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Curso de Portugues
Curso de Portugues
MACEIÓ-AL
JUSTIFICATIVA
"Uma nova civilização está emergindo em nossas vidas e por toda parte há cegos tentando suprimi-
la. Esta nova civilização traz consigo novos estilos de família, modos de trabalhar, amar e viver
diferentes; uma nova economia, novos conflitos políticos; e, além de tudo isso, igualmente uma
consciência alterada. Fragmentos desta civilização já existem. Milhões de pessoas já estão
sintonizando suas vidas com o ritmo de amanhã. Outros, aterrados diante do futuro, estão
empenhados numa fuga inútil para o passado e tentam restaurar o mundo moribundo que lhes deu o
Ser."
(TOFFLER, Alvin. A Terceira Onda. Rio de Janeiro. Record, 1980).
Conforme o que foi dito por Toffler, ainda na década de oitenta, viveu-se a
instalação de uma fase de novos valores no processo comunicativo.
Com a chegada do século XXI, ampliaram-se as formas de comunicação, a
tecnologia representa uma realidade em que tempo e espaço já não contam
mais, porém diante de tantas inovações, pode-se afirmar que a linguagem
verbal continua com seu valor intocável, pois ela representa, organiza e
transmite o pensamento é, portanto, elemento fundamental para a
comunicação e para se manter a interação social, faz-se necessário o
acompanhamento das mudanças dentro do processo linguístico, que
representa não só uma forma de conhecimento, expressa, acima de tudo,
qualificação social, continuidade e fechamento do canal de comunicação.
Numa aula de Filosofia, o Professor queria demonstrar um conceito aos seus alunos. Para tanto, ele
pegou um vaso de boca larga e dentro colocou, primeiramente, algumas pedras grandes. Então
perguntou para a classe: — Está cheio?
Pelo que viam, o vaso estava repleto, por isso, os alunos, unanimemente responderam: — Sim!
O professor então pegou um balde de pedregulhos e virou dentro do vaso. Os pequenos pedregulhos
se alojaram nos espaços entre as pedras grandes. Então ele perguntou aos alunos: - E agora, está
cheio?
Desta vez, alguns estavam hesitantes, mas a maioria respondeu: - Sim! Continuando, o professor
levantou uma lata de areia e começou a derramar a areia dentro do vaso. A areia preencheu os
espaços entre as pedras e os pedregulhos. E, pela terceira vez, o professor perguntou: — Então, está
cheio? Agora, a maioria dos alunos estava receosa, mas, novamente muitos responderam: — Sim!
Finalmente, o professor pegou um jarro com água e despejou o líquido dentro do vaso. A água
encharcou e saturou a areia. Neste ponto, o professor perguntou para a classe: - Qual o objetivo
desta demonstração?
Um jovem e "brilhante" aluno levantou a mão e respondeu: — Não importa quanto a "agenda" da
vida de alguém esteja cheia, ele sempre conseguirá "espremer" dentro, mais coisas!
— O ponto é o seguinte: A menos que você, em primeiro lugar, coloque as pedras grandes dentro
do vaso, nunca mais conseguirá colocá-las lá dentro.
-Vamos! Experimente! - disse o professor ao aluno, entregando-lhe outro vaso igual ao primeiro,
com a mesma quantidade de pedras grandes, de pedregulhos, de areia e de água. O aluno começou a
experiência, colocando a água, depois a areia, depois os pedregulhos e, por último, tentou colocar
as pedras grandes. Verificou surpreso, que elas não couberam no vaso.
Ele já estava repleto com as coisas menores. Então, o professor explicou para o rapaz:
- As pedras grandes são as coisas realmente importantes de sua vida: seu crescimento pessoal e
espiritual. Quando você dá prioridade a isso e mantém-se "aberto" para o novo, as demais coisas se
ajustarão por si só: seus relacionamentos (família, amigos), suas obrigações (profissão, afazeres),
seus bens e direitos materiais e todas as demais coisas menores que completam a vida. Mas, se você
preencher sua vida somente com as coisas pequenas, então aquelas que são realmente importantes,
nunca terão espaço em sua vida.
Recomece. É uma boa sugestão. Esvazie seus vasos (mental, emocional) e comece a preenchê-los
com as pedras grandes. "Ainda há tempo. Sempre é tempo de mudar as coisas."
Aspectos ortográficos
Quando nos comunicamos por meio da escrita, um dos primeiros cuidados que devemos ter é
escrever corretamente as palavras. Todos nós temos dúvidas quanto à escrita de determinadas
palavras. Essas dúvidas só podem ser minimizadas quando se ler bastante, exercita-se a redação e,
acima de tudo, ao utilizar o dicionário. Pequenas diferenças na escrita podem causar grandes
transtornos para a comunicação. Observe o caso dos verbos soar (emitir som) e suar (transpirar).
Emergir – emersão
Convergir - conversão
Divertir – diversão
Reverter – reversão
Expelir – expulsão
Repelir – repulsão
Impelir – impulso
Discorrer – discurso
Percorrer – percurso
Recorrer - recurso
Uso do SS
Também o dígrafo SS pode deixá-lo em dúvida. Não se esqueça de que ele só aparece entre vogais.
Verbos com radicais terminados em CED, GRED, PRIM, METER, TIR apresentam forma
substantiva com SS.
Aceder – acesso
Conceder – concessão
Interceder – intercessão
Ceder – cessão
Exceder – excesso; excessivo
Regredir – regressão
Progredir – progresso
Agredir – agressão
Oprimir – opressão
Suprimir – supressão
Imprimir – impressão
Exprimir – expressão
Submeter – submissão
Remeter – remessa
Discutir – discussão
Admitir – admissão
Emitir - emissão
Uso da Ç
Outros casos:
1. Prefixo terminado em vogal:
• Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
• Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.
• Sem hífen diante de r e s, dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.
• Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas.
Observações:
1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça
etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal:
circum-navegação, pan-americano etc.
3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o:
coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.
5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como:
girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc.
6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen:
ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular.
Hífen
Nova Regra
Palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por
‘r’ ou ‘s’, sendo que essas devem ser dobrados.
Regra Antiga
Arqui-rivalidade, auto-sugestão, auto-regulamentação, contra-senso, contra-regra, contra-senha,
extra-regimento, extra-sístole, extra-seco, infra-som, ultra-sonografia, semi-real, semi-sinético,
supra-real, supra-sensível
Como Será
Arquirrivalidade, autossugestão, autorregulamentação, contrassenso, contrarregra, contrassenha,
extrarregimento, extrassístole, extrasseco, infrassom, ultrassonografia, semirreal, semissinético,
suprarreal, suprassensível
Obs.: em prefixos terminados em ’r’, permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela
mesma letra.
Ex.: hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-regional, inter-relação, super-racional,
super-realista, super-resistente
Obs. 2: essa regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por ‘h’: - anti-herói,
anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo etc.
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Agora, utiliza-se antiibérico, anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-
hífen quando a antiinflamatório, imperialista, arqui-inimigo, arqui-irmandade,
palavra é formada antiinflacionário, micro-ondas, micro-orgânico
por um prefixo (ou antiimpenaiista,
falso prefixo) arquiinimigo,
terminado em vogal arquiirmandade,
+ palavra iniciada microondas,
pela mesma vogal. microônibus,
microorgânico
Obs. 1: essa regra foi alterada por conta da regra anterior prefixo termina com vogal + palavra
iniciada com vogal diferente - não tem hífen; prefixo terminado com vogal + palavra iniciada com
mesma vogal - com hífen
Obs. 2: uma exceção é o prefixo 'co'. Mesmo se a outra palavra inicia-se com a vogal 'o', NÃO se
utiliza hífen.
Existem várias transgressões no uso da língua portuguesa que são cometidas sem que as
pessoas percebam. Conheça cinco pecados frequentes.
Se você fala assim Fica melhor assim Por quê?
1- Ë um problema que deve ser É um problema que deve ser A expressão a nível de não
resolvido a nível de família. resolvido em família. existe. A palavra nível deve
ser usada para indicar altitude ou
capacitação.
2- Gostaria de fazer uma Gostaria de fazer uma Você faz observações ou
colocação sobre o assunto. observação. afirmações.
3- João será nosso elo de João será nosso elo com os Elo só pode ser de ligação.
ligação com os novos clientes. novos clientes. assim como amiga só pode ser
Maria é minha amiga pessoal. Maria é minha amiga. pessoal.
4-Você precisa ser respeitado Você precisa ser respeitado Enquanto diz respeito a tempo.
enquanto cidadão. como cidadão.
5 - A medida anunciada pelo A medida anunciada pelo É ou não é. E o mesmo que dizer
governo é perfeitamente legal. governo é legal. perfeitamente grávida.
GUIA ORTOGRÁFICO
• A nível de – expressão desgastada, mesmo nos casos em que cabe em nível de,recomenda-se
evitar. Prefira: Isso só acontece em instância estadual.
• Ao contrário/ diferentemente – ao contrário significa ao invés; exige oposição entre dois termos.
Diferentemente não requer oposição entre termos.
• Assistir – no sentido de presenciar, ver, é transitivo indireto: Muitas pessoas assistirão ao jogo.
No sentido de prestar assistência, auxiliar, é transitivo direto: O governo assistiu os
desabrigados.
• Através – segundo os dicionários, o significado de através é físico ou temporal; O ladrão
escapou através de um túnel. Estudou a literatura através dos séculos. Não use de maneira
imprópria: A solicitação foi feita através de ofício. Prefira: A solicitação foi feita por intermédio
de ofício.
• Barato/ caro – O preço é baixo, e não barato; é alto, e não caro. Baratas ou caras são as
mercadorias. Não variam quando advérbio, equivalentes a pouco/ muito. A prefeitura pagou um
preço alto pela obra. O viaduto Ib Gato custou caro.
• Dia a dia/ dia-a-dia – o primeiro significa diariamente; o segundo é substantivo e significa o
correr dos dias, o cotidiano.
• Colocação/ observação - colocação é preenchimento de vaga. Não diga: Vou fazer uma
colocação. Prefira: Vou fazer uma observação.
• Enquanto/ como - enquanto sugere idéia de tempo, é passageiro. Eu, enquanto servidor, cumpro
minhas obrigações. Prefira: Eu, como servidor, cumpro minhas obrigações.
• Este/ esse/ aquele –
1) Este - indica o que é da pessoa que fala ou que se encontra perto dela Ex.: Esta sala é arejada.
Indica tempo presente. Ex.: Neste mês recebemos aumento. Indica o anúncio do que será dito
ou explicado. Ex.: A proposta do governo é esta: liberar os precatórios urgentemente. Por fim,
quando se citam dois elementos, usa-se este ou esta para retomar o último. A televisão e a
internet são meios de comunicação, esta é mais recente e aquela mais abrangente.
2) Esse – indica o que é da pessoa com quem se fala ou que se encontra perto dela. Ex.: Esse livro é
muito bom. Indica tempo passado. Ex.: Nesse mês não se registraram temperaturas elevadas.
Indica retomada do que já foi dito. Ex.: O diretor solicitou o documento. Esse apresenta
informações sigilosas.
3) Aquele – indica o que está distante tanto de quem fala como de com quem se fala. Ex.: De quem
é aquele carro? Indica tempo muito distante. Naqueles dias, imaginava-se que a terra era
quadrada. Quando se citam dois elementos, usa-se aquele ou aquela para retomar o primeiro.
Ex.: O delegado interrogou Fulano e Sicrano. Este negou a participação no crime; aquele
confirmou.
• Infinitivo – Não há regras inequívocas. Leve em conta harmonia, clareza e eufonia.
1) Infinitivo pessoal com sujeitos diferentes. A flexão é obrigatória. Ex.: O governo fez o possível
para os funcionários voltarem as suas atividades.
2) Infinitivo pessoal com sujeito igual. A flexão é facultativa, recomenda-se não flexionar. Eles
preparam relatórios para esclarecer o fato.
3) Infinitivo regido por preposição e que funciona como complemento de substantivo, adjetivo ou
verbo. Não se faz a flexão. Ex.: Foram proibidos de entrar./ Foram incumbidos de abrir a
exposição./ Ele convenceu a população a mudar de opinião.
4) Verbo passivo, reflexivo ou pronominal. A flexão é obrigatória. Viviam juntos sem se
reconhecerem.
5) Deixar, fazer, mandar, ouvir, sentir ou ver mais infinitivo. A flexão é facultativa. Ex.: Ouvi os
pássaros cantar/ cantarem. Caso esses verbos apareçam acompanhados com pronome oblíquo,
não flexione o infinitivo. Ex.: Deixe-os ficar.
6) Locução verbal. Não flexione o infinitivo. Ex.: Os governos querem investir no funcionalismo.
• Intervir – conjuga-se como vir. Ex.: Eu intervim; A polícia interveio; Se nós interviéssemos.
• Junto à – Não escreva: Ele entrou com recurso junto ao Tribunal de Justiça. Escreva: Ele entrou
com recurso no Tribunal de Justiça.
• Lesa/ leso – adjetivo que concorda em gênero e número com o substantivo ligado por hífen.
Ex.: lesa-gramática.
• Negar- esse verbo exige uso do subjuntivo na oração que o complementa. Ex.: O candidato
negou que estivesse envolvido no caso/ nega que esteja envolvido...
• Nenhum/ Nem um – nenhum é contrário de algum, de pelo menos um: Nenhum documento
apresentava a verdadeira prestação de contas. Nem um equivale a nem um sequer, nem um
único: Nem um recibo era autêntico.
• Pleonasmo – é o uso de termos redundantes. Não escreva: elo de ligação; criar novas
oportunidades; acabamento final; há dez anos atrás; conviver juntos; erário público; ganhe
grátis; planos para o futuro; inaugurar novas ...; habitat natural; todos são unânimes; já não
funciona mais; lançar um novo modelo etc.
• Tempos verbais – é fundamental levar em conta as regras de correlação:
1) Só na hora de entregar o relatório, ele percebeu que não o assinou. A forma assinou está errada
deveria ser trocada por assinara. A assinatura é anterior à percepção.
2) O que o senhor faria se ela desistir do projeto? O futuro do pretérito exige o pretérito
imperfeito do subjuntivo. Para empregar desistir – futuro do subjuntivo, é necessário anteriormente
usar fará (futuro do presente do indicativo).
3) O fabricante anunciou que todos os produtos seriam recolhidos. Essa frase pode significar que:
a) há recolhimento dos produtos após o anúncio; b) não houve recolhimento. Se há ação de
recolher, prefira o futuro do presente.
• Todo/ todos – sem artigo posposto significa qualquer. Ex.: Todo homem é mortal. Seguido de
artigo, significa inteiro. Haverá auditoria em todas as secretarias.
Pontuação
Conta-se que viveu, em época bastante remota, uma mulher que se especializou em prever o
sucesso ou insucesso dos soldados que partiram para as guerras, tão frequentes naquele país.
Em pouco tempo enriqueceu, pois cobrava a bom preço as consultas. Mesmo rica, nunca deixou
de atender às enormes filas que se formavam diante de sua casa tão logo se ouvia a notícia de uma
guerra.
Cada cliente era levado por vez a uma sala de pouca luz, onde havia uma bola de cristal bem no
centro de uma mesa redonda. A mulher, depois de receber pela consulta, fechava os olhos já
concentrada, passava as mãos demoradamente na superfície da bola e minutos depois dava ao
angustiado cliente a resposta que lhe foi inspirada. Essa resposta, porém, não era falada. Consistia
num pedaço de papel dobrado que só poderia ser aberto ao meio-dia e à luz direta do Sol.
O guerreiro tinha, portanto, que aguardar por mais tempo a tão desejada resposta. Ao desdobrar o
papel, encontrava esta mensagem:
Passada a guerra, muitos voltavam à casa da adivinha para elogiar a previsão e agradecer. A estes
ela dizia:
_ Não há o que agradecer. O sucesso foi revelado pela bola de cristal nesta resposta: Irás. Voltarás.
Nunca perecerás.
Outros sucumbiam na guerra, e os familiares chorosos vinham reclamar o erro da previsão. A
mulher lhes dizia:
_ Não há o que reclamar. O insucesso foi revelado pela bola de cristal nesta resposta: Irás.
Voltarás nunca. Perecerás.
E assim a mulher provava que as previsões estavam sempre certas, não lhe cabendo culpa se os
clientes entendiam mal o bilhete.
Essa história é um exemplo claro de que a pontuação é um assunto muito importante, pois sua
ausência ou o mau emprego pode tornar a frase sem sentido ou dar-lhe sentido diferente do
que pretendemos dar.
SOBRE PERÍODOS
A grande diferença entre as orações causais e as orações explicativas está em que aquelas indicam a
causa de um efeito exposto na oração principal; estas não exprimem tal relação, ou seja o de causa e
efeito. Ex.:
As notas fiscais não estavam de acordo com os serviços, porque as máquinas continuavam sem
funcionar.
Na primeira frase temos oração causal: primeiro ele cometeu irregularidades (causa); depois vem o
efeito: ele é exonerado.
Na segunda frase, temos oração explicativa: o fato de as máquinas continuarem sem funcionar jamais
será causa de as notas fiscais não estarem de acordo com os serviços, porque não ocorre primeiro um
fato que o outro, necessariamente.
Se a intenção é afirmar a realização e o cumprimento dos trâmites da lei, temos uma conjunção
aditiva, a exemplo de Saí e diverti-me. Se, por outro lado, o propósito é afirmar que o fato de se
investigar é essencial para a ocorrência do fato enunciado na segunda oração, a conjunção se reveste
de caráter conclusivo, equivalendo a logo, por isso, por conseguinte:
SOBRE CONCORDÂNCIA
1) Um milhão, um bilhão, um trilhão etc. exigem o verbo no singular, como nomes coletivos que
são. Ex.:
Um milhão de reais foi gasto à toa nessa obra. Um bilhão de pessoas vive na Índia.
Usada a conjunção, seguida de número determinado e inteiro, contudo, o verbo vai para o plural. Ex.:
Um milhão e quinhentos mil reais foram gastos à toa nessa obra. Mais de um bilhão e cem mil
pessoas vivem na Índia.
Muitos usam o verbo no plural com milhão, bilhão, trilhão etc., ao levar em consideração a ideia que
tais nomes representam sem atentarem para o número em que se encontram (singular). Um nome
coletivo apenas dá ideia de pluralidade, sem necessariamente exigir o plural. Ex.:
Uma tonelada de grãos foi perdida. Uma tonelada de caixas de manga foi exportada.
Se no sujeito aparece a conjunção e, não seguida de número determinado e inteiro, o verbo continua
no singular:
Uma tonelada e meia de grãos foi perdida. Uma tonelada e pouco de grãos foi perdida.
Uma tonelada e duzentos quilos de grãos foram perdidos. Uma tonelada e cem quilos de papel estão
estragados.
2) Quando um coletivo seguido de nome no plural antecede o pronome relativo que, faculta-se a
concordância (com o coletivo ou com o nome). Ex.:
Ninguém sabia dar resposta a uma série de perguntas que foi feita (ou foram feitas).
3) Mais de um exige o plural quando o verbo exprime reciprocidade de ação ou, então, quando se
lhe segue um coletivo com nome no plural. Ex.:
Mais de um jogador se cumprimentaram após o jogo.
Mais de uma pessoa se abraçaram emocionadas.
Mais de um bilhão de pessoas no mundo não sabem ler.
Mais de um cardume de piranhas nos atacaram.
4) Quando a tais expressões se segue um número percentual, a concordância com este é obrigatória.
Ex.:
5) O uso do verbo no singular com a expressão pura e simples um dos que é, na língua
contemporânea, absolutamente inaceitável. Quando a expressão um dos que vem entremeada de
substantivo, o verbo pode:
Neste caso, o uso do singular é de rigor, porque o verbo se refere a um só ser, e não a mais do que
um: dos rios paulistas, o Tietê é um que atravessa o Estado de São Paulo, aliás, o único, já que não
existe outro que o faça.
Outro exemplo:
Também aqui só cabe o uso do verbo no singular, porque a referência verbal se faz a um se ser: dos
astros, o Sol é um (o único) que dá luz e calor à Terra; nenhum outro astro o faz.
2) ir ao plural. Ex.:
Aqui cabe o uso do plural, porque a referência verbal se faz a dois ou mais seres, e não apenas a um;
dos rios paulistas que estão poluídos, o Tietê é um deles, não o único Outro exemplo:
3) ficar no singular, ou ir ao plural, dependendo do sentido que se queira dar à frase. Ex.:
Contrato é um dos itens que merece/merecem maior atenção.
O verbo ficará no singular se, dos itens, contrato for o que mais merece atenção; se, porém, dos
itens, contrato foi apenas um, o verbo irá ao plural. Este é um caso, como se vê, opinativo.
Regência verbal
Deve-se ter cuidado especial ao empregar alguns verbos, pois dependendo da regência, eles
podem até apresentar significados diferentes. Confira algumas situações:
atender
• transitivo direto ou indireto — acolher com atenção, acatar: A recepcionista atendeu o cliente. Ela
atendeu ao meu pedido.
• transitivo indireto — considerar, servir, dar atendimento: O secretário atendeu aos pedidos dos
servidores. Este computador não atende às necessidades do setor.
chamar
• transitivo direto — convocar: O juiz chamou o réu.
• transitivo direto ou transitivo indireto — denominar, apelidar [admite mais de uma construção:
geralmente vem acompanhado de predicativo do objeto, preposicionado ou não]:
Chamou-o covarde, [transitivo direto] Chamou-lhe covarde, [transitivo indireto] Chamou-o de
covarde, [transitivo direto] Chamou-lhe de covarde, [transitivo indireto]
• transitivo indireto — invocar [seguido da preposição por]: Chamou por Deus naquele momento
difícil.
chegar
• intransitivo e transitivo indireto — atingir data ou local: Chegou poucos minutos adiantada,
[intransitivo] Chegou ao aeroporto atrasada, [transitivo indireto]
• transitivo direto e indireto — aproximar; Cheguei-me a ele.
esquecer
• transitivo direto [não pronominal] ou transitivo indireto [pronominal]
— não ter lembrança ou memória [admite as duas regências]:
Ele esqueceu o dinheiro, [transitivo direto]
Ele esqueceu-se do dinheiro, [transitivo indireto]
• Atenção
• O pronome pessoal átono se, conjugado com o verbo, não tem função de objeto.
informar
• transitivo direto e indireto — dar esclarecimentos [pode ser transitivo direto para pessoa e transitivo
indireto para coisa, ou vice-versa]:
Informei-o sobre o curso, [objeto direto pessoa, objeto indireto coisa] Informei-lhe o curso, [objeto
direto coisa, objeto indireto pessoa]
• transitivo indireto [pronominal] — inteirar-se, pôr a par: Informou-se das mudanças logo cedo.
precisar
• transitivo direto — indicar com certeza: Ele precisou o lugar do encontro.
• transitivo indireto — ter necessidade: Os presos precisam de melhores condições de tratamento.
preferir
• transitivo direto — ter preferência [sem sugerir a escolha]: O menino preferia chocolate.
• transitivo direto e indireto — ter preferência [sugerindo a escolha]: O menino prefere chocolate a
doce de leite.
•Atenção
• O verbo preferir não admite este tipo de construção: preferia mais vinho do que cerveja. O correto
é: preferia vinho à cerveja.
visar
• transitivo direto — apontar ou pôr o visto: O homem visou o pássaro. A professora visa os
cadernos.
• transitivo indireto — desejar, pretender: Todos visam ao reconhecimento de seus esforços.
Leila Lauar Sarmento – Gramática em Textos - 2005
CUIDADOS ESPECÍFICOS NA CONTRUÇÃO DO TEXTO
Consequência lógica assim, logo, pois, portanto por seguinte, assim sendo
1- Seguro: pois precisa manipular bem os dados disponíveis para expor as ideias de
forma adequada com clareza e correção.
2- Eficiente: pois precisa expressar o objetivo estabelecido e obter como resposta a ação
pretendida.
3- Criativo: pois precisa encontrar fórmulas que diferenciem seu trabalho de outros para
ser recebido e analisado com maior interesse.
Impessoalidade
O tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos próprios das comunicações
oficiais decorre:
a) da necessária ausência de impressões individuais de quem comunica: é sempre em
nome do Serviço Público que é feita a comunicação;
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação: o destinatário deve ser concebido,
geralmente, de forma homogênea e impessoal;
c) do caráter impessoal do assunto tratado: o tema as comunicações oficiais é,
basicamente, assunto relativo às atribuições do órgão de onde parte a comunicação.
Clareza
Deve ser a qualidade básica de todo o texto oficial, busca possibilitar imediata
compreensão pelo leitor. Um texto claro depende da organização do pensamento e do
processo de redação. Consequentemente, o autor deve expressar a totalidade de sua
ideia a partir da mensagem central do documento, mediante encadeamento lógico.
Concisão
É a característica de transmitir o máximo de informações com um mínimo de palavras,
fazendo desaparecer do texto os excessos linguísticos que nada acrescentam a essas
informações. Para se produzir um texto conciso é necessário:
• ter o conhecimento do assunto sobre o qual se escreve;
• eliminar palavras inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentam ao
que foi dito;
• manter o emprego cuidadoso de adjetivos, sem exageros;
• evitar construções longas de frases e parágrafos; e
• revisar o texto para eliminar o que há de prolixo, corrigir eventuais erros e
cortar palavras desnecessárias,
5 cm
2 cm
1,5 cm
Atenciosamente,
1,5 cm
Márcio Pinto de Araújo
Secretário de Planejamento e Orçamento
Memo nº XX/2008 / RH
3 cm
3 cm Maceió, XX de maio de 2008. 1,5 cm
2 cm
1,5 cm
Atenciosamente,
1,5 cm
Nome do gestor
Diretora de Recursos Humanos