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Análise
O texto trata de como um poeta deve escrever sua obra, o que transparecer aos leitores,
o que o torna belo, o que é necessário, o que deve ficar de fora. Olavo Bilac deixa claro em
forma de poema como se deve construir um poema. Longe da multidão e do alvoroço
encontrado na rua Beneditino escreve. De acordo com as características dadas no soneto, do
local onde ele está a escrever sua obra Beneditino deve ser uma pessoa de cargo religioso,
talvez um padre, monge ou sacerdote.
Ele pontua que ao longo da obra não se deve deixar explícito trabalho e o esforço que
aquele texto deu ao autor. Ela deve ser limpa de tais características, só chamar atenção do
leitor por sua grandiosidade, sua beleza, ser imponente, clara e objetiva. Como ele mesmo diz
[...] “como um templo grego”. Bilac quer nos dizer que no texto não deve transparecer a
dificuldade e o esforço que a obra deu para ser escrita, ele acredita que o texto tem que
chamar atenção por si só, pelo seu caráter natural e sua beleza, de forma que o leitor o
enxergue de maneira limpa, sem características desnecessárias que não venham a agregar ao
todo.
Ele utiliza de toda sua genialidade para reforçar o que foi dito anteriormente, a súplica,
o sofrimento do autor não devem aparecer no poema pois tiraria a sua graciosidade. Um poeta
se entrega por inteiro no processo de produção e suas dificuldades, desagrado,
descontentamento suas frustrações não podem ficar evidente. O poema deve ser agradável
sem marcas de seu processo construtivo. O importante é produto obtido no fim, o texto está
belo e agradável ao leitor. Tudo tem que ser muito trivial.
Na última estrofe ele reforça o que foi dito ao longo do poema e encerra dizendo que o
poema é uma obra majestosa e não deve utilizar de truques pois sua beleza vem da verdade,
para ele arte é pureza e deve transparecer toda essa delicadeza sem utilizar malabarismo com
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falsas ou meias verdades. Como já citado o autor se entrega de corpo e alma ao escrever um
poema, mas essa entrega não deve ser evidenciada, seu esforço deve ficar nos bastidores da
construção pois o leitor deve receber um poema bem construído a obra deve ser singela, sútil,
natural, bela. Embora o resultado óbito tenha sido através do esforço e trabalho árduo do autor
o interessante ao público é a obra finalizada. Sua graça.
Na segunda estrofe ele evidencia que na forma do poema não pode aparecer o esforço
do poeta para escrever, " mas que na forma se disfarce o emprego” (verso 5), o poema precisa
estar livre de tais marcas, necessita ser leve e chamar a atenção do leitor por sua essência por
seus traços naturais. Ele utiliza de "um templo grego” (verso 8) como comparação a beleza
que deve ser passada.
Na terceira estrofe á o emprego de uma metáfora " não se mostre na fábrica o suplício
do mestre" com a intenção de reforçar o que havia dito na estrofe anterior de não deixar
evidente no produto final a súplica do autor, a utilização de suplício passa a ideia de
sofrimento demasiado ao escrever, e não deve ficar evidente para não tirar a elegância do
poema.
A quarta e última estrofe, encerra o poema dizendo que a beleza está na simplicidade e
que utilizar de artifícios, métodos que fujam a verdade tira a pureza do poema. Bilac faz
comparação entre beleza e verdade, para mostrar que a beleza não vem da trapaça. E finaliza
dizendo que embora a beleza venha do esforço do poeta esses esforços não devem aparecer.
Apenas o belo.
Referências:
BILAC, Olavo. A um poeta. Antologia Poética - Porto Alegre, RS: L&PM, 2012. p.
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