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JORGE DE SENA

TÓPICOS DE RESPOSTA
(Cenários de resposta)

«Quem a tem…»

1.
1.1
 Neste país não há liberdade e impera a crueldade («maldade»).
 Procura-se ocultar aos cidadãos a realidade política e social («Mas, embora escondam tudo»).
 A informação é controlada e não há liberdade de expressão («e me queiram cego e mudo»).

2.
Embora o eu lírico não esteja contente com a realidade social e política do seu país, esta é a sua terra,
sente que a ela está inquebrantavelmente ligado e não pode deixar de condoer-se com os problemas
que a afetam.

3.
3.1 Esta conjunção subordinada concessiva, que representa a ideia de oposição, alude ao facto de o eu
lírico sentir um contraste ou uma oposição com a situação política e social em que o seu país se
encontra.

4.
A repetição representa a determinação do eu poético em esperar para ver a liberdade chegar ao seu
país.

5.
O poema alude à falta de liberdade de um país (Portugal); indiretamente, caracteriza aspetos dessa falta
de liberdade (repressão, controlo da informação, falta de liberdade de expressão, etc.).

ENTRE NÓS E AS PALAVRAS • Português • 12.o ano • Material fotocopiável • © Santillana


«Os trabalhos e os dias»

1.
1.1
 O eu lírico, que afirma ser poeta, fala sobre a sua atividade de criação poética, a forma como escreve
e o objeto da sua escrita.
 Os versos que se referem à criação poética são: «principio a escrever como se escrever fosse respirar»,
«À medida que escrevo, vou ficando espantado / com a convicção que a mínima coisa põe em não ser
nada.», «este papel, esta mesa, eu apreendendo o que escrevo.», etc.

2.
 Numa linha de interpretação, a mesa onde o poeta escreve é o mundo inteiro porque, no seu trabalho
artístico, o autor centra-se de tal modo no processo de criação que mais nada para ele existe naquele
momento.
 Noutra linha de interpretação, a mesa é o mundo inteiro porque toda a realidade pode ser
representada nos seus poemas.

3.
 A poesia é uma atividade natural e vital para o poeta (v. 1) e um ato amoroso, que o envolve a ponto
de o fazer esquecer o mundo (vv. 2 e 3).
 A poesia é também uma forma de deslumbramento com a existência de um hábito incontornável
(est. 2).
3.1
 Personificação (v. 8): a poesia é caracterizada como alegre e teimosa para representar a persistência e
o intenso contentamento envolvidos no ato de criação poética.
 Antítese (vv. 8 a 10): a poesia traz alegria quando é original e genial, mas traz tristeza quando não o é.

4.
 A poesia (escrita numa mesa) representa o mundo (os homens que comem à mesa).
 Mas a poesia também cria novas situações com base na realidade: «E os convivas que chegam
intencionalmente sorriem / e só eu sei porque principiei a escrever no princípio do mundo»

5.
O eu lírico fala da criação poética como forma de representar o real.

6.
 O eu lírico representa a poesia como uma realidade a que está umbilicalmente ligado: a poesia é uma
parte essencial da sua existência.
 A poesia é também uma forma de representar o mundo e de refletir sobre ele.

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Camões dirige-se aos seus contemporâneos

1.
 Modo como os contemporâneos de Camões se apropriarão da (roubarão a) sua obra (vv. 1 a 11).
 Camões e a sua poesia sobreviverão a esses «ladrões» e triunfará sobre eles: apropriar-se-á até do que
é deles.

2.
2.1 Roubaram-lhe os poemas, as frases, as palavras, o estilo: apropriaram-se da sua obra e usaram-na
como se deles fosse.

3.
Enumeração: representa a grande variedade de elementos (literários) de que Camões foi expropriado.

4.
Os «ladrões» usarão a obra de Camões sem dizer que a ele pertence.

5.
Os contemporâneos de Camões (o «vós») são arrogantes, mas também medíocres e sem carácter
(«castrados») e apropriam-se do que não é deles (são plagiadores).
5.1
 Os contemporâneos de Camões serão esquecidos, enquanto o Poeta e a sua obra serão imortalizados.
 Será Camões a «apropriar-se» do que era dos seus contemporâneos: dos seus textos (porque a
Camões são atribuídos poemas que não são seus) e até do esqueleto de um homem do século XVI
(porque não se sabe de quem são as ossadas, ditas de Camões, que repousam nos Jerónimos) — além
disso, Camões terá até o respeito e a veneração das futuras gerações (que lerão a poesia camoniana).

6.
6.1
 As gerações futuras vão interpretar à sua maneira a sua obra.
 Essas interpretações vão desvirtuar o sentido original e vão servir as causas de quem os interpreta (o
Estado Novo, por exemplo, viu Camões como um nacionalista e um defensor da «raça portuguesa» e
de ideias autocráticas).

7.
 O eu lírico é o próprio Camões.
 O Poeta está revoltado e indignado com o que lhe é feito, mas sente que a injustiça será corrigida no
futuro.
7.1 Esse estado de espírito deve-se ao facto de ser alvo de injustiça, de desdém, de imitação e de
roubo durante a vida.

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Independência

1.
A atitude do eu é de rejeição e de rutura porque está insatisfeito com o mundo que o rodeia.

2.
A anáfora traduz, de forma enfática, a rejeição do eu e a sua determinação em não aceitar o que
pretendem impor-lhe.

3.
O eu recusa o que lhe tentam impor («Recuso-me a aceitar o que me derem»), as ideias feitas e
inquestionadas («Recuso-me às verdades acabadas») e ser puro e crédulo, mas também a ser
pecaminoso («Recuso-me à inocência e ao pecado»).
3.1
 A recusa decorre de o eu lírico não se integrar no meio social em que vive e de rejeitar as imposições
que lhe fazem.
 Além disso, parece haver também um mal-estar interior e existencial que se traduz no facto de não
aceitar nenhuma das opções que a vida tem para ele: «Recuso-me a morrer. Recuso a vida. // Recuso-
me à inocência e ao pecado».

4.
 O sujeito lírico encontra-se num estado de grande mal-estar e parece não encontrar solução para a
sua situação.
 Nenhuma das opções de vida lhe parece viável: «Recuso-me à inocência e ao pecado / como a ser livre
ou ser predestinado.»
 Mas o mal que se abate sobre si também está relacionado com o mundo em que vive: «Recuso tudo, ó
Terra dividida!»

5.
O título do poema representa a ideia de que o eu poético deseja manter uma autonomia e uma
liberdade relativamente à realidade social em que está inserido e às forças que a dominam.

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