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Proferida em 1972, no Departamento de Economia da Unicamp, a Aula

Magna de Carlos Lessa (1936-2020) tem como tema a problematização do método


de ensino da economia. Ao final da leitura, é possível compreender que tal
problematização consiste na ausência de dosagem entre dois objetos de estudo -
determinados pelo autor como Análise Econômica e Economia Política - durante a
formação dos economistas. Para chegar a tal conclusão, Lessa utiliza de exemplos
elementares e elucidativos ao caracterizar os dois objetos e demonstrar que, apesar
de incompatíveis, o balanceamento entre eles seria o método de ensino ideal.

No desenvolvimento do texto, o autor expõe de forma clara as diferenças que


tornam impossível a fusão entre os dois objetos. Entre elas, está o fato de que a
Análise Econômica estuda a escassez material e propõe soluções por meio de um
processo de partição do todo, do qual se retiram as partes e, delas, os conceitos.
Contudo, diversos conceitos podem surgir de uma mesma ideia, uma vez que
diferentes critérios podem ser estabelecidos para o mesmo processo de partição. Já
o segundo objeto - a Economia Política - estuda os modos de organização social ao
longo do tempo e utiliza, inversamente à Análise Econômica, uma abertura crítica
para reconectar as partes a fim de tentar chegar em uma totalidade.

Desse modo, Lessa, a partir da comparação dos dois métodos referentes aos
objetos de estudo, afirma que uma formação substanciada apenas na Análise
Econômica tem como resultado economistas que conseguem operar muito bem na
maximização de um sistema, mas que dificilmente conseguem questioná-lo.
Enquanto isso, uma formação híbrida, dosando os dois objetos de estudo, resulta
em economistas capazes de possuir uma visão supra-sistema, que considera o
sistema socioeconômico como uma realidade em constante transformação, e não
como algo eterno.
Proferida em 1972, no Departamento de Economia da Unicamp, a Aula
Magna de Carlos Lessa (1936-2020) tem como tema a problematização do método
de ensino da economia. Ao final da leitura, é possível compreender que tal
problematização consiste na ausência de dosagem entre dois objetos de estudo -
determinados pelo autor como Análise Econômica e Economia Política - durante a
formação dos economistas. Para chegar a tal conclusão, Lessa utiliza de exemplos
elementares e elucidativos ao caracterizar os dois objetos e demonstrar que, apesar
de incompatíveis, o balanceamento entre eles seria o método de ensino ideal.

No desenvolvimento do texto, o autor expõe de forma clara as diferenças que


tornam impossível a fusão entre os dois objetos. Entre elas, está o fato de que a
Análise Econômica estuda a escassez material e propõe soluções por meio de um
processo de partição do todo, do qual se retiram as partes e, delas, os conceitos.
Contudo, diversos conceitos podem surgir de uma mesma ideia, uma vez que
diferentes critérios podem ser estabelecidos para o mesmo processo de partição. Já
o segundo objeto - a Economia Política - estuda os modos de organização social ao
longo do tempo e utiliza, inversamente à Análise Econômica, uma abertura crítica
para reconectar as partes a fim de tentar chegar em uma totalidade.

Desse modo, Lessa, a partir da comparação dos dois métodos referentes aos
objetos de estudo, afirma que uma formação substanciada apenas na Análise
Econômica tem como resultado economistas que conseguem operar muito bem na
maximização de um sistema, mas que dificilmente conseguem questioná-lo.
Enquanto isso, uma formação híbrida, dosando os dois objetos de estudo, resulta
em economistas capazes de possuir uma visão supra-sistema, que considera o
sistema socioeconômico como uma realidade em constante transformação, e não
como algo eterno.

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