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QUESTÃO NORTEADORA
A cultura da Construção Civil deve ser norteada por um controle de qualidade que saiba
equilibrar o rigor normativo / técnico / da literatura acadêmica com as práticas de execução do
canteiro de obra e as ferramentas e equipamentos disponíveis no mercado local.
A começar a edificação pela sua fundação, devem-se ter preocupações específicas pois não se
trata somente das condições da estrutura, mas do meio geotécnico ao qual se encontra, o que
torna cada caso um caso e a investigação geotécnica essencial.
Enquanto os indiretos permitem um mapeamento visual das camadas (geoelétrico e/ou sísmico
e/ou radar), os semi-diretos (CPT – Cone Penetration Test) e diretos (sondagens SPT) permitem
a determinação da resistência das camadas. Mesmo as sondagens CPT apresentando resultados
mais completos, pois permitem tomadas de informação a cada centímetro e relaciona também
a Resistência de ponta (𝑅𝑃 ) com a Resistência Lateral (𝑅𝐿 ), as Sondagens SPT são amplamente
usadas no mercado. Muitas vezes, ainda, uma própria escavação ou trincheira no canteiro de
obras já serve para investigar as camadas e, a depender de alguma situação e porte da obra,
cabe a coleta de amostras indeformadas e a retirada de amostras para ensaios de resistência
em laboratório.
O planejamento das provas de carga deve conciliar o ritmo da obra com a necessidade de
intervenção para possíveis ajustes, de modo a não atrasar mas também não ser somente
fiscalizatório após quase tudo pronto. Ou seja, por exemplo, em um estaqueamento cabe a
prova de carga nas próprias estacas após instaladas cerca de 10% do total, de modo a ter função
preventiva.
A escolha do sistema e materiais a serem utilizados como estrutura de fundação pode ser
realizada levando em consideração não somente o custo de material e dos equipamentos, custo
dos operadores e etc.; mas também os prazos para a realização dos devidos ensaios de controle
de qualidade e os riscos a patologias atrelados à complexidade das etapas executivas.
Por exemplo, as estacas tipo Ômega podem escavar e compactar, diferentemente da Hélice
Contínua, evitando o bota-fora e melhorando o solo então compactado, permitindo estruturas
mais esbeltas na fundação (o que pode reduzir, então, o consumo de concreto). Logo, dentro de
algumas limitações técnicas (hélices contínuas podem ter diâmetro de até 1,40m enquanto o
diâmetro máximo da ômega é ~40cm) e logísticas (empresas que executam tipo ômega existem
no mercado próximo?) e financeiras, quem sabe é possível implementar algum método
alternativo.