, bastaria que se apresentasse
um homem de virilidade e coragem inquestionáveis. Um homem possuidor de virtú. O homem de virtú é
capaz de seduzir a deusa fortuna, porque sabe o momento exato, criado por esta, para agir com sucesso
[...]
JUNIOR, Antonio de Freitas. O pensamento político de Maquiavel. Disponível em: <http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/
id/141333/R174-10.pdf?sequence=4>. Acesso em: 23 mar. 2015.
Com base no texto, explique a relação entre virtú e fortuna, segundo o pensamento político de Maquiavel?
193
3 – Vilão ou herói, o certo é que com O Príncipe, Maquiavel funda a Ciência Política e cria o emprego
moderno do termo “Estado”, “universalmente consagrada pela terminologia dos tempos modernos e da
idade contemporânea”.
BONAVIDES, Paulo. Ciência política. São Paulo: Malheiros, 1995.
Para indicar o que os gregos tinham chamado de pólis, os romanos de res publica, e que um grande pen-
sador político, o francês Jean Bodin, meio século depois de Maquiavel, chama de república.
BOBBIO, Norberto. A teoria das formas de governo. Brasília: Universidade de Brasília, 1994.
A novidade no estudo da política, consagrada pela teoria de Maquiavel em relação a concepções ante-
riores, baseia-se na:
4 – Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é decidido por Deus
e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devido às grandes transformações ocorridas,
e que ocorrem diariamente, as quais escapam à conjectura humana. Não obstante, para não ignorar
inteiramente o nosso livre-arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos
atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o controle sobre a outra metade.
MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Brasília: EdUnB, 1979 (adaptado).
Em “O Príncipe”, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor
demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo renascentista ao:
194
SEMANA 3
EIXO TEMÁTICO:
Agir e Poder.
TEMA/TÓPICO:
Indivíduo e comunidade.
HABILIDADE(S):
Delimitar as esferas do indivíduo, do social e do político.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
O contratualismo de Thomas Hobbes.
195
era [...] conferir toda sua força e poder a um homem, ou a uma assembleia de ho-
mens, que possa reduzir suas diversas vontades, por pluralidade de votos, a uma
só vontade [...] é como se cada homem dissesse a cada homem [...] transfiro meu
direito de governar-me a mim mesmo a este Homem, ou a esta Assembleia de ho-
mens, com a condição de transferirem a ele teu direito, autorizando de maneira
semelhante todas as suas ações. Feito isto, à multidão assim unida numa só pes-
soa se chama Estado [...] É esta a geração daquele grande Leviatã [...] ao qual
devemos [...] nossa paz e defesa. Pois graças a esta autoridade que lhe é dada por
cada indivíduo no Estado, é-lhe conferido o uso de tamanho poder e força que o
terror assim inspirado o torna capaz de conformar as vontades de todos eles, no
sentido da paz em seu próprio país, e da ajuda mútua contra os inimigos estrangei-
ros. É nele que consiste a essência do Estado, a qual pode ser assim definida: uma
pessoa de cujos atos uma grande multidão, mediante pactos recíprocos uns com
os outros, foi instituída por cada um como autora, de modo a ela poder usar a força
e os recursos de todos, da maneira que considerar conveniente, para assegurar a
paz e a defesa comum. Àquele que é portador dessa pessoa se chama Soberano, e
dele se diz que possui poder soberano. Todos os restantes são súditos.
(Leviatã, p. 105-106).
REFERÊNCIAS
COTRIM, Gilberto; FERNANDES, MIRNA. Fundamentos de filosofia. 4ª edição. São Paulo: Saraiva,
2016.
196
ATIVIDADES
1 – (ENEM, 2000) O texto abaixo, de John Locke (1632-1704), revela algumas características de uma
determinada corrente de pensamento:
Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua pró-
pria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por
que abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que
é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a utilização do mesmo é mui-
to incerta e está constantemente exposto à invasão de terceiros porque, sendo todos senhores tanto
quanto ele, todo o homem igual a ele e, na maior parte, pouco observadores da equidade e da justiça, o
proveito da propriedade que possui nesse estado é muito inseguro e muito arriscado. Estas circunstân-
cias obrigam-no a abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos cons-
tantes; e não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já
unidos, ou pretendem unir-se para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo
de propriedade.
(Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991.)
Do ponto de vista político, podemos considerar o texto como uma tentativa de justificar:
d) A origem do governo como uma proteção à vida, aos bens e aos direitos.
2 – (UFU 1/1999) Para John Locke, filósofo político inglês, os direitos naturais do homem eram:
197
3 – “A única maneira pela qual uma pessoa qualquer renuncia à liberdade natural e se reveste dos laços da
sociedade civil consiste em concordar com outras pessoas, em juntar-se e unir-se numa comunidade,
para viverem com segurança, conforto e paz.”
LOCKE, John. Segundo Tratado Sobre o Governo. São Paulo: Martin Claret, 2006, p. 71.
De acordo com algumas teorias políticas, a formação do Estado é explicada pela renúncia que os indiví-
duos fazem de sua liberdade natural quando, em troca da garantia de direitos individuais, transferem a
um terceiro o monopólio do exercício da força. O conjunto dessas teorias é denominado de
a) liberalismo.
b) despotismo.
c) socialismo.
d) anarquismo.
e) contratualismo.
198
5 – Leia o texto abaixo e assinale a alternativa correta.
“É evidente que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum que os
mantenha subjugados, eles se encontram naquela condição que é chamada de guerra; e essa
guerra é uma guerra de cada homem contra cada outro homem.”
Hobbes in BOBBIO, Norberto. Thomas Hobbes. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1991. p. 35.
b) Hobbes associa, compreende a guerra de todos contra todos como característica do Estado de
Natureza.
e) Hobbes acredita que no Estado de Natureza o homem é bom e se corrompe quando vive em
sociedade.
199
SEMANA 4
EIXO TEMÁTICO:
Ser e agir.
TEMA/TÓPICO:
Indivíduo e comunidade.
HABILIDADE(S):
Refletir sobre o sentido do conflito nas relações humanas.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Liberalismo, Estado mínimo.
200
LEGITIMAÇÃO DE PODER
Na Idade Média transmitia-se por herança tanto a propriedade como o poder político: o herdeiro do rei,
do conde, do marquês recebia não só os bens como também o poder sobre aqueles que viviam nas ter-
ras herdadas. Locke estabelece a distinção entre o público e o privado, âmbitos que devem ser regidos
por leis diferentes.
Assim, o poder político não deve, em tese, ser determinado pelas condições de nascimento, bem como
o Estado não deve intervir, mas garantir e tutelar o livre exercício da propriedade, da palavra e da inicia-
tiva econômica. Desse modo, um aspecto progressista do pensamento liberal é a concepção parlamen-
tar do poder político, que se acha nas instituições políticas, e não no arbítrio dos indivíduos.
Enquanto para Hobbes o pacto concede o poder absoluto e indivisível ao soberano, para Locke o poder
legislativo é o poder supremo, ao qual deve se subordinar tanto o executivo quanto o poder federativo
(encarregado das relações exteriores).
A PROPRIEDADE SEGUNDO LOCKE
Como representante dos ideais burgueses, Locke enfatiza que os indivíduos abandonam o estado de
natureza para preservar a propriedade. Mas o que ele entende por propriedade? Em um sentido muito
amplo, é “tudo o que pertence” a cada indivíduo, ou seja, sua vida, sua liberdade e seus bens. A primeira
coisa que a pessoa possui, portanto, é o seu corpo: todo indivíduo é proprietário de si mesmo e de suas
capacidades. O trabalho de seu corpo é propriamente dele; portanto, o trabalho dá início ao direito de
propriedade em sentido estrito (bens, patrimônio). Isso significa que, na concepção de Locke, todos
são proprietários: mesmo quem não possui bens é proprietário de sua vida, seu corpo, seu trabalho e,
portanto, dos frutos do seu trabalho.
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando – Introdução à Filosofia.
São Paulo: Moderna.
201
ATIVIDADES
1 – (UFMG - 2007) Leia este trecho:
“Embora todos os frutos que a terra produz naturalmente e todos os animais que alimenta pertençam
à humanidade em comum [...] cada homem tem a propriedade de sua própria pessoa; a esta ninguém
tem qualquer direito senão ele mesmo. O trabalho de seu corpo e a obra de suas mãos, pode dizer-se,
são propriamente dele. A qualquer coisa que ele retirasse do estado no qual a natureza a deixou, ele
misturou o próprio trabalho, acrescentando algo que pertence a ele, e, por isso mesmo, tornou-a sua
propriedade. Retirando-a do estado comum em que a natureza a colocou, anexou-lhe por esse trabalho
algo que a exclui do direito comum de outros homens.”
LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo V, 25-26.
Com base na leitura desse trecho e considerando outros conhecimentos sobre o assunto, REDIJA um
texto, explicando como o jusnaturalismo, corrente de que Locke é um representante, justifica a norma
moral: “Não se deve roubar”.
Com base na leitura do texto, discorre sobre como Locke fundamenta a formação da sociedade política.
202
3 – (UFSJ-MG) Os pensadores.
O motivo que leva os homens a entrarem em sociedade é a preservação da propriedade; e o objetivo
para o qual escolhem e autorizam um poder legislativo é tornar possível a existência de leis e regras
estabelecidas como guarda e proteção às propriedades de todos os membros da sociedade, a fim de
limitar o poder e moderar o domínio de cada parte e de cada membro da comunidade; pois não se po-
derá nunca supor seja vontade da sociedade que o legislativo possua o poder de destruir o que todos
intentam assegurar-se entrando em sociedade e para o que o povo se submeteu a legisladores por ele
mesmo criados. Sempre que os legisladores tentam tirar e destruir a propriedade do povo, ou redu-
zi-lo à escravidão sob poder arbitrário, entra em estado de guerra com ele, que fica assim absolvido
de qualquer obediência, mas abandonado ao refúgio comum que Deus providenciou para todos os ho-
mens contra a força e violência. Sempre que, portanto, o legislativo transgredir esta regra fundamental
da sociedade, e por ambição, temor, loucura ou corrupção, procurar apoderar-se ou entregar às mãos
de terceiros o poder absoluto sobre a vida, liberdade e propriedade do povo, perde, por esta infração
ao encargo, o poder que o povo lhe entregou para fins completamente diferentes, fazendo-o voltar ao
povo, que tem o direito de retomar a liberdade originária e, pela instituição de novo legislativo, confor-
me achar conveniente, prover à própria segurança e garantia, o que constitui o objetivo da sociedade.
LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. Tradução de: MONTEIRO, E. Jacy. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p. 121.
a) I, II e V.
b) II, IV e V.
c) I, III e IV.
e) Somente II e IV.
Assinale a alternativa que apresenta o fundamento natural da propriedade privada segundo Locke.
203
a) A propriedade privada surgiu com o pacto de consentimento em que alguns abdicam da posse
do que é comum, dando-o como bem de um indivíduo pelo seu mérito.
b) A propriedade privada é antes de tudo uma dádiva divina que alguns obtêm e outros não, por isso
não resulta do trabalho do indivíduo e sim da bondade de Deus.
I) A passagem do estado de natureza para a sociedade política ou civil, segundo Locke, é realizada
mediante um contrato social, através do qual os indivíduos singulares, livres e iguais dão seu
consentimento para ingressar no Estado civil.
II) O livre consentimento dos indivíduos para formar a sociedade, a proteção dos direitos naturais
pelo governo, a subordinação dos poderes, a limitação do poder e o direito à resistência são prin-
cípios fundamentais do liberalismo político de Locke.
III) A violação deliberada e sistemática dos direitos naturais e o uso contínuo da força sem amparo
legal, segundo Locke, não são suficientes para conferir legitimidade ao direito de resistência,
pois o exercício de tal direito causaria a dissolução do Estado civil e, em consequência, o retorno
ao estado de natureza.
IV) Os indivíduos consentem livremente, segundo Locke, em constituir a sociedade política com a
finalidade de preservar e proteger, com o amparo da lei, do arbítrio e da força comum de um
corpo político unitário, os seus inalienáveis direitos naturais à vida, à liberdade e à propriedade.
V) Da dissolução do poder legislativo, que é o poder no qual “se unem os membros de uma comu-
nidade para formar um corpo vivo e coerente”, decorre, como consequência, a dissolução do
estado de natureza.
Das afirmativas feitas acima:
204
SEMANA 5
EIXO TEMÁTICO:
Ser e agir.
TEMA/TÓPICO:
Indivíduo e comunidade.
HABILIDADE(S):
Refletir sobre o sentido do conflito nas relações humanas.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Soberania, vontade popular, Estado.
INTERDISCIPLINARIDADE:
História, Sociologia.
205
ORIGEM DA DESIGUALDADE SEGUNDO ROUSSEAU
Segundo o filósofo, a desigualdade surgiu por um encadeamento de circunstâncias funestas, iniciadas
no momento em que alguém cercou um terreno e disse que era seu, dando origem à propriedade priva-
da, era a primeira desigualdade, a desigualdade de posses ou fortuna. Daí surgiram disputas e guerras.
os ricos, buscando garantir suas posses, e os demais, acreditando estar mais seguros assim, chegaram
a um acordo para formar a sociedade civil e estabelecer leis de convivência (o chamado contrato social).
Foi aí que despontaram todos os tipos de desigualdade social. Eleitos inicialmente, os primeiros diri-
gentes impuseram-se como governantes hereditários, acumulando cada vez mais privilégios, poder
e fortuna, e o resto da história já conhecemos. Portanto, podemos dizer resumidamente que, com o
surgimento da sociedade e de todas as suas instituições, desapareceu a bondade natural, própria dos
selvagens, bem como sua liberdade. e que a tese de Rousseau é a de que o estado social não é natural
no ser humano e o corrompe, mas se tornou indispensável a partir de certo momento.
O contrato social reconhecendo que não é possível uma volta atrás, o problema para Rousseau tornou-
-se, então, o seguinte: que tipo de convenção ou forma de organização política pode conservar a liber-
dade característica do estado de natureza? No livro Do contrato social, Rousseau empenhou- -se em
fornecer uma resposta a essa questão. Nele sua tarefa não era mais, como no discurso, a de fornecer
conjecturas sobre eventos históricos, e sim apresentar uma tese normativa, isto é, que argumentasse
sobre como deveria ser o estado para que fosse legítimo. Em outras palavras, procurou estabelecer
instrumentos pelos quais o indivíduo “natural” se transformasse no cidadão do “convívio social”.
Rousseau defendeu, então, a ideia de que o soberano deve conduzir o estado segundo a vontade geral
de seu povo, sempre tendo em vista o atendimento do bem comum. Somente esse estado, de bases
democráticas, teria condições de oferecer a todos os cidadãos um regime de igualdade jurídica. Por
essa e outras ideias, rousseau tornou-se célebre como defensor da pequena burguesia e inspirador dos
ideais presentes na revolução francesa, ocorrida onze anos após a sua morte
REFERÊNCIAS
COTRIM, Gilberto; FERNANDES, MIRNA. Fundamentos de filosofia. 4ª edição. São Paulo: Saraiva,
2016.
206
ATIVIDADES
1 – No pensamento político de Rousseau, o verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que,
tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples
para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero
humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes:
‘Defendei Vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos da terra são de
todos e que a terra não pertence a ninguém!’. Grande é a possibilidade, porém, de que as coisas já então
tivessem chegado ao ponto de não poder mais permanecer como eram, pois essa ideia de propriedade,
dependendo de muitas ideias anteriores que só poderiam ter nascido sucessivamente, não se formou
repentinamente no espírito humano”.
(ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural,
1978, p.2265. Coleção Os Pensadores).
a) Rousseau afirma que no Estado de Natureza há liberdade ilimitada, resultando como premis-
sa a inexistência da propriedade privada e do direito de alguns sobre aquilo que é de todos os
homens.
b) Rousseau define que no Estado de Natureza o homem possuía o direito irrevogável sobre a pro-
priedade constituindo a posse da terra, portanto, um direito particular.
d) Rousseau não admite que no Estado de Natureza o homem tenha o direito ilimitado sobre todas
as coisas, mas apenas que a propriedade pertence coletivamente a todos.
e) Rousseau busca estabelecer que no Estado Civil o direito deve preservar a propriedade privada,
uma vez que o Estado de Natureza é formado pela guerra de todos contra todos.
a) A invenção da propriedade privada, das sociedades e das leis foram acontecimentos que deram
origem, diversificaram e aprofundaram as formas de desigualdade.
d) A invenção da sociedade e das leis nasceu para garantir os direitos naturais da vida e da
propriedade.
207
3 – O filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um atento observador da sociedade de sua época.
Em um de seus livros, publicado em 1755, Rousseau escreveu:
“O primeiro que, tendo cercado um pedaço de terra, se apressou em dizer isso me pertence, e encon-
trou pessoas muito ingênuas para crer no que ele dizia, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil.”
Segundo este argumento, a sociedade civil
a) No estado de natureza – fundamento do direito político –, o homem natural era um ser livre, po-
rém sem direitos iguais.
b) No estado de natureza – fundamento do direito político –, o homem natural era um ser de direitos
iguais, porém não era livre.
208
SEMANA 6
EIXO TEMÁTICO:
Ser e agir.
TEMA/TÓPICO:
Indivíduo e comunidade.
HABILIDADE(S):
Compreender as diferentes formas de poder nas sociedades humanas.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Soberania, vontade popular, Estado.
INTERDISCIPLINARIDADE:
História, Sociologia.
209
o filósofo, esbarramos mais com os guardiões dos micropoderes – os pequenos donos dos poderes pe-
riféricos – do que com os detentores dos macro poderes.
Seu objetivo, como filósofo, foi o de colocar à mostra estruturas veladas de poder, tendo Nietzsche por
inspiração. tanto quanto este, Foucault afirmou a relação entre saber e poder:
Vivemos em uma sociedade que em grande parte marcha “ao compasso da verdade” – ou
seja, que produz e faz circular discursos que funcionam como verdade, que passam por tal
e que detêm, por esse motivo, poderes específicos (FOUCAULT, 1978, p. 231).
A ORIGEM DO PODER
Foucault também desenvolveu seu método de pesquisa à maneira de uma genealogia, inspirado em
Nietzsche. Como o filósofo alemão, adotou como ponto de partida a noção de que os valores – o bem e o
mal, o verdadeiro e o falso, o certo e o errado, o sadio e o doente etc. – são consagrados historicamente
em função de interesses relativos ao poder dentro da sociedade.
Em outras palavras, a definição do que é bom, verdadeiro ou sadio depende das instâncias nas quais o
poder se encontra. Na visão de Foucault, esse poder não seria essencialmente de repressão ou de cen-
sura, mas antes um poder criador, no sentido de que produz a realidade e seus conceitos. em seu livro
Vigiar e punir: uma genealogia do poder, ele explica esse seu entendimento do que é o poder:
É preciso cessar de sempre descrever os efeitos do poder em termos negativos: ele “ex-
clui”, “reprime”, “recalca”, “censura”, “discrimina”, “máscara”, “esconde”. Na verdade, o poder
produz: produz o real; produz os domínios de objetos e os rituais de verdade (FOUCAULT,
1975, p. 110).
Nessa mesma obra, Foucault acompanha a evolução dos mecanismos de controle social e de punição,
que se tornaram cada vez menos visíveis e mais racionalizados. Caracteriza a sociedade contemporâ-
nea como uma sociedade disciplinar, na qual prevalece a produção de práticas disciplinares de vigilân-
cia e controles constantes, que se estendem a todos os âmbitos da vida dos indivíduos.
Uma das formas mais eficientes dessa vigilância e disciplina se dá, no seu entender, por meio de dis-
cursos e práticas científicas aparentemente neutras e racionais, que procuram normatizar o com-
portamento dos indivíduos. Exemplo disso seria o tratamento científico dado à sexualidade, no qual
o comportamento sexual é normatizado por meio do convencimento racional dos indivíduos sobre os
cuidados necessários à sua vida nesse âmbito.
Desse modo, assumindo a face do saber, o poder, segundo Foucault, atinge os indivíduos em seu corpo,
em seu comportamento e em seus sentimentos. Assim, como o poder encontra-se em múltiplos espa-
ços, a resistência a esse estado de coisas não caberia, para o filósofo, a um partido ou classe revolucio-
nária, pois estes se dirigiriam a um único foco de poder. Seria necessária, portanto, a ação de múltiplos
pontos de resistência.
REFERÊNCIAS
COTRIM, Gilberto; FERNANDES, MIRNA. Fundamentos de filosofia. 4ª edição. São Paulo: Saraiva, 2016.
210
ATIVIDADES
1 – Gilberto Cotrim (2006. p. 212), ao tratar da pós-modernidade, comenta as ideias de Michel Foucault,
nas quais “[...] as sociedades modernas apresentam uma nova organização do poder que se desenvolveu
a partir do século XVIII. Nessa nova organização, o poder não se concentra apenas no setor político e
nas suas formas de repressão, pois está disseminado pelos vários âmbitos da vida social [...] [e] o poder
fragmentou-se em micropoderes e tornou-se muito mais eficaz. Assim, em vez de se deter apenas no
macro poder concentrado no Estado, [os] micropoderes se espalham pelas mais diversas instituições
da vida social. Isto é, os poderes exercidos por uma rede imensa de pessoas, por exemplo: os pais, os
porteiros, os enfermeiros, os professores, as secretarias, os guardas, os fiscais etc.”
Fonte: COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2006. (adaptado)
Pelo exposto por Gilberto Cotrim sobre as ideias de Foucault, a principal função dos micropoderes no
corpo social é interiorizar e fazer cumprir:
2 – Na sua obra Vigiar e Punir, Foucault tematiza as relações de poder a partir de uma contraposição
entre as formas de punição dos regimes absolutistas europeus e aquelas utilizadas pelas sociedades
democráticas a partir do século XVIII. Essa análise tem como foco principal o tratamento dedicado ao
criminoso nesses períodos.
Sobre esse estudo, é CORRETO afirmar que:
II) O espetáculo do suplício não tinha por objetivo restituir o poder do rei, já que se tratava de um
mecanismo sem nenhum efeito sobre os súditos. O único efeito do suplício seria a dor sobre o
corpo, e isso explicaria por que os crimes continuavam ocorrendo mesmo num regime tão inten-
so de punição.
III) Nos regimes marcados pelo suplício, todo ato criminoso é tratado como uma afronta ao poder
do rei, que teria o suplício como instrumento de exercício do poder que fora ofendido pelo crime.
IV) O suplício é considerado por Foucault como uma iniciativa de punição sobre o corpo do indivíduo,
ou seja, uma pena dolorosa e atroz contra o corpo do criminoso. O grau da pena variaria segundo
o grau do delito. O suplício seria um grande espetáculo que pretendia mostrar aos demais o que
ocorreria com eles caso afrontassem o poder central.
211
Analise as proposições, acima, e marque a opção CORRETA:
a) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
b) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas.
c) Apenas as assertivas II e IV estão corretas.
d) Todas as assertivas estão corretas.
e) Apenas a assertiva IV está correta.
212
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
SEMANA 1
EIXO TEMÁTICO:
A abordagem sociológica de questões sociais no Brasil contemporâneo.
TEMA/TÓPICO:
Sociedade e Espaço Urbano.
HABILIDADE(S):
Compreender a formação, a gestão e os conflitos de interesses presentes no espaço urbano.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Modernidade, Industrialização, Urbanização, Saúde Mental.
INTERDISCIPLINARIDADE:
História, Geografia, Filosofia, Física.
213
Moderna, também conhecida como Metrópole e, em alguns casos mais atuais, como Megalópole, onde
a maior parte das pessoas vive hoje.
A Sociologia Clássica, que nasceu dentro e junto com as Cidades Modernas, tentou desvendar o impac-
to da urbanização sobre as pessoas, sobre sua psicologia e personalidade. Um pouco menos falado que
os “três porquinhos” da Sociologia (Marx, Durkheim e Weber) o sociólogo alemão Georg Simmel (1858-
1918) desenvolveu importantes reflexões sobre o tema. No seu trabalho A Metrópole e a Vida Mental
(1902) ele revela com fascínio e espanto como a vida das pessoas mudou vertiginosamente nas cidades
cada vez maiores e com redes de interação cada vez mais complexas.
Simmel notou que na cidade moderna havia
uma contradição entre o crescente indivi-
dualismo das pessoas e a crescente interde-
pendência entre elas. Para que a produção
acelerasse e os lucros aumentassem, a in-
dustrialização capitalista fragmentou a forma
como os bens de consumo eram produzidos.
Nas fábricas cada um dos trabalhadores
exercia funções bastante especializadas: um
organizava as peças, outro montava o produ-
to, outro consertava as máquinas e assim por
diante. Essa lógica da especialização acabou
tomando conta da sociedade inteira. As pes-
soas passavam cada vez mais a se especiali-
zar em suas profissões, o que as tornava cada
vez mais únicas, aumentando seu senso de individualidade. Ao mesmo tempo, como não tinham tempo
para fazer todas as outras coisas necessárias para vida, elas se tornaram cada vez mais dependentes
umas das outras. O padeiro veste a roupa feita pela costureira, a costureira come o pão feito pelo pa-
deiro e a médica, cujo trabalho é cuidar da saúde dos dois, come e veste o fruto do trabalho deles. Eis a
interdependência.
Simmel viveu muito antes do nosso tempo, mas formulou um conceito, bastante atual, que nos ajuda a
refletir sobre a aceleração da vida na cidade e suas consequências psíquicas: o conceito de intensifi-
cação da vida nervosa. Se você nasceu ou vive há muito tempo numa cidade grande, você nem deve
pensar mais no quanto é difícil e desconfortável atravessar uma cidade com suas multidões, congestio-
namentos e poluição. A socialização urbana nos faz naturalizar a imensa quantidade de estímulos –
imagens, sons, rostos, anúncios – e contratempos a que nos expomos diariamente. Já é automático
para as pessoas da cidade desviar de outras ao mesmo tempo em que prestam atenção no sinal de pe-
destres e nos carros. Elas aprenderam a ignorar vários barulhos e a atentar para outros como as sire-
nes, buzinas e alarmes, a manter o foco quando tantas imagens passam pela janela do ônibus e a como
agir quando estão cercadas por tantos rostos estranhos e desconhecidos.
Esse excesso de estímulos e sensações, caracte-
rístico das cidades grandes, fez com que as pes-
soas adquirissem uma postura psíquica defensiva
em relação ao ambiente urbano, o que pode ser
bastante estranho para as pessoas que vivem em
cidades pequenas ou no meio rural: a atitude de
reserva. Para preservar sua saúde mental, tentan-
do evitar o estresse que esse excesso de estímu-
los causa, as pessoas urbanas tendem a se fechar
em si mesmas. Disso resulta um ar de indiferença,
uma postura “blasê”, de distância emocional em
relação aos desconhecidos, aos acontecimentos
e ambientes urbanos. Os habitantes da cidade
214
aprendem a se tornar indiferentes àquilo que não lhes diz respeito diretamente, a mergulhar em si mes-
mos, a prestar atenção apenas ao seu pequeno círculo de convívio.
Simmel observa também que as pessoas da cidade agem com a “cabeça”, enquanto no campo se age
com o “coração”. Dessa forma, as relações urbanas seriam superficiais por serem extremamente racio-
nais (envolvendo cálculos para objetivos específicos). Na cidade moderna as pessoas passam a ser nú-
meros: números de identidade, de contas bancárias, de senhas nas filas de espera, traços da burocracia
moderna. Quando uma pessoa é atendida em um supermercado, banco ou correio, ela se relaciona com
um funcionário e não com outra pessoa. Pouco importa quem é o outro ou se está passando por alguma
dificuldade. São então características típicas da vida na cidade moderna: a superficialidade, a raciona-
lidade e a impessoalidade.
Os avanços tecnológicos e a racionalização da vida (tudo calcu-
lado e controlado em prazos e procedimentos) faz com que o coti-
diano se torne ao mesmo tempo mais simples e mais complicado.
Tomemos o exemplo dos automóveis e transportes públicos. Por
um lado, eles são inovações tecnológicas que encurtam as dis-
tâncias e economizam o tempo das pessoas. Por outro, trazem
contratempos como os congestionamentos nos horários de pico
e os acidentes de trânsito. Surge, inclusive, com a inovação dos
transportes, uma profissão bastante especializada, a Engenharia
de Transportes, responsável por organizar as mãos das vias, os
sinais de trânsito e os fluxos possíveis nas ruas e avenidas da ma-
lha urbana. O que seria de nós sem esses profissionais?! E o que
seria deles sem o pão do padeiro?!
Disponível em: <https://static.planejativo.com/uploads/novas/6e1506c4d3b1172416ae79cc424b3dd7.jpg>. Acesso em: 17 maio 2021.
A vida na cidade grande está repleta de contradições: o gosto pelo consumo de bens e cultura e a an-
gústia por não sermos capazes de tudo conhecer ou adquirir; a sensação da solidão mesmo estando
no meio da multidão; o prazer de saber que não somos o foco da atenção dos outros, mas o medo de
não sermos conhecidos por ninguém; a maior liberdade que temos de expressar nossas identidades e
estilos sem dar explicações, mas o receio de não sermos ajudados por ninguém caso necessitemos. Na
cidade moderna, ao mesmo tempo em que estamos próximos, podemos estar bastante distantes.
REFERÊNCIAS
SILVA, Afrânio et al. Sociologia em Movimento. 1 ed. São Paulo: Moderna, 2013.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 6 ed. Porto Alegre: Penso, 2012.
BOMENY, Helena et al. Tempos Modernos, Tempos de Sociologia. 1 ed. São Paulo: Editora do Brasil/
FGV, 2010.
215
ATIVIDADES
1 – (PUC-PR 2012) Georg Simmel, em seu texto clássico A metrópole e a vida mental, menciona profundas
alterações emocionais e sensitivas dos seres humanos causadas pela cidade grande. Sobre esse tema
é CORRETO afirmar:
a) Simmel destaca que desde o início do processo de urbanização, os habitantes de grandes cida-
des desenvolvem ampla afetividade pelos moradores vizinhos bem como pelos seus contextos
locais de habitação.
b) De influência marxista, Simmel desenvolve a base da sociologia urbana ao tratar a cidade como
a forma predominante e efetiva de reconversão da relação exploratória plenamente capitalista.
c) As novas formas de associação e visão de mundo a partir da construção de novos laços urbanos
é algo diagnosticado por Simmel, que estuda o impacto psicológico dos movimentos sociais que
proliferaram ao longo do século XX.
e) O ponto central é a intensificação dos estímulos urbanos e o anonimato, que geram, por um lado
uma ampliação da racionalidade e calculabilidade da vida e, por outro a atitude “blasê”, como
forma de proteção emocional.
2 – A mente moderna tornou-se cada vez mais calculadora. A exatidão calculadora da vida prática que
a economia monetária fez surgir corresponde ao ideal da ciência natural: transformar o mundo em um
problema aritmético, para consertar cada parte do mundo através de fórmulas matemáticas. Por causa
da economia monetária, os dias de tantas pessoas foram preenchidos com a pesagem, o cálculo, com
determinações numéricas, com a valorização da quantidade frente à qualidade.
SIMMEL, Georg. 1973 [1903]. “A metrópole e a vida mental”. In: VELHO, Otávio Guilherme (org.). O fenômeno urbano. Rio de Janeiro: Zahar
Editores.
O trecho acima faz referência a um fenômeno marcante da vida moderna, sobretudo na cidade grande
que é
b) a racionalização da vida.
c) a interdependência.
d) o individualismo.
e) o anonimato.
216
3 – (Enem-2003) Em um debate sobre o futuro do setor de transporte de uma grande cidade brasileira
com trânsito intenso, foi apresentado um conjunto de propostas. entre as propostas reproduzidas
abaixo, aquela que atende, ao mesmo tempo, a implicações sociais e ambientais nesses setor é
217
SEMANA 2
EIXO TEMÁTICO:
A abordagem sociológica de questões sociais no Brasil contemporâneo.
TEMA/TÓPICO:
Sociedade e Espaço Urbano.
HABILIDADE(S):
Compreender a formação, a gestão e os conflitos de interesses presentes no espaço urbano.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Capitalismo, Política, Gentrificação, Especulação Imobiliária, Equipamentos Urbs.
INTERDISCIPLINARIDADE:
História, Geografia, Filosofia.
218
Para as classes dominantes, proprietárias dos meios de produção de riqueza (bancos, indústrias, gran-
des terrenos, grandes redes de lojas, grandes empreiteiras, grandes redes imobiliárias), a cidade não
é apenas o lugar onde as mercadorias são produzidas e consumidas. Para elas, a própria cidade, seu
território, sua área construída, é uma mercadoria. Além do valor de uso ela também possui um valor de
troca. Ou seja, seu espaço físico pode ser trocado e vendido para gerar lucro. Resumindo, para a popu-
lação em geral a cidade é um local para se viver, para o capitalista, uma oportunidade de extrair lucro.
Quando os membros da elite econômica não têm políticos que os representem, votando projetos de
lei que beneficiem seus negócios na cidade, eles mesmos acabam ocupando cargos como vereadores,
deputados, juízes, prefeitos, governadores e até mesmo presidentes. Assim, eles conseguem usar o
Estado em seu próprio benefício. É por isso que em sociedades capitalistas existe uma forte tendência
de o Estado beneficiar as elites, já que ele é apropriado por elas.
O avanço do interesse privado sobre o interesse público é uma das consequências da ideologia Neo-
liberal. Simplificando bastante, esse conjunto de ideias defende que todos os aspectos da vida podem
se tornar fontes de lucro para a iniciativa privada. Ou seja, sob essa ideologia muito do que se considera
direitos como saúde, educação, saneamento básico, transporte público ou aposentadoria podem e de-
vem se tornar negócios privados que geram lucros. São as empresas, no lugar do Estado, que passam a
oferecer esses serviços. Daí o termo privatização. Quando uma empresa pública é privatizada, ela não
pertence mais à sociedade e aos cidadãos. Com isso, o controle da sociedade sobre o preço da água
tratada, por exemplo, no caso da privatização de uma companhia pública de saneamento básico, é re-
duzido. Agora essa companhia passa a ser propriedade de alguém ou algum grupo que vende o serviço.
Frente a isso podemos considerar que existem duas tendências contrapostas na gestão das cidades.
Uma mais econômica, que entende a cidade como um negócio a ser gerido para o interesse de poucos
proprietários e outra, mais política, que defende a participação mais ampla da população na gestão ur-
bana. Note que essas duas tendências podem estar presentes ao mesmo tempo em uma mesma gestão.
Como há uma disputa de interesses, às vezes a Prefeitura ou a Câmara dos Vereadores pode sofrer
pressões de ambos os lados e fazer concessões para um e outro, tentando agradar a gregos e troianos.
Na visão mais econômica, os equipamentos e
serviços públicos prestados à população tendem a
ser privatizados e o espaço urbano tende a ser ge-
rido como uma empresa. Você já ouviu falar em es-
peculação imobiliária? A especulação é uma das
práticas mais características da sociedade capi-
talista. Como um dos principais objetivos do capi-
talismo é gerar cada vez mais lucros, as pessoas
proprietárias dos grandes negócios estão sempre
especulando. Ou seja, estão sempre procurando
formas de fazer render o dinheiro que elas já têm
investindo em negócios que gerem mais dinheiro
ainda. No caso da especulação imobiliária, os pro-
prietários de grandes construtoras e do ramo da
venda de imóveis passam a buscar na cidade re-
giões para investir e lucrar.
A questão é que algumas dessas regiões já são
habitadas pelas pessoas, que muitas vezes são
pobres. Quando esses investimentos privados se
instalam nessas regiões, como Shopping Centers e Condomínios de Luxo, isso atrai pessoas com maior
renda para a região. Acontece também a melhoria nos serviços públicos disponíveis como asfalto, sa-
neamento e iluminação. Toda essa reforma acaba valorizando a região e aumentando os custos de vida.
Mas como isso acontece? Bom, a oferta de novos serviços públicos aumenta as taxas e impostos. Além
dos serviços públicos chegam novos comércios e facilidades, o que atrai pessoas com maior renda
que podem consumir a preços mais altos. Assim, os preços do comércio, aluguéis, terrenos e imóveis
219
aumentam. O resultado é que as pessoas mais pobres, que já viviam na região, não conseguem se man-
ter com os novos custos de vida. Isso as obriga a mudar para outras regiões da cidade. A esse fenômeno
de “limpar”, “revitalizar” e “melhorar” certas áreas da cidade dá-se o nome de Gentrificação. A especula-
ção imobiliária gera a gentrificação que, por sua vez, expulsa os mais pobres das áreas mais centrais e
valorizadas para as áreas mais periféricas e precárias. Se a iniciativa privada tem forte influência sobre
a Prefeitura e a Câmara dos Vereadores, esses processos acontecem com mais facilidade.
Na visão mais política, a gestão urbana deve promover a democratização da cidade e a resolução dos
conflitos de interesse através da participação popular nas decisões relativas ao espaço urbano. A ad-
ministração pública (a Prefeitura e a Câmara dos Vereadores) têm instrumentos capazes de promover
uma reforma urbana em que o interesse público, da população, seja colocado acima dos interesses pri-
vados, dos especuladores. Mecanismos da democracia representativa - como conselhos municipais,
comitês de mobilização social, os vereadores - e da democracia direta - como plebiscitos, consultas e
audiências públicas - são capazes de controlar a especulação imobiliária e reduzir a segregação espa-
cial na cidade.
Uma outra experiência que pode aumentar a participação popular é a do Orçamento Participativo.
Através dele a população passa a ter o poder de decisão sobre como serão utilizados os recursos pú-
blicos da cidade. A Prefeitura promove uma reunião aberta expondo qual é a quantidade de recursos
disponíveis para os investimentos públicos no ano seguinte. A partir daí, as diferentes regiões da ci-
dade se organizam e elegem conselheiros - que são moradores da comunidade - que, com a ajuda de
técnicos, definem quais são as maiores necessidades de suas regiões. Essas demandas são enviadas
para os vereadores e vereadoras da Câmara Municipal, que votam e aprovam como os recursos serão
utilizados na solução dos problemas. Em seguida, a Prefeitura planeja e começa os projetos que serão
desenvolvidos para a melhoria das condições de vida na cidade. Iniciativas como essa aumentam o
poder de decisão sobre o espaço urbano dos moradores de áreas tradicionalmente excluídas como as
favelas e as periferias.
REFERÊNCIAS
SILVA, Afrânio et al. Sociologia em Movimento. 1 ed. São Paulo: Moderna, 2013.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 6 ed. Porto Alegre: Penso, 2012.
220
ATIVIDADES
1 – (Enem-2016) O conceito de função social da cidade incorpora a organização do espaço físico como
fruto da regulação social, isto é, a cidade deve contemplar todos os seus moradores e não somente
aqueles que estão no mercado formal da produção capitalista da cidade. A tradição dos códigos de
edificação, uso e ocupação do solo no Brasil sempre partiram do pressuposto de que a cidade não tem
divisões entre os incluídos e os excluídos socialmente.
QUINTO JR., L. P. Nova legislação urbana e os velhos fantasmas. Estudos Avançados (USP), n. 47, 2003 (adaptado).
Uma política governamental que contribui para viabilizar a função social da cidade, nos moldes indica-
dos no texto, é:
2 – (Enem-2016) O mercado tende a gerir e regulamentar todas as atividades humanas. Até há pouco,
certos campos – cultura, esporte, religião – ficavam fora do seu alcance. Agora, são absorvidos pela esfera
do mercado. Os governos confiam cada vez mais nele (abandono dos setores de Estado, privatizações).
RAMONET, I. Guerras do século XXI: novos temores e novas ameaças. Petrópolis: Vozes. 2003.
No texto é apresentada uma lógica que constitui uma característica central do seguinte sistema
socioeconômico:
a) Socialismo.
b) Feudalismo.
c) Capitalismo.
d) Anarquismo.
e) Comunitarismo.
221
3 – (UNISC-2014) A Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, que aconteceram no Brasil,
deram início a uma série de projetos de revitalização direcionados a determinadas zonas urbanas em
cidades como Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e Manaus (AM).
Um dos possíveis efeitos disto diz respeito ao enobrecimento dessas zonas por meio da especulação
imobiliária que ocasionará, em muitos casos, a valorização de terrenos, casas e apartamentos.
Consequentemente, poderá haver uma transformação, pautada em condições econômicas, no perfil
das pessoas que passarão a viver e a consumir serviços em tais áreas. Qual alternativa apresenta o
nome deste processo?
a) Conurbação.
b) Macrocefalia urbana.
c) Gentrificação.
d) Verticalização.
e) Urbanização.
222
SEMANA 3
EIXO TEMÁTICO:
A abordagem sociológica de questões sociais no Brasil contemporâneo.
TEMA/TÓPICO:
Sociedade e Espaço Urbano.
HABILIDADE(S):
Compreender a formação, a gestão e os conflitos de interesses presentes no espaço urbano.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Classes sociais, êxodo rural, periferia, mobilidade urbana, segregação espacial.
INTERDISCIPLINARIDADE:
História, Geografia, Filosofia, Biologia, Química, Português, Matemática.
223
O processo de urbanização no Brasil guarda algumas semelhanças com o da Revolução industrial. A
Era Vargas (1930-1945) é quando a industrialização se consolida no país. É nesse período que o governo
investe pesado na instalação de indústrias de transformação nos setores da siderurgia, petróleo, pe-
troquímica, hidrelétricas e mineração de ferro. Com isso, a partir dos anos 1950 o êxodo rural se intensi-
fica de maneira vertiginosa. As pessoas passam a deixar suas localidades no interior rumo às nascentes
capitais industriais do país. Notável nesse período é o fluxo migratório do interior do Nordeste para as
capitais do Sudeste. As condições precárias do campo, incluindo as secas e a violência dos grandes
proprietários rurais, levam milhões de proletários brasileiros a buscar a sobrevivência nas cidades.
Junto com o aumento do número de empregos na indústria, na construção civil e no comércio ocorre o
crescimento desordenado das grandes cidades. Desde sua origem as cidades brasileiras jamais se carac-
terizaram pelo planejamento, mas pela contínua improvisação. O choque das massas migrantes do campo
com o despreparo das cidades para o crescimento foi explosivo. As populações que chegaram progressi-
vamente às cidades entre 1940 e 2000 vão se estabelecendo nas áreas distantes do centro. Nessas áreas,
por terem terras mais baratas ou pela ausência de seus proprietários, a simples ocupação dos terrenos é
mais fácil. De forma geral, foi assim que se formaram as atuais periferias urbanas brasileiras.
Mas não é só na periferia física da cidade que os
trabalhadores vão se instalar. É comum ver nas
malhas urbanas brasileiras favelas e aglomera-
dos logo ao lado de bairros de classe média ou
alta. As áreas centrais, mais privilegiadas, pro-
duzem uma demanda constante de serviços para
a população mais pobre. Porteiros, seguranças,
manutenção predial, jardinagem, construção ci-
vil, serviços domésticos. Essa demanda por ser-
viços motivou a ocupação informal de terrenos
nas regiões centrais e assim surgem também
as vilas e favelas urbanas. A dificuldade de mo-
bilidade urbana pela falta de transportes públi-
cos adequados que ligam o centro às periferias
é também outro fator que explica a existência
dessas comunidades no centro das cidades. Em
outros casos pode ocorrer que a comunidade
periférica se instalou antes de a cidade a “engo-
lir” com seu rápido crescimento.
Entre os anos 1940 e 2000 a população brasileira triplicou. De 50 milhões passa para 180 milhões de ha-
bitantes. Na década de 1940, quase 80% da população vivia na zona rural e apenas 20% na zona urbana.
Em 2000 o quadro já era completamente invertido, pouco mais de 20% viviam no campo enquanto qua-
se 80% viviam nas cidades. É no cenário dessa grande transformação demográfica que ocorre o “in-
chaço” das cidades brasileiras. Hoje a maior parte da nossa população, vive nas periferias dos grandes
centros urbanos que, como vimos, tendem a ser mais desprovidas de equipamentos e serviços públicos
de qualidade. Aos poucos as comunidades periféricas passam a se organizar em Associações de Mora-
dores e em Movimentos Sociais e a reivindicar direitos e serviços básicos como moradia, saneamento,
asfalto, escolas, postos de saúde, quadras esportivas, etc. Exemplos conhecidos dessas iniciativas são
a CUFA - Central Única das Favelas e o MTST - Movimento dos Trabalhadores sem Teto. Para além da
busca do trabalho, pela sobrevivência, a migração para a cidade e a reivindicação por melhores condi-
ções de vida na periferia é uma busca constante pela cidadania, ou seja, pela participação política, pela
participação nas decisões que afetam diretamente a vida das comunidades.
Atualmente as diferenças que caracterizam nossas cidades são notáveis. As desigualdades obser-
váveis no território urbano quando consideramos as formas de moradia, o acesso aos equipamentos
públicos e aos meios de transporte revelam uma característica marcante das nossas cidades: a segre-
gação socioespacial urbana. A segregação socioespacial ocorre quando há a separação, o isolamento
224
e a concentração de determinados grupos sociais em regiões determinadas da cidade. Em sociedades
capitalistas como a do Brasil, são as classes populares que tendem ocupar as regiões mais afastadas e
desatendidas pelo poder público. Essa distância física do centro significa também uma distância so-
cial que aprofunda as desigualdades sociais entre as pessoas na medida em que as oportunidades de
trabalho, lazer e educação, por exemplo, se tornam menos acessíveis e menos próximas dos que mais
necessitam delas.
A segregação espacial também reduz o contato com a diferença e a diversidade. Crianças e jovens que
nunca saem dos espaços onde foram criados, seja nas favelas seja nos condomínios de luxo, tendem
a naturalizar as distinções de classe que são históricas e socialmente construídas. A segregação entre
os grupos sociais no espaço da cidade impede que eles interajam e conheçam as visões de mundo e as
condições de vida uns dos outros. Esta falta de interação dificulta o sentimento de empatia e o forta-
lecimento de uma geração de cidadãos críticos das desigualdades e dispostos a combatê-las.
REFERÊNCIAS
SILVA, Afrânio et al. Sociologia em Movimento. 1 ed. São Paulo: Moderna, 2013.
DIMENSTEIN. Gilberto et al. Dez Lições de Sociologia para um Brasil Cidadão. 1 ed. São Paulo: FTD,
2008.
QUINTANEIRO, Tânia. BARBOSA,Mª L. O. OLIVEIRA, Márcia G. M. Um toque de Clássicos.2 ed. Belo
Horizonte: UFMG, 2017.
225
ATIVIDADES
1 – Favelização é o processo de surgimento e crescimento do número de favelas em uma dada cidade
ou local. Trata-se de um problema social, pois tais moradias constituem-se a partir das contradições
econômicas, históricas e sociais, o que resulta na formação de casas sem planejamento mínimo,
oriundas de invasões e ocupações irregulares.
O processo de favelização das cidades ocorre especialmente em virtude:
Na linguagem corrente dos moradores de Belo Horizonte a cidade possui dois conhecidos pólos: a re-
gião centro-sul, dos bairros nobres, e a região norte, dos bairros mais populares. Na canção acima é
possível identificar os seguintes aspectos problemáticos da realidade urbana moderna:
226
3 – (Unicamp-2015) Paisagem de uma metrópole brasileira.
e) A divisão social representa uma divisão igualitária de bens e por isso é considerada como
algo inevitável.
227
SEMANA 4
EIXO TEMÁTICO:
A Abordagem Sociológica de Questões Sociais no Brasil Contemporâneo.
TEMA/TÓPICO:
Delinquência e Criminalidade.
HABILIDADE(S):
Diferenciar entre explicações sociológicas e as de senso comum sobre as taxas de criminalidade.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Racismo Científico, Psicologia, Leis e Normas, Cultura, Desvio, Sanção, Crime.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Biologia, História, Filosofia, Português (Redação).
228
As teorias biológicas do crime logo caíram por terra, por falta de evidências. Surgiram então tentati-
vas de explicar os crimes pela psicologia. A criminalidade estaria relacionada com as personalidades
individuais das pessoas, suas índoles. Haveria assim tipos de personalidade mais propensos ao crime.
Tentou-se então encontrar padrões comuns aos criminosos como “fraqueza de espírito” e “degeneração
moral”. Casos bem específicos de criminosos (presos em penitenciárias e manicômios) foram explica-
dos assim, ainda não respondendo à causa mais ampla da criminalidade. Existem tantos tipos diferentes
de crimes, de assassinatos violentos e desvios de verbas públicas a disseminação de “fake news” pelas
redes, que seria impossível atribuir as mesmas características psicológicas aos diversos criminosos.
Tanto as explicações biológicas quanto as psicológicas da criminalidade consideram que o “desvio” é
um sinal de que há algo errado com o indivíduo, e não com a sociedade. Os Crimes teriam mais a ver
com o corpo e com a mente de uma pessoa que com suas relações sociais. Essas tentativas de explicar
a criminalidade foram duramente criticadas pelos estudiosos que surgiram depois, muitos deles soció-
logos. Para estes a criminalidade só pode ser explicada considerando a amplitude e a complexidade do
contexto social e cultural onde se dão os crimes e os desvios. Por isso, qualquer tentativa de resposta
para “por que as pessoas cometem crimes” deve ser sociológica. Essa tentativa sociológica com certe-
za começa com compreender o que exatamente significa “crime” e “desvio”. Será que esses conceitos
sempre significaram a mesma coisa em todas as épocas e lugares? Para ter certeza de que estamos
falando a mesma língua, vamos a alguns conceitos!
Desvio: desconformidade em relação a um determinado conjunto de normas aceitas por um número
significativo das pessoas de uma sociedade. Não se pode dividir uma sociedade de forma simplista
entre pessoas que desviam e que não desviam da regra. A maioria das pessoas, incluindo o autodeclara-
do “cidadão de bem”, em certas ocasiões, transgridem regras de comportamento reconhecidas. Geral-
mente seguimos as normas sociais como resultado do processo de socialização, fomos condicionados
a segui-las.
Sanção: toda norma social está acompanhada de sanções, que são as reações das pessoas aos com-
portamentos umas das outras. Essas reações sinalizam se o comportamento do outro respeita ou não
as normas sociais. As sanções positivas recompensam os comportamentos que seguem a norma. As
sanções negativas punem os comportamentos que fogem à norma. Sanções podem ser informais,
quando as reações são mais espontâneas e desorganizadas (p. ex.: quando te chamam de chata(o), por
não querer sair com os amigos). Sanções também podem ser formais, quando aplicadas por determina-
do grupo de pessoas para garantir que um conjunto específico de normas seja seguido. Nas sociedades
modernas os principais tipos de sanção formal são impostos pelos tribunais e prisões. Uma lei é uma
sanção formal definida pelo governo como uma regra que seus cidadãos devem seguir, ela é usada con-
tra pessoas que descumprem as normas sociais.
229
Crime: desvio e crime não são a mesma coisa apesar de muitas vezes acontecerem ao mesmo tempo
na mesma ação. O conceito de desvio é muito mais amplo do que o de crime. Crime se refere apenas à
conduta que contraria a lei formal definida em uma sociedade em determinada época e lugar. Muitas
formas de comportamento desviante não sofrem sanções legais. Os estudos sobre desvios podem ana-
lisar fenômenos tão diversos quanto as praias de nudismo, a cultura do funk, o uso religioso da cannabis
e da ayahuasca.
Duas disciplinas relacionadas estudam o crime e o desvio. A Criminologia, que estuda principalmente
os comportamentos que recebem sanções da lei criminal, as taxas de criminalidade e as políticas
públicas que buscam reduzir a criminalidade. E a Sociologia do Desvio, que além dos crimes, busca
entender por que certos comportamentos são amplamente considerados desviantes e como o desvio
é atribuído a certos grupos sociais. Como veremos, as divisões de poder e a classe social influenciam
bastante as regras do jogo. Afinal, quais são as causas e quem define o que é crime na sociedade?
REFERÊNCIAS
SILVA, Afrânio et al. Sociologia em Movimento. 1 ed. São Paulo: Moderna, 2013.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 6 ed. Porto Alegre: Penso, 2012.
BOMENY, Helena et al. Tempos Modernos, Tempos de Sociologia. 1 ed. São Paulo: Editora do Brasil/
FGV, 2010.
SAPORI, Luis F. SOARES, Ary D. S. Por que Cresce a violência no Brasil? 1 ed. Belo Horizonte: Puc Mi-
nas/Autêntica, 2014.
ATIVIDADES
1 – A Guerra de Canudos aconteceu entre 1896 e 1897, num conflito armado que envolveu até o exército
brasileiro contra sertanejos liderados por Antônio Conselheiro. Após sua captura e morte, o crânio do
líder foi enviado à Faculdade de Medicina da Bahia para estudos, onde se esperava encontrar sinais da
“criminalidade nata”.
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_de_Canudos>. (adaptado) Acesso em: 12 jun, 2021.
O texto faz referência à um evento histórico brasileiro, ilustrativo da tentativa, ainda no século 19, de
230
2 - Texto I
Texto II
Leandro Karnal detalha o que, a seu ver, seriam os valores por trás da expressão “de bem”. Uma pessoa
trabalhadora, honesta, pai/mãe de família, temente a Deus, não assassino, não drogado e não envolvido
com maracutaias políticas. “O curioso é isso estar sempre associado a um valor ético. Ser pai deriva de
ser fértil e ter capacidade reprodutiva, não de ser ético. Ser temente a Deus implica uma adesão a um
conjunto de crenças que me marcam e não, exatamente, uma pessoa ética. Tanto que os tementes a
Deus levaram a inquisição adiante”, lembra o historiador. [...] Para Esther Solano, socióloga e profes-
sora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) “Se esse discurso [“de bem”] tem uma penetração
tão grande é porque, historicamente, o Brasil se configurou nessa dicotomia do cidadão de bem e o
bandido, o inimigo. Há uma estrutura muito desigual, de raça e de classe, por trás disso”, [...] o “de bem”
estará geralmente associado a pessoas brancas, de classes média e alta. O inimigo, por sua vez, será
negro e periférico. [...] o bandido também pode ser o político de determinado partido, o estudante que
fuma maconha”, exemplifica. [...]No confronto entre bem e mal, continua Solano, cria-se uma lógica
de guerra em que o cidadão de bem deve ser protegido. E contra o inimigo vale tudo: inclusive matá-lo.
“Isso estabelece a lógica de que nem todo mundo é cidadão. Pode parecer uma ideia positiva a de haver
um cidadão de bem, mas essa dicotomia é muito perigosa para a democracia”, afirma a pesquisadora.
CARPANEZ, Juliana. O que está por trás do termo ‘cidadão de bem’, usado pelos presidenciáveis?, Uol, São Paulo, 2018. (adaptado)
Disponível em: https://cutt.ly/gnSQNLe . Acesso: 12 jun. 2021.
As críticas à expressão “cidadão de bem” presentes nos textos I e II podem ser resumidas na seguinte
afirmação:
a) Está muito bem definido para toda a sociedade que existem de fato grupos desviantes e grupos
não desviantes. Por isso, aos desviantes, deve ser aplicada a “lei e a ordem” e o extermínio.
b) A expressão é arbitrária e pode criar visões preconceituosas que legitimam atos de violência
contra minorias sociais e as criminalizam por suas características culturais, raciais, econômicas
e políticas.
c) A Democracia só poderá ser de fato instaurada quando toda a sociedade pensar e agir de
uma única forma, seguindo e respeitando os valores tradicionais do trabalho, da família e do
cristianismo.
d) É muito importante que o cidadão de bem seja protegido dos bandidos. Por isso, a liberação do
porte de armas é urgente para a garantia do Estado de Direito no Brasil.
e) Só é cidadão no Brasil aquele ou aquela que aceita, sem questionar, as condições de vida e as
leis, mesmo que essas não encontrem seus interesses e não melhorem suas condições de vida.
231
SEMANA 5
EIXO TEMÁTICO:
A Abordagem Sociológica de Questões Sociais no Brasil Contemporâneo.
TEMA/TÓPICO:
Delinquência e Criminalidade.
HABILIDADE(S):
Diferenciar entre explicações sociológicas e as de senso comum sobre as taxas de criminalidade.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Senso comum, justiça, Durkheim, Marx, Capitalismo, Estado, Mídia, Neoliberalismo, Criminalização
da Pobreza.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Filosofia, História, Geografia, Português (Redação).
232
As teorias das ciências sociais sobre o crime discordam no peso que dão a cada um desses fatores para
explicar as causas da criminalidade. A seguir vamos conhecer, de forma bem resumida, três explica-
ções sociológicas sobre as causas da criminalidade. Não se preocupe em memorizar os nomes, apenas
as ideias gerais!
Teoria Funcionalista: o conceito de anomia, introduzido por Durkheim, sugere que nas sociedades mo-
dernas existe uma tensão entre os valores tradicionais como a família, e religião e os novos valores
como ambição de “se dar bem na vida”. Com isso os valores tradicionais são enfraquecidos. A anomia
surge quando, nessa transição entre velhos e novos valores, há uma indefinição sobre quais normas
seguir. Isso faz com que as pessoas se sintam frustradas, desorientadas e ansiosas, o que pode inclu-
sive levar ao suicídio. O Sociólogo estadunidense Robert Merton usa o conceito de anomia para expli-
car sobretudo os crimes contra o patrimônio como roubos e furtos de objetos, residências e carros.
Em sociedades industriais, como a nossa, o sucesso econômico, a aquisição de bens materiais e o
consumismo são hiper estimulados. Ao mesmo tempo, não existem oportunidades iguais para todos
alcançarem esse sucesso.
Com isso, o crime contra o patrimônio acontece quando a sociedade dá mais importância ao sucesso
material e ao mesmo tempo dificulta o acesso a ele, gerando uma situação de anomia moral. A obri-
gação de ter que “subir na vida” e os obstáculos concretos que se colocam para impedi-la pressiona
as pessoas a progredir por qualquer meio legal ou ilegal. Assim, muitas vezes o que leva as pessoas a
roubarem e furtarem não é a sobrevivência mas o próprio valor de “subir na vida”, custe o que custar.
Mas é preciso ter cuidado com a ideia de que as classes mais pobres são mais propensas ao crime por
terem menos oportunidades. A maioria das pessoas tende a adaptar seus sonhos de sucesso à sua rea-
lidade, e somente uma minoria se volta para o crime. Em adição, como veremos na semana que vem, a
criminalidade também envolve as classes mais altas com os crimes de “colarinho branco” de políticos
e grandes empresários.
Teoria dos Rótulos: outro sociólogo estadunidense, Howard Becker, tenta demonstrar em seus estu-
dos quem define o que são os comportamentos desviantes e por que certos grupos, e não outros, são
rotulados. As pessoas que representam a força da lei e da ordem e que têm o poder de definir a mora-
lidade são as responsáveis pela maior parte da rotulação do comportamento desviante. Empresários,
advogados, juízes, políticos, médicos, policiais, padres, pastores são exemplos de grupos sociais que
têm o poder de impor suas visões de mundo por meio de regras e leis sobre toda a sociedade. Como
os rótulos são definidos por grupos que estão acima na hierarquia social, as regras que definem o que
é um desvio são formuladas, em sociedades como a nossa, pelos ricos para os pobres, pelos homens
para as mulheres, pelos mais velhos para os jovens, pelos heterossexuais para a comunidade LGBTQIA+
e pelos brancos para os não-brancos.
Assim, os rótulos expressam a estrutura de poder da sociedade. Quem define quem. As pessoas que
não compartilham desses valores impostos acabam adotando comportamentos considerados desvian-
tes, sendo rotuladas e tratadas como antissociais pelas agências de controle, em especial a polícia, a
justiça e as instituições correcionais. A rotulação não afeta apenas a maneira como os outros enxer-
gam um “desviante” mas também influencia o seu senso de identidade. A experiência de ser rotulado
como “marginal”, “criminoso” ou “ex-presidiário” por essas agências e grupos define a trajetória de vida
de muitas pessoas, criando situações como os “enquadros” policiais, a discriminação, as detenções, o
desemprego que favorece seu (re)ingresso na “vida do crime” e até mesmo a morte pela mão dos agen-
tes de segurança do Estado. Essa teoria expõe o poder que as agências de controle social têm de taxar
certas pessoas e grupos como sendo “naturalmente” criminosos. Ela revela as relações de poder envol-
vidas na rotulação do crime.
Teoria da Criminologia Crítica. Essa teoria assume abertamente que existe uma relação direta entre
pobreza e criminalidade. Influenciada por Karl Marx, nela o crime é fruto do conflito entre as classes
sociais. No capitalismo a classe burguesa explora a classe trabalhadora. O desemprego e a pobreza são
condições impostas pelo sistema a grande parte da classe trabalhadora. Essa situação gera um exér-
cito industrial de reserva que é um grupo de trabalhadores dispostos a aceitar as piores condições de
trabalho pela sobrevivência. Sob essas condições o crime seria então uma reação racional e emocional
233
da classe dominada pela intensa opressão de classe. Mais do que uma estratégia de sobrevivência, o
comportamento desviante poderia ser compreendido como uma resposta política às desigualdades do
sistema capitalista. Ao dominar a sociedade a burguesia define as leis e controla o aparato repressivo
do Estado - polícia, justiça e prisão - que são criados para atender aos seus interesses particulares e
manter seus privilégios. Na medida em que aumentam as desigualdades entre a burguesia e os traba-
lhadores, a lei se torna um importante instrumento para a conservação dessa ordem contra as revoltas
das “classes perigosas”.
O sociólogo francês Loïc Wacquant, tem denunciado o que vem chamando de “criminalização da po-
breza” nas sociedades capitalistas. Ele afirma que, com o avanço da ideologia Neoliberal, a criminaliza-
ção da classe trabalhadora têm aumentado. O “Estado Mínimo”, defendido por essa ideologia burguesa,
desobriga o Estado de atender aos interesses sociais da classe trabalhadora reduzindo, por exemplo,
seus direitos trabalhistas como o salário, a estabilidade no emprego e a aposentadoria. Ao mesmo tem-
po é criado um “Estado Máximo” policial e penitenciário que reprime e criminaliza as manifestações de
insatisfação da classe trabalhadora. A política de criminalização da pobreza vem sempre acompanhada
de um pânico moral, que é um medo das classes baixas vistas como criminosas pelas classes médias
e altas. Esse pânico moral é incentivado pelo Estado e pela Mídia como um meio de desviar a atenção
do desemprego crescente, do declínio salarial e de outras desigualdades profundas na sociedade que
estão entre as principais causas da criminalidade.
REFERÊNCIAS
SILVA, Afrânio et al. Sociologia em Movimento. 1 ed. São Paulo: Moderna, 2013.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 6 ed. Porto Alegre: Penso, 2012.
BOMENY, Helena et al. Tempos Modernos, Tempos de Sociologia. 1 ed. São Paulo: Editora do Brasil/
FGV, 2010.
SAPORI, Luis F. SOARES, Ary D. S. Por que Cresce a violência no Brasil? 1 ed. Belo Horizonte: Puc Mi-
nas/Autêntica, 2014.
234
ATIVIDADES
1 – Observe a charge do cartunista Carlos Latuff, abaixo.
A crítica social presente na charge acima reflete o padrão recorrente da morte de pessoas da classe
popular em operações policiais nas favelas do país. Casos recentes incluem a Chacina do Jacarezinho e
a morte da designer de interiores Kathlen Romeu (24), ambos do Rio de Janeiro. Analisando a crítica ao
combate à criminalidade no Brasil apresentada na charge, podemos considerar que ela
a) demonstra uma ação imparcial dos agentes públicos de combate ao crime organizado no país.
b) apresenta uma atitude consonante com o desejo da sociedade brasileira nos dias de hoje.
d) revela uma ação do Estado brasileiro consonante com os princípios da cidadania plena.
e) revela o alto grau de periculosidade das classes populares para as classes média e alta.
235
2 – Analise o gráfico abaixo:
b) jovens de 15 a 19 anos formam o grupo etário com o maior percentual de óbitos por homicídio.
c) jovens de 25 a 29 anos formam o grupo etário com o menor percentual de óbitos por homicídio.
d) homens mais velhos têm maiores chances de morrer vítimas de homicídio em relação aos
mais jovens.
2 - (Enem-2012)
Texto I
O que vemos no país é uma espécie de espraiamento e a manifestação da agressividade através da
violência. Isso se desdobra de maneira evidente na criminalidade, que está presente em todos os redu-
tos — seja nas áreas abandonadas pelo poder público, seja na política ou no futebol. O brasileiro não é
mais violento do que outros povos, mas a fragilidade do exercício e do reconhecimento da cidadania e a
ausência do Estado em vários territórios do país se impõem como um caldo de cultura no qual a agres-
sividade e a violência fincam suas raízes.
Entrevista com Joel Birman. A Corrupção é um crime sem rosto. IstoÉ. Edição 2099, 3 fev. 2010.
Texto II
Nenhuma sociedade pode sobreviver sem canalizar as pulsões e emoções do indivíduo, sem um contro-
le muito específico de seu comportamento. Nenhum controle desse tipo é possível sem que as pessoas
anteponham limitações umas às outras, e todas as limitações são convertidas, na pessoa a quem são
impostas, em medo de um ou outro tipo.
ELIAS, N. O Processo Civilizador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.
236
Considerando-se a dinâmica do processo civilizador, tal como descrito no Texto II, o argumento do Tex-
to I acerca da violência e agressividade na sociedade brasileira expressa a:
b) manutenção de práticas repressivas herdadas dos períodos ditatoriais sob a forma de leis e atos
administrativos.
c) inabilidade das forças militares em conter a violência decorrente das ondas migratórias nas
grandes cidades brasileiras.
237
SEMANA 6
EIXO TEMÁTICO:
A Abordagem Sociológica de Questões Sociais no Brasil Contemporâneo.
TEMA/TÓPICO:
Delinquência e Criminalidade.
HABILIDADE(S):
Diferenciar entre explicações sociológicas e as de senso comum sobre as taxas de criminalidade.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Meios de comunicação de massa, senso comum, classe social, consumo, masculinidade, crime
organizado, milícia, tráfico de drogas, “crime de colarinho branco”, corporações.
INTERDISCIPLINARIDADE:
História, Geografia, Filosofia, Português (Redação).
238
Alba Zaluar sugere que muitos jovens pobres optam por fazer parte de redes criminosas, porque elas
podem lhe oferecer prestígio e poder. Um poder que se baseia sobretudo numa cultura da masculini-
dade, uma maneira de ser que opera de acordo com a lógica da guerra, um ideal que busca reconheci-
mento por meio da imposição do medo. Essa rede aspira a um estilo de vida em que ganham destaque
bens de consumo cujo acesso dificilmente poderia ser alcançado por esses jovens e seus familiares
por meio do trabalho. Assim como os jovens das camadas médias e das elites, jovens pobres desejam
consumir o tênis de marca, a calça da moda, o celular mais moderno, ou seja, bens associados a alto
prestígio e status, que são veiculados diariamente pelos meios de comunicação de massa.
Mas como constatamos cada vez mais, junto com o prestígio e o poder garantidos pelos lucros do trá-
fico de drogas vem a morte precoce e violenta. Alba Zaluar nos lembra, ainda, que a chance de morrer
precocemente não é exclusiva dos jovens que aderem ao crime organizado: todos que moram em zonas
dominadas pela lógica da guerra, do tráfico, estão igualmente expostos à chance de morrer de forma
violenta e arbitrária. As pesquisas mostram que nas regiões metropolitanas a maioria das mortes vio-
lentas vitimam rapazes: jovens, negros e pardos. O fato de a maioria de presos serem jovens, pobres,
negros e desocupados também se deve à exitenscia de um “roteiro típico” seguido pela polícia, que as-
socia de antemão pobreza e juventude, preta e parda, à criminalidade. Lembra da Teoria dos Rótulos?
A emergência das milícias é outro aspecto marcante da criminalidade no Brasil, sobretudo no Rio de
Janeiro. Milícias são organizações paramilitares, ou seja, que não fazem parte oficialmente das forças
armadas nacionais. São grupos de cidadãos armados que atuam ilegalmente e de forma organizada.
Elas atuam em favelas e comunidades do Rio de Janeiro sob o pretexto de combate ao tráfico. Nelas
policiais e ex-policiais organizam-se em grupos armados e cobram uma taxa da população em troca de
“proteção”. De maneira geral, após a expulsão violenta dos traficantes, esses grupos se instalam na área
dominada, passando a cobrar dos moradores pela manutenção da “ordem” (segundo suas regras) e pelo
fornecimento de serviços como a “TV a gato”, gás, água e até mesmo aluguel de moradias e comércios.
Algumas análises apontam que as Milícias, apesar de ilegais, são o próprio Estado, já que são compos-
tas por agentes da lei e têm representantes e aliados entre políticos e juízes. Essa situação deixa os
moradores das comunidades altamente vulneráveis aos abusos de poder da milícia. Se elas são parte
da polícia, a quem os moradores podem recorrer em sua defesa?
As pessoas ricas e poderosas também cometem crimes cujas consequências podem ser muito mais
abrangentes e prejudiciais do que os crimes cometidos pelas classes populares. O termo “crime de
colarinho branco” faz referência às golas das camisas sociais brancas geralmente utilizadas por em-
presários e políticos. Esse tipo de crime envolve por exemplo a sonegação de impostos (quando não se
pagam os impostos), a evasão de divisas (quando o dinheiro dos impostos é mandado para contas no
exterior), o enriquecimento ilícito (quando o dinheiro público é apropriado por pessoas particulares). A
amplitude dos crimes de colarinho branco é mais difícil de ser avaliada, pois não aparece nas estatísti-
cas oficiais. Os custos desses tipos de crime são enormes para a sociedade. O dinheiro dos impostos
desviado, por exemplo, poderia equipar bairros periféricos ou melhorar as condições da saúde e edu-
cação públicas.
Há ainda o crime cometido por grandes corporações internacionais que são as grandes empresas e
marcas mundiais. O poder de influência cada vez maior das grandes corporações, bem como seu al-
cance global, significa que nossas vidas são influenciadas diretamente por elas. São elas que mineram
nossas serras à procura de ferro e ouro e que produzem nossos carros, telefones celulares e as marcas
famosas de refrigerantes e remédios que consumimos. O crime não pode ser entendido apenas como
cometido por uma pessoa contra outra, as corporações também podem cometer atos criminosos que
afetam toda uma sociedade.
Em sociedades capitalistas onde as empresas competem selvagemente entre si, elas possuem um for-
te potencial criminoso. Ou seja, elas consideram agir ou se omitir criminosamente na busca por “se dar
bem” em relação a corporações concorrentes. Dessa forma, passam a considerar os danos que podem
causar a toda uma sociedade como um simples cálculo de risco financeiro. Se os danos, independen-
temente de quais forem, forem menores que os lucros, não há problemas para essas empresas. Desas-
tres ambientais, como os recentes rompimentos de barragens de rejeitos da mineração, ocorridos em
239
Mariana e Brumadinho, são um bom exemplo deste modo irresponsável de agir e se omitir das grandes
corporações. Aos danos ambientais podem ser somados às condições precárias e perigosas de traba-
lho para seus empregados, a burlagem e manipulação das leis do Estado, a sonegação de impostos e a
omissão de informações sobre a presença de substâncias nocivas à saúde humana em seus produtos
(como é o caso dos agrotóxicos e transgênicos).
É mais difícil perceber esse tipo de crime pois em crimes banais, como um assalto, a proximidade físi-
ca entre as pessoas é maior. No caso do crime corporativo as distâncias no tempo e no espaço entre
as pessoas que fazem as decisões criminosas e as vítimas é maior. Muitas vezes as vítimas de crimes
corporativos têm dificuldades de entender que foram vitimizadas ou podem não saber como buscar
reparação para o crime. Também é mais difícil saber quem culpar quando as decisões prejudiciais são
tomadas por grupos de executivos e acionistas do que por indivíduos isolados. Por isso, a violência dos
crimes corporativos é menos visível, mas têm geralmente impactos mais graves sobre toda uma popu-
lação ou até mesmo sobre o Planeta Terra.
240
REFERÊNCIAS
SILVA, Afrânio et al. Sociologia em Movimento. 1 ed. São Paulo: Moderna, 2013.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 6 ed. Porto Alegre: Penso, 2012.
BOMENY, Helena et al. Tempos Modernos, Tempos de Sociologia. 1 ed. São Paulo: Editora do Brasil/
FGV, 2010.
SAPORI, Luis F. SOARES, Ary D. S. Por que Cresce a violência no Brasil? 1 ed. Belo Horizonte: Puc Mi-
nas/Autêntica, 2014.
ATIVIDADES
1 – Embora o Brasil não viva uma situação de guerra civil ou de atentados terroristas, a violência tem sido
um dos temas mais frequentes no noticiário nacional, uma preocupação política e um tormento para o
brasileiro comum, independentemente de sua classe social, de seu nível de instrução, de sua religião
ou de sua inclinação política. Vive-se atualmente um clima de medo e insegurança generalizado. Essa
sensação é confirmada pelas estatísticas que revelam o aumento crescente da criminalidade e, ao lado
dela, da mortalidade por violência em nosso país, sendo o jovem a vítima preferencial.
BRYM, Robert [et al.] Sociologia: sua bússola para um novo mundo. São Paulo: Thomson Learning, 2006. (Adaptado)
Assinale a alternativa que apresenta as causas estruturais da violência nas áreas urbanas.
a) A violência urbana é fruto do consumo de drogas que conduz os usuários à formação de guetos
e à fuga do mercado de trabalho.
b) A ausência de uma política de assistência social que ampare os pobres para que se mantenham
distantes do crime organizado.
c) A falta de investimento público no sistema prisional, que pela falta de vagas, antecipa a liberdade
condicional aos condenados.
d) A exclusão social, provocada pelo desemprego estrutural e pela ausência de perspectivas, for-
nece a base social para a criminalidade urbana.
e) A violência urbana no Brasil se encontra restrita às gangues juvenis que atuam nas áreas urba-
nas pela ausência de políticas públicas voltadas para a orientação social da juventude.
241
Sobre violência e criminalidade no Brasil, assinale a alternativa correta.
a) As políticas repressivas contra o crime organizado são suficientes para erradicar a violência e a
insegurança nas cidades.
b) As altas taxas de violência e de homicídios contra jovens em situação de pobreza têm sido rever-
tidas com a eficácia do sistema prisional.
d) A violência urbana contemporânea é resultado dos choques entre diferentes civilizações que se
manifestam nas metrópoles brasileiras.
e) O rigor punitivo das agências oficiais no combate à criminalidade impede o surgimento de justi-
ceiros e milícias.
A charge remete a uma determinada percepção existente hoje entre estratos da população brasileira a
respeito da questão da segurança pública. Com base na charge, é correto afirmar:
a) As crianças são as principais responsáveis pela visão negativa que, socialmente, se construiu
dos órgãos de segurança pública.
b) A vantagem da polícia em relação ao ladrão é que a primeira usa arma de fogo enquanto o segun-
do está restrito às armas brancas.
d) A melhor maneira de se proteger é não sair à rua, pois pode haver conflitos entre policiais e la-
drões, fazendo vítimas inocentes.
e) As diferenças entre policiais e ladrões seriam claras na consciência dos indivíduos se as mães
educarem melhor seus filhos a não cometer equívocos.
242
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
SEMANA 1
EIXO TEMÁTICO:
Recepção e produção de textos orais e escritos de gêneros textuais variados em Língua Estrangeira.
TEMA/TÓPICO:
Tema 1: Compreensão escrita (leitura) / Tópico: 5. Características lexicais e sintáticas dos tipos tex-
tuais.
HABILIDADE(S):
5.3. Reconhecer as características básicas da "descrição".
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Imperative form.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Marketing.
Hello, there! Nessa semana você identifica quais são as características do gênero textual propagan-
da. Study hard!
BREVE APRESENTAÇÃO
Os conceitos necessários são apresentados ao longo das atividades. Have a nice job!
Referência das atividades, textos, conteúdos e imagens desta semana:
BRAGA, Junia; RACILAN, Marcos; GOMES, Ronaldo. New Alive High: ensino médio. São Paulo: Edições SM, 2020. p. 191, 193.
243
ATIVIDADES
PROPAGANDA CAMPAIGN 1
PROPAGANDA CAMPAIGN 2
Disponível em:<https://i0.wp.com/campaignsoftheworld.com/wp-content/uploads/2017/11/EatAround-The-Corner-Childrens-Day.
jpg?ssl=1>. Acesso em13 de maio de 2021.
2 – Which of these characteristics of propaganda campaigns can you find in those examples?
d) Use of statements.
e) Use of Imperative.
244
f) Strategic use of color.
3 – Another way of conveying a message in a clear and compelling way is by using infographics. Which of
the following characteristics can you find in this section of an infographic?
d) Incorporates branding.
h) Is adequately promotional.
INFOGRAPHIC
245
4 – Infographics may share some features with propaganda campaigns. Which characteristics
in activity 2 would you say this infographic section presents?
5 – The article on slow fashion suggests we create a capsule wardrobe, “a collection of a few essential
items of clothing that don’t go out of fashion, such as skirts, trousers, and coats, which can then be
augmented with seasonal pieces.” With a classmate, think of your wardrobes and decide on 3 changes
you could make to follow this concept.
246
SEMANA 2
EIXO TEMÁTICO:
Recepção e produção de textos orais e escritos de gêneros textuais variados em língua estrangeira.
TEMA/TÓPICO:
Tema 1: Compreensão escrita (leitura). Tema 10: Aspectos léxico-sistêmicos / Tópico: 5. Caracte-
rísticas lexicais e sintáticas dos tipos textuais. 21 e 62. Funções sociocomunicativas dos pronomes.
HABILIDADE(S):
5.4. Reconhecer as características básicas da "narração". 21.1 e 62.1. Reconhecer e/ou utilizar os
pronomes e as relações de coesão gramatical que ajudam a estabelecer nos vários gêneros textuais.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Modal verbs.
Hello, there! Nessa semana você aprenderá como falar sobre necessidades e obrigações. Study hard!
BREVE APRESENTAÇÃO
Você conhecerá sobre o Modal Verb “must” ao longo das atividades. Have a great study time!
Referência das atividades, textos, conteúdos e imagens desta semana:
BRAGA, Junia; RACILAN, Marcos; GOMES, Ronaldo. New Alive High: ensino médio. São Paulo: Edições
SM, 2020. p. 193-194.
247
ATIVIDADES
1 – Read the last part of the infographic presented on "Semana 1" and discuss:
a) Based on the features of “Slow and Fast Fashion”, in what ways is fashion an expression of con-
sumerism in your community?
248
2 – Read these excerpts taken from some propaganda campaigns again. Then answer the question.
I) “But the fact is, to make a single coat, dozens of animals must pay with their lives.”
II) “For any meaningful transformation to take place and hold, the change must happen gradually.”
The modal verb must in the sentences above indicates that the action is…
a) a necessity.
b) a possibility.
c) a deduction.
We use must + verb to express obligation, necessity, certainty, or logical conclusion. If you use must
in the negative (must not = mustn’t), you are expressing prohibition or that the action isn’t the right
thing to do.
249
5 – Classify the following sentences as True (T) or False (F).
250
SEMANA 3
EIXO TEMÁTICO:
Recepção e produção de textos orais e escritos de gêneros textuais variados em língua estrangeira.
TEMA/TÓPICO:
Tema 6: Leitura (compreensão escrita) / Tópico: 32. Relações entre textos escritos.
HABILIDADE(S):
32.1. Comparar opiniões ou pontos de vista em dois textos sobre o mesmo tema.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Possibilities and probabilities.
Hello, there! Nessa semana você conhecerá alguns modal verbs em contexto. Study hard!
BREVE APRESENTAÇÃO
Ao longo das atividades, você será apresentado (a) aos modal verbs necessários para esta semana.
Referência das atividades, textos, conteúdos e imagens desta semana:
BRAGA, Junia; RACILAN, Marcos; GOMES, Ronaldo. New Alive High: ensino médio. São Paulo: Edições SM, 2020. p. 195.
ATIVIDADES
1 – Analyze the following sentences. Then, write which sentence provides an example for the following
ideas.
I) “You can no longer turn a blind eye to the issue of sustainability and hope that others will resol-
ve it […].”
II) “After all, our ecosystem can only take so much abuse before we need to foot the bill.”
III) “30% to 50% of wildlife species could be extinct by 2050 due to human activity.”
“You could start building your personal style and assemble your private capsule wardrobe […].”
IV) “If it feels right, then give it a try and invest in the brand – it might just become a favorite one in
your closet.”
V) “Since fashion is primarily a visual language of self-expression, how you dress should emphasize
who you are.”
251
We usually use modal verbs to express attitudes towards the world. Use a modal verb + the main
verb in its base
form. We can add an adverb in between the modal verb and the main verb (see examples I, II and IV).
Form the negative by adding -n’t after the modal verbs. The modal can’t can also be spelled cannot.
We can use
other negative expressions (see example I).
To ask questions, use the modal verb + subject + the main verb in its base form.
2 – In activity 1c, different modal verbs were used to express the idea of possibility. However, notice
that they convey slightly different meanings in context. Complete the explanation in the box below using
suggestion, distinct possibility and speculation.
While the verb could refers to a A __________________ , the verb might indicates a B __________________,
and the verb can sounds almost like a C__________________ .
3 – Complete the sentences from the article “Slow Fashion Guide: Everything You Need to Know” with
a modal verb from the box below. The modals have to express the ideas in parentheses and the use of
affirmative or negative forms need to make sense in the context.
b) “As a result, I have shelves dedicated for clothes to “wear around the house,” or “things
that _______________________ (speculation) come handy”, but a darn hard-time
deciding what to wear when going out when it actually matters.”
f) “A part of my closet is still filled with plenty of unremarkable clothes acquired over the
years that didn’t stand the test of time. Having quickly stretched out, or faded, they’ve
lost their initial appeal so I _______________________ (possibility-suggestion) really
wear them in public anymore, but it would also feel like a waste to just throw them.”
252
PARA SABER MAIS:
A.Conheça os modal verbs: Disponível em: <https://learnenglish.britishcouncil.org/english-
-grammar-reference/modal-verbs> Acesso em: 19 maio 2021.
B.Modal verbs conversations: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=2oumWd-
jA9hM> Acesso em: 19 maio 2021.
253
SEMANA 4
EIXO TEMÁTICO:
Recepção e produção de textos orais e escritos de gêneros textuais variados em língua estrangeira.
TEMA/TÓPICO:
Tema 10: Aspectos léxico-sistêmicos / Tópico: 20 e 61. Funções sociocomunicativas dos
marcadores do discurso.
HABILIDADE(S):
20.1. e 61.1 Identificar e/ou fazer uso adequado dos marcadores do discurso (palavras de ligação) e
das relações semânticas que ajudam a estabelecer nos vários gêneros textuais orais e escritos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Simple Present. Internet abbreviations.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Cyber language.
Hello, there! Nessa semana, você estudará o Present Continuous e seus usos. Study hard!
BREVE APRESENTAÇÃO
Os conceitos serão apresentados ao longo das atividades. Have a nice job!
Referência das atividades, textos, conteúdos e imagens desta semana:
BRAGA, Junia; RACILAN, Marcos; GOMES, Ronaldo. New Alive High: ensino médio. São Paulo: Edições SM, 2020. p. 196,197, 204.
ATIVIDADES
1 – Read the following sentences and say which one refers to an action in progress.
If you want to say that an action is in progress, use the Present Continuous. To make the Present
Continuous, use a form of the verb to be in the Present (am, is, or are) + a verb in the –ing form.
For the negative, use am, is or are + not + verb in the –ing form.
To ask a question, use am, is, or are + subject + verb in the –ing form.
254
2 – Describe what these people are doing. Use the items in the box. The first one is done for you.
• look in a store window • try on a suit
• sew • walk down the catwalk
• sketch a design for a dress • put on boots
255
3 – Read the text and answer the following questions.
c) Based on the text, can we say that there is a relationship between SMS speak (texting abbrevia-
tions) and a type of literature of the past?
d) Do you think a poem written in this format today would be considered “literature”? Why (not)?
e) Would you say this text is informal only because Mark Brown uses some abbreviations in some
parts?
256
f) Why did Mark Brown choose to use the abbreviations?
5 – Read the following texting abbreviations. Write what they stand for.
257
SEMANA 5
EIXO TEMÁTICO:
Recepção e produção de textos orais e escritos de gêneros textuais variados em língua estrangeira.
TEMA/TÓPICO:
Tema 10: Aspectos léxico-sistêmicos / Tópico: 22. Funções sociocomunicativas dos modais.
HABILIDADE(S):
22.1. Fazer uso adequado dos modais no processo de recepção /produção do texto oral e escrito de
vários gêneros textuais.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Reading and writing.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Literatura.
Hello, there! Nessa semana você conhecerá um gênero literário que nasceu na era das redes sociais.
Study hard!
BREVE APRESENTAÇÃO
Os conceitos e características serão apresentados ao longo das atividades. Have a great study time!
ATIVIDADES
1 – Before you read, answer the following questions.
c) c) Where are poems generally published? Is there any difference between poems published in
printed media and online?
258
2 – Poetry is a literary form that combines words and rhythm. It expresses feelings, images, and ideas
through rhymes, melody, and other techniques and styles. Which of the artistic expressions below are
types of poems?
3 – The internet has impacted several of our activities, including the ways we create and experience
literature. With the evolution of social media, new literary styles have emerged, such as Instapoetry.
“The poems are bite-sized, they fit within the square Instagram frame; their font is carefully selected,
an aesthetic extension of their work” (Available at https://thegibraltarmagazine.com/instapoetry-age-
scrolling-literature/. Accessed on June 3, 2020). Have you ever read any instapoem? Do you know any
famous instapoet?
One of the most famous instapoets is Rupi Kaur (@rupikaur_). Read more about her life.
Rupi Kaur (born 4 October 1992) is an Indian-born Canadian poet and author.
Her works have been at the forefront of Instapoetry, a new genre of social media-centered, short,
and easily accessible poetry. She received widespread popularity after the publication of her debut
book Milk and Honey (2014) which went on to sell over 2.5 million copies worldwide and spent more
than a year on The New York Times Best Seller list.
Kaur was born into a Sikh family in Punjab, India. She immigrated to Canada with her parents when
she was four years old. She was inspired by her mother to draw and paint. […]
As in Gurmukhi script, her work is written exclusively in lowercase, using only the period as a form of
punctuation. Kaur writes this way to honour her culture. She has said that she enjoys the equality of
letters and that the style reflects her worldview. Her written work is meant to be an experience that
is easy for the reader to follow, with simple drawings to elevate her words.
Common themes found throughout her works include abuse, femininity, love, self-care, and hear-
tbreak. Sikh scriptures and the experience of learning English upon moving to Canada have influen-
ced her writing style.
259
4 – Read three Rupi Kaur’s instapoems posted on her Instagram profile and match them to their themes.
Write the correct numbers-letters combination. p. 208
5 – Which other characteristics mentioned in Rupi Kaur’s biography can you find in her poems? Read
the poem again and pay attention to the personal pronouns. What are the individuals addressed in each
poem?
6 – Rupi Kaur’s poems are full of metaphors: a figure of speech which uses one idea to understand
another one. By making use of drawings, the poet also creates multimodal metaphors (combining verbal
and visual language). Write in terms of what the following things are understood in the poems.
a) past experiences.
b) to end a relationship.
c) a love relationship.
e) immigrants.
260
SEMANA 6
EIXO TEMÁTICO:
Recepção e produção de textos orais e escritos de gêneros textuais variados em língua estrangeira.
TEMA/TÓPICO:
Tema 10: Aspectos léxico-sistêmicos / Tópico: 23 e 63. Funções sociocomunicativas do discurso.
direto e indireto.
HABILIDADE(S):
23.1 e 63.1 Fazer uso adequado do discurso direto e indireto no processo de recepção/produção do
texto oral e escrito de vários gêneros textuais.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Cyber language.
Hello, there! Nessa semana, você conhecerá um pouco sobre YouTube influencers e as campanhas
de marketing que migraram para as redes. Study hard!
BREVE APRESENTAÇÃO
Você aprenderá conceitos e vocabulário ao longo da lição. Have a great study time!
ATIVIDADES
1 – Before you read:
b) Who are the most influential YouTubers in Brazil? Do you know any from your state?
261
Available at https://www.oberlo.com/blog/youtube-influencer. Accessed on June 16, 2020.
262
b) How is YouTube supporting marketing campaigns?
3 – Find the words below in the text and guess their meanings according to the context. Write the correct
combination of letters–numbers.
a) A creator is someone who… I. helps to popularize a new style or movement.
b) An influencer is someone who… II. persuades others using social media.
c) A millennial is someone who… III. became an adult in the early 21st century.
d) A subscriber is someone who… IV. ideates and produces content for social media.
e) A trendsetter is someone who… V. arranged to access content in a channel.
4 – Cross out the expressions that cannot be associated with the following terms.
5 – Read the cartoon below entitled “The Dignity of Labor”. Pay attention to the verbal and visual elements
and explain: what is the author’s point of view towards influencers?
263
6 – “Figurative language is language that’s intended to create an image, association, or other effect in
the mind of the listener or reader that goes beyond the literal meaning or expected use of the words
involved.” (available at https://www.dictionary.com/browse/figurative-language. Accessed on June 16,
2020). We can do that by using irony, comparisons, exaggerations, personification, etc.
Despedida: Chegamos ao final de mais um ciclo. Que você tenha todo foco e estratégia para tirar o me-
lhor de si mesmo sempre! Hugs.
264
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
SEMANA 1
EIXO TEMÁTICO:
Conhecimento e Expressão em Artes Audiovisuais.
TEMA/TÓPICO:
Elementos Formais das Artes Audiovisuais e seu Discurso.
HABILIDADE(S):
Identificar e dominar as possibilidades de expressão do discurso das artes audiovisuais.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Artes audiovisuais.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Física.
265
O cinema, os filmes documentais, as séries de TV, os videogames e todo tipo de
documentos, materiais ou obras audiovisuais representam um arquivo antropo-
lógico de incalculável valor ao descreverem e exibirem uma cultura e uma época
determinada .
Assim, as narrativas audiovisuais trazem registros que evidenciam formas de ver, sentir e pensar de
uma cultura, de um tempo e lugar. Poderíamos questionar, então, em que consiste uma narrativa. Ao
discutir este conceito, Jacques Aumont (2008, p. 106) diz que “a narrativa é o enunciado em sua mate-
rialidade, o texto narrativo que se encarrega da história a ser contada”. Desse modo, ela pode se referir
a um evento histórico, mitológico, real ou imaginado, o qual tem um início, um encadeamento de ações
e um fim, apresentando uma certa coerência. Em cada linguagem, as narrativas assumem característi-
cas específicas e se manifestam através delas. ”
Narrativas audiovisuais na educação: a videoarte Anima2 e seus sentidos.
Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistapos/article/view/21347/23009. Acesso em: 16 mai. 2021.
A partir da leitura do texto, podemos compreender o quanto a narrativa (conceitos e histórias propos-
tas pela produção audiovisual) está presente no cotidiano das pessoas construindo e desconstruindo
conceitos. Após a segunda guerra mundial (1939-1945), alguns países fizeram uso das artes audiovisuais
como instrumento de propaganda ideológica. Vários filmes e animações de super-heróis, principal-
mente norte-americanos, difundiram suas ideias, aproveitando o avanço tecnológico e o crescimento
do consumo da televisão, com a finalidade de atingir os indivíduos de todo o mundo.
ATIVIDADES
1 – (Concurso da Secretaria de Estado de Educação do Estado do Ceará - CE /SEDUC-CE - 2018 -2ª
edição). A linguagem audiovisual, como a própria palavra expressa, é feita da junção de elementos
de duas naturezas: os sonoros e os visuais. Portanto, estamos falando de artefatos da cultura que
afetam esses dois sentidos do homem, a visão e a audição. O que encontramos hoje no domínio da
arte seria muito mais uma mistura de diversos elementos: os valores da arte moderna e os da arte que
nós chamamos de contemporânea, sem estarem em conflito aberto, constituindo, então, dispositivos
maleáveis complexos, instáveis em transformação. Assinale a opção que NÃO corresponde a uma
linguagem específica das artes audiovisuais.
a) televisão e cinema.
b) cinema e fotografia.
c) fotografia e multimídias.
d) pintura a óleo.
266
2 – Com relação ao texto, é correto afirmar que:
a) Podemos compreender o quanto a narrativa (conceitos e histórias propostas pela produção au-
diovisual) está presente no cotidiano das pessoas construindo e desconstruindo conceitos.
c) A arte audiovisual não pode ser considerada como Arte propriamente dita, pois explora concei-
tos relacionados à vida secular das pessoas.
267
SEMANA 2
EIXO TEMÁTICO:
Conhecimento e Expressão em Artes Audiovisuais.
TEMA/TÓPICO:
Elaboração e Produção de Obras Audiovisuais.
HABILIDADE(S):
Saber expressar-se e construir um produto audiovisual.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Artes Audiovisual.
FLIP BOOK
Nessa primeira prática, iremos precisar de um bloquinho de anotações com folhas sem linha (ou 6 fo-
lhas tamanho A4 sem linhas), um lápis para desenho, lápis de cor e ou pincéis coloridos e borracha.
É importante que o bloquinho de anotações tenha no mínimo 50 folhas para que a execução da anima-
ção aconteça com mais qualidade.
• Pegue o bloquinho de anotações, abra na terceira página e comece a montar seu desenho (co-
meçar na terceira página ajuda a manter o início da animação).
• Desenhe em todas as páginas movimentando sua imagem em cada página.
• Você deverá produzir um desenho por página.
• Observe o desenho na página anterior para que a imagem da próxima página siga o padrão
desejado.
• Os movimentos devem acontecer de forma lenta.
• No final da animação, crie efeitos sonoros para que seu trabalho fique ainda mais interessante.
268
PARA SABER MAIS:
Se puder, assista ao vídeo “FLIP BOOK como fazer” para melhores esclarecimentos.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=of2VkJrPveI>. Acesso em 16 maio 2021.
ATIVIDADES
1 – Comente, com suas palavras, como foi o processo de construção do trabalho.
269
SEMANA 3
EIXO TEMÁTICO:
Conhecimento e Expressão em Artes Audiovisuais.
TEMA/TÓPICO:
Movimentos Artísticos em Teatro em Diferentes Épocas e Diferentes Culturas: Contextualização do
Teatro na História da Humanidade: Expressão Cênica e Teatral.
HABILIDADE(S):
Ser capaz de organizar um processo de produção audiovisual.
INTERDISCIPLINARIDADE:
História.
A segunda prática nos instiga a produzir uma animação com o uso de massinhas de modelar e outros
objetos de seu interesse. A escolha dos objetos dependerá do roteiro da animação criado por você.
Para essa animação, precisaremos de uma câmera fotográfica (celular ou outro tipo de máquina), um
programa que dê velocidade sequencial para as fotos (programas de Stop Motion - tais programas são
facilmente baixados no play store. Existem celulares que já possuem os programas em seus sistemas),
uma mesa, objetos para compor o cenário e massinhas coloridas para criar os personagens.
270
• O primeiro passo é escrever o roteiro da animação para saber exatamente como a história irá se
desenrolar. Seja criativo (a) e crie um roteiro instigante.
• Com a história pronta, agora pegue a mesa e monte o cenário fixo (que não se movimentará por
cima dela).
• Crie seus personagens que irão se movimentar.
• Você deve fixar a câmera fotográfica em uma das extremidades na mesa. A câmera deve ficar
fixa para que não haja tremor nas imagens fotográficas.
• Posicione seus personagens de frente à câmera e comece a tirar fotos.
• Mude as posições dos personagens (braço, boca, olhos, etc.) a cada duas fotos tiradas.
• Pronto, agora que você já tirou as fotografias, coloque-as no programa para que elas possam
passar em velocidade.
• Crie efeitos sonoros para que seu trabalho fique ainda mais interessante.
PARA SABER MAIS: Se puder assista ao vídeo “Fazendo animação com massinha” para melho-
res esclarecimentos. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=1sb7M0d0clA>. Acesso
em: 16 maio 2021.
ATIVIDADES
1 – Comente qual foi o maior desafio na construção dessa animação.
271
SEMANA 4
EIXO TEMÁTICO:
Conhecimento e Expressão em Dança.
TEMA/TÓPICO:
Percepção, Análise e Expressão Gestual/Corporal.
HABILIDADE(S):
Saber identificar e contextualizar produções contemporâneas em dança.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Dança.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Educação física.
272
A DANÇA
A dança contemporânea surgiu como junção de vários estilos de dança e a criação de movimentos cor-
porais diversificados. Ainda hoje, podemos identificar muitos estilos de dança que fazem parte do co-
tidiano de diversos povos. As múltiplas culturas possuem necessidades de se expressar, através da
dança, criando movimentos que as caracterizam.
Com essa nova forma de compreender o corpo, a arte e propriamente a dança, quando se pensa na
composição de um espetáculo de dança contemporânea, por exemplo, cada coisa é pensada de acordo
com essa nova linguagem. Assim, tudo o que compõe o espetáculo, como cenário, figurino, ilumina-
ção, espaço, trilha sonora e etc, fazem parte de um contexto que muitos denominam, resumidamente,
como dramaturgia da dança. Isso faz significar que um tipo de iluminação ou qualquer outro detalhe
no espetáculo não é pensado, escolhido somente por “combinar” mais, mas aparece por dialogar com a
coreografia e com a mensagem do trabalho que está sendo desenvolvido. A experimentação, possibili-
dades de movimentos próximos ao chão, ausência de técnicas únicas e a junção de outras linguagens,
como teatro, performance e artes visuais, são exemplos das características da dança contemporânea.
Atualmente, existem vários estilos de dança contemporânea espalhados pelo mundo, essa variação vai
desde a junção de vários tipos de dança e ritmo como também novos movimentos criados.
Aqui no Brasil, a dança contemporânea se destaca com os alguns renomados grupos, como o Cena 11,
de Santa Catarina, o Cisne Negro, de São Paulo e a Cia Débora Colker, do Rio de Janeiro.
Texto adaptado de: <https://blog.comshalom.org/blogstage/danca-contemporanea-um-pouco-de-historia/>. Acesso em: 02 mar. 2021.
ATIVIDADES
1 – Uma das características mais marcantes da dança contemporânea é a mistura de movimentos
criados pelos próprios dançarinos e dançarinas. Isso se trata de uma nova forma de descobrir o corpo.
Sendo assim, podemos analisar que, EXCETO:
b) A dança contemporânea explora a capacidade que cada dançarino(a) tem de construir desenhos
com o corpo.
c) O corpo é o grande objeto da arte e todo o enredo da dança será construído, levando em conside-
ração os movimentos criados.
g) Uma das finalidades era romper com a cultura clássica que vigorava naquela época.
273
h) A dança contemporânea é o retrato das novas ideias estéticas que surgiram no século XX.
i) Ainda hoje, o estilo de dança contemporânea não é muito conhecido no mundo. Entretanto, exis-
tem vários movimentos para que isso aconteça.
4 – Você é capaz de criar um vídeo de dança contemporânea? Construa seus próprios movimentos em
até 1 minuto e envie para seu professor de arte. Se não for possível criar o vídeo, não tem problemas,
faça a dança e chame alguém para ver. Pode ser uma pessoa da sua família.
274
SEMANA 5
EIXO TEMÁTICO:
Conhecimento e Expressão em Dança.
TEMA/TÓPICO:
Percepção, Análise e Expressão Gestual/Corporal.
HABILIDADE(S):
Entender que a relação entre a dança das diferentes épocas históricas não se dá somente por linea-
ridade, mas pela herança cultural e pelo contexto atual.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Dança.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Educação física.
“A dança indígena tem o objetivo de realizar rituais que podem ser por várias razões, como: fazer home-
nagem às pessoas mortas, agradecer pela colheita, pela pesca, além de outros motivos. Dessa maneira,
entende-se que a dança indígena possui intenções diferentes de outras danças porque é uma prática
que abrange rituais e costumes. ”
Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/educacao-fisica/danca-indigena. Acesso em 10 mai. 2021.
275
A dança de rua, a dança moderna, o Ballet clássico, as variadas danças de salão, as danças africanas, a
dança indiana, o samba e as danças típicas das regiões do Brasil são exemplos de manifestações que
ainda hoje representam culturas e são praticadas pelo mundo.
Podemos perceber que a diferença marcante entre estes estilos citados e a dança contemporânea é
a criação espontânea que essa última oferece. Enquanto os outros tipos de dança seguem modelos
pré-determinados, que os caracterizam, o estilo contemporâneo conta com a criatividade de cada dan-
çarino e dançarina na na construção de novos movimentos.
ATIVIDADES
1 – A dança é uma expressão que NÃO
b) expõe conteúdos históricos, sociais, afetivos, religiosos, etc. Estes conteúdos carregam marcas
de povos.
c) obteve uma evolução esperada ao longo da história, visto que as pessoas que a praticavam não
se preocupavam com o estudo frequente.
2 – Qual das ideias abaixo não está ligada à manifestação de dança indígena?
c) Manifestações religiosas.
3 – Você seria capaz de relacionar a dança com a Educação física? Quais são os elementos comuns nas
duas áreas?
276
SEMANA 6
EIXO TEMÁTICO:
Conhecimento e Expressão em Dança.
TEMA/TÓPICO:
Percepção Gestual / Corporal e Sensibilidade Estética: Análise de Produções de Dança em Diferen-
tes Épocas e Diferentes Culturas; Expressão Corporal e Gestual.
HABILIDADE(S):
Estabelecer relações entre a dança contemporânea, contextualização e identidade pessoal.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Dança.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Sociologia.
Danças espanholas e ucranianas são atração no Pavilhão Étnico no Memorial de Curitiba, no Centro Histórico. Na imagem, dança
Espanhola. Curitiba, 07/05/2017 Foto:Cido Marques/FCC.
Disponível em: <https://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/dancas-espanholas-e-ucranianas-sao-atracao-no-pavilhao-etnico/42416>.
Acesso em: 15 mai. 2021.
A dança é um elemento da Cultura Corporal e está presente em nosso cotidiano, sabemos que essa
constituição é histórica e que remonta a pré-história. Todos os povos possuem formas de se expressar
e a dança é fruto dessa expressão. No Brasil, as quadrilhas são danças que apresentam diferentes for-
mas de se expressar de acordo com a região do país, e isso é fruto de uma construção cultural.
Essa expressão pode vir acompanhada de música ou não. A dança pode ser realizada com movimen-
tos ritmados, que podem seguir uma cadência própria ou ainda coreografada originando harmonias
corporais. A dança é uma das primeiras demonstrações de expressão do ser humano, surgida ainda na
pré-história como resultado da experimentação corporal de homens e mulheres, como bater os pés no
chão e bater de palmas. A partir da descoberta de novos sons, ritmos e intensidades sonoras, os indiví-
duos foram combinando-os aos movimentos corporais.
A dança é uma experiência de conexão com o mundo. Aprendemos a dançar dançando. Ela tem o “po-
der” de nos fazer dialogar com o meio em que vivemos, externar nossas experiências e nos inserir em
277
grupos e espaços. Então, aproveite esse tempo em casa para viver essa experiência. Se você já dança
ou se nunca dançou, aproveite esse momento para dançar, você pode escolher uma música ou ainda
realizar movimentos sem o acompanhamento sonoro. O importante é deixar o corpo se expressar. A
ideia é improvisar! Se você se sentir à vontade pode gravar esse momento, será um registro seu!
Após vivenciar a dança, de acordo com a sua vontade, registre a sua experiência no seu caderno, dê
detalhes sobre como dançou, se utilizou alguma música, qual foi e o motivo da escolha. Escreva ou re-
gistre em forma de desenhos também, se você criou movimentos ou reproduziu alguma coreografia e
ainda o que sentiu durante o momento em que dançava. Essa será a primeira questão da atividade para
essa semana.
Texto adaptado: https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/ensino_fundamental/a-danca-como-elemento-da-cultura-corporal-
e-de-identidade-social/#:~:text=A%20dan%C3%A7a%20como%20elemento%20da%20cultura%20corporal%20e%20de%20
identidade%20social,-%3E&text=A%20dan%C3%A7a%20%C3%A9%20um%20elemento,dan%C3%A7a%20%C3%A9%20fruto%20
dessa%20express%C3%A3o. acesso 15 mai. 2021.
ATIVIDADES
1 – Você sabia que as quadrilhas são danças que podem ser vivenciadas de diferentes formas no Brasil?
Essa dança está intimamente ligada a uma manifestação cultural muito expressiva em nosso país, qual é?
2 – Na sua escola, você já vivenciou alguma dança junina? Qual? Registre sua experiência.
Queridos (as) estudantes, finalizamos o PET número 3 do ano de 2021, espero que tenham gostado
dos assuntos tratados e aprendido um pouco mais sobre a arte em nossas vidas. Desejo muita força
para continuarmos e paz em tudo que formos fazer. Não se esqueçam de se cuidar e de cuidar das
pessoas! Grande abraço!
278
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
SEMANA 1
EIXO TEMÁTICO:
Esportes.
TEMA/TÓPICO:
Handebol– Aprimoramento técnico-tático e regras.
HABILIDADE(S):
Analisar os elementos técnicos de cada modalidade, analisar táticas das modalidades em situações
de jogo, analisar regras dos diferentes esportes, alterar regras de acordo com o interesse do grupo,
espaços e materiais.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Passe, lançamento, drible, finta e regras.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Língua portuguesa.
TEMA: Handebol
Prezado estudante! É com muita alegria que damos continuidade aos nossos estudos. Nesta primeira
semana do PET III, abordaremos o Handebol, um esporte muito popular e que cresce muito em nosso
país, sendo o segundo esporte mais praticado nas escolas brasileiras. Bons estudos!
ORIGEM DO HANDEBOL
O Handebol foi criado pelo professor alemão Karl Schelenz, no ano de 1919. O objetivo principal era pro-
mover uma variação do Futebol jogado com as mãos. Inicialmente, as partidas eram disputadas por equi-
pes de 11 jogadores em campos de grama com dimensões semelhantes às do futebol. A primeira partida
entre nações aconteceu em 1925, entre Alemanha e Áustria. O placar foi 6 a 3 para os austríacos. O espor-
te foi incluído nas Olimpíadas de Berlim, em 1936, e teve a medalha de ouro disputada entre seis nações.
Alemanha e Áustria fizeram a final. Dessa vez, os alemães levaram a melhor, com vitória de 10 a 6.
279
Em 1966 o handebol passou por grandes adaptações, as regras e a modalidade de campo de gramado
foi descontinuada, restringindo-se a prática às quadras de salão. Descontinuado nos Jogos Olím-
picos de 1948, o Handebol retornou às olimpíadas de 1976 em Montreal, no Canadá, dessa vez com a
versão de quadra.
O esporte chegou ao sul do Brasil depois da I Guerra Mundial, durante a imigração alemã, mas foi em
São Paulo que o Handebol se desenvolveu, com a criação da Federação Paulista de Handebol em 1940.
Com o passar dos anos, o Handebol se tornou um dos esportes mais praticados nas escolas Brasileiras,
perdendo apenas para o Futsal. Isso elevou o patamar do Handebol Brasileiro, fazendo do nosso país
uma potência sul-americana e que já briga de igual para igual com as grandes seleções europeias. Em
2013, a seleção brasileira feminina de Handebol se sagrou campeã da copa do mundo de Handebol ao
derrotar a Sérvia por 22 x 20 na final.
O JOGO DE HANDEBOL
As partidas de Handebol são disputadas entre duas equipes com 7
jogadores cada, sendo 6 jogadores de linha mais um goleiro. Os jo-
gos têm duração total de 2 tempos de 30 minutos corridos e acon-
tecem numa quadra de 40m x 20m. A quadra é dividida ao meio por
uma linha e tem duas áreas do gol com 6m de raio e duas áreas tra-
cejadas com 9m de raio em cada uma das extremidades. As traves
do Handebol têm 3m de largura x 2m de altura.
INFRAÇÕES ÀS REGRAS
O Handebol possui algumas proibições abaixo relacionadas:
• “Duplar”: quicar, segurar e voltar a quicar a bola.
• Tocar a bola com os pés (exceto o goleiro em uma defesa).
• Dar mais que três passos segurando a bola.
• Invadir a área do gol: exceto o goleiro em sua respectiva área do gol.
• Cometer uma falta: bater, segurar, agarrar ou obstruir o adversário.
FUNDAMENTOS DO HANDEBOL
Para jogar Handebol é necessário dominar os seguintes fundamentos técnicos (movimentos) básicos:
• Driblar –Deslocar pela quadra quicando a bola.
• Finta – Passar pelo adversário com a posse de bola
• Passe – Passar a bola para um de seus companheiros de equipe.
• Recepção – Agarrar e dominar a bola passada por um companheiro de equipe.
• Lançamento – Arremessar a bola na direção da baliza a fim de marcar gol.
280
Exemplos de lançamento e passe durante um jogo de Handebol: Disponível em: <https://www.piqsels.com/pt/public-domain-photo-
fwtfq> e <https://search. creativecommons.org/photos/04724707-7110-41b4-8b24-647396e093a5>. Acesso em: 12 mai. 2021.
PRINCÍPIOS TÁTICOS
O Handebol é um esporte relativamente fácil de fazer gol, quando o jogador de linha se encontra cara a
cara com o goleiro, uma vez que este jogador pode saltar em direção a área do gol, chegando mais pró-
ximo da meta, desde que arremesse a bola antes de pisar no chão. Assim, faz-se necessário que todos
os jogadores defendam e ajudem a proteger a meta conforme os esquemas de defesa apresentados
abaixo.
No sistema 6x0 os jogadores fazem uma barreira ao redor da área para impedir a infiltração do adversá-
rio, no entanto este sistema é vulnerável a adversários que tenham jogadores altos e que arremessam
bem por cima da barreira. Para neutralizar este jogador que arremessa bem é necessário usar o sistema
5x1, ou seja, cinco jogadores continuam na barreira próxima à área e um jogador avança para impedir
o arremesso por cima da defesa. A desvantagem deste sistema é o maior espaço entre os jogadores
recuados que pode causar infiltração. O sistema 4x2 é usado quando há dois jogadores bons em arre-
messos por cima da defesa. Sua desvantagem para infiltrações é maior ainda.
Adaptado de RESUMO ESCOLAR. Disponível em: <https https://www.resumoescolar.com.br/educacao-fisica/regras-do-handebol/>.
Acesso em: 15 mai. 2021.
281
ATIVIDADES
1 – Em qual país surgiu o Handebol? Qual era o objetivo do jogo? Descreva como o mesmo era jogado e
quais as diferenças e semelhanças com o Handebol atual.
2 – Analise as afirmativas acerca do Handebol e assinale (V) para sentenças verdadeiras e (F) para falsas.
( ) Cada equipe de Handebol é composta por 7 jogadores de linha mais um goleiro.
( ) O tempo de duração de cada partida é de 2 tempos de 30 minutos.
( ) É quicar, segurar e voltar a quicar a bola no jogo de Handebol.
( ) Comete falta o jogador que agarrar, puxar, segurar ou obstruir um adversário.
( ) Drible, finta, passe e chute são exemplos de fundamentos necessários para praticar Handebol.
3 – (ENEM 2016) É possível considerar as modalidades esportivas coletivas dentro de uma mesma
lógica, pois possuem uma estrutura comum: seis princípios operacionais divididos em dois grupos, o
ataque e a defesa. Os três princípios operacionais de ataque são: conservação individual e coletiva da
bola, progressão da equipe com a posse da bola em direção ao alvo adversário e finalização da jogada,
visando a obtenção de pontos. Os três princípios operacionais da defesa são: recuperação da bola,
impedimento do avanço da equipe contrária com a posse da bola e proteção do alvo para impedir a
finalização da equipe adversária.
DAOLIO, J. Jogos esportivos coletivos: dos princípios operacionais aos gestos técnicos – modelo pendular a partir das ideias de Claude
Bayer. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, out. 2002 (adaptado)
a) recuperação da bola.
b) progressão da equipe.
c) finalização da jogada.
282
SEMANA 2
EIXO TEMÁTICO:
Esportes.
TEMA/TÓPICO:
Voleibol – Aprimoramento técnico-tático e regras.
HABILIDADE(S):
Analisar os elementos técnicos de cada modalidade, analisar táticas das modalidades em situações
de jogo, analisar regras dos diferentes esportes, alterar regras de acordo com o interesse do grupo,
espaços e materiais.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Regras, toque, cortada, manchete e demais fundamentos.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Língua portuguesa.
TEMA: Voleibol
Prezado estudante! Nesta semana abordaremos o Voleibol, um esporte muito praticado nas escolas
brasileiras e que se tornou ainda mais popular após as conquistas das diversas medalhas olímpicas das
seleções masculina e feminina. Bons estudos!
ORIGEM DO VOLEIBOL
O voleibol surgiu nos Estados Unidos em 1895 e foi criado pelo professor de Educação Física William
George Morgan. Na época, a ideia inicial de Morgan era criar um esporte que tivesse pouco impacto e
contato físico entre os adversários, com o intuito de evitar lesões. No início, o Voleibol não tinha caráter
competitivo. O objetivo era apenas rebater a bola por cima da rede sem deixá-la cair no chão. Com o
passar do tempo, os jogadores perceberam o potencial do jogo como esporte de competição seme-
lhante ao Tênis, com o objetivo de pontuar fazendo com que a bola caísse na quadra do adversário e
evitando que a mesma caísse do seu lado da quadra.
O Vôlei chegou ao Brasil por volta do ano de 1915, mas somente na década de 1980 é que se tornou um
esporte popular, visto e praticado em nosso país. A “geração de prata” que é como ficou conhecida a
seleção brasileira medalhista de prata nas olimpíadas de Los Angeles 1984 foi a grande responsável
por tal feito. De lá para cá, as seleções masculina e feminina de Vôlei conquistaram diversas medalhas
olímpicas, com destaque para os três ouros da seleção masculina em 1992, 2004 e 2016 e os dois ouros
da seleção feminina em 2008 e 2012.
O JOGO DE VOLEIBOL
As partidas de Vôlei são disputadas entre duas equipes com 6 jogadores cada. A quadra tem 18m de
comprimento por 9m de largura e é dividida ao meio por uma rede que mede 2,24m para jogos femini-
nos e 2,43m para jogos masculinos. Cada lado da quadra é dividido em zona de defesa e zona de ataque.
A zona de ataque se localiza na área entre a linha de 3m e a rede, já a zona de defesa se localiza entre
a linha de 3m e a linha de fundo da quadra. As partidas de vôlei são divididas em sets e para vencer um
jogo é necessário vencer 3 sets. Cada set tem duração de 25 pontos, exceto o 5º set também conhecido
como tie break ou set desempate, que quando necessário, tem duração de 15 pontos. Para vencer um
set normal ou o tie break, é necessário ter no mínimo 2 pontos de vantagem sobre o adversário, ou seja,
283
caso o jogo esteja 24 x 24 e um time fizer 25 x 24 o set ainda não acabou. Nesse caso dizemos que o set
“vai a dois”, ou seja, o jogo continuará até que uma equipe abra 2 pontos de vantagem sobre a outra.
Dimensões de uma quadra de vôlei oficial junto com o modelo de rede usado em jogos oficiais.
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/ Voleibol#/media/Ficheiro:VolleyballCourt.png> e <https://pxhere.com/pt/
photo/627525>. Acesso em: 13 mai. 2021.
INFRAÇÕES ÀS REGRAS
Há três maneiras de marcar ponto no Voleibol: Quando a bola cai dentro da quadra do adversário, quan-
do o adversário joga a bola para fora da sua quadra, ou quando o adversário comete uma das infrações
listadas abaixo:
• Dois toques consecutivos do mesmo jogador (exceto bloqueio).
• Quatro toques consecutivos da mesma equipe (exceto bloqueio).
• Pisar na linha ao sacar ou demorar mais que 8 segundos para sacar após a autorização do árbitro.
• Conduzir ou “carregar” a bola (contato muito longo).
• Tocar a rede com a bola em jogo.
• Bola tocar a antena da rede ou passar por fora desta.
• Erro de rodízio.
•
RODÍZIO DE POSIÇÕES
FUNDAMENTOS DO VOLEIBOL
O Vôlei é um esporte em que devemos tocar a bola somente rebatendo. Para rebater são usados prati-
camente três movimentos: toque, manchete e cortada. A partir destes movimentos temos uma série de
fundamentos que geralmente acontecem em sequência, a saber:
284
• Saque: Ato de colocar a bola em jogo. Feito do fundo da quadra. Geralmente por cima usando
uma “cortada”.
• Recepção: Ato de receber o saque vindo do adversário. Geralmente é feito de “manchete”.
• Levantamento: Ato de levantar ou preparar a bola para ser atacada. Geralmente é feita de “toque”.
• Ataque: Ato de bater na bola para que a mesma caia na quadra do adversário. Geralmente feito
de “cortada”.
• Bloqueio: Ato de saltar e formar uma “parede humana” para impedir que a bola do ataque caia em
sua quadra.
• Defesa: Ato de evitar a qualquer custo (inclusive com os pés) que a bola vinda de um ataque e que
passou pelo bloqueio, caia em sua quadra.
Exemplos de fundamentos do Voleibol em sequência: Recepção feita de manchete, levantamento feito de toque e ataque feito
de cortada. Nesta imagem vemos também a tentativa de um bloqueio de duas jogadores contra a adversária de camisa número
12. Disponível em: <https://pxhere.com/pt/photo/536404>, <https://pxhere.com/pt/photo/1353549> e <https://pxhere.com/pt/
photo/611123>. Acesso em: 13 mai. 2021.
Adaptado de TODA MATÉRIA. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/voleibol/>. Acesso em: 16 mai. 2021.
ATIVIDADES
1 – Descreva o contexto de criação do Voleibol, quais eram os objetivos do novo jogo.
285
2 – Descreva também o contexto do Vôlei no Brasil fazendo referência aos principais fatos que fizeram
deste esporte tão popular em nosso país.
3 – Sobre as regras do Voleibol, assinale (V) para sentenças verdadeiras e (F) para sentenças falsas.
( ) É possível que um set de um jogo de Vôlei termine 30 x 28 para uma determinada equipe.
( ) Um mesmo jogador pode dar dois toques consecutivos na bola, desde que o primeiro toque seja
um bloqueio.
( ) Uma equipe deve rodar em sentido horário toda vez que marcar ponto.
( ) É possível que uma equipe vença o 5º set (tie break) pelo placar de 25 x 23.
( ) A altura da rede é de 2,34m para homens e 2,24m para mulheres.
4 – ENEM 2010:
O voleibol é um dos esportes mais praticados na atualidade. Está presente nas competições esportivas,
nos jogos escolares e na recreação, Nesse esporte, os praticantes utilizam alguns movimentos especí-
ficos como: saque, manchete, bloqueio, levantamento, toque, entre outros. Na sequência de imagens,
identificam-se os movimentos de:
a) sacar e colocar a bola em jogo, defender a bola e realizar a cortada como forma de ataque.
b) arremessar a bola, tocar para passar a bola ao levantador e bloquear como forma de ataque,
c) tocar e colocar a bola em jogo, cortar para defender e levantar a bola para atacar.
d) passar a bola e iniciar a partida, lançar a bola ao levantador e realizar a manchete para defender.
e) cortar como forma de ataque, passar a bola para defender e bloquear como forma de ataque.
286
SEMANA 3
EIXO TEMÁTICO:
Esportes.
TEMA/TÓPICO:
Atletismo.
HABILIDADE(S):
Analisar os elementos técnicos de cada modalidade, analisar regras dos diferentes esportes.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Provas de pista, provas de campo. Regras e técnicas.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Língua portuguesa, Física e História
TEMA: Atletismo
Prezado (a) estudante! Nesta semana abordaremos o Atletismo, esporte que pode ser considerado o
mais antigo do mundo. Praticado desde o Egito antigo e a Grécia antiga, este esporte traz habilidades
naturais como correr, saltar e lançar, que são base para a maioria dos outros esportes. Bons estudos!
ORIGEM DO ATLETISMO
O Atletismo é o esporte mais antigo do mundo uma vez que envolve apenas movimentos naturais como
correr, saltar e arremessar. Há registros de provas do Atletismo nos primeiros jogos olímpicos da Grécia
antiga em 776 A.C., e também de disputas de corridas no Egito e China há 5.000 A.C. Presente desde a
primeira edição das olimpíadas modernas em 1896, este esporte continua fascinando diversos povos
pelo mundo e acirrando cada vez mais a briga pelo posto de homem mais rápido ou mais forte do mundo.
CONHECENDO O ATLETISMO
As provas de Atletismo são disputadas num campo gramado com uma pista de 400m de raio em volta.
Nessa pista de 400m acontecem as provas de pista, ou seja, as provas de corrida. Dentro do campo
gramado acontecem as provas de campo, ou seja, as provas de saltos e arremessos.
Modelo de pistas de atletismo com suas respectivas dimensões. Disponivel em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/6/6f/A_cerimonia _de_abertura_foi_realizada_na_pista_de_atletismo_do_cefan.jpg> e <https://pt.wikipedia.org/wiki/
Atletismo#/media/Ficheiro:Pista.jpg>. Acesso em: 13 mai. 2021.
287
PROVAS DE PISTA
São as provas de corrida, que podem ser classificadas como: velocidade, meio fundo e fundo. As provas
de velocidade são aquelas de curta distância (até 200m) e que prevalecem a velocidade máxima dos
corredores (acima dos 40km/h). As provas de meio fundo são aquelas de distância média (até 800m) e
que prevalecem uma velocidade intermediária (próxima dos 30km/h. Já as provas de fundo são aquelas
de longa distância (acima de 1500m) e que prevalecem uma velocidade média de 20km/h.
• Provas de velocidade: 100m e 200m.
• Provas de meio-fundo: 400m e 800m.
• Provas de fundo: 1.500m a maratona (42,2 km).
As provas de pista são divididas ainda em:
• Rasas (sem obstáculos para saltar).
• Com barreira (400m, 110m para homens e 100m para mulheres).
• Com obstáculos (3.000m para homens e mulheres).
Provas de 400m rasos, 110m com barreiras e 3000m com obstáculos, disponiveis em: <https://pxhere.com/pt/photo/ 440810 https://
pxhere.com/pt/photo/ 748725 e https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sgt._Hillary_Bor_runs_ 3,000-meter_steeplechase_at_Rio_
Olympic _Games_photos_by_Tim_Hipps, _U.S._Army_IMCOM_Public_Affairs_(28945469872).jpg>. Acesso em: 13 mai. 2021.
As provas de corridas são divididas também em individuais e coletivas que são as provas de reveza-
mento. Existem duas provas de coletivas que são os revezamentos de 4 x 100m e 4 x 400m. Na prova
de 4x100m são 4 atletas, cada um corre 100m e passa o bastão ao companheiro de equipe, os quatro
atletas juntos dão uma volta completa na pista. A prova de 4 x 400m também tem 4 atletas que correm
400m cada um, os corredores dão uma volta completa na pista e depois passam o bastão ao compa-
nheiro de time. Os quatro atletas juntos dão 4 voltas na pista (1600m). Ambas as provas são disputadas
por homens, mulheres e misto (Dois homens e duas mulheres na equipe)
Por fim, temos a marcha atlética, uma espécie de “caminhada rápida” onde o atleta tem que deslocar
o mais rápido possível mantendo pelo menos um dos pés em contato com o solo. A técnica da marcha
atlética é muito peculiar e parece que os atletas estão “rebolando” durante o percurso.
PROVAS DE CAMPO
As provas de campo como mencionado anteriormente são aquelas de saltos e arremessos. São quatro
provas de salto e quatro provas de arremessos e lançamentos a saber:
SALTO EM DISTÂNCIA – Nesta prova o objetivo é saltar o mais longe possível, tocando com os pés em
uma tábua de impulsão, após uma corrida rápida de aproximadamente 40m. A aterrissagem é feita
numa caixa de areia, a medida final da distância saltada é feita da tábua de impulsão até a marca mais
próxima da tábua que o atleta deixou.
SALTO TRIPLO – Bem semelhante ao “salto em distância”. A diferença é que o atleta toca a tábua de im-
pulsão e realiza três saltos antes de aterrizar na caixa de areia. Assim como o salto em distância, cada
atleta tem três oportunidades para saltar, sendo computada a melhor marca para comparação com os
demais adversários. Tanto no salto em distância quanto no triplo, o salto é considerado perdido caso o
atleta salte com o pé depois da tábua de impulsão.
288
SALTO EM ALTURA – Nesta prova o atleta deve fazer uma corrida de aproximação e saltar para tentar
transpor um sarrafo aterrissando num colchão. O sarrafo começa em uma altura pré-determinada e
cada atleta tem três tentativas para superar tal altura. Caso o atleta supere a altura, o sarrafo subirá de
3 a 5cm, tendo cada atleta mais 3 chances de passar a nova altura. O vencedor será o atleta que conse-
guir superar a maior altura estabelecida.
SALTO COM VARA – Bem semelhante ao salto em altura. A diferença é que o atleta usa uma vara de fibra
de vidro e carbono para impulsionar e tentar superar o sarrafo. As regras de início da altura inicial e su-
bidas do sarrafo são as mesmas do salto em altura. Tanto no salto em altura quando no salto com vara,
o salto será considerado nulo caso o sarrafo seja derrubado
ARREMESSO DO PESO – Uma bola de chumbo deve ser arremessada o mais longe possível. Essa bola
mede 12cm de circunferência e pesa 7,26 para homens e 9 cm com 4kg de peso para mulheres. A distân-
cia do arremesso é aferida entre a linha limite (que não deverá ser ultrapassada pelo arremessador) e o
primeiro local que o peso tocar o chão.
LANÇAMENTO DO DARDO – Um dardo semelhante a uma lança deverá ser lançado o mais longe possível.
Este dardo mede 2,70m e pesa 800g para homens e 2,30m com peso de 600g para mulheres. O atleta
não deve ultrapassar a linha limite. A distância do lançamento é aferida entre a linha limite e o lugar
onde o dardo cravou no solo.
LANÇAMENTO DE MARTELO – As bolas de chumbo do arremesso do peso são acopladas a um cabo de
aço. O objetivo é lançar este “martelo” o mais longe possível com um giro do implemento sobre o próprio
corpo. Nesta modalidade há uma gaiola de proteção que impede que o martelo seja lançado nas arqui-
bancadas ou em outros competidores. A distância final também é aferida entre a linha limite e o local
onde o martelo tocou o solo primeiro.
LANÇAMENTO DE DISCO – Um disco de metal deverá ser lançado o mais longe possível. Esse disco pesa
1kg e mede 18cm de diâmetro para mulheres e 2kg com 22cm de diâmetro para homens. O lançamento
do disco é feito na mesma gaiola de lançamento do martelo e também com um giro sobre o corpo. A
distância final é medida como no lançamento do martelo. Para todas as provas de arremesso e lança-
mento os atletas tem 3 arremessos, sendo computada a melhor marca para fins de comparação com o
adversário e definição do vencedor.
Provas de salto em distância (triplo), salto em altura e salto com vara, disponíveis em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/
File:Salto_em_dist%C3%A2ncia_ feminino_(22055466401).jpg>; <https://commons.wikimedia.org/wiki/File: 20150726_1258_DM_
Leichtathletik_Frauen_Hochsprung_0331.jpg> e <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Men_decathlon_PV_French_Athletics_
Championships_2013_t141910c.jpg>. Acesso em: 14 abr. 2021.
289
Provas de arremesso do peso, lançamento do dardo, lançamento do martelo e lançamento do disco, disponíveis em: <https://commons.
wikimedia.org/wiki/File: Carlos_Chinin.png>; <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lan%C3%A7amento_do_Dardo_(21955737132).
jpg>; <https://www.piqsels.com/pt/public-domain-photo-zcznt> e <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lan%C3%A7amento_
de_disco_(21858620419).jpg>. Acesso em: 14 mai. 2021.
PROVAS COMBINADAS
O atletismo possui, ainda, provas combinadas. Nessa modalidade os atletas disputam diversas provas
do Atletismo em dois dias de competição. Vence aquele que conseguir ter maior regularidade em todas
as provas, ou seja, não adianta vencer uma prova e ficar mal classificado em todas as outras.
Os homens disputam o DECATLO, são 10 provas em dois dias de competição, divididas da seguinte forma:
• 1º dia: 100m rasos, salto em distância, arremesso do peso, salto em altura e 400m rasos.
• 2º dia: 110m com barreiras, lançamento do disco, salto com vara, lançamento do dardo e 1.500m.
• As mulheres disputam o HEPTATLO, são 7 provas em dois dias de competição divididas da se-
guinte forma.
• 1º dia: 100m com barreiras, salto em altura, arremesso do peso e 200m.
• 2º dia: salto em distância, lançamento do dardo, 800m.
Adaptado de TODA MATÉRIA. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/atletismo/>. Acesso em: 16 mai. 2021.
ATIVIDADES
1 – O Atletismo é considerado o “esporte base” para outros esportes uma vez que suas provas envolvem
habilidades naturais como correr, saltar e arremessar. Cite e descreva pelo menos três esportes que
necessitam de uma ou mais habilidades do Atletismo para serem praticados.
290
2 – Sobre o Atletismo assinale (V) para sentenças verdadeiras e (F) para sentenças falsas.
( ) É considerado o primeiro esporte do mundo. Esteve presente nas olimpíadas da Grécia antiga
de 776 A.C
( ) Uma volta completa na pista de atletismo tem 400m.
( ) A aterrissagem do salto com vara e do salto em altura é feita numa caixa de areia.
( ) O dardo masculino pesa um pouco menos que o dardo feminino.
( ) A prova de 100m rasos é a prova mais rápida do Atletismo.
291
SEMANA 4
EIXO TEMÁTICO:
Ginástica.
TEMA/TÓPICO:
Alimentação e Balanço calórico.
HABILIDADE(S):
Compreender a relação entre a atividade física, dieta, balanço calórico e saúde. Analisar os efeitos
dos moderadores de apetite no organismo e suas relações com a atividade física. Avaliar a impor-
tância da atividade física na prevenção e tratamento da obesidade.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Alimentação saudável e balanço calórico no auxílio ao controle do peso corporal.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Língua portuguesa, Biologia.
292
Como funciona a ingestão de calorias
Os alimentos que ingerimos ao longo do dia são nossa fonte de energia (caloria). São eles que fazem
a reposição dos nutrientes, vitaminas, proteínas, carboidratos e outras fontes de energia que nosso
corpo precisa para sobreviver.
No entanto, quando nosso corpo ingere mais caloria do que o necessário, esse excesso de energia se
acumula no nosso corpo em forma de gordura. Ou seja, a pessoa acaba engordando, porque está inge-
rindo mais calorias do que o seu corpo realmente necessita.
Claro, existem outros problemas hormonais que levam ao ganho de peso. Porém, a alimentação em ex-
cesso é a situação mais comum para engordar. Por isso, antes de tudo, é preciso manter uma alimenta-
ção saudável e evitar a ingestão de alimentos altamente calóricos, pois o desequilíbrio na alimentação
é que vai influenciar na balança.
Como ocorre a perda de peso
A perda de peso ocorre quando a pessoa consegue aumentar o gasto calórico ou diminuir a quantidade
de calorias que ingere na sua alimentação. Ou seja, seu corpo precisa gastar mais calorias do que in-
geriu. Vamos supor que uma pessoa tenha um gasto calórico de 2000 calorias por dia. Se ela mantiver
uma dieta equilibrada que não ultrapasse esse valor, provavelmente não vai engordar nem emagrecer.
Vai apenas manter o peso.
Se a mesma pessoa tem uma dieta de 1500 calorias, significa que ela está ingerindo menos calorias do
que o necessário. Dessa forma, o organismo suprirá essa falta de ingestão de caloria com outra fonte de
energia. Ou seja, as outras 500 calorias serão supridas com a gordura acumulada em seu corpo. Essa
relação de ingestão e gasto de calorias é chamada de “balanço calórico”. Dessa forma, para saber qual é o
seu real gasto calórico, é preciso consultar um preparador físico. Existem também algumas calculadoras
de gasto calórico na internet que você pode consultar e ver qual é sua média de gasto calórico diário.
Após saber qual a sua média de gasto calórico, você precisa saber quais alimentos são mais calóricos,
quais auxiliam na digestão, quais possuem efeito termogênico, etc. Ou seja, será preciso bastante
curiosidade para entender a quantidade calórica de cada alimento e nunca ultrapassar o seu gasto
calórico diário.
Aumente o gasto calórico com exercícios físicos
Neste exemplo de gasto calórico que citamos acima, perceba que o organismo procura uma fonte
de energia para suprir essa falta. E a gordura é justamente um excesso de energia acumulada pelo
nosso organismo.
Por isso é importante diminuir a ingestão de calorias e aumentar o gasto calórico. Somente assim have-
rá perda de peso. Além disso, você deve incluir a atividade física na sua rotina.
Quando praticamos atividade física, nosso corpo aumenta o gasto calórico. Tendo regras com a ali-
mentação, mantendo a dieta de calorias diária e praticando atividade física, a tendência é que você vá
eliminando aqueles quilos indesejados e consiga alcançar o peso ideal!
Adaptado de GREENLIFE ACADEMIAS. Disponível em: <https://greenlifeacademias.com.br/a-relacao-entre-gasto-calorico-e-perda-de-
peso/> Acesso em: 16 mai. 2021.
293
ATIVIDADES
2 – Sobre o balanço calórico assinale (V) para sentenças verdadeiras e (F) para sentenças falsas.
( ) Balanço calórico é a relação entre a quantidade de calorias ingeridas e a quantidade de calorias gastas.
( ) A ingestão de calorias em excesso é a única causa do acúmulo de gordura corporal.
( ) O controle do balanço calórico, aliado a prática de exercícios físicos, é o melhor mecanismo
para emagrecer.
( ) No processo de emagrecimento é recomendável ingerir alimentos altamente calóricos.
( ) Uma pessoa que ingeriu 2000 kcal e gastou 2500 kcal durante 30 dias vai ter acúmulo de gordura ao
final deste período.
a) Teve balanço calórico positivo, ou seja, ingeriu mais calorias do que gastou.
b) Teve balanço calórico neutro, ou seja, ingeriu exatamente a quantidade de calorias que precisava.
c) Teve balanço calórico negativo, ou seja, ingeriu menos calorias do que precisava.
d) Teve perda de peso significativa, algo em torno de 1kg, considerando que cada 8 calorias gastas
representam 1g de gordura corporal eliminada.
e) Teve ganho de peso significativo, algo em torno de 1kg, considerando que a cada 8 calorias inge-
ridas a mais, representam 1g de gordura acumulada.
294
SEMANA 5
EIXO TEMÁTICO:
ENEM.
TEMA/TÓPICO:
Exercício físico - saúde, autonomia e socialização.
HABILIDADE(S):
Explicar a diferença entre ginástica, atividade física e exercícios físicos. Analisar os benefícios e ris-
cos das diferentes modalidades de ginástica praticadas em academias e outros espaços. Analisar
as implicações do consumismo nas práticas das modalidades da ginástica.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
A prática do exercício físico para saúde, autonomia e socialização.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Língua portuguesa, Biologia, Sociologia.
295
Grupo de ciclistas pedalam pela ciclovia da cidade. Um exemplo clássico de prática de exercício físico de forma autônoma e colaborativa
para socialização das pessoas. Disponível em: <https://www.piqsels.com/pt/public-domain-photo-zbjbp>. Acesso em: 17 mai. 2021.
Continuando a linha de raciocínio, ser preparado para a prática autônoma significa fazer a prática cons-
cientemente. Para isso, existem alguns elementos que são importantes para que essa prática seja feita
de modo apropriado. A primeira providência é compreender o que é atividade física: trata-se de qual-
quer prática corporal, que feita de modo regular, fornece a sensação de bem-estar, permite a melhora
e/ou manutenção da saúde, além de prevenir uma série de doenças relacionadas ao sedentarismo tais
como: hipertensão, diabetes, infartos coronarianos, etc.
A segunda é compreender que as atividades físicas são classificadas em dois grupos: o de atividades
aeróbias e o das anaeróbias. Atividades anaeróbias são caracterizadas por serem de curta duração e
de alta intensidade, como a musculação, as corridas de curta distância e as provas de 50m e 100m de
natação. Já as aeróbias são aquelas em que a intensidade não é tão forte e têm duração mais longa. A
caminhada, a corrida de longa distância e a maratona aquática são exemplos desse tipo de atividade.
Os dois tipos de atividade são importantes para o indivíduo porque as atividades aeróbias melhoram as
capacidades cardíaca e respiratória, enquanto as atividades anaeróbias promovem aumento da força e
da massa muscular.
Outro fator é que o aluno deve ter consciência de que antes de fazer uma atividade física, ele deve fazer
um aquecimento e, após o término, uma atividade de volta à calma. A função do aquecimento é “avisar”
ao seu corpo que ele irá movimentar-se além do normal, e isso deve ser feito por meio de atividades
moderadas, que devem unir alongamentos e caminhadas e/ou corridas de baixa intensidade. Essas ati-
vidades fazem com que o aluno “fique com calor”, pois promovem uma pequena aceleração do seu ba-
timento cardíaco. A volta à calma, por sua vez, tem a função inversa: desacelerar o batimento cardíaco
que foi aumentado durante a prática de exercícios físicos. Devem ser feitas atividades de caminhada
leve, relaxamento e/ou alongamento.
Agora que você já sabe como deve se portar perante o exercício, não há mais desculpas para o seden-
tarismo: faça as aulas de Educação Física na escola e procure alguma atividade física para praticar fora
da escola, algo que você goste e sinta prazer em fazer. Aproveite também o potencial de socialização
dessas atividades para se divertir com amigos em jogos de Futebol, Vôlei ou outro esporte coletivo ou
ainda para conhecer novas pessoas em pistas de corrida, caminhada, ciclismo ou academias de ginás-
tica. Você terá uma vida muito saudável e prazerosa.
Adaptado de RONDINELLI, Paula. “Autonomia para um estilo de vida ativo”; Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.
br/educacao-fisica/autonomia-para-um-estilo-vida-ativo.htm>. Acesso em: 16 mai. 2021.
296
ATIVIDADES
1 – ENEM 2012:
A partir dos efeitos fisiológicos do exercício físico no organismo, apresentados na figura, são adapta-
ções benéficas à saúde de um indivíduo:
2 – (ENEM 2016) A perda de massa muscular é comum com a idade, porém, é na faixa dos 60 anos que
ela se torna clinicamente perceptível e suas consequências começam a incomodar no dia a dia, quando
simples atos de subir escadas ou ir à padaria se tornam sacrifícios. Esse processo tem nome: sarcopenia.
Essa condição ocasiona a perda da força e qualidade dos músculos e tem um impacto significativo na
saúde. Disponível em: www.infoescola.com. Acesso em: 19 dez. 2012 (adaptado).
A sarcopenia é inerente ao envelhecimento, mas seu quadro e consequentes danos podem ser retarda-
dos com a prática de exercícios físicos, cujos resultados mais rápidos são alcançados com o(a)
a) hidroginástica.
b) alongamento.
c) musculação.
d) corrida.
e) dança.
297
3 – (ENEM 2016) A educação física ensinada a jovens do ensino médio deve garantir o acúmulo cultural
no que tange à oportunização de vivência das práticas corporais; a compreensão do papel do corpo
no mundo da produção, no que tange ao controle sobre o próprio esforço, e do direito ao repouso e
ao lazer; a iniciativa pessoal nas articulações coletivas relativas às práticas corporais comunitárias;
a iniciativa pessoal para criar, planejar ou buscar orientação para suas próprias práticas corporais; a
intervenção política sobre as iniciativas públicas de esporte e de lazer.
Disponível em: <www.portal.mec.gov.br>. Acesso em: 19 ago. 2012.
Segundo o texto, a educação física visa propiciar ao indivíduo oportunidades de aprender a conhecer
e a perceber, de forma permanente e contínua, o seu próprio corpo, concebendo as práticas corporais
como meios para
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SEMANA 6
EIXO TEMÁTICO:
Jogos e brincadeiras.
TEMA/TÓPICO:
Capoeira.
HABILIDADE(S):
Conhecer as características e finalidades de cada modalidade.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Analisar os aspectos histórico-culturais da capoeira. Analisar a capoeira como jogo, dança e/ou
luta. Analisar a esportivização da capoeira. Aprimorar os elementos técnicos da capoeira.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Língua portuguesa, História e Arte.
TEMA: Capoeira
Prezado (a) estudante! Nesta semana abordaremos a Capoeira, uma luta genuinamente brasileira cria-
da pelos escravos como símbolo de luta pela liberdade e resistência contra a escravidão. Vamos conhe-
cer então essa pratica corporal que faz parte do patrimônio cultural brasileiro. Bons estudos!
CAPOEIRA – ORIGEM
A capoeira é ao mesmo tempo uma luta e uma arte. Mas, você sabia que durante muito tempo a capoeira
foi proibida no Brasil? Quem vê crianças pequenas jogando capoeira nas escolas ou rodas de capoeira
com a apresentação de grandes mestres nem pode imaginar que essa conhecida forma de expressão
das raízes negras era mal vista e considerada perigosa.
Para jogar capoeira precisamos de um ritmo, ditado pelo atabaque, pelo berimbau e pelo agogô. Essa
música é bem característica. Dois parceiros, de acordo com o toque do berimbau, executam movimen-
tos de ataque, defesa e esquiva. Eles simulam uma luta. Para jogar capoeira é preciso habilidade e for-
ça, além de integração e respeito entre os parceiros.
O gingado é a base da capoeira. É um movimento ritmado que mantém o corpo relaxado e o centro de
gravidade em constante deslocamento. A partir do gingado surgem os outros movimentos de ataque ou
contra-ataque. Os jogadores nunca estão parados e isso torna a capoeira muito bonita de se ver.
299
Grupo pratica Capoeira ao ar livre. Observe que enquanto dois integrantes “jogam”, os outros três ficam por conta da musicalidade
através das palmas e dos instrumentos “berimbau” e “pandeiro”. Disponível em: <https://pxhere.com/pt/photo/169060>. Acesso em: 17
mai. 2021.
História da capoeira
A origem da capoeira data da época da escravidão no Brasil. Muitos negros foram trazidos da África
para o Brasil para trabalhar nos engenhos de cana-de-açúcar, nas fazendas de café, nas roças ou nas
casas dos senhores. A capoeira era uma forma de luta e de resistência.
Porém, para não despertarem suspeitas, os escravos adaptaram os movimentos da luta aos cantos da
África, fazendo tudo parecer uma dança. A capoeira foi ficando do jeitinho que ela é hoje, gingada.
No início do século XIX, no Rio de Janeiro, bandidos e malfeitores eram chamados de capoeiras, como
registrou o escritor Manuel Antônio de Almeida, em “Memórias de um Sargento de Milícias”. Em 1888,
a escravidão foi oficialmente abolida no Brasil. Muitos negros libertos não tinham como sobreviver e
acabaram na marginalidade. Em Salvador, chegaram a organizar gangues e provocar rebeliões. Durante
muito tempo a capoeira foi proibida.
Na década de 1930 a capoeira já tinha adquirido um novo status em nossa sociedade. O próprio pre-
sidente Getúlio Vargas convidou um grupo de capoeira para se apresentar oficialmente no Palácio do
Catete. A capoeira deixa de ser considerada crime e passa a ser considerada patrimônio cultural brasi-
leiro. Dois professores de capoeira da Bahia, mestre Bimba e mestre Pastinha se tornaram famosos e
são imortalizados nos romances de Jorge Amado.
Bimba ficou conhecido por “recriar” os movimentos da Capoeira, dando mais velocidade, agilidade e
letalidade aos movimentos, batizando tal “recriação” como Capoeira regional. Já mestre Pastinha, foi
responsável por conservar a Capoeira “raiz”, com movimentos mais lentos, bem semelhante a capoeira
jogada pelos escravos. Esta modalidade foi batizada e é conhecida até hoje como Capoeira angola.
Adaptado de UOL EDUCAÇÃO. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/cultura-brasileira/capoeira-origem.htm>
Acesso em: 16 mai. 2021.
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ATIVIDADES
1 – Explique por que a Capoeira tem elementos da música e da dança em sua prática. Tais elementos
tornam essa luta menos eficaz que as outras? Justifique sua resposta.
2 – Sobre a Capoeira assinale (V) para sentenças verdadeiras e (F) para sentenças falsas.
( ) É uma dança de origem africana, região da qual vieram a maioria dos escravos no período colonial.
( ) Há presença de musicalidade com instrumentos como o pandeiro, o berimbau e o atabaque.
( ) Trata-se de uma luta de domínio em que não é permitido usar socos e chutes.
( ) Durante o início do período republicano a Capoeira chegou a ser marginalizada e até proibida.
( ) A partir de 1930 deixa de ser considerada crime e se eleva ao patamar de patrimônio cultural brasileiro.
3 – (ENEM 2013) A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do
processo cultural: seu movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do resgate
ingênuo do passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar perceber o próprio rosto cultural
brasileiro. O que se quer é captar seu movimento para melhor compreendê-lo historicamente.
MINAS GERAIS: Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.
Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira ou o can-
domblé, deve considerar que elas:
Prezado (a) estudante! Chegamos ao final deste PET 3! Caso tenha ficado alguma dúvida, entre em
contato com seu professor pelo CONEXÃO ESCOLA ou nos mande sua pergunta no TIRA DÚVIDAS AO
VIVO pela Rede Minas e Youtube. Lembre de se exercitar dentro dos limites de isolamento social da
pandemia, manter uma alimentação saudável e uma hidratação regular. Em breve estaremos vacina-
dos e juntos em nossas quadras. Um forte abraço da equipe de Educação Física!
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