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Curso: LICENCIATURA EM Disciplina: DIVERSIDADE E EDUCAÇÃO

PEDAGOGIA

Professor(a): Miguel Vinicius Aluno: Valdecir da Silva

PAIVA, JANE. Imaginando uma EJA que atenda a demandas de cidadania,


equidade, inclusão e diversidade

RESUMO DO ARTIGO

O artigo se dedica a responder quatro questões fundamentais para o entendimento do papel e


importância da educação de jovens e adultos dentro do viés da cidadania, equidade, inclusão e
diversidade. A partir da legislação vigente e de experiências reais conduz uma reflexão sobre o
como essa modalidade da educação pode participar ativamente da formação de cidadãos para
uma sociedade e de como, havendo vontade politica, tais praticas podem ir além da letra da
Lei.

LISTA DE CITAÇÕES DIRETAS

Citações Comentários
“Nunca a educação sofreu tantos e tão A transição de um governo que tratou como
continuados ataques como os do atual prioridade as questões sociais para um que
tempo histórico em que vivemos, no priorizou o Estado Neoliberal e contando
Brasil. Na contramão das políticas ainda com uma polarização não apenas
políticas, mas também de valores morais
conquistadas e que vinham sendo
levou o governo sucessor a ações de
desenvolvidas, o país se arrasta no ano de
extirpação de qualquer ação de seu
2019 entre absurdos de concepções antecessor, independente de ser uma boa
retóricas e vazias, além de atuar em política, pois o objetivo era o discurso da
franco retrocesso aos padrões de inclusão intolerância como uma satisfação aos seus
social e aos alcançados no campo da eleitores.
educação”. (pag. 02)
“As políticas de educação ampliaram, Notadamente, as politicas dos governos de
ainda, o acesso de jovens e adultos a esquerda contribuíram para um grande
cursos em nível médio integrados à avanço da educação no pais no tocante a
educação profissional, em escolas formação integral do ser humano e não
federais5 depois denominadas Institutos meramente numa ferramenta para o mercado
de trabalho.
Federais de Educação Ciência e
Tecnologia (IFs)” (pag. 03).

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“A VI Conferência Internacional de Com uma conjuntura politica favorável a tais
Educação de Adultos, realizada no Brasil, reflexões, a EJA ganha espaços que num
e pela primeira vez no hemisfério Sul, em momento de quase ruptura com o próprio
2009, deu-se em momento favorável à pais através de posturas radicais e eleitoreiras
seria impossível de se avançar. A construção
educação de adultos no país, quando sob
de um ambiente político seguro precisa ser
o Governo Lula da Silva se estruturara e
uma responsabilidade de todos os
implantara uma Secretaria de Educação protagonistas sociais, pois somente com essa
Continuada, Alfabetização e Diversidade segurança o Estado pode avançar naquilo que
(SECAD)10, com a finalidade de propor e mais é fundamental para a sociedade.
fazer acontecer políticas públicas voltadas
a jovens, adultos e idosos, por parte de
municípios e estados — obedecendo ao
dever do Estado, como reais executores
para que esse direito fosse assegurado.”
(pag. 04).
“Tratar a EJA como direito, ainda, para um A EJA não pode ficar a mercê de vontades
país como o Brasil, com uma dívida politicas ditadas num determinado momento
histórica de escolarização com sua politico. Precisa ser uma política que se
população, não podia abandonar a mantenha independentemente do governo
que ascenda na alternância de poder do
perspectiva de que, apesar dos avanços
regime democrático.
nas enunciações produzidas no campo em
relação ao aprender ao longo da vida, a
vertente da escolarização precisava ser
enfrentada como modalidade da
educação básica, ou seja, como política de
Estado, para a diversidade de públicos
representativos da população brasileira.”
(Pag.09).
“Consideradas essas argumentações, Enquanto a EJA for vista como uma politica
reafirma-se que a EJA, ao comportar o assistencialista ela não será valorizada como
atendimento a sujeitos de direito — se deve, ou seja, como uma modalidade da
jovens, adultos e idosos —, não pode ser educação com um papel fundamental para a
sociedade.
tratada como benesse ou outorga, mas
oferecida em pé de igualdade com as
demais políticas educacionais, isto é,
como direito de todos. Desmontar a
lógica que traz para o interior da escola o
mesmo sentido da desigualdade social
(DUBET, 2003) como resultado e marca
dos diferentes na sociedade brasileira é,
sem dúvida, o imenso desafio para a EJA.”
(pag. 10)
“Desse modo”, com esta compreensão, a Não em um viés assistencialista mas sim
crítica que se faz às políticas formuladas visando conhecer as realidades e limitações
para a EJA residem, estruturalmente, no de jovens e adultos de forma que o processo
fato de que foram pensadas considerando educacional pudesse acontecer contanto

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que as necessidades de jovens e adultos, tanto com eficiência quanto eficácia pois, sem
em processos de escolarização, esse cuidado, não há como se falar em
dependem menos de condições educação.
estruturais e materiais do que quando os
sujeitos são crianças e adolescentes. (Pag.
11)
“Diversidade e diferença têm sido Na EJA, pensada numa ótica de emancipação
tomadas como mais um marcador da do indivíduos, as diferenças que afastam são
desigualdade: quanto mais diversa a tidas como pontos que unem e completam.
população, mais desigual. Se tão desigual, Esse exercício fortalece o conceito de uma
sociedade realmente livre das amarras das
há que buscar as diferenças que apartam
diferenças.
as pessoas do direito à igualdade.
Diferentemente da riqueza que a ideia de
diversidade traz embutida, reafirma-se
que quanto mais diversas as pessoas,
mais desiguais na sociedade que confirma
sua intolerância com os diferentes.”
(pag.12)
“No currículo da EJA (OLIVEIRA, 2004), a Justamente pela sociedade ter se formado de
diversidade orienta as escolhas e os forma desigual, a EJA não deve ser um espaço
interesses de formação dos sujeitos. de perpetuação dessas desigualdades. Deve
Idade é um marcador sensível: jovens e sim, ser um espaço de promoção da quebra
dessas desigualdades através de uma
velhos sabem o custo de se situarem
educação emancipadora, que forme o
nessas idades; gênero é também um
cidadão.
marcador delicado: homofobia e discursos
invocam a biologia de dois sexos, sem
admitir a construção social da identidade
dos sujeitos; etnia/raça/cor são
indicativos de como a sociedade brasileira
se formou desigual e se mantém
reforçando preconceitos e estereótipos
que humilham e inferiorizam sujeitos
diversos.” (pag. 13)

CONSIDERAÇÕES
A EJA deve ser uma politica que se liberte de qualquer viés ideológico ou político para se
tornar o que priorize a formação do ser humano e contribua, diretamente para a formação de
uma sociedade diversa, justa e solidária que combata toda a forma de promoção de
desigualdades e promova uma educação realmente integral.

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