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EFF 22550000 –– T
PPE maattuurraa II
Trraabbaallhhoo ddee FFoorrm
PPC C 22550000 –– T
CC maattuurraa IIII
Trraabbaallhhoo ddee FFoorrm
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Miirraannddaa A
Arraaúújjoo 33111155997777
O desenvolvimento deste trabalho de formatura está estruturado em torno de 5 temas principais: (1)
aspectos organizacionais, intitucionais e ambientais, (2) planejamento, (3) projeto, (4) métodos
construtivos e equipamentos, (5) análise crítica e conclusões. Desta forma, o grupo pretende realizar
integralmente um projeto de engenharia, bem como analisá-lo criticamente.
Temos por objetivo último reunir elementos para o projeto Passarela em Estrutura Metálica, enfatizando
as diretrizes para concepção, dimensionamento estrutural e metodologia construtiva.
1
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 7
1.1. Identificação do Problema ........................................................................................... 7
1.2. Objetivo do Projeto ..................................................................................................... 8
1.3. Atividades Programadas.............................................................................................. 8
2. O PLANO DIRETOR DA CUASO DE 2001.................................................................... 10
2.1. O Traçado Proposto no Plano .................................................................................... 10
2.2. A CUASO no Contexto Urbano ................................................................................ 10
2.3. Caminhos de Pedestres.............................................................................................. 11
2.4. Enquadramanto da Obra em Linhas Gerais................................................................ 11
2.5. Fonte de Recursos e Investimentos............................................................................ 11
3. LOCALIZAÇÃO E TRAÇADO – ANÁLISE DE ALTERNATIVAS .............................. 13
3.1. Gabaritos de Vãos ..................................................................................................... 13
3.1.1. Vias Rodovíárias e Férreas ................................................................................ 13
3.1.2. Rio Pinheiros..................................................................................................... 13
3.2. Restrições ................................................................................................................. 14
3.2.1. Promoção da Mobilidade e Inserção Social........................................................ 14
3.2.2. Limitações Dimensionais................................................................................... 14
3.2.3. Economia .......................................................................................................... 15
3.3. Interferências ............................................................................................................ 15
3.3.1. Linhas Aéreas.................................................................................................... 15
3.3.2. Condutos e Galerias........................................................................................... 15
3.4. Alternativas de Lançamento (em Planta e Elevação).................................................. 15
3.4.1. Passarela Praça do Relógio – Estação Villa-Lobos............................................. 16
3.4.2. Passarela Estação Cidade Universitária – CUASO............................................. 16
3.4.3. Passarela Estação Cidade Universitária – Praça Alberto Rangel......................... 17
4. ESTUDO DA REGIÃO .................................................................................................... 18
4.1. A Estação Cidade Universitária................................................................................. 18
4.2. Linhas aéreas ............................................................................................................ 18
4.3. Entrada de Pedestres da CUASO............................................................................... 19
4.4. Áreas Disponíveis, Caminhos para Circulação e Acessos .......................................... 20
5. ESTUDO DIMENSIONAL PRELIMINAR...................................................................... 22
5.1. Acessibilidade para Deficientes Físicos ..................................................................... 22
5.1.1. Referências........................................................................................................ 22
5.1.2. Definições ......................................................................................................... 22
5.1.3. Decisões............................................................................................................ 23
5.2. Estudo e Determinação da Demanda ......................................................................... 24
5.2.1. Nível de Serviço ................................................................................................ 25
5.2.2. Cálculo da Demanda.......................................................................................... 26
5.2.3. Dimensionamento.............................................................................................. 27
6. MODELO ARQUITETÔNICO-ESTRUTURAL .............................................................. 29
6.1. Diretrizes para Escolha do Modelo............................................................................ 29
6.2. Modelos de Acesso ................................................................................................... 29
6.3. Modelos Estruturais .................................................................................................. 31
6.4. Direcionadores de Fluxo ........................................................................................... 38
6.5. Escolha dos Modelos Empregados ............................................................................ 38
6.5.1. Elementos da Treliça ......................................................................................... 38
7. CANTEIROS DE OBRAS................................................................................................ 40
7.1. Identificação dos Canteiros e seus Elementos............................................................ 40
7.2. Estudo do Acesso aos Canteiros ................................................................................ 42
2
7.3. Detalhamento dos Canteiros...................................................................................... 44
8. MÉTODO CONSTRUTIVO............................................................................................. 50
8.1. Método Construtivo e seu Impacto no Empreendimento............................................ 50
8.2. Disponibilidade de Espaço para Canteiro(s) e Montagem .......................................... 51
8.3. Segurança na Fase Executiva..................................................................................... 52
8.4. Proposição do Método Construtivo............................................................................ 52
8.4.1. Células da Treliça e Lançamento de Pilares ....................................................... 53
8.5. Descrição Geral da Metodologia de Montagem dos Módulos Construtivos................ 59
8.5.1. Metodologia de Montagem e Execução dos Módulos Críticos ........................... 60
8.5.2. Metodologia de Montagem e Execução dos Módulos Não-Críticos.................... 73
8.6. Proposição de Sequência Executiva........................................................................... 74
9. DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA TRELIÇADA .............................................. 76
9.1. Identificação e Quantificação das Cargas .................................................................. 76
9.2. Premissas para Dimensionamento ............................................................................. 77
9.3. Memorial de Cálculo ................................................................................................. 78
9.4. Resumo do Dimensionamento................................................................................... 87
9.5. Verificações quanto ao Método Construtivo .............................................................. 90
10. CONSIDERAÇÕES SOBRE OS PILARES.................................................................. 93
11. ESTUDO DO SUBSOLO E ESCOLHA DAS FUNDAÇÕES ...................................... 97
11.1. Critérios de Escolha e Dimensionamento............................................................... 97
11.2. Avaliação Preliminar das Sondagens ..................................................................... 97
11.3. Identificação de Limitações e Condicionantes ..................................................... 101
11.4. Descrição do Método........................................................................................... 103
11.5. Dimensionamento da Fundação do Pilar Crítico .................................................. 103
11.5.1. O Diâmetro do Estaca...................................................................................... 104
11.5.2. O Comprimento da Estaca ............................................................................... 105
11.5.3. Resultados....................................................................................................... 106
12. MATERIAIS .............................................................................................................. 107
12.1. Vedação vertical.................................................................................................. 107
12.1.1. Venezianas ...................................................................................................... 107
12.2. Cobertura ............................................................................................................ 110
12.2.1. Telhas.............................................................................................................. 111
12.2.2. Isolamento Térmico e Acústico – Lã de Rocha ................................................ 112
12.3. Laje..................................................................................................................... 113
12.4. Piso ..................................................................................................................... 115
12.5. Corrimão............................................................................................................. 116
13. CONTRATO .............................................................................................................. 117
14. CONCLUSÃO............................................................................................................ 119
15. ANÁLISE CRÍTICA................................................................................................... 120
16. REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 121
16.1. Publicações ......................................................................................................... 121
16.2. Contatos.............................................................................................................. 121
16.3. Internet................................................................................................................ 121
3
ÍNDICE DE FIGURAS
4
Figure 50 - Planta em escala da distribuição dos módulos construtivos. .................................... 58
Figure 51 - Interrupção do tráfego para alocação do módulo 1. ................................................. 61
Figure 52 - Rota alternativa para alocação dos módulos 2 e 3. .................................................. 62
Figure 53 - Interrupção para alocação do módulo 6................................................................... 64
Figure 54 - Interrupção para alocação do módulo 5................................................................... 65
Figure 55 - Lançamento do módulo 8. ...................................................................................... 67
Figure 56 - Momentos fletores invertidos.................................................................................. 68
Figure 57 - Interrupção para o lançamento dos módulos 8, 9 e 10. ............................................ 69
Figure 58 - Lançamento do módulo 10...................................................................................... 70
Figure 59 - Possibilidade de tombamento do pilar P1 no lançamento dos módulos 10 e 11. ...... 71
Figure 60 - Momentos fletores durante execução e finais. ......................................................... 72
Figure 61 - Lançamento do módulo 9. ...................................................................................... 73
Figure 62 - Proposição da sequência executiva. ........................................................................ 75
Figure 63 - Croqui da treliça horizontal plana de fundo de um módulo padrão. ......................... 78
Figure 64 - Modelo estrutural de uma viga central de fundo...................................................... 79
Figure 65 - Modelo estrutural de uma viga central de fundo...................................................... 80
Figure 66 - Modelo estrutural para vigas transversais. Vista da seção transversal. ..................... 81
Figure 67 - Modelo da treliça plana horizontal para ilustrar ação de cargas de vento................. 81
Figure 68 - Modelo de treliça plana vertical para ilustrar diagonais........................................... 83
Figure 69 - Seção transveral para visualização dos banzos críticos............................................ 84
Figure 70 - Trechos que apresentam peculiaridades construtivas relevantes. ............................. 90
Figure 71 - Desenho esquemático de um pilar-parede tipo. ....................................................... 93
Figure 72 - Figura que ilustra apoio de dois trechos de treliça num pilar. .................................. 94
Figure 73 - Esquema plano com eixos e esforços atuantes nos pilares. ...................................... 95
Figure 74 - Sondagem de local próximo à passarela.................................................................. 98
Figure 75 - Sondagem de local próximo à passarela.................................................................. 99
Figure 76 - Sondagem de local próximo à passarela................................................................ 100
Figure 77 - Execução de estaca-raiz na Estação da Luz do metrô. ........................................... 101
Figure 78 - Equipamento para execução de estaca-raiz............................................................ 102
Figure 79 - Desenho esquemático de bloco de fundações sobre quatro estacas-raiz. ................ 104
Figure 80 - Passarela da Estação Socorro da CPTM................................................................ 107
Figure 81 - Detalhe da veneziana e de ventilação. ................................................................... 108
Figure 82 - Formatos das aletas das venezianas de PVC.......................................................... 109
Figure 83 - Esquema ilustrativo da telha com isolamento térmico acústico. ............................ 110
Figure 84 - Estação Acesso Norte do metrô de Salavador, Bahia............................................. 111
Figure 85 - Tela metálica curva em entreposto alfandegário de Sorocaba, São Paulo. ............. 111
Figure 86 - Telha LR-25 para cobertura da Perfilor................................................................. 112
Figure 87 - Características geométricas da telha LR-25 para cobertura da Perfilor. ................. 112
Figure 88 - Lã de rocha em forma de manta. ........................................................................... 113
Figure 89 - Lã de rocha em forma de placa. ............................................................................ 113
Figure 90 - Laje em steel deck sobre viga metálica. ................................................................ 114
Figure 91 - Esquema de laje tipo steel deck. ........................................................................... 114
Figure 92 - Execução de laje em steel deck. ............................................................................ 115
Figure 93 - Piso emborrachado plurigoma. ............................................................................. 115
Figure 94 - Atividades gerenciadas pela empreiteira a ser contratada. ..................................... 118
5
ÍNDICE DE TABELAS
6
1. INTRODUÇÃO
Esta necessidade está explicitada no Plano Diretor da CUASO de 2001. O Plano referido, traz, como
convém, a proposição de um projeto para suprir essa necessidade e um levantamento preliminar de
informações, principalmente, aquelas que dizem respeito à Universidade de São Paulo – USP.
O projeto proposto é a realização de uma passarela 2 cujo traçado permitirá a conexão da CUASO, a partir
da Praça do Relógio, à futura estação Villa-Lobos, da linha 2 da Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos – CPTM.
A necessidade que se verifica está calcada na dificuldade de acesso à CUASO tanto daqueles que se
utilizam dos trens metropolitanos para ir e vir, quanto daqueles que vêm (vão) da (para a) margem oposta
do Rio Pinheiros em relação à posição da CUASO e efetuam a travessia da ponte a pé ou utilizando
veículo não motorizado.
1
É à Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira que se refere quando se utilizam os termos: Cidade
Universitária, CUASO e campus.
2
Uma passarela é um equipamento urbano – uma pequena ponte – que permite a travessia de pedestres, com
segurança e conforto, sobre vias e/ou acidentes geográficos.
3
Na categoria mobiliário urbano estão incluídos os semáforos e a sinalização de trânsito, tanto para pedestres quanto
para veículos automotores.
7
1.2. Objetivo do Projeto
• Permitir acesso com segurança e conforto: Garantir que a travessia das Marginais, da via férrea e
do Rio Pinheiros se dê de forma adequada, ou seja, deve haver o oferecimento de condições
aceitáveis para o bem estar, no sentido amplo e irrestrito, dos pedestres.
• Reduzir o tempo de acesso: Caminhos mais bem traçados, que não sofram interferências externas
e que não estejam condicionados a outras vias, permitem a redução do tempo dispendido para
deslocamento. O direcionamento do fluxo, é, portanto, essencial.
• Respeitar diversidade e limitações: Deve-se permitir ao deficiente físico e/ou mental, bem como
aos portadores de quaisquer limitações, o acesso irrestrito à cidade, em especial às dependências
públicas – como é o caso da USP.
• Incentivar utilização do transporte público: A universidade deve ser acessível a todos, sem
distinção social. Aqueles que utilizam o transporte público por necessidade ou opção devem ter o
acesso facilitado. Ao mesmo tempo, é interessante incentivar a utilização do transporte público
com a finalidade de desafogar a CUASO do intenso fluxo de automóveis por que é solicitada.
As atividades são listadas a seguir. É importante ressaltar que embora a estruturação apresentada siga
uma cadência lógica, as atividades não exigiram, necessariamente, dedicação exclusiva, bem como não
tiveram sequência rígida.
8
• Localização e traçado: estudo de alternativas de traçado; restrições; gabaritos de vãos;
interferências; lançamento em planta e elevação; modelo arquitetônico-estrutural.
• Conclusão.
• Análise Crítica.
9
2. O PLANO DIRETOR DA CUASO DE 2001
A passarela deve atender aos requisitos contidos no Plano Diretor, pois este é resultado do planejamento
feito para o desenvolvimento da CUASO. O Plano é composto por diretrizes que buscam orientar e
regular todas e quaisquer atividades e medidas – referentes à manutenção ou à modificação de aspectos –
que se dêem no ambiente da Cidade Universitária.
Tem-se que a Cidade Universitária deve conter um tecido de caminhos de pedestres integrado e funcional,
que atenda às necessidades daqueles que se utilizam das dependências da Universidade.
Para atendimento da integração e da funcionalidade, decidiu-se ter a passarela ligando a Praça do Relógio
à planejada Estação Villa-Lobos da CPTM. A escolha da Praça do Relógio como ponto de partida para
essa passarela se deu pois esta praça foi identificada como ponto de convergência de todo o Plano da
USP, tal como concebido. Conforme o Plano, existiem dois principais eixos ordenadores da implantação
física: o eixo paralelo ao Rio Pinheiros e o eixo perpendicular a este mesmo Rio. Essa passarela viria
compor o eixo ordenador perpendicular ao Rio.
A CUASO situa-se num setor da cidade de São Paulo completamente urbanizado, tendo como vias
importantes em seu entorno a Av. Eng. Billings (Marginal do Rio Pinheiros), a Av. Escola Politécnica, a
Av. Corifeu de Azevedo Marques, a Av. Vital Brasil e a Rua Alvarenga.
10
[Fonte: www.hottopos.com]
2.3. Caminhos de Pedestres
• Interligação entre as diversas áreas internas do campus: áreas acadêmicas, equipamentos de apoio
e residência estudantil;
A passarela desenvolvida é parte do segundo grupo, que abrange os caminhos que interligam a CUASO
ao entorno.
O sistema de transporte urbano mencionado é composto por três principais meios: (1) os ônibus urbanos e
metropolitanos, (2) o sistema ORCA de vans4 e (3) os trens metropolitanos da CPTM5.
Dentre os meios citados, seriam beneficiados todos os 3, embora (2) e (3) receberiam, de forma direta,
maior influência.
A Universidade é área pública de uso especial, ou seja, existe um uso público específico que justifica sua
existência. O planejamento, a expansão e a gestão destas áreas são primordiais. Deve-se dar prioridade
absoluta às atividades que envolvem os interesses institucionais.
A passarela estudada é de interesse da instituição. Ela goza, portanto, de exeqüibilidade garantida, embora
seu projeto deva ser submetido à aprovação de comissão competente. Imagina-se que a mesma comissão6
que elaborou o Plano Diretor dê continuidade ao processo.
Os agente de expansão dentro da CUASO a que compete a decisão sobre a passarela é o COESF (ex-
FUNDUSP). O COESF é dependência pública, parte da Universidade, reponsável pelo gerenciamento e
alocação de recursos do orçamento universitário, que cuida, portanto, do interesse institucional global.
No entanto, pode haver interesse pelo projeto das Unidades, que cuidam de interesses setoriais; das
entidades agregadas, focadas em si mesmas; e de terceiros, que têm interesses essencialmente
particulares.
4
Este sistema integra a Estação Cidade Universitária da CPTM à Estação Vila Madalena do Metrô.
5
O acesso, mais especificamente, se dá pelas estações Cidade Universitária e Jaguaré.
6
O documento não especifica quem são os particpantes desta comissão.
11
Os financiamentos de expansão, ou seja, os recursos para realização de obras de qualquer natureza dentro
da CUASO podem provir do orçamento, de instituições de fomento, de receita da própria instituição e/ou
de terceiros.
12
3. LOCALIZAÇÃO E TRAÇADO – ANÁLISE DE ALTERNATIVAS
A localização e traçado da passarela devem ser tais que permitam que os objetivos, já mencionados,
sejam atingidos. É necessário, ainda, que a passarela respeite os gabaritos de vãos das vias – rodoviárias e
ferroviárias – e do Rio Pinheiros, que esteja em harmonia com as restrições identificadas, e que respeite
as possíveis interferências. Outras condições podem se impor e são analisadas conforme necessidade.
Em relação ao gabarito de vãos das vias, decidiu-se por ser coerente com o que já existe, ou seja, decidiu-
se seguir os parâmetros dimensionais já estabelecidos nas pontes sobre o Rio Pinheiros, em especial, aos
parâmetros da Ponte Cidade Universitária
A altura máxima para trânsito sob essa ponte é limitada a 5,5 metros. Nas alças de acesso à Rua
Alvarenga decidiu-se, da mesma forma, manter o gabarito de 5,5 metros, visto que há trânsito de veículos
de grandes dimensões – dentre os quais caminhões com até 5,0 metros de altura – em direção às Rodovias
Raposo Tavares e Regis Bittencourt.
O gabarito de 5,50 metros está de acordo com o que estipula o Departamento de Estradas de Rodagem –
DER.
É válido lembrar, no entanto, que a efetiva implantação e utilização da hidrovia está condicionada a
diversas medidas a serem tomadas antes que o Rio Pinheiros possa ser utilizado para fins de navegação.
Tais medidas são, por exemplo, o rebaixamento da calha e o aumento da profundidade útil, a dragagem de
sedimentos e dejetos do fundo do leito em pontos específicos, a despoluição e a recuperação a partir da
deplorável situação atual. Ações similares devem ser postas em prática para o Rio Tietê.
Outro agravante, que de forma alguma pode ser omitido, é a existência de usinas elevatórias ao longo do
rio. Essas usinas, construídas com o objetivo de promover a reversão do Rio Pinheiros – embora hoje só
sejam utilizadas em casos emergenciais –, precisam ceder espaço às embarcações. Duas alternativas são
possíveis: a construção de obras de transposição ou a demolição das usinas elevatórias existentes.
Baseando-se na situação e nas dificuldades descritas, não se pode fazer considerações precisas sobre a
utilização futura do rio. Optou-se, desta forma, por atentar para a possibilidade de prática de navegação
13
no rio. Para tanto, decidiu-se adotar como gabarito de vão mínimo para a passarela, o gabarito da Ponte
Cidade Universitária. A altura mínima da passarela em relação ao nível máximo do rio é, portanto, maior
ou igual a 7,00 m.
As principais características gerais das embarcações que utilizam como via o Rio Tietê, no trecho de
Barra Bonita, merecem menção aqui, pois, se a hidrovia realmente for implementada futuramente, as
melhores hipóteses que podem ser feitas no presente momento devem se referir a estes dados:
3.2. Restrições
Com o intuito de promover a mobilidade e a inserção social, ao facilitar a travessia de uma margem à
outra do rio, especial atenção foi dada ao atendimento das condições exigidas para acesso de deficientes
físicos, especificadas na norma NBR 9050.
Tais restrições condicionam, principalmente, o perfil vertical da ponte, o que inclui as cotas de entrada e
saída nos extremos.
Deve ser identificar como restrição a dificuldade de execução da passarela em meio tão densamente
ocupado. Esta restrição faz com que a traçado esteja condicionado à necessidade de elementos com
limitações dimensionais, pela dificuldade de produção e/ou acesso, e a procedimentos executivos que
exijam área de canteiro limitadas, pois não há grandes áreas disponíveis no entorno.
14
3.2.3. Economia
Identifica-se como restrição a limitação orçamentária para a realização da passarela. Busca-se, portanto,
uma solução que tenha o traçado otimizado, ou seja, que permita os movimentos de travessia pretendidos
– travessia das vias férreas e rodoviárias, do Rio Pinheiros e dos acessos da Av. Eng. Billings à Ponte
Cidade Universitária e à Rua Alvarenga – requerendo o traçado mais curto possível.
3.3. Interferências
Identifica-se como interferência o conjunto de linhas elétricas aéreas de alta tensão, pois acompanham os
limites da CUASO, atravessando o Rio Pinheiros – em traçado esconso à ponte e ao rio – no trecho em
que é possível localizar a passarela.
É necessário, portanto, condicionar o traçado da passarela ao deste conjunto de linhas aéreas, já que não
pode haver contato entre ambos e o reposicionamento das mesmas é inviável técnica e economicamente –
geraria um transtorno à cidade incompatível com os benefícios da obra em execução7.
A área em que é necessário construir a passarela tem seu subsolo ocupado por inúmeros condutos de
serviços de infra-estrutura – água, esgoto, gás – bem como por galerias da canalização de um curso
d’água. A existência dessas instalações condiciona o posicionamento dos apoios e a escolha das
fundações.
A planta cadastral da região (ANEXO A) foi utilizada como guia para que as interferências fossem
identificadas e para que a obra pudesse ser locada sem que fosse necessário relocar qualquer das
estruturas enterradas.
Decidiu-se realizar o estudo de alternativas de traçado de forma a se obter uma solução viável, ou seja,
em acordo com os gabaritos de vãos, bem como com as restrições e interferências que se previu.
7
Especula-se que sua execução custaria mais que a própria passarela, conforme afirma o Eng. Renato Pena, da
CPTM.
15
3.4.1. Passarela Praça do Relógio – Estação Villa-Lobos
Partiu-se, inicialmente, da sugestão contida no Plano Diretor da CUASO de 2001: traçado retilíneo com
extremos na Praça do Relógio e na Estação Villa-Lobos da Linha 2 da CPTM.
Buscou-se justificar a viabilidade deste projeto original, mas foram levantadas questões que o
desqualificaram como potencial solução, pois:
• Estação Villa-Lobos: a estação que se previa possível em 2001, segundo o Engenheiro Renato
Pena, representante da CPTM, não mais existirá. São três as justificativas apresentadas: (1) a
Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, ao contrário do que se previa, não fará parte do
metrô, será mantida sua operação independente – as empresas têm critérios operacionais distintos
e planejamento independente –; (2) a velocidade de operação dos trens não permite – e não
permitirá em horizonte próximo – que se estabeleça outra estação entre as já existentes Estação
Cidade Universitária e Estação Jaguaré sem que a operação da linha 2 seja prejudicada; (3) a
demanda atual e projetada, segundo simulação em modelo específico, não justifica a criação da
Estação Villa-Lobos.
• As linhas aéreas: no trecho em que se imagina a Estação Villa-Lobos as linhas aéreas são
paralelas e bastante próximas aos trilhos; haveria, portanto, essa interferência a ser resolvida.
Propôs-se, como solução, em seguida, uma passarela que ligasse a Estação Cidade Universitária à
CUASO, com traçado oblíquo ao Rio a à Ponte Cidade Universitária. No entanto, novamente, foi
desqualificada:
• As linhas aéreas: no trecho em que a passarela adentraria ao campus, as linhas aéreas gerariam
interferências.
• A CUASO: normas rígidas de acessibilidade estabelecidas pela CUASO incluem, por exemplo, a
necessidade de monitoramento e a regulação do horário de funcionamento. A criação de uma
passarela com acesso direto ao campus estaria condicionada à política vigente.
• Conflito urbanístico: o traçado proposto, visto no contexto da cidade de São Paulo, geraria um
conflito: a Ponte é paralela ao Rio e já existe um duto elevado de grandes dimensões esconso em
relação a ponte (ANEXO B); a passarela seria um terceiro elemento, discordando do que já
existe, desarmonizando o conjunto.
16
3.4.3. Passarela Estação Cidade Universitária – Praça Alberto Rangel
Como terceira alternativa, decidiu-se localizá-la paralela a Ponte Cidade Universitária, ligando a Estação
de mesmo nome à praça Alberto Rangel, próxima à entrada de pedestres já existente da CUASO,
denominada FEPASA8.
Identificou-se a necessidade de um direcionador de fluxos para esta solução, pois a passarela, agora,
atende àqueles que buscam ambos os lados da Rua Alvarenga (no trecho da Alvarenga imediatamente
após a Ponte Cidade Universitária) ou que desejam realizar a travessia das alças da Marginal Prinheiros.
Esta terceira alternativa foi escolhida. No ANEXO C deste relatório, é apresentado, em planta, o traçado
definitivo. No anexo D, é apresentado o traçado em elevação.
Esta alternatiiva caracteriza-se por traçado horizontal retilíneo, bastante simples, e traçado vertical
descomplicado que não impõem restrição quanto a escolha de tecnologia estrutural e facilitam a etapa
construtiva.
8
Nome dado à entrada em referência à antiga companhia que operava os trens.
17
4. ESTUDO DA REGIÃO
Definidos o traçado e a localização da passarela, uma análise mais detalhada do entorno se faz necessária
para definição do alcance das ações a serem empreendidas, bem como, para que se tenha à disposição
informações de melhor qualidade e mais específicas.
A Estação Cidade Universitária, assim como as demais estações da mesma linha de trens metropolitanos,
tem projeto padronizado.
A Estação é composta por uma estrutura de concreto armado, em forma de paralelepípedo, elevada,
apoiada sobre pilares. O acesso à Estação se dá por meio de uma passarela de concreto armado que
permite o trânsito de pedestres a partir da guia externa da Marginal local. O acesso à área de embarque
nos trens, é dado por duas escadas, também em concreto armado, uma de cada lado da estação elevada.
Neste projeto, adotou-se a alternativa de traçado que exige supressão de uma das escadas da Estação à
plataforma de trens para locação de um dos acessos da passarela. Esta escada pode ser vista tal como é
hoje, na figura seguinte.
Para projeto do novo acesso, decidiu-se por não apoiá-lo diretamente na estrutura da Estação. Decidiu-se
pela construção de um pilar exclusivo.
As linhas elétricas aéreas de alta tensão – mencionadas anteriormente –, que condicionaram o traçado da
passarela, podem ser vistas a seguir. Tais linhas, não podem ser relocadas ou rebaixadas.
18
Figure 4 - Linhas aéreas próximas aos muros da CUASO.
[Fonte: Arquivo do grupo]
19
Propõe-se, portanto, que seja realizado um projeto de paisagismo e urbanização que torne esta região –
parte do trajeto daqueles que acessariam a faculdade utilizando a passarela – mais agradável e mais
atrativa. Propõe-se que a Universidade de São Paulo cuide permanentemente desta área, por meio de
atividades de manutenção preventiva e corretiva, tais como jardinagem e limpeza.
A operação do portão de acesso FEPASA deve seguir a rotina já estabelecida pela universidade.
Analisando-se a região, identificaram-se áreas, caminhos e acessos potencialmente úteis para realização
da obra. Imagina-se que possam ser utilizados para canteiro de obras – áreas de usinagem, montagem,
armazenamento, alojamento – e para transporte de materiais e equipamentos.
20
Figure 9 - Caminho interno à marginal, próximo à CUASO.
[Fonte: Arquivo do grupo]
21
5. ESTUDO DIMENSIONAL PRELIMINAR
A passarela visa à melhora da acessibilidade. Deve-se conceder, para tanto, especial atenção ao
atendimento das condições de conforto e segurança necessários para os deficientes físicos. Para cumprir
esse objetivo, procedeu-se à consulta à norma brasileira pertinente ao assunto: NBR 9050 – Acessibilidade
de pessoas portadoras de deficiências a edificações, espaço mobiliário e equipamentos urbanos.
A seguir, comentam-se alguns dos aspectos e características aplicáveis e importantes à passarela proposta.
5.1.1. Referências
No início do texto da norma NBR 9050, atenta-se para a consulta aos seguintes documentos:
Além de mencionar explicitamente que “a observância do estabelecido nesta norma não desobriga o
cumprimento de outras disposições na legislação federal, estadual e municipal”.
5.1.2. Definições
Cabe, neste momento, apresentar as definições aceitas pela normalização relacionadas à proposta da
passarela. Estas definições são essenciais para que sejam acompanhadas e entendidas as decisões tomadas
com base nesta norma.
22
• Deficiência ambulatória parcial: Deficiência que faz a pessoa se movimentar com dificuldade ou
insegurança, usando ou não aparelhos ortopédicos ou próteses.
• Deficiência sensorial visual: Deficiência total ou parcial da visão que possa causar insegurança ou
desorientação à pessoa.
• Deficiência sensorial auditiva: Deficiência total ou parcial da audição que possa causar
insegurança ou desorientação à pessoa.
• Desenho universal: Aquele que visa a atender à maior gama de variações possíveis das
características antropométricas e sensoriais da população.
5.1.3. Decisões
O projeto da passarela procura atender à maior variedade possível de potenciais usuários e, para tanto,
tem desenho universal, ou seja, procura atender também aos portadores de deficiência ambulatória total,
sensorial auditiva e sensorial visual.
23
Figure 12 - Parâmetros antropométricos relevantes para portadores de deficiência ambulatória.
[Fonte: NBR 9050]
Considerações adicionais devem ser citadas em relação ao tipo de piso. Deve possuir superfície regular,
estável e antiderrapante, sob quaisquer condições climáticas. Deve-se proceder à montagem do tabuleiro e
piso com extremo cuidado, evitando a criação de desníveis que propiciem quedas, além de prover faixas
de piso de cor e textura diferenciadas para melhor atendimento às pessoas com deficiência visual. São
necessárias também guias de balizamento em forma de ressaltos de, no mínimo, 5 cm, para orientação
destas pessoas.
Deve-se prover largura mínima de 1,20 m para circulação de uma pessoa e uma cadeira de rodas e 1,50 m
para a circulação de duas cadeiras de rodas.
Os guarda-corpos usuais para passarela são adequados aos deficientes, pois a função permanece a mesma
em relação aos não portadores: proporcionar segurança no trajeto e impedir quedas acidentais pelas
laterais da passarela. Maiores detalhes serão obtidos a partir da evolução dos aspectos referentes à
estruturação e arquitetura.
Todas estas considerações e eventuais outras que se fazem necessárias no decorrer do desenvolvimento
do projeto são respeitadas e providas, atuando como diretrizes e restrições do mesmo, como pode-se
observar em outros tópicos deste relatório.
No entanto, pode-se afirmar, desde já, que o maior desafio do ponto de vista geométrico, posto que a
passarela está situada em cota elevada, é garantir o acesso de usuários em cadeiras de rodas.
Para determinar a largura mínima necessária pela passarela em estudo realizou-se uma pesquisa
bibliográfica sobre o tema, buscando a correlação entre a demanda que utilizará a passarela e a largura
requerida para abrigar o trânsito de pedestres pela mesma, obedecendo-se a um nível de serviço pré-
estabelecido, considerando-se a questão da acessibilidade discutida anteriormente.
24
Para este cálculo considerou-se alguns dados específicos, tais como: a demanda prevista no período de
máxima utilização – o horário de pico –, o nível de serviço desejado em projeto para a capacidade da
passarela e a velocidade de locomoção dos pedestres que dela se utilizam.
Inicialmente, cabe descrever e explanar sobre o conceito de nível de serviço e sua classificação.
Nível de serviço de uma passarela, ou qualquer via que comporte tráfego motorizado ou não, pode ser
descrito como a qualidade que o usuário da mesma percebe ao utilizar a estrutura, afetando a capacidade
da via em razão da resposta psicológica do usuário às condições do fluxo, pois os mesmos tendem a se
comportar com maior ou menor nível de alerta em decorrência do desconforto de situações que lhes
parecem de maior risco.
Os fatores que afetam o nível de serviço de uma passarela são basicamente a velocidade com que os
pedestres se locomovem sobre a mesma, a distância entre os transeuntes durante a travessia, a facilidade
de ultrapassar outro pedestre em ritmo mais lento e a probabilidade de um pedestre colidir contra – ou
esbarrar em – outro durante seu percurso na passarela.
• Nível A: Neste nível o espaço para cada pedestre deve ser superior a 5,6 m2 e o fluxo de pedestres
deve ser inferior a 16 p/min*m (pedestres/minuto*metro). Nesta situação os pedestres podem
trafegar sem se preocupar com a movimentação dos demais, podendo desenvolver a velocidade
que lhe convier e os esbarrões entre os usuários são raros.
• Nível B: Neste nível o espaço para cada pedestre situa-se entre 3,7 m2 e 5,6 m2 e o fluxo deve se
situar entre 16 e 23 p/min/m. Nesta condição os pedestres têm espaço suficiente para se
locomover na velocidade que desejarem, para ultrapassar outros pedestres e evitar esbarrões. É
neste nível em que a atenção em relação aos demais pedestres ao longo da passarela começa a ser
exigida.
• Nível C: Nesta condição de serviço o espaço para cada transeunte deve se situar entre 2,2 m2 e 3,7
m2 e o fluxo entre 23 e 33 p/min*m. Nesta situação o espaço é suficiente para os pedestres
desenvolverem velocidades normais, num ritmo de caminhada. Entretanto, a probabilidade de
colisões passa a ser ligeiramente maior e as velocidades individuais passam a ser influenciadas
pelos demais usuários.
• Nível D: Nesta condição de utilização o espaço para cada pedestre encontra-se entre 1,4 m2 e 2,2
m2 e o fluxo entre 33 e 49 p/min*m. Nesta circunstância passa-se a sofrer restrições na escolha da
velocidade e da ultrapassagem de outros pedestres. Passa a existir uma grande probabilidade de
ocorrerem esbarrões, o que passa a requerer uma freqüente mudança de direção e de velocidade.
25
Este nível de serviço ainda permite um bom fluxo de pedestres, mas, acentuadamente mais do que
o nível anterior, a interação entre eles torna-se freqüente.
• Nível E: Neste nível o espaço individual para cada usuário oscila entre 0,75 m2 e 1,4 m2 e o fluxo
varia entre 49 e 75 p/min*m. Nesta situação pode-se considerar que todos os pedestres andam
numa mesma velocidade. O espaço passa a ser insuficiente para a realização de ultrapassagem a
pedestres mais vagarosos. Os choques são constantes e a demanda encontra-se próxima da
capacidade máxima da passarela, ocorrendo paradas e interrupções no fluxo de pedestres.
• Nível F: Nesta condição extrema o espaço para cada pedestre situa-se abaixo de 0,75 m2 e o fluxo
torna-se muito variável. Nesta situação a velocidade passa a ser a do bloco. Os esbarrões são
inevitáveis, o fluxo se torna instável, assumindo a configuração de fila.
Para o cálculo da demanda foram considerados alguns dados referentes à situação atual, obtidos junto a
CPTM e apresentados abaixo:
Usuários da Estação Cidade Universitária que vão à USP 10% 500 pessoas
O cálculo da demanda para daqui a 20 anos considerou um aumento no número de usuários do trem
devido às políticas de utilização de transporte público e, também, devido à construção da passarela. Os
valores obtidos são apresentados abaixo:
Usuários da Estação Cidade Universitária que vão à USP 40% 4.000 pessoas
Usuários da Estação que, no horário de pico, vão à USP 35% 3.500 pessoas
9
Considera-se horário de pico o intervalo matutino de início das aulas, das 7h às 8h30min.
26
5.2.3. Dimensionamento
3500
nº Usuários / min = ≅ 39 pedestres / min
1,5 * 60
Adotando-se o valor de 40 pedestres que adentram a passarela por minuto, deve-se escolher o nível de
serviço desejado para atender ao período de máxima demanda. Esta escolha influenciará, de forma
relevante, as posteriores etapas do dimensionamento.
Após a análise dos diversos níveis de serviço e suas distinções, optou-se por dimensioná-la para um nível
de serviço C em seu horário de pico, considerando-se um espaço para cada pedestre igual a 2,5 m2. De
posse destes valores é possível determinar a área necessária de passarela para abrigar os novos pedestres:
De tal modo, para obter a largura necessária a fim de suportar a demanda em horário de pico com
manutenção da situação de serviço nunca inferior ao nível C, é imprescindível o conhecimento da
velocidade média dos pedestres. Embasando-se no Highway Capacity Manual, constata-se que para uma
população (que fará uso da passarela) composta por, no máximo, 20% de pessoas de faixa etária acima
dos 65 anos, pode-se considerar um valor médio para a velocidade desenvolvida igual a 1,2 m/s. Pode-se
prosseguir com o cálculo da velocidade média de um usuário:
A partir deste dado, conjuntamente, com a área necessária por minuto, calculada previamente, é possível
uma estimativa inicial da largura requerida:
100
L= ≅ 1,39m
72
Porém, idealizada a ocorrência simultânea da demanda máxima em ambos os sentidos no horário de pico,
a largura deve ser duplicada, resultando em:
L = 2 * 1,39 = 2,78m
Atentando para a recomendação acerca da proximidade dos usuários aos extremos da passarela –
recomenda-se adicionais 50 cm em ambas as extremidades para que os usuários sintam-se confortáveis
em relação à altura –, obtém-se a largura final, igual a:
Portanto, a largura mínima necessária para se cumprirem os requisitos de demanda em horário de pico de
3.500 pedestres em 1,5 hora e que oferte um nível de serviço superior ou igual a C, é igual a 3,78 metros.
27
Considerados todos os cálculos precedentes, adota-se largura de 4,00 metros. Este valor atende à demanda
prevista para um horizonte de 20 anos, respeita o nível de serviço desejado e permite que se alcance
condições de estabilidade e esbeltez para a estrutura, em decorrência da existência de vãos relativamente
extensos, estimados, em princípio, em aproximadamente 80 metros.
Considera-se, por simplificação, que o tráfego de deficientes não vá alterar significativamente o fluxo na
hora de pico. Esta consideração é razoável visto que o dimensionamento prevê percentual de idosos (de
até 20%) mais elevado que o esperado, dada a composição por faixa etária da demanda esperada.
28
6. MODELO ARQUITETÔNICO-ESTRUTURAL
• Passarelas em aço são mais comumente utilizadas para situações em que a interrupção do tráfego
de vias grande movimento é necessária para sua construção;
• Estruturas metálicas demandam menores áreas de canteiro, pois têm um ciclo produtivo mais
simplificado, e, via de regra, têm tempo executivo menor.
Foram reunidas informações, imagens e referências de diferentes passarelas em aço existentes ao redor do
globo, com particular atenção àquelas presentes na cidade de São Paulo. Isto permitiu conhecer os
diferentes partidos arquitetônicos aplicados e obter diretrizes e parâmetros para a elaboração do desenho e
do arranjo da passarela.
Estão reunidas, a seguir, as diretrizes que orientam a escolha do modelo dentre os pesquisados:
• Deve permitir seção com largura de 4,00 metros, para atendimento da demanda.
São possíveis as seguintes alternativas para acesso à estrutura elevada que constitui a passarela: acesso em
rampa, acesso utilizando-se escadas, elevadores ou soluções mistas, que combinam uma ou mais das
formas citadas.
Para escolha do tipo de acesso, atenção maior é dada à dificuldade de acesso por deficientes, sobretudo,
por aqueles que apresentam deficiência ambulatorial total.
29
Figure 13 - Passarela dotada de 3 acessos orientados em direção ao fluxo. Barcelona, Espanha.
[Fonte: Estruturas Metálicas – Passarelas e Pontes para Dutos]
30
Figure 16 - Passarela com solução mista: acesso em rampa e escada helicoidal concomitantes.
[Fonte: Estruturas Metálicas – Passarelas e Pontes para Dutos]
Vários são os sistemas estruturais passíveis de utilização em passarelas. A seguir, são citados e descritos
aqueles que têm maior expressividade. A adequação ao projeto é analisada e observações são feitas,
conforme conveniência.
Vigas e pórticos de alma cheia: Utilizadas em pequenos e médios vãos devido à facilidade de
execução e simplicidade de projeto.
31
Treliças: Para o caso em estudo mostram-se bastante interessantes, pois a cobertura pode ser apoiada
com relativa simplicidade sobre a estrutura treliçada, além do fato desta estrutura ser uma das
alternativas mais econômicas do ponto de vista de projeto e execução.
32
Figure 21 - Passarela com estrutura em treliça descontínua. Reutlingen, Alemanha.
[Fonte: Estruturas Metálicas – Passarelas e Pontes para Dutos]
33
Figure 23 - Estrutura tipo Vierendeel interligando dois edifícios.
[Fonte: Estruturas Metálicas – Passarelas e Pontes para Dutos]
Arco: A escolha pela passarela em arco pode apresentar três configurações possíveis quanto à
posição relativa do tabuleiro em relação ao arco: tabuleiro inferior, tabuleiro intermediário e tabuleiro
superior. A estrutura é adequada e mais econômica para o vencimento de grandes vãos, porém,
apresenta desvantagens quanto à eficiência da cobertura, encarecendo seu custo, já que demanda
estrutura portante auxiliar.
34
Figure 25 - Passarela em arco com tabuleiro inferior. Miami, EUA.
[Fonte: Estruturas Metálicas – Passarelas e Pontes para Dutos]
35
Estais: É apropriada para grandes vãos, porém menos vantajosa economicamente e traz consigo
desvantagens com relação à cobertura, similarmente à estrutura em arco, além de uma complexidade
e custos maiores. É, portanto, pouco adequada ao projeto em questão, que não demandará grandes
esforços que justifiquem tal sistema.
36
Figure 30 - Passarela estaiada em Saltzgitter, Alemanha.
[Fonte: Estruturas Metálicas – Passarelas e Pontes para Dutos]
Pênsil: É econômica quando se faz necessário vencer grandes vãos livres. Novamente surge a
desvantagem quanto à cobertura da passarela. Outro ponto é a maior esbeltez e menor rigidez da
mesma, sobretudo se consideradas as hipóteses já mencionadas da importante influência das cargas de
vento e tráfego de pedestres.
37
6.4. Direcionadores de Fluxo
Direcionadores de fluxo são utilizados quando se tem necessidade de dividir o fluxo que transita sobre
uma passarela em mais de uma direção, ou seja, quando há mais de uma possibilidade de rota dentro de
uma passarela. Devido ao traçado da passarela deste trabalho, há necessidade de introdução de um destes
direcionadores de fluxo (ANEXOS C e D).
Dentre os sistemas analisados e suas características, por critério excludente, com enfoque especial nas
desvantagens e inadequações à situação em estudo, conclui-se que as mais sensatas escolhas são pelo
acesso em rampa e pela passarela metálica treliçada.
Para que se tenha pleno domínio sobre o que se discute deste ponto em diante, apresentamos a
conceituação dos termos ‘célula plana de treliça pré-montada’, ‘aduela’ e ‘módulo construtivo’.
• Célula plana de treliça pré-montada: pode ser facilmente entendida como a parte da treliça plana
vertical (ou seja, que fica nas laterais da passarela).
• Aduela: trecho de seção da passarela que contém 2 células planas, uma de cada lado (em azul),
três vigas no piso e duas na cobertura (em amarelo), e os travamentos horizontais no piso e na
cobertura (em vermelho).
38
Figure 33 - Desenho esquemático em perspectiva de uma aduela.
• Módulo construtivo: é o conjunto de uma ou mais aduelas para vencimento de um vão entre
pilares.
39
7. CANTEIROS DE OBRAS
O propósito é fazer um estudo preliminar de uma configuração possível para os canteiros. O detalhamento
definitivo, no entanto, só é possível quando estiver disponível o projeto executivo.
Primeiramente, a partir da planta do local, foram identificadas quatro áreas possíveis para a locação dos
canteiros. Identificou-se, em seguida, que a utilização das quatro áreas seria desejável, já que reduziriam
distância de transporte e içamento. Estas foram denominadas canteiro 1, 2, 3 e 4.
Canteiro 1
• Elementos do canteiro:
• 2 áreas de estocagem: 6m x 6m
• Área de montagem dos módulos 10, 11 e 12: 50m x 6m
Canteiro 2
• Elementos do canteiro:
• Áreas de estocagem
• Área de estocagem de células dos módulos 8 e 9 para posterior
montagem através das chatas. Pode-se perceber que está localizada
ao lado do rio, de modo a ser montada e ficar na posição correta
para ser posicionada na chata.
• 2 áreas de estocagem de 6m x 6m
• Área de montagem dos módulos 6 e 7: 30m x 6m
• Almoxarifado: 6m x 4m
• Central de armação: 10m x 6m
• Guindastes e movimentação de material das chatas: 20m x 6m
• Estacionamento: 8m x 6m
• Cozinha: 3m x 6m
• Refeitório: 5m x 6m
• Vestiário: 3m x 6m
• WC para funcionários: 3m x 6m
• Escritório e gerência (inclusive WC do escritório): 6m x 20m
Canteiro 3
• Elementos do canteiro:
• 2 Áreas de estocagem: 6m x 6m
• Área de montagem dos módulos 3, 4 e 5: 48m x 6m
Canteiro 4
• Elementos do canteiro:
• 2 Áreas de estocagem: 6m x 6m
• Área de montagem dos módulos 1 e 2: 42m x 6m
Table 3 - Tabelas que enumeram estruturas dos canteiros de obra.
40
Figure 35 - Localização dos canteiros em relação à passarela.
41
7.2. Estudo do Acesso aos Canteiros
• Canteiro 1
Há dois acessos. Um dos acessos situa-se próximo à ponte do Jaguaré na marginal local. O outro acesso,
em baixo da ponte Eusébio Matoso, é uma saída desativada da CPTM. O segundo acesso é utilizado para
transporte do material dragado do Rio Pinheiros.
Estrada de terra
Canteiro de Obras 1
• Canteiro 2
Acesso pela Marginal do Rio Pinheiros. O local já foi canteiro de obras, possui grande área e ótima
acessibilidade.
42
Portão de Acesso
Canteiro de Obras 2
• Canteiro 3
Acesso pela Ponte Cidade Universitária ou pela Rua Alvarenga. O local de implantação deste canteiro é a
Praça Alberto Rangel.
Canteiro de Obras 3
43
• Canteiro 4
O acesso ao canteiro 4 pode ser pela própia alça de acesso da Marginal Pinheiros para a Rua Alvarenga,
ou mesmo pelo acesso da Ponte Cidade Universitária com a Rua Alvarenga.
Canteiro de Obras 4
As áreas de estocagem foram definidas de acordo com as dimensões das células que serão transportadas
pré-montadas. O cálculo foi feito considerando o comprimento de 6m e uma largura de 50cm para cada
célula na estocagem, assim, numa área de estocagem (6m x 6m), podem ser posicionadas 12 células
paralelamente. As áreas de montagem devem obedecer às dimensões dos respectivos módulos. Dessa
maneira, a largura de 6m foi admitida de modo a comportar um módulo (largura de 4m) e propiciar
espaço suficiente para a movimentação da mão de obra e equipamentos de pequeno porte.
Obtiveram-se os seguintes parâmetros para definição das áreas dos elementos do canteiro especificadas
anteriormente:
Áreas de estocagem Foram tomadas como base as dimensões das células pré montadas: 6,0m
de comprimento, considerado um espaçamento de 50 cm de largura para
o armazenamento de cada célula
Áreas de montagem Devem comportar os módulos após a montagem, ou seja, as áreas têm
restrições quanto à largura e ao comprimento mínimo (que deve ser
44
avaliado separadamente para cada canteiro, de acordo com o módulo a
ser montado no mesmo).
Central de armação Foi considerada uma área tal que fosse possível a montagem das
armaduras dos pilares.
Escritório e gerência Foi estimada uma área tal que abrangesse a parte administrativa
(inclusive WC do escritório) (computadores, equipamentos, salas para engenheiros, entre outros
elementos) e um WC para este setor.
Cozinha Os parâmetros foram tomados com base nas dimensões dos elementos da
cozinha, como fogão, geladeira, pia, mesa e armários.
Reitera-se que foram expostas idéias básicas na busca por parâmetros que permitissem uma análise
preliminar dos layouts dos canteiros. Os canteiros como propostos devem ser reavaliados quando o
projeto executivo estiver em andamento.
45
Figure 40 – Detalhamento do canteiro 1.
46
Figure 41 – Detalhamento do canteiro 2.
47
Figure 42 – Detalhamento do canteiro 3.
48
Figure 43 – Detalhemanto do canteiro 4.
49
8. MÉTODO CONSTRUTIVO
A metodologia construtiva de um empreendimento é, talvez, das etapas a mais importante, por ter forte
influência em todos as disciplinas envolvidas no projeto do empreendimento, tais como:
• Cálculo Estrutural
A metodologia de construção a ser empregada afeta fortemente o processo de dimensionamento e de
cálculo da estrutura do empreendimento. A forma como a estrutura é disposta e a seqüência de
lançamento levam a esforços solicitantes (momentos fletores, forças cortantes e forças normais), durante a
execução da estrutura, diferentes dos que se apresentam quando do empreendimento finalizado.
Em alguns casos se observa que os esforços solicitantes durante a execução possuem ordem de grandeza
superior aos que se apresentam ao final do empreendimento. Caso não se leve em consideração esse efeito
durante o projeto, os esforços solicitantes exagerados podem levar a tensões plastificantes ou à ruptura da
estrutura ainda na fase de montagem.
No caso dos esforços solicitantes na fase de execução serem inferiores ao que se observa na fase de
operação, ou seja, na configuração definitiva, não é necessário empreender ações especiais.
• Logística de Transporte
O procedimento construtivo e as etapas de execução influem fortemente em toda a logística de transporte
do empreendimento. Assim, no caso de se estar executando um empreendimento em uma região de
intenso tráfego de veículos, como é o caso em questão, em que se tem a Marginal Pinheiros, o transporte
da estrutura, materiais, a montagem da estrutura e o lançamento podem ser inviabilizados caso não seja
proposta uma metodologia construtiva que leve em consideração os condicionantes do e os efeitos no
sistema viário local.
Assim, deve-se procurar uma metodologia que respeite gabarito das pontes e viadutos locais do
empreendimento para transportar os materiais sem nenhum tipo de imprevisto e interrupção do sistema
viário.
Deve-se racionalizar ao máximo entradas e saídas dentro dos canteiros de obras, tendo em vista que isso
gera uma redução sensível de capacidade das vias, nos instantes em que os caminhões e guindastes
acessam os canteiros.
Por último, as interrupções das vias no entorno do empreendimento devem ser cuidadosamente estudadas
a fim de se reduzir ao máximo as interferências com o tráfego, dentro do limite econômico-técnico. Não
50
se deve propor interrupções sem se ter, com um alto nível de confiança, o conhecimento do tempo
estimado para interrupção e um estudo de possíveis rotas de desvio do tráfego das vias interropidas.
Todas estas considerações devem ser analisadas em conjunto com o órgão responsável pelo sistema viário
do Município10. Cabe a este órgão permitir a realização de interrupções e a utilização da via para outros
fins.
A redução de custos na etapa de montagem ou construtiva deve se dar pois as atividades então realizadas
não são parte da finalidade do empreendimento, bem como não agregam valor a ele. Ou seja, todo custo
não é revertido em melhoria, não é percebido.
Deve-se ressaltar que, freqüentemente, pela necessidade da interrupção de vias no local da implantação
do empreendimento, a alternativa tecnologicamente mais econômica torna-se inviável, restando, portanto,
a opção de se lançar uma alternativa mais cara que não gere incovenientes da mesma natureza.
Outro aspecto importante são os materiais da estrutura e de todo o empreendimento. Quando se faz opção
por estrutura metálica, como na passarela em questão, não se justifica a instalação de um grande número
de apoios provisórios e cimbramentos, como se observa nas obras em concreto armado ou protendido.
Isso porque uma das grandes vantagens da estrutura metálica em relação a estrutura de concreto é a sua
facilidade e rapidez de execução.
Por último, destaca-se que nem todo o empreendimento tem sua metodologia escolhida tendo-se por base
o critério econômico. Pode haver necessidade de uso ou razões políticas, por exemplo, que condicionem a
escolha.
Observa-se que quanto maior é o espaço disponível para canteiros e montagem, mais simples e
econômico se dará o procedimento para construção do empreendimento.
Em empreendimentos com vias de intenso tráfego no entorno, como já dito, procura-se reduzir ao
máximo os tempos de interrupção de fluxo. Logo, a montagem da estrutura que deve estar sobre a via, ou
10
Em São Paulo, a CET – Companhia de Engenharia de Tráfego.
51
ainda, que necessite da via, deve ser acelerada, reduzindo-se as interferências com as redes locais11. O
processo de interrupção da via deve ser o ponto final dessa etapa de montagem; assim, tudo deve estar
planejado e preparado para que na hora da montagem não haja imprevistos e transtornos.
Partindo desse principio, deve haver espaços suficientes disponíveis em canteiros de obra para que a
estrutura e os outros componentes do empreendimento sejam pré-montados e devidamente preparados
para o momento de interrupção do tráfego.
Considerando que a grande vantagem em utilizar-se estruturas metálicas seja a velocidade de montagem,
como já abordado, é desejável que seja pré-montada no chão e, então, içada com macacos ou guindastes.
Tal fato, impõe a necessidade de espaços estratégicos para os canteiros de obra e para o posicionamento
de equipamentos.
Este tem sido um assunto de crescente preocupação nos últimos tempos, pois toda metodologia
construtiva empregada envolve riscos durante a etapa de execução.
Deve-se buscar controlar estes fatores de modo que os procedimentos e atividades realizados nos
canteiros e, eventualemente, fora dele sejam tão seguros quanto possível.
O método construtivo está condicionado à obra como um todo, bem como às interferências identificadas e
às disponibilidades de área. A seguir, é descrito em etapas e em detalhes.
11
Luz, água e esgoto, por exemplo
52
8.4.1. Células da Treliça e Lançamento de Pilares
O lançamento final dos pilares e, conseqüentemente, o comprimento final dos vãos, obedeceram muito
mais as restrições e exigências da metodologia construtiva. que as razões de dimensionamento e cálculo
estrutural propriamente dito, com exceção do vão sobre o Rio Pinheiros.
4m
6m
Figure 44 - Dimensões da face vertical da célula da treliça.
O comprimento de 6 metros foi determinado buscando-se respeitar um limite de cálculo estrutural para
treliça, que prevê células de comprimentos da ordem de 1/12 do vão que devem vencer 12. Além disso, em
geral, o comprimento das chapas metálicas utilizadas para produção de perfis metálicos é de 12 metros e
os caminhões que carregam esses perfis também têm 12 m de comprimento de caçamba.
Adotando-se múltiplos de 12 m, observa-se uma economia considerável na fabricação dos perfis para a
passarela, pois estar-se-á utilizando o comprimento standard de chapas e perfis da indústria. Além disso,
o custo associado ao transporte será reduzido, pois não serão necessários caminhões especiais; poderão
ser utilizados caminhões convencionais.
12
O vão máximo previsto, no momento em que se deu a análise, era de 72 metros.
53
A altura de 4 metros deve-se ao dimensionamento estrutural, que assim a exigiu. É interessante citar, no
entanto, que também houve consideração13 a respeito dos gabaritos das obras de arte entre fábrica e obra.
Optou-se por trazer essas células planas pré-montadas de fábrica pois haverá o incremento da velocidade
de construção, o melhor aproveitamento do canteiro de obras e a superioridade da qualidade final da
montagem (tendo em vista que o controle de qualidade será industrial).
Optando-se por células de 6m de comprimento é possível carregar até duas células pré-montadas ao longo
do comprimento do caminhão, o que leva a uma sensível racionalização do processo de transporte para a
construção.
No que se refere a altura de 4m, no entanto, é válido lembrar que os gabaritos das pontes das Marginais
Pinheiros e Tietê são baixos (5,5m): altura igual a soma da distância do pavimento ao fundo da caçamba
(1,5 m) e da altura do módulo plano (4 m), o que pode acarretar restrições sérias.
6m 6m
4m
1,5 m
Duas soluções bastante simples foram imaginadas para contornar o problema relativo a altura de
transporte das células:
1ª. Solução: Buscar alternativas de transporte. O transporte poderia ser feito utilizando-se o Rodoanel,
entrando por Osasco e saindo na Marginal Pinheiros na Av. Escola Politécnica (em frente à Raia
13
Tratada em maiores detalhes no item seguinte.
54
Olímpica da USP). As células seriam descarregadas nos canteiros 2, 3 e 4. As que necessitassem ser
levadas até o canteiro 1, seriam transportadas por chatas ao longo do Rio Pinehiros.
2ª. Solução: A alternativa mais econômica e viável para resolver o problema seria transportar as treliças
inclinadas, apoiadas umas nas outras. Neste caso, haveria redução de altura pelo efeito do rebaixamento
resultante da formação do triangulo (“telhado”).
Essa redução de 12cm na altura final é decisiva para a viabilidade do transporte. Atenção, no entanto,
ainda é necessária na condução do veículo para evitar possíveis danos às celulas ou ao entorno.
55
Figure 48 - Configuração das células no caminhão.
Buscando-se aproveitar ao máximo a velocidade de execução da estrutura metálica, optou-se por vãos
menores entre pilares, de forma que se evitasse a utilização de cavaletes e cimbramentos14 na fase
construtiva. Tem-se, desta forma, talvez, uma configuração não tão econômica quanto poderia se esperar
(levando-se em conta somente questões estruturais, o número de pilares poderia ser menor, o que
resultaria a um aumento no tamanho dos vãos). Optou-se, também, por não uniformizar vãos, pois haveria
muitas interferências a lidar no subsolo.
A opção por treliças metálicas com células pré-montadas faz com que o custo associado a executar vãos
diferentes caia sensivelmente em comparação a uma estrutura em que a modulação não ocorre ou a uma
estrutura de concreto moldado in loco.
Deve-se mencionar que haverá necessidade de uma grande variedade de perfis diferentes, tanto por conta
dos diversos elementos que compõem a treliça, quanto por conta dos esforços a que estarão sujeitos estes
elementos, para os diferentes vãos.
Outro fato importante que vale ressaltar é que, quanto menor é o vão a ser içado, menos robustez se faz
necessária na estrutura de içamento15, reduzindo-se o tempo de interrupção de tráfego para montagem e o
tempo de utilização de equipamentos.
Com base no que foi discutido, foram definidos o lançamento dos pilares, os vãos e os módulos
construtivos (aos quais estão associadas etapas de montagem), como segue.
14
Cavaletes e cimbramentos são estruturas de suporte utilizadas mais comumente em obras de concreto armado e
protendido.
15
Seja a estrutura de içamento composta por macaco(s) hidráulico(s) ou por guindaste(s).
56
Figure 49 - Planta em escala da distribuição dos pilares.
57
Figure 50 - Planta em escala da distribuição dos módulos construtivos.
58
8.5. Descrição Geral da Metodologia de Montagem dos Módulos Construtivos
Nesse item pretende-se apenas introduzir a metodologia de montagem de cada um dos módulos
construtivos.
Módulos de 1 a 7, 11 e 12
Para os módulos 1 e 2, a partir das células pré-montadas em estoque no canteiro 4, montam-se as aduelas
e os módulos; os módulos são içados até sua posição final na estrutura. Procedimento análogo se faz para
os módulos 3, 4 e 5, no canteiro 3; para os múdulos 6 e 7, no canteiro 2; e para os módulos 11 e 12 no
canteiro 1.
Módulos 8 e 10
Para o módulo 8, a partir das células pré-montadas em estoque no canteiro 2, montam-se as aduelas a
serem lançadas em balanços sucessivos utilizando-se guindastes sobre a Ponte Cidade Universitária.
Neste caso, a montagem do módulo se dá in loco e por partes. O mesmo procedimento se dá para o
módulo 10, no canteiro 1.
O lançamento em balanços sucessivos foi escolhido por dois motivos principais: (1) reduzir a capacidade
requerida do(s) guindaste(s) a ser(em) mobilizado(s) e (2) reduzir a solicitação do tipo flexo-torção no
tabuleiro da Ponte Cidade Universitária causado pelo guindaste içando a peça.
Esses dois módulos construtivos são críticos na construção da obra, de maneira que o seu lançamento
interfere decisivamente no processo de concepção da montagem.
Módulo 9
Este módulo é aquele que compreende o vão central do Rio Pinheiros. A partir das células pré-montadas
em estoque no canteiro 2, montam-se as aduelas. Após a montagem, essas aduelas são levadas por chatas
até o local onde devem ser içadas por guindastes (sobre a Ponte Cidade Universitária). Tem-se, desta
forma, a montagem do módulo construtivo por partes.
A seguir, tem-se a tabela que traz dados referentes a: (1) número do módulo, (2) comprimento do módulo,
(3) número de aduelas, (4) peso da aduela mais pesada do módulo e (5) peso próprio total do módulo.
59
n
PesoTotald oMódulo = ∑
i =1
PesoAduela i
Os módulos 5 e 6, que se situam sobre a Marginal Pinheiros, e os módulos 1, 2 e 3, que estão sobre a alça
de acesso da Marginal para Rua Alvarenga e sobre o acesso da Rua Alvarenga para a Ponte Cidade
Universitária exigirão interrupção de tráfego para içamento até suas posições finais.
Além desses, há também os módulos 8, 9 e 10, sobre o Rio Pinheiros, que serão içados a partir da Ponte
Cidade Universitária por guindastes. Esse procedimento exigirá a interrupção do tráfego em pelo menos
uma faixa da Ponte.
Esses módulos (1, 2, 3, 5, 6, 8, 9 e 10) serão denominados, por esta razão, módulos críticos. Segue a
descrição da problemática executiva envolvida em cada um dos módulos críticos e as soluções propostas.
Módulo 1
A sua alocação exige interrupção do tráfego. Como os módulos 2 e 3 também exigem interrupção de
tráfego no local, logo tomou-se a primeira decisão:
1ª. DECISÃO: O módulo 1 não deve ser montado simultaneamente aos módulos 2 e 3.
A montagem do módulo 1 será feita durante o período de 0h00 a 6h00, porém, ainda assim, deve ser dada
uma alternativa de tráfego para quem acessa a Rua Alvarenga a partir da Ponte Cidade Universitária (a
60
Rua Alvarenga é um acesso à Rodovia Raposo Tavares). A previsão para montagem desse Módulo é de
no máximo 4 horas16.
Na seqüência, é apresentada uma alternativa para desvio de tráfego durante o período de montagem do
módulo construtivo no local.
Linha de Cones
Interrupção de
Segurança Interrupção da Alça
A opção demonstra que além de se interromper o tráfego na alça de acesso da Ponte para a Rua
Alvarenga, cria-se uma linha de cones para separar os veículos que acessam a Alvarenga pela Ponte
daqueles que estão na Ponte para acessar a Marginal. Esses veículos, então são direcionados a Rua
Alvarenga construindo-se uma passagem provisória pela ilha central.
Outra medida é a criação de uma interrupçào de segurança para que se evite acidentes pela colisão de
veículos que passam pelo canteiro central com os que vêm da Marginal e acessam a Rua Alvarenga.
Observe que esses veículos no período de interrupção irão passar pelo canteiro lateral, onde estará
implantado o canteiro de obras 4.
Módulos 2 e 3
O posicionamento dos módulos 2 e 3 implica que seja interrompida a alça de acesso da Marginal
Pinheiros a Rua Alvarenga. Por serem módulos de 42 m e 48 m, respectivamente, a tendência é que o
tempo esperado para alocação de cada um deles seja de 6 a 8 horas. Com isso a interrupção da alça de
acesso teria de ser no período compreendido entre 22h00 e 06h00, para cada um dos módulos (duas
16
Dado estimado tomando-se por base dados de empresas que alugam guindastes e empresas construtoras.
61
noites, portanto) ou de uma única noite desde de que sejam utilizados dois guindastes – essa decisão será
discutida mais adiante.
Assim como para o módulo 1, se faz necessário apresentar um esquema de rota alternativa para desvio de
tráfego devido ao grande aporte de veículos de passeio e, principalmente, de carga à Rua Alvarenga, por
ser uma das vias de acesso à Rodovia Raposo Tavares. A rota alternativa se apresenta no esquema a
seguir:
Pro
f. M
elo
Mo
rae
s
Pro
f. Lu
cia
no
G ua
lbe
rto
Como se observa no esquema, a rota alternativa para o tráfego que desejar acessar a Rua Alverenga pela
Marginal do Rio Pinheiros se dará por dentro da Cidade Universitária durante o período em que estiver
sendo executada o módulo construtivo. Essa rota consiste em se desviar o tráfego da Marginal para a Av.
Escola Politécnica, obrigando-o fazer um retorno e acessar a Cidade Universitária pelo Portão 2. A partir
daí, o veículo passa a ter duas opções: seguir em frente pela Av. Prof. Melo Moraes em direção ao Portão
1 da Cidade Universitária ou subir a Rua Prof. Almeida Prado, contornando a rotatória e acessando a Av.
Prof. Luciano Gualberto em direção ao mesmo Portão 1. O portão é saída direta para a Rua Alvarenga.
Deve-se ter cuidado especial com a segregação dos veículos que desejarem apenas utilizar a Marginal do
Rio Pinheiros para seguir em frente daqueles que desejam acessar a Rua Alvarenga. Tal fato se dá para
evitar que seja desnecessariamente sobrecarregado o tráfego dentro da Cidade Universitária com veículos
que por engano acabem utilizando o desvio e sofrendo o desconforto de acessarem uma rota não
desejada, além de se evitar que veículos que desejem acessar a Rua Alvarenga permaneçam na Marginal e
sejam impossibilitados de fazê-lo.
62
Em geral, para se evitar esses transtornos, sinalizadores áudios-visuais serão colocados, nos locais, dias
antes e, inclusive, durante a interrupção. Tais sinalizadores são placas, painéis, cones, dentre outros
dispositivos.
Ficou ainda por se decidir se serão executados os módulos 2 e 3 simultanea ou separadamente. Como já
fora adiantado, tendo em vista que o período previsto para execução de cada um deles é de 6 a 8 horas, o
grande prejuízo em se optar por executá-los isoladamente é a necessidade de duas noites de interrupção.
Porém se observará economia no aluguel do guindaste pois, para que ambos sejam executados
simultaneamente, é necessário o aluguel de dois guindastes de grande porte (visto a carga que devem
levantar) no mesmo período de uma noite. Na maioria das vezes a empresa contratada para alugar os
guindastes possuem um número limitado de guindastes o que pode levar a necessidade de procurar alugar
de uma segunda empresa o segundo guindaste, fato que provavelmente vai acrescentar custos de execução
pois o aluguel, por questões de mercado, de um único produto para um único evento tende a ser mais
caro.
Além disso, a disposição de dois guindastes simultaneamente no local em que serão içados e dispostos os
módulos 2 e 3, podem gerar interferências devido à limitação de espaço e à limitação da área de atuação
dos mesmos. Dessa forma, aumenta a probabilidade de atrasos da execução numa região que deve ter o
tráfego minimamente interrompido. Assim foi tomada a segunda decisão.
Módulos 5 e 6
Apesar de o módulo 6 parecer mais crítico que os módulos já discutidos anteriormente (2 e 3), ele é
menos crítico do ponto de vista de interrupção de tráfego pois:
Dessa forma a interrupção da via para execução do módulo 6 acontece conforme na figura:
63
Desvio do Tráfego
6
Fluxo
Outro aspecto a se destacar no processo de montagem do módulo 6 é que ele será apoiado em um cavalete
provisório. É preferível, portanto, que o módulo construtivo 7 já esteja montado e preparado para ser
conectado ao módulo 6. Isso se faz necessário a fim de se deixar a viga bi-apoiada referente aos módulos
6 e 7, na configuração final (logo após a alocação do módulo 6) para que se possa de imediato lançar o
módulo 8. Como se verá adiante, essa limitação é oriunda da necessidade da instalação de uma ligação
provisória que garanta estabilidade no içamento do módulo 8. Sendo assim foi tomada a terceira decisão:
Ao se analisar o local de disposição do módulo 5, conclui-se que este não goza vantagens tanto quanto o
módulo 6, porque parte dele encontra-se sobre a Marginal do Rio Pinheiros e parte sobre a alça de Acesso
da Ponte Cidade Universitária para a Marginal.
Do ponto de vista de interrupção da Marginal não há grandes problemas pelas mesmas razões descritas
para o Módulo 6. Porém, ao se interromper o fluxo da alça de acesso citada, acaba-se impedindo que o
motorista que trafega sobre a ponte e deseja acessar a Marginal de fato a acesse durante o período de
interrupção. Assim a alternativa proposta é conforme segue.
64
Alvarenga
Rua
entil
entim G
Rua Val
Ru
a
Pe Afrân
ixo io
to
A alternativa apresentada para desvio de tráfego é bastante simples: interrompe-se o acesso da Ponte
Cidade Universitária a Marginal Pinheiros, conduzindo o tráfego direto pela Rua Alvarenga; para os
veículos que desejarem acessar a Marginal a partir da Ponte, haverá uma alternativa de se virar a esquerda
na Rua Afrânio Peixoto, seguir em frente ao Portão 1 da Cidade Universitária e, após a primeira rotatória,
continuar pela Rua Valentim Gentil até acessarem a Marginal Pinheiros.
Os comprimentos e pesos dos módulos 5 e 6 são bastante semelhantes. Como tempo de alocação para
cada um dos módulos é de 3 a 4 horas, será possível alocá-los no período de uma noite, de 22h00 a 6h00,
utilizando-se o mesmo guindaste. Dessa maneira estar-se-á racionalizando o uso do equipamento.
• 1ª. Justificativa: O período previsto para alocação do primeiro módulo, seja ele o 5 ou o 6, é de 3
a 4 horas. Assim, deve compreender o horário de 22h00 a 2h00. Nesse período, o tráfego é bem
mais carregado que no período de 2h00 a 6h00, previsto para alocação do segundo módulo. Como
o desvio de tráfego gerado pela interrupção do acesso da Ponte Cidade Universitária – Marginal
65
Pinheiros é bem mais complicado, como já fora dito, tomou-se a iniciativa de se alocar primeiro o
módulo 6.
• 2ª. Justificativa: Outro ponto relevante na tomada da decisão, foi o fato de que o canteiro de obras
2, próximo ao módulo 6, tem área maior para estacionamento e manobra do guindaste,
comparativamente ao canteiro de obras 3.
Módulo 8, 10 e 11
Os módulos 8 e 10 possuem uma característica bastante especial: ambos serão lançados em balanço sobre
o Rio Pinheiros. Foram imaginadas duas metodologias diferentes possíveis para lançamento desses dois
módulos.
Assim, por exemplo, para se lançar a aduela mais pesada do módulo 8, que pesa algo em torno de 3,3 tf e
se encontra a uma distância (raio) das margens de 24 m17, não adiantaria um guindaste com capacidade de
50 tf, mas, sim, um de 395 tf. Como o aluguel do guindaste tem preço proporcional à sua capacidade, isso
geraria um incremento considerável nos custos.
É válido, também, lembrar que dificilmente se conseguiria terminar um dos módulos (8 ou 10) em um
único dia ou turno de trabalho; mais difícil ainda seria alocar os dois módulos com o mesmo guindaste em
um único turno. Dessa forma, seria necessário o aluguel de um guindaste desse porte por mais de um
período, ou mesmo dois deles, o que leva a um encarecimento desnecessário dos custos frente a segunda
alternativa que se apresenta na seqüência. Vale apresentar um esquema elucidaditivo de como seria a
montagem do módulo 8 se essa fosse a opção a ser tomada.
17
Não é mera coincidência que a aduela mais pesada seja a de lançamento mais distante: o momento a ser resistido
por ela é maior, o que determina uma estrutura mais resistente e, portanto, mais robusta.
66
Figure 55 - Lançamento do módulo 8.
O módulo 8 será implantado em conjunto com os módulos 7, 9, 10 e 11 e formarão juntos uma viga bi-
apoiada com balanço. Sendo assim, não há nenhum vinculo entre os módulos 7 e 8 para que este último
permaneça estável durante a sua execução. A solução proposta é a criação de uma ligação provisória entre
os módulos 7 e 8, que deve ser retirada quando da montagem final dos módulos 7, 8, 9, 10 e 11.
Como os módulos 7, 8, 9, 10 e 11 formarão uma viga bi-apoiada com balanço, quando ocorrer a ligação,
aparecerá na região acima do Pilar P2, tanto na viga 1 que encobre os módulos de 7 a 11 como na viga 2
que contém os módulos de 6 e 7, um momento negativo que deverá ser suportado pela estrutura.
Propõe-se a concretagem da laje dos módulos 6 e 7 antes da execução do módulo 8. Tal fato se justifica
na análise de cargas, ainda que qualitativamente, da estrutura em vogo. Pela simples análise dos vãos, vê-
se que se têm em torno de 24m de balanço para 54m de vão, o que poderá causar a inversão do diagrama
de momentos fletores18 no meio do vão da viga 2 (módulos 6 e 7). Então dessa forma, a favor da
segurança, tomou-se a 5a. decisão restritiva:
5a. Decisão: Módulo 8 deve ser executado após a alocação dos módulos 6 e 7 e da concretagem de
suas lajes.
18
A inversão do diagrama levaria os elementos originalmente tracionados à compressão, e os originalemente
comprimidos à tração.
67
Figure 56 - Momentos fletores invertidos.
68
A segunda alternativa é a de içar aduela após aduela, sucessivamente, a partir da Ponte Cidade
Universitária, tanto para o módulo 8 como para o 10. Por eliminar as desvantagens apresentadas na
primeira alternativa, reduzindo o custo de execução e aumentando a racionalização da obra, a segunda
alternativa apresentada foi escolhida. Há dois aspectos negativos, no entanto, a serem destacados: (1) a
interrupção do tráfego gerado pela alocação de ambos os módulos e (2) a solicitação de carga em cima da
ponte.
Considerando o tempo de execução de cada um dos módulos em torno de 3 a 4 horas (desde que as chatas
estejam a postos e as aduelas já estejam completamente montadas e preparadas para içamento), a
interrupção do tráfego em uma das faixas no sentido Rua Alvarenga da Ponte Cidade Universitária, em
uma noite, entre 22h00 e 06h00, é suficiente para executar ambos os módulos construtivos. O esquema a
seguir ilustra uma alternativa de ação. Nela, a linha vermelha significa o isolamento da faixa
interrompida, as flechas verdes indicam os sentidos dos fluxos e as linha preta é a divisa dos dois sentidos
da ponte.
O máximo peso a ser içado pelo guindaste sobre a ponte é a aduela mais pesada do módulo 10, tem carga
em torno de 3,3 tf. Considerando-se que seja escolhido um guindaste de três eixos – 6 rodas, portanto – e
sabendo-se que o peso por roda do guindaste é algo em torno de 500 kgf e 2 tf19, ter-se-á uma carga total
19
A maior parte dos quindastes disponíveis no mercado, hoje, apresentam estes valores.
69
por roda de 5,5 tf. Esse valor de carga total está abaixo do padrão de 7,5 tf/roda, muito utilizado em
projeto de pontes com TT45(tf), não oferecendo, portanto, riscos de problemas estruturais.
Assim, a alternativa de içamento para os módulos 8 e 10, pode ser observada na figura a seguir, que
mostra o módulo 10 sendo executado através do içamento das aduelas, colocadas sobre chatas, por
guindastes sobre a Ponte Cidade Universitária.
Como já abordado, as aduelas dos módulos 8 e 10 serão pré-montadas no canteiro de obras 2 e colocadas
por meio de guindastes em chata(s). Toma-se, então, a decisão de executar o módulo 8 antes do 10, pelo
fato de ser mais próximo do canteiro de obras 2.
O módulo 11, na sua configuração final, se encontra em balanço, motivo pelo qual fica impossível criar
equilíbrio estável utilizando apenas ligações provisórias como foi realizado para o módulo 8. Isso porque
um diferencial de momentos na cabeça do pilar, que não é monolítico (“engastado”) em nenhum dos
módulos 8 e 11, não seria absorvido pelo mesmo: haveria alta probabilidade de ocorrência de
tombamento dos módulos, como pode ser visto no esquema a seguir:
70
Momento
Diferencial
Pilar P1
Para que a questão de instabilidade fosse suprimida, procurou-se alternativa que se assemelhasse à
alternativa encontrada para construção do módulo 8. Assim, tomaram-se as seguintes medidas: (1) criação
de um pilar provisório exclusivo para fase construtiva e (2) alocação de mais duas aduelas provisórias
para contrapeso.
Dessa maneira, ao passo que estivesse sendo montado o módulo construtivo 10, a estrutura estaria se
comportando como uma viga bi-apoiada em balanço, na qual o vão entre os dois pilares seria constituído
do próprio módulo 11 e duas aduelas provisórias e o balanço realizado pelo módulo 10 . Essa situação
difere um tanto da configuração final da estrutura, de modo que, analogamente ao que fora previsto para o
módulo 8, pode haver a necessidade de enrijecimento de trechos estrutura.
Propõe-se a concretagem da laje do módulo 11 previamente a construção do módulo 10 para que, a favor
da segurança, a estrutura se apóie no pilar provisório durante construção evitando que o contrapeso
gerado pelo lançamento do módulo 10 leve à indesejável instabilidade. A laje servirá de contrapeso,
evitando, portanto, o tombamento da estrutura em direção ao Rio Pinheiros. Há, também, a indicação de
utilização de blocos de concreto como contrapeso, caso necessário.
7a. Decisão: O módulo 10 deve ser executado somente depois da alocação do módulo 11 e da
concretagem de sua laje.
O módulo 11 será inteiramente montado no canteiro de obras 1, juntamente com as aduelas provisórias já
acopladas e será lançado inteiramente a partir de guindastes no próprio canteiro de obras.
Por fim, apresenta-se um esboço do diagrama de momentos fletores da estrutura: há uma forte tendência
de que o momento fletor final, indicado por Mf na figura, atue no mesmo sentido com magnitude ainda
maior que aquele do período em construção, representado na figura por Mc. Como Mf>Mc
71
(provavelmente), pode se esperar minimizações quanto a enrijecimento da estrutura gerado pela atuação
de momentos fletores durante o período construtivo.
72
Módulo 9
Serão içadas as aduelas a partir de chatas no Rio Pinheiros por guindastes colocados na Ponte Cidade
Universitária. O processo é análogo àquele apresentado para os módulos 8 e 10, como sugere a figura:
É importante notar que o módulo 9 deve ser alocado somente após estarem instalados os módulos 8 e 10.
Dessa forma, toma-se a oitava decisão:
8a. Decisão: Módulo 9 deve ser executado somente depois da alocação dos Módulos 8 e 10.
Os módulos 4, 7 e 12, por serem todos internos aos canteiros de obras e por terem vãos de 24 m, todos
podem ser montados em um intervalo de 3 a 4 horas cada um, sendo possível alocálos a todos em menos
de 24h. Optou-se pela seguinte seqüência: módulo 4, no período de 12h00 a 16h00; módulo 7, no período
de 17h00 a 22h00; módulo 12, no período de 00h00 a 4h00. Assim toma-se mais uma decisão:
9a. Decisão: Os Módulo 4 deve preceder o 7 e este por sua vez deve preceder o 12.
Pode-se agora finalmente resumir no quadro a seguir, todas as decisões tomadas a partir das restrições
construtivas exigidas pelos módulos críticos:
73
Decisão Resultado da Decisão
2 Módulo 3 após o 2
3 Módulo 6 após o 7
4 Módulo 6 antes do 5
6 Módulo 8 antes do 10
8 Módulo 9 após os 8 e 10
74
Figure 62 - Proposição da sequência executiva.
75
9. DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA TRELIÇADA
A estrutura, por tratar-se de vigas treliçadas bi-apoiadas em cada vão entre pilares, não exigiu o uso de
softwares sofisticados para auxílio em sua modelagem e cálculo dos esforços. A modelagem de cada
trecho e o cálculo das solicitações em cada elemento se deu utilizando-se um software20 para estruturas
bidimensionais.
Para o primeiro dimensionamento21 foram adotadas as cargas referentes aos materiais utilizados, nos
casos em que já se havia escolhido os materiais e era possível quantificá-las, ou as indicadas em normas
técnicas. A seguir, apresenta-se o valor adotado e a justificativa para cada carregamento considerado:
• Telhas metálicas: 150 N/m² - as telhas escolhidas para a cobertura são curvas, duplas e com
material isolante térmico.
• Peças secundárias: 100 N/m² - estimativa de peso das terças, longarinas e demais peças de fixação
das telhas à estrutura.
• Sobrecarga de cobertura: 250 N/m² - sugerida em norma para eventuais sobrecargas, como em
situações em que é necessário realizar atividades de manutenção.
• Vigas secundárias de piso: 200 N/m² - estimativa do peso das vigas auxiliares na sustentação do
piso.
• Fluxo de pedestres: 5.000 N/m² - carga decorrente do fluxo de pedestres, conforme o trem-tipo de
norma.
• Laje de concreto: 2.500 N/m² - uma laje de 10 cm de espessura é suficiente para suportar o fluxo
de pedestres admitido, apresentando a rigidez necessária para evitar fissuras ou maiores
deformações.
• Peso da estrutura principal: 10.000 N/m - superestimativa do peso de cada uma das duas treliças
completas da estrutura, por metro linear, a fim de possibilitar um primeiro dimensionamento,
sendo refinado conforme as interações do processo.
• Vento: 600 N/m² - única carga horizontal considerada, de acordo com valores sugeridos em
norma.
20
O software utilizado foi o Ftool, programa de análise de estruturas bidimensionais, versão educacional 2.11,
desenvolvida pela Universidade Pontifícia Católica do Rio de Janeiro.
21
Entende-se como primeiro dimensionamento a estimativa inicial dos perfis.
76
Adotando uma faixa de 1 m de largura, o valor do carregamento vertical total sobre cada treliça é de
19.000 N/m, sendo 5.250 N/m decorrentes de cargas acidentais (fluxo de pedestres e sobrecarga de
cobertura) e os restantes 13.750 N/m correspondentes às cargas permanentes.
Por ser uma estrutura relativamente simples (vãos em vigas treliçadas bi-apoiados, sem transferências de
momentos entre si), os cálculos foram executados com auxílio de uma planilha desenvolvida tendo-se por
base a norma referente ao cálculo e dimensionamento de estruturas metálicas.
• Modulação da treliça: o maior vão (trechos 8 a 11) foi dimensionado por partes, estabelecendo os
esforços normal e de momento críticos para cada trecho como critério de dimensionamento.
• Balanços em alguns vãos: todos os vãos são bi-apoiados, porém alguns deles possuem balanços,
que aliviam os momentos fletores sobre o vão principal, e o procedimento adotado (e mais
seguro) foi considerá-los na situação em que este alívio é menor: quando apenas estão presentes
as cargas permanentes sobre os balanços, mantendo-se o carregamento total no vão entre apoios.
• Perfis adotados: perfis tipo CS de aço MR-250 (fyk = 250 MPa), pois além da compressão ser
mais relevante pelos efeitos de 2a ordem da flambagem lateral, deve-se considerar as etapas
construtivas intermediárias, nas quais podem ser criados balanços para o encaixe dos trechos
centrais e, conseqüentemente, gerar a inversão do sentido dos momentos e das faces tracionadas e
comprimidas das vigas.
• Superposição de efeitos das cargas verticais conjuntamente com as horizontais: como toda a
análise feita neste trabalho, buscou-se a maior simplicidade possível, adequada, porém, ao grau
de complexidade do problema. Os carregamentos verticais foram modelados à parte dos
horizontais e os efeitos de ambos foram acumulados22.
22
Este procedimento é melhor descrito no memorial de cálculo, adiante.
23
A estimativa é sugestão do Prof. Dr. Júlio, orientador deste trabalho.
77
perfis dimensionados e iterou-se até a convergência. Metade deste valor é aplicada inicialmente
sobre o banzo da cobertura e a outra metade sobre o banzo do piso.
• Escolha dos perfis: as primeiras tentativas de escolha dos perfis de cada elemento em cada trecho
basearam-se num cálculo simples de área necessária do perfil para a resistência à força normal ou
transformando o momento fletor atuante em normal equivalente (supondo altura (h) igual a 50
cm):
Nd *γ s γ *Md
Anec = ou Anec = s
f yk f yk * h / 2
A passarela possui 4 m de largura e, conforme o croqui a seguir, possui uma viga central, bi-apoiada em
cada módulo, com contraventamentos horizontais.
A faixa (em azul) representa a área de influência da viga contral, que recebe o carregamento distribuído
sobre a laje de piso. Cada um dos dois banzos nas extremidades recebe os efeitos atuantes sobre a laje de
uma faixa de 1 m de largura.
A partir desta repartição, o carregamento total sobre a viga central será igual a:
78
Destaca-se que, nesta primeira iteração, não é considerado o peso próprio do perfil, sendo acrescido na
próxima tentativa.
O modelo adotado, como já citado, é uma viga bi-apoiada submetida a carregamento vertical de 17 kN/m,
o que gera um momento fletor de 76,5 kN no centro do vão e reações sobre os apoios iguais a 51 kN.
Estes apoios são as vigas transversais que ligam as duas treliças de cada módulo e receberão estas ações
em seu dimensionamento.
17 kN/m
Escolhendo um primeiro perfil a partir da resistência à força normal equivalente ao momento fletor
máximo:
Isto conduz ao menor perfil disponível (CS 150 x 25; A = 32,4 cm²). Em seguida, procede-se à
verificação da resistência do mesmo frente ao momento solicitante (Md = 10.920 kN.cm), numa situação
de flexão reta:
Md ≤ Mrd
Wx * fy 178 * 25
Mrd = = = 3973kN .cm
γs 1,12
Md = 10710kN .cm > Mrd
Com isto, não se verificou a adequação do perfil às cargas consideradas. A iteração seguinte verifica um
perfil de maior área e/ou altura (CS 150 x 45, por exemplo), prosseguindo até obter um perfil com
verificação da resistência próxima a 1 e estabilidade menor do que 1. Com a convergência de diversas
iterações, conclui-se que o mais adequado é o perfil CS 200 x 61.
Md ≤ Mrd
Wx * fy 575 * 25
Mrd = = = 12835kN .cm
γs 1,12
Md = 10710kN .cm < Mrd
Por fim, acrescenta-se às demais cargas o peso próprio deste perfil (608 N/m) e verifica-se uma última
vez este perfil em relação à resistência e também em relação ao estado limite de utilização:
79
17,608 kN/m
l
λ= ≤ 200
r
600
λ= = 114 ≤ 200
5,25
Md ≤ Mrd
Wx * fy 575 * 25
Mrd = = = 12835 kN .cm
γs 1,12
Md = 11093kN .cm < Mrd
Devido ao pequeno peso face às demais cargas, o perfil permanece adequado ao elemento em questão e
também se apresenta adequado ao critério de utilização. Cabe ressaltar que, em decorrência do fato de
cada uma destas vigas se apoiar em transversais do mesmo módulo, duas observações devem ser feitas:
b) São iguais para todos os vãos e módulos, pois todas possuem comprimento de 6 m e são
independentes e isoladas entre si, afetando apenas o restante da estrutura.
Vigas transversais
As vigas de piso anteriormente dimensionadas descarregam seus esforços sobre vigas transversais, que
unem as duas treliças entre si, enquanto as transversais da cobertura apóiam as telhas, através de terças e
longarinas, lembrando que há contribuição dos dois vãos adjacentes ao pórtico considerado, portanto as
cargas da viga central e da cobertura são duplicadas.
80
Figure 66 - Modelo estrutural para vigas transversais. Vista da seção transversal.
O vento foi considerado como igual a 600 N/m², sendo aplicados coeficientes de ponderação diferentes
para a área frontal e a traseira, iguais a 0,7 e 0,5, respectivamente. Como a fixação das vedações laterais é
feita apenas nos nós de cada treliça, as cargas são transferidas à estrutura de forma pontual, conforme o
desenho em planta da cobertura, a seguir:
0,5 ω
0,7 ω
Figure 67 - Modelo da treliça plana horizontal para ilustrar ação de cargas de vento.
Nestas vigas há esforços de momentos fletores e também de forças normais de compressão, como a maior
parte dos elementos da treliça, servindo sua seqüência de cálculo como exemplo para o dimensionamento
dos demais componentes sob esforços análogos.
Para a escolha inicial do perfil, determinou-se a área necessária para resistir aos esforços:
81
Nd *γ s M d *γ s 53,2 * 1,12 2380 * 1,12
Anec = + = + = 6,65cm 2
f yk f yk * h / 2 25 25 * 25
Portanto, o menor perfil disponível (CS 150 x 25; A=32,4 cm²) será utilizado na primeira tentativa.
Neste caso, o perfil mostrou-se adequado. Com o acréscimo do peso próprio, ainda se apresenta
adequado, bem como quanto ao estado limite de utilização:
l
λ= ≤ 200
r
400
λ= = 107 ≤ 200
3,73
Estas vigas são idênticas em todos os vãos e módulos, a exemplo das vigas centrais de piso, descritas no
item anterior.
Contraventamentos horizontais
Estas são peças de travamento e enrijecimento da estrutura frente à ação de cargas horizontais de vento,
aumentando a estabilidade da seção da passarela.
Foram dimensionadas a partir de compressão simples, pois serão peças esbeltas e leves, já que os esforços
de vento são concentrados nos nós. Dimensionadas pelo vento atuante no maior vão (trecho 8 a 11), a
compressão crítica resultou em apenas Nd = 46 kN e, como apresentado a seguir, o menor perfil (CS 150
x 25) também é mais que suficiente para estes elementos.
N d = 46kN
π 2E
MR − 250 → = 90
f yk
k x = 1,5
k x * l x 1,5 * 361 84
λx = = = 84 → λox = = 0,933 → ρ = 0,643
rx 6,42 90
k y = 1,5
ky *ly 1,5 * 361 145
λy = = = 145 → λoy = = 1,611 → ρ = 0,290
ry 3,73 90
N Rx 235
N Rn = ρ * Ag * f y = 0,29 * 32,4 * 25 = 235kN → N Rd = = = 210kN > N d
1,12 1,12
l
λ= ≤ 200
r
361
λ= = 97 < 200
3,73
82
Montantes
Os montantes foram dimensionados sob esforços de compressão e flexão (originada dos esforços de vento
sobre a cobertura a serem equilibrados pelo pórtico antes de sua transferência aos apoios), e o
procedimento de flexão composta é muito similar ao demonstrado para as vigas transversais, não sendo
novamente apresentado. Cada vão possui um montante crítico e todos os montantes deste vão seguem o
dimensionamento do crítico.
Cabe destacar a opção por montantes distintos para vãos adjacentes, a fim de isolar seus esforços e mantê-
los na condição de bi-apoiados e não-contínuos, não sendo necessárias adicionais conexões para manter
esta condição. Porém, os apoios deverão possuir largura suficiente para sustentar os dois montantes em
lugar de apenas um mais robusto.
Ao final do tópico de dimensionamento, serão apresentados todos os elementos para seus respectivos
trechos, bem como os esforços solicitantes e perfis escolhidos para resistí-los, resumidos na forma de uma
tabela.
Inicialmente consideradas sem peso, como os demais elementos (à exceção dos banzos), as diagonais de
cada vão são solicitadas apenas por tração axial, por escolha da direção das mesmas objetivando tal
efeito.
Para exemplificar o primeiro dimensionamento, utiliza-se a diagonal mais crítica da figura acima
(representando o trecho 2 da passarela), com a tração atuante Nd = 1.340 kN (sobre qualquer uma das
duas diagonais mais próximas dos apoios). Lembrar que este esforço resulta da aplicação das cargas
apenas sobre os banzos, cujas considerações serão melhor detalhadas no item referente aos mesmos.
Uma tentativa inicial pode se basear simplesmente na área necessária para resistir à tração:
N d * γ s 1340 *1,12
Anec = = = 60,0cm 2
f yk 25
83
O perfil CS 200 x 50 atende a este primeiro cálculo (A = 64,0 cm²; rx = 8,62 cm; ry = 5,10 cm²) e será
verificado a seguir quanto à estabilidade:
l
λ= ≤ 300
r
721
λ= = 141 < 300
5,1
Banzos
São os elementos mais solicitados das treliças e, portanto, serão os mais robustos. Considerações
específicas aplicam-se aos mesmos:
• Todo o peso estimado para a treliça (10 kN/m) é distribuído apenas sobre os banzos superior e
inferior, sendo refinado e distribuído entre os demais elementos ao longo do processo iterativo de
dimensionamento.
84
A seguir, apresenta-se o procedimento de cálculo adotado para a flexão composta sobre os banzos do
trecho 9, o mais solicitado de toda a passarela.
Nd
N ≤ 0,5
Nd Md Rd
+ ≤ 1
N Rd M Rd M d ≤ 0,5
M Rd
A* f y Nd 1,12 * 4242
N Rd = ≥ ⇒ A≥ = 380cm 2
γs 0,5 25 * 0,5
Wx * f y Md 1,12 * 1680
M Rd = ≥ ⇒ Wx ≥ = 151cm 3
γs 0,85 25 * 0,5
lx 600
λx = ≤ 200 ⇒ rx ≥ = 3cm
rx 200
ly 600
λy = ≤ 200 ⇒ r y ≥ = 3cm
ry 200
Perfil escolhido para a 1ª tentativa: CS 450 x 321 (A = 408,8 cm²; Wx = 6770 cm³; rx = 19,3 cm; r y =
11,81 cm).
Flambagem lateral:
λ p = 50
600
λy = = 50,8
11,81
2
40,75 d 40,75
χ= * ( f y − σr ) * rt * = * (25 − 7) * (12,56 * 0,27 ) 2 = 0,41
E * Cb A 20500 * 1
f
2 d
19,9 * rt *
Af 19,9 *12,56 2 * 0,27
λr = * 1+ 1+ x2 = * 1 + 1 + 0,412 = 253
x * ry 0,41 *11,81
λ p < λ y < λr
85
M r = W x * ( f y − σ r ) = 6770 * (25 − 7) = 121860kN .cm
M p = Z x * f y = 7628 * 25 = 190700kN .cm
λ − λp
M p − (M p − M r ) *
λr − λ p
M Rd =
λs
50,8 − 50
190700 − (190700 − 121860) *
M Rd = 253 − 50 = 170026kN .cm
1,12
Flexão:
Wx * f y 6770 * 25
M Rd = = = 151116kN .cm
γs 1,12
Normal:
A* f y 408,8 * 25
N Rd = = = 9125kN
γs 1,12
Nd Md
+ ≤1
N Rd M Rd
4242 1680
+ = 0,476 < 1
9125 151116
Nd CM * M d
+ ≤1
N Rd Nd
M Rd * 1 −
0 ,73 * Ne
86
600 31,1
λx = = 31,1 → λox = = 0,35 → ρ x = 0,945
19,3 90
ρ = 0,808
600 50,8
λy = = 50,8 → λoy = = 0,56 → ρ y = 0,808
11,81 90
CM = 1
A* f y 408,8 * 25
Ne = 2
= = 83429kN
λox 0,35 2
4242 1 * 1680
+ = 0,477 < 1
9125 4242
151116 * 1 −
0,73 * 83429
O perfil adotado atende às duas verificações, porém encontra-se sub-utilizado e antieconômico. Portanto,
escolhe-se para a próxima tentativa um perfil menor e aplica-se novamente a seqüência de cálculos e
verificações demonstrada acima. O perfil convergirá para CS 450 x 216.
Após a convergência para o perfil mais próximo do ótimo, aplica-se uma interação global à estrutura, com
os pesos reais dos elementos aplicados sobre os mesmos, e verifica-se a adequação dos perfis antes
adotados com a situação mais realista, otimizando aqueles que se apresentarem sub-utilizados.
Após todas as iterações e verificações, os perfis escolhidos para cada trecho estão apresentados nas
tabelas-resumo, bem como os esforços solicitantes sobre cada componente, já considerados os respectivos
pesos próprios.
87
Momento Perfil
Elementos comuns para todos os trechos Força Normal (kN)
Fletor (kN.m) dimensionado
Trecho Elemento Força Normal (kN) Momento Fletor (kN.m) Perfil dimensionado
88
Diagonal 461 2 CS 150 x 25
89
Banzo superior -857 6 CS 250 x 90
Adotando-se o valor de R$ 8,00/kg de aço como referência 24 para os custos de material e montagem de
estrutura metálica, e tendo-se a massa total do aço necessária para a estrutura igual a 315 toneladas
(equivalete a 3.150 kN) obtém-se uma estimativa de orçamento mínimo para a obra em torno de R$ 2,5
milhões.
Os trechos 6 a 11 merecem uma verificação complementar devido a uma particularidade de seu método
construtivo: o trecho 9 é montado por último, deixando os trechos 8 e 10 em balanço até o instante da
ligação; gerando esforços de sentido inverso (inversão de tração por compressão e vice-versa) ao da
configuração final sobre os banzos, montantes e diagonais destes trechos.
Apesar dos esforços serem menores, em módulo, do que os finais, devem ser verificados, especialmente
quanto à inversão de tração por compressão, por sofrer o acréscimo desfavorável da possibilidade de
flambagem sobre o perfil.
24
Valor sugerido pelo Eng. Gilmar, da Empresa de Estruturas Metálicas PoliAço.
90
Os esforços nesta etapa construtiva e os respectivos perfis verificados estão resumidos a seguir:
Trecho Elemento Força Normal (kN) Momento Fletor (kN.m) Perfil verificado
Por serem os esforços menores do que os finais e todos os perfis anteriormente dimensionados serem do
tipo CS, todos se apresentaram suficientemente adequados para suportar a etapa construtiva em balanço.
91
Cabe destacar que haverá um apoio provisório na extremidade em balanço do trecho 11, durante a etapa
construtiva, a fim de diminuir os momentos sobre o apoio permanente deste trecho durante esta etapa de
montagem.
92
10. CONSIDERAÇÕES SOBRE OS PILARES
Considerando o nível de projeto básico, fez-se uma análise preliminar de qual serão as considerações
importantes a respeito dos pilares. Para tanto, propôs-se uma geometria possível e calcularam-se as cargas
atuantes nos pilares e nos blocos de fundação.
Nesta análise preliminar, sugere-se lançá-los como pilares-parede, com altura de 7,00 metros e com seção
transversal de 4,00 metros de comprimento e 0,80 metros de largura.
O comprimento transversal de 4,00 metros destina-se a abrigar toda a largura da seção treliçada da
passarela.
A largura de 0,80 m é necessária para apoio dos dois trechos de treliça que solicitam cada um dos pilares,
a exceção do pilar P1. Assim para cada trecho de treliça (correspondente a um vão), estima-se necessária
um área de contato de comprimento 0,20 m, o que resulta em 0,40 m de largura necessários em cada pilar.
Os demais 0,40 m destinam-se a permitir eventuais serviços de manutenção dos aparelhos de apoio do
pilar ou da própria passarela.
A altura dos pilares é, em média, 7,00 metros, como pode ser visto no anexo que traz a elevação da
passarela.
93
Na figura anterior, tem-se as cargas N1, resultado do apoio de um trecho (que se apóia pela direita, ou
trecho 1), e as cargas N2, resultado do apoio de um segundo trecho (que se apóia pela esquerda, ou trecho
2). A figura a seguir ilustra melhor este conceito.
Figure 72 - Figura que ilustra apoio de dois trechos de treliça num pilar.
Para dimensionamento, é necessário avaliar todas as possíveis situações de cargas que aportam ao pilar,
sendo necessário portanto a introdução de uma notação. Observe:
Combinando todas as situações de cargas, é possível chegar a 8 casos a serem analisados para fins de
dimensionamento de pilares e de fundações, quais sejam:
As cargas nos pilares, são, portanto, como apresentado na tabela seguinte. Nota-se que o pilar mais
solicitado é o pilar P2.
94
Pilar W (kN) Ng1 (kN) Ng+q1 (kN) Ng2 (kN) Ng+q2 (kN)
P9 21,6 0 0 145,2 290,7
P8 56,2 145,2 290,7 259 501,2
P7 56,2 259 501,2 0 0
P6 38,9 0 0 309,1 583,6
P5 64,8 309,1 583,6 173,3 351,1
P4 51,8 173,3 351,1 173,3 351,1
P3 69,1 173,3 351,1 357,4 664,2
P2 99,4 357,4 664,2 558,2 705,7
P1 56,2 558,2 705,7 1405 1999,1
P10 21,6 0 0 201 411
P11 21,6 281,4 491,4 0 0
Apresenta-se, então, um diagrama plano da configuração do citado pilar demonstrando os esforços a que
está submetido e apresentando um sistema de eixos que orienta o dimensionamento da armadura do pilar
e de sua fundação.
Z
Z
Y X
7m
Y X
4m 0,8 m
95
Mx = (2 × N 1 − 2 × N 2 ) × 0,6(kN × m ) ⇒ PositivoNoSentidoDoEixo
My = (W ) × 7,0(kN × m ) ⇒ PositivoNoSentidoDoEixo
É válido lembrar que para o esforço de vento W, foi utilizado o valor de 6,0 kN/m2, não se utilizando dos
fatores de ponderação ou de cálculos mais sofisticados para os mesmos por se tratar de um projeto básico.
No que se refere ao cálculo da força normal solicitante para cada pilar, pode-se utilizar a seguinte
expressão:
N = 2 × N1 + 2 × N 2 + Ng
Em que:
Considerando o peso especifico do concreto armado como 25 kN/m3 e as dimensões propostas para os
pilares pode-se calcular Ng como:
N = 25 × 7 × 0,6 × 4 = 420 kN
Esse valor chega ser 75% da carga total do pilar P9, por exemplo. Logo é possível afirmar que para fins
de projeto executivo o esquema de pilar parede para os pilares menos carregados é absurdo pois,
certamente, a maior parte da carga solicitante será oriunda do peso próprio do pilar. Nesses casos deve-se
se pensar em esquemas de pórticos, pilares com redução da seção ou mesmo pilares metálicos.
No caso do pilar P2, o mais carregado, objeto de estudo do presente item, considerando todos os casos
expostos anteriormente e as expressões acima, pode-se montar a seguinte tabela:
Observa-se que para o caso 6, que possui maior força normal, o peso próprio do pilar equivale a 13,36%
do peso total, valor bem mais próximo dos 9%, referência para pré-dimensionamento de pilares na norma.
Dentre os casos todos, identificam-se críticos (e merecedores de uma análise mais detalhada) os casos 3,
4, 7 e 8.
96
11. ESTUDO DO SUBSOLO E ESCOLHA DAS FUNDAÇÕES
Elaborou-se, portanto, um estudo completo dos esforços atuantes na fundação devidos ao peso próprio da
estrutura, às cargas provenientes do tráfego de pedestres, e aos esforços horizontais derivados da ação do
vento, como pode ser visto no item anterior.
Como critério de dimensionamento, têm-se a exigência de que as fundações permitam a transferência dos
esforços25 para o subsolo de forma a promover o equilíbrio, e a garantia de que os recalques sejam
minimizados a níveis toleráveis.
Pretende-se apresentar quais as opções de fundações aplicáveis e mais adequadas para a situação em
estudo, analisados os seguintes aspectos:
Para o correto dimensionamento, há uma metodologia, ou uma sequência de atividades, que se propõe a
seguir.
O primeiro passo para o projeto de fundações é realizar uma análise do solo e do subsolo para o qual as
fundações transmitem os esforços. Essa análise é feitapara identificação das camadas que constituem o
solo, para identificação das propriedades de interesse, para avaliação do comportamento do solo quanto
ao desempenho e eventuais problemas executivos. Para a obtenção de todas essa informações são
executadas sondagens do solo do local da obra.
25
Forças normais, cortantes e momentos fletores.
97
Figure 74 - Sondagem de local próximo à passarela.
[Fonte: Engeos Engenharia Geotécnica S.A.]
98
Figure 75 - Sondagem de local próximo à passarela.
[Fonte: Engeos Engenharia Geotécnica S.A.]
99
Figure 76 - Sondagem de local próximo à passarela.
[Fonte: Engeos Engenharia Geotécnica S.A.]
100
Sabe-se que as sondagens fornecem quatro informações ao engenheiro: (1) tipo de solo, (2) espessura das
camadas de solo, (3) resistência SPT do solo a cada metro e (4) altura do nível d’água.
Fazendo-se uma análise dos perfis geotécnicos obtidos através das sondagens apresentadas, pode-se
constatar que na região tem-se a presença de uma camada de quase um metro de aterro. Após a camada
inicial de aterro tem-se uma camada com por volta de 2 a 3 metros de espessura de argila orgânica com
resistência SPT muito baixa, por volta de 4. A camada subseqüente tem aproximadamente 5 metros de
espessura e é de uma areia medianamente compacta com altos valores de resistência SPT, na casa de 25 a
30. A última camada que se tem registro nas sondagens é de uma areia compacta com resistência SPT
com valores entre 30 e 40. Além dessas informações, também é possível saber que o nível d’água se
encontra a aproximadamente 3 metros de profundidade.
Existe a necessidade de se fazer a fundação para um dos pilares que estará sobre a plataforma da estação
Cidade Universitária da CPTM. Nessa situação, fazendo-se uma análise das interferências que se tem para
a execução das fundações e da sua necessidade de se causar o menor impacto possível sobre o
funcionamento da estação, a melhor solução encontrada seria a execução de estacas raiz, utilizando-se um
modelo muito próximo do que foi feito nas obras da Estação da Luz em São Paulo, onde as restrições de
execução das fundações eram muito parecidas. Abaixo, pode-se ver algumas imagens dessa obra.
101
Figure 78 - Equipamento para execução de estaca-raiz.
[Fonte: Aquivo do grupo]
O próximo passo é o estudo das alternativas para a fundação dos outros pilares da passarela. Durante a
análise do perfil geotécnico da região, alguns tipos de fundação foram descartados devido a sua
inviabilidade técnica.
Primeiramente, descartou-se a utilização de fundações rasas como sapatas em função das camadas
superficiais do terreno, que não apresentam capacidade de suporte adequada. Estacas cravadas, sejam
metálicas ou pré-moldadas de concreto, também foram descartadas pois os valores de SPT do subsolo, a
partir de determinada profundidade, são superiores a 25. Já a execução de estacas moldadas in loco
também foi descartada quando se considerou o tipo de estrutura que se esta projetando (passarela) e a
provável qualidade do serviço de execução.
Com base nas cargas que estarão atuando nas fundações e com a análise do perfil geotécnico da região,
chega-se a conclusão de que a melhor alternativa para a execução das fundações seria a utilização de
estacas tipo hélice continua. As estacas tipo hélice contínua apresentam grande confiabilidade de
execução, podem ser executadas sem restrições no terreno da região (incluindo solo e subsolo) e
permitem alta produtividade (podem ser executados mais de 100 metros de estacas por dia com um
equipamento de hélice continua).
No entanto, a escolha do tipo de fundação para a passarela deve levar em conta não só os aspectos
técnicos, mas também aspectos econômicos, como já dito. Nesse ponto, a escolha do método executivo
da fundação com hélice contínua já não se sustenta, pois para a execução deste tipo de fundação é
necessário o deslocamento de 3 máquinas: a de execução da estaca hélice contínua, o caminhão com a
bomba de concreto e o caminhão betoneira.
Levando-se em consideração a execução das fundações da passarela, verifica-se uma certa distância entre
os pontos de execução das estacas. Esse processo de deslocamento além de necessitar de um grande
estudo de logística para alocação de todos as máquinas envolvidas na execução da fundação, ainda
102
representa uma perda considerável de volume de concreto que fica na bomba ao término da execução das
estacas em cada trecho.
Com base nessas informações, a execução de estacas raiz se torna a melhor escolha para as fundações da
passarela. Neste caso, o equipamento para a execução das estacas raiz já estará disponível, pois será
utilizado para a execução da fundação do pilar sobre a plataforma da estação Cidade Universitária da
CPTM. Outra vantagem é que, na existência de esforços horizontais atuantes sobre a fundação, pode-se
executar as estacas raiz inclinadas.
1. O primeiro é a perfuração da estaca. A perfuração é feita pela rotação de tubos metálicos com o
auxílio de circulação de água, que é injetada pelo interior e retorna à superfície pelo exterior. Os
tubos vão sendo emendados conforme a perfuração avança. Os detritos resultantes da perfuração
são carreados à superfície pela água de perfuração.
Com base nos dados das cargas atuantes na fundação fornecidos no item anterior e por se tratar de um
projeto básico, foi escolhido o caso do pilar mais crítico, P2, para o dimensionamento das fundações,
imaginando-se que todos os outros casos de pilares podem ser bem representados por este. Para o
dimensionamento das estacas utilizou-se também o Catálogo da Brasfond Fundações Especiais S.A.
Fazendo-se uma análise dos casos de carregamentos, tomou-se como caso critico para o dimensionamento
das fundações a situação em que atuam as cargas permanentes e acidentais. Os outros casos estudados
foram utilizados na verificação da estrutura da fundação.
103
Chegam às fundações, além dos esforços de compressão, momentos relativos a duas direções (paralelo ao
sentido de caminhamento na passarela e perpendicular a este sentido) e esforços horizontais.
Os esforços horizontais não serão considerados neste dimensionamento por ocasionarem grande
complexidade nos cálculos. O efeito desses esforços deve ser considerado no dimensionamento das
estruturas de fundação, no entanto, quando em projeto executivo.
Com base nisto, adotou-se bloco com quatro estacas, como segue:
A partir da geometria escolhida e dos esforços que solicitam o pilar P2, já apresentados, tem-se o
dimensionamento propriamente dito.
O primeiro passo é dimensionar o diâmetro das estacas, com base nos esforços do caso 6, em que se tem a
atuação de cargas permanentes e acidentais. Este cálculo é feito da seguinte maneira.
N 3143
Nestaca = = = 785,75kN
n o estacas 4
Com base neste valor, sabe-se que o menor diâmetro de estaca que irá resistir ao esforço é a estaca raiz de
diâmetro acabado de 310 mm, que tem uma capacidade de carga de trabalho de até 1.000 kN. Logo o
bloco de estacas terá 4 estacas com diâmetro de 310 mm cada. A distancia dx e dy entre estacas deve ser
maior ou igual a 3 vezes o diâmetro das estacas. Inicialmente dimensiona-se com dx = dy = 3*310mm =
930 mm = 0.93 m.
O próximo passo é o cálculo para todos os casos, com a atuação dos momentos em torno dos eixos x e y
do bloco. Sabe-se, pela norma brasileira de fundações, que, para os casos de análise em que se tem a
atuação do vento (no nosso caso, os casos 3, 4, 7 e 8), o valor do esforço atuante sobre a estaca não pode
ser superior a 130% da sua carga de trabalho, ou seja, no caso do pilar P2, o esforço na estaca para
situação com atuação do vento não pode ser superior a 1.300 kN.
104
N Mx My
Nest = ± ±
4 2 * dy 2 * dx
Pilar 2 N1 N2
Caso 1 472,2344 644,9656
Caso 2 482,5435 782,1565
Caso 3 1019,052 98,14839
Caso 4 1156,242 108,4575
Caso 5 757,5914 666,4086
Caso 6 767,9005 803,5995
Caso 7 1131,677 292,3226
Caso 8 1177,685 393,8145
Nos casos sem a presença de vento, em nenhum momento foram obtidos valores negativos ou superiores
à carga de trabalho da estaca. Nos casos em que há a atuação de vento, da mesma forma, pode-se garantir
que não se obtiveram valores negativos ou superiores aos 1.300 kN aceitos pela norma. Desta forma,
verificou-se que a estaca de diâmetro acabado de 310 mm resiste aos esforços a que estará submetida e,
portanto, é a escolhida para a fundação.
O próximo passo para o dimensionamento das estacas é o cálculo do seu comprimento. Para tanto, faz-se
a verificação com base na capacidade de carga de ruptura à compressão de uma estaca raiz. Essa carga
pode ser estimada em função dos resultados das sondagens (para o pilar P2 a sondagem utilizada é a SP-
1), executadas de acordo com a Norma NBR-6484 da ABNT, pela seguinte fórmula:
Pr = α * Np * Ap + β * N * P * L (tf)
Em que:
Np: média dos valores dos índices de resistência a penetração SPT, determinados a um
metro acima e a um metro abaixo da ponta da estaca. Os valores de SPT superiores a 40 devem
ser tomados iguais a 40.
N: média dos valores dos índices de resistência à penetração SPT, medidos ao longo do
fuste da estaca. Os valores de SPT superiores a 40 devem ser tomados iguais a 40.
105
A carga admissível Pa da estaca-raiz é estimada por:
Pr
Pa = (tf)
2
11.5.3. Resultados
cota SPT β α Np Ap N P L Pr Pa
1 4 0,6 13 4 0,075477 4 0,973894 1 6,262137 3,131068
2 4 0,6 13 3 0,075477 4 0,973894 2 7,618284 3,809142
3 1 0,6 9 4 0,075477 3 0,973894 3 7,97619 3,988095
4 7 0,6 13 10,33333 0,075477 4 0,973894 4 19,48842 9,744212
5 23 0,6 13 19,66667 0,075477 7,8 0,973894 5 42,08601 21,043
6 29 0,6 13 28,33333 0,075477 11,33333 0,973894 6 67,53547 33,76774
7 33 0,6 13 31,33333 0,075477 14,42857 0,973894 7 89,76216 44,88108
8 32 0,6 13 31,33333 0,075477 16,625 0,973894 8 108,4609 54,23046
9 29 0,6 13 31,66667 0,075477 18 0,973894 9 125,7337 62,86687
10 34 0,6 13 34 0,075477 19,6 0,973894 10 147,8906 73,94532
11 39 0,6 13 36,66667 0,075477 21,36364 0,973894 11 173,2963 86,64814
12 37 0,6 13 38,66667 0,075477 22,66667 0,973894 12 196,8791 98,43955
13 42 0,6 13 39 0,075477 24,15385 0,973894 13 221,7483 110,8741
Analisando-se os resultados dos cálculos, conclui-se que o pilar P2 deve ter como fundação um bloco
com quatro estacas raiz de diâmetro acabado de 310 mm e comprimento de 13 metros.
106
12. MATERIAIS
A escolha dos materiais componentes da passarela baseia-se em aspectos estéticos, arquitetônicos e
construtivos, na resistência e na durabilidade, na facilidade de limpeza, no conforto visual e nos custos de
manutenção. Os materiais tratados neste tópico são referentes à vedação vertical, laje, piso, cobertura e
corrimão.
As vedações são elementos com a função de proteger o ambiente interno de ações externas indesejadas,
controlando-as e regulando-as. A utilização de vedação vertical, neste caso, pretende permitir controlar a
ação das chuvas, e intempéries em geral, no interior da passarela. Porém, deve-se lembrar da necessidade
de ventilação no interior da mesma. Baseando-se nos dois fatos, as alternativas encontradas foram chapas
perfuradas (como utilizadas nas passarelas das estações Socorro e Morumbi da CPTM) ou venezianas. A
escolha do grupo foi pelas venezianas, que serão descritas detalhadamente a seguir.
12.1.1. Venezianas
107
Figure 81 - Detalhe da veneziana e de ventilação.
[fonte: Catálogo Comovent]
As aletas são fabricadas em PVC rígido (em diversas cores), recebem tratamento de superfície anti-mofo
e são dobradas de modo a aumentar a resistência às deformações, impedindo a entrada de água de chuva.
Os montantes verticais podem ser fabricados em chapa de aço galvanizada, pré-pintada, alumínio-
manganês em liga semi-dura ou em aço inoxidável. Na passarela será utilizado aço galvanizado.
Os módulos, compostos por aletas e montantes, são montados através de rebites aplicados sob pressão
com arruelas de reforço estampados na parte interna, permitindo um conjunto leve e rígido.
• Dimensões:
108
Figure 82 - Formatos das aletas das venezianas de PVC.
[Fonte: Catálogo Comovent]
• Difusão da luz:
Percentagem de transmisssão
Raios Cores do P.V.C. % de transmissão
Amarelo 74
Neutra 73
Visíveis Verde 57
Azul 54
Vermelho 51
Infravermelho - 50
Ultravioleta - nula
Table 15 - Tabela para transmissividade de luz para aletas de PVC.
[Fonte: Catálogo Comovent]
109
100 4,4 5,4
120 4,6 5,7
Table 16 - Tabela com pesos dos módulos de venezianas de PVC.
[Fonte: Catálogo Comovent]
- Resistência ao fogo, pois o PVC não é inflamável, carbonizando-se sem liberar chamas
nem propagar fogo;
12.2. Cobertura
A cobertura também tem por função vedar. Optou-se por telhas metálicas curvas com isolamento térmico.
A cobertura, portanto, é composta por duas camadas de telhas intercaladas por espaçadores e lã de rocha,
que proporciona conforto térmico e acústico. Esta mesma tecnologia foi usada em alguns acessos do
Metrô de Salvados, por exemplo, na estação Acesso Norte.
110
Figure 84 - Estação Acesso Norte do metrô de Salavador, Bahia.
[Fonte: www.metro.salvador.ba.gov.br]
12.2.1. Telhas
111
LR-33 dob CC
- 700 0,50
côncavo
Table 17 - Tipos de Telha.
[Fonte: www.perfilor.com.br]
Espessura da chapa de aço zincada sem o isolamento mm 0,43 0,50 0,65 0,80
2
Peso Kgf/m 4,03 4,68 6,09 7,49
A lã de rocha é um produto fabricado a partir de rochas basálticas e outros minerais, que, ao serem
aquecidos a 1500°C, são transformados em filamentos e, então, aglomerados com soluções de resinas
orgânicas. Assim, dependendo do grau de compactação, pode-se obter um produto final leve e flexível ou
bastante rígido. O produto final pode ser na forma de placa ou manta. Para o uso na passarela é
necessário um produto flexível, que acompanhe a curvatura da telha.
112
Entre as diversas características do material vale citar (1) a resistência ao fogo, (2) a absorção acústica
(devido a sua estrutura fibrosa), (3) o isolamento térmico (devido à baixa condutividade térmica), (4) a
facilidade de manuseio, (5) a boa resiliência (recupera a espessura original, após a retirada da força que
causou a deformação), (6) a resistência às vibrações, (7) a resistência à água (a lã basáltica é repelente à
água na forma líquida), (8) a imputrescibilidade.
Indica-se utilizar neste projeto espessura de 50 mm, que apresenta resistência térmica de 2,04
m²*Cº/W. O peso do conjunto telhas e isolante resulta em aproximadamente 12 kg/m2.
12.3. Laje
A laje da passarela será executada em steel deck. Esta tecnologia consiste em utilizar chapas de aço que
possuem dupla função: fôrma para o concreto durante a execução e armadura positiva da laje.
113
Figure 90 - Laje em steel deck sobre viga metálica.
[ Fonte: www.stilaco.com.br]
As principais vantagens ao se utlizar esta tecnologia são (1) a dupla função, como citado anteriormente,
(2) a alta qualidade de acabamento da laje, (3) a dispensa de escoramento, (4) a redução de desperdício de
material, (5) a facilidade de instalação e (6) a maior rapidez construtiva.
Escolheram-se os seguintes materiais e especificações: steel deck em aço especial galvanizado ASTM A
653 grau 40, concreto estrutural convencional com resistência a compressão (fck) maior ou igual a 20
MPa, armaduras adicionais em telas soldadas, para controle de fissuração, tendo uma área mínima de
0,1% da área de concreto acima do topo do steel deck.
A seguir, quadro que reúne as características do steel deck de acordo com a espessura:
114
0,95 0,91 75,13 11,12 8,90 29,70 28.788 1.254.749 1.332
1,25 1,21 75,43 14,63 14,62 49,53 40.599 1.666.741 1.771
(aço ASTM A-653 grau 40 (ZAR 280); tensão de escoamento: 280 MPa; largura de 1000 mm)
12.4. Piso
O piso deve apresentar resistência à abrasão para alta solicitação, durabilidade adequada, propriedades
anti-escorregamento e fácil manutenção. Tendo em vista as características citadas e o fato de que a laje
será feita no sistema steel deck, optou-se pelo piso de borracha, conhecido no mercado como plurigoma.
115
No assentamento deste piso, a borracha é aplicada em forma de placas, utilizando-se argamassa ou cola,
sobre contrapiso feito com argamassa de cimento e areia no traço 1:3, nivelado, desempenado e de
acabamento rústico. Esta forma de assentamento é trabalhosa mas dá garantias de um bom resultado, o
que se reflete em muito boa durabilidade.
12.5. Corrimão
Os corrimãos serão implantados apenas nas rampas de acesso e serão em aço inox escovado, a exemplo
do que se tem no Metrô de São Paulo.
As vantagens da utilização deste material são diversas; dentre elas, ressaltam-se: (1) manutenção de suas
características estéticas, pois não descasca, não escurece e não requer técnicas complicadas para limpeza;
(2) permite condição higiênica já que apresenta superfície lisa e pouco porosa; (3) possui alta resistência
à corrosão; (5) apresenta alta resistência mecênica, (5) requer manutenção de baixo custo; (6) permite ser
dobrado, estampado e trabalhado da forma mais conveniente para sua utilização; além de ser (7) 100%
reciclável. A fonte destas inforações é o site da Acesita.
116
13. CONTRATO
A obra da passarela em estudo tem como contratante uma entidade pública, que pode ser a USP, a CPTM
ou ambas, em conjunto26.
Tem-se que deve ser feita uma licitação por concorrência, visto que o preço estimado da obra ultrapassa o
limite de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). O edital para a concorrência pode definir
licitação por (1) menor preço, por (2) melhor técnica ou por (3) técnica e preço. Usualmente, em obras
públicas, adota-se concorrência por menor preço para empreitada global.
O conteúdo do contrato deverá envolver a especificação dos serviços contratados, produtos a serem
fornecidos, prazos, formas de pagamento, preço total, direitos e responsabilidades entre as partes
envolvidas.
Em visita ao fabricante PoliAço, foram pesquisadas as formas de contratação em obras que envolvem
estruturas metálicas. Identificou-se que o contratado pode ser uma empreiteira ou o fabricante
diretamente.
Como, no caso, o contratante é uma entidade pública e a concorrência é por preço global, é desejável que
haja contratação de uma empreiteira. Esta contratação isentaria convenientemente o contratante de
qualquer responsabilidade em relação à obra.
Neste caso específico, seriam funções da empreiteira contratada, as seguintes: (1) orçamentação detalhada
(essencial para processo licitatório), (2) detalhamento de projeto em nível executivo, (3) contratação ou
realização da execução, (4) planejamento e controle de obra, (5) serviços de seleção e contratação de
mão-de-obra, (6) segurança e alimentação do pessoal envolvido em obra, dentre outras.
O (sub)contrato com o fabricante de estruturas metálicas pode ou não envolver a realização do projeto
estrutural, entretanto, o fabricante deve obrigatoriamente fornecer projeto de execução e detalhamento
construtivo, por meio de desenhos.
Segundo a NBR 8800/86, a empreiteira é co-responsável pela gerência dos serviços executados pelo
fabricante.
26
Esta decisão cabe à Universidade de São Paulo e à CPTM tomarem em consenso.
117
Figure 94 - Atividades gerenciadas pela empreiteira a ser contratada.
118
14. CONCLUSÃO
O trabalho encerra-se neste nível de desenvolvimento, nível equivalente a projeto básico. Entende-se que
reuniu as informações de maior relevância para o projeto da passarela, sobretudo, no que diz respeito ao
estudo da efetiva necessidade de execução, à viabilidade técnico-econômica da obra, ao dimensionamento
estrutural, à organização, às metodologias e às técnicas construtivas, embora também tratado da escolha
de materiais e da elaboração de contrato.
Pode-se concluir aqui que, a partir dos temas tratados, foi possível reunir informações que dêem suporte à
tomada de decisão, pelas entidades competentes, quanto a realização da passarela.
119
15. ANÁLISE CRÍTICA
Este trabalho de formatura buscou, como se afirma logo no início, o desenvolvimento por completo de
um projeto. O que se obteve, ao seu término, foi o desenvolvimento de uma série de atividades em nível
de detalhamento compatível com projeto básico.
Entende-se, entretanto, que o objetivo foi alcançado visto que houve a preocupação com a
interdisciplinaridade, com o desenvolvimento em grupo das tarefas e com intensidade de trabalho, embora
reconheça-se que, de fato, não se esgotou o desenvolvimento das atividades possíveis.
A interdisciplinaridade, a que se faz referência, é o tratamento das questões sob a perspectiva de diversas
áreas do conhecimento, quais sejam: Arquitetura, Engenharia de Estruturas e Fundações, Engenharia
Hidráulica, Engenharia de Construção Civil e Engenharia de Transportes. Acredita-se ter atingido um
elevado grau de interdisciplinaridade pois as soluções foram, sempre que necessário, discutidas sob
diferentes focos, configurando-se soluções de compromisso, sobretudo quando identificados interesses
conflitantes a serem atendidos.
O desenvolvimento das tarefas em grupo caracterizou-se pela abertura de diversas frentes de trabalho a
partir do desenvolvimento conjunto das informações básicas. As frentes de trabalho, entretanto, regular e
frequentemente relacionavam-se para reportar e discutir informações e tomadas de decisão. Buscou-se,
sobremaneira, a coerência e a unidade de projeto.
A intensidade de trabalho reflete o resultado alcançado. Entende-se como trabalho todo esforço realizado
no intuito de reunir, desenvolver e analisar as informações bem como todas as tomadas de decisão. Foram
realizadas pesquisas bibliográficas sob os assuntos abordados, entrevistas com professores e profissionais
da área, reuniões com representantes de órgãos públicos importantes, visitas técnicas a uma fabrica e a
uma obra em estruturas metálicas, visitas a campo, além de incontáveis reuniões entre membros com e
sem a presença dos professores orientadores.
Concluímos, portanto, que este trabalho significou, antes de mais nada, uma grande oportunidade de
aprendizado, seja pela forma, diferente do que se propõe geralmente à graduação, seja pela forma de
avaliação, também peculiar, seja, ainda, pela dinâmica de interação entre as partes envolvidas.
120
16. REFERÊNCIAS
16.1. Publicações
- Meyer, Karl F. Estruturas Metálicas – Passarelas e Pontes para Dutos. 1a edição, 1996.
- National Research Council (U.S.), Transportation Research Board. Highway Capacity Manual,
2000. 4a edição, 2000.
- Fruin, John J. Pedestrian – Planning and Design. 1971. Metropolitan Association of Urban
Designers and Environmental Planners, Inc.
- Serra, Sheyla M. B. Diretrizes para a gestão de subempreiteiros. Tese de doutorado. São Paulo,
2001.
- Cardoso, Francisco F. Certificações setoriais da qualidade e microempresas. O caso das
empresas especializadas de Construção Civil. São Paulo, 2003.
- Aguiar, Amanda G. D. B. Subcontratação: uma opção estratégica para a produção. Boletim
Técnico da Escola Politécnica da USP.
- NBR 9050 – Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências a edificações, espaço
mobiliário e equipamentos urbanos.
- NBR 9283 - Mobiliário urbano – Classificação.
- NBR 9284 - Equipamento urbano – Classificação.
16.2. Contatos
16.3. Internet
121
- Marc Mimram: Architecture et Ingénierie – www.mimram.com/
122