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INTRODUÇÃO

A narrativa é o relato de uma história, real ou imaginária, contada (narrada) por um narrador,
cujas personagens se envolvem numa ação que decorre num determinado espaço, durante certo
período de tempo.

Neste tipo de texto, pode surgir a narração, a descrição, o diálogo e mesmo algumas reflexões
(são os chamados modos de expressão).

É uma forma de comunicação, literária ou não literária, que tem por finalidade relatar um ou

Narrativo
mais acontecimentos. O T E XT O

Segundo Harry Shaw, a narração ou narrativa é uma forma de discurso o qual se exemplifica
em história, notícias de jornais, biografias, autobiografias, anedotas, contos, fábulas, lendas,
novelas, romances, epopeias. É dinâmica,Pocom predomínio
rtug do averbo
u ê s – 10.º no no pretérito perfeito, na 3ª
pessoa.

No processo narrativo, distinguimos: o narrador, o narratário (destinatário ou leitor) e o


sujeito de quem se fala.
Dá-se o nome de AÇÃO ao conjunto de acontecimentos que constituem uma narrativa e que
são relatados, mas há que distinguir a importância de cada um deles para a história.

Ação principal
constituída pelo ou pelos acontecimentos principais.
constituída pelo ou pelos acontecimentos menos importantes que
Ação secundária
valorizam a ação central.

Numa narrativa, as várias ações relacionam-se entre si de diferentes maneiras:


quando as ações sucedem por ordem temporal e em que o final de
Encadeamento
uma ação se encadeia com o início da seguinte
quando as ações se desenrolam separada e alternadamente, podendo
Alternância
fundir-se em determinado ponto da história

Encaixe quando se introduz uma ação noutra

O NARRADOR é uma entidade imaginária criada pelo autor, que tem como função contar a
história. Não deve, por isso, ser confundido com o autor, que é o responsável pela criação da
história.

Presença Narrador participante Narrador não participante


Narrador que participa na história que Narrador que não participa na história
Definiç narra. que narra.
ão
Pronomes pessoais da 1ª pessoa Pronomes pessoais da 3ª pessoa
eu, me, comigo; nós, nos, connosco ele(s)/ela(s), lhe(s),
Características

Determinantes/Pronomes pessoais e Determinantes/Pronomes pessoais e


demonstrativos da 1ª pessoa meu(s), demonstrativos da 3ª pessoa
minha(s), nosso(s), nossa(s); este(s), dele(s), dela(s), seu(s), sua(s); esse(s),
esta(s) essa(s), aquele(s), aquela(s)
Formas verbais da 1ª pessoa Formas verbais da 3ª pessoa
vi, encontrei, gostava; vimos, encontrámos, viu, encontrou, gostava; viram,
gostávamos encontraram, gostavam

Posição Narrador objetivo Narrador subjetivo

Narrador que relata os acontecimentos Narrador que narra os acontecimentos


Definiç com imparcialidade e objetividade. com parcialidade e subjetividade.
ão

Focalizaç Narrador omnisciente


ão
Narrador que é detentor de um conhecimento ilimitado da narrativa, que lhe permite ter
Definiç um controlo total dos acontecimentos, do tempo e das personagens.
ão

A PERSONAGEM é uma categoria essencial da narrativa. Regra geral, a ação desenvolve-se à


volta da personagem, daí a sua importância. Podemos caracterizar a personagem quanto ao relevo
na ação e quanto à sua composição, respetivamente.
personagem que desempenha o papel de maior importância para o desenrolar
Protagonista
da ação.

Personagem personagem que desempenha um papel com menos relevo, mas ainda assim
secundária é essencial para o desenvolvimento da ação.

personagem que é, normalmente, irrelevante para o desenrolar da ação, mas


Figurante
pode ser muito importante para ajudar a ilustrar um ambiente.

uma personagem sem complexidade e que não evolui para além da sua
Personagem
caracterização inicial – mantém as mesmas ideias, as mesmas ações, as
plana
mesmas palavras, as mesmas qualidades e defeitos.
uma personagem complexa, apresentando uma personalidade forte. A
Personagem caracterização deste tipo de personagens está sempre em aberto, pois os seus
redonda medos, os seus objetivos, as suas obsessões vão sendo revelados pouco a
pouco.

O TEMPO é uma das categorias da narrativa com mais relevo. Estabelece a duração da ação
e marca a sucessão cronológica dos acontecimentos. No entanto, é necessário distinguir o tempo da
história do tempo do discurso.
O tempo da história é a sucessão dos acontecimentos por ordem cronológica, ou seja, a
ordem real dos acontecimentos. A ordem real dos acontecimentos pode ser representada desta
forma:
O tempo do discurso é a representação do tempo da história na narrativa, ou seja, é a ordem
textual dos acontecimentos. O tempo do discurso nem sempre respeita o tempo da história, ou seja,
os acontecimentos nem sempre são relatados pela ordem de sucessão.
A ordem textual dos acontecimentos pode ser representada desta forma:

Quando ocorre esta alteração da ordem dos acontecimentos, há uma organização do tempo
do discurso através de vários recursos: analepse, prolepse, resumo e elipse.

O ESPAÇO de uma narrativa refere-se não só ao lugar físico onde decorre a ação, mas
também ao ambiente social e cultural onde se inserem as personagens.

Espaço físico e
geográfico lugar ou lugares onde decorre a ação. Pode definir-se como um
espaço aberto/fechado, interior/exterior, público/privado.

meio, situação económica, cultural ou social das personagens.


Podem ser definidos grupos sociais,
Espaço social e
cultural conjuntos de valores e crenças desses grupos, posição que
ocupam na sociedade, referência às tradições e costumes culturais
de um povo.
A ORGANIZAÇÃO DAS SEQUÊNCIAS DA NARRATIVA, pode-se dar por
encadeamento, por encaixe ou por alternância.
As sequências entrelaçam-se sucessivamente

Encadeamento
A B C D E F

A não contém a B / B não contém a A


Quando uma narrativa principal está contida na secundária.

Encaixe A

B
A contém a B / B contém a A
Quando o narrador deixa um assunto para introduzir outro, sem pôr
de parte o anterior, de forma que, no fim, todos se juntam.

A é o quadrado
B é o triângulo
Alternância C é o círculo

A contém B e C / C contém a B
Resum
o Síntesee

Po rtug uê s, 10.º ano


O RESUMO envolve duas atividades básicas: a seleção de informação e a reformulação, ou
seja, a redação do texto do reumo e em termos diferentes do original. É por isso que é fundamental
uma cuidada leitura prévia do texto a resumir, durante a qual se assinalarão as palavras-chave.
O resumo não pode conter qualquer comentário pessoal e deve manter a ordem por que surge
a informação no texto-fonte.

A SÍNTESE pode incidir sobre um ou vários textos e apresenta um carácter mais subjetivo do
que o resumo, já que quem a elabora seleciona o que do seu ponto de vista é importante do texto-
fonte e ordena a informação como julga mais conveniente.

Semelhanças Diferenças

-Devem corresponder ambos a cerca -respeita a ordem e a organização das


de um quarto do texto original (caso ideias do texto original
não haja indicações definidas)
Resumo -respeita a pessoa e o tempo verbal
- Pautam-se pela neutralidade e
-pauta-se pela objetividade
fidelidade na reconstituição da
informação -trabalha sobre um texto apenas
- Não contemplam citações do texto
original -admite uma maior liberdade na ordem e
- Suprimem ideias secundárias, na organização das ideias
repetições, pormenores, exemplos e - apresenta o texto sempre na terceira
outros elementos pessoa, mencionando o nome do(s)
acessórios; autor(es) do texto original
Síntese
- Não incluem comentários ou - evidencia as intenções do(s) autor(es)
opiniões pessoais do texto-fonte, partindo da interpretação
- Omitem o discurso direto ou do leitor (subjetivida-de)
transformam-no em discurso indireto - pode trabalhar sobre um ou vários
- Utilizam linguagem clara, concisa e textos
objetiva.

- Conhecimento omnisciente – o narrador sabe tudo


o que diz respeito às acções.
- Conhecimento interno – o
CIÊNCIA DO narrador, na sua ciência, está com e como a
NARRADOR personagem. Pode tomar posição – é subjectivo.
- Conhecimento externo - o narrador informa,
apenas, os aspectos exteriores e não toma posição
– é objectivo.

Objectivo – limita-se a narrar friamente os


PARTICIPANTE acontecimentos.
Dentro Subjectivo – narra os acontecimentos
declarando ou sugerindo a sua posição.

PRESENÇA DO
NARRADOR

NÃO PARTICIPANTE
Fora
POSIÇÃO DO
NARRADOR
- Como
protagonista
(personagem
principal) –
narração na
1ª pessoa

autodiegético.
- Como
personagem
secundária –
homodiegético
.

É observador.

Narração

na

pessoa –
heterodiegético
.
AS CATEGORIAS DA NARRATIVA

A ACÇÃO
(intriga, diegese,
história):
- Central ou principal – é o
Relevo acontecimento principal.
- Secundária – são acontecimentos de menor
importância.

Delimitação - Fechada – acção solucionada até ao


pormenor.
- Aberta – acção não solucionada

- Encadeamento – ordenação
Organização das cronológica das acções.
sequências - Alternância – entrelaçamento das acções.
narrativas - Encaixe – introdução de uma acção noutra.

- Central ou principal – personagem à volta da


PERSONAGENS: qual a acção se desenrola, individual ou
colectiva.
- Secundária – personagem de menor
Relevo importância para a acção, adjuvantes ou
oponentes.
- Figurante – não participa, apenas é referida.

- Directa – através de palavras da


personagem acerca de si própria, de
Processo de palavras de outras personagens, de
caracterização afirmações do narrador.
- Indirecta – deduções do leitor acerca da
personagem, a partir de atitudes ou acções da
mesma.
Retrato
- Físico – características físicas, idade,
vestuário.
Densidade - Psicológico – carácter,
psicológica personalidade.

- Tipos ou planas (por vezes caricaturas) –


não têm individualidade própria; representam
grupos sociais…
- Redondas – são individualizadas.
ESPAÇO: - Físico – lugar onde a acção se realiza
- Psicológico – o lugar do pensamento e
(onde?) Lugar emoção das personagens
ou lugares onde - Social – o meio social a que pertencem e onde se
decorre a acção deslocam as personagens.

TEMPO: - Cronológico – marcas da Analepse – recuo no


passagem do tempo (dia, mês, tempo.
(quando?) ano, século, etc. Prolepse – avanço no
tempo.
- Psicológico – o tempo sentido
pelas personagens.
Tempo ou tempos
em que decorre a - Histórico – enquadra-
acção dramento histórico das
acções.

MODOS DE EXPRESSÃO: - Narração – é o relato de


acontecimentos, é um momento de avanço
da acção (núcleos ou cardinais).
Predominam os verbos.
- Descrição – é o descrever de personagens,
lugares, objectos, etc. São momentos de pausa
(catálises) Predominam os
adjectivos e os nomes.
- Diálogo – é a fala entre duas ou mais
personagens.
ORGANIZAÇÃO DAS SEQUÊNCIAS NARRATIVAS:

Encadeamento: As sequências entrelaçam-se sucessivamente.

A B C D E F G
A não contém B B
não contém A

Encaixe: quando numa narrativa principal está ou estão contidas outras secundárias.

A
A contém B B
B contém A

Alternância: quando o narrador deixa um assunto para introduzir outro, sem pôr de parte o
anterior, de forma que, no fim, todos se juntam.

A B C
A contém BC C
contém B
A CARTA
Quando queremos comunicar com amigos, familiares, que estão longe, podemos fazê-lo de
vários modos, um deles é através da carta. Se quisermos oferecer um produto, pedir uma
informação, utilizaremos o mesmo meio, mas com características diferentes. Há, pois, diversos
tipos de cartas e têm regras específicas.

Carta pessoal Carta comercial


Meleças, 20 de Setembro de 2007 Olá
Margarida, Livraria CVG
Av. Dr. João António Nabais, 71/73
Meleças
2605-045 Belas
Exmos. Srs. António
Então como tens passado? Essas férias passaram-se numa & Joel Lda. Avenida
boa? As minhas foram óptimas, mas agora regressei ao Roma, 15
Colégio. 1100 Lisboa
Hoje foi um dia especial, pois reencontrei os meus
antigos colegas. Foi só matar saudades, mas o horário é que S/ref. S/comum. N/ref. Meleças
não é para brincadeira e os livros, nem imaginas, pesam 2/1 1./09/ 07 11/1 20/09/07
toneladas!
Olha, parece que tenho uns profs porreiros, mas é só o Assunto: Encomenda de livros
princípio!
E a tua nova escola? Já arranjaste amigos? Exmos. Srs.
Conta-me depressa as novidades, pois daqui a uns tempos
começam os testes e não é fácil arranjar tempo para tanta Acusamos a recepção da carta de V. Exas.,
conversa. donde retirámos a encomenda de livros que
Dá cumprimentos aos teus pais e irmão. Para ti, nesta data lhe enviamos.
carradas de beijocas. Incluso encontrarão V. Exas. a respectiva
A sempre amiga factura no montante de 100 euros.
Clara Com a melhor consideração
D. V. Exas.
- A data aparece à direita da folha, na parte Atentamente
superior. O Responsável
- Depois, escreve-se a saudação, segundo a
relação que se mantém com o destinatário.
- Usa-se uma linguagem simples, clara e (assinatura)
coloquial. - No canto superior esquerdo, deve indicar-se
- A despedida está de acordo com a saudação. o nome do remetente e no superior direito,
- Assina-se à direita. mais abaixo, o do destinatário.
- No corpo da carta, deve usar-se uma
linguagem elaborada de acordo com o nível
do destinatário.
- A fórmula de despedida é seguida pela
assinatura do remetente e cargo que exerce.
COLÉGIO VASCO DA GAMA
Língua Portuguesa
TRABALHO DE GRUPO E INDIVIDUAL SOBRE A NARRATIVA
PLANO
NOME: TURMA: Nº: _ 7º ANO

I - CONTEXTUALIZAÇÃO

"Para atender às diferentes características dos alunos e das tarefas em que se ocupam, o
professor deve prever modos flexíveis de organização que permitam formas distintas de
interacção na turma: professor/turma, professor/pequeno grupo, professor/aluno, aluno(s)/turma,
aluno/pequeno grupo, aluno/aluno."
In Programa de Língua Portuguesa do Ministério da
Educação

É, pois, neste clima de aula em que se aceitam e integram diferenças pessoais e culturais
e em que desejo que prevaleça a confiança e respeito mútuos, em ordem ao desenvolvimento de
condutas autónomas e de cooperação, que proponho a execução das seguintes actividades no
âmbito do estudo da narrativa, tendo como ponto de partida "O Cavaleiro da Dinamarca".

Antes do trabalho de grupo e individual, procura ler o livro e assinalar os seguintes pontos:

1- VIAJAR COM AS PERSONAGENS


Identifica a (s) personagem (s) principal (s) e secundárias do conto. Caracteriza a
(s) personagem (s) principal (s).

2- VIAJAR COM A ACÇÃO


Delimita e resume a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.
Procura ver se é uma narrativa aberta ou fechada, justificando a tua resposta. Identifica
núcleos e catálises, estabelecendo as respectivas diferenças linguísticas.

3- VIAJAR COM O ESPAÇO E COM O TEMPO


Identifica os espaços principais e o tempo com expressões do conto. Descobre a
importância do tempo na acção.

4- VIAJAR COM O NARRADOR


Identifica os diferentes narradores e caracteriza os mesmos quanto à ciência e quanto à
presença.
Faz o levantamento de diferentes sensações (auditivas, tácteis, visuais, olfactivas e
cinéticas).

5- VIAJAR COM AS PALAVRAS (Trabalhos para entregar ao professor)

Trabalho individual:
Escreve uma carta em que o Cavaleiro conta à esposa, aos filhos e aos amigos as impressões da
sua longa viagem.
Trabalho de grupo: V. S. F. F.
Numa cartolina,
escrevam a biografia da autora e desenhem o percurso do Cavaleiro, mencionando os
locais, ilustrados com imagens e transcrições do conto.
II- CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

a) 60% do trabalho será avaliado progressivamente ao longo de 6 aulas


orientadas pelo professor, tendo em conta os seguintes critérios:
· cooperação na definição inicial do projecto
· partilha dos conhecimentos com os colegas
· respeito pela opinião dos colegas
· cumprimento das tarefas definidas pelo professor e pelo grupo
· informação recolhida
· material apresentado
· concretização e redacção dos textos
· a originalidade / criatividade
· a correcção linguística
· a organização e a apresentação.

b) Os restantes 40% terão em conta o trabalho individual.

c) O trabalho iniciar-se-á na última semana de Outubro e deverá ser entregue ao professor no


final da 1ª semana de Dezembro do ano 2007.

d) Material: o livro "O Cavaleiro da Dinamarca”, folhas A4 , cola, cartolina, tesoura e


USB.

e) O último teste do 1º período terá algumas questões sobre “O Cavaleiro da Dinamarca”.

f) Elementos do grupo:

1 2 3 4

Professor: Enc. de Educação:


Meleças, 20 de Outubro de 2007

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