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Universidade Estadual do Maranhão – UEMA

Núcleo de Tecnologias para a Educação - UEMANET

Curso de Licenciatura em Pedagogia

Professor: Nadja Fonseca da Silva

Disciplina: Prática Curricular na Dimensão Político-social.

Atividade AVA – Relatório de Pesquisa.

Orlando de Lima Monteiro

Valquíria Borges da Silva

Codó/MA

Agosto/2018
ATIVIDADE DE PRÁTICA DE ENSINO- DIMENSÃO POLÍTICO- SOCIAL

TEMA DA PESQUISA: A importância do EJA enquanto Política Pública


Educacional.

AUTORES: Orlando de Lima Monteiro / Valquíria Borges da Silva

Introdução

A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino,


que surgiu para dar uma melhor chance às pessoas que por algum motivo não
concluíram o ensino fundamental ou médio na idade apropriada. Atualmente,
pensar nesta modalidade não é somente pensar na oferta desta, e sim, se
pensar em uma discursão sobre a sua inserção no contexto político
educacional.
Nota-se que desde o seu surgimento o tema foi levado para diversas
conferências, fóruns, entre outros, onde busca-se atitudes para melhorar a
modalidade e superar as suas barreiras, porém, a dificuldade está presente
desde a sua criação, onde o histórico trazido pelos pesquisadores sobre a EJA
é trata-la como “dever”, ou seja, era dever do analfabeto se alfabetizar para
superar a “doença” do analfabetismo, assim como era vista antigamente, no
caso o analfabetismo era como uma doença que precisava ser erradicada da
sociedade, para que assim o país pudesse se desenvolver. No entanto, com o
passar dos anos ela foi aceita em mais países, e os governos buscaram
implementar a modalidade, com o objetivo de que a educação é o principal
instrumento para alcançar o desenvolvimento do indivíduo e capacitá-lo a
enfrentar os desafios.
Nesse sentido, por considerarmos a educação um fator essencialmente
necessário na vida do ser humano, e por esta ser capaz de mudar e
transformar seu modo de vida, decidimos escrever sobre uma temática, (na
verdade, uma política pública educacional) de tamanha relevância para o
contexto da educação nos dias atuais: EJA - Educação de Jovens e Adultos.
Acreditamos tratar-se de uma política pública muito necessário para o contexto
e o momento em que a sociedade atravessa, pois muitas pessoas podem ser
alcançadas e beneficiadas com essa modalidade de ensino.
Desenvolvimento (colocar um titulo para esse desenvolvimento)

É do nosso conhecimento que a cidadania e a educação se


constituem direitos fundamentais e necessários para as condições da
existência humana, e estas devem ser efetivadas e estendidas a todas as
pessoas, de forma indistinta e abrangente. E desta forma, para fundamentar a
temática em estudo, buscamos pesquisar autores que escrevem sobre o tema
e vem respaldar o nosso pensamento, a respeito de importância.
Refletindo sobre educação e sociedade, especificamente sobre o
EJA, Di Pierro (2005), observa que o EJA no Brasil, tem assumido uma nova
identidade, destacando-se de forma positiva, na vida dos jovens e adultos
inseridos nessa modalidade. A autora também, ressalta que essa modalidade
também possui seus avanços e recuos, porém, de uma forma geral, tem-se
alcançados resultados positivos. Refletindo também sobre o programa EJA e
tendo uma visão bem atual, Arroyo (2007) entende que essa modalidade
precisa ser aplicada para sujeitos e situações adequadas, bem como deve ser
legitimada por uma prática pedagógica adequada, para, desta forma, possam
surgir os resultados esperados.
No entanto, está modalidade de ensino enfrenta diversas barreiras
diariamente que deveriam ser mais observadas e discutidas, não somente
mostrar um ensino de “fachada” onde a teoria é bem diferente da prática. Deve-
se observar a fundo todos os problemas existentes com a finalidade de resolvê-
los, desenvolver políticas públicas educacionais que assegurem o pleno
desenvolvimento dos educandos inseridos no EJA, desta forma, aperfeiçoando
e criando cursos de formações de professores na área, colocar profissionais
qualificados nas turmas de EJA, onde os alunos possam realmente ter trocas
de conhecimentos com o seu professor e com sua turma, para que possam ter
experiências significativas de aprendizado, mesmo que esse aluno já tenha
idade avançada, e não somente ir para a escola aprender a assinar o próprio
nome.
Todavia, com essa configuração, o EJA, enquanto política pública
educacional tem se mostrado efetivo, no sentido de inserir jovens e adultos no
contexto da educação; desta forma, tais aspectos passam a refletir no conceito
de educação e cidadania, bem como servem para tentar remodelar a
sociedade, a partir de uma visão de futuro e consequentemente buscar
aperfeiçoar a modalidade de ensino. Damasceno (2013) entende que, ao se
trabalhar políticas públicas educacionais como o EJA, é possível mudar a
história econômica, política e social de uma sociedade.
Nesse sentido, sabe-se que a concepção de mundo de uma pessoa
que regressa aos estudos na idade adulta muitas vezes após anos afastados
da escola ou mesmo daquele adulto que está começando agora sua trajetória
escolar é bem peculiar. São pessoas que já formaram sua concepção de
mundo pelas experiências vividas e que tem suas crenças e valores já
constituídos. São alunos que levam para a sala de aula uma bagagem de
conhecimentos já adquiridos, e o reconhecimento disso não pode ser deixado
de lado, o incentivo educacional deve levar em consideração as experiências
pré adquiridas desses educandos.

Nota-se que a modalidade de educação para jovens e adultos,


busca constantemente conquistar o seu espaço, a partir do século XXI,
adquiriu-se o direito do exercício da cidadania e a condição plena de
participação na sociedade, incluindo a qualificação profissional do seu público-
alvo, firmando assim políticas educacionais que mostram o direito garantido a
educação que todos possuem.

E por fim, é interessante vermos a reflexão de Gentilli (2013), o qual


observa que, nos últimos dez anos, houve uma melhor atenção para as
políticas públicas educacionais, defirenciando-as da visão mercadológica, a
qual era associada. Garantir a educação de qualidade para todos é o meio pelo
qual deve-se superar os problemas que assolam a sociedade.
Conclusão

Contudo, é notável que a modalidade de ensino do EJA, na sua


expressão escolarizada, passou por um processo de institucionalização tendo
em vista a sua normatização legal e o seu financiamento, tornando-se portanto,
parte da oferta regular de educação. Seguindo esta perspectiva, as estruturas
garantem a possibilidade da pessoa jovem, adulta ou idosa continuar os seus
estudos na educação básica em qualquer fase da sua vida. Vale ressaltar que
questionamentos sérios sobre a qualidade da oferta e sobre a sua relevância
social ainda persistem na sociedade, pois os altos índices de abandono e
evasão são indicativos da fragilidade que ainda persiste no EJA. A falta de
formação do educador de adultos, os conteúdos, o tipo de oferta e os materiais
didáticos são destacados como provas da inconsistência da oferta. No entanto,
mesmo com os aspectos negativos que ainda existem, a oferta dessa
modalidade de ensino tem crescido muito nos últimos anos, a procura e o
interesse de adultos em voltar a estudar é consideravelmente grande.
O que se pode concluir dentro desta temática, é que o EJA se
concretiza, de maneira muito eficiente, como um modelo de política pública
educacional, mesmo se levados em conta, o que pode ter ocorrido ou que
ainda ocorre de forma negativa, durante os anos de execução desse programa.
Todos os autores aqui citados, que pesquisaram e escreveram a
respeito desta temática, tem uma visão muito positiva, não descartando,
porém, os desacertos. Soma-se como positivo também, a iniciativa do poder
público, em priorizar essa modalidade de ensino nos dias atuais, num
momento, exatamente, onde ainda se discute valores, princípios e modelos de
educação.
Referências

ARROYO, Miguel Gonzalez. Juventude, produção cultural e Educação de


Jovens e Adultos. In: Diálogos na educação de jovens e adultos. Belo
Horizonte: Autêntica, 2007.

DAMASCENO, Maria Nobre. Juventudes: Formação e valores. Fortaleza:


Expressão Gráfica e Editora, 2013.

DI PIERRO, Maria Clara. Notas sobre a redefinição da identidade e das políticas


públicas de educação de jovens e adultos no Brasil. Educação e Sociedade,
Campinas, vol. 26, n. 92, p. 1115-1139, out. 2005.

GENTILI, Pablo (Org.). Política Educacional, Cidadania e Conquistas


democráticas. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2013.

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