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APRESENTAÇÃO

MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
CONCLUSÃO

DESCRIÇÃO
Principais gêneros dos artrópodes parasitas ou vetores de doenças e dos animais
peçonhentos.

PROPÓSITO
Conhecer as características morfológicas e ecológicas dos principais artrópodes
parasitas e que causam doenças, bem como dos animais peçonhentos, é primordial
para o estabelecimento de medidas de combate.

OBJETIVOS
Módulo 1
Descrever os principais insetos parasitas e causadores de doenças pertencentes à
ordem Hemiptera e Diptera

Módulo 2
Reconhecer os principais artrópodes parasitas causadores de doenças pertencentes
à ordem Siphonaptera, à subordem Anoplura e à subclasse Acari
Módulo 3
Descrever os principais acidentes causados pelos animais peçonhentos

INTRODUÇÃO
Os animais (metazoários) estão distribuídos pelos mais variados ambientes: no mar
ou na água doce, em águas rasas ou profundas e em terra firme, tanto em
ambientes muito úmidos como nos extremamente secos. Eles pertencem ao reino
Animalia (ou Metazoa), são seres vivos eucariontes, pluricelulares, heterotróficos,
participam do ecossistema como consumidores de diferentes tipos: herbívoros,
carnívoros, parasitas, saprófagos, predadores etc. e são divididos em invertebrados
(sem coluna vertebral) e vertebrados (com esqueleto cujo eixo principal é formado
por uma coluna constituída por vértebras que podem ser ósseas ou cartilaginosas).

O filo Arthropoda é constituído por animais invertebrados que apresentam como


principal característica o corpo segmentado, membros articulados e toda superfície
externa revestida por um exoesqueleto contendo quitina. Os artrópodes contêm a
maioria dos animais conhecidos, alguns deles abundantes em número de
indivíduos. Os grupos de maior interesse sanitário pertencem à classe Insecta
(insetos) e Arachinida (aranhas, escorpiões, ácaros, carrapatos etc.), que atuam
como vetores de doenças, ou animais peçonhentos.

Os animais vertebrados pertencentes ao filo Chordata podem não ser os mais


numerosos do planeta, mas, sem dúvida, são os mais conhecidos e admirados.
Nesse filo, os répteis (crocodilo, jacaré, serpente) pertencentes à classe taxonômica
Reptilia são perigosos animais peçonhentos.

Vamos, ao longo desta jornada, estudar os insetos endoparasitas e ectoparasitas e


os aracnídeos causadores de doenças. Além disso, conheceremos os acidentes
causados por animais peçonhentos.

MÓDULO 1

Descrever os principais insetos parasitas e causadores de doenças


pertencentes à ordem Hemiptera e Diptera
ORIGEM E FISIOLOGIA DOS INSETOS

Os insetos pertencem à classe Insecta, que apresenta animais extremamente


diversos e resistentes. É constituída por aproximadamente 80 milhões de espécies.
Isso corresponde a 53% do total de organismos existentes no planeta.

O sucesso evolutivo dessa classe está relacionado também a alguns fatores como:

swap_horiz Arraste para os lados.

Tamanho reduzido
Plasticidade genética
Alta capacidade sensorial e neuromotora
Diversidade de interações evolutivas com outros organismos
Desenvolvimento de metamorfose completa
Adultos alados
Conquista do ambiente terrestre
Eusocialismo
Seleção sexual
A morfologia desse grupo é bem característica, apresentando tagmatização, ou
seja, divisões bem definidas em cabeça, tórax e abdome, constituindo o que
chamamos de exoesqueleto. Esses organismos também são dotados de três pares
de pernas articuladas, peças bucais do tipo ectógnata, asas, inúmeras cerdas, um
par de olhos compostos e um par de antenas.
Tagmatização
de um inseto.

Você sabia
Por ser feita de quitina, a carapaça apresenta-se como uma forte armadura,
possibilitando maior resistência à temperatura, perda de água, ataques de
predadores etc.

Os insetos, em sua maioria, possuem grande importância ecológica e econômica,


pois fazem parte do grupo de organismos responsáveis por reciclagem de
nutrientes, polinização e dispersão de sementes, controle de pragas e produção de
materiais utilizados pelo homem. Além disso, são capazes de servir como fonte de
alimento para outras espécies de animais e atuam como excelentes modelos
experimentais para a pesquisa.

O controle populacional de insetos, que possuem importância econômica, é feito


quase que exclusivamente com a utilização de inseticidas sintéticos
(organofosforados e piretroides), que podem acarretar sérios danos ambientais,
tanto por serem tóxicos aos seres vivos quanto por aumentarem a frequência de
insetos resistentes. Assim, por mais que haja políticas públicas, como educação
ambiental, para evitar a perpetuação de doenças, há a necessidade de investimento
em pesquisas para a criação de inseticidas seguros ao homem e sem prejuízos para
o ecossistema.
ORDEM HEMIPTERA
É considerada a maior ordem dos insetos hemimetábolos — insetos que sofrem
metamorfose incompleta, ou seja, as formas imaturas são semelhantes aos adultos,
mas não possuem maturidade sexual nem asas. Esses insetos apresentam três
estágios de desenvolvimento: ovo, larva (podendo ter inúmeros instares larvais) e
adultos.

Ciclo de vida do Cimex sp. – Um exemplo do ciclo de vida dos insetos da


ordem Hemiptera.

Os insetos da ordem Hemiptera (do grego hemi = metade; pteron = asa, referência
ao aspecto diferente de seus pares de asas) estão presentes em todo o globo
terrestre, contabilizando cerca de 90 mil espécies, ou seja, 10% de todas as
espécies de insetos conhecidas.

Morfologicamente, esses insetos apresentam um aparelho bucal extremamente


especializado, podendo ser adaptado para sugar ou picar. Seu tamanho varia de 0,5
mm a 130 mm, a coloração normalmente é uniforme (castanha ou negra) e o corpo
mais compacto, permitindo respostas químicas mais rápidas e complexas.

Das quatro subordens incluídas nessa ordem, a Heteroptera é a que mais se


destaca no contexto médico-veterinário. São organismos pertencentes a essa
subordem os famosos percevejos. Algumas famílias podem apresentar nomes
específicos como maria-fedida (Pentatomidae) ou barbeiro (Reduviidae).
Maria-fedida (Pentatomidae)

Barbeiro (Reduviidae)
Com tamanho variando de 0,5 mm a 110 mm de comprimento, os percevejos
geralmente são ovíparos, possuem olho composto bem desenvolvido, são
majoritariamente fitófagos (alimentação de material vegetal como seiva),
considerados pragas de diversas plantas cultivadas.
Atenção
Contudo, no grupo Heteroptera, temos espécies predadoras, que são utilizadas
como controle biológico, e espécies hematófagas (alimentação do sangue de outros
animais), que atuam como vetores. A importância ecológica e econômica desse
grupo está associada aos danos que causam às culturas de plantas, que servem de
sustento ao homem, ou às doenças que são capazes de transmitir.

Percevejos e triatomíneos
As famílias hematófagas dentro dessa subordem são Cimicidae e Reduviidae.

Distribuídos mundialmente, os cimicídeos são chamados popularmente de


percevejos-de-cama. Podem apresentar também hábito ectoparasitário temporário,
alimentando-se principalmente de aves e mamíferos como morcegos e humanos.
Dois gêneros podem ser destacados dos demais nessa família: Cimex e
Leptocimex.

O gênero Cimex apresenta maior importância, pois acredita-se que suas espécies
acompanham os seres humanos desde a época em que viviam em cavernas, com
morcegos, o que contribuiu para uma maior distribuição geográfica. Nesse grupo, as
espécies Cimex lectularius e Cimex hemipterus se destacam.
Cimex lectularius

Cimex hemipterus
Atenção
Ambas as espécies vivem em residências humanas, escondendo-se em fendas e
rachaduras. São encontradas também em colchões e travesseiros, bem como no
peridomicílio, em áreas anexas, onde se encontram os animais domésticos ou
galinheiros. Esses organismos não causam doenças diretas ao homem, mas podem
provocar erupções cutâneas severas e espoliação sanguínea, desencadeando
anemia.

No mesmo habitat e com o mesmo tipo de alimentação, os chamados barbeiros


assassinos (pelo seu hábito predador), pertencentes à família Reduviidae,
apresentam grande importância médica, pois são responsáveis por desencadear a
conhecida doença de Chagas nos homens. Enfermidade amplamente conhecida
nas Américas, a subfamília Triatominae abriga muitas espécies que atuam como
vetor, ou que são vetores em potencial, do Trypanossoma cruzi, agente etiológico
dessa doença.
Inseto da
Família Reduviidae.

Saiba mais
São mais de 100 espécies no mundo capazes de provocar a doença de Chagas,
distribuídas nos gêneros Panstrongylus, Rhodnius e Triatoma. No Brasil, as
espécies de barbeiro que merecem destaque são: Triatoma infestans, Triatoma
dimidiata, Triatoma barberi, Triatoma brasiliensis, Triatoma maculata, Triatoma
pseudomaculata, Triatoma rubrovaria, Triatoma sórdida, Rhodnius prolixus,
Rhodnius ecuadoriensis, Rhodnius pallescens e Panstrongylus megistus.

Triatoma infestans.
ORDEM DIPTERA
Com sua origem datada de 250 milhões de anos atrás, a ordem Diptera é
constituída por aproximadamente 160 famílias e inclui os insetos holometábolos
conhecidos popularmente como moscas, mosquitos, mutucas, borrachudos,
maruins, entre outros.

Esses insetos apresentam metamorfose completa, ou seja, as formas imaturas se


apresentam como larvas vermiformes com diferente tipo de alimentação e habitat
dos insetos adultos. O estágio intermediário entre a larva e o adulto é a pupa.
Apresentam um dos grupos de insetos mais diversos que existe, podendo ser
encontrados em praticamente todos os continentes e quase todos os habitat
existentes. Os dípteros têm o segundo par de asas modificado em estruturas
responsáveis pela manutenção do equilíbrio durante o voo, conhecidas como
halteres ou balancins. Dessa forma, o nome da ordem faz menção ao número de
suas asas funcionais (di = duas, pteron = asa).

Inseto da Família Diptera.

Classicamente, essa ordem é dividida em duas subordens, Nematocera e


Brachycera:

Nematocera

A subordem Nematocera é constituída pelos mosquitos, simulídeos, maruins,


pernilongos e outros dípteros.

Brachycera
A subordem Brachycera abriga os insetos conhecidos popularmente por moscas e
mutucas.

Dípteros nematóceros: psicodídeos, simulídeos e ceratopogonídeos


Psicodídeos

Inseto pertencente à
subfamília Phlebotominae.

A subfamília Phlebotominae apresenta maior importância médica dentro dos


psicodídeos. Esses insetos cosmopolitas são conhecidos popularmente no Brasil
como mosquito-palha ou flebótomos. Medem de 2 mm a 4 mm de comprimento,
apresentam o corpo densamente coberto de pelos finos em coloração clara; as
fêmeas possuem hábito hematófago e suas formas imaturas são encontradas
geralmente em detritos como solo entre as raízes de árvores, chão de cavernas etc.

Dos quatro gêneros presentes nas Américas (Brumptomyia, Warileya, Hertigia e


Lutzomyia), Lutzomyia é o que apresenta numerosas espécies transmissoras de
leishmaniose. Essa doença é considerada uma "antropoonoze", ou seja, acomete
não apenas animais silvestres, mas também homens e cães domésticos.

Simulídeos
Os simulídeos são dípteros nematóceros conhecidos popularmente como
borrachudos, pertencentes à família Simuliidae e amplamente distribuídos ao redor
do planeta. Conhecidos como piuns na Região Norte, esses insetos medem de 1
mm a 5 mm de comprimento, apresentam corpo robusto e coloração escura.

Seu ciclo é holometabólico, como ocorre em todo o seu grupo, mas possui a
peculiaridade de desenvolver todo o estágio de ovo, larva e pupa exclusivamente
dentro da água corrente. As fêmeas depositam seus ovos em água corrente, de
maneira que toda a fase imatura desse inseto (ovo, larva e pupa) permanece na
água. Quando o organismo atinge a fase adulta, ele emerge e muda seu nicho para
o ambiente aéreo, conforme demonstramos no esquema a seguir.

Estágios do ciclo
de vida dos simulídeos.

Os simulídeos são hematófagos vorazes, o que causa no local da picada da fêmea


um punctiforme característico. Entre as espécies de borrachudos, apenas Simulium
incrustatum e Simulium guinense têm hábito hematófago ou oportunista em seres
humanos.

Principais
estruturas da fêmea de simulídeo.

Além da espoliação sanguínea, tanto em humanos quanto em animais, eles são


responsáveis pela transmissão da síndrome hemorrágica de Altamira e,
principalmente, dos vermes nematódeos Onchocerca volvulus e Mansonella ozzardi,
agentes da oncocercose e da mansonelose, respectivamente.
Onchocerca volvulus.

Mansonella ozzardi.
No Brasil, a oncocercose é a que mais se destaca e é transmitida pela picada da
fêmea do simulídeo contaminada com o filaídeo Onchocerca volvulus. Os pacientes
acometidos com essa doença podem ser assintomáticos ou apresentarem lesões
cutâneas e oculares graves.
Ceratopogonídeos
Conhecidos como mosquito pólvora ou maruins, os ceratopogonídeos (Família:
Ceratophogonidae) são dípteros diminutos, que medem de 1 mm a 5 mm de
comprimento e possuem ampla distribuição geográfica, incluindo o Brasil. As larvas
são encontradas em ambientes úmidos ou aquáticos e apresentam corpo alongado.
Os adultos podem ser encontrados próximos aos locais dos criadouros larvais.

Inseto
pertencente à família Ceratophogonidae.

A maioria das espécies dessa família possui o hábito crepuscular, sendo as fêmeas
hematófagas ou predadoras. A picada dessas fêmeas causa irritabilidade na pele e
muitas vezes é acompanhada de dor intensa. Dentre os gêneros, destaca-se o
Culicoide, pois são os principais vetores de filarias, protozoários sanguíneos e
alguns vírus.

Dípteros nematóceros: anofelinos e culicíneos


Da ordem Diptera, a família Culicidae compreende um grupo de insetos em que se
incluem os “mosquitos verdadeiros”. Essa família é composta por duas subfamílias:
Anophelinae, com 488 espécies, e Culicinae, com 3.067 espécies, na qual três
gêneros são os mais importantes do ponto de vista médico: os anofelinos do gênero
Anopheles (subfamília Anophelinae) e os culicíneos dos gêneros Aedes e Culex
(subfamília Culicinae).
1. Aedes aegypti
São mosquitos que costumam viver dentro dos domicílios urbanos. Possuem o
hábito de voar curtas distâncias. Aedes aegypti é a principal espécie transmissora
das doenças como dengue, febre amarela, zika e chikungunya.

2. Anopheles
Os anofelinos são mosquitos capazes de voar longas distâncias, e muitas espécies
são vetores da malária — uma doença crônica que pode ser fatal e é muito
frequente no Norte do Brasil, principalmente nas regiões amazônicas.
3. Culex
São os mosquitos conhecidos como pernilongos, muito presentes nas residências
humanas. Transmitem doenças como a encefalite e a febre do Oeste do Nilo.

Os mosquitos se caracterizam por apresentar pequeno porte e possuir uma


probóscide longa e fina, adaptada para sucção e perfuração. As larvas e pupas são
aquáticas e nadam ativamente em águas lentas. A oviposição das espécies do
gênero Culex é bem característica, pois apresenta os ovos dispostos em forma de
jangada. Já os gêneros Anopheles e Aedes depositam seus ovos isoladamente,
porém podem ser diferenciados do primeiro, pois são flutuadores.

As larvas dos anofelinos, devido à ausência do sifão respiratório, costumam ficar em


uma posição paralela à água; enquanto as larvas de Aedes e Culex, que
apresentam um sifão, ficam em posição vertical.
Formas imaturas
dos anofelinos (Anopheles) e culicídeos (Aedes e Culex).

Em relação à aparência, a coloração pode diferenciar os principais mosquitos


destes três gêneros:

Enquanto o pernilongo comum (Culex) é marrom, o mosquito da dengue (Aedes) e o


mosquito da malária (Anopheles) são mais escuros. O Aedes aegypti apresenta
listras brancas pelo corpo, bastante visíveis principalmente nas pernas, e um
desenho em formato de lira em seu tórax.

Culex
Aedes

Anopheles

Saiba mais
Uma característica interessante dos anofelinos é que, quando estão em posição de
repouso, esses mosquitos ficam com o abdome apontado para cima, por isso são
conhecidos em algumas regiões como mosquito-prego.

Os mosquitos culicídeos (Aedes e Culex) e os anofelinos (Anopheles) em posição


de repouso:
1. Fêmea em
postura de repouso formando um arco com o abdômen apontando para baixo.
2. Escamas no abdômen formam uma cobertura densa sem um padrão colorido
distinto.
3. O abdômen é fechado.

1. Fêmea em
postura de repouso típica dos Anopheles, o corpo forma uma linha reta com o
abdômen erguido acima da cabeça.
2. As escamas no abdômen estão ausentes.
3. O abdômen é rombudo ou pontiagudo, dependendo da espécie.

Os mosquitos apresentam uma ampla distribuição geográfica, que vai desde regiões
temperadas a tropicais, além do Círculo Polar Ártico, com grande diversidade de
espécies. Uma elevada riqueza taxonômica é encontrada na região neotropical, com
aproximadamente 1.090 espécies conhecidas. No Brasil, há registros com 371
espécies, que abrangem 41% das ocorrências neotropicais. Muitos mosquitos
apresentam grande importância médica por serem vetores de arbovírus,
nematódeos e protozoários, que afetam o homem e outros animais.

Neste cenário de arboviroses causadas por mosquitos das espécies Aedes aegypti
e Aedes albopictus, destacam-se por serem as principais ou potenciais causadores
de enfermidades como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. A febre amarela
no meio silvestre é causada exclusivamente por outros mosquitos, do gênero
Hemagogus e Sabethes.

Aedes aegypti

Aedes albopictus
Inseto do gênero Hemogagus

Inseto do gênero Sabethes


Os sintomas gerais dessas três doenças são bem parecidos, uma vez que incluem
normalmente febre, dores de cabeça e musculares, calafrio, náuseas e vômitos. A
seguir vamos conhecer a especificidade de cada uma delas:

Clique nas barras para ver as informações.

DENGUE
A dengue, que pode ser do tipo hemorrágica ou clássica, é uma doença provocada
pelos tipos de vírus DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 da família Flaviviridae
(Gênero: Flavivirus). Além desses sintomas, é comum manifestações como dores
atrás dos olhos e coceira na pele.

ZIKA VÍRUS
Dentro da mesma família e do mesmo gênero viral, encontra-se também o zika vírus
(ZKV). Este apresenta como sintoma específico, além dos demais sintomas
relacionados à dengue, intensas dores nas articulações.

CHIKUNGUNYA
A febre chikungunya, que causa apenas os sintomas gerais de viroses comuns, é
provocada pelo vírus CHIKV da família Togaviridae (gênero: Alphavirus). Ela surge
como a arbovirose recém-descoberta, com seus primeiros registros no Brasil
datados de 2010. Diferentemente da febre amarela, que é causada também pelo
gênero viral Flavivirus (família: Flaviviridae) e que provoca insuficiência hepática e
renal.
MALÁRIA
A malária é causada por protozoários do gênero Plasmodium, que são transmitidos
pela picada de fêmeas do gênero Anopheles. Essa doença acomete centenas de
milhões de pessoas ao redor do mundo e já causou a morte de mais de um milhão
de pessoas. No Brasil, a malária ainda é um caso sério de saúde pública. Provoca
sintomas genéricos inicialmente, mas pode levar a um quadro de encefalopatia.
Essa enfermidade tem como principal vetor o Anopheles darlingi, e o Plasmodium
vivax é a espécie de protozoário detectada na maioria dos casos.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS INSETOS PERTENCENTES À ORDEM


HEMIPTERA E À ORDEM DIPTERA.
Neste vídeo, as especialistas Raquel Fernandes Silva Chagas do Nascimento e
Anna Fernandes Silva Chagas do Nascimento abordam as principais características
morfológicas e ecológicas desses insetos.

Dípteros braquíceros: mutucas e moscas


A subordem Brachycera é composta por quatro infraordens, das quais duas se
destacam: Tabanomorpha e Muscomorpha. Por mais que sejam capazes de gerar
diversos benefícios para o meio ambiente e à sociedade, elas podem causar danos
severos à saúde do homem e dos animais.

As fêmeas desses insetos apresentam comportamento hematófago para realizar


sua oviposição, e o macho normalmente se alimenta de néctar — não sendo, assim,
vetores de doenças. Vamos entender melhor sobre cada uma delas a seguir.

Haematopota
Pluvialis, inseto da infraordem Tabanomorpha.
Tabanomorpha
Abriga os insetos conhecidos popularmente como mutucas e está distribuída por
diferentes regiões do mundo, somando mais de 4.200 espécies conhecidas. Seu
hábito hematófago é influenciado diretamente por fatores ambientais (temperatura,
clima, umidade etc.) e é essencialmente silvestre. Entretanto, a diminuição da
fronteira mata/cidade com o desmatamento tornou possível maior proximidade
desses insetos com os seres humanos e os animais domésticos.

A picada desse inseto é bem dolorosa, causa irritação e espoliação sanguínea local.
No gado, é comum que se desencadeie anemia severa, causando graves
problemas econômicos pela perda de peso do animal, redução na produção de leite
etc. Apesar da grande importância econômica, esse grupo é pouco estudado. Nos
humanos, as doenças mais comuns são a tularemia, antraz, anaplasmose, febre Q,
vários tipos de tripanossomíases e filarioses.

Fêmea de
tabanídeo realizando o repasto sanguíneo.

Saiba mais
As mutucas podem causar mais de 30 possíveis enfermidades, principalmente pelo
fato de atuarem como vetor de bactérias, vírus, protozoários e helmintos.

Muscomorpha
Abriga as chamadas moscas, ou dípteros muscoides, grupo cujo porte varia de
médio a grande (em média 1,5 cm de comprimento), podendo apresentar variação
de cores metálicas com tons azulados, violáceos ou esverdeados, até cores opacas
ou escuras. Por depositarem seus ovos na matéria orgânica animal e vegetal em
decomposição (carcaças de animais, fezes, lixo etc.), esses insetos são tidos como
animais imundos e causam repulsa.

Inseto da família
Sarcophagidae e infraordem Muscomorpha.

No homem, as moscas são capazes de veicular diversos agentes patogênicos


(bactérias, vírus, fungos, ovos de helmintos etc.). Esses agentes estão dispostos em
todo o corpo das moscas, grudados nos pelos, nas patas, nas peças bucais
(tromba), além das fezes. A contaminação dos alimentos ocorre principalmente no
momento da ingestão, pois as moscas apresentam, no pelo de suas pernas,
glândulas gustativas que raspam o alimento e, em seguida, regurgitam enzimas
digestivas para conseguir ingeri-lo.

Tanto as moscas como os patógenos abrigados por elas encontram condições


favoráveis de proliferação em locais de clima quente, com condições de higiene
precárias. Assim, os fatores climáticos e socioambientais da região neotropical
aceleram seu metabolismo e ciclo de vida, permitindo a intensificação de sua
dispersão populacional, o que favorece a transmissão de agentes etiológicos de
doenças.

Saiba mais
As famosas moscas domésticas (pertencentes ao gênero Musca) também
apresentam grande importância na saúde humana. Por serem altamente
antropofílicas, alimentam-se da matéria orgânica presente no lixo doméstico,
entrando diretamente em contato com os humanos.
Nesse grupo, destacam-se alguns gêneros: Glossina, Chrysomya, Musca e
Dermatobia, que podem transportar, por exemplo:

Exemplo
Os protozoários Trypanossoma brucei gambiense e Trypanossoma brucei
rhodesiense. Esta última espécie é a que mais se destaca para a saúde pública em
áreas rurais de países como a África. A chamada doença do sono (ou
tripanossomíase humana africana) acontece por meio da picada do inseto-vetor
pertencente ao gênero Glossina. As espécies de moscas transmissoras destes
protozoários são conhecidas como tsé-tsé.

Glossina

Mosca tsé-tsé
no início da alimentação (A) e completamente ingurgitada com sangue — é possível
ver suas traqueias graças ao inchaço (B).

O gado e os animais domésticos e silvestres funcionam como hospedeiros


definitivos para o parasita Trypanossoma brucei rhodesiense. Essa enfermidade
afeta diretamente o sistema nervoso humano, causando confusão mental,
mudanças de humor, fraqueza, convulsões, distúrbios no ciclo do sono etc.
Inicialmente ela não causa sintomas severos, mas pode gerar dores na cabeça e
nas articulações.

Atenção
Outro vetor que também realiza a hematofagia, afetando diretamente a
bovinocultura, por causar problemas econômicos, é a mosca-dos-estábulos. Esse é
o nome popular da espécie Stomoxys calcitrans (Família: Muscidae), que realiza
seu repasto sanguíneo normalmente em bois e cavalos.

Stomoxys
calcitrans

Além dessas doenças, as moscas são responsáveis pela miíases (conhecida como
“bicheira”), uma infecção causada no homem e nos animais pela larva das moscas
da família Calliphoridae (principalmente), Muscidae e Sarcophagidae. Essa infecção
é classificada em primária ou secundária.

Nas miíases furunculoides, miíases primárias ou “berne”, as larvas se alimentam de


tecido vivo e são causadas pela Dermatobia hominis (Linnaeus Jr., 1781) (Gênero:
Dermatobia).
Miíase primária
em homem adulto causada pela Dermatobia hominis.

Miíase secundária.

Já nas miíases secundárias, as larvas se alimentam de tecido necrosado e são


desencadeadas por diferentes espécies de três gêneros, conhecidas como moscas-
varejeiras: Cochliomyia (normalmente Cochliomyia hominivorax [Coquerel]),
Chrysomya (normalmente Chrysomya megacephala [Fabricius, 1794] e Chrysomya
bezziana [Villeneuve, 1914]) e Lucilia (normalmente Lucilia eximia [Wiedemann]).

Saiba mais
Algumas espécies desses gêneros podem atuar também como vetor forético da
espécie Dermatobia hominis. Essa é uma associação entre indivíduos de espécies
diferentes conhecida como forésia, em que uma espécie utiliza outra espécie para
dispersar seus ovos, sem causar prejuízos. Ela pode ser definida também como um
caso específico de comensalismo.

Dependendo da espécie de mosca que irá ovipor, quando as larvas eclodem,


podem penetrar até mesmo na pele íntegra do indivíduo, usando seu tecido
saudável como recurso alimentar complementar.
Em todos os tipos de miíases, há a penetração das larvas das moscas através da
pele. Essa penetração pode acontecer em razão de ferimentos ou pela entrada por
cavidades naturais como o nariz (caso da miíase secundária) ou acontece pelo
contato da larva com regiões expostas da pele como na miíase primária. Além
disso, pode ocorrer pela ingestão direta de alimentos e água contaminados, nesse
caso chamamos de miíase acidental ou pseudomiíase.

No local de penetração, a região afetada apresenta aspecto avermelhado com um


orifício central que irá constantemente liberar sangue. Os sintomas geralmente
envolvem sensação de fisgada e coceira na lesão. Na miíase secundária, as larvas
causam severos danos aos tecidos, formando espécies de “galerias” profundas que
podem coçar, sangrar e causar danos à pele e órgãos (dependendo da
profundidade).

O diagnóstico normalmente é feito apenas a partir dos sinais da doença, e o


tratamento envolve basicamente a retirada manual das larvas, com a devida
assepsia e esterilização dos materiais utilizados. Quando a lesão é muito grave,
normalmente em casos severos de miíase secundária, é necessária uma
medicação. As medicações orais mais utilizadas para o tratamento são a
ivermectina e antibióticos.

Você sabia
Normalmente, em caso de berne, o médico utiliza vaselina, esparadrapo ou toucinho
no local da ferida para impedir a entrada de ar pelo orifício. Assim, a larva precisará
migrar para a superfície em busca de oxigênio. Esse é o momento de “pinçá-la”.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Aprendemos que os insetos da ordem Hemiptera, como percevejos e barbeiros,
apresentam uma grande importância médica e econômica. A seguir, são listadas
algumas características dessa ordem. Assinale a alternativa que não apresenta uma
característica dessa ordem:
Apresenta metamorfose completa.

Não possui maturidade sexual.

Não possui asas.

Apresenta os estágios de ovo, larva e adultos.

Sua coloração é uniforme.

Responder

Comentário

2. Os dípteros nematóceros apresentam grande importância sanitária, pois


transmitem doenças que afetam grande parte da população mundial. Sobre esse
grupo de insetos, analise as afirmativas a seguir.

I. As larvas de Aedes e Culex apresentam um sifão e ficam em posição vertical na


água, já as do gênero anofelinos costumam ficar em uma posição paralela.

II. A malária, assim como outras arboviroses, apresenta como principais sintomas
febre, calafrio e indigestão e é causada por dípteras do gênero Anopheles.

III. As espécies do gênero Culex depositam seus ovos isoladamente, que se


apresentam livres na superfície da água (flutuam).

É correto o que se afirma em:


I

II

III
I e II

II e III

Responder

Comentário

MÓDULO 2

Reconhecer os principais artrópodes parasitas causadores de doenças


pertencentes à ordem Siphonaptera, à subordem Anoplura e à subclasse Acari

INTRODUÇÃO AOS ECTOPARASITAS

Os ectoparasitas são animais de diferentes espécies que vivem na pele e nos pelos
do hospedeiro. São considerados parasitas, pois se beneficiam dos nutrientes do
hospedeiro enquanto o prejudica. Diferenciam-se dos endoparasitas (como os
vermes), que se instalam no interior do corpo do hospedeiro.

Os ectoparasitas causam uma série de doenças ectoparasitárias, como a


escabiose, a pediculose, a tungíase e a febre maculosa, que são bastante
frequentes em diversas comunidades carentes no Brasil, e que, não raro, podem
evoluir para quadros clínicos graves.

Saiba mais
Estudos epidemiológicos apontam que até dois terços da população de
comunidades carentes nas grandes cidades e em áreas rurais são acometidas por
ao menos um tipo de ectoparasitose, sendo os mais comuns o piolho (Pediculus
humanus capitis), a sarna (ácaro Sarcoptes scabiei) ou a pulga (Tunga penetrans,
também conhecida como “bicho de pé”).

Pediculus humanus capitis

Sarcoptes scabiei

Pulga nos pelos de um animal


O controle dos ectoparasitas no Brasil é um desafio para a saúde pública em razão
da dificuldade no manejo das infestações, a falta de atenção da própria população e
de profissionais de saúde, bem como os aspectos biológicos de alguns
ectoparasitas, que apresentam ciclos de vida complexos em reservatórios animais.

ORDEM SIPHONAPTERA: AS PULGAS


As pulgas são pequenos insetos ectoparasitas não voadores (comprimento entre 2,5
mm a 3,0 mm), hematófagos, sem asas (apéteros), com três pares de pernas
longas, corpo marrom escuro e achatado verticalmente. São excelentes saltadoras,
apresentam ao longo do corpo diversas cerdas grossas e curtas, além de espinhos
voltados para trás formando uma espécie de pente, característica que facilita a
locomoção no hospedeiro, e aparato bucal picador-sugador.

Principais partes da pulga.

Ao longo de seu desenvolvimento, as pulgas passam por diferentes fases:

Ovos (depositados no hospedeiro ou no chão);


Larvas (sem patas e cegas, alimentam-se de fezes de adultos);
Pupa (origina as formas adultas); e
Inseto adulto (hematófago, capaz de se alimentar durante meses).

Podem ter seu ciclo completo em semanas ou meses, dependendo das condições
do ambiente no qual se encontrem.

Em muitos casos, as formas imaturas são de difícil visualização, isso dificulta o


controle da infestação.
Apesar de serem muito comuns infestando cães e gatos (espécie Ctenocephalides
felis), as pulgas da espécie Tunga penetrans podem parasitar os seres humanos.
Muitas espécies são parasitas de mamíferos, e outras também podem infestar aves.

Saiba mais
A peste-bubônica, que matou ⅓ da população europeia no século XIV, é transmitida
pela pulga do rato, quando infectada pela bactéria Yersinia pestis.

Nos humanos, esse sifonáptero é responsável por uma parasitose conhecida como
tungíase, que é causada por fêmeas grávidas de Tunga penetrans que habitam o
solo de zonas arenosas. A contaminação se dá no momento que a pessoa pisa no
solo arenoso sem nenhuma proteção nos pés. A fêmea grávida penetra na pele
humana com a cabeça e deposita seus ovos no exterior.

Ciclo de vida da
Tunga penetrans.

A maioria das lesões decorrentes da tungíase aparece nos pés, mas em alguns
casos, as mãos também podem ser afetadas. As lesões podem ocorrer de forma
isolada ou em elevado número, dependendo da quantidade de pulgas presentes no
solo. Uma típica lesão causada por essa espécie apresenta-se como uma pequena
pápula marrom escura com um halo fino e claro ao seu redor. É comum a
ocorrência de dor ou prurido. Em casos mais graves, pode ocorrer infecção
secundária e até abscessos no local de penetração.

Sola do pé com
típica lesão de tungíase.

O diagnóstico é realizado de forma clínica e a partir de relatos do paciente que


indiquem o contato com o solo infestado. O tratamento é realizado com a extração
manual das pulgas com auxílio de agulha estéril. É importante que todo o parasita
seja retirado. Em seguida, deve-se utilizar antisséptico no local da ferida.

Você sabia
Em caso de infecções secundárias, devemos tratar com antibioticoterapia tópica ou
sistêmica. A principal forma de prevenir a tungíase consiste basicamente em evitar
contato com solo contaminado e usar calçados fechados. A descontaminação do
local infestado, por meio de medidas sanitárias, também deve ser adotada.

SUBORDEM ANOPLURA: OS PIOLHOS SUGADORES


Os piolhos, insetos da ordem Phthiraptera, são pequenos artrópodes que medem de
0,5 mm a 8 mm de comprimento e exclusivamente parasitas de aves e mamíferos. A
morfologia externa dos piolhos consiste em um corpo achatado dorsoventralmente,
com a cabeça horizontal menor e distinta do tórax, um aparelho bucal sugador, com
três pares de pernas robustas e garras que facilitam a aderência aos pelos, cabelos
ou penas do hospedeiro.

Eles são desprovidos de ocelos e asas, e a coloração do corpo varia de marrom


claro ao cinza escuro à medida que vão se alimentando do sangue do hospedeiro.
Morfologia do
piolho.

Existem mais de 5.000 mil espécies de piolhos ao redor do mundo. Quase um


quinto delas estão distribuídas pelo Brasil, porém apenas 30 espécies são capazes
de causar algum tipo de doença.

Os piolhos sugadores de sangue, responsáveis por parasitar os seres humanos,


estão presentes na subordem Anoplura e são do gênero Pediculus. A Pediculus
humanus capitis é a principal espécie parasita de humanos, que causa a pediculose.
A mais conhecida é a pediculose do couro cabeludo.
Pediculus
humanus capitis preso no couro cabeludo.

Vamos entender com o funciona pediculose do couro cabeludo:

Clique nas informações a seguir.

01

02

Ciclo de vida do
P. humanus spp.
Saiba mais
Os piolhos adultos podem viver até 30 dias na cabeça de um hospedeiro e
costumam morrer em 2 dias quando fora dela.

Os principais sintomas da pediculose são intensa coceira no couro cabeludo, que


resulta em feridas causadas pelo ato de coçar; marcas visíveis das picadas dos
insetos; e aumento dos gânglios linfáticos. Os casos mais graves de infestação
podem desencadear infecções secundárias.

Crianças com infecções severas correm o risco de desenvolver quadro de anemia


em razão da elevada quantidade de sangue sugado pelos ectoparasitas. As
crianças infestadas ainda podem apresentar baixo desempenho escolar por
dificuldade de concentração resultante da coceira ininterrupta e de distúrbios do
sono.

A via de transmissão mais comum ocorre pelo contato de cabeça com cabeça.
Porém, ao contrário do que muitos pensam, não é fácil de ser transmitido. É
necessário contato repetido e prolongado para que taxas significantes de
transmissão sejam atingidas.

Atenção
O tratamento da pediculose se dá através da administração de ivermectina, porém a
droga só tem eficiência contra as formas adultas do parasito. É necessária a
repetição do tratamento ao longo dos dias. O tratamento baseado na aplicação de
substâncias tópicas (por resultar em baixa adesão do medicamento no couro
cabeludo) pode levar à dificuldade no tratamento e à resistência do parasita em
relação a várias dessas substâncias.
Destaca-se também a espécie Pediculus humanus var. corporis, os piolhos de
corpo, que são vetores importantes de epidemias como tifo, febre das trincheiras e
febre recorrente. Eles causam prurido e pequenas picadas vermelhas no corpo.

Pediculus humanus var.


corporis.

Phthirus púbis.

O piolho púbico (Phthirus púbis), conhecido como piolho-chato, é um inseto parasita


responsável pela pediculose pubiana. Ele é transmitido sexualmente por fômites
(toalhas, roupas de uso normal e de cama). Infectam pelos pubianos e perianais,
mas podem se espalhar nas coxas, no tronco e nos pelos faciais (barba, bigode e
cílios).

SUBCLASSE ACARI: OS CARRAPATOS E OS ÁCAROS


Além de insetos como a pulga e o piolho, outros artrópodes podem atuar com
ectoparasitas dos seres humanos. Os ácaros e os carrapatos são animais
pertencentes à classe Arachnida, assim como as aranhas e os escorpiões. Porém,
diferentemente desses últimos, os ácaros e os carrapatos fazem parte da subclasse
Acari (ou Acarina). A seguir vamos conhecer mais sobre eles.
Carrapatos
Os carrapatos são pequenos aracnídeos hematófagos e ectoparasitas da ordem
Ixodida. Eles estão distribuídos por todo o planeta, tanto em áreas rurais como em
áreas urbanas. São um dos principais vetores de diversos vírus, bactérias
(especialmente as riquétsias) e protozoários e transmitem inúmeras doenças aos
seres humanos e a outros animais.

Costumam viver em touceiras, no mato, no chão, em regiões de clima úmido ou


seco.

Você sabia
Carrapatos são animais extremamente antigos, registros fósseis sugerem sua
existência há pelo menos 90 milhões de anos. Há mais de 800 tipos.

Os carrapatos geralmente têm a forma ovalada e, enquanto não se alimentam,


apresentam um aspecto achatado dorsoventralmente. Porém, à medida que vão se
alimentando, com frequência adquirem formas convexas e até esféricas. A carapaça
quitinosa de exoesqueleto que reveste seu corpo impede o animal de se romper
enquanto seu tamanho é dilatado.

Morfologia do
carrapato.
No Brasil, os carrapatos do gênero Amblyomma, principalmente a espécie
Amblyomma cajennense, são os principais reservatórios da bactéria Rickettsia
rickettsii, causadora de uma doença conhecida como febre maculosa. Apresentam
ampla distribuição por todo o território brasileiro e são conhecidos popularmente
como carrapato-estrela, carrapato-do-cavalo ou rodoleiro. Suas ninfas são
conhecidas por “vermelhinhos” e suas larvas por “carrapatinhos” ou “micuins”.

Animais como cavalos, capivaras e gambás desempenham papel importante no


ciclo de transmissão da febre maculosa como reservatórios de Rickettsia e
transportadores dos carrapatos infectados.
Amblyomma cajennense

Ciclo de vida do Amblyomma sp.


Vamos agora entender mais sobre febre maculosa: a doença, ocorrência,
transmissão, os sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento e as medidas de
prevenção.

Clique nas barras para ver as informações.

A DOENÇA
É uma doença infecciosa febril aguda, de gravidade variável, que pode se
manifestar nos seres humanos tanto de formas leves e atípicas como de formas
graves com elevada taxa de letalidade.

OCORRÊNCIA
Ocorre principalmente na região Sudeste do Brasil.
TRANSMISSÃO
A transmissão para o homem não ocorre de forma imediata, geralmente o artrópode
permanece aderido ao hospedeiro por um período de 4 a 6 horas para a bactéria ser
inoculada e não ocorre pelo contato homem-homem.

SINAIS E SINTOMAS
Após o período de incubação de 2 a 14 dias, aparecem os primeiros sintomas não
muito específicos como febre (em geral alta), cefaleia, mialgia intensa, mal-estar
generalizado, náuseas e vômitos, podendo ser confundida com outras doenças. Na
maioria dos casos, entre o segundo e o quinto dia, surge o sinal clínico mais
importante: o exantema maculopapular (erupção na pele, geralmente de aspecto
avermelhado por causa da dilatação dos vasos sanguíneos ou inflamação, que pode
evoluir para equimoses) com o aparecimento de pápulas, ou lesões pequenas,
principalmente nos membros inferiores.

Em um paciente não tratado, as equimoses podem evoluir para necrose,


principalmente nas extremidades do corpo. Nos casos graves, é comum a presença
de edema de membros inferiores, hepatoesplenomegalia, diarreia e dor abdominal,
manifestações renais com azotemia pré-renal, caracterizada por oligúria e
insuficiência renal aguda, manifestações gastrointestinais como náusea, vômito, dor
abdominal, diarreia etc.

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da doença é difícil, sobretudo em sua fase inicial. No entanto, a
pessoa com suspeita de febre maculosa deve procurar um hospital imediatamente.

TRATAMENTO
O início do tratamento pode ser feito sem que se espere os resultados laboratoriais.
Se o paciente iniciar o tratamento nos primeiros cinco dias da infecção, a febre
geralmente regride entre 24 e 72 horas. Mesmo após o término da febre, o
tratamento deve ser mantido por três dias. O principal medicamento é o antibiótico
doxiciclina, que deve ser utilizado nos casos leves e moderados.

MEDIDAS DE PREVENÇÃO
Seguem algumas medidas de prevenção:
Usar calças compridas, inserindo a parte inferior por dentro de botas
(preferencialmente de cano longo e vedadas com fita adesiva de dupla face).
Retirar os carrapatos do corpo com uma pinça e não os esmagar com as
unhas, para evitar contaminação de outras partes do corpo com lesões.
A vigilância sanitária tem a obrigação de alertar a população sobre a
infestação de carrapatos em locais públicos.

Ácaros
Os ácaros são pequenos aracnídeos que podem ser encontrados com frequência
nas residências, principalmente em colchões, travesseiros e almofadas, onde se
alimentam de restos celulares oriundos da descamação da pele.

Microscopia
eletrônica de um ácaro.

Os ácaros apresentam corpo sem segmentação com extrema fusão dos segmentos
do corpo, formando o ideossoma. Já os outros aracnídeos apresentam o corpo
segmentando com o prossoma e opitossoma. Apresentam uma estrutura anterior
bem característica, chamada de gnatossoma, local onde estão localizadas as peças
bucais. Têm quatro pares de patas no estado adulto e geralmente tamanho muito
reduzido, os maiores com aproximadamente 0,75 mm — assim, os ácaros só
podem ser visualizados com auxílio de um microscópio e são facilmente carregados
pelo ar.
Morfologia
externa do ácaro.

Saiba mais
Os ácaros desencadeiam reações de hipersensibilidade na pele do hospedeiro,
causando dermatites. Ademais, estão relacionados com alergias respiratórias, como
asma e rinite alérgica. Entre as várias espécies existentes, a Sarcoptes scabiei
hominis é responsável pela principal dermatite causada por ácaros, a escabiose
humana, conhecida como sarna.

Sarcoptes
scabiei hominis.

A escabiose humana é transmitida por meio de relações sexuais ou objetos


compartilhados, como roupas de cama. A doença apresenta uma prevalência de
10% entre a população carente, que vive em condições precárias de higiene e em
constante aglomeração.

O ciclo de vida dessa espécie apresenta os estágios de ovo, larva, ninfa e adultos.
As fêmeas adultas podem depositar até três ovos por dia. A fase larval, que ocorre
após a eclosão dos ovos, dura cerca de quatro dias, com as larvas apresentando
apenas três pares de pernas. Após a muda das larvas, são originadas as ninfas com
os quatro pares de pernas característicos dos aracnídeos.

Os adultos apresentam forma arredondada, em forma de saco. As fêmeas possuem


de 0,30 mm a 0,45 mm de comprimento, enquanto os machos são muito menores.
Após a cópula, as fêmeas férteis procuram na superfície da pele do hospedeiro um
local adequado para depositar seus ovos: perfuram a pele e cavam túneis onde
depositam os ovos. A longevidade média de uma fêmea adulta é de dois meses.

Ciclo de vida do
Sarcoptes scabiei hominis e transmissão da sarna.

Os estágios da Sarcoptes scabiei hominis na epiderme:


Durante o ciclo, os produtos metabólicos liberados pelos ácaros desencadeiam uma
reação alérgica que acarreta intenso prurido na pele lesada, principalmente durante
a noite. As lesões podem ser perceptíveis a olho nu, apresentando-se como
pequenos trajetos lineares um pouco avermelhados com pontos escoriados ou
cobertos por crosta. Entretanto, quanto mais o local é danificado pelo ato de coçar,
mas difícil fica de observar as linhas. Essas lesões podem evoluir para infecções
secundárias mais graves.

Lesões da
escabiose.

O ácaro pode afetar qualquer área do corpo, porém as regiões mais acometidas são
entre os dedos das mãos e dos pés, ao redor dos pulsos e cotovelos, nas axilas, na
dobra do joelho e ao redor da cintura. Em crianças pequenas e bebês, é comum
acometer as regiões da cabeça, pescoço e palmas das mãos.
O principal medicamento utilizado para o tratamento da sarna é a ivermectina. Além
disso, para o efetivo controle da escabiose, é necessário o tratamento de todos os
familiares e parceiros sexuais, mesmo daqueles que não manifestarem sintomas.

DOENÇAS CAUSADAS PELOS INSETOS PERTENCENTES À ORDEM


SIPHONAPTERA, À SUBORDEM ANOPLURA E À SUBCLASSE ACARI.
Neste vídeo, será feito uma revisão sobre as doenças e os insetos abordados ao
longo do módulo.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. As pulgas são ectoparasitas principalmente de mamíferos e aves que passam por
diferentes fases em seu desenvolvimento. Selecione a opção que corresponde ao
nome correto das espécies que acometem cão e gato e seres humanos, bem como
a ordem das etapas de seu ciclo de vida, respectivamente.
Ctenocephalides felis e Tunga penetrans – ovos, larvas, pupa e inseto adultos.

Sarcoptes scabiei hominis e Sarcoptes scabiei ovis – ovo, ninfa e inseto adultos.

Amblyoma cajennense e Rickettsia rickettsii – ninfa, larva, pupa e adultos.

Ctenocephalides felis ovis e Sarcoptes scabiei hominis – ovo, ninfa e inseto adultos.

Rickettsia rickettsii e Amblyoma cajennense – ovos, larvas, pupa e inseto adultos.

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Comentário

2. Aprendemos sobre a Pediculus humanus capitis, espécie causadora de


pediculose. Assinale a alternativa que corresponde aos principais sintomas da
pediculose.
Coceira intensa no couro cabeludo, marcas visíveis das picadas e até mesmo
infecções secundárias e anemias.

Dores articulares intensas, coceira no couro cabeludo, erupções cutâneas, enjoo,


febre alta e anemia.

Liberação de prurido no couro cabeludo, erupções cutâneas, dores musculares e


febre moderada ou alta.
Coceira intensa no couro cabeludo, marcas visíveis das picadas, diarreias, fadiga
muscular, febre leve e anemia.

Coceiras intensas no local da picada, feridas profundas e intensas, dores


abdominais, febre moderada e anemia.

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Comentário

MÓDULO 3

Descrever os principais acidentes causados pelos animais peçonhentos

INTRODUÇÃO AOS ANIMAIS PEÇONHENTOS


Para caçar ou se defender, alguns animais (vertebrados ou invertebrados) possuem
a capacidade de inocular substâncias tóxicas produzidas em glândulas
especializadas em seu corpo. São conhecidos como animais peçonhentos e são
responsáveis por inúmeros acidentes, tanto em áreas urbanas quanto em áreas
rurais.

O veneno (ou peçonha) produzido por esses animais pode ser inoculado de
inúmeras formas. Nos ofídios, como as cobras e as serpentes, a inoculação do
veneno ocorre por meio de dentes especializados. Em aracnídeos, a forma de
inoculação é diferente: nos escorpiões, a peçonha é inoculada através do aguilhão,
estrutura bem característica desses animais, localizada na ponta de sua cauda. As
aranhas, por sua vez, utilizam suas quelíceras, apêndices responsáveis por injetar o
veneno. Já em insetos, como as abelhas africanizadas, o ferrão, localizado na ponta
do abdômen, é a estrutura inoculadora.
Naja siamensis

Parabuthus granulatus

Loxosceles reclusa
Animais peçonhentos possuem preferência por ambientes quentes e úmidos e são
encontrados em matas fechadas, trilhas e próximo a residências com lixo
acumulado. Manter a higiene do local e evitar acúmulo de coisas é a melhor forma
de prevenir acidentes desse tipo.
Atenção
Os acidentes causados por animais peçonhentos caracterizam-se como problema
de saúde pública no Brasil, por conta do elevado número de casos a cada ano e das
possíveis complicações advindas desses ataques. Costumam ser registrados, por
ano, aproximadamente 110.000 acidentes ocasionados por animais peçonhentos no
Brasil.

Existem animais conhecidos como venenosos que não são considerados


peçonhentos, por exemplo, algumas espécies de sapos, lagartas (a taturana) ou
peixes (o baiacu). Os animais venenosos são aqueles que não possuem nenhum
órgão, apêndice ou estrutura capaz de inocular o veneno. Nesses casos, o
envenenamento ocorre pela ingestão ou contato e não por inoculação.

ABELHAS
As abelhas são animais invertebrados pertencentes à ordem Hymenoptera.
Diferenciam-se das vespas (também chamadas de marimbondos) por se
alimentarem de pólen e néctar.

Destaca-se nesse grupo a abelha africanizada chamada Apis mellifera, uma espécie
resultante do cruzamento de abelhas europeias com abelhas africanas, que foram
trazidas para o Brasil na década de 1950 com a intenção de potencializar a
produção de mel no país. Essa espécie vive muito bem no clima da região tropical e,
atualmente, são encontradas em todo o Brasil.

Apis mellifera.

Os enxames e as colônias se instalam em variados locais naturais ou artificiais, tais


como: ocos de árvores, muros, caixas de luz, bueiros, pneus velhos, postes e
telhados.
A Apis mellifera mede em média 2 cm de comprimento e tem como principais
características morfológicas a cabeça e o tórax com coloração enegrecida e anéis
abdominais nas cores preta e amarela alternadamente.

Morfologia das
abelhas.

As abelhas, em geral, têm o hábito de viver em sociedade e são divididas em


castas:

A abelha-rainha é a responsável pela reprodução e por manter a colônia unida.

As operárias estão sempre presentes em grande número e são as responsáveis


pela maior parte das atividades, tais como produção de mel, defesa da colmeia,
cuidados com a cria, produção de cera e da geleia real e coleta de água, néctar e
pólen.

Em menor número, existem as abelhas machos, os zangões, que não possuem


ferrão e são responsáveis pela fecundação da rainha.

A reprodução das abelhas pode ser sexuada ou assexuada:

Na reprodução sexuada, após a fecundação, a abelha rainha deposita os ovos que


originarão as abelhas operárias, depois alguns estágios larvais. Quando, ainda na
fase larval, uma larva imatura é alimentada com geleia real por mais de três dias, ao
atingir o estágio adulto, o inseto se transforma em abelha-rainha.
Já a produção de zangões ocorre pela reprodução assexuada, a partir de ovos não
fecundados, pelo processo conhecido como partenogênese, o embrião se
desenvolve sem a necessidade de fecundação entre os gametas masculinos e
femininos.

Por apresentarem características comportamentais bem defensivas (os animais


peçonhentos atacam quando se sentem ameaçados), as abelhas são conhecidas
popularmente como “abelhas assassinas”, em razão de sua agressividade e ao fato
de serem territorialistas. No entanto, atuam na natureza com um importante papel
ecológico de agentes polinizadores. Ao visitarem flores em busca de pólen e néctar,
as abelhas acabam transportando os grãos de pólen aderidos ao seu corpo,
contribuindo assim na polinização das plantas.

Sua grande adaptação ao meio antrópico associada à agressividade ressalta a


importância do estabelecimento de medidas de vigilância entomológicas adequadas.
Estudos indicam ainda que as vítimas de abelhas africanizadas recebem dez vezes
mais picadas do que as vítimas de abelhas europeias.

Os acidentes causados pelas abelhas acontecem com o envenenamento pela


inoculação de substâncias tóxicas através do aparelho inoculador (ferrão), que pode
ocorrer com uma, poucas ou múltiplas picadas.

Atenção
As manifestações clínicas são locais e sistêmicas. As locais são dor, eritema
(vermelhidão) e edema (inchaço). As sistêmicas são prurido, rubor e calor
generalizado, podendo surgir pápulas e placas urticariformes disseminadas. Em
casos moderados, hipotensão, taquicardia, cefaleia, náuseas, vômito, cólicas
abdominais e broncoespasmos. Em casos graves, pode evoluir para choque
anafilático, insuficiência respiratória, rabdomiólise e hemólise, resultando em
anemia, icterícia e hemoglobinúria, com evolução para oligúria e insuficiência renal
aguda.

Como tratamento, os ferrões devem ser retirados o mais rápido possível e iniciar as
compressas frias. Quando sintomático, indicam-se a ingestão de analgésicos, o uso
de anti-inflamatórios não esteroidais e anti-histamínicos e corticoides, caso haja
inchaço.
ARACNÍDEOS
As aranhas e escorpiões, pertencentes à classe Arachnida, estão distribuídos em
todos os ecossistemas. Tanto os aracnídeos como os insetos fazem parte do filo
Arthropoda, ou seja, são conhecidos como animais artrópodes. No entanto, os
aracnídeos apresentam algumas diferenças em relação aos insetos, como a
presença de quatro pares de pernas, não são dotados de antenas e o corpo é
dividido em duas partes: cefalotórax e abdome.

Além disso, aracnídeos apresentam um par de pedipalpos (com função sensitiva) e


um par de quelíceras (com função na alimentação).

Morfologia
externa de uma aranha.

Os aracnídeos podem apresentar desenvolvimento direto (como algumas espécies


de escorpiões, que são vivíparos, ou seja, seus filhotes já nascem formados) ou
desenvolvimento indireto (como as aranhas que são ovíparas, colocam seus ovos
em uma bolsa produzida a partir de fios de seda chamada ooteca).

O principal alimento de aranhas e escorpiões são os insetos, mas existem espécies


capazes de se alimentar de outros organismos. Para obterem sucesso em suas
caçadas em busca de alimento, eles utilizam o seu veneno para imobilizar e matar
suas presas.
Aranhas apresentam diferentes hábitos alimentares.

O aparelho inoculador de veneno das aranhas são as quelíceras, localizadas na


região anterior do cefalotórax.

Escorpião se alimentando de uma aranha.

No caso dos escorpiões, o aparelho inoculador de veneno está localizado no último


segmento da cauda, chamado de aguilhão (ou télson), onde estão localizadas as
glândulas de veneno.

Saiba mais
Conheça a morfologia externa do escorpião.
Aranhas
Apesar de as aranhas e os escorpiões serem excelentes predadores de insetos e
ostentarem um arsenal de substâncias tóxicas nocivas para suas presas, nem todos
são capazes de causar graves acidentes em humanos.

Atenção
Na maioria dos casos, os membros inferiores são os mais acometidos, mas de
modo geral os acidentes apresentam gravidade leve, com poucos casos fatais. O
tratamento é feito com soro, observação, analgesia e, em alguns casos, anestesia
local e internação para melhor acompanhamento e cuidados.

No Brasil, três gêneros de aranhas são capazes de causar acidentes, conhecidos


como araneísmo. Vamos agora conhecer um pouco mais sobre esses gêneros.

Clique nas barras para ver as informações.

VIÚVA-NEGRA (LATRODECTUS SP.)


As Latrodectus sp. possuem, em média, 2 cm de tamanho e são carnívoras,
alimentando-se de insetos. Possuem um comportamento reprodutivo característico:
após a cópula, a fêmea tece várias bolsas globosas para armazenar seus ovos. Os
machos vivem na teia das fêmeas e, em geral, morrem após copular. Elas possuem
coloração enegrecida com faixas vermelhas no abdome arredondado, em forma de
globo, e a parte ventral do abdome apresenta uma mancha avermelhada em forma
de ampulheta. Produzem teias com padrões irregulares.
São encontradas em vegetação arbustiva, gramíneas, cupinzeiros, fendas de
barracos, mourões de madeira, em beiral de telhados, portas, janelas e até mesmo
debaixo de móveis.

As viúvas-negras não são aranhas agressivas, a picada costuma ocorrer só quando


comprimidas ou extremamente ameaçadas. O acidente (lactrodêutico) por esse
gênero é raro no Brasil e corresponde a apenas 0,4% dos casos de acidentes por
aracnídeos peçonhentos.

Os sintomas da inoculação por viúva-negra são dor intensa irradiada pelo membro,
dor por todo corpo, agitação, contrações musculares e sudorese. Casos graves
podem ocasionar complicações, tais como pressão alta, taquicardia, retenção
urinária e choque anafilático.

Latrodectus sp.

ARANHA-ARMADEIRA (PHONEUTRIA SP.)


As armadeiras são aranhas carnívoras, mas não produzem teias para captura de
alimento. Seu tamanho fica em torno de 15 cm. Após realizar a cópula, a fêmea
produz e protege uma bolsa de ovos achatada até a eclosão de seus filhotes.

São encontradas em bananeiras, embaixo de cascas de árvores, por entre tijolos,


telhas e entulhos de obras e em cupinzeiros.

Esta espécie é bastante agressiva e a picada (acidente fonêutrico) causa dor


imediata, irradiada, além de edema, sudorese e parestesia no local da picada (nem
sempre é visível o ponto de inoculação da peçonha). Além disso, podem ocorrer
manifestações sistêmicas de moderadas a graves, com sintomas como taquicardia,
hipertensão arterial, agitação psicomotora e vômito

Ao se sentir ameaçada, a aranha-armadeira se apoia sobre as pernas traseiras e


levanta as pernas dianteiras, podendo saltar mais de 30 cm. O nome armadeira é
dado por ela assumir essa postura de defesa.

Phoneutria sp.

ARANHA-MARROM (LOXOSCELES SP.)


As aranhas-marrons também são carnívoras e se alimentam de insetos. Elas têm 3
cm de comprimento, com corpo de coloração amarronzada e uma típica mancha em
formato de violino no cefalotórax. O abdome tem formato oval e suas teias possuem
padrões irregulares. Após realizar a cópula, a fêmea confecciona uma bolsa de ovos
arredondada que fica aderida a algum substrato preso na teia pegajosa.

São encontradas em cavernas, embaixo de cascas de árvores e cupinzeiros e, nas


regiões urbanas, em entulhos, telhas, tijolos, sótãos e porões. Não são aranhas
agressivas, a picada, em geral, é indolor, porém o veneno é extremamente
perigoso.

Os acidentes por esse gênero (loxoscélico) provocam dor, eritema, edema,


equimose central com áreas de palidez (placa marmórea), bolhas sero-
hemorrágicas e endurecimento no local da picada. Em casos mais graves, pode
evoluir para necrose seca e úlcera. Além disso, mal-estar, cefaleia, febre e
exantema (erupções na pele), hemólise intravenosa e, dependendo da gravidade,
insuficiência renal aguda.
Loxosceles sp.

Você sabia
As aranhas-caranguejeiras, embora sejam grandes e causem impacto visual, são
animais dóceis e não causam acidentes considerados graves. São frequentemente
encontradas em residências e jardins.

Aranha caranguejeira.

Saiba mais
Os acidentes por aranhas são tratados utilizando a soroterapia, a partir dos soros
antiaracnídicos.

Escorpiões
No Brasil, apenas duas espécies pertencentes ao gênero Tityus apresentam riscos
aos seres humanos, são eles: o escorpião amarelo (Tityus serrulatus) e o escorpião
marrom (Tityus bahiensis). Os acidentes causados pelos escorpiões são conhecidos
como escorpionismo. Em geral, ocorrem em zonas urbanas, e os membros
superiores são a parte do corpo mais acometida.

Clique nas barras para ver as informações.


ESCORPIÃO AMARELO (TITYUS SERRULATUS)
Com um tamanho de cerca de 7 cm, os escorpiões amarelos são carnívoros,
alimentando-se de insetos. Apresentam pernas e cauda com coloração amareladas
e corpo marrom escuro. As fêmeas se reproduzem por partenogênese várias vezes
ao ano e têm hábitos noturnos.

Estão presentes em áreas urbanas, abrigando-se em tijolos, telhas, entulhos e


galerias de esgoto e na natureza. Podem ser encontrados debaixo de cascas de
árvores e pedaços de troncos caídos em decomposição.

O nome serrulatus se deve ao fato de possuírem, no 3º e no 4º segmento da cauda,


projeções serrilhadas. Esta espécie de escorpião pode causar graves acidentes.

Tityus serrulatus

ESCORPIÃO MARROM (TITYUS BAHIENSIS)


Esta espécie apresenta características semelhantes às do escorpião amarelo,
porém a reprodução é sexuada, com a cópula ocorrendo após um característico
ritual de corte. As pernas são amareladas, porém com manchas escuras. O corpo é
marrom escuro e a cauda possui coloração marrom avermelhada.

São encontrados em áreas urbanas, escondidos em tijolos, telhas, entulhos e nas


galerias de esgoto. Na natureza, embaixo de cascas de árvores e em madeiras em
decomposição. São animais de hábitos noturnos.
Tityus bahiensis.

Os acidentes normalmente causam quadros de gravidade leve e os óbitos são


raros. As manifestações locais incluem dor, que pode ser irradiada, parestesia,
eritema e sudorese. Além disso, sudorese, agitação psicomotora, tremor, náuseas,
vômitos, sialorreia (salivação), hiper ou hipotensão, arritmia, insuficiência cardíaca
congestiva, edema pulmonar agudo e choque. Para o tratamento, recomendam-se
analgesia e soro antiescorpiônico ou soro antiaracnídico

SERPENTES

As serpentes (também conhecidas como cobras) são animais vertebrados,


carnívoros e pertencentes à classe Reptilia. As principais características desses
répteis são: pele recoberta por escamas, ausência de membros, pálpebras e ouvido
externo e presença de uma língua bifurcada (bífida).

As serpentes podem ser classificadas de acordo com a dentição em:

swap_horiz Arraste para os lados.


Solenóglifas
Possuem um tipo de dentição com grandes presas móveis inoculadoras de veneno,
presentes na região anterior da boca. Por exemplo: cascavel, jararaca e surucucu.

Proteróglifas
Apresentam presas pequenas e fixas localizadas na região anterior da boca. Por
exemplo: cobra-coral verdadeira.

Opistóglifas
Têm presas pequenas, fixas e localizadas no fundo da boca, o que dificulta a
inoculação da peçonha. Por exemplo: cobra-verde.

Áglifas
Não possuem dentes modificados para injetar veneno e por isso são não
peçonhentas. Por exemplo: jiboias e sucuris. Mesmo não tendo veneno, a picada
dessas serpentes é altamente dolorosa e, além disso, são extremamente perigosas.
A jiboia, por exemplo, mata sua presa por constrição.

Tipos de dentição em serpentes.

Algumas espécies de serpentes podem provocar acidentes graves em humanos,


porém a maioria não oferece riscos. Algumas espécies de serpentes são vivíparas
ou ovíparas. Vejamos algumas delas.

Clique nas setas para ver o conteúdo.


Crotalus durissus.

Cascavel (Crotalus durissus)

Alimentam-se de roedores, são vivíparas e encontradas em regiões abertas,


campos e cerrados. Apresentam como comportamento de defesa postura armada
para dar o bote e vibração e barulho do chocalho, que serve para espantar
possíveis ameaças. O bote e, consequentemente, a picada são usados apenas
como último recurso. Além disso, essa espécie possui a presença da fosseta loreal,
um buraco entre o olho e a narina que atua como órgão sensorial termorreceptor.

Bothrops jararaca.

Jararaca (Bothrops jararaca)

As serpentes adultas se alimentam de pequenos mamíferos; e as jovens e filhotes


de anfíbios e lagartos. A espécie é vivípara, seu habitat costuma ser matas e
campos cultivados. É um animal longilíneo, com manchas triangulares escuras e
uma faixa preta após o olho e fosseta loreal. Muitas outras espécies do gênero
Bothrops também são consideradas serpentes peçonhentas, são elas: caiçaca,
jararacuçu, urutu cruzeiro, jararaca-do-rabo-branco, jararaca-pintada etc.
Micrurus frontalis

Cobra coral (Micrurus frontalis)

Possuem uma dieta carnívora, alimentando-se de outros répteis, como anfisbenas


(popularmente conhecido como cobra-de-duas-cabeças) e de outras serpentes. São
ovíparas. Apresentam o corpo cilíndrico com uma cauda curta e rombuda, não tendo
distinção entre a cabeça e o resto do corpo. Todo o corpo é circundado por anéis
pretos, vermelhos e brancos (às vezes amarelados). Os anéis pretos são
organizados em um padrão de tríades (três anéis pretos separados por dois brancos
ou amarelos). Não são serpentes agressivas.

Lachesis muta.

Surucucu (Lachesis muta.)

Espécie carnívora; alimentam-se de roedores e são ovíparas. Estão presentes ao


longo da Mata Atlântica e da Floresta Amazônica. Possuem fosseta loreal. São
animais de grande porte, com escamas granulares e corpo alaranjado e com
manchas negras.
Philodryas olfersii.

Cobra-cipó ou Cobra-verde (Philodryas olfersii)

Apresentam nutrição carnívora (comem anfíbios, roedores e aves) e são ovíparas.


Comumente encontradas em florestas e áreas abertas. Possuem um corpo
longilíneo de coloração verde e uma característica faixa negra após os olhos.

No Brasil, os principais acidentes causados por serpentes (ofidismo) são


ocasionados pelos gêneros: Bothrops (jararaca), Crotalus (cascavel) e Micrurus
(coral-verdadeira). O quadro a seguir traz um resumo desses acidentes.

Gênero Tipo de acidente Manifestações Tratamento


clínicas
Bothrops Botrópico O veneno tem Soroterapia
ação proteolítica,
coagulante e
hemorrágica,
causando dor,
edema, equimose,
bolhas
serosas/serosas-
hemorrágicas, que
podem evoluir
para necrose e
infecções
secundárias. O
local de
inoculação nem
sempre é visível,
há sangramento
de pele e mucosa,
hematúria,
hematêmese,
quadros
hemorrágicos e
hipotensão.
Crotalus Crotálico Provoca sintomas Soroterapia
inespecíficos
como náuseas,
mal-estar geral,
sudorese ou
“secura” da boca.
As reações mais
severas envolvem
dificuldade de
manter os olhos
abertos, com
aspecto sonolento,
visão turva ou
dupla edema
discretos e
restritos, eritema e
parestesia
oftalmoplegia,
distúrbios de olfato
e paladar, ptose
mandibular e
palpebral,
sialorreia, mialgia
e escurecimento
da urina. Pode
ocorrer óbito por
insuficiência renal
aguda
significativa,
neuroparalisia
craniocaudal.
Micrurus Elapídico Dor e parestesia Analgesias,
discretas, fácies soroterapia e
miastênicas ou suporte ventilatório
nerotóxicas e
paralisia
progressiva da
face dos músculos
respiratórios.
Quadro: Acidentes causados por serpentes, manifestações clínicas e tratamento.
Elaborado por Raquel Fernandes Silva Chagas do Nascimento.

O risco de acidentes por serpentes pode ser reduzido tomando algumas medidas
gerais e bastante simples de prevenção:

Utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) no manuseio de materiais


de construção, lenhas, móveis, em atividades rurais etc.;
Observar os locais de trabalho e de passagem;
Não colocar as mãos em tocas, buracos e espaços entre lenhas e pedras;
Inspecionar roupas e calçados antes de usá-los;
Afastar camas das paredes.

O que fazer em caso de acidentes por animais peçonhentos?


De acordo com os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN), no ano de 2019, apenas no estado de Santa Catarina, foram notificados
9.518 casos de acidentes por animais peçonhentos. A região Sul do país é a que
mais registra acidentes causados por aranhas e escorpiões, enquanto os acidentes
por serpentes são comuns em todas as regiões do país, principalmente em áreas de
mata.
O envenenamento por animais peçonhentos exige notificação obrigatória e imediata
ao SINAN. No caso desse tipo de acidente, o Guia de bolso: animais peçonhentos,
da Fundação Ezequiel Dias (Funed-2015), indica:

Lavar o local da picada com água e sabão.


Manter o membro afetado elevado e procurar atendimento médico
imediatamente.
No caso de acidentes com cobras, aranhas e escorpiões, capturar o animal,
vivo ou morto, para que ele possa ser identificado. Esse procedimento agiliza
o tratamento.

O Guia de bolso não recomenda:

Fazer torniquete ou garrote.


Furar, cortar, espremer, queimar ou fazer sucção do veneno no local da
ferida, pois aumenta o risco de infecções.
Aplicar folhas, pó de café ou terra para não provocar infecções.

PRINCIPAIS ACIDENTES CAUSADOS POR ANIMAIS PEÇONHENTOS: COMO


PROCEDER?
Neste vídeo, será feito um resumo sobre as doenças causadas por animais
peçonhentos e a melhor forma de preveni-las ou remediá-las.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. As abelhas são animais peçonhentos que possuem como principais
características morfológicas a cabeça e o tórax com coloração enegrecida e os
anéis abdominais nas cores preta e amarela alternadamente. Além disso, elas têm o
hábito de viver em sociedade. Em relação às diferentes castas de abelhas, assinale
a alternativa correta:
A abelha-rainha é a responsável pela reprodução e por manter a colônia unida.

A abelha-rainha é a responsável pela produção de mel e pelo cuidado da cria.

As abelhas-macho são denominadas zangões e são os únicos que apresentam


ferrão.

As abelhas-operárias costumam viver fora das colmeias e em menor número.

A reprodução das abelhas se dá exclusivamente por partenogênese.


Responder

Comentário

2. Existe uma série de recomendações que devem ser seguidas a fim de evitar que
as lesões causadas por animais peçonhentos se intensifiquem. Assinale a opção
que indica algumas medidas que devemos seguir em casos de acidente com esses
animais:
No caso de acidente por abelhas, devemos retirar o ferrão com as mãos ou uma
pinça e só procurar o centro médico em caso de febre alta.

No caso de acidente por serpentes, devemos espremer o local da picada e, depois,


lavar o local da ferida com água morna, fazendo torniquete logo em seguida.

No caso de acidentes por escorpião, devemos aplicar folhas, pó de café ou terra


sobre a ferida para não provocar infecções e procurar atendimento médico eficiente.

No caso de acidentes por escorpião, devemos cortar, espremer, queimar ou fazer


sucção do veneno no local da ferida.

No caso de acidentes por serpentes, devemos lavar o local da picada com água e
sabão e manter o membro afetado elevado.

Responder

Comentário

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de todos os aspectos positivos que os artrópodes e as serpentes podem
oferecer ao meio ambiente e à sociedade, eles são responsáveis por transmitir
agentes patogênicos e causar inúmeras doenças.

Vimos, ao longo deste conteúdo, que desde minúsculos ácaros até grandes
serpentes possuem sua importância médica. Além disso, aprendemos que o animal
não é o responsável por causar a doença, como no caso dos mosquitos, mas
funcionam como vetor, uma ponte entre o parasita e seu hospedeiro definitivo.
Conhecer as principais características e a ecologia desses animais é de
fundamental importância para a implementação de medidas de controle, combate e
prevenção de acidentes.

PODCAST
Agora, a especialista Isabel Nogueira Carramaschi junto com Raquel Nascimento,
encerram o tema falando sobre as principais características epidemiológicas de
artrópodes parasitas e dos animais peçonhentos.

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REFERÊNCIAS
ANDRADE, A.; PINTO, S. C.; OLIVEIRA, R. S. (orgs.). Animais de laboratório:
criação e experimentação [on-line]. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2002. 388p.

BRASIL. GOVERNO DE SANTA CATARINA. SECRETARIA DE ESTADO DA


SAÚDE. Barriga verde: informativo epidemiológico 2019-2020. Ano XV, Edição
Especial, 2020. Consultado eletronicamente em: 3 mar. 2021.

CARNEIRO, D. A. Guia de bolso: animais peçonhentos. Fundação Ezequiel Dias,


2015. Consultado eletronicamente em: 3 mar. 2021.

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FINKLER, C. L. L. Controle De Insetos: Uma breve revisão. In: An Acad Pernamb


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FORATINNI, O. P. Os cimicídeos e sua importância em Saúde Pública


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GRIMALDI, D.; ENGEL, M. S. Evolution of the insects. Cambridge University


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GULLAN, P. J.; CRANSTON, P. S. Os insetos: um resumo de entomologia. 3.


ed. São Paulo: Roca, 2008.

HALFFTER, G.; MORENO, C. E.; PINEDA E. O. Manual para evaluación de la


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JANSEN D. H. Quando há coevolução? Evolut, v. 34, n. 3, p. 611-612, 1980.

RAFAEL, J. A. et al. Insetos do Brasil: diversidade e taxonomia. Ribeirão Preto:


Holos, 2012. 810p.

RESH, V. H.; CARDÉ, R. T. Encyclopedia of insects. 1. ed. San Diego Academic


Press, 2003. 1.266 p.

RICKLEFS, R. E. A economia da natureza: um livro-texto em ecologia básica.


Tradução de Cecília Bueno, Pedro P. de Lima e Silva. 5. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2003.

EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema:

Leia o material Fundamentos básicos de entomologia: aspectos morfológicos


dos insetos, desenvolvido por Luciano Pacelli Medeiros de Macedo.
Procure o e-book A doença de Chagas e seus principais vetores no Brasil,
desenvolvido pelo IOC/Fiocruz em 2008.
Procure ler o capítulo 30, Ordem Diptera, de Ruth Leila Ferreira-Keppler et
al., do livro Insetos aquáticos na Amazônia brasileira: taxonomia, biologia e
ecologia, para conhecer mais sobre os diminutos mosquito-pólvora ou
ceratopogonídeos.
Acesse o Guia de bolso: animais peçonhentos no site do Instituto Vital Brasil
para saber quais são as recomendações em caso de acidentes.

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