Você está na página 1de 45

Vias de Administração de

Medicamentos
Conhecendo os materiais de trabalho na medicação em
enfermagem.
Seringas

A seringa é um recipiente utilizado para o preparo e administração do


medicamento, seus componentes básicos são:

BICO ÊMBOLO

CORPO
Seringa de 20 ml

As seringas são graduadas e divididas em mm³, que significa que 20ml foram divididos
em partes iguais com graduação de identificação da quantidade a ser aspirada e
posteriormente administrada.

Na seringa de 20ml teremos números inteiros: 20/20 = 1 ou 1ml.


Seringa de 10 ml
Seringa dividida em mm³, onde os 10ml foram divididos em partes
iguais que correspondem a: 10/50 = 0,2ml.
Seringa de 5 ml
Seringa dividida em mm³, os 5ml foram divididos em partes iguais sendo:

5/25 = 0,2ml.
Seringa de 3 ml
Seringa dividida em mm³, os 3 ml foram divididos em patês iguais que
correspondem a: 3/30 = 0,1ml.
Seringa de 1 ml

A seringa de 1ml é dividida em 100 partes iguais, que correspondem a:


1/100, pois 1ml = 100UI.
Agulhas

Os componentes básicos da agulha são canhão, a haste e o bisel. O canhão é a porção


mais larga da agulha que se fixa na seringa; a haste é a porção maior e mais fina e o
bisel é a abertura final na parte distal da agulha. A escolha da agulha deve ser realizada
levando-se em conta a via de administração, o local, o cliente, o volume e a viscosidade
do medicamento.
CANHÃO
BISEL

HASTE
Agulha 40/12 e 40/10

Utilizadas para aspiração e preparo de medicações.

Agulha 30/7 e 25/7

Utilizadas para aplicação intravenosa em cliente adulto, em geral punções venosas é mais seguro o uso
de cateteres.

Agulha 30/8 e 25 8

Utilizadas para aplicação IM em cliente adulto com massa muscular normal.

Agulha 13/4,5 e 13/4

Utilizadas para aplicação ID e SC.


Cateter _- Jelco – EV Periférica

• Recomendado para terapias intravenosas periféricas.


• Indicado para infusões de média duração em todo tipo de paciente -
neonatos, pediátricos e adultos.
• Agulha siliconizada, com bisel trifacetado.
• Cânula em fluoroetilenopropileno, para maior conforto do paciente e
minimização da ocorrência de flebites.
• Visualização do refluxo sanguíneo.
Calibres: 14G, 16G, 18G, 20G, 22G e 24G.
Cateter Agulhado (escalpe)

• Indicado para infusões intravenosas de curta duração.


• Tubo transparente, atóxico e apirogênico, que permite a visualização do
refluxo do sangue e da infusão da medicação.
• Possui asas flexíveis que facilitam a punção e a fixação do dispositivo durante
a permanência na veia.
• Agulha siliconizada, com bisel trifacetado.
Conexão luer-lock.
Calibres: 19G, 21G, 23G, 25G e 27G.
Equipo de Infusão
• Tubo extenso de plástico especial, composto por várias partes, algumas essenciais como:

• Ponta perfurante: utilizada para perfurar o orifício do frasco de soro;

• Câmara de gotejamento: utilizada para acondicionar e gotejar o líquido infundido;

• Regulador de fluxo: utilizado para dosar e controlar a quantidade de líquido infundido;

• Mangueira: é por onde o líquido irá correr;

• Conector (es): local para conectar jelcos, cateteres, torneirinhas, etc.


Equipo com bureta

Utilizado para administração de soluções parenterais, com câmara graduada para


maior controle das microgotas.
Torneirinha de três vias
Utilizada para auxílio na infusão.
Deve ser manipulada de acordo com as setas para a sua abertura ou fechamento.
Cortador de Comprimidos

Utilizado para cortar com precisão o comprimido pela metade demarcada pelo sulco.
Administração Via Oral

É uma via segura e não requer técnica estéril na sua preparação, nessa via os
medicamentos podem ser na apresentação de comprimidos, drágeas, cápsulas ou
líquidos; são absorvidos no estômago e intestino.
Observação: Não é indicada para clientes que apresentem náuseas, vômitos, diarreia
ou indivíduos que tenham dificuldade de deglutir.
Contra-indicações

• Pacientes incapazes de deglutir ou inconscientes.


• Em casos de vômito.
• Quando o paciente está em jejum para cirurgia ou exame
Via sublingual
Os medicamentos sublinguais seguem o mesmo procedimento empregado para
aqueles de via oral, exceto que a medicação deve ser colocada sob a língua.

Nesse procedimento, solicita-se que o cliente abra a boca e repouse a língua no palato;
a seguir, coloca-se o medicamento sob a língua (comprimido ou gotas); o cliente deve
permanecer com o medicamento sob a língua até a sua absorção total.
Via Gástrica e Enteral
• É feita através da introdução do medicamento na sonda nasogástrica.
• É utilizada para pacientes inconscientes e pacientes impossibilitados de deglutir.
• Os medicamentos sólidos são dissolvidos em água e introduzidos na via gástrica com
seringa.
• As cápsulas são abertas, dissolvendo-se o pó medicamentoso nelas contido.
Via retal
É a introdução do medicamento no reto, em forma de supositórios ou
clister medicamentoso.
Via vaginal
É a introdução e absorção de medicamentos no canal vaginal.
O medicamento pode ser introduzido sob a forma de: Velas, tampões,
supositórios, comprimidos, Óvulos, Lavagens e irrigação, Cremes ou gel.
Via tópica ou cutânea
É a aplicação de medicamento por fricção na pele.
Sua ação pode ser local ou geral.
Ex.: pomadas, linimentos, anti-sépticos.
Via nasal
Consiste em levar à mucosa nasal um medicamento líquido.
Via ocular
É a aplicação de colírio ou pomada na conjuntiva ocular.
Via Auricular

Na aplicação otológica a posição mais adequada é o decúbito lateral. A fim de melhor


expor o canal auditivo, o profissional deve puxar delicadamente o pavilhão do ouvido
externo para cima e para trás, no caso de adultos, e para baixo e para trás, em crianças,
e instilar o medicamento. Para maior conforto do paciente, utilizar solução morna
Via Parenteral

É a administração de drogas ou nutrientes pelas vias


intradérmica (ID), subcutânea (SC), intramuscular (IM),
intravenosa (IV) ou endovenosa (EV).
Vantagens
• Absorção mais rápida e completa.
• Maior precisão em determinar a dose desejada
• Obtenção de resultados mais seguros.
• Possibilidade de administrar determinadas drogas que são destruídas pelos
sucos digestivos.
Desvantagens
• Dor, geralmente causada pela picada da agulha ou pela irritação da
droga.
• Em casos de engano pode provocar lesão considerável.
• Devido ao rompimento da pele, pode ocorrer o risco de adquirir
infecção.
• Uma vez administrada a droga, impossível retirá-la.
Problemas que podem ocorrer
• Infecções
• Podem resultar da contaminação do material, da droga ou em
consequência de condições predisponentes do cliente, tais como: mau
estado geral e presença de focos infecciosos.
• As infecções podem ser locais ou gerais.
• Na infecção local, a área apresenta-se avermelhada, intumescida, mais
quente ao toque e dolorida.
• Não permanecer com a punção por mais de 96 horas.
(ANVISA)
• 72 horas (Brunner)
Fenômenos alérgicos
Os fenômenos alérgicos aparecem devido à susceptibilidade do
indivíduo ao produto usado para antisepsia ou às drogas injetadas.
A reação pode ser local ou geral, podendo aparecer urticária, edema
choque anafilático.

Má absorção das drogas


Quando a droga é de difícil absorção, ou é injetada em local
inadequado pode provocar a formação de nódulos ou abscessos
assépticos, que além de incomodativos e dolorosos, fazem com que a
droga não surta o efeito desejado.
Embolias
• Resultam da introdução na corrente sanguínea de ar, coágulos, óleos ou cristais de
drogas em suspensão.
• É um acidente grave consequente da falta de conhecimento e habilidade do
profissional.
• Pode ser devido à falta de aspiração antes de injetar uma droga, introdução
inadvertida de ar, coágulo, substância oleosa ou suspensões por via intravenosa, ou
à aplicação de pressão muito forte na injeção de drogas em suspensão ou oleosas,
causando a rupturas de capilares, com consequente microembolias locais ou
gerais.
Traumas
Podemos dividi-los em trauma psicológico e trauma tissular.
No trauma psicológico, o cliente demonstra medo, tensão, choro, recusa do
tratamento, podendo chegar à lipotimia. O medo pode levar à exagerada contração
muscular, impedindo a penetração da agulha, acarretando acidentes ou a
contaminação acidental do material. É sempre de grande importância orientar o
cliente, e acalmá-lo, antes da aplicação. Nos casos extremos, esgotados os recursos
psicológicos, faz-se necessária uma imobilização adequada do cliente, a fim de evitar
outros danos.
Os traumas tissulares são de etiologias diversas, podendo ser consequentes à agulha
romba ou de calibre muito grande, que causa lesão na pele ou ferimentos,
hemorragias, hematomas, equimoses, dor, paresias, parestesias, paralisias, nódulos e
necroses, causando por técnica incorreta, desconhecimento dos locais adequados para
as diversas aplicações, falta de rodízio dos locais de aplicação ou variações anatômicas
individuais
Injeção Intradérmica (ID)
É a aplicação de drogas na derme ou córion.

Observações
• A injeção ID não deve usar a limpeza com álcool
• A substância injetada deve formar uma pequena pápula na pele
• A penetração da agulha não deve passar de 3 mm (somente o bisel).
• Após não deve fazer massagem.
• A quantidade a ser usada é 0,1 ml a 0,5 ml
• Angulação da agulha: 10º a 15º
Injeção Subcutânea (SC)
A via subcutânea, também chamada hipodérmica, é indicada
principalmente para drogas que não necessitam ser tão rapidamente
absorvidas, quando se deseja eficiência da dosagem e também uma
absorção contínua e segura do medicamento.
Volume Indicado: 0,1 ml a 2,0 ml.
Realizar o rodízio do local.
Ângulo da agulha: 90° ( 13/4 ou 13/4,5)
45° ( 25/7 ou 25/8).
•Caso utilize HEPARINA não devemos aspirar para não formar
hematoma no local.
•Para outras medições é recomendado realizar a aspiração,
certificando-se de que não houve punção de vaso sanguíneo.
•Não realizar massagem após a aplicação da INSULINA, pois pode
ocorrer aceleração no processo de absorção.
•Em caso de medicação que não tenha ação prolongada e que não
atue na coagulação sanguínea, uma massagem leve pode propiciar
melhor distribuição e absorção da medicação.
Injeção Intramuscular
É a deposição de medicamento dentro do tecido muscular. Depois da via
endovenosa é a de mais rápida absorção; por isso o seu largo emprego.
Na escolha do local para aplicação, é muito importante levar em
consideração:
a) a distância em relação a vasos e nervos importantes;
b) musculatura suficientemente grande para absorver o medicamento;
c) espessura do tecido adiposo;
d) idade do paciente;
e) irritabilidade da droga;
f) atividade do cliente;
Contraindicação:
Em crianças de 0 a 10anos;
Clientes com pequeno desenvolvimento muscular local,
principalmente idosos;
A irrigação e a inervação desta região
localizam-se a uma certa profundidade
O músculo vasto lateral é utilizado por ser considerado
desprovido de grandes nervos ou vasos, diminuindo assim
as complicações após a aplicação.

É também de fácil acesso, tanto para o paciente como


para o profissional.
Volumes administrados:

• Deltoide: dependendo da bibliografia entre 2 a 3 ml.

• Ventroglútea: dependendo da bibliografia entre 4 e 5 ml

• Vasto lateral: dependendo da bibliografia entre 4 e 5 ml

• Dorso glúteo: 5 ml

• Não se deve utilizar a região dorso glútea em crianças menores de 2 anos,


principalmente aquelas que não andam ainda; pessoas com atrofia dos
músculos da região, principalmente os idosos; pessoas que possuem lesões
vasculares, parestesia ou paralisia dos membros inferiores
Aplicação Método Trajeto Z
É utilizada para drogas irritativas para proteção da pele e de tecidos
subcutâneos, é um método eficaz na vedação do medicamento dentro dos
tecidos musculares.
Deve ser realizada em grandes e profundos músculos, como o Glúteo ou
ventro glúteo.
• Segure a pele esticada com a mão não dominante.
• Realizar introdução da agulha no músculo.
• Aspire a seringa após introdução da agulha no músculo sem soltar a pele.
• Atenção para o retorno do sangue que implica uma nova aplicação.
• Injete o medicamento lentamente, ao término da injeção permaneça com a
agulha introduzida aproximadamente por 10 segundos, permitindo melhor
distribuição do medicamento.
• Retire a agulha e solte a pele. A soltura implicará em vedação do orifício da
injeção impedindo o retorno da medicação.
Administração endovenosa

Permite a aplicação da medicação diretamente na corrente sanguínea, a dosagem


pode variar desde uma única dose até uma infusão contínua.
Acidentes que podem ocorrer durante a punção

• Não reencape a agulha após realizar o procedimento de aplicação – risco de


contaminação.
• Não esquecer o perfuro cortante no leito do cliente – risco para o cliente e para a
equipe.
• Durante a administração das medicações podem ocorrer alguns acidentes
relacionados á manutenção e permanência do dispositivo venoso.
• Extravasamento
• Obstrução
• Flebite
Descarte do Material Utilizado

Você também pode gostar