Você está na página 1de 3

Fábulas

_____________________________________________________________________________________

As fábulas são textos curtos, com breves narrações literárias, normalmente em verso, e terminam
sempre com uma mensagem de ensino ou com caráter de “moral da história”.

Seus personagens quase sempre são animais ou objetos. As fábulas são uma boa via para entreter
e educar as crianças ao mesmo tempo, enquanto ajudamos a desenvolver sua imaginação e
leitura. Abaixo, temos dois exemplos de fábulas que serão usados como instrumentos de ensino
para a aula de hoje.

______________________________________________________________________________

Exemplo 1: O ratinho, o gato e o galo.


(Monteiro Lobato)

Certa manhã, um ratinho saiu do buraco que vivia pela primeira vez. Queria conhecer o mundo e
travar relações com tanta coisa bonita de que falavam seus amigos.

Admirou a luz do sol, o verde das árvores, a correnteza dos ribeirões, a habitação dos homens. E
acabou penetrando no quintal de uma casa da roça.

— Sim senhor! É interessante isto!

Examinou tudo minuciosamente, farejou a tulha de milho e a estrebaria.

Em seguida, notou no terreiro um certo animal de belo pêlo que dormia sossegado ao sol.
Aproximou-se dele e farejou-o, sem receio nenhum.

Nisto, apareceu um galo, que bate as asas e cantou. O ratinho, por um triz, não morreu de susto.
Arrepiou-se todo e disparou como um raio para a sua toca.

Chegando lá, contou à sua mamãe as aventuras do passeio.

— Observei muita coisa interessante — disse ele.

— Mas nada me impressionou tanto como dois animais que vi no terreiro. Um tinha pelo macio e
ar bondoso, seduziu-me logo. Devia ser um desses bons amigos da nossa gente, e lamentei que
estivesse a dormir impedindo-me de cumprimentá-lo. O outro... Ai, que ainda me bate o coração!
O outro era um bicho feroz, de penas alaranjadas, bico pontudo, crista vermelha e aspecto
ameaçador. Bateu as asas barulhentamente, abriu o bico e soltou um Có-Ri-Có-Có tamanho, que

quase caí de costas. Fugi. Fugi com quantas pernas tinha, percebendo que devia ser o famoso
gato, que tamanha destruição faz no nosso povo.

A mamãe rata assustou-se e disse:

— Como te enganas, meu filho! O bicho de pelo macio e ar bondoso é que é o terrível gato. O
outro, barulhento e espaventado, de olhar feroz e crista rubra, filhinho, é o galo, uma ave que
nunca nos fez mal.

As aparências enganam, tome cuidado meu filho!

Aproveita, pois, a lição e fica sabendo que: Quem vê cara não vê coração.

______________________________________________________________________________

Exemplo 2: A lebre e a tartaruga


(Jean de La Fountaine)

No mundo dos animais vivia uma lebre muito orgulhosa e vaidosa, que não cessava de falar que
era a mais veloz e se gabava disso, diante da lentidão da tartaruga.

- "Lá vem dona tartaruga, vem andando sossegada, vou sair da frente dela pra não ser
atropelada!” Cantava debochando a lebre da pobre tartaruga.

Um dia, a tartaruga resolveu fazer uma aposta com a lebre:


- Estou certa que posso ganhar de você numa corrida! Desafiou a tartaruga.

- A mim?! Debochou a assustada lebre com o desafio.


- Sim, a você, disse a tartaruga. Façamos nossas apostas e vejamos quem ganha a corrida!

A lebre, sem acreditar no que ouvia, aceitou. Todos os animais se reuniram para assistir a
corrida. A coruja marcou o ponto de partida e de chegada, e sem mais demoras, começou a
competição em meio à incredulidade dos que assistiam.
Confiando em sua rapidez, a lebre deixou a tartaruga pegar vantagem e ficou tirando sarro dela.
Logo, começou a correr velozmente e ultrapassou a tartaruga que caminhava vagarosamente,
mas sem parar.
Só se deteve na metade do caminho, diante um pasto verde e frondoso, onde se dispôs a
descansar antes de terminar a corrida. Ali, pegou no sono enquanto a tartaruga seguiu
caminhando passo a passo, lentamente, mas sem se deter.
Mais tarde, quando a lebre despertou, viu desesperada que a tartaruga se encontrava a uma
curtíssima distância da meta de chegada. Saiu correndo com todas as suas forças, mas já era
muito tarde. A tartaruga tinha vencido a corrida!

Nesse dia a lebre aprendeu, em meio a uma grande humilhação, que não deve-se gabar dos
demais e também aprendeu que o excesso de confiança é um obstáculo para alcançar nossos
objetivos.

Você também pode gostar