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Na obra cinematográfica ‘’Rio’’, lançada em 2011, a trama, ao retratar as aventuras do protagonista Blue,

demonstra e exalta os aspectos naturais e culturais da cidade do Rio de Janeiro. Entretanto, tal enaltecimento se
restringe ao âmbito ficcional, visto que, apesar das diversas belezas do território brasileiro, o turismo nacional,
relevante atividade econômica e cultural, é desvalorizado pelos cidadãos. Nesse contexto, com afã de mitigar esse
empecilho, deve-se analisar a inoperância do Estado e a postura negativa da mídia como elementos que corroboram
sua perpetuação.

É imperioso ressaltar, primeiramente, a ineficiência governamental como fator estimulante para o desprestígio do
ludambulismo no país. Segundo o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, algumas instituições, mesmo que
mantenham sua essência, configuram-se como zumbis, por perderem sua função social. Em paralelo com a lógica do
teórico, as esferas políticas não cumprem seu papel, dado que a carência de investimentos na infraestrutura dos
pontos turísticos, com sinalizações e placas que viabilizem o acesso e a logísticas desses locais, e de garantias na
segurança pública dos visitantes são constantes. Em decorrência disso, a população, quando viaja, opta por destinos
internacionais em detrimento dos inter-regionais, já que a imagem de um Brasil sem estrutura adequada se
sobrepõe a suas belas paisagens, o que intensifica a ausência de admiração pela cultura da pátria. Logo, nota-se que
a falta de um Poder Público efetivo potencializa essa adversidade.

Outrossim, observa-se que o desapreço pelo Turismo é resquício, principalmente, da má atuação midiática. O
escritor Nelson Rodrigues cunhou a expressão ‘’Complexo de Vira-Lata’’ para designar a inferioridade em que o
brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. Sob essa ótica, percebe-se que os meios de
comunicação contribuem para esse pensamento da sociedade, já que exibem, somente, os aspectos negativos do
país em detrimentos de suas atrações, os quais são promovidos pelos veículos informacionais de forma precária. Por
conseguinte, os indivíduos não se interessam em conhecer esses locais turísticos e as diferentes manifestações
culturais presentes no espaço tupiniquim, de modo que não realizam excursões, o que afeta negativamente a
economia da nação, uma vez que, o turismo é uma atividade geradora de emprego e renda, e não só reduz a
desigualdade, mas também fomenta a inclusão. Desse modo, atenuar tal obstáculo é medida que se impõe.

É evidente, portanto, que a inobservância dos órgãos políticos e a posição depreciativa da mídia validam o impasse
da não valorização do excursionismo nacional. Para contornar esse revés, cabe ao Ministério do Turismo,
juntamente com Governo Federal, por meio da redistribuição de verbas, investir na infraestrutura e na acessibilidade
das atrações brasileiras, com a implementação de sinalizações e profissionais especialistas no planejamento de
viagens, afim de assegurar uma boa logística e segurança para os visitantes. Ademais, a Mídia, como grande
moldadora de opinião pública, mediante a parcerias com companhias de viagens e hoteleiras, deve promover os
pontos turísticos e criar campanhas que demonstrem as maravilhas do Brasil, com o fito de incentivar as viagens
dentro da região verde amarela. Sendo assim, o brasileiro exaltará os aspectos naturais e culturais de sua terra,
como retratado no longa-metragem ‘’Rio’’.

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