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Em 1988, Ulysses Guimarães promulgou a Carta Magna, estabelecendo o transporte e a educação como direitos

imprescindíveis a todos. Entretanto, a garantia dessas leis está distante da realidade do cotidiano nacional, visto que
o Brasil contemporâneo é vítima de problemáticas no tocante ao crescimento da geração nem-nem, o que gera
graves danos socioeconômicos à nação. Nesse contexto, com o afã de mitigar esse óbice, deve-se analisar a
defasagem metodológica escolar e a negligência governamental como elementos que corroboram sua perpetuação.

É imperioso ressaltar, primeiramente, a lacuna de metodologia das instituições de ensino como fator estimulante
para o aumento do número de jovens que não trabalham e nem estudam no país. Segundo o educador Rubem Alves,
o qual cunhou a expressão ‘’escolas-gaiolas’’, há espaços pedagógicos em que a capacidade crítica do aluno não é
estimulada. Sob essa ótica, a lógica do teórico é comprovada por parte desses órgãos educacionais, já que o modelo
de instrução adotado é tecnicista e ultrapassado, pautado na memorização e não prioriza assuntos contextualizados,
como o preparo para o mercado laboral, o estímulo ao estudo e a educação sexual, para evitar gravidezes
indesejadas que prejudiquem os estudos. Por conseguinte, parcela dos estudantes não são preparados para
ingressarem no meio trabalhista e sentem-se desmotivados para seguirem estudando, o que fomenta a evasão
escolar e o analfabetismo funcional, de modo que reduz a qualidade dos profissionais. Logo, atenuar essa questão é
medida que se impõe.

Outrossim, cabe inferir que a inobservância do estado promove o alargamento da população juvenil que não
exerce tarefas laborais na sociedade verde amarela. De acordo com o espiritualista Chico Xavier, a omissão de quem
pode e não auxilia o povo é comparável a um crime contra a comunidade inteira. Tal pensamento atua em paralelo
com a conjuntura atual, dado que o descaso político é justificado não só pela falta de estágios e empregos para os
jovens, devido à preferência de profissionais experientes no mercado, mas também pelo pífio investimento em
recursos adequados para o acesso ao ensino, como transporte públicos adequados e materiais escolares. Em virtude
disso, o desenvolvimento trabalhista dos jovens, embora que conclua seus estudos, fica estagnada, o que
compromete a economia da nação e intensifica a desigualdade de gêneros. Desse modo, essa celeuma urge ser
solucionada.

Torna-se evidente, portanto, que aspectos escolares e governamentais validam o impasse do crescimento da
geração nem—nem no Brasil. Para contornar esse revés, cabe as escolas, como responsáveis na formação integral
dos indivíduos, promover salas de aula dinâmicas e interativas que abordem a importância da aprendizagem e
busquem a adesão entre o âmbito trabalhista e o educacional, por meio de rodas de conversa e palestras,
ministradas por especialistas, a fim de reduzir a evasão escolar e garantir a maior qualificação dos profissionais
futuros. Ademais, o Governo Federal, na posição de garantidor dos direitos individuais, deve criar programas que
forneçam, no mínimo, vagas de estágios para os jovens, formados ou não, e investir em fatores que facilitem o
acesso aos centros de ensino, como o aumento de horários dos ônibus, com o fito de gerar experiência da parcela
juvenil da população nos ramos laborais. Sendo assim, a Carta Magna assinada por Ulysses, em 1988, será efetivada
no cenário nacional.

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