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Aprenda a fazer a redação do Enem passo a passo

Fazer um rascunho é essencial para se dar bem na prova

Redação Enem: como fazer o texto dissertativo-


argumentativo
Uma boa nota aumenta suas chances para conseguir vaga no Sisu, no Prouni ou no Fies.
Veja agora como fazer o texto dissertativo argumentativo da Redação Enem em apenas
4 parágrafos. Um na Introdução; dois no Desenvolvimento; e um de conclusão.

O primeiro passo para você dominar a Redação do Enem nota 1000 está na Estrutura do Texto. A
exigência oficial do MEC envolve uma sequência de um texto dissertativo-argumentativo, em pelo
menos três parágrafos. Este é o ‘esqueleto básico’, a denominada Estrutura do texto Dissertativo-
Argumentativo:

1. Tese e Ponto de Vista (Introdução);


2. Argumentos, Dados e Citações (Desenvolvimento); e,
3. Proposta de Intervenção (Conclusão).

Esse gênero textual, o modelo Dissertativo-Argumentativo, exige que o estudante construa e defenda
seu ponto de vista em uma construção nos três blocos que são os elementos centrais da Redação do
Enem.

O Guia Oficial da Redação elaborado pelo MEC indica que você deve cumprir quatro fundamentos
essenciais no seu texto no gênero Dissertativo-Argumentativo:

1. – Abordagem sobre o tema;


2. – Definir um Ponto de Vista;
3. – Apresentar uma Argumentação; e,
4. – Sugerir uma Intervenção considerando a perspectiva dos Direitos Humanos.

Confira na imagem como o Caderno de Prova apresenta a síntese do Enunciado com a encomenda para a
Redação:
O 1º passo para fazer uma boa Redação Enem:
Em primeiro lugar, leia e releia o tema e os textos motivadores. Interpretação de Texto é o
fundamento para você ‘ler e entender’ o enunciado. Esse será o seu grande ponto de partida para
escrever uma boa dissertação.

Uma leitura atenta evita que você cometa um dos erros mais comuns dos estudantes: fugir do tema.
Razão pela qual muitas redações ganham nota zero. Fugir do Tema é perder pontos na certa .

Dica: Foque no problema para sugerir uma solução – Em geral, nos vestibulares ou na Redação
Enem o enunciado propõe como tema um problema, e que exige uma proposta de encaminhamento
ou de solução.

Por isso essa estratégia é bastante eficiente: Foque primeiro no problema; depois, atenção para as
causas indicadas para o problema; E, finalmente, nos Argumentos e as Possíveis Soluções.

Responda seis perguntas para uma Redação Enem Nota Mil:

1. Qual o problema?
2. Por que se trata de um problema?
3. Quais as causas para tal problema?
4. Há alguma solução?
5. Como e por que colocar tal solução em prática?
6. Como essa proposta pode, de fato, resolver o problema?
7. As respostas a estas seis perguntas orientam a produção da Redação do Enem! Uma vez
respondidas essas questões, elabore um projeto de texto e defina com mais detalhes a tese a
ser defendida.
8. Como fazer o texto dissertativo
9. Veja agora como fazer a estrutura do seu texto dissertativo-argumentantivo

• : Introdução: apresente a sua opinião/discordância sobre o tema (a tese).


• Desenvolvimento: informe o argumento favorável e analise-o, sempre baseando-se em fatos e dados
reais.
• Desenvolvimento: informe o argumento contrário e analise-o, sempre baseando-se em fatos e dados
reais.
• Conclusão: afirme mais uma vez seu posicionamento sobre a tese e informe a sua proposta de de
intervenção.

Título e Tema:
É muito comum as pessoas acharem que título e tema são algo similar, porém, isso
não é verdade. Eles são elementos distintos de grande importância para a elaboração
de um texto.

Basicamente, chamamos de título a expressão inicial que introduz a redação,


mostrando o assunto e o posicionamento do texto. Chamamos de tema o assunto a
ser abordado: ele dará as diretrizes do texto ao expor a ideia que deverá ser
defendida ao longo de uma dissertação. Notou a diferença? Para saber mais,
aproveite nossa seção Título e Tema e bons estudos!

Basicamente, chamamos de título a expressão inicial que introduz a redação,


mostrando o assunto e o posicionamento do texto. Chamamos de tema o assunto a
ser abordado: ele dará as diretrizes do texto ao expor a ideia que deverá ser
defendida ao longo de uma dissertação. Notou a diferença?

Tema:

A influência exercida pelos meios de comunicação na convivência humana.

A televisão como norteadora das relações familiares.

O TÍTULO E O TEMA NO TEXTO DISSERTATIVO

É muito comum a confusão que se faz entre título e tema.

Título : é uma vaga referência ao assunto abordado; normalmente é colocado no


início do texto.

Tema : é o assunto abordado no texto, a idéia a ser defendida.

Proposta: Família

Título: A ditadura dos filhos

Tema: As famílias sofrem ultimamente com a ditadura dos filhos consumistas


que tudo pedem movidos pela onda de consumo propagada pela televisão; e os
pais perdidos nas novas tendências educacionais, permitem que os filhos
mandem e desmandem na hora de comprar determinado produto.

Título: Apoio para os menores

Tema: No país do futebol o esporte amador sofre com a falta de patrocínio. A


natação, a canoagem, o judô, o atletismo, entre outros responsáveis por muitas
medalhas olímpicas, vivem desesperados atrás de um minguado patrocínio,
enquanto clubes e atletas profissionais de futebol nadam num mar de dinheiro.
Perspectivas sobre o papel das mulheres
no cristianismo do segundo século
Autores
• Gabriel Ignacio Garcia

Palavras-chave:

Femininas. Cristianismo, Cultura Popular, Representações

RESUMO

Ao longo do século XX, no campo das ciências humanas e sociais, um bom


número de estudiosos se lançou no estudo da cultura popular. Na antiguidade, apesar
da carência de documentos, as narrativas religiosas constituem ricas fontes para
sondarmos as representações populares. Sendo assim, o presente artigo objetiva
analisar dois textos do segundo século da era cristã. O primeiro, um texto apócrifo
intitulado “Atos de Paulo e Tecla” que oferece a representação das mulheres com
características mais autônomas, capazes de protestarem e se revoltarem frente a uma
situação de injustiça. O segundo escrito, o segundo capítulo de II Timóteo, onde são
feitas algumas considerações restritivas acerca do comportamento da mulher. A
comparação entre os documentos nos permitirá pensar as discussões sobre o papel
feminino nas comunidades cristãs. Não somente questões doutrinais estavam em
debate, mas, também, o papel da mulher, seu espaço e suas margens de atuação
naquele sistema religioso, ainda em processo de ordenação. Acreditamos também
que a análise desses textos ajude a problematizar a dificuldade existente em alguns
segmentos cristãos, como a Igreja Católica, que titubeia em aumentar a participação
feminina em funções litúrgicas e sacramentais.

O presente artigo pretende, não de forma exaustiva, apresentar, através de


revisão bibliográfica, dados que demonstram como a religião cristã fomenta
a construção ou a não da mitigação do machismo no Brasil.
INTRODUÇÃO

Falar sobre machismo e fé ainda é um tabu para vários segmentos


sociais. No entanto, como provocadora do senso crítico, as Universidades
não podem dar-se ao luxo de abster-se de discutir tal tema sob o pretexto de
se respeitar a liberdade religiosa de cada um. Debater criticamente erros e
acertos de quaisquer recortes sociais e culturais não é desrespeitar a fé do
indivíduo, mas não permitir que a violência contra qualquer pessoa seja
aceita sob a égide das regras religiosas.
Isto posto, pretende o presente artigo objetivar, não de forma
exaustiva, através de revisão bibliográfica, dados que demonstram como a
religião cristã fomenta a construção ou a não da mitigação do machismo no
Brasil. Busca-se como objetivo geral trazer à discussão o papel das religiões
na emancipação das minorias e, especificamente, a função deontológica das
Universidades na reflexão do que pode ser trazido à cátedra sobre o assunto
ora exposto, viabilizando meios de se discutir, dentro dos parâmetros
constitucionais da laicidade do Estado, como o ensino pode romper
paradigmas para que o machismo não vitimize mais mulheres, sobretudo no
Brasil.

DESENVOLVIMENTO

“Toda malícia é leve, comparada com a malícia de uma mulher; que a


sorte dos pecadores caia sobre ela!“ Eclesiásticos 25 -26.

Afirmar que a Bíblia é machista, sob o ponto de vista cientifíco-


filosófico, seria uma falácia, caso não se recorresse às próprias passagens
bíblicas que corroborem tal ideia. E o presente trabalho pretende opor-se ao
senso comum, trazendo, à luz da historicidade, razões para se questionar se
Deus realmente tratou em seus textos inspirados, homens e mulheres com
isonomia e equidade.

Destarte, Moreira Junior (2015), apresenta o Gênesis bíblico como


intenção primeira do cristianismo e de outras religiões que usam a Bíblia
como manual moral de fé e prática em desqualificar a mulher, colocando-a
ora em situação de coadjuvante, ora sendo protagonista em atrapalhar os
planos de Deus;. Vejamos: no relato bíblico de Gênesis, a mulher surge em
decorrência da carência masculina, e não como um ser indispensável aos
desígnios divinos, papel esse atribuído ao homem, que fora criado para
sujeitar a terra, dominá-la e denominar os demais seres vivos. À mulher,
coube o papel de auxiliadora, figurante no Jardim do Éden. Diz a Bíblia, in
verbis:

"Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie
e lhe corresponda". [...] Então o Senhor Deus fez o homem cair em profundo
sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das costelas, fechando o lugar
com carne. Com a costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus fez
uma mulher e a trouxe a ele. Disse então o homem: "Esta, sim, é osso dos
meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do
homem foi tirada". (BÍBLIA, 2000, Gênesis 2:18, 21-23).
No texto citado acima, nota-se que a mulher recebeu uma
denominação a partir da existência do homem. Como que por um parto,
Deus anestesiou-o e retirou uma de suas costelas, dando início ao
surgimento da mulher. Ora, tal cirurgia divina denota que para o Deus
cristão a mulher é um pedaço de carne que só veio a existir pela carência do
homem. Todavia, como o homem ainda não havia comido do fruto do
conhecimento do bem e do mal, como se verá a seguir, ele não sabia o que
era carência. Portanto, a mulher surgiu para suprir um capricho de Deus, e
não do homem, posto ser a carência um atributo superveniente à queda. Há
que se notar também que Deus levou a mulher até o homem, como uma
encomenda, uma mercadoria, já que ela não tinha vontade própria, fora
criada apenas para ser do homem.

Ainda no relato de Gênesis, Adão ficara responsável por cultivar o


Jardim e usufruir todos os seus benefícios, com apenas uma restrição: não
comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Tal mandamento fora
transmitido ao casal, e então surge a oportunidade outra vez de o relato
bíblico ser machista: a serpente, mais astuta de todos os animais do Jardim,
interpela Eva que, sozinha, é incapaz de exercer discernimento ao notar que
nenhum outro animal falava, então seria estranho ouvir conselhos de uma
cobra. A serpente então, como uma fábula, oferece o fruto à Eva, que,
apesar de relutar, cede à pressão e acaba comendo, oferecendo o fruto
também ao homem.

Segundo relato das Escrituras, em Gênesis 3: 6 a 7:


"E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos
olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e
comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram
abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram
folhas de figueira, e fizeram para si aventais."

Interessante inferir do texto acima que a mulher cedeu à tentação pelo


paladar e visão, sem qualquer senso crítico de um ser que fora criado pelos
atributos divinos, como a onisciência e onipresença. Ou seja, ela já estava
predestinada a frustrar os planos daquele que sabia de tudo: Deus. A mulher
não só comeu como fez com que seu marido desobedecesse, levando a ele
também o fruto. O relato bíblico segue, em Gênesis 3: 12 a 13, colocando
sobre a mulher a responsabilidade maior pela queda, posto que o homem se
eximiu de sua parcela, dizendo que fora sua esposa que o fez comer do fruto
proibido:
Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me
deu da árvore, e comi. E disse o Senhor Deus à mulher: Por que fizeste isto?
E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.

Em total estado de inocência, a mulher fora ludibriada pela serpente,


e o homem, enganado pela esposa, mas quem conhecia os animais, pela
responsabilidade e por ter surgido primeiro que a mulher, deveria estar
cuidando do jardim, mas em vez disso, ele diz que só comeu do fruto porque
fora seduzido pela “mulher que me destes“. A covardia do homem recai
sobre a falta de protagonismo da “auxiliadora“, e Deus, sem qualquer
empatia, já que não designou Eva para sujeitar os animais, atribui a ela a
culpa, penalizando-a com as dores de parto. (Gênesis 3: 16).

O autor ainda preconiza que tal “punição“de sentir grandemente as


dores de parto não poderiam cair apenas sobre a mulher, pois ela não
procriaria sozinha. E ao homem, restou retirar o sustento do suor do seu
rosto, numa clara distinção machista de papeis definidos no Ocidente.
Indo para o Novo Testamento, mais uma vez uma mulher aparece como
protagonista de alvo de sujeição às leis religiosas e morais dos homens,
quando uma adúltera é pega em flagrante e levada ao tribunal improvisado
de Jesus, conforme texto a seguir:

"Os mestres da lei e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher


surpreendida em adultério. Fizeram-na ficar em pé diante de todos e
disseram a Jesus: "Mestre, esta mulher foi surpreendida em ato de
adultério." Na Lei, Moisés nos ordena apedrejar tais mulheres. E o senhor,
que diz? “Eles estavam usando essa pergunta como armadilha, a fim de
terem uma base para acusá-lo." Mas Jesus inclinou-se e começou a escrever
no chão com o dedo. Visto que continuavam a interrogá-lo, ele se levantou
e lhes disse: “Se algum de vocês estiver sem pecado que atire a primeira
pedra”

Patriarcalismo
O patriarcalismo é uma forma de construção social baseada no
patriarcado. O patriarcado é o domínio social ou uma estrutura de poder
social centralizada no homem ou no masculino. É baseada na própria ideia
de paters, figura do pai. E relaciona instâncias públicas e privadas da vida
social. É uma estrutura bastante comum na sociedade humana, mas é
contestada por diferentes grupos sociais em vários momentos da história,
devido à pouca ou nenhuma ação que impõe às mulheres. O patriarcado
associa a biologia à cultura, no sentido de diferenciar os papeis sociais
baseados em papeis sexuais. Em geral, cargos de maior importância cultural
são destinados a homens, enquanto cargos de importância familiar são
relegados às mulheres.

Weber ressalta que os sistemas religiosos estabelecem uma relação íntima


entre sociedade, sexualidade e erotismo, porquanto eles são também
sistemas de controle da sexualidade e da reprodução. Associando
sexualidade com práticas mágicas e com o comportamento religioso
comunal, Weber observa, ainda, que tanto as religiões místicas, quanto as
ascéticas, são hostis à sexualidade [...]Para que este controle social se
efetue as mulheres são assemelhadas, pelos sistemas religiosos, às
criaturas irracionais (ou de difícil autocontrole, isto é, com grande capacidade
de ocasionar o descontrole, ou como seres capazes de causar emoção em
quem as circunda, inclusive pelos desejos que podem despertar (Weber,
1964, p. 238). A contenção desses sentimentos muitas vezes se estabelece
pela instituição de regras sobre as vestimentas, normatizando que sejam
cobertas as partes do corpo feminino que podem suscitar desejos nos
homens. (AGUIAR, 2000, pp. 309-310).

A ideia de patriarcalismo, como estrutura social, é ainda uma construção


social considerada androcrática e androcêntrica. Androcracia se refere às
diferentes dominações e estruturas de poder que um homem, por ser
especificamente homem, pode construir em sua sociedade. E
Androcentrismo se relaciona às preponderâncias que as ações masculinas
terão nessa sociedade, ou seja, a atenção e mesmo a importância que essas
ações possuem e tem capacidade de transformar atividade

Nos últimos 12 meses, 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou


sofreram tentativa de estrangulamento no Brasil, enquanto 22 milhões
(37,1%) de brasileiras passaram por algum tipo de assédio. Dentro de casa,
a situação não foi necessariamente melhor. Entre os casos de violência, 42%
ocorreram no ambiente doméstico. Após sofrer uma violência, mais da
metade das mulheres (52%) não denunciou o agressor ou procurou ajuda.
(FRANCO, 2019).

O conceito do patriarcado e as dominações sociais relacionadas ao poder


masculino preponderante na sociedade são temas abordados, em geral, por
estudos de gênero. Esses estudos, principalmente da linha feminista,
identificam que existe uma situação de desigualdade de gêneros na
sociedade que vem em decorrência da associação cultural de papeis sociais
a biologia. Esses papeis determinam que a mulher estaria em desigualdade
com o homem e seria inferior a este. Essas ideias são amparadas em dados
estatísticos de violências contra a mulher, de construção de discursos e de
ideias sociais sobre o que é o feminino como pejorativo, frágil e menor.
“As mulheres foram criadas para obedecer e servir aos homens. Os homens
devem ser fortes para prover sua família, para desenvolver estratégias e
liderar – e também podiam esperar ser servidos. Esses são os papeis de
gênero aparentes em todas as instituições de uma comunidade, desde
famílias, escolas e estádios, até os tribunais. Quando desafiadas, tais ideias
podem ser impostam pela violência. Mas, às vezes, um olhar mais frio ou a
gozação de colegas são o suficiente para fazer que alguém mude seu
comportamento, para que seja mais condizente com seu papel de gênero.
Um menino chorão ou uma menina agressiva talvez percebam, com certa
rapidez, que transgrediram os papeis de gênero para eles. Uma das coisas
mais traiçoeiras a respeito do patriarcado, diz hooks, é que não se fala dele
[...] Os homens quase nunca sabem o que a palavra “patriarcado” quer dizer
– eles não a usam no cotidiano a despeito de aplicarem suas regras ao
mesmo tempo que sofrem com elas.” (THORPE et al, 2016, p. 94)

Como o discurso do patriarcado é inerente à nossa condição cultural, existe


a argumentação que esta é uma situação “natural”. As autoras feministas
questionam essa associação percebendo que as condições físicas das
mulheres não são consideradas nesta afirmação, visto que ambos os
gêneros são igualmente capazes de construir socialmente, trabalhar e se
relacionar. Porém, a partir de um entendimento cultural do que é a biologia
feminina, considerada frágil até mesmo pela ciência até o século XX, isso se
estenderia a condição social da mulher, tornando-a um ser que sofre ações
e não que é protagonista dessas ações.

“Enquanto as primeiras feministas focaram a identificação de uma única


causa do patriarcado, ligada a uma era histórica, ou cultura particular, Walby
define o patriarcado como “um sistema de estruturas e práticas sociais no
qual os homens dominam, oprimem e exploram as mulheres”. Ela alega que
existem seis estruturas em interação: a família, o trabalho pago, o Estado, a
violência masculina, a sexualidade e as instituições culturais.” (THORPE,
2016, p. 96)

Pensar o patriarcalismo como estrutura de poder que deriva do patriarcado,


envolve observar também estruturas históricas. Em termos de Brasil, a
construção patriarcal envolve as particularidades da formação nacional e
do pensamento social brasileiro.

A exploração da imagem de mulheres na mídia é uma das preocupações


da pesquisadora Roz Hardie, diretora da ONG britânica Object. Para a
feminista, que participou do I Seminário Internacional Cultura da
Violência contra Mulheres, a circulação de conteúdo que representa o
feminino como objeto nos meios de comunicação favorece a proliferação
de ideias que mulheres "desejam ou merecem violência".

"Não diríamos que objetificação sexual seja a causa da violência contra


mulheres. Mas o que nós acreditamos de fato é que quando você começa a
ver as mulheres como objetos, que servem simplesmente para o sexo, fica
mais fácil justificar abusos e violências contra elas e pensar que isso de
alguma maneira está correto", critica.

Nos meses que antecederam a Copa do Mundo de 2014, Roz Hardie


pesquisou como as mulheres brasileiras eram representadas nos veículos
de comunicação do Reino Unido. Em meio à preocupação com turismo
sexual e abuso de crianças, relembra Hardie, aconteceram várias
publicações que usaram representações estereotipadas das mulheres
brasileiras, reforçando a ideia de que elas estariam "disponíveis aos
turistas".

"Nesse contexto de preocupação sobre o turismo sexual, vimos algumas


publicações fazerem piadas sobre turistas indo para praia apenas pelo
desejo de olhar o 'bumbum' das mulheres brasileiras. Acreditamos que
esse tipo de caso ajuda a configurar o esteriótipo que as mulheres
brasileiras estão disponíveis, o que não é nada aceitável como algo que
possa ser considerado sexy”, analisa.

Introdução Ao Estado compete não apenas o dever de punir a prática de


violência doméstica e familiar, definida pela lei como sendo a violência física,
psicológica, patrimonial, sexual ou moral praticada contra a mulher, mas criar
mecanismos preventivos a fim de evitar a sua ocorrência (BRASIL, 2006).
Nesse contexto, a Lei 11.340/2006, popularmente denominada de Lei Maria
da Penha (LMPe) é a legislação extravagante que, além de punir os atos de
violência doméstica e familiar com a aplicação de medidas de cumprimento
de penas mais severas, reconhece a necessidade de criação de
mecanismos de prevenção, a fim de impedir que os atos violentos sejam
praticados. Essas medidas preventivas competem ao Estado, que por meio
de políticas públicas, implementam a conscientização em vários setores
públicos (BRASIL, 2006). Ao analisar a temática sob a perspectiva dos
menores de idade, nota-se que infelizmente muitas crianças presenciam
atos de violência doméstica dentro de suas casas e não tem consciência da
abusividade destes atos e suas consequências para o agressor e para a
vítima, situação que também interfere na sua formação.
A pesquisa pretende discutir a necessidade e possibilidade de conscientizar
crianças e adolescentes sobre a criminalização da violência doméstica no
Brasil, abordando os limites e meios de conscientização concretamente
realizados nas escolas brasileiras. O estudo foi elaborado segundo o método
dedutivo, com material bibliográfico acerca do tema, com análise qualitativa
de texto e exposição dos resultados através da transcrição de trechos de
maior relevância ao estudo científico. Após conhecidos os principais
aspectos acerca da violência doméstica e familiar no Brasil, da Lei Maria da
Penha e do papel do Estado na criação de Políticas Públicas para prevenção
de crimes no âmbito doméstico, a pesquisa irá discorrer sobre os efeitos que
a conscientização nas escolas e sua eficácia como um instrumento estatal
de prevenção à violência contra a mulher através da conscientização de
crianças e adolescentes inseridas na rede escolar brasileira.

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