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Nome: Julio Cezar dos Santos

Curso: Filosofia
Disciplina: Ética contemporânea
Turma: Noite
Professor: Ivanir Signorini

Responda as questões a partir da Moral Provisória de Descartes

1) Descartes, na Moral Provisória, renuncia a agir a partir dele mesmo e


passa a agir a partir do que lhe é externo (o/s outro/s). Desenvolva um
texto tratando/demonstrando onde o filósofo busca as ações (ou a partir
do quê age) e quais são os critérios que adota para saber, dentre as
inúmeras ações, quais deve praticar.
Segundo Descartes, é preciso, antes de estabelecer uma moral
definitiva, estar de acordo com as leis do país de onde se vive estando em
contato com a sociedade, estabelecendo contato com os outros homens a
partir das leis e costumes vigentes ali. Contrariamente ao método da dúvida
para se chegar numa ideia que seja clara e distinta, na moral Descartes confia
nas autoridades e nas tradições atendo-se àquilo que é verossímil. Sendo a
moral um assunto definitivamente prático, o autor estabelece algumas máximas
sobre as quais basear sua ação para não ter de ficar paralisado pela dúvida.
São quatro: (1) obedecer às leis e costumes do país, observar os princípios
religiosos, agir segundo opiniões moderadas; (2) ser firme em suas ações sem
valorizar opiniões duvidosas; (3) vencer a si mesmo e controlar os desejos, e
crer que apenas os próprios pensamentos estão inteiramente em nosso poder;
(4) por fim Descartes diz que percebeu que a melhor das ocupações é o cultivo
da razão e a busca da verdade através do método que criou.

2) “A minha segunda máxima consistia em ser tão firme e resoluto quanto


me fosse possível em meus atos e em seguir as opiniões mais
duvidosas, desde que me tivesse decidido por elas, com constância não
menor do que se elas fossem exatíssimas”. Desenvolva um texto
explicativo e que considere esta frase a partir da Moral Provisória.
A segunda máxima diz respeito à firmeza das ações e em não se deixar
levar por opiniões que sejam duvidosas, porque nesse contexto de ações ser
instável é ruim mesmo sem ter a certeza indubitável sobre aquilo que se está
fazendo. Descartes diz que é melhor caminhar do que ficar indiferente, sem
nenhuma atitude, assim é necessária uma ação firme e resoluta, pois é dessa
forma que se pode encontrar o caminho correto; passando por um caminho que
seja provável se pode chegar numa situação melhor.

3) Agir a partir da Moral Provisória é um “tatear no escuro” (“andar às


cegas”, “agir sem referência segura”). Explique.
Tal afirmação está muito próxima da segunda máxima, pois de fato o
autor assevera que devemos nos guiar por aquilo que é verossímil até que se
possa estabelecer uma moral permanente. “Tatear no escuro” traz justamente
a ideia de que agiremos sem um princípio norteador e tão somente segundo
aquilo que for mais provável. O autor se utiliza do exemplo daquele que se vê
perdido em uma floresta, mas que não conseguirá sair dela se não caminhar
sempre numa direção só. Ele de fato pode não chegar no destino mais
esperado, mas se não tiver uma ação resoluta não chegará em lugar nenhum e
continuará perdido. Então é preciso seguir em frente mesmo adotando razões
que sejam duvidosas, nas palavras do autor: “No que diz respeito à vida
cotidiana, perderíamos muitas vezes a oportunidade de agir, caso
esperássemos até nos livrarmos das dúvidas; somos, portanto, frequentemente
compelidos a aceitar o meramente provável” (Princípios de filosofia, Parte I, art.
3).

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