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Retirado de:
Impacto do PIT na qualidade de vida de uma jovem com dificuldade intelectual e
desenvolvimental- Autor: Elisabete Baptista Antunes (2012)
No âmbito deste estudo, e segundo Afonso (2005), a inclusão é não só um conceito mas
sobretudo uma prática desejada. A questão da inserção no mercado de trabalho revela-se de
extrema importância, no contexto vivencial, para qualquer jovem. Mas, reconhece-se que a
transição para a vida adulta de jovens com deficiência é mais difícil. Neste âmbito, a
escola/sociedade deverá criar expetativas e condições para o desenvolvimento integral de
todos, como cidadãos.
A inclusão social representa, sem dúvida, no contexto educativo atual, um grande desafio,
e é uma nova abordagem em constante construção, para todos aqueles que preconizam uma
comunidade justa, solidária e capaz de garantir os direitos de todos os que nela coabitam,
(Nogueira & Andrade,2007).
A EADSNE (2006) afirma que o acesso às oportunidades educativas para os jovens com NEE,
no fim do seu percurso escolar é obrigatória, sendo imprescindível pensar e planear a sua
transição para a vida adulta.
Ribeiro (2009) refere que a transição para a vida adulta, é uma questão que não é
exclusiva de jovens com DID ou outras NEE, mas sim transversal à sociedade, pois refere-se a
todos os jovens (seja qual for a sua origem social, económica ou cultural), com diferentes
representações, experiências, objetivos e estratégias pessoais que nem sempre perspetiva
uma via académica.
A escola é o local onde, tradicionalmente, se aprende aquilo que vai ajudar a lidar com o
futuro, seja este futuro representado por um grau académico mais elevado, uma
oportunidade profissional que permita independência económica ou, ainda, uma forma de
ocupação que mantenha a atividade e promova uma mais fácil participação na comunidade
(Nunes & Amaral,2008).
Para Ribeiro (2009), o processo de transição para a vida ativa implica uma preparação para
a vida em comunidade, ou seja uma fase da vida de um indivíduo, caraterizado pela tentativa
de independência social e a emancipação (etapa de transição para o estatuto de adulto,
autonomia económica e social, com constituição de um novo agregado familiar, residência
própria e afirmação de direitos e deveres cívicos).
No contexto social Português, ainda segundo Ribeiro (2009), ser adulto acontece numa
representação social de proeminência de um conceito bem definido, estandardizado que,
normalmente, implica a saída da escola e passagem para a vida ativa. Este conceito é
proposto por instituições ou estruturas tradicionais de referência, tais como a escola, a
família e o trabalho. Este estatuto exige uma estabilidade na vida profissional, financeira e
familiar, pessoal e afetiva.
Ser adulto, atualmente, implica uma inclusão na sociedade partilhando escolhas, decisões,
projetos múltiplos ao longo da vida, de cariz profissional, familiar, entre outros. Cabe a cada
um, individualmente, fazer as suas opções, mas tudo depende da sua capacidade organizativa
e decisória (Ribeiro, 2009).
Para Canário (2006), o princípio orientador da Escola, nos nossos dias, traduz um estatuto
adquirido socialmente, por cada indivíduo, e não herdado. Surge um novo olhar sobre a
sociedade, com a Educação a ter um papel de promoção da igualdade. É com o movimento da
democratização do acesso à Escola e a massificação que a Escola se assume como instrumento
corretor das desigualdades sociais.
Este processo permitiu, no entanto, que persistissem essas desigualdades sociais, e a
Escola mereceu destaque, com debates sociológicos e políticos que consideravam a
desigualdade injusta.
É com os sistemas escolares modernos, em construção, que se introduz uma nova
abordagem do processo ensino/aprendizagem, com o olhar a relação pedagógica como uma
relação social (Canário, 2006).
Assim, para a EADSNE (2006), o Plano Individual de Transição (PIT) será pois o
instrumento/documento usado pela Escola para registar o passado, o presente e o futuro
desejado pelos jovens com NEE.
O PIT deve incluir informação sobre o universo da vida dos jovens: condições familiares,
história clínica, tempos livres, valores, contexto cultural e ainda informação sobre a sua
educação e formação, conforme aprovado no DL n.º 3/2008. Todos os documentos de
avaliação do PIT e os instrumentos de certificação da escolaridade devem adequar-se às
necessidades especiais dos alunos, que seguem o seu percurso escolar em conformidade com
o PEI.
Considerando a ponte entre a inclusão escolar e uma participação ativa na vida social,
Dias & Santos, (2006) referem que esta fase de transição é consideravelmente mais difícil
para pessoas com DID e que a vida pós-escolar exige uma orientação e formação profissional
que será uma medida de apoio à inclusão profissional, a qual se pretende esclarecer no
subcapítulo seguinte, com a exploração teórica sobre transição para a vida pós-escolar.