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C.E.

“PROFª MARCELINA NÓIA ALVES”


INEP 21250529

DISCIPLINA: BIOLOGIA SÉRIE: 3º- NOTURNO


PROFESSORA: NILEIDEAN SOUSA LIMA PERÍODO: 16 A 22/03
CONTEÚDO: 1ª LEI DE MENDEL

NOÇÕES DE PROBABILIDADE APLICADAS À GENÉTICA

Acredita-se que um dos motivos para as ideias de Mendel permanecerem


incompreendidas durante mais de 3 décadas foi o raciocínio matemático que
continham.

Mendel partiu do princípio que a formação dos gametas seguia as leis da


probabilidade, no tocante a distribuição dos fatores.

Princípios básicos de probabilidade

Probabilidade é a chance que um evento tem de ocorrer, entre dois ou mais


eventos possíveis. Por exemplo, ao lançarmos uma moeda, qual a chance dela cair
com a face “cara” voltada para cima? E em um baralho de 52 cartas, qual a chance
de ser sorteada uma carta do naipe ouros?

Eventos aleatórios

Eventos como obter “cara” ao lançar uma moeda, sortear um “ás” de ouros do
baralho, ou obter “face 6” ao jogar um dado são denominados eventos aleatórios (do
latim alea, sorte) porque cada um deles tem a mesma chance de ocorrer em relação
a seus respectivos eventos alternativos.

Seja a seguir as probabilidades de ocorrência de alguns eventos aleatórios.


Tente explicar por que cada um deles ocorre com a probabilidade indicada.
•A probabilidade de sortear uma carta de espadas de um baralho de 52
cartas é de ¼
• A probabilidade de sortear um rei qualquer de um baralho de 52 cartas é
de 1/13.
• A probabilidade de sortear o rei de espadas de um baralho de 52 cartas
é de 1/52.

A formação de um determinado tipo de gameta, com um outro alelo de um par


de genes, também é um evento aleatório. Um indivíduo heterozigoto Aa tem a
mesma probabilidade de formar gametas portadores do alelo A do que de formar
gametas com o alelo a (1/2 A: 1/2 a).

A regra do “e”

A teoria das probabilidades diz que a probabilidade de dois ou mais eventos


independentes ocorrerem conjuntamente é igual ao produto das probabilidades de
ocorrerem separadamente. Esse princípio é conhecido popularmente como regra do
“e”, pois corresponde a pergunta: qual a probabilidade de ocorrer um evento E
outro, simultaneamente?

Suponha que você jogue uma moeda duas vezes. Qual a probabilidade de obter
duas “caras”, ou seja, “cara” no primeiro lançamento e “cara” no segundo? A chance
de ocorrer “cara” na primeira jogada é, como já vimos, igual a ½; a chance de ocorrer
“cara” na segunda jogada também é igual a1/2. Assim a probabilidade desses dois
eventos ocorrer conjuntamente é 1/2 X 1/2 = 1/4.

No lançamento simultâneo de três dados, qual a probabilidade de sortear “face


6” em todos? A chance de ocorrer “face 6” em cada dado é igual a 1/6. Portanto a
probabilidade de ocorrer “face 6” nos três dados é 1/6 X 1/6 X 1/6 = 1/216. Isso quer
dizer que a obtenção de três “faces 6” simultâneas se repetirá, em média, 1 a cada
216 jogadas.
Um casal quer ter dois filhos e deseja saber a probabilidade de que ambos
sejam do sexo masculino. Admitindo que a probabilidade de ser homem ou mulher
é igual a ½, a probabilidade de o casal ter dois meninos é 1/2 X 1/2, ou seja, ¼.

A regra do “ou”

Outro princípio de probabilidade diz que a ocorrência de dois eventos que se


excluem mutuamente é igual à soma das probabilidades com que cada evento
ocorre. Esse princípio é conhecido popularmente como regra do “ou”, pois
corresponde à pergunta: qual é a probabilidade de ocorrer um evento OU outro?

Por exemplo, a probabilidade de obter “cara” ou “coroa”, ao lançarmos uma


moeda, é igual a 1, porque representa a probabilidade de ocorrer “cara” somada à
probabilidade de ocorrer “coroa” (1/2 + 1/2 =1). Para calcular a probabilidade de obter
“face 1” ou “face 6” no lançamento de um dado, basta somar as probabilidades de
cada evento: 1/6 + 1/6 = 2/6.

Em certos casos precisamos aplicar tanto a regra do “e” como a regra do “ou”
em nossos cálculos de probabilidade. Por exemplo, no lançamento de duas moedas,
qual a probabilidade de se obter “cara” em uma delas e “coroa” na outra? Para ocorrer
“cara” na primeira moeda E “coroa” na segunda, OU “coroa” na primeira e “cara” na
segunda. Assim nesse caso se aplica a regra do “e” combinada a regra do “ou”. A
probabilidade de ocorrer “cara” E “coroa” (1/2 X 1/2 = 1/4) OU “coroa” e “cara” (1/2 X
1/2 = 1/4) é igual a 1/2 (1/4 + 1/4).

O mesmo raciocínio se aplica aos problemas da genética. Por exemplo,


qual a probabilidade de uma casal ter dois filhos, um do sexo masculino e outro do
sexo feminino? Como já vimos, a probabilidade de uma criança ser do sexo
masculino é ½ e de ser do sexo feminino também é de ½. Há duas maneiras de
uma casal ter um menino e uma menina: o primeiro filho ser menino E o segundo
filho ser menina (1/2 X 1/2 = 1/4) OU o primeiro ser menina e o segundo ser menino
(1/2 X 1/2 = 1/4). A probabilidade final é 1/4 + 1/4 = 2/4, ou 1/2.
QUADRO DE PUNNETT

Uma das maneiras mais fáceis de visualizar os cruzamentos realizados


em Genética é por meio do chamado quadro de Punnett. Desenvolvido pelo
geneticista inglês Reginald Crundall Punnett (1875-1967), esse quadro é uma
espécie de tabela em que é possível separar os possíveis gametas e descobrir os
genótipos dos descendentes.

→ Como montar o quadro de Punnett?


O quadro de Punett deve ser construído colocando-se na primeira coluna
os possíveis gametas de um indivíduo e, na primeira linha, os possíveis
gametas do outro indivíduo. Imagine, por exemplo, um caso em que um homem é
heterozigoto para a produção de melanina (Aa) e uma mulher é homozigota
dominante (AA) para a mesma característica. Os gametas do homem seriam A e a,
e os da mulher seriam A e A. Nessa situação, o quadro de Punnett seria representado
da seguinte forma:

Realizar o cruzamento é bastante simples, pois basta juntar os possíveis


gametas em cada um dos quadrados em branco. Sendo assim, em cada um dos
quadrados, teremos dois alelos da característica estudada: um proveniente de um
indivíduo e outro proveniente do outro. Se o gameta A juntar-se ao gameta A, os
indivíduos serão AA; caso o gameta A una-se ao gameta a, os indivíduos serão Aa.
Veja o quadro:

Pela análise do quadro de Punnett, podemos concluir que a probabilidade de


nascer indivíduos AA é de 50%, assim como a probabilidade de nascer indivíduos
Aa.
RESOLVENDO UMA QUESTÃO DE GENÉTICA POR MEIO DO QUADRO DE PUNNET
OBSERVE A QUESTÃO A SEGUIR:
(Mack) A cor preta dos pelos em porquinhos-da-Índia é condicionada por
um gene dominante em relação ao gene que condiciona pelos brancos. Uma
fêmea preta que já tinha tido filhotes brancos é cruzada com um macho branco.
A probabilidade de nascer uma fêmea branca é de
a) ¼ .
b) ½.
c) 1.
d) 0.
e) ¾.
Resolução:
O gene dominante determina a cor preta e é representado por B, e o gene que
determina a cor branca é recessivo e é representado por b. Se a fêmea é preta, mas
já teve filhotes brancos, ela é heterozigota: Bb. Já o macho é branco e, portanto, seu
genótipo é bb. A fêmea produzirá gametas B e b, e o macho produzirá apenas
gametas b. Por meio do quadro de Punnett, temos:

Na primeira linha, temos os gametas da fêmea; na primeira coluna, temos os gametas do macho

Sendo assim, a probabilidade de os indivíduos nascerem brancos é de 50%


ou ½. Como a probabilidade de nascer uma fêmea em um cruzamento é sempre
50%, basta multiplicar as probabilidades. Temos, portanto, ½ . ½ = ¼.
CRUZAMENTO-TESTE
Cruzamento-teste: quando estamos fazendo um cruzamento e não sabemos
se o indivíduo dominante é homozigoto ou heterozigoto (V ? ), realizamos um
cruzamento dele com um indivíduo recessivo e a resposta estará nos
descendentes. Se nascerem descendentes recessivos também, indica que o
progenitor é heterozigoto. Se todos os filhos tiverem o fenótipo dominante, indica
que o progenitor genótipo desconhecido era homozigoto:
Como na geração F1 nasceram filhos verdes, isso indica que o amarelo
testado era heterozigoto Vv, pois quando cruzamos um heterozigoto com um
recessivo, 50% da prole é dominante (heterozigota) e 50% é recessiva.

Como toda a geração F1 é amarela, logo, o progenitor amarelo é homozigoto


dominante. Quando cruzamos dois indivíduos homozigotos (puros), sendo um
dominante e um recessivo, 100% da prole é heterozigota (híbrida).
Retrocruzamento: é um processo muito parecido com o cruzamento teste,
pois utiliza a mesma técnica, porém o indivíduo recessivo utilizado no teste é de
algum ancestral do indivíduo com genótipo dominante desconhecido.
Construindo um heredograma

No caso da espécie humana, em que não se pode realizar experiências com


cruzamentos dirigidos, a determinação do padrão de herança das características
depende de um levantamento do histórico das famílias em que certas características
aparecem.

Isso permite ao geneticista saber se uma dada característica é ou não hereditária


e de que modo ela é herdada. Esse levantamento é feito na forma de uma
representação gráfica denominada heredograma (do latim heredium, herança),
também conhecida como genealogia ou árvore genealógica.

Construir um heredograma consiste em representar, usando símbolos, as


relações de parentesco entre os indivíduos de uma família. Cada indivíduo é
representado por um símbolo que indica as suas características particulares e sua
relação de parentesco com os demais.

Indivíduos do sexo masculino são representados por um quadrado, e os do sexo


feminino, por um círculo. O casamento, no sentido biológico de procriação, é indicado
por um traço horizontal que une os dois membros do casal. Os filhos de um
casamento são representados por traços verticais unidos ao traço horizontal do casal.

Os principais símbolos são os seguintes:

A montagem de um heredograma obedece a algumas regras:

1ª) Em cada casal, o homem deve ser colocado à esquerda, e a mulher à direita,
sempre que for possível.

2ª) Os filhos devem ser colocados em ordem de nascimento, da esquerda para


a direita.

3ª) Cada geração que se sucede é indicada por algarismos romanos (I, II, III,
etc.). Dentro de cada geração, os indivíduos são indicados por algarismos arábicos,
da esquerda para a direita. Outra possibilidade é se indicar todos os indivíduos de
um heredograma por algarismos arábicos, começando-se pelo primeiro da esquerda,
da primeira geração.

INTERPRETAÇÃO DOS HEREDOGRAMAS

A análise dos heredogramas pode permitir se determinar o padrão de herança


de uma certa característica (se é autossômica, se é dominante ou recessiva, etc.).
Permite, ainda, descobrir o genótipo das pessoas envolvidas, se não de todas, pelo
menos de parte delas. Quando um dos membros de uma genealogia manifesta um
fenótipo dominante, e não conseguimos determinar se ele é homozigoto dominante
ou heterozigoto, habitualmente o seu genótipo é indicado como A_, B_ou C_, por
exemplo.
A primeira informação que se procura obter, na análise de um heredograma,
é se o caráter em questão é condicionado por um gene dominante ou recessivo.
Para isso, devemos procurar, no heredograma, casais que são fenotipicamente
iguais e tiveram um ou mais filhos diferentes deles. Se a característica permaneceu
oculta no casal, e se manifestou no filho, só pode ser determinada por um gene
recessivo. Pais fenotipicamente iguais, com um filho diferente deles, indicam que o
caráter presente no filho é recessivo!

Uma vez que se descobriu qual é o gene dominante e qual é o recessivo, vamos
agora localizar os homozigotos recessivos, porque todos eles manifestam o caráter
recessivo. Depois disso, podemos começar a descobrir os genótipos das outras
pessoas. Devemos nos lembrar de duas coisas:

1ª) Em um par de genes alelos, um veio do pai e o outro veio da mãe. Se um


indivíduo é homozigoto recessivo, ele deve ter recebido um gene recessivo de cada
ancestral.

2ª) Se um indivíduo é homozigoto recessivo, ele envia o gene recessivo para


todos os seus filhos. Dessa forma, como em um “quebra-cabeças”, os outros
genótipos vão sendo descobertos. Todos os genótipos devem ser indicados, mesmo
que na sua forma parcial (A_, por exemplo).

Exemplo:

Em uma árvore desse tipo, as mulheres são representadas por círculos e os


homens por quadrados. Os casamentos são indicados por linhas horizontais
ligando um círculo a um quadrado. Os algarismos romanos I, II, III à esquerda da
genealogia representam as gerações. Estão representadas três gerações. Na
primeira há uma mulher e um homem casados, na segunda, quatro pessoas, sendo
três do sexo feminino e uma do masculino. Os indivíduos presos a uma linha
horizontal por traços verticais constituem uma irmandade. Na segunda geração
observa-se o casamento de uma mulher com um homem de uma irmandade de três
pessoas.

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