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Malanje, 2020
António Luís Pedro
Malanje, 2020
FICHA CATALOGRÁFICA
FICHA CATALOGRÁFICA
ISBN:
Consequência, Bullying, Adolescência, Ambiente Escolar
1- António, Pedro; Nascido: 18.06.1995
2- - CDU () DOM (ESPM) – Nº /
III
FICHA DE APROVAÇÃO
COMISSÃO JULGADORA
Presidente do corpo de júri: ___________________________________________________
Primeiro vogal: _____________________________________________________________
Segundo vogal: _____________________________________________________________
Veloso Paciência Dala, Lic.
IV
DECLARAÇÃO
Nome:
B.I/Passaporte Telemóvel
002680048ME036 927019108/991590771
Correio eletrônico
anthonypeter767@gmail.com
Título da monografia
Nome do orientador
Ano de conclusão
2020
Psicologia da Educação
V
Retenho todos os direitos de autor relativos à monografia e o direito de a usar em
trabalhos futuros (como artigos ou livros).
Concordo que a minha monografia seja colocada na biblioteca da ESPM com as
seguintes características:
Disponibilização imediata do conjunto do trabalho para acesso em todo o
território nacional;
Disponibilização do conjunto do trabalho para acesso exclusivo na ESPM;
Disponibilização do conjunto do trabalho para acesso mundial.
Malanje, ____/_____/_______
O Declarante
________________________________
António Luís Pedro
VI
DEDICATÓRIA
VII
AGRADECIMENTOS
Agradeço, em primeiro lugar, ao supremo Deus criador de todo universo, pelo
dom da vida, por tudo que tenho conquistado até agora e pelo que poderei vir a
conquistar daqui em diante.
Agradeço, cortesmente e de forma muito singular, ao meu orientador, Professor
Veloso Paciência Dala pela paciência, comprometimento, empatia e pelo empenho
durante as actividades que permitiram a elaboração deste trabalho.
À Escola Superior Politécnica de Malanje pela oferenda formativa e pelo
profissional que serei em breve.
A escola primária nº 119-11 de novembro pela conjuntura e oportunidade de
proceder à colecta de dados para a pesquisa.
Aos meus pais (Francisco Domingos Pedro e Josefa António Luís) e aos meus
irmãos (Domingos Pedro, Sebastião Pedro e Maria Madalena Pedro), pelo apoio
emocional, motivacional, dedicação e carinho que tiveram durante a minha formação
acadêmica.
A minha amável e compreensível mulher, por sempre apoiar-me e motivar-me
nos momentos difíceis a não desistir, sem esquecer a minha primogênita Josefa F. Pedro
pela oportunidade de ser seu pai.
Aos colegas e amigos do curso de Psicologia do período laboral, em especial
António Manuel Dongo Lourenço, Beatriz Futa, Moisés Maria, Candeia Marcos,
Felizardo Pedro, Cátia Vanessa Simão, pela amizade e camaradagem.
Aos meus amigos, nomeadamente Cristóvão M. Silva, David Gonçalves, Maura
Higina, Manuel Lorenço, pelo apoio, motivação e amizade durante a formação.
A todos que directa ou indirectamente contribuíram para a conclusão de mais um
ciclo académico, o meu muito obrigado!
VIII
Resumo
IX
ABSTRACT
X
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
XI
ÍNDICE
FICHA CATALOGRÁFICA...............................................................................................................III
FICHA DE APROVAÇÃO................................................................................................................IV
DECLARAÇÃO...............................................................................................................................V
DEDICATÓRIA.............................................................................................................................VII
AGRADECIMENTOS...................................................................................................................VIII
Resumo.......................................................................................................................................IX
ABSTRACT.....................................................................................................................................X
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................15
1.1.1. Consequências..............................................................................................................19
1.1.2. Bullying.........................................................................................................................19
1.1.3. Adolescência.................................................................................................................20
1.3.1. Direto...........................................................................................................................22
1.3.2. Indireto.........................................................................................................................22
1.4. Os Intervenientes............................................................................................................22
1.4.2. Os Agressores...............................................................................................................24
3.2. Transcrição das entrevistas feitas aos alunos da escola nº 119-11 de novembro...........38
3.2.1.......................................................................................................................................38
3.2.2.......................................................................................................................................38
3.2.3.......................................................................................................................................38
3.2.4.......................................................................................................................................38
3.2.5.......................................................................................................................................38
3.2.6.......................................................................................................................................38
3.2.7.......................................................................................................................................38
3.3.1.......................................................................................................................................38
3.3.2.......................................................................................................................................38
3.3.3.......................................................................................................................................38
3.3.4.......................................................................................................................................38
3.3.5.......................................................................................................................................38
4.4.2. quais medidas a senhora professora toma em sala de aula quando identifica um caso
de bullying..............................................................................................................................43
4.4.4. Que punições são tomadas no ambiente escolar para quem prática essa forma de
violência.................................................................................................................................44
4.4.5. Na sua prática profissional quais são as consequências que mais atinge o aluno que é
alvo de bullying......................................................................................................................45
4.4.6. O que mais o senhor professor (a) gostaria de dizer acerca das consequências do
bullying na adolescência?.......................................................................................................45
CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................................47
SUGESTÕES................................................................................................................................48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................................49
APÊNDICE...................................................................................................................................51
ANEXOS......................................................................................................................................52
INTRODUÇÃO
A presente monografia tem como foco abordar a problemática das
consequências do bullying na adolescência dos 11 aos 12 anos de idade, um estudo
realizado concretamente na escola primária 119- 11 de novembro no bairro campo de
aviação, Município de Malanje.
O interesse em abordar o tema; consequências do bullying na adolescência
surgiu durante o desempenho do Estágio obrigatório no IIIº e IVº ano, realizado na
escola primária nº119- 11 de novembro. Neste período, constataram-se diversas
situações de violência física psicológica verbal entre outros insultos maltratos,
difamações entre colegas da mesma turma de forma repetitiva e constante, que
acabavam por gerar consequências graves para todos seus envolvidos.
O bullying, é um problema encontrado em qualquer tipo de escola, pública ou
privada, seja em angola ou no exterior do país, e que a cada ano esta prática tem sido
constante nas escolas.
Esse comportamento, que envolve atos de violência física, verbal ou psicológica,
é intencional e praticado com a mesma pessoa por diversas vezes, com o intuito de
humilhar sem motivo alguém além de intimidar e demonstrar poder.
Durante as minhas observações como estagiário na escola primária nº 119- 11 de
novembro, percebeu-se que a prática do bullying tem sido fonte de dor e angústia de
muitos estudantes, acarretando assim diversas consequências como por exemplo a baixa
auto estima, rendimento escolar insuficiente, depressão, sentimento de vingança e até
mesmo ideias suicidas.
Muitas vezes é difícil identificar as vítimas de bullying, porque o assédio ocorre
fora da visão dos adultos, porque grande parte das vítimas não reage ou fala da
agressão. A vítima mantem-se em silêncio com medo de sofrer represálias, na sua
apreensão de reclamar com os professores e eles não acreditarem, e, até mesmo, no
receio de estes acharem ser brincadeira de criança ou adolescentes e não as levar a sério
e, daí, elas passarem mais vergonha diante de seus colegas de turma, fazendo assim,
aumentar o seu sofrimento.
Na atualidade, um dos temas que vem despertando cada vez mais, o interesse de
profissionais das áreas da psicologia da educação e da saúde, em todo o mundo, é sem
dúvida, a problemática do bullying, e Angola não é a exceção.
O interesse em abordar o tema surge a partir das observações realizadas durante
o período de estágio, observou-se que durante as aulas e nos intervalos, os estudantes de
15
um porte físico avantajado conhecidos como valentões e autoritários com os colegas,
demostravam atitudes agressivas com aqueles colegas tímidos, quietos, de difícil
socialização ou que demonstram insegurança e sensibilidade frente às situações adversa,
atitudes como por exemplo: apelidar nomes constrangedor no colega, insultar, intimidar,
difamar constantemente, isso acontecia sem motivo aparente e de forma repetida que no
meu entender enquanto estudante de psicologia tratava-se da prática do bullying. Muita
das vezes era mais constrangedor porque acontecia bem diante de um grupo de colegas
que simplesmente cruzavam os braços e nada faziam para intervir ou ajudar o outro
colega. Quando questionados alegavam pensar ser brincadeiras de adolescentes ou algo
sem importância e passageiro, oque demostrava uma certa ignorância dos estudantes
quanto a estes comportamentos e suas trágicas consequências.
Em função desta realidade que coloca os estudantes em uma situação de medo e
angustia, a pesquisa foi guiada pela seguinte pergunta científica:
Quais são as consequências do bullying na adolescência dos 11 aos 12 anos de
idade na escola primária nº119- 11 de novembro, Malanje?
Com vista a dar os primeiros passos de resolução da problemática, a pesquisa
tem como objectivo geral, compreender as consequências do bullying na adolescência
dos 11 aos 12 anos na escola primária nº 119- 11 de novembro Malanje.
De modo operacional, formulou-se os seguintes objectivos específicos:
-Identificar os intervenientes que participam direta ou indiretamente na prática
do bullying;
- Medir o grau de frequência do bullying na adolescência dos 11 aos 12 anos na
escola primária nº 119-11 de novembro, Malanje;
- Avaliar o desempenho das vitimas do bullying durante seu percurso escolar;
A presente pesquisa fundamenta-se na teoria psicanalítica. Freud dá início a
Psicanálise com a descoberta do inconsciente. Inicialmente interpretando os sonhos de
seus pacientes e os seus próprios sonhos foi fazendo suas descobertas. De acordo com a
visão psicanalítica, bullying pode ser compreendido a partir do princípio do prazer que é
uma forma de funcionamento primário. Mas com o amadurecimento o princípio da
realidade passa a funcionar colocando a realidade frente aos desejos. Portanto
consideramos que os indivíduos praticantes de bullying obedecem a este funcionamento
primitivo, atuam de acordo com o princípio do prazer, pois tem dificuldades de lidar
com a frustração imposta pela realidade.
16
Portanto os principais envolvidos nas situações de bullying são o agressor, que é
quem pratica o bullying, e a vítima que geralmente é mais fraca e não se defende.
Para a teoria psicanalítica entendemos que essa relação pode ser compreendida
pelos conceitos de sadismo e masoquismo onde há um que sente prazer em agredir
(sadismo) e outro que sente prazer em submeter-se a agressão (masoquismo)
Relativamente a metodologia, a pesquisa, servir-se-á da pesquisa qualitativa. A
colecta de dados será realizada através da técnica de entrevista, ao passo que o
tratamento descritivo dos dados será feito através da técnica de análise de conteúdo.
A pertinência da pesquisa é apresentada em quatro dimensões fundamentais:
-No ponto de vista pessoal, o interesse pelo tema surge a partir das observações
realizadas durante o período de estágio supervisionado no IIIº e no IVº ano na escola
primária nº119-11 de novembro, onde constatou-se situações de atitudes violentas e
repetitivas de um colega para com o outro que a nosso ver tratava-se da prática do
bullying porque acontecia de forma repetitiva e sem motivo aparente e merecia ser
aprofundada ou melhor pesquisada para se conhecer melhor as reais consequências que
advém destas atitudes nos adolescentes da instituição referida.
-No ponto de vista académico o que motivou a realização desta pesquisa foi o
fato da escola aonde foi realizado o estágio curricular não dar a devida atenção aos
sujeitos que praticam e sofrem este tipo de violência, ou seja existe um completo
desconhecimento do fenómeno, que cada vez mais, atinge um número maior de
estudantes, visto que a cada dia, mais alunos se envolvem e sofrem com as
consequências do bullying, sendo as vítimas os que mais sofrem transtornos em sua
vida pessoal e acadêmica e pelo facto da escola supracitada não possuir um consultório
de apoio e atendimento aos estudantes também dificulta na resolução desses
comportamentos agressivos.
Por outro lado, a pesquisa poderá servir de um guia científico-prático à
sociedade estudantil e aos pesquisadores de modo geral, por ser mais uma ferramenta de
busca de conhecimento sobre a temática do bullying, desde as formas de perceber o
fenómeno, até a forma de procurar vias para solucionar ou minimizar tais atitudes.
-A presente pesquisa no ponto de vista profissional se baseia no fato de que este
é um problema de difícil deteção, dada a sua confusão com brincadeiras de mau gosto
ou próprias da idade, por essa razão precisa se ter uma maior atenção para não ser
confundida com outras praticas, tratando-se de bullying traz aos envolvidos graves
consequências desde as psicológicas, sociais entre outras. Por isso, é imperioso que essa
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questão seja pesquisada e que estes estudos auxiliem os profissionais da educação a
diferenciar de outras práticas e reconhecer os prováveis envolvidos, para que sejam
encontradas alternativas de mitigar ou mesmo solucionar o problema.
Pretendemos promover e contribuir no campo do saber, com diferentes técnicas
de abordagens na problemática do bullying e servir de guia para futuras pesquisas na
área da psicologia educacional, tendo em conta os modos de intervir e dar o devido
tratamento tanto ao agressor ou praticante do bullying bem como as suas vítimas. Ou
seja, trazer à tona que a prática do bullying acarreta várias consequências, das quais se
deve dar o devido tratamento, não só a vitima como também ao agressor, pois as suas
consequências são gravíssimas.
-No ponto de vista social, a pertinência da pesquisa eleva-se na capacidade de
despertar as famílias os professores e a sociedade em geral a dar mais atenção e
proteção nas vítimas do bullying e trazer resultados fidedignos com objetivos de mitigar
essa prática que tem sido constante na sociedade em geral e em particular no ambiente
escolar pois as consequências podem levar a uma auto estima baixa e em casos mais
graves ao suicídio.
O presente trabalho está estruturado em três capítulos. Começando pela
introdução faz referência á apresentação do tema, problematização, questão de partida,
objetivos da pesquisa, a teoria de suporte, a metodologia de pesquisa e a justificativa.
No primeiro capítulo, fez-se um enquadramento teórico-conceptual onde se definirão os
principais termos e conceitos na visão de certos autores e as teorias que darão
sustentabilidade ao tema da pesquisa. No segundo capítulo, será feita a caracterização
metodológica do trabalho, descrevendo as técnicas que serão utilizadas para recolha de
dados. No terceiro capítulo, será feita a apresentação, análise e interpretação dos
resultados no qual se poderá aferir um conjunto de situação empíricas vivida no campo
de pesquisa. Por fim, apresentar-se-ão as considerações finais do trabalho e as sugestões
referentes às possíveis soluções para mitigar o problema investigado.
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CAPITULO 1 ENQUADRAMENTO TEÓRICO CONCEPTUAL.
Neste capítulo apresentar-se-ão as definições e conceitos das palavras ou termos que
sustentam a nossa abordagem, de acordo com as bibliografias consultadas.
1.1. Definição de termos e conceitos.
1.1.1. Consequências
De acordo com o dicionário integral de língua portuguesa (do latim
consequentia), que em português significa: resultado; efeito; inferência; conclusão;
importância; alcance, por~: por isso; por essa razão; por conseguinte.
Consequência: é o resultado ou o efeito de algo anterior. Existe uma
correspondência entre o resultado e o facto que gera.
1.1.2. Bullying
A expressão bullying surge do termo em inglês “bully”, que significa agressor,
valentão, brigão ou a pessoa que ataca, com “ing”, que corresponde ao ato do
agressor[ CITATION San01 \l 2070 ].
Para[CITATION Olw05 \l 2070 ], considera bullying quando “um estudante esta
sendo vitimizado quando é exposto, repetidamente e por um tempo prolongado, a ações
negativas por parte de um ou mais estudantes”. (p.10).
O bullying é um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem
sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outro (s) causando muitas vezes
dor, angústia e sofrimento, insultos, intimidações, apelidos cruéis, gozações que magoam
a vida de outros alunos levando-os à exclusão, além de danos físicos, morais e materiais, são
19
1.1.3. Adolescência
O significado etimológico da palavra “adolescência” condiz com o processo
vivido nesta etapa da vida, já que vem do latim ad (a, para) e olescer (crescer),
referindo-se, portanto, ao processo de crescimento do indivíduo. O termo deriva
também de adolescer, origem da palavra adoecer, fazendo com que estes significados
indiquem a condição de crescimento físico e psíquico, que ocorre como um
adoecimento, ou seja, com sofrimentos emocionais e transformações biológicas e
mentais (Outeiral, 2003).
Adolescência vem de adolescentia, que significa período de crescer, de desenvolver-se.
mudança. Françoise Dolto descreve esse período como um purgatório, similar ao sofrimento do
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Os jovens intimidados se suicidaram em resposta aos ataques sofridos. Assim,
Olweus passou a desenvolver pesquisas de caracterização do fenômeno em todo o
território nacional e constatou sua presença em meio aos escolares de todas as
instituições pesquisadas Antunes & Zuim, (2008), citado por Fante (2005).
Um aspecto a destacar refere-se ao fato de que por mais que sejam recentes as
pesquisas sobre o bullying escolar, não podemos desconsiderar sua presença nos
espaços educativos há muito tempo, antes mesmo que os resultados das primeiras
investigações constatassem sua presença (Francisco (2010), citado por Olweus (1995).
Olweus aponta que em decorrência das pesquisas de caracterização do bullying entre
escolares realizadas na Noruega, houve a expansão e consolidação de investigações nos países
escandinavos na década seguinte, com inserção em alguns países europeus, asiáticos e na
América do Norte. (Olweus, 1995, p.56)
O pesquisador Dan Olweus, da Universidade de Bergen, na Noruega, foi quem
criou os primeiros critérios para que fosse possível identificar o fenômeno de forma
mais específica. A partir das suas pesquisas, foi possível diferenciar a prática de
bullying de outras possíveis interpretações. Olweus iniciou, nessa época, um estudo que
reuniu aproximadamente 84 mil estudantes, quase quatrocentos professores e cerca de
mil pais de alunos. O objetivo da pesquisa era avaliar as taxas de ocorrência e as formas
pelas quais o bullying se apresentava na vida escolar dos alunos de seu país. [ CITATION
Bea10 \l 2070 ]
O estudo chegou à conclusão que um em cada sete alunos encontrava-se
envolvido em casos de bullying, tanto no papel de vítima, quanto no de agressor. Os
estudos de Olweus deram origem a um programa de intervenção antibullying, que teve
como objetivos: aumentar a conscientização sobre o problema e a promover apoio e
proteção às vítimas contra esse tipo de violência escolar.
Pesquisas sobre o fenômeno, ao redor do mundo, apontam para o crescimento do
problema: estima-se que de 5% a 35% das crianças em idade escolar estejam envolvidas
em condutas agressivas no ambiente educacional. Em angola o bullying ainda é
considerado como uma questão nova que precisa ser investigado cada vez mais nas
nossas escolas.
O Governo da República de Angola está a estudar uma política de combater a
violência contra a criança em todo o território nacional. O grande desafio do Estado é a
intervenção urgente nos setores de Educação, Saúde, Família e promoção da mulher,
juventude e desportos e o setor da justiça, que merece igualmente a atenção, de maneira
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a que os petizes possam beneficiar dos seus direitos. O governo está a reformar as
atividades de prevenção para diminuir o impacto dos fatores de risco e aumentar a
capacidade do Estado de proteger e garantir os direitos da criança. Dentro do Ministério
do Interior, criaram-se brigadas escolares cujo objetivo é de intervenção, caso
aconteçam casos de violência nas escolas entre adolescentes e não só.
1.3. Classificação do bullying.
Existem duas classificações rotineiras sobre as formas como o Bullying ocorre
ou se apresenta. Uma dessas formas é o Bullying direto, quando as vítimas são atacadas
diretamente, e engloba várias formas de manifestações, entre elas os apelidos, agressões
físicas, ameaçam, os roubos, as ofensas verbais ou as expressões e gestos que geram
mal-estar aos alvos. Por sua vez, o Bullying em sua forma indireta abrange atitudes de
indiferença, isolamento, difamação e negação aos desejos.[ CITATION Lop05 \l 2070 ]
Para Guareschi (2008), “o comportamento do bullying pode se classificado
como direto ou indireto, sendo que ambos são prejudiciais à vítima.” (p.17)
1.3.1. Direto
Ocorre quando as vítimas são acatadas diretamente, por práticas imediatas,
através de apelidos, agressões físicas, ameaças, roubos, ofensas verbais ou expressões e
gestos que geral mal-estar às vítimas.
1.3.2. Indireto
A forma indireta de bullying ocorre quando as vítimas estão ausentes e os
autores criam situações de divisão, discórdia, indiferença, agindo através da fofoca,
manipulação de amigos, mentiras, isolamento de alguns difamadores e discriminação,
com o propósito de excluir a vítima de seu grupo social, sendo mais praticado pelas
meninas.
1.4. Os Intervenientes.
Nos vários estudos realizados onde participaram vários autores contemporâneos
foram identificados comportamentos dos envolvidos com o bullying. E a partir daí foi
feita uma classificação em relação ao tipo de papel que cada personagem desempenha
dentro do contexto do fenómeno: do agressor/autor, da vítima/alvo, do espectador/
testemunha.
São vários os intervenientes envolvidos em bullying. Identificá-los é
fundamental, mas com cuidado de não rotular os estudantes, evitando que sejam
estigmatizados pela comunidade escolar, o que seria uma violência. Os participantes da
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violência dividem-se em vítimas ou alvos, agressor ou bullies, espectadores ou
testemunhas, (Chalita, 2008).
1.4.1. Vítima ou alvo.
Deste modo, vítima refere-se ao aluno que carrega o papel que lhe foi designado pelo
posto ao ridículo á frente de todos os seus companheiros que partilham essa situação calada.
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Vítima agressora: aquele que reproduz os maus – tratos sofridos. A vítima
agressora é aquele aluno que, tendo passado por situações de sofrimento na escola,
tende a buscar indivíduos mais frágeis que ele para transformá-los em «bode
expiatório», na tentativa de transferir os maus-tratos sofridos
1.4.2. Os Agressores.
Os agressores normalmente são alunos populares e que precisam de plateia para
agir. Conhecido como valentão, oprimem e ameaçam suas vítimas por motivos banais,
apenas para impor autoridade. Sentem-se realizados e reconhecidos com o feito. Aquele
que vitimiza os mais fracos, o agressor de ambos os sexos, costuma ser um indivíduo
que manifesta pouca empatia. Frequentemente, é membro de família desestruturada, em
que há poucos ou nenhum relacionamento efetivo. (Chalita, 2008).
Para Serrate (2009), agressor é “o sujeito que faz do mais «fraco» sua vítima. É
o agente dominante que exerce violência física ou verbal de forma continuada contra
outro aluno”.
Olweus (1993) estabeleceu três perfis principais do agressor, (Serrate, 2009).
Agressor activo: é o que estabelece uma relação direta com a vítima em
questão, agredindo-a de forma pessoal. Este tipo é o mais estudado, é o grupo menos
numeroso.
Agressor indirecto: trata-se do agressor que dirige de forma dissimulada os
seus seguidores, induzindo-os a comportarem-se de forma violenta com os outros
alunos. Este tipo é muito difícil de identificar, visto que o seu perfil não é o do agressor
- tipo e a sua actividade não é claramente percetível.
Agressor passivo: trata-se do sujeito que não participa diretamente na ação
violenta, mas que apoia o agressor (sendo seu seguidor ou partidário). Este grupo é o
mais numeroso, se bem que a sua conduta não tem sido analisada como a do agressor
activo, apesar de uma grande parte da responsabilidade do acto violento recair sobre
eles.
1.4.3. Os espectadores /testemunhas.
São representadas pela grande maioria dos alunos. Convivem com a violência e
calam-se em razão do medo, pois elas podem ser as «próximas vítimas». Apesar de não
sofrerem as agressões directamente, muitas delas sentem-se incomodadas com o que
vêem e inseguras sobre o que devem fazer. Esses sentimentos podem influenciar
negativamente sobre a capacidade de progredir na vida académica e social. Outras,
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entretanto, pedem ajudas aos adultos, pois não admitem a injustiça para com os seus
amigos, (Semedo, 2008).
Espectador, isto é, os restantes colegas que observam a encenação do agressor e
se calam, ou porque gostam ou porque receiam vir a chamar a atenção deste, ou porque
não fazem ideia do ponto a que pode chegar a escalada da agressividade, (Rodríguez,
2004).
É o aluno que presencia o bullying, porém não o sofre nem o pratica.
Representa a grande maioria dos alunos que convive com o problema e adopta a lei do
silêncio por temer se transformar em novo alvo para o agressor. Mesmo não sofrendo de
agressões directamente, muitos deles podem sentir-se inseguros e incomodados. Alguns
espectadores reagem negativamente, uma vez que seu direito de aprender num ambiente
seguro e solidário foi violado o que pode influenciar sua capacidade e progresso
académico social, (Fante, 2005).
1.5. Caracterização das vítimas.
As vítimas são alunos que apresentam uma deficiência física ou psíquica, uma
aparência física concreta que chame a atenção (obesidade, baixa estrutura, etc.), que são
de outro grupo social, de diferente ideologia política, que tem mais problemas de saúde,
que têm dificuldades para desenvolver as suas capacidades motoras ou intelectuais, ou
simplesmente, que estejam isoladas do grupo de influência do agressor. São os grupos
mais vulneráveis. Apresentam, de um modo geral, uma baixa auto-estima e baixo
autoconceito. Os alunos que são vítimas de intimidação são tipicamente ansiosos,
cautelosos, sensíveis, calmos e tímidos. Na escola são pessoas que se relacionam pouco
com o resto dos colegas, não é habitual que tenham um grupo de amigos que os apoie.
No meio familiar as vítimas passam mais tempo em casa. Está indicado que uma
excessiva proteção parental gera crianças dependentes e apegadas ao lugar, traços que
caracterizam esse tipo de pessoas, (Serrate, 2009).
Normalmente, os alvos dessa ação que violenta a alma são pouco sociáveis,
inseguro, retraído e de baixa autoestima. Característica suficiente para roubar-lhes o
desejo e a esperança de pertencerem a um grupo. Muitas vezes não pedem ajuda, pois
crêem que são merecedores desse sofrimento ou têm medo da retaliação. A dor e as
angústias são prolongadas e até incentivadas, pela falta de intervenção dos adultos.
Prejudicados, sofrem consequências de ações desumanas sem reagir. São vítimas
silenciosas que não dispõem de recursos, habilidade ou status para fazer cessar ou
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impedir os actos danosos contra si mesmas. Sofrem calado e buscam cada vez mais o
isolamento, (Chalita, 2008).
1.5.1. Caracterização dos agressores.
Como refere Bowers, & Smith Binney, (1994) citado por Perreira (2002) as
crianças agressoras ou vítimas partilham certas características tais como não terem o pai
em casa. Contudo, há características que as individualizam. As vítimas, segundo os
mesmos autores, estão mais relacionadas com problemas a nível da relação com os pais,
caracterizadas por uma fraca capacidade afetiva e por serem admoestadores e
simultaneamente, demasiado protetores, refletindo inconsistência nas práticas de
disciplina/monitorização.
O agressor, normalmente, é mais forte que seus colegas de classe e suas vítimas
em particular e podem ter a mesma idade ou ser um pouco mais velho que suas vítimas.
Aquele que se sobressai nos desportos e nas brigas, sobretudo no caso dos meninos.
Apresenta um comportamento de intimidação e provocação permanente. Pensa que
todos devem atender seus desejos de imediato, sente necessidade de dominar e subjugar
os outros. É impulsivo, irrita-se facilmente, não aceita ser contrariado. Tem dificuldade
de relacionamentos, adopta condutas antissociais, é atraído por más companhias. Seu
rendimento escolar, nas séries iniciais, pode ser normal ou estar acima da média; no
entanto, poder obter notas mais baixas e desenvolver atitudes negativas para com a
escola, (Fante, 2005).
Conforme Almeida (1995) citado por Perreira (2002) as crianças agressivas são
mais populares do que as vítimas. São ativamente rejeitadas, mas geralmente têm um,
dois ou três amigos que o apoiam nas práticas agressivas e dificilmente, são crianças
isoladas socialmente.
Conforme Olweus (1993) citado por Serrate (2009) identifica o indivíduo
agressivo de acordo com as seguintes características:
Na maioria das vezes são fisicamente mais fortes, da mesma idade ou pouco
mais velhos e principalmente eficaz nos jogos e desportos;
Sentem uma necessidade imperiosa em dominar e subjugar os outros, em se
imporem perante a autoridade, a ameaça e de conseguirem tudo aquilo a que
se propõem, fazendo alarde da sua superioridade real ou imaginada;
Têm mau carácter, aborrecem-se facilmente, são impulsivos e toleram mal as
frustrações, custam-lhes adaptar-se às normas e aceitar as contrariedades ou
os reveses;
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Com os adultos têm uma atitude hostil, provocatória e agressiva, podendo
chegar a meter-lhes medo. São convincentes para escaparem de situações
difíceis;
São considerados duros;
Não são ansiosos nem inseguros e costumam ter uma opinião positiva sobre
a sua pessoa, uma autoestima normal ou mais elevada do que a média;
1.5.2. Critérios para caracterização do bullying:
A intencionalidade do comportamento (Dehaan, 1997; Olweus, 1993;
Perreira ET al., 1994), isto é, o comportamento tem um objectivo que é
provocar mal-estar e ganhar controlo sobre outra pessoa:
O comportamento é conduzido repetidamente e ao longo do tempo,
(Mellor, 1990; Olweus, 1993), isto é, não acorre ocasionalmente ou
isoladamente, mas passa a ser regular.
Como refere Olweus, 1993; Perreira et al., 1994, citado por Carvalhosa,
Lima/ Matos, 2002) apud Semedo, 2008 um desequilíbrio de poder é
encontrado no centro da dinâmica do bullying, isto é, quando um aluno
(mais velho ou mais forte) ou um grupo de alunos, dizem ou fazem
coisas desagradáveis a outro ou gozam com ele de uma forma que ele
não gosta. Não é uma provocação quando dois alunos da mesma idade ou
tamanho se envolvem numa discussão ou briga.
1.6. As consequências que o bullying pode acarretar.
Conforme Ladd (2004) citado por Barros (2012), para que haja
violência/bullying é necessário que haja pelo menos dois atores sociais em interação
num determinado contexto: o agressor e a vítima, e que estas “interações entre
agressores e vítimas possam ser vistas como uma forma de relação porque muitas vezes,
como acontece na situação de violência, envolve os mesmos participantes ao longo do
tempo”.
A violência é abrangente como diz Pires (2001) citado por Barros, (2012) a
violência é um fenómeno que abrange, não só os alunos diretamente envolvidos, mas
também todos os outros e toda a comunidade educativa, pois, este fenômeno causa na
escola um ambiente de trabalho pouco agradável e seguro, afetando todos os alunos em
geral, incluindo também, toda a comunidade educativa.
De acordo com Pereira & Pinto, (1999) citado por Barros, (2012), as crianças
que presenciam uma situação de agressão/vitimação também sofrem, pois sabem da
27
injustiça que está a ser cometida e sentem-se impotentes para ajudar a vítima, acabando
muitas vezes por terem de tomar partido entre uns e outros.
Olweus (1999) citado por Barros (2012), as vítimas de violência são alunos mais
ansiosos e inseguros do que os outros. “Quando se sentem atacados, normalmente
reagem chorando (em idades mais baixas) e afastando-se”. Trata-se de alunos com uma
baixa autoestima, com uma visão negativa de si mesmo e da situação. É frequente que
se considerem fracassados e se sintam estúpidos, envergonhados ou poucos atrativos.
Segundo Costa e Vale (1998) citado por Sá (2012) a vítima típica de violência se
caracteriza por ser ansiosa, passiva, ter medo e estar constantemente vulnerável a
situações que interprete como sendo ameaçadoras, também não possui estratégias para
poder se defender, ou seja, está totalmente vulnerável diante de intimidações. As
vítimas, às vezes, apresentam comportamentos e atitudes não agressivas e, geralmente,
são contra a violência e estratégias violentas.
Barros, afirma que: perante a violência, as vítimas temem a escola, pois a veem
como um local desagradável e inseguro. Os alunos que sofrem violência, dependendo de
suas características individuais e de suas relações com a família, podem muitas vezes
não superar os traumas sofridos na escola. (Barros 2012, p. 55)
Essas vítimas ou os alunos que sofrem violência podem crescer com sentimentos
negativos, especialmente com baixa autoestima, tornando-se adultos com sérios problemas de
relacionamento. Podem assumir, também, um comportamento agressivo e mais tarde vir a sofrer
ou a praticar essa atitude no trabalho e, em casos extremos, alguns deles chegar a tentar ou a
28
Para Silva (2010), “as consequências do bullying escolar são as mais variadas
possíveis e dependem muito de cada indivíduo, da sua estrutura, de suas vivências, da
predisposição genética, da forma e da intensidade das agressões”.
As consequências relativas ao bullying para as vítimas são inúmeras,
dependendo de como recebem as agressões e de como reagem em relação a seus
agressores. De acordo com essa autora as consequências para as vítimas são graves e
abrangentes, podendo ocasionar desinteresse pela escola, o deficit de concentração e
aprendizagem, queda do rendimento escolar, absentismo e evasão escolar. (Fante 2005)
As consequências do bullying não alcançam apenas as vítimas, estando
agressores e testemunhas também sujeitos aos seus efeitos. O agressor tende a
experimentar a sensação de consolidação de suas condutas autoritárias, tendo como
possíveis consequências o distanciamento e a falta de adaptação aos objetivos escolares
e a valorização da violência como forma de obtenção de poder, o que poderá implicar
em futura delinquência. Além do mais, as condutas violentas podem se projetar para a
vida adulta trazendo dificuldades de convivência nas diversas esferas da vida: pessoal,
profissional, social (Fante, 2005).
Deste modo a vítima é para quem a agressão tem consequências mais nefastas, pois
Como refere Olweus (1993) citado por (Serrate) 2014 assinala que: as dificuldades que
a vítima sente para sair da situação de ataque pelos seus próprios meios provoca nela
efeitos claramente negativos como a descida da autoestima, os estados de ansiedade e,
inclusivamente, quadros depressivos com a consequente impossibilidade de integração
escolar e académica. Os sintomas de uma vítima manifestam-se em curto prazo. Os
alunos intimidados rapidamente começam a sentir medo, solidão e desamparo e tentarão
por todos os meios, evitar situações em que são humilhados.
No entanto, o bullying causa sofrimento a todas as vítimas, em maior ou menor
proporção. Muitas delas levarão marcas profundas provenientes das agressões para a
vida adulta, e necessitarão de apoio psicológico e/ou psiquiátrico para superá-las.
29
1.7. A prática do bullying no ambiente escolar.
A escola é a ambiente onde crianças e adolescentes trabalham não apenas a
aprendizagem, mas habilidades sociais importantes que favorecem ou fortalecem o
contato com a outro. Falhas trazidas pela violência levam a diferentes efeitos no
desenvolvimento geral do indivíduo. Isso significa que os problemas decorridos da
prática do bullying prejudicam não apenas os aspectos ligados à aprendizagem, mas
também àqueles relacionados ao comportamento e à saúde emociona.
Tal fenômeno pode desencadear uma série de prejuízos para o desenvolvimento
psicossocial do indivíduo, refletindo-se em forma de sintomas psicossomáticos,
transtorno do pânico, fobia escolar, fobia social, transtorno de ansiedade, transtorno de
ansiedade generalizada, depressão, anorexia, bulimia, transtorno obsessivo-compulsivo,
transtorno do estresse pós-traumático, suicídios e homicídios. (Silva, 2010),
A vulnerabilidade de cada indivíduo, aliada ao ambiente externo, às pressões
encontravam, até então, adormecidos. Desta forma, devemos refletir de maneira bastante
conscienciosa que, além de o bullying ser uma prática inaceitável nas relações interpessoais,
pode levar a quadros clínicos que exijam cuidados médicos e psicólogos para que sejam
Além dos problemas e dos prejuízos causados pela prática do bullying na escola,
a autora nos convida a pensar sobre o fenômeno como um todo, analisando os principais
agentes que contribuem para que ele aconteça.
Os protagonistas do bullying escolar são os agressores, as vítimas e os
espectadores, de modo que a autora classifica as vítimas em três formas distintas:
vítimas típicas, que são as mais comuns, como alunos tímidos, quietos, de difícil
socialização ou que demonstram insegurança e sensibilidade frente às situações
adversam; crianças ou adolescentes hiperativos, impulsivos e/ou imaturos, que
contribuem para aumentar a tensão no ambiente escolar; e, por fim, temos a vítima
agressora, que tenta revidar com as mesmas “armas”, ou seja, é aquele aluno que
procura descontar sua raiva em pessoas mais frágeis e que acaba reproduzindo os maus
tratos sofridos (Silva, 2010).
Ainda segundo a autora, os agressores, em geral, descumprem normas sociais
desde cedo e são regidos por uma hostilidade imposta socialmente, podendo ser
30
meninos ou meninas que agem tanto em grupos quanto sozinhos. Já os espectadores são
aqueles que acompanham a prática como se fossem a “plateia” do fenômeno.
Há os espectadores passivos, que não interferem por sentirem medo de se
tornarem vítimas, e também os espectadores ativos, que não participam diretamente das
agressões, mas permanecem no local incentivando com risos e se divertindo com a
situação de bullying. Por último, há o espectador neutro, que não demonstra nenhuma
sensibilidade frente ao bullying; seu posicionamento é de omissão, não tomando partido
nem das vítimas e nem dos agressores.
Portanto, tendo em vista todo esse apanhado sobre a prática do bullying no
ambiente escolar, bem como dos aspectos nocivos ao desenvolvimento das relações
interpessoais e de aprendizagem no decorrer da vida do aluno na escola, a melhor forma
de se evitar qualquer tipo de violência, como o bullying, é a realização da prevenção, a
qual deve começar no âmbito familiar, com a formação de valores que objetivam
evidenciar para as crianças e adolescentes que qualquer tipo de violência é reprovável.
Além disso, se faz necessária a elaboração de projetos que visem à integração entre
família e escola: o envolvimento de professores, pais e alunos é fundamental para a
implementação de projetos de redução do bullying. A participação de todos visa
estabelecer normas, diretrizes e ações coerentes. As ações devem priorizar a
conscientização geral: o apoio às vítimas de bullying, fazendo com que se sintam
protegidas; a conscientização dos agressores sobre a incorreção de seus atos e a garantia
de um ambiente escolar sadio e seguro (Lopes Neto 2005, p. 169).
Vale esclarecer que, em muitos casos, dentro das próprias famílias crianças e
adolescentes sofrem sem ao menos os pais se darem conta de que está havendo algo de
errado, isto é, que seus filhos estão sendo vítimas de bullying. Isso se dá,
principalmente, pelo fato de que, em grande parte das famílias, os laços vêm se
enfraquecendo diariamente, tendo em vista que a maioria dos pais trabalha em jornadas
cada vez mais longas, levando a um distanciamento e à falta de perceção de eventuais
problemas na vida de seus filhos.
Conforme Zimerman (1999) citado por Fante e Pedra, (2008), p. 92). o grupo
familiar exerce profunda e decisiva importância na estrutura do psiquismo da criança,
logo, na formação da personalidade do adulto.
Para Nagel (2011), o processo de educar “caracteriza- caracteriza- se pela
transmissão de valores e conceitos objetivando prevenção e a persistência para não
31
ocorrer violência verbal, física, atos desrespeitosos, ou qualquer atitude que invada o
espaço alheio constrangendo o indivíduo”.
Para a autora educar não envolve apenas mudanças de comportamentos, mas sim
leva em consideração a individualidade de cada um considerando seus aspectos de
forma contextualizada.
Nas escolas também se pode perceber a falta de ênfase no que diz respeito aos
relacionamentos interpessoais entre alunos. Na realidade escolar, o bullying é um
fenômeno que causa diversas consequências tanto psicológicas quanto
comportamentais, porém, as escolas e os professores, em muitos casos, não têm dado a
devida importância em relação a essa prática, contribuindo para que aquele que deveria
ser um lugar de conscientização e aprendizagem se torne um dos principais palcos dessa
forma de violência. (Santos, 2001)
Fatos como esses já haviam sido constatados pelo professor Dan Olweus na
década de 1970, na Noruega, que em suas pesquisas sobre agressores e vítimas do
bullying no ambiente escolar, se deparou com a falta de interesse por parte das
instituições em tratar tais formas de violência como um verdadeiro problema.
A prática do bullying pode se refletir no contexto familiar, afetivo, acadêmico,
profissional e social, podendo trazer consequências que causam prejuízos físicos, tais
como vômitos, diarreia, dores de cabeça, desânimo, queda brusca do rendimento
escolar, iniciação de uso de drogas e álcool, dificuldade de concentração, assim como
consequências psicológicas, entre elas depressão, transtornos psíquicos, baixa
autoestima, síndrome do pânico, isolamento social, entre outras. (Fante, 2005).
É por razões como essas que devemos observar as principais consequências
decorrentes do bullying na vida dos alunos, dos demais agentes e da própria instituição
escolar, levando em consideração o indivíduo em todos os seus aspectos e contextos,
percebendo que não se devem fechar os olhos para um fenômeno que pode causar sérios
danos para a vida e desenvolvimento dos indivíduos.
É nesse sentido que este artigo busca identificar as consequências psicológicas e
comportamentais em adolescentes que sofreram bullying no ambiente escolar,
analisando-as sob um aporte teórico específico, articulando a pesquisa teórica, ligada à
Psicologia Histórico-Cultural, visando às melhorias propostas para o desenvolvimento
humano em tal contexto.
32
1.7.1. os principais locais do Bullying em ambiente escolar
Devemos considerar os locais em que acontece cada tipo de agressão pode ser útil na
altura de tomar medidas para prevenir cada um deles. Em geral, o recreio aparece como o
cenário de agressões mais frequentes. O recreio é o lugar de preferência para os insultos, a troça,
33
CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA.
Neste capítulo, o maior objetivo é apresentar as metodologias utilizadas na
construção do presente trabalho, descrevendo os métodos, técnicas de recolha de dados,
a população e amostra, assim como a caracterização da escola de onde se decorreu a
pesquisa. Iniciando a tipologia e a caracterização da população, descrevendo o contexto,
os sujeitos e os procedimentos para acréscimo e a análise que estão em causa.
2.1. Caracterização do campo de estudo.
A Escola Primaria nº 119 – 11 de Novembro, está localizada no bairro Campo de
Aviação, município de Malanje. A instituição de ensino é pública criada ao abrigo do
Decreto Executivo Conjunto nº 90/16 de 29 de Fevereiro. O estabelecimento de ensino
tem como limites geográficos os seguintes:
A Norte – casas particulares;
A Este – Padarias das madres e a casa de Câmbio;
A Oeste – Empresa da ENDE e a Órbita Visual;
A Sul Avenida Comandante Dangereux (Estrada Nacional 230), em
direção ascendente para o município de Cacuso e esquadra da
Cangambo.
34
Historial da instituição
A Escola primária, Nº 119-11 de novembro, começou a funcionar desde a
década de 80, (oitenta) na altura com 3 (três) salas de aulas, construídas no âmbito da
cooperação do processo de ensino-aprendizagem, entre a Ex-República Popular de
Angola e o programa norte americano, Programa de Pnvestimentos públicos no dia 04
de abril de 2004 19h00 foi reinaugurada nesta cidade pelo governador provincial de
Malanje na altura Cristóvão da Cunha no quadro das festividades do dia da paz e
reconciliação nacional. A escola cujos trabalhos de reabilitação estiveram a cargo da
empresa de construção civil "Malecor" é composta por 10 salas de aulas com
capacidade para 42 alunos em cada turma, um financiamento de 156 mil dólares norte-
americano, do governo da província de Malanje. Atualmente alguns meses atrás foi
novamente reabilitada pelo então governador da província de Malanje Norberto
Fernandes Dos Santos “Kwata Kanawa” contendo no total 12 salas de aula.
Estrutura física do Complexo Escolar
A escola é uma estrutura física que congrega 4 (quatro) blocos de configuração
retangular, que concentra 12 salas de aula, das quais 4 (quatro) no pavilhão direito e 6
(seis) no pavilhão esquerdo, enquanto o apêndice central compreende uma sala na parte
frontal e outra na parte traseira. No bloco central está a área administrativa com o
gabinete da diretora-geral, do subdiretor - pedagógico e sala de professores.
Na parte traseira estão 3 (Três) WCs da Diretora dos funcionários e para alunos,
todos em pleno funcionamento. Dois (2) pátios minúsculos para o número de alunos
matriculados preenchem a parte traseira e frontal da escola.
A gestão do estabelecimento de ensino é garantida por uma diretora-geral e um
subdiretor pedagógico, incluindo 3 (Três) auxiliares de limpeza. A relação comunidade
- escola é versátil através de uma comissão de pais e encarregados de educação. O corpo
docente é constituído por 31 (trinta e um) professores, sendo 26 (Vinte e Seis) do sexo
feminino e 5 (cinco) do sexo masculino, distribuídos pelos 2 (dois) períodos, manhã e
tarde.
A escola possui um universo de 1149 (mil, cento quarenta e nove) alunos
distribuídos pelas classes do ensino primário (iniciação à 6ª classe), dos quais
581(Quinhentos Oitenta e Um) alunos são do sexo feminino e 568 (Quinhentos e
Sessenta e Oito) alunos do sexo masculino, com variação de 35 a 50 alunos por sala nos
turnos da manhã, e tarde. No presente ano a escola só está a funcionar com os alunos
35
regulares de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 5 aos 11 anos, nos
períodos da manhã e tarde.
2.2. Modelo de pesquisa.
Todo e qualquer estudo independentemente do tipo necessita de recursos,
métodos e técnicas de investigação de formas a permitir a materialização do processo.
No percurso da realização da pesquisa verificou-se a existências de várias possibilidades
metodológicas, desta feita selecionou-se a que se achou ser conveniente ao tema: A
Idade Sexo Total
11 anos F 01
12 anos M 01
11 anos F 02
11 anos M 01
12 anos M 01
12 anos M 01
Total 07
abordagem Qualitativa.
2.3. População e amostra.
A presente pesquisa tem por objetivo, centralizar-se no especifico, a partir da
observação de grupos de indivíduos chamados de população ou universo. Assim, a
amostra compreende uma representação de elementos com função e responsabilidades
diferentes, quanto à tipicidade das funções desempenhadas, ao seu conhecimento sobre
a temática abordada, a experiência profissional relacionada com a realidade em questão
e por fim, de acordo com os níveis de responsabilidade.
Para essa pesquisa, a população, estabelecida com base nos dados recolhidos da
observação realizada no período de estágio de 2018 e 2019 nos meses de junho a
novembro na escola 11 de novembro na sala dois (2), corresponde a um total de 45
indivíduos dos quais (3) professores, 42 alunos.
Para a presente investigação, tomou-se uma parcela representativa desta
população, ou seja, dez (10) indivíduos, sendo três (3) professores e sete (7) alunos dos
quais 5 masculino e dois femininos.
2.3.1. Característica dos participantes da pesquisa.
Quadro 1- Características dos participantes da pesquisa (Alunos)
Fonte: Dados da pesquisa.
37
Atividades a
Nº ser realizada Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Entrega do h h
01 projeto
Aprovação X X
02 do Projeto X
Revisão X X
03 bibliográfic X X X
Pesquisa de
04 campo X X
Revisão do
05 trabalho X
Entrega da
06 monografia X
X
07 Defesa
38
3.2. Transcrição das entrevistas feitas aos alunos da escola nº 119-11 de novembro
3.2.1.
3.2.2.
3.2.3.
3.2.4.
3.2.5.
3.2.6.
3.2.7.
3.3. Análise e interpretação dos resultados (alunos)
3.3.1.
3.3.2.
3.3.3.
3.3.4.
3.3.5.
4. Transcrição das entrevistas feitas aos professores da escola nº 119-11 de
novembro
4.1. Entrevista 01-A1
Perguntado a respeito da sua opinião sobre o bullying, a entrevistada A opinou o
seguinte: “Oque eu entendo por bullying emm bullying, bullying bullying é insulto feito
pelos colegas quando alguém esta malvestido ou… alguém que num tá de encontro a
sala, então os colegas vão fazendo troça com aquele colega, então aquele chama-se de
bullying”.
Quando questionado se conhece algum programa de combate ao bullying
implementado na escola primaria nº 119-11 de novembro? Que importância teria um
programa anti-bullying nesta escola a entrevista respondeu:
Não... aqui não temos nenhum programa da existência de bullying, não temos…
(silêncio) eu gostaria que a direção da própria nossa escola criasse pelo meno uma…
(silencio) pelo meno criasse uma sala ouuuu como é que eu posso dizer que…(silencio)
epah eu num tô fora disso do assunto de bullying eu…(silêncio)
Referente a pergunta que punições são tomadas no ambiente escolar para quem
prática essa forma de violência a entrevistada respondeu:
1
Entrevistado A em 25 setembro de 2020
39
O aluno devemos tirar o aluno fora da sala chamar o encarregado conversar
com ele pra que… possa ele… o próprio encarregado possa conversar com seu próprio
filho eeeee, ou tirar memo fora da sala da escola.
Referente a pergunta na sua prática profissional quais são as consequências que
mais atinge o aluno que é alvo de bullying, a entrevistada respondeu:
Na minha prática profissional… hen eu já vi tive uma aluna mas ela como foi
corajosa chamou-me fora conversou comigo mais eu não poderia só conversar com ela
chamei a encarregada conversei com ele, mas para que ela não sofresse bullying na
sala então fui ao director meti a questão ee até só que os colegas daqui numm queriam
me ajudar sobre aquela aluna, mas prontos os pais pegaram na menina levaram-lhe
pra província por município até, para que isso não acontecesse a menina deixava de
assistir as aulas, ficava um mês, duas semanas, é o quê? Eu perguntava quê que se
passa num me dizia, ela foi abusada sexualmente eee… então consegui entender ela,
uma vez ela ganhou coragem e me chamou, prossora eu fui feita assim assim, eu fui
violada e na minha própria casa minha mãe não tava no vizinho ola e isso me afectou
muito. Então para que ela não sofresse bullying eu tinha dado uma semana pra ir em
casa pra repousar um mucadinho e chamei a mãe aconselhei para que procurasse um
psicólogo conversar com a miúda. Esse caso de violação aconteceu fora da escola.
Quando perguntado O que mais a senhora professora gostaria de dizer acerca das
consequências do bullying na adolescência, respondeu:
Eu gostaria que isso não acontecesse na nossa escola, e quando acontecesse
devemos tomar medidas nué, então porque isso é uma coisa muito e muito feia porque
um aluno que sofre bullying já não vem a escola, já não vem assistir aula porque ele
sabe que aquele colega vai falar, aquele vai falar, aquele vai me insultar então
(silêncio) ee os pais devem saber o porquê que o filho não foi a escola e deve conversar
com próprio filho porquê que não vai a escola ele vai dizer não na escola me insultam
me fazem e desfazem e eu não aconselharia isso que isso acontecesse.
4.2. Entrevista 02- B2
Na primeira pergunta acerca do que entende por bullying a entrevistada opinou o
seguinte:
No meu entender bullying é o maltrato de um ser humano que pode lhe causar
danos psíquicos e moral.
2
Entrevistado B em 25 de setembro 2020
40
Quando questionado sobre quais medidas a senhora professora toma em sala de
aula quando identifica um caso de bullying respondeu:
Quando… durante o tempo que eu venho trabalhando quando encontro alunos
que têm tendência de fazer bullying a um outro colega, eu tenho uuu método, tenho
feito da seguinte maneira; pego neles ponho-lhes sentados converso com eles tento
mostrar que ninguém é melhor que o outro todos somos iguais e procuro fazer com que
haja mais união para que nem o outro que foi feito o bullying nem que ele volta a fazer
a mesma coisa.
Questionado se conhece algum programa de combate ao bullying implementado
na escola primaria nº 119-11 de novembro, e que importância teria um programa anti-
bullying nesta escola a entrevistada respondeu:
Cá na escola nós não temos nenhum programa deste género, pra ser sincera
não temos mesmo. Mas seria muitoooo bom! se houvesse esse programa cá na escola
porque deveria ajudar bastante em algumas situações porque talvez nós os professores
num temos dado conta que entre colegas tem havido bullying, mas neles mesmos eu
creio, porque tem sempre um que vem sempre avisar então acho que, com este
programa seria muito valioso cá pra escola eee… se um dia houver bullying cá na
escola poderíamos conseguir ultrapassar porque já tínhamos conhecimento do que
temos cá na escola
Quando questionado sobre que punições são tomadas no ambiente escolar para
quem prática essa forma de violência, respondeu:
Conforme eu já havia dito cá na escola nunca tivemos essa situação então, da
minha opinião né, se por ventura houvesse esta situação cá na escola eu sou de opinião
que este aluno seria repreendido, chamado os pais por-lhes sentado de principio
aconselhar ele para que não volte mais a fazer e dar yum castigo que lhe possa ser
coiso…(silêncio) para que lhe possa ser repreensão
Quando perguntado na sua prática profissional quais são as consequências que
mais atinge o aluno que é alvo de bullying, respondeu:
As consequências, eu acho que por causa do bullying quando o professor não
consegue fazer com que aquele aluno sente-se feliz naquele lugar depois de sofrer
bullying eles têm tendência de se acanhar, da consequência acanhar pouca assimilação
torna-se crianças muito tímidas e também rebeldes porque pode… ela até pode num
mostrar a sua rebeldia mais consoante o tempo aquilo vai trazer muitas consequências
no futuro pode se tornar uma má pessoa. Só que as vezes nós não damos conta
41
pensamos que foi uma outra coisa, talvez foi o bullying que sofreu naquela altura na
escola então o professor tem a missão de fazer com que aquela criança não possa
acarretar bullying que sofreu na escola naquele mesmo ano.
Quando indagado o que mais a senhora professora gostaria de dizer acerca das
consequências do bullying na adolescência, respondeu:
Eu poderia dizer que o bullying na adolescência tem causado traumas nas
crianças tornado esta criança doente, essa criança pode ter problemas psíquicos e
pouco desenvolvimento na sua memória ou seja durante o seu desenvolvimento,
durante a sua vida ela pode ter pouca assimilação na escola porque ela vai acarretar
medo tipo vai lheee… ai meu deus como posso falar … vai lhe impedir com que ele
possa desenvolver a sua capacidade mental, então a outra consequência que eu posso
dizer, esta criança através do bullying pode também se tornar uma criança doente,
pode ser uma criança agressiva porque ele vai utilizar a agressão para poder se
defender dos colegas para que os colegas não possam maltratar e pode também
acarretar até a sua fase toa e até a sua juventude, pode ser aquelas crianças ou seja
aqueles mais velhos que consoante que ele sofreu na adolescência, quando chega na
fase adulta é aquela pessoa que é agressiva, é aquela pessoa que não respeita ninguém,
é aquela pessoa que não tem medo de nada tudo para ele é normal. É mais ou menos
isso.
4.3. Entrevista 03- C3
Quando indagado sobre o que entende por bullying a entrevistada C opinou da
seguinte forma:
Eu acho que por uma simples definição não é mais do que aqueles gozos neh
estigas ou então algumas situações que nós passamos por alguns amigos… é mais
estigas.
Indagado sobre quais medidas a senhora professora toma em sala de aula quando
identifica um caso de bullying respondeu:
Em primeiro lugar eu procuro saber porque ou de onde começou, porque muita
das vezes nem sempre tudo acontece na sala de aula eles já trazem de fora para sala ou
as vezes já são vizinhos então transportam aquilo de casa pra escola, eu chamo eles
ponho-lhes sentados oiço ambas as partes depois eu conselho que isso não é bom neh
que devemos acabar com isso
3
Entrevistado C em 25 setembro de 2020
42
Quando perguntado se conhece algum programa de combate ao bullying
implementado na escola primaria nº 119-11 de novembro e que importância teria um
programa anti-bullying nesta escola, respondeu:
Na nossa escola ainda não existe nenhum programa e eu acho que se
implementassem seria de grande importância porque assim aprenderíamos a ver as
pessoas de forma iguais perante a sociedade o perante a lei
Indagado acerca de que punições são tomadas no ambiente escolar para quem
prática essa forma de violência, respondeu:
Bem pra quem prática essa forma de violência como outra qualquer, na nossa
instituição praticamente levamos na sala dos professores eles lá tomam algumas
medidas convocam o encarregado, não há suspensão pelo menos eu nuca acompanhei,
talvez só chegam a um consenso, só conversa chamada de atenção e a partir daí vão
vendo se o menino vai tornar a fazer ou não. Já comigo é diferente, se o menino no
outro lado nos temos as carteiras conforme estão direcionadas (indicou as carteiras)
por exemplo o menino do bullying é do lado de frente ou do lado esquerdo ou direito
automaticamente temos que trocar de pares pra que isso não volte acontecer
Indagado acerca da sua prática profissional quais são as consequências que mais
atinge o aluno que é alvo de bullying, respondeu:
Acho que isso é mais quando estamos naquela questão de avaliação quando
queremos fazer uma avaliação sumativa ou normativa então aí é que é um caso sério
há alunos que as vezes sentem-se muito inferior aos outros porque , nós também já
passamos por isso e vimos que quando vai ao quadro e falha alguma coisa tem sempre
alunos aí a gritar ou fazer caretas então aquilo é que mais sei lá afecta mesmo
bastante.
Quando indagado sobre o que mais a senhora professora gostaria de dizer acerca
das consequências do bullying na adolescência, respondeu:
Acho que algumas instituições deveriam ter uma participação ativa neh, entre
os agentes de educação os encarregados estariam sempre a par e passo aí então
estariam a trabalhar juntos, eu creio que isso acontece mais quando as vezes não há
aquele trabalho colectivo entre as comunidades e os agentes da educação, se assim
trabalharmos juntos acho que isso não vai acontecer, se tiver que acontecer talvez vai
ser, se for de 100% vai acontecer de 60% apesar que a mudança não é brusca neh,
vamos indo paulatinamente mas eu ainda creio que se ainda trabalharmos ainda
acaba, termina.
43
4.4. Análise e interpretação dos resultados (professores)
4.4.1. Na sua opinião o que entendes por bullying
Para essa categoria todos os entrevistados foram unânimes na sua resposta, para
a entrevistada A “o bullying é o insulto feito pelos colegas quando alguém esta
malvestido ou… alguém que num tá de encontro a sala, então os colegas vão fazendo
troça com aquele colega, então aquele chama-se de bullying”. Na opinião da
entrevistada B “No meu entender bullying é o maltrato de um ser humano que pode lhe
causar danos psíquicos e moral.” A entrevistada C diz que; “Eu acho que por uma
simples definição não é mais do que aqueles gozos neh estigas ou então algumas
situações que nós passamos por alguns amigos… é mais estigas.”
Mediante opiniões das entrevistadas, podemos entender o bullying: como uma
forma de violência quando um colega insulta goza e maltrata o outro causando danos
psíquicos e moral.
4.4.2. quais medidas a senhora professora toma em sala de aula quando identifica
um caso de bullying
Em relação a pergunta quais medidas a senhora professora toma em sala de aula
tanto a entrevistada A como a entrevistada B partilham da mesma opinião, que é sempre
conversar com o aluno mostrar que ninguém é melhor que ninguém e garantir que essa
prática não volta a se repetir, ao contrario da entrevistada C que da a entender que esses
comportamentos os alunos já trazem de casa, opinando o seguinte “Em primeiro lugar
eu procuro saber porque ou de onde começou, porque muita das vezes nem sempre
tudo acontece na sala de aula eles já trazem de fora para sala ou as vezes já são
vizinhos então transportam aquilo de casa pra escola, eu chamo eles ponho-lhes
sentados oiço ambas as partes depois eu conselho que isso não é bom neh que devemos
acabar com isso”.
A Partir das respostas obtidas, ficou claro que a maior preocupação das
professoras quando se deparam com situações da prática de bullying em sala de aula, é
chamar os envolvidos do bullying para aconselha-los e garantir que está situação na se
repete.
4.4.3. Conhece algum programa de combate ao bullying implementado na escola e
que importância teria um programa anti-bullying nesta escola
Referente ao conhecimento da existência de um programa anti bullying na escola
as opiniões foram similares, tanto a entrevistada A, B assim como a C, afirmaram
categoricamente da não existência de nenhum programa anti-bullying implementado na
44
escola. As opiniões divergem quanto a pergunta referente a importância de implantar
um programa, para entrevistada A, “Mas gostaria de dizer da importância caso tivesse
um: eu gostaria que a direção da própria nossa escola criasse pelo meno uma…
(silencio) pelo meno criasse uma sala ouuuu como é que eu posso dizer que…(silencio)
epah eu num tô fora disso do assunto de bullying eu…” enquanto que para entrevistada
B “Mas seria muitoooo bom!se houvesse esse programa cá na escola porque deveria
ajudar bastante em algumas situações porque talvez nós os professores num temos
dado conta que entre colegas tem havido bullying, mas neles mesmos eu creio, porque
tem sempre um que vem sempre avisar então acho que, com este programa seria muito
valioso cá pra escola eee… se um dia houver bullying cá na escola poderíamos
conseguir ultrapassar porque já tínhamos conhecimento do que temos cá na escola”.
Contudo para a entrevistada C é de opinião que “eu acho que se implementassem seria
de grande importância porque assim aprenderíamos a ver as pessoas de forma iguais
perante a sociedade o perante a lei “.
Todavia acreditamos que a implementação de um programa anti-bullying na
escola 11 de novembro é indispensável para dar o devido tratamento aos estudantes que
praticam ou sofrem bullying, tal como afirmou umas das entrevistadas, se existisse um
programa dessa natureza saberíamos lidar com o bullying sempre que identificarmos.
4.4.4. Que punições são tomadas no ambiente escolar para quem prática essa
forma de violência
Na pergunta referente as punições tomadas no ambiente escolar para quem
prática o bullying, as entrevistadas convergiram no factor comunicar os encarregados de
educação dos alunos envolvidos no acto. Mas divergiam no factor punição tal como
afirma a entrevistada A “O aluno devemos tirar o aluno fora da sala chamar o
encarregado conversar com ele pra que… possa ele… o próprio encarregado possa
conversar com seu próprio filho eeeee, ou tirar memo fora da sala da escola.” Para
entrevistada B é de opinião que: “Já comigo é diferente, se o menino no outro lado nos
temos as carteiras conforme estão direcionadas (indicou as carteiras) por exemplo o
menino do bullying é do lado de frente ou do lado esquerdo ou direito automaticamente
temos que trocar de pares pra que isso não volte acontecer”
Portanto a partir das respostas das entrevistadas podemos concluir que não basta
punir, é importante comunicar a família sobre o comportamento do seu filho, porque o
bullying é um problema que deve ser encarado e trabalhado de forma multidisciplinar e
a família não é exceção.
45
4.4.5. Na sua prática profissional quais são as consequências que mais atinge o
aluno que é alvo de bullying
Quanto a pergunta, se na pratica profissional que consequências mais atinge o
aluno que é alvo de bullying, tanto a entrevistada A e C pareciam não entender as reais
consequências do bullying para a vitima. apenas a entrevistada B soube mencionar
algumas consequências consideráveis quando se trata das consequências do bullying
afirmando o seguinte: “As consequências, eu acho que por causa do bullying quando o
professor não consegue fazer com que aquele aluno sente-se feliz naquele lugar depois
de sofrer bullying eles têm tendência de se acanhar, da consequência acanhar pouca
assimilação torna-se crianças muito tímidas e também rebeldes porque pode… ela até
pode num mostrar a sua rebeldia mais consoante o tempo aquilo vai trazer muitas
consequências no futuro pode se tornar uma má pessoa. So que as vezes nós não damos
conta pensamos que foi uma outra coisa, talvez foi o bullying que sofreu naquela altura
na escola então o professor tem a missão de fazer com que aquela criança não possa
acarretar bullying que sofreu na escola naquele mesmo ano”.
É importante os professores conhecerem as consequências que a vitima acarreta,
após sofrer o acto, porque são eles que passam a maior parte do tempo com estes
estudantes e só poderão protege-los caso saibam dos perigos que estes correm ao ser
vitima deste comportamento violento por parte dos colegas.
4.4.6. O que mais o senhor professor (a) gostaria de dizer acerca das consequências
do bullying na adolescência?
Consoante a esta pergunta os entrevistados estão de acordo que é necessário um
trabalho em conjunto para ultrapassar essa situação desde os agentes educativos a
família a comunidade em si, porque as crianças que sofrem bullying como consequência
segundo a entrevistada B podem se tornar adultos agressivos como vemos na transcrição
da sua entrevista: “Eu poderia dizer que o bullying na adolescência tem causado
traumas nas crianças tornado esta criança doente, essa criança pode ter problemas
psíquicos e pouco desenvolvimento na sua memória ou seja durante o seu
desenvolvimento, durante a sua vida ela pode ter pouca assimilação na escola porque
ela vai acarretar medo tipo vai lheee… ai meu deus como posso falar … vai lhe impedir
com que ele possa desenvolver a sua capacidade mental, então a outra consequência
que eu posso dizer, esta criança através do bullying pode também se tornar uma
criança doente, pode ser uma criança agressiva porque ele vai utilizar a agressão para
poder se defender dos colegas para que os colegas não possam maltratar e pode
46
também acarretar até a sua fase toda e até a sua juventude, pode ser aquelas crianças
ou seja aqueles mais velhos que consoante que ele sofreu na adolescência, quando
chega na fase adulta é aquela pessoa que é agressiva, é aquela pessoa que não respeita
ninguém, é aquela pessoa que não tem medo de nada tudo para ele é normal. É mais ou
menos isso.”
A partir das opiniões dos entrevistados podemos deduzir que é importante
reconhecermos as consequências do bullying, porque muita das vezes leva os estudantes
a abandonarem a escola e pior os torna em adultos agressivos que não conseguem lidar
com as frustrações impostas pela realidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
47
prática que precisa ser combatida para promover uma cultura de paz, e sobretudo a
prática de denúncias para que estratégias possam ser inseridas na prática.
O alvo usual do bullying é o tipo de pessoa que não se enquadra nos padrões
sociais tidos como normais, por questões físicas, psicológicas ou comportamentais.
Geralmente, os agressores procuram alguém que seja diferente para ser a sua vítima:
pessoas com excesso de peso ou magras demais, pessoas de estatura menor, pessoas que
não se enquadram no padrão de beleza ditado pela sociedade, pessoas de condição
socioeconómica inferior, homossexuais, transexuais, pessoas com dificuldade de
aprendizagem ou muito estudiosas etc.
As consequências do bullying podem ser devastadoras e irreversíveis para a
vítima. Os primeiros sintomas são o isolamento social da vítima, que não se vê como
alguém que pertence àquele grupo. A partir daí, pode haver uma queda no rendimento
escolar, queda na autoestima, quadros de depressão, transtorno de ansiedade, síndrome
do pânico e outros distúrbios psíquicos. Quando não tratados, esses quadros podem
levar o jovem a tentar o suicídio.
Se os traumas do bullying não forem tratados, a vítima pode guardar aquele
sofrimento em seu subconsciente, que virá a se manifestar diversas vezes em sua vida
adulta, dificultando as relações pessoais, a vida em sociedade, afetando a sua carreira
profissional e até levando ao desenvolvimento de vícios em drogas e álcool.
É preciso ficar atento ao comportamento dos adolescentes, sobretudo quando
eles apresentarem baixa autoestima, falta de vontade de ir à escola, dificuldade de
aprendizagem e comportamento Auto depreciativo ou autodestrutivo. Se o adolescente
apresentar um quadro semelhante, a família e a escola devem entrar em ação para
investigar o que se passa, a fim de colocar um ponto final em uma possível intimidação
sistemática e oferecer o auxílio e o conforto de que a vítima necessita no momento.
SUGESTÕES
48
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51
APÊNDICE
52
APÊNDICE 1- GUIÃO DE ENTREVISTA (A) PROFESSORES
GUIÃO DE ENTREVISTA
Oque eu entendo por bullying emm bullying, bullying bullying é insulto feito
pelos colegas quando alguém esta mal vestido ou… alguém que num tá de encontro a
sala, então os colegas vão fazendo troça com aquele colega, então aquele chama-se de
bullying.
2- Quais medidas a senhora professora toma em sala de aula quando identifica um
caso de bullying?
Quando… en… as medidas que eu tomo é pegar o aluno conversar com ele
saber o porque que faz a troça com aquele colega e conversar pra que isso não possa
acontecer mas.
3- Conhece algum programa de combate ao bullying implementado na escola
primaria nº 119-11 de novembro? Que importância teria um programa anti-bullying
nesta escola?
Não... aqui não temos nenhum programa da existência de bullying, não temos.
Mas gostaria de dizer da importância caso tivesse um: eu gostaria que a direção da
própria nossa escola criasse pelo meno uma… (silencio) pelo meno criasse uma sala
ouuuu como é que eu posso dizer que…(silencio) epah eu num tô fora disso do assunto
de bullying eu…
4- Que punições são tomadas no ambiente escolar para quem pratica essa forma de
violência?
O aluno devemos tirar o aluno fora da sala chamar o encarregado conversar com
ele pra que… possa ele… o próprio encarregado possa conversar com seu próprio filho
eeeee, ou tirar memo fora da sala da escola.
5- Na sua prática profissional quais são as consequências que mais atinge o aluno
que é alvo de bullying?
Na minha prática profissional… hen eu já vi tive uma aluna mas ela como foi
corajosa chamou-me fora conversou comigo mais eu não poderia só conversar com ela
chamei a encarregada conversei com ele, mas para que ela não sofresse bullying na sala
então fui ao director meti a questão ee até só que os colegas daqui numm queriam me
ajudar sobre aquela aluna, mas prontos os pais pegaram na menina levaram-lhe pra
província por município até, para que isso não acontecesse a menina deixava de assistir
as aulas, ficava um mês, duas semanas, é o quê? Eu perguntava quê que se passa num
me dizia, ela foi abusada sexualmente eee… então consegui entender ela, uma vez ela
ganhou coragem e me chamou, prossora eu fui feita assim assim, eu fui violada e na
minha própria casa minha mãe não tava no vizinho ola e isso me afectou muito. Então
para que ela não sofresse bullying eu tinha dado uma semana pra ir em casa pra
repousar um mucadinho e chamei a mãe aconselhei para que procurasse um psicólogo
conversar com a miúda. Esse caso de violação aconteceu fora da escola.
6- O que mais o senhor professor (a) gostaria de dizer acerca das consequências do
bullying na adolescência?
GUIÃO DE ENTREVISTA
GUIÃO DE ENTREVISTA
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ANEXO 1- SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA
ANEXO 2-TERMO DE COMPROMETIMENTO