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000000 – PG1

Colégio Sala Ordem

Setembro/2021

Defensoria Pública do Estado de Goiás


Defensor Público

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Fabrício Rodrigues

1. No que tange ao conceito e classificação das constituições, bem como ao tema de bloco de constitucionalidade, assinale a alter-
nativa incorreta:
(A) Constituição-lei é aquela entendida como lei fundamental, não somente de toda a atividade estatal e das atividades relacio-
nadas ao Estado, mas também a lei fundamental de toda a vida social.
(B) Bloco de constitucionalidade é o conjunto de normas e princípios extraídos da Constituição, que serve de paradigma para o
Poder Judiciário averiguar a constitucionalidade das leis.
(C) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacio-
nal, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais,
estando incluso no bloco de constitucionalidade.
(D) Constituição formal é aquela dotada de supralegalidade, estando sempre acima de todas as outras normas do ordenamento
jurídico de um determinado país.
(E) Constituição material é aquela escrita ou não em um documento constitucional e que contém normas tipicamente constituti-
vas do Estado e da sociedade.

2. A respeito do neoconstitucionalismo, assinale a alternativa incorreta:


(A) Possui como marco histórico a formação do Estado constitucional do direito, cuja consolidação se deu após a II Guerra Mundial.
(B) O pós-positivismo, com a centralidade dos direitos fundamentais e a reaproximação entre o direito e a moral, é o seu marco
filosófico.
(C) O neoconstitucionalismo apresenta um movimento único de posição jusfilosófica e de filosofia política.
(D) Como marco teórico, apresenta um conjunto de mudanças que incluem a força normativa à Constituição, a expansão da
jurisdição constitucional e o desenvolvimento de uma nova dogmática da interpretação constitucional.
(E) A constitucionalização do direito importa na irradiação dos valores abrangidos nos princípios e regras da Constituição por
todo o ordenamento jurídico, notadamente pela via da jurisdição constitucional.

3. Em relação aos limites do poder constituinte derivado reformador, é correto afirmar:


(A) O povo possui legitimidade para apresentar proposta de emenda constitucional (PEC).
(B) A Constituição poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
(C) A emenda à Constituição será promulgada pelo Presidente da República.
(D) A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na
mesma sessão legislativa.
(E) A Constituição pode sofrer alterações informais. Esse fenômeno é conhecido como mutação constitucional.

4. Considerando o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal, no que diz respeito ao controle de constitucionalidade, assinale
a opção correta:
(A) É possível o controle jurisdicional em relação à interpretação de normas regimentais das Casas Legislativas, independente
da situação.
(B) Cabe a declaração de inconstitucionalidade formal de lei por ofensa apenas às normas regimentais das Casas Legislativas.
(C) Quando se tratar de controle jurisdicional de assunto interna corporis, não há falar em vínculo com o princípio da separação
de poderes.
(D) O controle judicial de atos “interna corporis” das Casas Legislativas só é cabível nos casos em que haja desrespeito às
normas constitucionais pertinentes ao processo legislativo.
(E) O controle judicial de atos “interna corporis” das Casas Legislativas só é cabível nos casos em que haja violação às normas
infraconstitucionais.

5. A respeito dos direitos e garantias individuais e coletivas, assinale a alternativa incorreta.


(A) É constitucional o compartilhamento dos relatórios de inteligência financeira da UIF e da íntegra do procedimento fiscali-
zatório da Receita Federal do Brasil com os órgãos de persecução penal para fins criminais sem prévia autorização judi-
cial, devendo ser resguardado o sigilo das informações em procedimentos formalmente instaurados e sujeitos a posterior
controle jurisdicional.
(B) Não viola a Constituição Federal a proibição de veiculação de discurso proselitista em serviço de radiodifusão comunitária.
(C) O habeas data não se revela meio idôneo para se obter vista de processo administrativo, segundo entendimento do STF.
(D) É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais
em cultos de religiões de matriz africana.
(E) Ante conflito entre a liberdade de expressão de agente político, na defesa da coisa pública, e honra de terceiro, há de preva-
lecer o interesse coletivo.

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6. À luz do entendimento do Supremo Tribunal Federal, marque a opção correta:


(A) A Emenda Constitucional n. 69/2012 concedeu competência à União para organizar e manter a sua Defensoria Pública do
Distrito Federal.
(B) A Emenda Constitucional n. 74/2013, que conferiu autonomia às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal, viola
o art. 61, § 1º, II, alínea "c", da CF/1988, de iniciativa privativa do Presidente da República, e o princípio da separação dos
poderes, por ter sido proposta por iniciativa parlamentar.
(C) O poder constituinte estadual possui natureza jurídica de poder constituinte originário.
(D) Não é possível que emenda à Constituição Federal proposta por iniciativa parlamentar trate sobre as matérias previstas no
art. 61, § 1º da CF/1988, quais sejam, de iniciativa privativa do Presidente da República.
(E) A Defensoria Pública passou a contar com Seção própria na Constituição Federal a partir da Emenda Constitucional
no 80/2014.

7. A respeito do procedimento da arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), assinale a opção correta.
(A) A arguição incidental visa evitar ou reparar lesão a preceito fundamental da Constituição resultante de ato do Poder Público.
(B) O objeto da ADPF restringe-se às leis federais e estaduais.
(C) Não pode ser objeto da ADPF legislação anterior à promulgação da Constituição Federal de 1988.
(D) Ato administrativo não pode ser objeto de APDF.
(E) O ajuizamento da ADPF deve atender à subsidiariedade, sendo proposta quando inexistir outro meio idôneo para instrumen-
talização da pretensão de sanar lesão a preceito fundamental.

8. Considerando o recente entendimento do Supremo Tribunal Federal, a competência para solucionar conflitos de atribuição entre
ramos do Ministério Público é da(o):
(A) Procuradoria-Geral da República.
(B) Conselho Nacional do Ministério Público.
(C) Superior Tribunal de Justiça.
(D) Supremo Tribunal Federal.
(E) Conselho Nacional de Justiça.

9. Considerando o texto constitucional, à luz do atual entendimento do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta:
(A) O estabelecimento de procedimento de licenciamento ambiental estadual que torne menos eficiente a proteção do meio
ambiente equilibrado quanto às atividades de mineração afronta o caput do art. 225 da Constituição da República por inob-
servar o princípio da prevenção.
(B) Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia quali-
dade de vida, impondo-se exclusivamente ao Poder Público o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futu-
ras gerações.
(C) Incumbe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas por atos normativos primários e secundários.
(D) Aquele que explorar recursos minerais possui a faculdade de recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução
técnica recomendada pelo órgão público competente.
(E) É prescritível no que toca à recomposição dos danos ambientais.

10. De acordo com o texto constitucional, o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios, exceto:
(A) igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.
(B) liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber.
(C) progressiva universalização do ensino médio gratuito.
(D) pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino.
(E) gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.

DIREITOS HUMANOS
Werner Hech

11. Sobre o controle de convencionalidade, é incorreto afirmar:


(A) Pode ser realizado no âmbito internacional, bem como no interno.
(B) Não há no ordenamento jurídico expressamente a possibilidade de realizá-lo de forma concentrada.
(C) Ao exercê-lo, a parte da sentença que determinar indenização compensatória poderá ser executada no país respectivo pelo
processo interno vigente para a execução de sentenças contra o Estado.
(D) Não é um instrumento do constitucionalismo multinível.
(E) Ao exercê-lo, a Corte Interamericana de Direitos Humanos entendeu ser inconvencional o crime de desacato, em desacordo
com o entendimento do STF.

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12. É possível afirmar sobre a Teoria Geracional de Karel Vasak que:


(A) a quarta e quinta gerações têm objetos e espaços temporais definidos de forma uníssona na doutrina.
(B) o abandono da ideia antropocêntrica dos direitos humanos também pode ser chamado de “greening”.
(C) o direito ao voto feminino pode ser enquadrado como um Direito Político e por isso pertence à 1ª geração.
(D) a Revolução Russa pertence à mesma geração das Revoluções Inglesa, Americana e Francesa, sendo conhecido como ciclo
revolucionário dos Direitos Humanos.
(E) August Babel é um dos expoentes filosóficos que ditou a formatação do pensamento da 3ª geração.

13. Sobre a pena de morte e a Convenção Americana de Direitos Humanos, é incorreto afirmar que:
(A) impõe a abolição de tal pena em todos os países signatários.
(B) somente pode ser aplicada após o trânsito em julgado.
(C) impõe a impossibilidade de ser restabelecida.
(D) dispõe não poder ser imposta a pessoa menor de 18 anos de idade no momento em que cometeu o delito, ou maior de
setenta, nem aplicá-la a mulher em estado de gravidez.
(E) afirma em nenhum caso poder a pena de morte ser aplicada por delitos políticos, nem por delitos comuns conexos com deli-
tos políticos.

14. Sobre a internalização dos tratados internacionais de direitos humanos no ordenamento jurídico brasileiro, é correto afirmar:
(A) O processo de internalização se desenvolve em 3 fases.
(B) Na fase congressual, não é possível realizar qualquer tipo de supressão de artigos ou mesmo interpretação do texto do tra-
tado em análise.
(C) A fase da Ratificação tem como características a formalidade, irretratabilidade e discricionariedade.
(D) É na fase do Decreto Presidencial que o tratado é posicionado hierarquicamente no ordenamento jurídico.
(E) Caso o Presidente da República se omita em publicar o tratado que tenha passado por todas as fases anteriores, é possível
ser responsabilizado.

15. Sobre os direitos humanos, é incorreto afirmar:


(A) No âmbito interamericano, os direitos de igualdade são decorrência dos direitos de liberdade, mas isso não é verdade no
âmbito universal.
(B) A Cláusula Federal é a que impõe aos países signatários dos tratados internacionais de direitos humanos a responsabiliza-
ção do Estado como uno, independentemente de qual ente federativo tenha dado causa à ofensa.
(C) Encontrando-se determinada pessoa em local sujeito à jurisdição do Estado brasileiro, terá a proteção da Convenção Ame-
ricana de Direitos Humanos, independentemente de qual seja a sua nacionalidade.
(D) Somente pessoas físicas podem vindicar direitos perante o Sistema Interamericano de Direitos Humanos, federações e Con-
federações.
(E) O Brasil pode figurar no polo ativo de uma demanda perante o Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas.

16. Sobre a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, é incorreto afirmar:


(A) A Convenção de Belém do Pará pode ser invocada perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos, mesmo estando
expressamente disposto apenas o direito de petição individual perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
(B) O primeiro ciclo de julgamentos da Corte Interamericana de Direitos Humanos é conhecido como Ciclo Hondurenho.
(C) Caso Campo Algodoeiro x México foi o primeiro em que a corte condenou algum país por ofensa estrutural de gênero.
(D) O Brasil foi absolvido perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos em apenas um caso até o momento.
(E) O Brasil já foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos em todas as seguintes temáticas: migração, refúgio
e apátridas.

17. Indique em qual caso julgado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos foi declarada a inconvencionalidade do art. 268 do
Código de Processo Penal, por possibilitar a participação da vítima apenas na fase processual, e não durante as investigações:
(A) Caso Garibaldi vs Brasil.
(B) Caso Rosa Gomes Genoveva e outros vs Brasil.
(C) Caso Fazenda Brasil Verde vs Brasil.
(D) Caso Escher e outros vs Brasil.
(E) Caso Povo Indígena Xucuru vs Brasil.

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18. Julgue os itens a seguir:


I. Segundo o entendimento consolidado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, a publicação de Relatório de Mérito
pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos impede a submissão do caso à Corte.
II. O Relativismo Cultural é uma das teorias críticas dos Direitos Humanos e, basicamente, opõe-se à ideia de universalismo
dos Direitos Humanos.
III. A interpretação dada em sentido estrito ao termo “tratados internacionais” contido no art. 64 da Convenção Americana sobre
Direitos Humanos, não abarca a Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem.
IV. No início de cada caso perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos, será determinado o idioma de trabalho.

Contém apenas itens corretos:


(A) I e III.
(B) I, III e IV.
(C) III e IV.
(D) I e II.
(E) Nenhuma das anteriores.

19. Acerca dos julgados e procedimentos da Corte Interamericana de Direitos Humanos, é correto afirmar:
(A) Até hoje foram proferidas quatro Opiniões Consultivas por compatibilidade, sendo que todas foram propostas pela Comissão
Interamericana de Direitos Humanos.
(B) A Corte pode ser consultada para analisar projeto de lei em qualquer espécie de Opinião Consultiva.
(C) Não é possível denunciar apenas a jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
(D) Corte não pode emitir Opinião Consultiva sobre a Declaração Americana de Direitos Deveres do Homem, pois a Convenção
Americana sobre Direitos Humanos expressamente se refere a “tratados internacionais”, natureza distinta da declaração.
(E) Não é possível excepcionar o requisito de admissibilidade do esgotamento dos recursos internos na hipótese de inexistência
de advogado que defenda os interesses do requerente, em virtude de possíveis represálias.

20. A Convenção Americana sobre Direitos Humanos proíbe a escravidão ou servidão, mas também reconhece os trabalhos que não
são considerados forçados ou obrigatórios, dentre esses assinale a alternativa que não consta na CADH.
(A) Os trabalhos que gerem despesa maior que o salário auferido.
(B) Os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoal reclusa em cumprimento de sentença ou resolução formal expe-
dida pela autoridade judiciária competente. Tais trabalhos ou serviços de devem ser executados sob a vigilância e controle
das autoridades públicas, e os indivíduos que os executarem não devem ser postos à disposição de particulares, companhias
ou pessoas jurídicas de caráter privado.
(C) O serviço militar e, nos países onde se admite a isenção por motivos de consciências, o serviço nacional que a lei estabelecer
em lugar daquele.
(D) O serviço imposto em casos de perigo ou calamidade que ameace a existência ou o bem-estar da comunidade.
(E) O trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais.

DIREITO ADMINISTRATIVO
Roberta Fragoso

21. Sobre as parcerias na Administração Pública, é incorreto afirmar que:


(A) a realização de parcerias com particulares foi uma das primeiras formas de exercício de atividades econômicas e serviços
públicos não exclusivos encontradas pelo estado.
(B) possui como justificativas históricas: ausência de recursos e de capacidade tecnológica.
(C) a concessão comum, nos termos da Lei n. 8.987/1995, caracteriza-se por um contrato típico de direito público mediante o
qual se transfere, por prazo indeterminado, a exploração de serviço que compete a uma entidade pública para um particular,
ou para uma pessoa jurídica de direito privado da administração indireta, mediante o pagamento de tarifas pelos usuários.
(D) o concessionário executa o serviço em nome próprio, por sua conta e risco.
(E) para o concessionário, a prestação de serviço é o meio pelo qual obterá o fim almejado: o lucro. Reversamente, para o
Estado, o lucro que propicia ao concessionário é o meio por cuja via busca sua finalidade: a boa prestação de serviço.

22. São princípios inerentes ao contrato de concessão comuns:


(A) Continuidade do Serviço Público.
(B) Mutabilidade do Regime Jurídico.
(C) Igualdade dos Usuários.
(D) Gratuidade no serviço.
(E) Eficiência.

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23. Ainda sobre os contratos de concessão, pode-se afirmar, exceto:


(A) Os contratos de concessão produzem efeitos trilaterais: embora celebrado apenas entre o poder concedente e o concessio-
nário, seus efeitos alcançam terceiros, estranhos à celebração do ajuste: os usuários do serviço concedido.
(B) A concessão deve ser sempre precedida de licitação, na modalidade de concorrência. Já a permissão pode ser conferida à
pessoa física ou jurídica, sem ser necessário licitação.
(C) Por motivos de interesse público, poderá o Estado retomar o serviço que estava sendo concedido ao particular (hipótese de
Encampação – uma das formas de extinção do contrato).
(D) O Concessionário se remunera pela exploração do próprio serviço concedido, mediante cobrança da tarifa (natureza de
preço público). A tarifa é necessária para amortizar o capital investido e para a obtenção do lucro pela concessionária.
(E) A submissão das concessões ao regime de Direito Público traduz características que as distinguem das demais modalidades
contratuais, dentre as quais as prerrogativas – no sentido de conferirem à Administração uma situação de primazia diante
do particular – e as sujeições – funcionando como verdadeiros limites à atuação administrativa. Como exemplo de prerroga-
tiva, temos a possibilidade de a Administração Pública poder alterar, unilateralmente, as cláusulas dos contratos, com o fim
de melhor atender ao interesse público – são as chamadas cláusulas exorbitantes. Como sujeição, podemos citar a necessi-
dade de buscar sempre o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato, para que a equação entre custo/benefício, realizada
inicialmente com a proposta do particular, permaneça em vigor durante todo o contrato.

24. São poderes do concedente:


(A) inspeção e fiscalização.
(B) alteração das cláusulas regulamentares após anuência da concessionária.
(C) extinguir a concessão antes do prazo instituído.
(D) intervenção.
(E) aplicação das sanções ao concessionário inadimplente.

DIREITO TRIBUTÁRIO
Renato Grilo

25. Levando em consideração as normas constitucionais de natureza tributária e as imunidades, assinale a alternativa correta.
(A) Está constitucionalmente proibida qualquer instituição de tributo federal diferenciado por região do país.
(B) Sem nenhuma ressalva, estão vedadas as limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais.
(C) Está permitido o estabelecimento de diferença tributária entre bens e serviços em razão do município de procedência ou
de destino.
(D) É permitida, excepcionalmente, a instituição de isenções de tributos da competência de outros entes federativos.
(E) A imunidade tributária constitucional proíbe a União de instituir impostos sobre o patrimônio de estados e municípios.

PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS
Werner Hech

26. Sobre a legislação afeta à Defensoria Pública e seus membros, é correto afirmar:
(A) Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Estado é órgão auxiliar da Defensoria Pública do Estado, de promoção da qua-
lidade dos serviços prestados pela instituição.
(B) A Emenda Constitucional n. 45 de 2004 inseriu a autonomia funcional e administrativa no rol de prerrogativas asseguradas
apenas às Defensoria Pública Estaduais.
(C) O Defensor Público do Estado, segundo a Lei Complementar Estadual n. 130/2017, tem a prerrogativa de ter vista pessoal
dos processos fora dos cartórios e secretarias, sem qualquer restrição.
(D) O Defensor Público não tem o dever de se declara suspeito ou impedido, pois tal incumbência é da parte lesada.
(E) Não é vedado ao Defensor Público do Estado de Goiás receber em nome próprio, a qualquer título e sob qualquer pretexto,
honorários, percentagens ou custas processuais, em razão de suas atribuições.

27. Dentre as alternativas a seguir, indique qual não se enquadra como objetivo da Defensoria Pública, segundo a Lei Complementar
Estadual n. 130/2017:
(A) A afirmação do Estado Democrático de Direito.
(B) A primazia da dignidade da pessoa humana e a redução das desigualdades sociais.
(C) A garantia dos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório.
(D) A orientação jurídica e exercício da defesa dos necessitados, em todos os graus.
(E) A prevalência e efetividade dos Direitos Humanos.

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28. Acerca da Lei Orgânica Estadual da Defensoria Pública do Estado de Goiás, é correto afirmar:
(A) O Governador nomeará o Defensor Público-Geral e o Subdefensor Público-Geral, dentre membros estáveis da Carreira e
maiores de 35 (trinta e cinco) anos, escolhidos em lista tríplice formada pelo voto direto, secreto, plurinominal e obrigatório
de seus membros, para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução.
(B) Caso o Chefe do Poder Executivo não efetive a nomeação do Defensor Público-Geral do Estado nos 15 (quinze) dias que se
seguirem ao recebimento da lista tríplice, será investido automaticamente no cargo o Defensor Público mais votado para o
exercício do mandato, podendo fazer a escolha a qualquer momento posterior, fazendo a eventual substituição do Defensor
Público que foi investido automaticamente.
(C) O Defensor Público Coordenador de Núcleo exercerá tal função com a suspensão de suas atribuições ordinárias.
(D) O Coordenador de Núcleo Especializado será destituído da função mediante ato do Defensor Público-Geral.
(E) O exercício de cargo em comissão ou função de confiança é incompatível com o de membro eletivo do Conselho Superior da
Defensoria Pública do Estado.

29. Os Defensores Públicos do Estado, nos termos do parágrafo primeiro do artigo 171 da Lei Complementar Estadual n. 171/2017,
são passíveis das seguintes sanções:
(A) Cassação de disponibilidade e multa.
(B) Suspensão por prazo indeterminado.
(C) Prestação de serviços à comunidade.
(D) Censura, remoção compulsória e cassação de disponibilidade.
(E) Censura e multa.

30. Acerca do processo administrativo disciplinar, segundo a Lei Orgânica Estadual da Defensoria Pública do Estado de Goiás, é
correto afirmar:
(A) Compete ao Corregedor-Geral, sempre por despacho motivado, a instauração de sindicância por recomendação do Defensor
Público-Geral do Estado ou determinação do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado.
(B) A apuração das infrações disciplinares será feita mediante processo administrativo sumário, quando cabíveis as penas de
advertência, censura e suspensão, e processo administrativo ordinário, quando cabíveis as penas de cassação de disponi-
bilidade ou aposentadoria e de demissão.
(C) Qualquer pessoa pode provocar o Corregedor-Geral para que instaure processo administrativo disciplinar, mesmo de
forma anônima.
(D) Durante a sindicância ou processo administrativo, o Defensor Público-Geral do Estado, de ofício, poderá afastar o sindicado
ou o indiciado do exercício do cargo, sem prejuízo de sua remuneração, desde que demonstrada a necessidade da medida
para a garantia da regular apuração dos fatos.
(E) Se o sindicado ou investigado não for encontrado no endereço indicado em seus assentos funcionais ou se furtar à citação
ou intimação, será julgado à revelia.

31. Assinale a alternativa incorreta, diante das disposições legais aplicadas à Defensoria Pública do Estado de Goiás e seus membros:
(A) Ao Defensor Público-Geral do Estado, ouvido o Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado, é assegurada a compe-
tência para propor ao Poder Legislativo a criação de cargos da Carreira de Defensor Público e do Quadro de pessoal próprio
da Defensoria Pública do Estado.
(B) Aplicam-se subsidiariamente aos Defensores Públicos as disposições do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Poder
Executivo do Estado de Goiás e de suas autarquias, desde que compatíveis com o regime jurídico estabelecido por esta Lei
Complementar.
(C) Ao membro da Defensoria Pública será concedida licença paternidade pelo prazo de 20 (vinte) dias, sem prejuízo de sua
remuneração, mediante a apresentação da certidão de nascimento constante do respectivo registro.
(D) Serão concedidas aos membros da Defensoria Pública as seguintes licenças: para tratamento de saúde; por doença em
pessoa da família; por luto, em virtude de falecimento de cônjuge ou companheiro, pais, filhos, irmãos, avós, netos, sogros,
padrasto ou madrasta, enteado ou menor sob sua guarda ou tutela; por casamento; à gestante e adotante; paternidade;
prêmio por assiduidade; para tratar de interesses particulares, e por motivo de afastamento de cônjuge.
(E) Diante da autonomia administrativa da Defensoria Pública, o Defensor Público-Geral do Estado não poderá solicitar ao
Chefe do Poder Executivo a disposição de servidores do quadro próprio do Poder Executivo, para atuarem junto a Defen-
soria Pública.

32. Conforme as disposições da Lei Orgânica Nacional da Defensoria Pública concernentes à Ouvidoria-Geral, assinale a alternativa
que não consta do rol de suas competências:
(A) Apresentar ao Defensor Público-Geral, em janeiro de cada ano, relatório das atividades desenvolvidas no ano anterior.
(B) Participar, com direito a voz, do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado.
(C) Estabelecer meios de comunicação direta entre a Defensoria Pública e a sociedade, para receber sugestões e reclamações,
adotando as providências pertinentes e informando o resultado aos interessados.
(D) Coordenar a realização de pesquisas periódicas e produzir estatísticas referentes ao índice de satisfação dos usuários, divul-
gando os resultados.
(E) Receber e encaminhar ao Corregedor-Geral representação contra membros e servidores da Defensoria Pública do Estado,
assegurada a defesa preliminar.

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000000 – PG9

33. A respeito da Defensoria Pública, julgue os itens a seguir:


I. Dados os princípios da indivisibilidade e da unidade, a manifestação do defensor público substituto se vincula à opinião ini-
cialmente emitida pelo defensor substituído.
II. Aplica-se à Defensoria Pública a regra constitucional que prevê remuneração por meio de subsídio em parcela única, sendo
vedado o acréscimo de qualquer outra espécie remuneratória.
III. A promoção na carreira é efetivada por ato do Defensor Público-Geral do Estado. A antiguidade, quando for esse o critério,
será apurada pelo tempo de efetivo exercício desde o encerramento do estágio probatório.
IV. O Supremo Tribunal Federal reputa inconstitucional norma que imponha a celebração de convênio com a OAB para presta-
ção de assistência jurídica, por limitação à autonomia das Defensorias Públicas.

Apenas os itens estão incorretos:


(A) II e IV.
(B) I, II e III.
(C) I e III.
(D) III e IV.
(E) I, II, III e IV.

DIREITO CIVIL
Thiago Deienno

34. A respeito do direito de laje, assinale a alternativa correta:


(A) O proprietário de uma construção-base poderá ceder apenas a superfície inferior de sua construção, a fim de que o titular da
laje mantenha unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo.
(B) A instituição do direito real de laje não implica a atribuição de fração ideal de terreno ao titular da laje ou a participação pro-
porcional em áreas já edificadas.
(C) O proprietário de uma construção-base poderá ceder apenas a superfície superior de sua construção, a fim de que o titular
da laje mantenha unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo.
(D) A unidade imobiliária construída sobre a laje não terá matrícula própria no Registro Imobiliário.
(E) A ruína da construção-base implica extinção do direito real de laje, ainda que esse tenha sido constituído na superfície inferior
da construção-base.

35. Sobre os alimentos gravídicos, assinale a alternativa incorreta:


(A) Não dependem de prova da paternidade para a aferição da legitimidade passiva do devedor dos alimentos.
(B) Devem ser automaticamente convertidos em pensão alimentícia em favor do recém-nascido, independentemente de
pedido expresso.
(C) Autorizam a prisão civil do devedor.
(D) Devem ser fixados diante de mero indício de gravidez.
(E) A titular do direito aos alimentos gravídicos é a mulher gestante.

Imagine a seguinte situação hipotética para julga os itens a seguir:

Leonardo, cuja certidão de nascimento não consta o nome do pai, e Vera, sua mãe biológica, juntamente com o seu atual marido, Jorge,
que é o responsável desde o nascimento de Leonardo pela sua criação, sustento e educação, vão ao Registro Civil e obtêm o reconhe-
cimento, pela via administrativa, da filiação socioafetiva, sendo essa lançada na respectiva certidão de nascimento. Ocorre que, agora,
Leonardo pretende discutir e ver reconhecida, judicialmente a paternidade biológica.

Com base no caso apresentado:


I. Jorge pode, ainda que não tenha incorrido em vício da vontade, ter desconstituída a paternidade socioafetiva anteriormente
reconhecida, caso prove que não mais há vínculo afetivo com Leonardo.
II. É admissível a discussão judicial da paternidade biológica para a produção de seus efeitos jurídicos, mantendo-se concomi-
tantemente à paternidade socioafetiva, ainda que esta já tenha sido reconhecida em registro público.
III. Caso Jorge morresse antes de ter reconhecida a paternidade socioafetiva, não seria mais possível tal reconhecido, já que é
impossível o reconhecimento de paternidade socioafetiva de pai morto.
36. Está correto o que se afirma em:
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) II e III.
(D) Apenas II.
(E) Apenas III.

9
000000 – PG10

37. A respeito do direito ao esquecimento, nos termos da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:
(A) o direito ao esquecimento é a pretensão apta a impedir a divulgação de fatos ou dados inverídicos, descontextualizados ou
destituídos de interesse público relevante.
(B) é compatível com a Constituição a ideia de um direito ao esquecimento.
(C) é incompatível com a Constituição a ideia de um direito ao esquecimento, assim entendido como o poder de obstar, em razão
da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e publicados em meios de comunica-
ção social analógicos ou digitais.
(D) a ideia de um direito ao esquecimento, entendido como o poder de obstar, em razão da passagem do tempo, a divulgação
de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e publicados em meios de comunicação social é incompatível com o direito
à intimidade e à vida privada.
(E) caso os dados tenham sido licitamente obtidos em meios de comunicação, não há abuso ou excesso no exercício da liber-
dade de expressão e de informação.

38. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:


(A) da pessoa maior de 60 (sessenta) anos.
(B) da pessoa que, para casar, obteve o suprimento judicial do consentimento dos pais.
(C) da pessoa com deficiência.
(D) da viúva, enquanto não se fizer o inventário dos bens do casal.
(E) do tutor ou curador e dos seus descendentes e colaterais até o quinto grau, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto
não cessar a tutela ou a curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.

O texto a seguir será objeto das questões subsequentes:

João é solteiro, vive só em seu apartamento residencial, que constitui seu único bem. Ele prestou fiança ao seu irmão Jonas, em con-
trato de locação de imóvel urbano com fins residenciais que havia sido pactuado entre Jonas e Hélio, pelo prazo inicial de vinte e quatro
meses, estabelecendo ainda que o fiador ficaria responsável até a entrega das chaves, além de constar renúncia ao benefício de ordem
e prorrogação automática da fiança em caso de prorrogação automática do contrato de locação. Findo o prazo inicial do contrato, Jonas
deixou de pagar quatro meses de aluguel.

39. Diante desse caso, segundo a legislação e o entendimento dos Tribunais Superiores, assinale a alternativa correta:
(A) É ilegal a renúncia ao benefício de ordem.
(B) Hélio pode requerer a retomada do imóvel a qualquer momento, desde que o seja para uso próprio ou de ascendente, des-
cendente ou colateral até o quinto grau que não disponha de imóvel residencial próprio.
(C) João pode vir a ser cobrado diretamente pelo locador, uma vez que renunciou ao benefício de ordem, mas não pode ter
penhorado seu apartamento, por esse ser considerado bem de família.
(D) É ilegal a prorrogação automática do contrato de fiança no caso de prorrogação automática do contrato de locação.
(E) Caso João queira ver-se exonerado da fiança, deve notificar Hélio de sua intenção, ficando, contudo, responsável pelas dívi-
das oriundas do contrato de locação por sessenta dias após o recebimento da notificação, sendo ônus de João comprovar
que Hélio a recebeu.

40. No caso do texto anterior, assinale a alternativa incorreta:


(A) Na situação em análise, caso João não fosse fiador, mas oferecesse seu imóvel a título de caução imobiliária a Hélio, o
imóvel poderia ser penhorado para saldar as dívidas oriundas do contrato de locação.
(B) Hélio pode retomar o imóvel a qualquer tempo, em razão do inadimplemento de Jonas quanto aos aluguéis.
(C) Caso a locação não fosse residencial, mas sim comercial, João não poderia ter penhorado seu único imóvel residencial no
qual vive para saldar as dívidas decorrentes de tal contrato.
(D) Caso tivesse sido fixada cláusula de renúncia do direito à exoneração de fiança por parte de João, tal cláusula, a partir da
prorrogação automática do contrato de locação seria ineficaz.
(E) O contrato de fiança deve ser firmado por escrito.

41. A respeito da responsabilidade civil no contrato de transporte, julgue os itens a seguir:


I. A responsabilidade civil do transportador no transporte de passageiros é objetiva por acidentes e abarca a bagagem do
passageiro.
II. A responsabilidade civil do transportador no transporte de passageiros é elidida pelo fortuito interno decorrente da culpa de
terceiros.
III. No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente responsável por danos causados ao
transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave.

10
000000 – PG11

Está correto o que se afirma em :


(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) I e II.
(D) II e III.
(E) I e III.

DIRETO DO CONSUMIDOR
Keity Satiko

42. É incorreto afirmar que:


(A) é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas, condicionar o fornecimento de produto ou de serviço
ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos.
(B) é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas, recusar atendimento às demandas dos consumido-
res, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes.
(C) é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas, enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação
prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço.
(D) é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas, prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consu-
midor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição financeiro, para impingir-lhe seus produtos ou serviços.
(E) é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas, exigir do consumidor vantagem manifestamente
excessiva.

43. Marque a alternativa incorreta.


São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
(A) impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e ser-
viços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa
jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis.
(B) subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos no CDC.
(C) transfiram responsabilidades a terceiros.
(D) estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou
sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade.
(E) faculte a utilização compulsória de arbitragem.

44. Marque a alternativa incorreta.


No fornecimento de crédito e na venda a prazo, além das informações obrigatórias previstas no art. 52 deste Código e na legisla-
ção aplicável à matéria, o fornecedor ou o intermediário deverá informar o consumidor, prévia e adequadamente:
(A) o custo efetivo total e a descrição dos elementos que o compõem.
(B) a taxa efetiva mensal de juros, bem como a taxa dos juros de mora e o total de encargos, de qualquer natureza, previstos
para o atraso no pagamento.
(C) o montante das prestações e o prazo de validade da oferta, que deve ser, no mínimo, de 5 (cinco).
(D) o nome e o endereço, inclusive o eletrônico, do fornecedor.
(E) o direito do consumidor à liquidação antecipada e não onerosa do débito.

45. Julgue os itens.


I. Entende-se por superendividamento a impossibilidade manifesta de o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar a totali-
dade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial, nos termos da regula-
mentação.
II. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados no CDC: serem cometidos em época de grave crise econômica ou por
ocasião de calamidade.
III. A ação de indenização por danos materiais proposta por consumidor contra construtora em virtude de vícios de qualidade e
de quantidade do imóvel adquirido tem prazo prescricional de 5 anos, nos termos do CDC.

(A) As assertivas I e II estão incorretas.


(B) As assertivas II e III estão corretas.
(C) Apenas a assertiva III está correta.
(D) As assertivas I e II estão corretas.
(E) Todas estão corretas.

11
000000 – PG12

DIREITO EMPRESARIAL
Edilson Enedino

46. Tratando das formas de reorganização empresarial, a legislação pátria prevê a possibilidade das operações de transformação,
incorporação, fusão e cisão. Sobre tais alterações empresariais, a Doutrina e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça
definem que:
(A) em razão da exigência de decisão unânime, a operação de transformação impede o exercício do direito de recesso ou reti-
rada, pois não haverá sócio dissidente.
(B) na incorporação, a sociedade que suceder os empresários anteriores responderá por todas as obrigações deles e, em caso
de falência da sucessora, todos os credores concorrerão em igualdade de condições pelo acervo total dela.
(C) a cisão poderá ser total ou parcial, pura ou por absorção, e será caracterizada pela extinção da sociedade cindida.
(D) considera-se pura a cisão que gera um novo empresário, pois o capital retirado da sociedade cindida é destinado à constitui-
ção de um novo empreendimento.
(E) na fusão, um dos empresários envolvidos na operação continuará a atividade empresarial, sucedendo todos os direitos e
obrigações dos demais, extinguindo-se os outros empresários fundidos.

47. O Código Civil, a legislação especial e diversos entendimentos nos julgados de tribunais estaduais e de tribunais superiores abor-
dam os nominados contratos empresariais. Consideradas as disposições aplicáveis e a jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça, relativas aos referidos contratos, é correto afirmar:
(A) A prestação de contas é a ação que o mutuário fiduciante tem para haver saldo remanescente oriundo de venda extrajudicial
de bem alienado fiduciariamente em garantia, sendo incabível, pela incompatibilidade de ritos, o manejo de ação monitória.
(B) No caso de reintegração de posse em arrendamento mercantil financeiro, quando a soma da importância antecipada a título
de valor residual garantido (VRG) com o valor da venda do bem ultrapassar o total do VRG previsto contratualmente, o arren-
dante terá direito de receber a respectiva diferença.
(C) Por força de lei, o leasing-back é permitido pela legislação brasileira, o que autoriza seja negociado no contrato de leasing
bem que já compunha o patrimônio do devedor. A jurisprudência do STJ admite que o contrato de alienação fiduciária em
garantia, também, possa ter por objeto bem que já integrava o patrimônio do devedor.
(D) havendo cláusula resolutiva expressa, em caso de inadimplemento, a comprovação da mora é dispensável à busca e apre-
ensão do bem alienado fiduciariamente.
(E) caso deferida a liminar em processo de busca e apreensão, a terceiro de boa-fé será oponível a alienação fiduciária, mesmo
não anotada no certificado de registro do veículo automotor.

48. Consideradas as normas de regência e a atual jurisprudência dos tribunais superiores, a desconsideração da personalidade jurí-
dica deve ser aplicada segundo a Teoria Maior e, também, na forma da Teoria Menor, a depender do tipo de credor obstado a rece-
ber seu crédito, em razão da autonomia da pessoa jurídica e da responsabilidade limitada dos sócios. Indique o item que expressa
a atual abordagem jurisprudencial sobre o tema:
(A) Aplica-se a teoria maior às hipóteses de credores comuns, tributários e decorrentes de lesão à economia popular. A teoria
menor é reservada aos credores trabalhistas, consumidores e decorrentes de lesão ao meio ambiente.
(B) Aplica-se a teoria maior às hipóteses de credores comuns, tributários e decorrentes de lesão ao meio ambiente. A teoria
menor é reservada aos credores trabalhistas, consumidores e decorrentes de lesão à economia popular.
(C) Aplica-se a teoria menor às hipóteses de credores comuns, tributários e decorrentes de lesão à economia popular. A teoria
maior é reservada aos credores trabalhistas, consumidores e decorrentes de lesão ao meio ambiente.
(D) Aplica-se a teoria maior às hipóteses de credores comuns e decorrentes de lesão à economia popular. A teoria menor é reser-
vada aos credores trabalhistas, tributários, consumidores e decorrentes de lesão ao meio ambiente.
(E) Aplica-se a teoria menor às hipóteses de credores tributários, trabalhistas e consumidores. A teoria maior é reservada aos
credores comuns, aos créditos decorrentes de lesão ao meio ambiente e à economia popular.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL


Lídia Marangon

49. Sobre o tema ação, assinale a alternativa correta.


(A) A teoria imanentista da ação foi a primeira teoria que fez a distinção entre direito de ação e direito material.
(B) O direito de ação é o direito fundamental (situação jurídica, portanto) composto por um conjunto de situações jurídicas, que
garantem ao seu titular o poder de acessar os tribunais e exigir deles uma tutela jurisdicional adequada, tempestiva e efetiva.
(C) Para a teoria eclética, o direito de ação se confunde com o direito material e não existe de forma autônoma e independente.
(D) Para a teoria abstrata, a presença das condições da ação deve ser analisada pelo juiz com os elementos fornecidos pelo
próprio autor em sua petição inicial, por meio de uma cognição apenas sumária.
(E) A ação mandamental é aquela pela qual se afirma um direito a uma prestação e se busca a certificação e a efetivação desse
mesmo direito, por meio de medidas de coerção direta.

12
000000 – PG13

50. Sobre o pedido , assinale a alternativa correta.


(A) Nas ações universais, é lícito formular pedido genérico.
(B) É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, desde que entre eles haja conexão.
(C) É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça de ambos.
(D) Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o
procedimento especial.
(E) O pedido deve ser determinado e o ordenamento jurídico não comporta exceções.

51. Sobre as despesas processuais, assinale a alternativa incorreta.


(A) Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que
houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes.
(B) Incumbe ao réu adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do Minis-
tério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica.
(C) Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas.
(D) Na execução fiscal, processada perante a Justiça Estadual, cumpre à Fazenda Pública antecipar o numerário destinado ao
custeio das despesas com o transporte dos oficiais de justiça.
(E) A Fazenda Pública, quando parte no processo, fica sujeita à exigência do depósito prévio dos honorários do perito.

52. Sobre a gratuidade da justiça, assinale a alternativa incorreta.


(A) A concessão de gratuidade afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advo-
catícios decorrentes de sua sucumbência.
(B) A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas pro-
cessuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
(C) Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de
arcar com os encargos processuais.
(D) Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto
quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação.
(E) O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro
no processo ou em recurso.

53. Sobre a tutela provisória, assinale a alternativa incorreta.


(A) A decisão que condicionar a apreciação da tutela provisória incidental ao recolhimento de custas ou a outra exigência não
prevista em lei equivale a negá-la, sendo impugnável por agravo de instrumento.
(B) O juiz não precisa justificar a postergação da análise liminar da tutela provisória sempre que estabelecer a necessidade de
contraditório prévio.
(C) A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do
pedido principal.
(D) Preenchidos os pressupostos de lei, o requerimento de tutela provisória incidental pode ser formulado a qualquer tempo, não
se submetendo à preclusão temporal.
(E) O ressarcimento dos prejuízos advindos com o deferimento da tutela provisória posteriormente revogada por sentença que
extingue o processo sem resolução de mérito, sempre que possível, deverá ser liquidado nos próprios autos.

54. Sobre a petição inicial e a resposta do réu, assinale a alternativa incorreta.


(A) Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna
o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
(B) A indicação do dispositivo legal é requisito da petição inicial.
(C) Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com
o fundamento da defesa.
(D) Para que se considere proposta a reconvenção, não há necessidade de uso desse nomen iuris, ou dedução de um capí-
tulo próprio.
(E) O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.

55. Sobre o julgamento antecipado da lide e julgamento parcial do mérito, assinale a alternativa correta.
(A) O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles mostrar-se controverso.
(B) É cabível agravo de instrumento contra decisão que indefere pedido de julgamento antecipado do mérito por haver necessi-
dade de dilação probatória.
(C) O juiz que promove julgamento antecipado do mérito por desnecessidade de outras provas não pode proferir sentença fun-
damentada em não atendimento ao ônus probatório.
(D) Ainda que haja a necessidade de produção de outras provas, o juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença
com resolução de mérito.
(E) Ainda que o réu seja revel, que ocorra o efeito da revelia e que não haja requerimento de prova, o juiz não poderá julgar
antecipadamente o pedido.

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000000 – PG14

56. Sobre os pronunciamentos do juiz, assinale a alternativa incorreta.


(A) Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que se limitar à indi-
cação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida.
(B) O juiz é obrigado a enfrentar todas as alegações deduzidas pelas partes capazes, em tese, de infirmar a decisão, não sendo
suficiente apresentar apenas os fundamentos que a sustentam.
(C) O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo
respeito a lei exige iniciativa da parte.
(D) O magistrado pode corrigir de ofício, mesmo após o trânsito em julgado, erro material.
(E) Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias, despachos e acórdãos.

57. Sobre a coisa julgada, assinale a alternativa correta.


(A) A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal, ainda que implicita-
mente decidida.
(B) A verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença, faz coisa julgada.
(C) Cabe ação rescisória para desconstituir a coisa julgada formada sobre a resolução expressa da questão prejudicial incidental.
(D) A decisão judicial sobre alimentos transita em julgado.
(E) A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada e, em regra, pode prejudicar terceiros.

58. Sobre a liquidação, assinale a alternativa incorreta.


(A) A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, cum-
prindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.
(B) A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a coisa julgada.
(C) Somente o credor tem legitimidade para requerer a liquidação.
(D) Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos,
no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da
prova pericial.
(E) Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.

DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS


Werner Rech

59. Quanto à execução de sentença coletiva, é correto afirmar:


(A) A execução fluid recovery somente pode ser acionado após um ano a contar do trânsito em julgado da sentença coletivo
acerca de direitos individuais homogêneos.
(B) Em regra, não há diferença na forma de execução de direitos difusos, coletivos (estrito senso) e individuais homogêneos.
(C) É competente para a execução apenas o juízo da ação condenatória, no caso de execução individual, decorrente de sen-
tença coletiva.
(D) Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação prevista na Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985 e de indeni-
zações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo evento danoso, aquela terá preferência no pagamento.
(E) Quando o Ministério Público atua na condição fiscal da lei, não tem legitimidade para executar a sentença coletiva.

60. Nos termos do que dispõe o Estatuto das Cidades, o plano diretor é obrigatório para cidades:
(A) com mais de 30 mil habitantes.
(B) integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, ambas com mais de 3 municípios.
(C) integrantes de áreas de especial interesse turístico.
(D) inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito local.
(E) que pretendam ser incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de
grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos.

61. Compete à União, entre outras atribuições de interesse da política urbana:


(A) legislar sobre normas para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios em relação à política
urbana, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
(B) promover, por iniciativa estritamente em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, programas de constru-
ção de moradias e melhoria das condições habitacionais, de saneamento básico, das calçadas, dos passeios públicos, do
mobiliário urbano e dos demais espaços de uso público.
(C) instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, excluídas a habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade urbana.
(D) elaborar e executar tão somente planos nacionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social.
(E) legislar sobre normas gerais de direito urbanístico, salvo no que se refere ao Distrito Federal.

14
000000 – PG15

62. Após as alterações trazidas pela Lei n. 13.465/2017 (Lei de Regularização Fundiária), é condição para exclusão da seleção de
beneficiário dos projetos de assentamento, salvo:
(A) tiver sido excluído ou se afastado do programa de reforma agrária, de regularização fundiária ou de crédito fundiário sem
consentimento de seu órgão executor.
(B) for menor de dezoito anos não emancipado na forma da lei civil.
(C) auferir renda familiar proveniente de atividade não agrária superior a três salários-mínimos mensais ou superior a um salário-
-mínimo per capita.
(D) o proprietário rural desapropriado do imóvel.
(E) for ocupante de cargo, emprego ou função pública remunerada.

63. É considerado como empreendimento e atividade sujeitos ao licenciamento ambiental:


(A) Extração, mas sem tratamento de minerais.
(B) Fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores, mesmo que biodegradáveis.
(C) Indústria metalúrgica.
(D) Serraria e desdobramento de madeira não nativa.
(E) Secagem e salga de couros e peles sintéticas.

64. Assinale a alternativa que não faz parte das diretrizes da Política Nacional para a População em Situação de Rua.
(A) Responsabilidade do poder público pela sua elaboração e financiamento.
(B) Valorização e respeito à vida e à cidadania.
(C) Articulação das políticas públicas federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal.
(D) Promoção dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais.
(E) Integração dos esforços do poder público e da sociedade civil para sua execução.

65. Assinale a alternativa que não faz parte dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima.
(A) Fundo Nacional sobre Mudança do Clima.
(B) Comunicação Nacional do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, de acordo com os cri-
térios estabelecidos por essa Convenção e por suas Conferências das Partes.
(C) Medidas fiscais e tributárias destinadas a estimular a redução das emissões e remoção de gases de efeito estufa, incluindo
alíquotas diferenciadas, isenções, compensações e incentivos, a serem estabelecidos em lei específica.
(D) Desenvolvimento de linhas de pesquisa por agências de fomento.
(E) Estímulo e o apoio à manutenção e à promoção.

66. Conforme disposto na Lei n. 12.305/2010, entende-se por logística reversa:


(A) Ato de natureza contratual firmado entre o poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo
em vista a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto.
(B) Série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produ-
tivo, o consumo e a disposição final.
(C) Conjunto de mecanismos e procedimentos que garantam à sociedade informações e participação nos processos de formu-
lação, implementação e avaliação das políticas públicas relacionadas aos resíduos sólidos.
(D) Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios desti-
nados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou
em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.
(E) distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos
à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.

15
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DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


Adriane Sousa

67. Marque a alternativa correta nos termos da Lei n. 8.069/1990 e conforme a jurisprudência dos Tribunais Superiores:
(A) A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção
da criança ou adolescente na família natural ou extensa. Mas a sentença concessiva de adoção, ainda quando proferida em
procedimento de jurisdição voluntária, pode ser encoberta pelo manto protetor da coisa julgada material e, como consectário
lógico, figurar como objeto de ação rescisória. Logo é possível, mesmo ante a regra da irrevogabilidade da adoção, a resci-
são de sentença concessiva de adoção ao fundamento de que o adotado, à época da adoção, não a desejava verdadeira-
mente e de que, após atingir a maioridade, manifestou-se nesse sentido.
(B) A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente admissível na modalidade de
guarda e adoção.
(C) O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, logo a morte dos adotantes restabelece o poder familiar dos
pais naturais.
(D) Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no máximo,
30 (trinta) dias.
(E) A adoção sempre depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando.

68. No tocante ao ECA, com base no entendimento dos tribunais superiores, assinale a opção correta.
(A) Participação de menores de idade em qualquer conduta criminosa é suficiente para autorizar a condenação, pela prática do
crime de corrupção de menores de idade, dos agentes capazes envolvidos no mesmo ato.
(B) Admite-se cumular a remissão concedida pelo parquet na fase pré-processual, como forma de exclusão do processo, com a
aplicação de medida socioeducativa de liberdade assistida.
(C) A medida de internação aplicada aos casos de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa
depende da prática de, pelo menos, três infrações graves.
(D) Na apuração de ato infracional cometido por adolescente, caso seja imposta medida socioeducativa, o juiz deverá observar
as circunstâncias atenuantes e agravantes previstas no CP.
(E) Não é admitido, na apuração de ato infracional equiparado a crime contra o patrimônio, o benefício da escusa absolutória
prevista no CP.

69. Nos termos da Lei n. 8.069/1990, a criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico
ou de tratamento cruel ou degradante. Marque a alternativa correta sobre os direitos fundamentais da criança e do adolescente:
(A) Castigo físico caracteriza ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o
adolescente que resulte em sofrimento físico, lesão ou humilhação.
(B) Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação rea-
valiada, no máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado
por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou
pela colocação em família substituta.
(C) Considera-se tratamento cruel ou degradante a conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adoles-
cente que humilhe; ameace gravemente ou ridicularize.
(D) A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 02
(anos), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autori-
dade judiciária.
(E) Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas peri-
ódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade responsável, com a devida
autorização judicial.

70. Assinale a alternativa correta no que se refere aos dispositivos previstos no Estatuto da Criança e Adolescente em relação ao Título
destinado à prática de atos infracionais.
(A) A medida socioeducativa de advertência poderá ser aplicada ao adolescente desde que haja indícios suficientes da autoria.
(B) A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito
de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação
em regime de semiliberdade e a internação.
(C) A medida socioeducativa, denominada liberdade assistida, será fixada pelo prazo mínimo de 01 (um) mês, podendo a qual-
quer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
(D) A medida de internação poderá ser aplicada na hipótese de reiteração no cometimento de outras infrações por parte do ado-
lescente infrator.
(E) Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as medidas socioeducativas,
sendo vedada a simples determinação de encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade.

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71. A respeito das normas internacionais aplicadas à criança e ao adolescente, marque a opção correta:
(a) A Declaração de Genebra ou Carta da Liga de 1924 foi o primeiro documento internacional de ampla proteção às crianças,
já considerando a criança como sujeito de direito.
(b) A Declaração Universal dos Direitos das Crianças de 1959 foi adotada pela Assembleia das Nações Unidas e representou um
paradigma para infância e juventude, pois reconheceu que crianças e adolescentes são sujeitos de direito.
(c) A Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças aplica-se ao menor de 18 anos.
(d) As Normas de RIAD são Diretrizes da ONU visando à adoção internacional.
(e) As regras de Tóquio são aplicadas para proteção e cooperação em matéria de adoção internacional.

72. Marque a alternativa correta levando em consideração a Lei n. 8.069/1990 e suas alterações:
(A) Considere que Sílvio, de vinte e cinco anos de idade, integrante de uma organização criminosa, com a intenção de aliciar
menores para a prática de delitos, tenha acessado a sala de bate-papo em uma rede social na Internet e, após longa con-
versa, tenha induzido um menor a subtrair veículo de terceiro. Nessa situação hipotética, segundo entendimento do Superior
Tribunal de Justiça, para que Sílvio possa responder por crime tipificado no ECA, é necessário que seja provada a efetiva
corrupção do menor.
(B) O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à instituição para
fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cog-
nitivo, educacional e financeiro. Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos
cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento de que fazem parte,
somente pessoa física pode apadrinhar.
(C) De acordo com o art. 228 do ECA, considera-se crime o fato de o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento
de atenção à saúde de gestante deixar de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art.
10 do estatuto, bem como deixar de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de
nascimento, na qual constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato. A ação penal adequada no caso
de cometimento do crime descrito é a pública condicionada à representação da gestante.
(D) As infrações administrativas previstas no ECA configuram condutas contrárias a preceitos normativos que estabelecem uma
ingerência do Estado na vida das pessoas físicas ou jurídicas, com vistas à proteção dos direitos das crianças e dos adoles-
centes, apregoando sanções de cunho administrativo, ou seja, restritivas de direitos, mas não restritivas de liberdade.
(E) Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, monta-
gem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual caracteriza infração administrativa
punida com multa.

73. Caracteriza a internação com prazo determinado ou internação-sanção:


(A) Prática de ato infracional mediante grave ameaça ou violência contra a pessoa ou em reiteração de infrações graves.
(B) Aplicação residual se não existir outra medida adequada à ressocialização.
(C) Decretação pelo juízo da execução.
(D) Expedição da guia de execução de medida e início do processo de execução.
(E) Prazo limitado a 3 (três) anos.

74. A Lucas, com 17 anos, pela prática de roubo, foi aplicada medida socioeducativa de internação. Cumpridos doze meses da
medida, chega ao juízo responsável pela execução nova sentença de internação aplicada a Alex, agora pela prática de um latrocí-
nio, acontecido seis meses antes do roubo que resultou na sua primeira internação. Cabe ao juiz da execução, adotando a solução
que mais se aproxima das regras e princípios da Lei n. 12.594/12,
(A) operar a unificação das medidas aplicadas e determinar o reinício do cumprimento da medida socioeducativa de internação.
(B) operar a unificação da execução, fixando como termo final para liberação compulsória do adolescente a soma dos prazos
máximos de duração definidos para as medidas em cada sentença.
(C) determinar a suspensão da medida de internação em curso e ordenar o início da execução da nova medida de internação
aplicada, que prevalece em razão da antecedência cronológica e da maior gravidade do ato que a motivou.
(D) determinar a cumulação das medidas, procedendo-se à execução simultânea de ambas as sentenças, com elaboração de
um novo plano individual de atendimento que considere o ato infracional de latrocínio e que será executado paralelamente
ao plano decorrente da primeira sentença.
(E) unificar as medidas, prosseguindo-se na execução de medida de internação já em curso, sem impacto nos prazos máximos
de cumprimento e reavaliação.

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DIREITO PENAL
Túlio Mendes

75. Em relação aos crimes contra a dignidade sexual, assinale a opção incorreta.
(A) Caso a vítima possua idade inferior a 14 anos, será caso de estupro de vulnerável, enquanto na hipótese de possuir idade
superior a 14 anos e inferior a 18 anos, o estupro será qualificado.
(B) A prática de relação sexual com alguém mediante meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade caracteriza
situação em que a vítima não pode oferecer resistência, amoldando-se ao tipo de estupro de vulnerável.
(C) A conduta de praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia
amolda-se ao delito de importunação sexual, observado o ditame da subsidiariedade.
(D) Se Paulo constrange Maria (17 anos de idade) com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se
da sua condição de empregador, fala-se em assédio sexual, não se admitindo, em decorrência da idade da vítima, a exaspe-
ração da pena na primeira fase, tendo em conta a cominação de majorante específica no particular.
(E) Se Paulo é condenado por assédio sexual, apesar de ter sido reconhecida a presença de circunstâncias judiciais desfavorá-
veis e a reincidência específica, não é possível a fixação do regime inicial fechado para o cumprimento da pena.

76. Em relação aos crimes sexuais contra vulnerável, assinale a opção correta.
(A) Revela-se típica a conduta de seduzir menor de dezoito e maior de catorze anos e ter conjunção carnal.
(B) Havendo experiência sexual anterior e sendo consentida a relação, revela-se atípica a conduta de ter conjunção carnal com
menor de 14 anos.
(C) A pessoa que induz menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem responderá por estupro de vulnerável na qualidade
de partícipe como expressão da incidência da teoria monista.
(D) A conduta do proprietário de estabelecimento no qual se verifica situação de prostituição envolvendo menor de 18 anos de
idade revela-se atípica, considerando a subsidiariedade do direito penal, tendo em conta a situação ser passível de sanção
por outros ramos do direito.
(E) Para efeito de tipificação da conduta de favorecimento da prostituição de criança ou adolescente (art. 218-B do CP), é dispen-
sada a finalidade especial de obter vantagem econômica, sendo que, acaso presente, além da pena de reclusão, responderá
também por multa.

77. Otávio e Paulo eram desafetos, de modo que Otávio decidiu matar Paulo. Assim, comprou uma arma em localidade próxima e foi
até a casa de Paulo, o qual estava na calçada. Vendo Otávio, Paulo foi em sua direção com os punhos cerrados, oportunidade em
que Otávio sacou a arma que estava oculta e atirou na cabeça de Paulo que faleceu imediatamente. Na sequência, conturbado
emocionalmente, Otávio adentrou em uma panificadora e apontando a arma de fogo, subtraiu o dinheiro que havia no caixa do
estabelecimento. Assinale a opção correta.
(A) Em relação à conduta praticada em face de Paulo, Otávio responderá pelo delito de homicídio doloso consumado e porte de
arma de fogo em concurso material.
(B) Se a arma de fogo utilizada por Otávio era de uso permitido, a sua conduta em relação a Paulo, ausentes elementos que
possam demonstrar a presença de motivação torpe ou fútil, tipificará homicídio simples, enquanto caso a arma fosse de uso
restrito, a hipótese seria de homicídio qualificado.
(C) Se a arma de fogo utilizada por Otávio era de uso permitido, a sua conduta em relação à panificadora tipificará o crime de
roubo com causa de aumento, enquanto caso a arma seja de uso restrito ou proibido, será hipótese de roubo qualificado.
(D) Presentes os requisitos objetivos e subjetivos, fica caracterizado a continuidade delitiva entre o homicídio e o roubo pratica-
dos no mesmo contexto.
(E) Considerando que o disparo de arma de fogo fora posterior à conduta de Paulo de avançar na direção de Otávio com os
punhos cerrados, fica caracterizada a justificante da legítima defesa.

78. Assinale a opção correta.


(A) Em relação ao delito de homicídio, se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob
o domínio de violenta emoção logo após injusta provocação da vítima, tem cabimento a causa de extinção da punibilidade do
perdão judicial.
(B) Admite-se o homicídio qualificado-privilegiado, quando a qualificadora decorre do motivo torpe.
(C) No homicídio doloso, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra criança ou adolescente.
(D) Se o homicídio é praticado por grupo de extermínio, é possível a exasperação da pena na primeira fase em decorrência da
valoração da circunstância judicial da culpabilidade em concreto.
(E) Presente situação de feminicídio, haverá causa de aumento de pena se praticada em frente a descendente ou ascendente,
ficando excluída essa majorante caso a conduta seja praticado em frente a um irmão.

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79. Assinale a opção correta.


(A) Se da lesão corporal resulta aceleração de parto tem-se lesão corporal gravíssima com pena de reclusão de dois a oito anos.
(B) Se da lesão corporal resulta perigo de vida, fica tipificada lesão simples, pois o perigo de vida é inerente à violação ao bem
jurídico tutelado.
(C) Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção,
logo em seguida a injusta provocação da vítima, não sendo graves as lesões, pode o juiz substituir a pena de detenção
pela de multa.
(D) Por falta de previsão legal, não se admite perdão judicial no caso de lesão corporal culposa.
(E) A lesão corporal com resultado morte é figura híbrida, sendo que no antecedente há dolo, enquanto no consequente pode
estar presente dolo ou culpa.

80. Assinale a opção correta.


(A) A exceção da verdade é admitida no caso de injúria apenas quando o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao
exercício de suas funções.
(B) O juiz pode deixar de aplicar a pena no caso de difamação, quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente
a situação.
(C) Se o crime de injúria é praticado em face de pessoa idosa tem cabimento a incidência de majorante.
(D) Se o crime de injúria é praticado em face de funcionário público em razão de suas funções tem cabimento a incidência de
majorante.
(E) Se o crime contra a honra é divulgado em redes sociais, admite-se a exasperação da pena na primeira fase da dosimetria.

81. Assinale a opção correta.


(A) Incorre no mesmo tipo penal quem tem a posse ilegal de arma de fogo seja de uso restrito seja de uso proibido, podendo o
juízo aquilatar o tipo de arma na primeira fase da dosimetria da pena.
(B) Aquele que portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal
de identificação raspado, suprimido ou adulterado responderá pelas penas do art. 16 do Estatuto do Desarmamento com
majorante.
(C) A proibição de estabelecimento de fiança para os delitos de “porte ilegal de arma de fogo de uso permitido” e de “disparo
de arma de fogo” mostra-se desarrazoada, porquanto são crimes de mera conduta, que não se equiparam aos crimes que
acarretam lesão ou ameaça de lesão à vida ou à propriedade.
(D) As condutas de possuir arma de fogo e munições de uso permitido e de uso restrito, apreendidas em um mesmo contexto
fático, configuram concurso formal impróprio de delitos.
(E) Há crime único quando são apreendidos, no mesmo contexto fático, arma de fogo de uso permitido e munição de uso restrito,
tendo em vista a ocorrência de uma única lesão ao bem jurídico protegido.

82. Assinale a opção incorreta.


(A) Possui natureza incondicionada a ação penal em caso de crime de lesão corporal em contexto de violência doméstica e fami-
liar contra a mulher, pouco importando a extensão desta.
(B) Para o Supremo Tribunal Federal, o tratamento diferenciado entre os gêneros – mulher e homem –, harmoniza-se com a
Constituição Federal, por ser necessária a proteção ante as peculiaridades física e moral da mulher (maior vulnerabilidade)
e também levando em conta a cultura brasileira.
(C) Revela-se constitucional a regra que afasta nos crimes de violência doméstica contra a mulher a aplicação da Lei n.
9.099/1995.
(D) Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), não
se exige a coabitação entre autor e vítima.
(E) Na hipótese de contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico é possível a
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.

83. Assinale a opção correta.


(A) No caso do peculato culposo, a reparação do dano se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é pos-
terior, reduz de metade a pena imposta.
(B) Se o funcionário público desvia valor particular de que tem posse em razão do cargo em proveito próprio não incorre no delito
de peculato, para o qual é necessário que o valor ou bem seja público.
(C) Incorre no delito de concussão o funcionário público que solicita, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
(D) Se o funcionário público recebe, para si, indiretamente, antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, respon-
derá por corrupção passiva consumada desde que deixe de praticar qualquer ato de ofício.
(E) Se o funcionário deixa de praticar ato de ofício em razão de pedido de outrem, desde que não receba vantagem indevida,
responderá pelo delito de corrupção passiva com causa de redução de pena.

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84. João, valendo-se da qualidade de funcionário, patrocina o interesse de Paulo, pai de um grande amigo, que queria se aposentar,
elaborando o pedido, juntando os documentos, “despachando” o pedido junto à autoridade do setor de pessoal e protocolando
pessoalmente o pedido. Cátia, não tendo ciência da conduta de João, recebe o pedido e implementa ajustes técnicos do pedido,
encaminhando-o à Chefia do setor. Assinale a opção correta.
(A) Sendo o interesse legítimo, revela-se atípica a conduta de João em relação ao delito de advocacia administrativa, por se
tratar de mera irregularidade funcional em observância à subsidiariedade do direito penal.
(B) Se o interesse de João for ilegítimo, responderá pelo delito de advocacia administrativa admitindo-se, inclusive, nos termos
da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a exasperação da pena na terceira fase da dosimetria da pena.
(C) A conduta de Cátia revela-se atípica.
(D) João responderá por prevaricação.
(E) Se João era estagiário não remunerado, não é possível considerá-lo funcionário público para fins penais.

DIREITO PROCESSUAL PENAL


Danielle Rolim

85. Caio foi preso em flagrante delito, em razão da prática do crime de roubo cometido com o emprego de arma de fogo. Em audiência
de custódia, mediante requerimento do Ministério Público, o juiz converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva. Foi ofere-
cida e recebida denúncia contra Caio. Quanto a isso, é correto afirmar que, de acordo com o Código de Processo Penal:
(A) se no curso da instrução criminal, o juiz verificar a possibilidade de substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa
da prisão, deverá fazê-lo. Nesse caso, a decisão não precisa ser fundamentada, pois foi proferida em benefício do réu.
(B) o juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo,
verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
(C) a prisão preventiva de Caio poderá ser substituída por prisão domiciliar se a defesa comprovar que ele é o único responsável
pelos cuidados de filho de até 14 (quatorze) anos de idade incompletos.
(D) se Caio tiver se recusado a assinar o Auto de Prisão em Flagrante, deverá ser ele assinado por duas testemunhas que
tenham, necessariamente, presenciado o fato criminoso.
(E) a necessidade de manutenção da prisão preventiva de Caio deverá ser revisada a cada 60 (sessenta) dias, pelo órgão que
a decretou, mediante decisão fundamentada.

86. Sobre as provas no processo penal, é correto afirmar:


(A) Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de
iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas, bem
como de que o seu silêncio não importará confissão, muito embora possa ser interpretado em prejuízo da defesa.
(B) A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em con-
junto. Quando parcial, é vedado que a confissão seja considerada pelo juiz como atenuante da pena do réu, em caso de
condenação.
(C) Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao
ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossi-
bilidade dessa forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, sem a presença do seu defensor.
(D) Em razão do princípio da economia processual, havendo mais de um acusado, serão interrogados conjuntamente.
(E) São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo
se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.

87. No que diz respeito aos sujeitos processuais, é correto dizer:


(A) A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder comparecer. O impedimento deverá ser pro-
vado pelo defensor até a abertura da audiência. Se não o for, o juiz não determinará o adiamento do ato, realizando-o, com
a nomeação de defensor substituto, ainda que provisoriamente ou só para o efeito do ato.
(B) Nenhum acusado será processado sem defensor, salvo se ausente ou foragido.
(C) Nos termos do entendimento do Supremo Tribunal Federal, o direito de ausência do acusado, previsto em nosso sistema
processual penal, não impede que seja ele conduzido coercitivamente para que seja interrogado.
(D) Ainda que o acusado, em seu interrogatório, indique defensor, é imprescindível a juntada aos autos de instrumento de man-
dato, para que não haja dúvida quanto à voluntariedade do ato.
(E) Tendo em vista que o evidente interesse na elucidação do fato criminoso ocorreu no mesmo processo, poderá intervir como
assistente do Ministério Público, podendo ser admitido enquanto não passar em julgado a sentença.

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88. Sobre as citações e intimações no processo penal, pode-se afirmar que:


(A) o processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente ou por edital, deixar de comparecer
sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo.
(B) se o réu estiver no estrangeiro, em lugar sabido, será citado por carta rogatória, interrompendo-se o prazo de prescrição até
o seu cumprimento.
(C) a intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente será feita por publicação no órgão incumbido
da publicidade dos atos judiciais, sendo dispensada a inclusão do nome do acusado.
(D) adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz marcará desde logo, na presença das partes e testemunhas, dia e
hora para seu prosseguimento, do que se lavará termo nos autos.
(E) a citação do funcionário público será feita por intermédio do chefe do respectivo serviço.

89. Nos termos do previsto no art. 397 do Código de Processo Penal, no procedimento comum, o juiz deverá absolver sumariamente
o acusado quando verificar que:
(A) a denúncia é manifestamente inepta.
(B) existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade. Se a inimputabilidade for a
única tese defensiva, no entanto, admite-se aqui a absolvição sumária do acusado.
(C) existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena, ou mesmo se houver fundada dúvida sobre a
existência.
(D) faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal.
(E) existência manifesta de causa excludente da ilicitude.

90. Sobre nulidades no processo penal, pode-se dizer que:


(A) as omissões da denúncia ou da queixa, assim como as da representação, apenas poderão ser supridas até a audiência de
instrução e julgamento.
(B) a falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o
ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de argui-la. O juiz ordenará, todavia, suspensão ou o adiamento
do ato, quando reconhecer que a irregularidade poderá prejudicar direito da parte.
(C) a declaração de nulidade de um ato não importará em nulidade dos atos que dele diretamente dependam ou sejam conse-
quência, tendo em vista que no direito processual penal vige o princípio do isolamento dos atos processuais.
(D) a nulidade por ilegitimidade do representante da parte não poderá ser sanada, implicando em invalidação de todo o procedi-
mento até então realizado.
(E) a ausência de apresentação de alegações finais pela defesa do réu, ao final da primeira fase do procedimento do tribu-
nal do júri, é causa de nulidade absoluta, diante do evidente cerceamento do direito de defesa. Nesse caso, em face da
inércia do advogado constituído pelo réu, o juiz deverá nomear defensor para, obrigatoriamente, apresentar as alegações
finais defensivas.

91. No que diz respeito à revisão criminal, pode-se afirmar:


(A) A revisão criminal poderá ser requerida no prazo de até dois anos após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória
e deverá ser instruída com as peças necessárias para a comprovação do fato.
(B) Em razão do princípio da soberania dos vereditos, não se admite revisão criminal contra as condenações proferidas pelo
Tribunal do Júri.
(C) Julgando procedente a revisão criminal, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu ou anular o
processo, mas não poderá modificar a pena do réu, seja para aumentá-la ou para diminuí-la, sob pena de ser ferida a
coisa julgada.
(D) A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo côn-
juge, ascendente, descendente ou irmão.
(E) A revisão criminal será extinta, sem julgamento do mérito, quando, no curso do procedimento, falecer a pessoa cuja conde-
nação tiver de ser revista, diante da evidente falta de interesse no prosseguimento do feito.

LEI DE EXECUÇÃO PENAL


Danielle Rolim

92. No que diz respeito à atuação da Defensoria Pública na execução penal, é correto afirmar que incumbe à Defensoria Pública:
(A) visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existentes na comarca, devendo apresentar relatórios mensais
ao Juiz da execução e ao Conselho Penitenciário.
(B) inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento e promo-
vendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade.
(C) fiscalizar a execução da pena e da medida de segurança, oficiando no processo executivo e nos incidentes da execução.
(D) emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no estado de saúde
do preso.
(E) visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento, e requerer, quando for o caso, a
apuração de responsabilidade.

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93. Nos termos da Lei de Execução Penal, a progressão de regime demanda o preenchimento de certos requisitos. Com relação a
isso, é correto afirmar que:
(A) o cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade suspende o prazo para a obtenção da pro-
gressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena
remanescente.
(B) o bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cumprimento do requisito tem-
poral exigível para a obtenção do direito.
(C) a decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério
Público. É dispensada, no entanto, a prévia manifestação do defensor.
(D) o preso terá atingido o limite temporal necessário para a progressão de regime se tiver cumprido ao menos 25% da pena, se
for reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça.
(E) considera-se hediondo, para os fins de progressão de regime de cumprimento da pena, o tráfico de drogas previsto no § 4º
do art. 33 da Lei n. 11.343/2003.

94. Sobre a autorização de saída na Lei de Execução Penal, é correto afirmar que:
(A) admite-se a concessão de permissão de saída aos condenados que cumprem pena no regime fechado e semiaberto, mas
não aos presos provisórios.
(B) a permissão de saída se efetivará sem escolta, visando ao desenvolvimento do senso de responsabilidade e de disciplina,
bem como com o fim de evitar a estigmatização da pessoa presa.
(C) a saída temporária não será deferida ao condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo com resultado morte.
(D) a saída temporária será concedida por ato motivado do juiz da execução, e dependerá do cumprimento mínimo de 1/6 da
pena, se o condenado for primário, e 1/3, se for reincidente.
(E) a saída temporária será automaticamente revogada quando o condenado praticar fato definido como crime doloso ou cul-
poso, assim como quando for punido por falta grave.

95. Tício foi inserido no regime disciplinar diferenciado, por decisão proferida pelo juízo da execução, em razão de recaírem sob ele
fundadas suspeitas de envolvimento ou participação em organização criminosa. Nesse contexto, é correto dizer que:
(A) Tício terá direito a visitas quinzenais, de 1 pessoa por vez, a serem realizadas em instalações equipadas para impedir o con-
tato físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de
2 (duas) horas.
(B) se existirem indícios de que Tício exerce liderança da organização criminosa, o regime disciplinar diferenciado será obriga-
toriamente cumprido em estabelecimento prisional federal.
(C) se Tício for preso provisório, não poderá ser submetido ao regime disciplinar diferenciado. Nesse caso, é ilegal a decisão
proferida pelo juízo da execução.
(D) o regime disciplinar diferenciado, dado o caráter gravoso da penalidade, não poderá ser prorrogado sucessivamente. Assim,
ainda que haja indícios de que Tício mantém os vínculos com a organização criminosa, não poderá haver prorrogação, sob
qualquer fundamento.
(E) se após os primeiros 6 meses de regime disciplinar diferenciado Tício não receber visitas, poderá, após prévio agendamento,
ter contato telefônico com uma pessoa da família, duas vezes por mês, e por dez minutos. Esse contato telefônico não
poderá ser gravado, sob pena de estar sendo ferido o direito à intimidade de Tício.

96. Sobre a remição da pena, pelo trabalho e estudo, é correto dizer que
(A) o condenado que cumpre a pena em regime fechado, semiaberto ou aberto poderá remir, por trabalho ou estudo, parte do
tempo de execução da pena.
(B) o tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 no caso de conclusão do ensino fundamental, médio
ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação.
(C) no caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/6 do tempo remido, recomeçando a contagem a partir da data da infração
disciplinar.
(D) o condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto, tem direito à remição da pena pelo estudo. No entanto, o
condenado que está gozando do benefício da liberdade condicional, na poderá remir parte do tempo do período de prova
pelo estudo, apenas pelo trabalho.
(E) é vedado o deferimento de remição por trabalho e estudo, cumulativamente.

97. Sobre a disciplina na execução penal, é correto dizer que:


(A) permite-se o emprego de celas escuras, na sanção dos presos, em hipóteses excepcionais, devidamente fundamentadas
pelo juiz da execução.
(B) diante de uma falta cometida no interior da cela do estabelecimento prisional, não se identificando qual dos presos foi o autor
do ato de indisciplina, deverá ser a aplicada sanção a todos os presos que ocupam aquela cela.
(C) a tentativa é punida com a sanção correspondente à falta consumada.
(D) a lei de execução penal traz o rol de faltas graves, médias e leves, bem como suas respectivas sanções, em obediência ao
princípio da legalidade.
(E) estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de liberdade e o preso provisório, mas não o condenado a pena res-
tritiva de direitos.

22
000000 – PG23

CRIMINOLOGIA
Mariana Barreiras

98. Assinale a alternativa correta no que diz respeito à pena de prisão:


(A) A pena de prisão é um modo de punição com origens socialistas.
(B) A prisão como pena se dissemina após a adoção da noção burguesa de trabalho medido no tempo.
(C) Segundo Foucault, a instituição da prisão, sua crise e sua reforma são movimentos sucessivos e cíclicos da história.
(D) No processo de prisionização, o condenado é educado para ser um criminoso, copiando os criminosos com forte orientação
antissocial, mas não é educado para ser um bom preso.
(E) Para Foucault, a principal função da prisão é suprimir infrações.

99. Assinale a alternativa correta de acordo com o movimento de lei e ordem:


(A) Trata-se de movimento conservador neorretribucionista nascido nos Estados Unidos no começo dos anos 1970.
(B) Trata-se de corrente político-criminal progressista nascida nos movimentos da esquerda inglesa na década de 1980.
(C) Trata-se de movimento que, ao ampliar as possibilidades de prisão provisória, está na base no superencarceramento mundial.
(D) Trata-se de corrente criminológica cujo embasamento teórico encontra-se no pensamento de Thomas Mathiesen.
(E) Trata-se de corrente de pensamento para a qual a tarefa prioritária da polícia deve ser a resolução de crimes, com descon-
sideração pela maior parte de casos de manutenção da ordem, que desorientam a tarefa policial real.

100. Assinale a alternativa incorreta sobre a teoria do Labelling Approach:


(A) Inaugurou o paradigma da reação social.
(B) Rompeu com o ideal consensual de sociedade.
(C) Também é denominada Teoria da Rotulação.
(D) Colocou sob análise principal o delinquente, portador da etiqueta de criminoso.
(E) Inseriu definitivamente o controle social formal na lista de objetos da Criminologia.

23
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE GOIÁS
Defensor Público

Gabarito

Número do Caderno Cargo ou Opção


000000000 Defensor Público

Objetiva Seletiva

001 - A 011 - D 021 - C 031 - E 041 - E 051 - B 061 - A 071 - B 081 - C 091 - D
002 - C 012 - B 022 - D 032 - A 042 - D 052 - A 062 - D 072 - D 082 - E 092 - E
003 - E 013 - A 023 - B 033 - C 043 - E 053 - B 063 - C 073 - C 083 - A 093 - B
004 - D 014 - C 024 - B 034 - B 044 - C 054 - B 064 - B 074 - E 084 - C 094 - C
005 - B 015 - E 025 - E 035 - D 045 - D 055 - C 065 - E 075 - B 085 - B 095 - B
006 - E 016 - E 026 - B 036 - D 046 - D 056 - E 066 - D 076 - E 086 - E 096 - B
007 - E 017 - B 027 - D 037 - C 047 - C 057 - C 067 - A 077 - B 087 - A 097 - C
008 - B 018 - E 028 - E 038 - B 048 - A 058 - C 068 - B 078 - E 088 - D 098 - B
009 - A 019 - C 029 - D 039 - E 049 - B 059 - A 069 - C 079 - C 089 - E 099 - C
010 - C 020 - A 030 - B 040 - A 050 - A 060 - C 070 - B 080 - D 090 - B 100 - D
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000000 – PG26

DIREITO CONSTITUCIONAL
Fabrício Rodrigues

1. No que tange ao conceito e classificação das constituições, bem como ao tema de bloco de constitucionalidade, assinale a alter-
nativa incorreta:
(A) Constituição-lei é aquela entendida como lei fundamental, não somente de toda a atividade estatal e das atividades relacio-
nadas ao Estado, mas também a lei fundamental de toda a vida social.
(B) Bloco de constitucionalidade é o conjunto de normas e princípios extraídos da Constituição, que serve de paradigma para o
Poder Judiciário averiguar a constitucionalidade das leis.
(C) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacio-
nal, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais,
estando incluso no bloco de constitucionalidade.
(D) Constituição formal é aquela dotada de supralegalidade, estando sempre acima de todas as outras normas do ordenamento
jurídico de um determinado país.
(E) Constituição material é aquela escrita ou não em um documento constitucional e que contém normas tipicamente constituti-
vas do Estado e da sociedade.

Letra a.
(a) Errada. Constituição-fundamento é aquela entendida como lei fundamental, não somente de toda a atividade estatal e das atividades
relacionadas ao Estado, mas também a lei fundamental de toda a vida social. Já a Constituição-lei é aquela em que a Constituição é
entendida como uma norma que está no mesmo nível das outras normas do ordenamento, de acordo com a classificação apresentada
por Virgílio Afonso da Silva.
(b) Certa. Bloco de constitucionalidade é o conjunto de normas e princípios extraídos da Constituição, que serve de paradigma para o
Poder Judiciário averiguar a constitucionalidade das leis, conforme leciona Uadi Bulos.
(c) Certa. Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional,
em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais, estando incluso
no bloco de constitucionalidade, segundo a doutrina e o art. 5º, § 3º, da CF/1988.
(d) Certa. Constituição formal é aquela dotada de supralegalidade, estando sempre acima de todas as outras normas do ordenamento
jurídico de um determinado país.
(e) Certa. Constituição material é aquela escrita ou não em um documento constitucional e que contém normas tipicamente constitutivas
do Estado e da sociedade.

2. A respeito do neoconstitucionalismo, assinale a alternativa incorreta:


(A) Possui como marco histórico a formação do Estado constitucional do direito, cuja consolidação se deu após a II Guerra Mundial.
(B) O pós-positivismo, com a centralidade dos direitos fundamentais e a reaproximação entre o direito e a moral, é o seu marco
filosófico.
(C) O neoconstitucionalismo apresenta um movimento único de posição jusfilosófica e de filosofia política.
(D) Como marco teórico, apresenta um conjunto de mudanças que incluem a força normativa à Constituição, a expansão da
jurisdição constitucional e o desenvolvimento de uma nova dogmática da interpretação constitucional.
(E) A constitucionalização do direito importa na irradiação dos valores abrangidos nos princípios e regras da Constituição por
todo o ordenamento jurídico, notadamente pela via da jurisdição constitucional.

Letra c.
(a) Certa. O neoconstitucionalismo possui como marco histórico a formação do Estado constitucional do direito, cuja consolidação se
deu após a II Guerra Mundial.
(b) Certa.. O pós-positivismo, com a centralidade dos direitos fundamentais e a reaproximação entre o direito e a moral, é o marco
filosófico do neoconstitucionalismo.
(c) Errada. O neoconstitucionalismo apresenta um movimento de ampla diversidade de posições jusfilosóficas e de filosofia política,
com a participação de autores bastante heterogêneos, como Ronald Dworkin, Robert Alexy, Peter Haberle, entre outros.
(d) Certa. O neoconstitucionalismo apresenta, como marco teórico, apresenta um conjunto de mudanças que incluem a força normativa
à Constituição, a expansão da jurisdição constitucional e o desenvolvimento de uma nova dogmática da interpretação constitucional.
(e) Certa. A constitucionalização do direito importa na irradiação dos valores abrangidos nos princípios e regras da Constituição por todo
o ordenamento jurídico, notadamente pela via da jurisdição constitucional.

3. Em relação aos limites do poder constituinte derivado reformador, é correto afirmar:


(A) O povo possui legitimidade para apresentar proposta de emenda constitucional (PEC).
(B) A Constituição poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
(C) A emenda à Constituição será promulgada pelo Presidente da República.
(D) A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na
mesma sessão legislativa.
(E) A Constituição pode sofrer alterações informais. Esse fenômeno é conhecido como mutação constitucional.

26
000000 – PG27

Letra e.
(a) Errada. Segundo a doutrina majoritária, o povo não possui legitimidade para apresentar proposta de emenda constitucional (PEC),
consoante interpretação literal do art. 60 da CF/1988.
(b) Errada. Art. 60, § 1º, da CF/1988.
(c) Errada. Art. 60, § 3º, da CF/1988.
(d) Errada. Art. 60, § 5º, da CF/1988.
(e) Correta. Conforme a doutrina, a Constituição pode sofrer alterações informais. Esse fenômeno é conhecido como mutação
constitucional ou poder constituinte difuso.

4. Considerando o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal, no que diz respeito ao controle de constitucionalidade, assinale
a opção correta:
(A) É possível o controle jurisdicional em relação à interpretação de normas regimentais das Casas Legislativas, independente
da situação.
(B) Cabe a declaração de inconstitucionalidade formal de lei por ofensa apenas às normas regimentais das Casas Legislativas.
(C) Quando se tratar de controle jurisdicional de assunto interna corporis, não há falar em vínculo com o princípio da separação
de poderes.
(D) O controle judicial de atos “interna corporis” das Casas Legislativas só é cabível nos casos em que haja desrespeito às
normas constitucionais pertinentes ao processo legislativo.
(E) O controle judicial de atos “interna corporis” das Casas Legislativas só é cabível nos casos em que haja violação às normas
infraconstitucionais.

Letra d.
(a) Errada. Tese fixada pelo STF:
Em respeito ao princípio da separação dos poderes, previsto no art. 2º da Constituição Federal, quando não caracterizado o des-
respeito às normas constitucionais pertinentes ao processo legislativo, é defeso ao Poder Judiciário exercer o controle jurisdicional
em relação à interpretação do sentido e do alcance de normas meramente regimentais das Casas Legislativas, por se tratar de ma-
téria “interna corporis”. (RE 1297884/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 11/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1120) (Info 1021).

(b) Errada. Vide RE 1297884/DF.


(c) Errada. Vide RE 1297884/DF.
(d) Correta Vide RE 1297884/DF.
(e) Errada. Vide RE 1297884/DF.

5. A respeito dos direitos e garantias individuais e coletivas, assinale a alternativa incorreta.


(A) É constitucional o compartilhamento dos relatórios de inteligência financeira da UIF e da íntegra do procedimento fiscali-
zatório da Receita Federal do Brasil com os órgãos de persecução penal para fins criminais sem prévia autorização judi-
cial, devendo ser resguardado o sigilo das informações em procedimentos formalmente instaurados e sujeitos a posterior
controle jurisdicional.
(B) Não viola a Constituição Federal a proibição de veiculação de discurso proselitista em serviço de radiodifusão comunitária.
(C) O habeas data não se revela meio idôneo para se obter vista de processo administrativo, segundo entendimento do STF.
(D) É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais
em cultos de religiões de matriz africana.
(E) Ante conflito entre a liberdade de expressão de agente político, na defesa da coisa pública, e honra de terceiro, há de preva-
lecer o interesse coletivo.

Letra b.
(a) Certa.
É constitucional o compartilhamento dos relatórios de inteligência financeira da UIF e da íntegra do procedimento fiscalizatório da
Receita Federal do Brasil - em que se define o lançamento do tributo - com os órgãos de persecução penal para fins criminais sem
prévia autorização judicial, devendo ser resguardado o sigilo das informações em procedimentos formalmente instaurados e sujei-
tos a posterior controle jurisdicional; O compartilhamento pela UIF e pela RFB referido no item anterior deve ser feito unicamente
por meio de comunicações formais, com garantia de sigilo, certificação do destinatário e estabelecimento de instrumentos efetivos
de apuração e correção de eventuais desvios. (RE 1.055.941, rel. min. Dias Toffoli, j. 4-12-2109, P, DJE de 6-10-2020, Tema 990)

(b) Errada. “Viola a Constituição Federal a proibição de veiculação de discurso proselitista em serviço de radiodifusão comunitária." (ADI
2.566, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 16-5-2018, P, DJE de 23-10-2018)
(c) Certa. "A ação de habeas data visa à proteção da privacidade do indivíduo contra abuso no registro e/ou revelação de dados
pessoais falsos ou equivocados. O habeas data não se revela meio idôneo para se obter vista de processo administrativo." (HD 90 AgR,
rel. min. Ellen Gracie, j. 18-2-2010, P, DJE de 19-3-2010)
(d) Certa. "É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais
em cultos de religiões de matriz africana." (RE 494.601, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 28-3-2019, P, DJE de 19-11-2019)

27
000000 – PG28

(e) Certa. "Ante conflito entre a liberdade de expressão de agente político, na defesa da coisa pública, e honra de terceiro, há de
prevalecer o interesse coletivo, da sociedade, não cabendo potencializar o individual." (RE 685.493, rel. min. Marco Aurélio, j. 22-5-2020,
P, DJE de 17-8-2020, Tema 562)

6. À luz do entendimento do Supremo Tribunal Federal, marque a opção correta:


(A) A Emenda Constitucional n. 69/2012 concedeu competência à União para organizar e manter a sua Defensoria Pública do
Distrito Federal.
(B) A Emenda Constitucional n. 74/2013, que conferiu autonomia às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal, viola
o art. 61, § 1º, II, alínea "c", da CF/1988, de iniciativa privativa do Presidente da República, e o princípio da separação dos
poderes, por ter sido proposta por iniciativa parlamentar.
(C) O poder constituinte estadual possui natureza jurídica de poder constituinte originário.
(D) Não é possível que emenda à Constituição Federal proposta por iniciativa parlamentar trate sobre as matérias previstas no
art. 61, § 1º da CF/1988, quais sejam, de iniciativa privativa do Presidente da República.
(E) A Defensoria Pública passou a contar com Seção própria na Constituição Federal a partir da Emenda Constitucional
no 80/2014.

Letra e.
(a) Errada. O Congresso Nacional promulgou, em 29 de março de 2012, nova Emenda Constitucional (EC 69), concedendo competência
ao Distrito Federal para organizar e manter a sua Defensoria Pública.
(b) Errada. "A EC n. 74/2013, que conferiu autonomia às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal, não viola o art. 61, §
1º, II, alínea "c", da CF/1988 nem o princípio da separação dos poderes, mesmo tendo sido proposta por iniciativa parlamentar." (STF.
Plenário. ADI 5296 MC/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 18/5/2016. Info 826)
(c) Errada. “O poder constituinte estadual não é originário. É poder constituído, cercado por limites mais rígidos do que o poder
constituinte federal.” (STF. Plenário. ADI 5296 MC/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 18/5/2016. Info 826)
(d) Errada. “É possível que emenda à Constituição Federal proposta por iniciativa parlamentar trate sobre as matérias previstas no art.
61, § 1º, da CF/1988.” (STF. Plenário. ADI 5296 MC/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 18/5/2016. Info 826)
(e) Correta. A Emenda Constitucional n. 80 de 2014 que abriu seção específica no texto constitucional (seção IV) para tratar da
Defensoria Pública dentro do capítulo das funções essenciais à justiça.

7. A respeito do procedimento da arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), assinale a opção correta.
(A) A arguição incidental visa evitar ou reparar lesão a preceito fundamental da Constituição resultante de ato do Poder Público.
(B) O objeto da ADPF restringe-se às leis federais e estaduais.
(C) Não pode ser objeto da ADPF legislação anterior à promulgação da Constituição Federal de 1988.
(D) Ato administrativo não pode ser objeto de APDF.
(E) O ajuizamento da ADPF deve atender à subsidiariedade, sendo proposta quando inexistir outro meio idôneo para instrumen-
talização da pretensão de sanar lesão a preceito fundamental.

Letra e.
(a) Errada. A arguição autônoma visa evitar ou reparar lesão a preceito fundamental da Constituição resultante de ato do Poder Público.
A arguição incidental, por sua vez, visa evitar ou reparar lesão a preceito fundamental da Constituição em virtude de controvérsia
constitucional em relação à lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, inclusive anteriores à Constituição.
(b) Errada. A ADPF terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público, bem como lei ou
ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição, nos termos do art. 1º, inciso I, da Lei n. 9.883/1999.
(c) Errada. Art. 1º, inciso I, da Lei n. 9.883/1999.
(d) Errada. Art. 1º, caput, da Lei n. 9.883/1999.
(e) Correta. O ajuizamento da ADPF deve atender à subsidiariedade, sendo proposta quando inexistir outro meio idôneo para
instrumentalização da pretensão de sanar lesão a preceito fundamental, conforme art. 4º, § 1º, da Lei n. 9.883/1999.

8. Considerando o recente entendimento do Supremo Tribunal Federal, a competência para solucionar conflitos de atribuição entre
ramos do Ministério Público é da(o):
(A) Procuradoria-Geral da República.
(B) Conselho Nacional do Ministério Público.
(C) Superior Tribunal de Justiça.
(D) Supremo Tribunal Federal.
(E) Conselho Nacional de Justiça.

Letra b.
(a) Errada.
O Supremo Tribunal Federal (STF), na sessão virtual finalizada em 15/6, alterou sua jurisprudência e decidiu que cabe ao Con-
selho Nacional do Ministério Público (CNMP) solucionar conflitos de atribuições entre os diversos ramos dos Ministérios Públicos.
Prevaleceu entendimento de que o CNMP é o órgão mais adequado para decidir, em razão da previsão constitucional que lhe

28
000000 – PG29

atribui o controle da legalidade das ações administrativas dos membros e órgãos dos diversos ramos ministeriais, sem ingressar
ou ferir a independência funcional (ACO 843/SP, Rel. para acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 05/06/2020)

(b) Correta. Vide ACO 843/SP.


(c) Errada. Vide ACO 843/SP.
(d) Errada. Vide ACO 843/SP.
(e) Errada. Vide ACO 843/SP.

9. Considerando o texto constitucional, à luz do atual entendimento do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta:
(A) O estabelecimento de procedimento de licenciamento ambiental estadual que torne menos eficiente a proteção do meio
ambiente equilibrado quanto às atividades de mineração afronta o caput do art. 225 da Constituição da República por inob-
servar o princípio da prevenção.
(B) Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia quali-
dade de vida, impondo-se exclusivamente ao Poder Público o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futu-
ras gerações.
(C) Incumbe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas por atos normativos primários e secundários.
(D) Aquele que explorar recursos minerais possui a faculdade de recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução
técnica recomendada pelo órgão público competente.
(E) É prescritível no que toca à recomposição dos danos ambientais.

Letra a.
(a) Correta. "O estabelecimento de procedimento de licenciamento ambiental estadual que torne menos eficiente a proteção do meio
ambiente equilibrado quanto às atividades de mineração afronta o caput do art. 225 da Constituição da República por inobservar o
princípio da prevenção." (ADI 6.650, rel. min. Carmen Lúcia, j. 27-4-2021, P, DJE de 5-5-2021)
(b) Errada. Art. 225, caput, da CF/1988.
(c) Errada. Art. 225, § 1º, inciso III, da CF/1988.
(d) Errada. Art. 225, § 2º, da CF/1988.
(e) Errada. "A reparação do dano ao meio ambiente é direito fundamental indisponível, sendo imperativo o reconhecimento da
imprescritibilidade no que toca à recomposição dos danos ambientais." (RE 654.833, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 20-4-2020, P, DJE
de 24-6-2020, Tema 999)

10. De acordo com o texto constitucional, o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios, exceto:
(A) igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.
(B) liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber.
(C) progressiva universalização do ensino médio gratuito.
(D) pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino.
(E) gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.

Letra c.
(a) Errada. Art. 206, inciso I, da CF/1988.
(b) Errada. Art. 206, inciso II, da CF/1988.
(c) Correta. Art. 208, inciso II, da CF/1988
(d) Errada. Art. 206, inciso III, da CF/1988.
(e) Errada. Art. 206, inciso IV, da CF/1988.

29
000000 – PG30

DIREITOS HUMANOS
Werner Hech

11. Sobre o controle de convencionalidade, é incorreto afirmar:


(A) Pode ser realizado no âmbito internacional, bem como no interno.
(B) Não há no ordenamento jurídico expressamente a possibilidade de realizá-lo de forma concentrada.
(C) Ao exercê-lo, a parte da sentença que determinar indenização compensatória poderá ser executada no país respectivo pelo
processo interno vigente para a execução de sentenças contra o Estado.
(D) Não é um instrumento do constitucionalismo multinível.
(E) Ao exercê-lo, a Corte Interamericana de Direitos Humanos entendeu ser inconvencional o crime de desacato, em desacordo
com o entendimento do STF.

Letra d.
(a) Correto. No âmbito internacional, é realizado pelas cortes internacionais, e no âmbito interno, pelo Poder Judiciário.
(b) Correto. Em que pese o STF aplique o controle de convencionalidade em alguns julgados de ações de controle de constitucionalidade
concentrado, não há tal previsão expressa no ordenamento jurídico.
(c) Correto. Conforme o art. 68.2 da CADH.
(d) Errado. O controle de convencionalidade é visto como um instrumento do constitucionalismo multinível pela doutrina majoritária, em
que a reunião de entendimento de diversos Estados sobre um assunto pode gerar a mitigação da soberania estatal.
(e) Correto. Isso se verifica pelo cotejo entre o Caso Palamara Iribarne Vs. Chile e a ADPF n. 496.

12. É possível afirmar sobre a Teoria Geracional de Karel Vasak que:


(A) a quarta e quinta gerações têm objetos e espaços temporais definidos de forma uníssona na doutrina.
(B) o abandono da ideia antropocêntrica dos direitos humanos também pode ser chamado de “greening”.
(C) o direito ao voto feminino pode ser enquadrado como um Direito Político e por isso pertence à 1ª geração.
(D) a Revolução Russa pertence à mesma geração das Revoluções Inglesa, Americana e Francesa, sendo conhecido como ciclo
revolucionário dos Direitos Humanos.
(E) August Babel é um dos expoentes filosóficos que ditou a formatação do pensamento da 3ª geração.

Letra b.
(a) Errado. A doutrina diverge sobre os direitos que estariam contidos na 4ª e 5ª gerações, tendo em vista que tais gerações não foram
criadas por Karel Vasak.
(b) Certo. O abandono do antropocentrismo gerou a migração para o ecocentrismo durante a 3ª geração, também chamado de
esverdeamento dos Direitos Humanos ou “greening”.
(c) Errado. O Direito ao voto é considerado um direito de igualdade, pois já tinha sido consolidado de forma censitária na 1ª geração,
bem como tal direito é reivindicado no início da revolução industrial (marco inicial da 2ª geração).
(d) Errado. A Revolução Russa faz parte da 2ª geração, já as outras fazem parte da 1ª geração.
(e) Errado. August Babel foi um expoente filosófico da 2ª geração.

13. Sobre a pena de morte e a Convenção Americana de Direitos Humanos, é incorreto afirmar que:
(A) impõe a abolição de tal pena em todos os países signatários.
(B) somente pode ser aplicada após o trânsito em julgado.
(C) impõe a impossibilidade de ser restabelecida.
(D) dispõe não poder ser imposta a pessoa menor de 18 anos de idade no momento em que cometeu o delito, ou maior de
setenta, nem aplicá-la a mulher em estado de gravidez.
(E) afirma em nenhum caso poder a pena de morte ser aplicada por delitos políticos, nem por delitos comuns conexos com deli-
tos políticos.
Letra a.
(a) Errado. A CADH não faz tal imposição, pois traça até mesmo limites para aplicação da pena de morte (art. 4).
(b) Certo. Art. 4.2 da CADH.
(c) Certo. Art. 4.3 da CADH.
(d) Certo. Art. 4.5 da CADH.
(e) Certo. Art. 4.4 da CADH.

14. Sobre a internalização dos tratados internacionais de direitos humanos no ordenamento jurídico brasileiro, é correto afirmar:
(A) O processo de internalização se desenvolve em 3 fases.
(B) Na fase congressual, não é possível realizar qualquer tipo de supressão de artigos ou mesmo interpretação do texto do tra-
tado em análise.
(C) A fase da Ratificação tem como características a formalidade, irretratabilidade e discricionariedade.
(D) É na fase do Decreto Presidencial que o tratado é posicionado hierarquicamente no ordenamento jurídico.
(E) Caso o Presidente da República se omita em publicar o tratado que tenha passado por todas as fases anteriores, é possível
ser responsabilizado.

30
000000 – PG31

Letra c.
(a) Errado. Tendo em vista o entendimento do STF, o processo de internalização dos tratados internacionais se desenvolve em 4 fases:
Assinatura, Congressual, Ratificação e Decreto Presidencial.
(b) Errado. Na fase congressual, é possível realizar ressalvas aos tratados, divididas em duas espécies: supressiva e interpretativa.
(c) Certo. Essas são as características que a doutrina extrai da referida fase.
(d) Errado. O posicionamento hierárquico acontece na fase Congressual, de acordo com o disposto no art. 5º, § 3º, da CF/1988.
(e) Errado. Todas as fases da internalização dos tratados são discricionárias e não têm apontamento sobre prazos para serem
completadas.

15. Sobre os direitos humanos, é incorreto afirmar:


(A) No âmbito interamericano, os direitos de igualdade são decorrência dos direitos de liberdade, mas isso não é verdade no
âmbito universal.
(B) A Cláusula Federal é a que impõe aos países signatários dos tratados internacionais de direitos humanos a responsabiliza-
ção do Estado como uno, independentemente de qual ente federativo tenha dado causa à ofensa.
(C) Encontrando-se determinada pessoa em local sujeito à jurisdição do Estado brasileiro, terá a proteção da Convenção Ame-
ricana de Direitos Humanos, independentemente de qual seja a sua nacionalidade.
(D) Somente pessoas físicas podem vindicar direitos perante o Sistema Interamericano de Direitos Humanos, federações e Con-
federações.
(E) O Brasil pode figurar no polo ativo de uma demanda perante o Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas.

Letra e.
(a) Correto. O Protocolo de São Salvador trata dos direitos de igualdade no âmbito interamericano, sendo adicional à CADH. Logo,
decorrente dos direitos de liberdade (1ª geração). Já o PIDCP (1ª geração) e o PIDESC (2ª geração) são tratados autônomos
(b) Correto. Essa é a interpretação que a doutrina dá para a Cláusula Federal.
(c) Correto. Conforme “Comentários à Convenção Americana sobre Direitos Humanos” (Flávia Piovesan, Melina Girardi Fachin, et
al. Pág. 18).
(d) Correto. É o que ficou decidido pela Corte IDH na OC n. 22.
(e) Errado. Como o Brasil ainda não fez a declaração expressa, a que se refere o art. 41, do PIDCP, não pode demandar não pode ser
demandado em petições interestatais perante o Comitê de Direitos Humanos da ONU.

16. Sobre a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, é incorreto afirmar:


(A) A Convenção de Belém do Pará pode ser invocada perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos, mesmo estando
expressamente disposto apenas o direito de petição individual perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
(B) O primeiro ciclo de julgamentos da Corte Interamericana de Direitos Humanos é conhecido como Ciclo Hondurenho.
(C) Caso Campo Algodoeiro x México foi o primeiro em que a corte condenou algum país por ofensa estrutural de gênero.
(D) O Brasil foi absolvido perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos em apenas um caso até o momento.
(E) O Brasil já foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos em todas as seguintes temáticas: migração, refúgio
e apátridas.

Letra e.
(a) Certo. Esse foi o entendimento da Corte IDH no Caso Campo Algodoeiro x México.
(b) Certo. Esse é o nome encontrado na doutrina para o referido ciclo.
(c) Certo. Certo. A alternativa é autoexplicativa.
(d) Certo. No caso Gilson Nogueira x Brasil houve absolvição.
(e) Errado. O Brasil até o momento não foi condenado em nenhuma delas, sendo uma referência em todos esses assuntos.

17. Indique em qual caso julgado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos foi declarada a inconvencionalidade do art. 268 do
Código de Processo Penal, por possibilitar a participação da vítima apenas na fase processual, e não durante as investigações:
(A) Caso Garibaldi vs Brasil.
(B) Caso Rosa Gomes Genoveva e outros vs Brasil.
(C) Caso Fazenda Brasil Verde vs Brasil.
(D) Caso Escher e outros vs Brasil.
(E) Caso Povo Indígena Xucuru vs Brasil.

Letra b.
O Caso Favela Nova Brasília vs Brasil foi batizado de Caso Rosa Gomes Genoveva e outros vs Brasil perante a Comissão Interamericana
de Direitos Humanos. A corte, ao julgá-lo, entendeu que o art. 268 do CPP é inconvencional, pois não possibilita a participação da vítima
durante as investigações.

31
000000 – PG32

18. Julgue os itens a seguir:


I. Segundo o entendimento consolidado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, a publicação de Relatório de Mérito
pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos impede a submissão do caso à Corte.
II. O Relativismo Cultural é uma das teorias críticas dos Direitos Humanos e, basicamente, opõe-se à ideia de universalismo
dos Direitos Humanos.
III. A interpretação dada em sentido estrito ao termo “tratados internacionais” contido no art. 64 da Convenção Americana sobre
Direitos Humanos, não abarca a Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem.
IV. No início de cada caso perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos, será determinado o idioma de trabalho.

Contém apenas itens corretos:


(A) I e III.
(B) I, III e IV.
(C) III e IV.
(D) I e II.
(E) Nenhuma das anteriores.

Letra e.
I – Errado. Nos casos Fazenda Brasil Verde; Favela Nova Brasília; entre outros, a Corte entendeu não inviabilizar sua jurisdição.
II – Certo. Esse é o entendimento encontrado na doutrina.
III – Errado. A OC n. 10 ficou consolidado que o termo deve ser interpretado em sentido amplo e abarca a DADDH.
IV – Certo. Art. 22.3 da CAHD.

19. Acerca dos julgados e procedimentos da Corte Interamericana de Direitos Humanos, é correto afirmar:
(A) Até hoje foram proferidas quatro Opiniões Consultivas por compatibilidade, sendo que todas foram propostas pela Comissão
Interamericana de Direitos Humanos.
(B) A Corte pode ser consultada para analisar projeto de lei em qualquer espécie de Opinião Consultiva.
(C) Não é possível denunciar apenas a jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
(D) Corte não pode emitir Opinião Consultiva sobre a Declaração Americana de Direitos Deveres do Homem, pois a Convenção
Americana sobre Direitos Humanos expressamente se refere a “tratados internacionais”, natureza distinta da declaração.
(E) Não é possível excepcionar o requisito de admissibilidade do esgotamento dos recursos internos na hipótese de inexistência
de advogado que defenda os interesses do requerente, em virtude de possíveis represálias.

Letra c.
(a) Errada. Apenas 2 Opiniões Consultivas dessa espécie foram proferidas até hoje. (OC n. 4/1984 e 12/1991). Além disso, a CIDH
não tem legitimidade para consultar a Corte IDH por compatibilidade. Apenas um Estado-Membro da OEA pode dar início a tal consulta,
conforme art. 64.2 da CADH.
(b) Errada. Segundo a OC ns. 4/1984 e 12/1991, apenas na consulta por compatibilidade pode ser realizada análise de projeto de lei.
(c) Certa. De acordo com a Opinião Consultiva n. 02/1982.
(d) Errada. Segundo a OC n. 10/1989: "Declaração Americana dos Direitos e Deveres do homem deve ser considerada “tratado
internacional” para fins do art. 64 da CADH e que, sim, é possível a emissão de pareceres consultivos acerca da declaração
supramencionada, desde que dentro dos limites de sua competência e em uma relação de conectividade com a CADH."
(e) Errada. Segundo a OC n. 11/1990, essa é uma hipótese que excepciona o referido requisito de admissibilidade.

20. A Convenção Americana sobre Direitos Humanos proíbe a escravidão ou servidão, mas também reconhece os trabalhos que não
são considerados forçados ou obrigatórios, dentre esses assinale a alternativa que não consta na CADH.
(A) Os trabalhos que gerem despesa maior que o salário auferido.
(B) Os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoal reclusa em cumprimento de sentença ou resolução formal expe-
dida pela autoridade judiciária competente. Tais trabalhos ou serviços de devem ser executados sob a vigilância e controle
das autoridades públicas, e os indivíduos que os executarem não devem ser postos à disposição de particulares, companhias
ou pessoas jurídicas de caráter privado.
(C) O serviço militar e, nos países onde se admite a isenção por motivos de consciências, o serviço nacional que a lei estabelecer
em lugar daquele.
(D) O serviço imposto em casos de perigo ou calamidade que ameace a existência ou o bem-estar da comunidade.
(E) O trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais.

Letra a.
Apenas a alternativa “a” não consta no art. 6.3 da CADH.

32
000000 – PG33

DIREITO ADMINISTRATIVO
Roberta Fragoso

21. Sobre as parcerias na Administração Pública, é incorreto afirmar que:


(A) a realização de parcerias com particulares foi uma das primeiras formas de exercício de atividades econômicas e serviços
públicos não exclusivos encontradas pelo estado.
(B) possui como justificativas históricas: ausência de recursos e de capacidade tecnológica.
(C) a concessão comum, nos termos da Lei n. 8.987/1995, caracteriza-se por um contrato típico de direito público mediante o
qual se transfere, por prazo indeterminado, a exploração de serviço que compete a uma entidade pública para um particular,
ou para uma pessoa jurídica de direito privado da administração indireta, mediante o pagamento de tarifas pelos usuários.
(D) o concessionário executa o serviço em nome próprio, por sua conta e risco.
(E) para o concessionário, a prestação de serviço é o meio pelo qual obterá o fim almejado: o lucro. Reversamente, para o
Estado, o lucro que propicia ao concessionário é o meio por cuja via busca sua finalidade: a boa prestação de serviço.

Letra c.
O item “c” está errado porque os contratos são sempre por prazo determinado.

22. São princípios inerentes ao contrato de concessão comuns:


(A) Continuidade do Serviço Público.
(B) Mutabilidade do Regime Jurídico.
(C) Igualdade dos Usuários.
(D) Gratuidade no serviço.
(E) Eficiência.

Letra d.
O item “d” está errado porque há o pagamento de tarifas.

23. Ainda sobre os contratos de concessão, pode-se afirmar, exceto:


(A) Os contratos de concessão produzem efeitos trilaterais: embora celebrado apenas entre o poder concedente e o concessio-
nário, seus efeitos alcançam terceiros, estranhos à celebração do ajuste: os usuários do serviço concedido.
(B) A concessão deve ser sempre precedida de licitação, na modalidade de concorrência. Já a permissão pode ser conferida à
pessoa física ou jurídica, sem ser necessário licitação.
(C) Por motivos de interesse público, poderá o Estado retomar o serviço que estava sendo concedido ao particular (hipótese de
Encampação – uma das formas de extinção do contrato).
(D) O Concessionário se remunera pela exploração do próprio serviço concedido, mediante cobrança da tarifa (natureza de
preço público). A tarifa é necessária para amortizar o capital investido e para a obtenção do lucro pela concessionária.
(E) A submissão das concessões ao regime de Direito Público traduz características que as distinguem das demais modalidades
contratuais, dentre as quais as prerrogativas – no sentido de conferirem à Administração uma situação de primazia diante
do particular – e as sujeições – funcionando como verdadeiros limites à atuação administrativa. Como exemplo de prerroga-
tiva, temos a possibilidade de a Administração Pública poder alterar, unilateralmente, as cláusulas dos contratos, com o fim
de melhor atender ao interesse público – são as chamadas cláusulas exorbitantes. Como sujeição, podemos citar a necessi-
dade de buscar sempre o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato, para que a equação entre custo/benefício, realizada
inicialmente com a proposta do particular, permaneça em vigor durante todo o contrato.

Letra b.
O item “b” está errado porque há necessidade de licitação antes das permissões.

24. São poderes do concedente:


(A) inspeção e fiscalização.
(B) alteração das cláusulas regulamentares após anuência da concessionária.
(C) extinguir a concessão antes do prazo instituído.
(D) intervenção.
(E) aplicação das sanções ao concessionário inadimplente.

Letra b.
O item “b” está errado porque há possibilidade de alteração unilateral das cláusulas contratuais pelo poder concedente, sem oitiva da
parte contrária.

33
000000 – PG34

DIREITO TRIBUTÁRIO
Renato Grilo

25. Levando em consideração as normas constitucionais de natureza tributária e as imunidades, assinale a alternativa correta.
(A) Está constitucionalmente proibida qualquer instituição de tributo federal diferenciado por região do país.
(B) Sem nenhuma ressalva, estão vedadas as limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais.
(C) Está permitido o estabelecimento de diferença tributária entre bens e serviços em razão do município de procedência ou
de destino.
(D) É permitida, excepcionalmente, a instituição de isenções de tributos da competência de outros entes federativos.
(E) A imunidade tributária constitucional proíbe a União de instituir impostos sobre o patrimônio de estados e municípios.

Letra e.
(a) Art. 151. É vedado à União: (...) I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País.
(b) Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios: (...) V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais,
ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
(c) Art. 152, CF. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de
qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
(d) Art. 151. É vedado à União: (...) III – instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
(e) Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios: (...) VI – instituir impostos sobre: (...) a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.

PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS
Werner Hech

26. Sobre a legislação afeta à Defensoria Pública e seus membros, é correto afirmar:
(A) Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Estado é órgão auxiliar da Defensoria Pública do Estado, de promoção da qua-
lidade dos serviços prestados pela instituição.
(B) A Emenda Constitucional n. 45 de 2004 inseriu a autonomia funcional e administrativa no rol de prerrogativas asseguradas
apenas às Defensoria Pública Estaduais.
(C) O Defensor Público do Estado, segundo a Lei Complementar Estadual n. 130/2017, tem a prerrogativa de ter vista pessoal
dos processos fora dos cartórios e secretarias, sem qualquer restrição.
(D) O Defensor Público não tem o dever de se declara suspeito ou impedido, pois tal incumbência é da parte lesada.
(E) Não é vedado ao Defensor Público do Estado de Goiás receber em nome próprio, a qualquer título e sob qualquer pretexto,
honorários, percentagens ou custas processuais, em razão de suas atribuições.

Letra b.
(a) Errado. Tal descrição se enquadra nas características da Ouvidoria-Geral (art. 105-A da LC n. 80/1994).
(b) Certo. Antes da referida emenda não existia o § 1º do art. 134 da CF.
(c) Errado. Art. 157, VI, da LCE n. 130/2017.
(d) Errado. Art. 158, IX, da LCE n. 130/2017.
(e) Errado. Art. 159, III, da LCE n. 130/2017.

27. Dentre as alternativas a seguir, indique qual não se enquadra como objetivo da Defensoria Pública, segundo a Lei Complementar
Estadual n. 130/2017:
(A) A afirmação do Estado Democrático de Direito.
(B) A primazia da dignidade da pessoa humana e a redução das desigualdades sociais.
(C) A garantia dos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório.
(D) A orientação jurídica e exercício da defesa dos necessitados, em todos os graus.
(E) A prevalência e efetividade dos Direitos Humanos.

Letra d.
A única assertiva que não costa no art. 3º da LCE n. 130/2017 é a letra “d”.

34
000000 – PG35

28. Acerca da Lei Orgânica Estadual da Defensoria Pública do Estado de Goiás, é correto afirmar:
(A) O Governador nomeará o Defensor Público-Geral e o Subdefensor Público-Geral, dentre membros estáveis da Carreira e
maiores de 35 (trinta e cinco) anos, escolhidos em lista tríplice formada pelo voto direto, secreto, plurinominal e obrigatório
de seus membros, para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução.
(B) Caso o Chefe do Poder Executivo não efetive a nomeação do Defensor Público-Geral do Estado nos 15 (quinze) dias que se
seguirem ao recebimento da lista tríplice, será investido automaticamente no cargo o Defensor Público mais votado para o
exercício do mandato, podendo fazer a escolha a qualquer momento posterior, fazendo a eventual substituição do Defensor
Público que foi investido automaticamente.
(C) O Defensor Público Coordenador de Núcleo exercerá tal função com a suspensão de suas atribuições ordinárias.
(D) O Coordenador de Núcleo Especializado será destituído da função mediante ato do Defensor Público-Geral.
(E) O exercício de cargo em comissão ou função de confiança é incompatível com o de membro eletivo do Conselho Superior da
Defensoria Pública do Estado.

Letra e.
(a) Errado. O único cargo nomeado pelo governador é o de Defensor Público Geral, conforme disposto no art. 10 da LCE n. 130/2017.
(b) Errado. Quando há a investidura automática do Defensor Público pelo decurso do prazo de 15 dias, esse fica até o final do respectivo
mandato, salvo se for afastado por processo próprio.
(c) Errado. O art. 39 da LCE n. 130/2017 dispõe que o Coordenador de Núcleo exerce tal função sem prejuízo de suas atribuições
ordinárias.
(d) Errado. O Defensor Público-Geral somente tem o poder de propor a destituição do Coordenador de Núcleo Especializado, submetida
à aprovação da maioria absoluta do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado, conforme art. 43. Da LCE n. 130/2017.
(e) Correto. Conforme art. 24, parágrafo único, da LCE n. 130/2017.

29. Os Defensores Públicos do Estado, nos termos do parágrafo primeiro do artigo 171 da Lei Complementar Estadual n. 171/2017,
são passíveis das seguintes sanções:
(A) Cassação de disponibilidade e multa.
(B) Suspensão por prazo indeterminado.
(C) Prestação de serviços à comunidade.
(D) Censura, remoção compulsória e cassação de disponibilidade.
(E) Censura e multa.

Letra d.
A única alternativa que contempla o disposto no art. 171 da LCE n. 130/2017 é a letra “d”, tendo em vista que multa, prestação de serviço
à comunidade e suspensão por prazo indeterminado não estão presentes na disposição legal.

30. Acerca do processo administrativo disciplinar, segundo a Lei Orgânica Estadual da Defensoria Pública do Estado de Goiás, é
correto afirmar:
(A) Compete ao Corregedor-Geral, sempre por despacho motivado, a instauração de sindicância por recomendação do Defensor
Público-Geral do Estado ou determinação do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado.
(B) A apuração das infrações disciplinares será feita mediante processo administrativo sumário, quando cabíveis as penas de
advertência, censura e suspensão, e processo administrativo ordinário, quando cabíveis as penas de cassação de disponi-
bilidade ou aposentadoria e de demissão.
(C) Qualquer pessoa pode provocar o Corregedor-Geral para que instaure processo administrativo disciplinar, mesmo de
forma anônima.
(D) Durante a sindicância ou processo administrativo, o Defensor Público-Geral do Estado, de ofício, poderá afastar o sindicado
ou o indiciado do exercício do cargo, sem prejuízo de sua remuneração, desde que demonstrada a necessidade da medida
para a garantia da regular apuração dos fatos.
(E) Se o sindicado ou investigado não for encontrado no endereço indicado em seus assentos funcionais ou se furtar à citação
ou intimação, será julgado à revelia.

Letra b.
(a) Errado. O DPG pode determinar e o Conselho Superior pode recomendar, conforme art. 182, I, “b”, da LCE n. 130/2017.
(b) Certo. Art. 181, I e II, da LCE n. 130/2017.
(c) Errado. Embora, qualquer pessoa possa provocar o Corregedor-Geral para que instaure PAD, não pode ser feito de forma anônima
(art. 182, I, alínea “c”, da LCE n. 130/2017).
(d) Errado. O afastamento somente se dará nessas circunstâncias por representação do Corregedor-Geral (art. 183 da LCE n. 130/2017).
(e) Errado. Art. 184, parágrafo único, da LCE n. 130/2017.

35
000000 – PG36

31. Assinale a alternativa incorreta, diante das disposições legais aplicadas à Defensoria Pública do Estado de Goiás e seus membros:
(A) Ao Defensor Público-Geral do Estado, ouvido o Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado, é assegurada a compe-
tência para propor ao Poder Legislativo a criação de cargos da Carreira de Defensor Público e do Quadro de pessoal próprio
da Defensoria Pública do Estado.
(B) Aplicam-se subsidiariamente aos Defensores Públicos as disposições do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Poder
Executivo do Estado de Goiás e de suas autarquias, desde que compatíveis com o regime jurídico estabelecido por esta Lei
Complementar.
(C) Ao membro da Defensoria Pública será concedida licença paternidade pelo prazo de 20 (vinte) dias, sem prejuízo de sua
remuneração, mediante a apresentação da certidão de nascimento constante do respectivo registro.
(D) Serão concedidas aos membros da Defensoria Pública as seguintes licenças: para tratamento de saúde; por doença em
pessoa da família; por luto, em virtude de falecimento de cônjuge ou companheiro, pais, filhos, irmãos, avós, netos, sogros,
padrasto ou madrasta, enteado ou menor sob sua guarda ou tutela; por casamento; à gestante e adotante; paternidade;
prêmio por assiduidade; para tratar de interesses particulares, e por motivo de afastamento de cônjuge.
(E) Diante da autonomia administrativa da Defensoria Pública, o Defensor Público-Geral do Estado não poderá solicitar ao
Chefe do Poder Executivo a disposição de servidores do quadro próprio do Poder Executivo, para atuarem junto a Defen-
soria Pública.

Letra e.
(a) Certo. Art. 235 da LCE n. 130/2017.
(b) Certo. Art. 232 da LCE n. 130/2017.
(c) Certo. Art. 137 da LCE n. 130/2017.
(d) Certo. Art. 129 da LCE n. 130/2017.
(e) Errado. Art. 236 da LCE n. 130/2017.

32. Conforme as disposições da Lei Orgânica Nacional da Defensoria Pública concernentes à Ouvidoria-Geral, assinale a alternativa
que não consta do rol de suas competências:
(A) Apresentar ao Defensor Público-Geral, em janeiro de cada ano, relatório das atividades desenvolvidas no ano anterior.
(B) Participar, com direito a voz, do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado.
(C) Estabelecer meios de comunicação direta entre a Defensoria Pública e a sociedade, para receber sugestões e reclamações,
adotando as providências pertinentes e informando o resultado aos interessados.
(D) Coordenar a realização de pesquisas periódicas e produzir estatísticas referentes ao índice de satisfação dos usuários, divul-
gando os resultados.
(E) Receber e encaminhar ao Corregedor-Geral representação contra membros e servidores da Defensoria Pública do Estado,
assegurada a defesa preliminar.

Letra a.
A alternativa “a” é a única que não costa nos incisos do art. 105-C da LC n. 80/1994.

33. A respeito da Defensoria Pública, julgue os itens a seguir:


I. Dados os princípios da indivisibilidade e da unidade, a manifestação do defensor público substituto se vincula à opinião ini-
cialmente emitida pelo defensor substituído.
II. Aplica-se à Defensoria Pública a regra constitucional que prevê remuneração por meio de subsídio em parcela única, sendo
vedado o acréscimo de qualquer outra espécie remuneratória.
III. A promoção na carreira é efetivada por ato do Defensor Público-Geral do Estado. A antiguidade, quando for esse o critério,
será apurada pelo tempo de efetivo exercício desde o encerramento do estágio probatório.
IV. O Supremo Tribunal Federal reputa inconstitucional norma que imponha a celebração de convênio com a OAB para presta-
ção de assistência jurídica, por limitação à autonomia das Defensorias Públicas.

Apenas os itens estão incorretos:


(A) II e IV.
(B) I, II e III.
(C) I e III.
(D) III e IV.
(E) I, II, III e IV.

Letra c.
I – Está errado, pois o princípio da independência funcional possibilita a divergência de posicionamentos entre os membros da instituição.
II – Está correto, de acordo com o disposto no art. 135 da CF/1988.
III – Está errado, tendo em vista o disposto no art. 116, § 2º, da LC n. 80/1994.
IV – Está correto, conforme entendimento expressado na ADI n. 4.163 do STF.

36
000000 – PG37

DIREITO CIVIL
Thiago Deienno

34. A respeito do direito de laje, assinale a alternativa correta:


(A) O proprietário de uma construção-base poderá ceder apenas a superfície inferior de sua construção, a fim de que o titular da
laje mantenha unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo.
(B) A instituição do direito real de laje não implica a atribuição de fração ideal de terreno ao titular da laje ou a participação pro-
porcional em áreas já edificadas.
(C) O proprietário de uma construção-base poderá ceder apenas a superfície superior de sua construção, a fim de que o titular
da laje mantenha unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo.
(D) A unidade imobiliária construída sobre a laje não terá matrícula própria no Registro Imobiliário.
(E) A ruína da construção-base implica extinção do direito real de laje, ainda que esse tenha sido constituído na superfície inferior
da construção-base.

Letra b.
(a) Incorreta. Nos termos do artigo 1.510-A do CCB, o proprietário de uma construção-base poderá ceder a superfície superior ou
inferior de sua construção a fim de que o titular da laje mantenha unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo.
(b) Correta. Nos termos do artigo 1.510-A, § 4º, do CCB, a instituição do direito real de laje não implica a atribuição de fração ideal de
terreno ao titular da laje ou a participação proporcional em áreas já edificadas.
(c) Incorreta. Nos termos do artigo 1.510-A do CCB, o proprietário de uma construção-base poderá ceder a superfície superior ou
inferior de sua construção a fim de que o titular da laje mantenha unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo.
(d) Incorreta. Nos termos do artigo 1.510-A, § 3º, do CCB, a instituição do direito real de laje não implica a atribuição de fração ideal de
terreno ao titular da laje ou a participação proporcional em áreas já edificadas.
(e) Incorreta. Nos termos do artigo 1.510-E, I, do CCB, a ruína da construção-base implica extinção do direito real de laje, salvo se este
tiver sido instituído sobre o subsolo.

35. Sobre os alimentos gravídicos, assinale a alternativa incorreta:


(A) Não dependem de prova da paternidade para a aferição da legitimidade passiva do devedor dos alimentos.
(B) Devem ser automaticamente convertidos em pensão alimentícia em favor do recém-nascido, independentemente de
pedido expresso.
(C) Autorizam a prisão civil do devedor.
(D) Devem ser fixados diante de mero indício de gravidez.
(E) A titular do direito aos alimentos gravídicos é a mulher gestante.

Letra d.
(a) Correta. Nos termos do artigo 6º da Lei de Alimentos Gravídicos, convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará
alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades
da parte ré.
(b) Correta. Nos termos do artigo 6º da Lei de Alimentos Gravídicos, parágrafo único, após o nascimento com vida, os alimentos
gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão.
(c) Correta. Nos termos do artigo 11 da Lei de Alimentos Gravídicos, aplicam-se supletivamente nos processos regulados por esta Lei
as disposições do Código de Processo Civil. Portanto, o artigo 528, § 3º, do CPC é aplicável à execução dos alimentos gravídicos.
(d) Incorreta. Nos termos do artigo 6º da Lei de Alimentos Gravídicos, convencido da existência de indícios da paternidade, E NÃO DE
GRAVIDEZ, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora
e as possibilidades da parte ré.
(e) Correta. Nos termos do artigo 1º da Lei de Alimentos Gravídicos, esta Lei disciplina o direito de alimentos da mulher gestante e a
forma como será exercido.

Imagine a seguinte situação hipotética para julga os itens a seguir:

Leonardo, cuja certidão de nascimento não consta o nome do pai, e Vera, sua mãe biológica, juntamente com o seu atual marido, Jorge,
que é o responsável desde o nascimento de Leonardo pela sua criação, sustento e educação, vão ao Registro Civil e obtêm o reconhe-
cimento, pela via administrativa, da filiação socioafetiva, sendo essa lançada na respectiva certidão de nascimento. Ocorre que, agora,
Leonardo pretende discutir e ver reconhecida, judicialmente a paternidade biológica.

Com base no caso apresentado:


I. Jorge pode, ainda que não tenha incorrido em vício da vontade, ter desconstituída a paternidade socioafetiva anteriormente
reconhecida, caso prove que não mais há vínculo afetivo com Leonardo.
II. É admissível a discussão judicial da paternidade biológica para a produção de seus efeitos jurídicos, mantendo-se concomi-
tantemente à paternidade socioafetiva, ainda que esta já tenha sido reconhecida em registro público.
III. Caso Jorge morresse antes de ter reconhecida a paternidade socioafetiva, não seria mais possível tal reconhecido, já que é
impossível o reconhecimento de paternidade socioafetiva de pai morto.

37
000000 – PG38

36. Está correto o que se afirma em:


(A) I e II.
(B) I e III.
(C) II e III.
(D) Apenas II.
(E) Apenas III.

Letra d.
A alternativa a ser assinalada é a “e”. Eis que:
I – Incorreta. Segundo o STJ, no Resp. 1330404 – RS, a filiação socioafetiva não comporta posterior alteração.
II – Correta. Segundo o STF, na tese fixada no ARE 1114299/DF, a paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não
impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios.
III – Incorreta. Segundo o STJ, no Resp. 1500999-RJ, é possível o reconhecimento da paternidade socioafetiva após a morte de quem
se pretende reconhecer como pai.

37. A respeito do direito ao esquecimento, nos termos da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:
(A) o direito ao esquecimento é a pretensão apta a impedir a divulgação de fatos ou dados inverídicos, descontextualizados ou
destituídos de interesse público relevante.
(B) é compatível com a Constituição a ideia de um direito ao esquecimento.
(C) é incompatível com a Constituição a ideia de um direito ao esquecimento, assim entendido como o poder de obstar, em razão
da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e publicados em meios de comunica-
ção social analógicos ou digitais.
(D) a ideia de um direito ao esquecimento, entendido como o poder de obstar, em razão da passagem do tempo, a divulgação
de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e publicados em meios de comunicação social é incompatível com o direito
à intimidade e à vida privada.
(E) caso os dados tenham sido licitamente obtidos em meios de comunicação, não há abuso ou excesso no exercício da liber-
dade de expressão e de informação.

Letra c.
(a) Incorreta. Segundo o STF, no julgamento do RE 1010606/RJ, o direito ao esquecimento é entendido como o poder de obstar, em
razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e publicados em meios de comunicação
social analógicos ou digitais.
(b) Incorreta. Segundo o STF, no julgamento do RE 1010606/RJ, é incompatível com a Constituição a ideia de um direito ao esquecimento,
assim entendido como o poder de obstar, em razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente
obtidos e publicados em meios de comunicação social analógicos ou digitais.
(c) Correta. Segundo o STF, no julgamento do RE 1010606/RJ, é incompatível com a Constituição a ideia de um direito ao esquecimento,
assim entendido como o poder de obstar, em razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente
obtidos e publicados em meios de comunicação social analógicos ou digitais.
(d) Incorreta. Segundo o STF, no julgamento do RE 1010606/RJ:
(...) A previsão ou aplicação do direito ao esquecimento afronta a liberdade de expressão. Um comando jurídico que eleja a pas-
sagem do tempo como restrição à divulgação de informação verdadeira, licitamente obtida e com adequado tratamento dos dados
nela inseridos, precisa estar previsto em lei, de modo pontual, clarividente e sem anulação da liberdade de expressão. Ele não
pode, ademais, ser fruto apenas de ponderação judicial (...).

(e) Incorreta. Segundo o STF, no julgamento do RE 1010606/RJ: "Eventuais excessos ou abusos no exercício da liberdade de expressão
e de informação devem ser analisados caso a caso, a partir dos parâmetros constitucionais – especialmente os relativos à proteção da
honra, da imagem, da privacidade e da personalidade em geral – e das expressas e específicas previsões legais nos âmbitos penal e cível."

38. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:


(A) da pessoa maior de 60 (sessenta) anos.
(B) da pessoa que, para casar, obteve o suprimento judicial do consentimento dos pais.
(C) da pessoa com deficiência.
(D) da viúva, enquanto não se fizer o inventário dos bens do casal.
(E) do tutor ou curador e dos seus descendentes e colaterais até o quinto grau, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto
não cessar a tutela ou a curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.

Letra b.
(a) Incorreta. O artigo 1.641, II, determina que é obrigatório o regime da separação de bens no casamento da pessoa maior de 70
(setenta) anos.
(b) Correta. O artigo 1.641, III, determina que é obrigatório o regime da separação de bens no casamento de todos que dependerem,
para casar, de suprimento judicial.

38
000000 – PG39

(c) Incorreta. O artigo 6º do Estatuto da Pessoa com Deficiência determina que a deficiência não afeta a plena capacidade civil da
pessoa, inclusive para casar-se.
(d) Incorreta. Nos termos do artigo 1.641, I, c/c artigo 1.523, ambos do Código Civil, é obrigatório o regime da separação de bens no
casamento da viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal de der partilha aos herdeiros.
(e) Incorreta. Nos termos do artigo 1.641, I, c/c artigo 1.523, ambos do Código Civil, é obrigatório o regime da separação de bens no
casamento do tutor ou curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tuteladas ou
curatelada, enquanto não cessar a tutela ou a curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.

O texto a seguir será objeto das questões subsequentes:

João é solteiro, vive só em seu apartamento residencial, que constitui seu único bem. Ele prestou fiança ao seu irmão Jonas, em con-
trato de locação de imóvel urbano com fins residenciais que havia sido pactuado entre Jonas e Hélio, pelo prazo inicial de vinte e quatro
meses, estabelecendo ainda que o fiador ficaria responsável até a entrega das chaves, além de constar renúncia ao benefício de ordem
e prorrogação automática da fiança em caso de prorrogação automática do contrato de locação. Findo o prazo inicial do contrato, Jonas
deixou de pagar quatro meses de aluguel.

39. Diante desse caso, segundo a legislação e o entendimento dos Tribunais Superiores, assinale a alternativa correta:
(A) É ilegal a renúncia ao benefício de ordem.
(B) Hélio pode requerer a retomada do imóvel a qualquer momento, desde que o seja para uso próprio ou de ascendente, des-
cendente ou colateral até o quinto grau que não disponha de imóvel residencial próprio.
(C) João pode vir a ser cobrado diretamente pelo locador, uma vez que renunciou ao benefício de ordem, mas não pode ter
penhorado seu apartamento, por esse ser considerado bem de família.
(D) É ilegal a prorrogação automática do contrato de fiança no caso de prorrogação automática do contrato de locação.
(E) Caso João queira ver-se exonerado da fiança, deve notificar Hélio de sua intenção, ficando, contudo, responsável pelas dívi-
das oriundas do contrato de locação por sessenta dias após o recebimento da notificação, sendo ônus de João comprovar
que Hélio a recebeu.

Letra e.
(a) Incorreta. Segundo o artigo 828, I, do CCB, é possível que o fiador renuncie ao benefício de ordem.
(b) Incorreta. Nos termos do artigo 47 c/c 48, III, da Lei de Locações, quando a locação for ajustada verbalmente ou por escrito e com
prazo inferior a trinta meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga-se automaticamente, por prazo indeterminado, somente
podendo ser retomado o imóvel se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou para uso residencial de ascendente
ou descendente que não disponha, assim como seu cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial próprio.
(c) Incorreta. Nos termos do artigo 3º, VII, da Lei do Bem de Família, é excluído da proteção da impenhorabilidade do bem de família o
único imóvel residencial do fiador em contrato de locação residencial.
(d) Incorreta. Segundo a jurisprudência do STJ no Resp. 1673383/SP, é válida a cláusula que estabelece a prorrogação automática da
fiança juntamente com a do contrato principal.
(e) Correta: Segundo a jurisprudência do STJ no Resp. 1428271/MG, não se pode conceber a exoneração do fiador com o simples
envio de notificação, pois só com a ciência pessoal do credor é que se inicia o prazo de 60 (sessenta) dias previsto no art. 835 do CC/02,
razão pela qual caberá ao fiador, em situação de eventual litígio, o ônus de provar não só o envio, mas o recebimento da notificação
pelo credor.

40. No caso do texto anterior, assinale a alternativa incorreta:


(A) Na situação em análise, caso João não fosse fiador, mas oferecesse seu imóvel a título de caução imobiliária a Hélio, o
imóvel poderia ser penhorado para saldar as dívidas oriundas do contrato de locação.
(B) Hélio pode retomar o imóvel a qualquer tempo, em razão do inadimplemento de Jonas quanto aos aluguéis.
(C) Caso a locação não fosse residencial, mas sim comercial, João não poderia ter penhorado seu único imóvel residencial no
qual vive para saldar as dívidas decorrentes de tal contrato.
(D) Caso tivesse sido fixada cláusula de renúncia do direito à exoneração de fiança por parte de João, tal cláusula, a partir da
prorrogação automática do contrato de locação seria ineficaz.
(E) O contrato de fiança deve ser firmado por escrito.

Letra a.
(a) Incorreta. Segundo a jurisprudência do STJ, no Resp. 1873203-SP, o imóvel bem de família oferecido como caução imobiliária em
contrato de locação não pode ser objeto de penhora.
(b) Correta. Nos termos do artigo 47 c/c 48, II, c/c art. 9º, III, todos da Lei de Locações, quando a locação for ajustada verbalmente
ou por escrito e com prazo inferior a trinta meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga-se automaticamente, por prazo
indeterminado, somente podendo ser retomado o imóvel em decorrência de falta de pagamento de aluguel.
(c) Correta. Segundo a jurisprudência do STF no RE 605709/SP, não é penhorável o bem de família do fiador no caso de contratos de
locação comercial.
(d) Correta. Segundo a jurisprudência do STJ no REsp. 1673383/SP, a cláusula contratual de renúncia do direito de exoneração não
tem eficácia após a prorrogação do contrato de fiança.
(e) Correta. Nos termos do artigo 819 do CCB, a fiança dar-se-á por escrito e não admite interpretação extensiva.

39
000000 – PG40

41. A respeito da responsabilidade civil no contrato de transporte, julgue os itens a seguir:


I. A responsabilidade civil do transportador no transporte de passageiros é objetiva por acidentes e abarca a bagagem do
passageiro.
II. A responsabilidade civil do transportador no transporte de passageiros é elidida pelo fortuito interno decorrente da culpa de
terceiros.
III. No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente responsável por danos causados ao
transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave.

Está correto o que se afirma em :


(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) I e II.
(D) II e III.
(E) I e III.

Letra e.
I – Correta. Nos termos do artigo 734 do CCB, o transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas
bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade.
II – Incorreta. Nos termos do artigo 735 do CCB, a responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro não é
elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.
III – Correta. Conforme a Súmula n. 145 do STJ, no transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente
responsável por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave.

DIRETO DO CONSUMIDOR
Keity Satiko

42. É incorreto afirmar que:


(A) é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas, condicionar o fornecimento de produto ou de serviço
ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos.
(B) é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas, recusar atendimento às demandas dos consumido-
res, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes.
(C) é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas, enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação
prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço.
(D) é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas, prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consu-
midor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição financeiro, para impingir-lhe seus produtos ou serviços.
(E) é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas, exigir do consumidor vantagem manifestamente
excessiva.

Letra d.
Todas as assertivas estão corretas, exceto a letra “d”, conforme art.39, incisos I ao V, do CDC.
A assertiva “d” está incorreta, conforme o art. 39, inciso IV: "Art. 39, I – prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo
em vista sua idade, saúde, conhecimento ou CONDIÇÃO SOCIAL, para impingir-lhe seus produtos ou serviços."

43. Marque a alternativa incorreta.


São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
(A) impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e ser-
viços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa
jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis.
(B) subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos no CDC.
(C) transfiram responsabilidades a terceiros.
(D) estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou
sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade.
(E) faculte a utilização compulsória de arbitragem.

Letra e.
Todas as assertivas estão corretas, exceto a letra “e”, conforme art.51, incisos I ao VII, do CDC.
A assertiva “e” está incorreta, conforme o art. 51, inciso VII, do CDC: “ (...) determinem a utilização compulsória de arbitragem”.

40
000000 – PG41

44. Marque a alternativa incorreta.


No fornecimento de crédito e na venda a prazo, além das informações obrigatórias previstas no art. 52 deste Código e na legisla-
ção aplicável à matéria, o fornecedor ou o intermediário deverá informar o consumidor, prévia e adequadamente:
(A) o custo efetivo total e a descrição dos elementos que o compõem.
(B) a taxa efetiva mensal de juros, bem como a taxa dos juros de mora e o total de encargos, de qualquer natureza, previstos
para o atraso no pagamento.
(C) o montante das prestações e o prazo de validade da oferta, que deve ser, no mínimo, de 5 (cinco).
(D) o nome e o endereço, inclusive o eletrônico, do fornecedor.
(E) o direito do consumidor à liquidação antecipada e não onerosa do débito.

Letra c.
Todas as assertivas estão corretas, exceto a letra “c”, conforme art.54- B, incisos I ao V, do CDC.
A assertiva “c” está incorreta, conforme o art. 54-B, inciso III, do CDC:
Art. 54-B. No fornecimento de crédito e na venda a prazo, além das informações obrigatórias previstas no art. 52 deste Código
e na legislação aplicável à matéria, o fornecedor ou o intermediário deverá informar o consumidor, prévia e adequadamente, no
momento da oferta, sobre: (...)
III – o montante das prestações e o prazo de validade da oferta, que deve ser, no mínimo, DE 2 (DOIS) DIAS.

45. Julgue os itens.


I. Entende-se por superendividamento a impossibilidade manifesta de o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar a totali-
dade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial, nos termos da regula-
mentação.
II. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados no CDC: serem cometidos em época de grave crise econômica ou por
ocasião de calamidade.
III. A ação de indenização por danos materiais proposta por consumidor contra construtora em virtude de vícios de qualidade e
de quantidade do imóvel adquirido tem prazo prescricional de 5 anos, nos termos do CDC.

(A) As assertivas I e II estão incorretas.


(B) As assertivas II e III estão corretas.
(C) Apenas a assertiva III está correta.
(D) As assertivas I e II estão corretas.
(E) Todas estão corretas.

Letra d.
I – Correto. "Art. 54-A, § 1º, CDC. Entende-se por superendividamento a impossibilidade manifesta de o consumidor pessoa natural, de
boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial, nos termos da
regulamentação."
II – Correto. “Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código: (...) I – serem cometidos em época de grave
crise econômica ou por ocasião de calamidade.”
III – Incorreto. A ação de indenização por danos materiais proposta por consumidor contra construtora em virtude de vícios de qualidade
e de quantidade do imóvel adquirido tem prazo prescricional de 10 anos, nos termos do CDC. STJ. 3ª Turma. REsp 1534831-DF, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/02/2018.

DIREITO EMPRESARIAL
Edilson Enedino

46. Tratando das formas de reorganização empresarial, a legislação pátria prevê a possibilidade das operações de transformação,
incorporação, fusão e cisão. Sobre tais alterações empresariais, a Doutrina e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça
definem que:
(A) em razão da exigência de decisão unânime, a operação de transformação impede o exercício do direito de recesso ou reti-
rada, pois não haverá sócio dissidente.
(B) na incorporação, a sociedade que suceder os empresários anteriores responderá por todas as obrigações deles e, em caso
de falência da sucessora, todos os credores concorrerão em igualdade de condições pelo acervo total dela.
(C) a cisão poderá ser total ou parcial, pura ou por absorção, e será caracterizada pela extinção da sociedade cindida.
(D) considera-se pura a cisão que gera um novo empresário, pois o capital retirado da sociedade cindida é destinado à constitui-
ção de um novo empreendimento.
(E) na fusão, um dos empresários envolvidos na operação continuará a atividade empresarial, sucedendo todos os direitos e
obrigações dos demais, extinguindo-se os outros empresários fundidos.

41
000000 – PG42

Letra d.
Conforme a Lei n. 6.404/1976:
Art. 221. A transformação exige o consentimento unânime dos sócios ou acionistas, salvo se prevista no estatuto ou no contrato
social, caso em que o sócio dissidente terá o direito de retirar-se da sociedade. (...)
Art. 227. A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos
os direitos e obrigações.
Art. 228. A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em
todos os direitos e obrigações.
Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, consti-
tuídas para esse fim (pura) ou já existentes (por absorção), extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu
patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. (...)
Art. 232, § 3º. Ocorrendo, no prazo deste artigo, a falência da sociedade incorporadora ou da sociedade nova, qualquer
credor anterior terá o direito de pedir a separação dos patrimônios, para o fim de serem os créditos pagos pelos bens das
respectivas massas.

47. O Código Civil, a legislação especial e diversos entendimentos nos julgados de tribunais estaduais e de tribunais superiores abor-
dam os nominados contratos empresariais. Consideradas as disposições aplicáveis e a jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça, relativas aos referidos contratos, é correto afirmar:
(A) A prestação de contas é a ação que o mutuário fiduciante tem para haver saldo remanescente oriundo de venda extrajudicial
de bem alienado fiduciariamente em garantia, sendo incabível, pela incompatibilidade de ritos, o manejo de ação monitória.
(B) No caso de reintegração de posse em arrendamento mercantil financeiro, quando a soma da importância antecipada a título
de valor residual garantido (VRG) com o valor da venda do bem ultrapassar o total do VRG previsto contratualmente, o arren-
dante terá direito de receber a respectiva diferença.
(C) Por força de lei, o leasing-back é permitido pela legislação brasileira, o que autoriza seja negociado no contrato de leasing
bem que já compunha o patrimônio do devedor. A jurisprudência do STJ admite que o contrato de alienação fiduciária em
garantia, também, possa ter por objeto bem que já integrava o patrimônio do devedor.
(D) havendo cláusula resolutiva expressa, em caso de inadimplemento, a comprovação da mora é dispensável à busca e apre-
ensão do bem alienado fiduciariamente.
(E) caso deferida a liminar em processo de busca e apreensão, a terceiro de boa-fé será oponível a alienação fiduciária, mesmo
não anotada no certificado de registro do veículo automotor.

Letra c.
Conforme Súmulas do STJ.

Súmula n. 28 – O contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já integrava o patrimônio do devedor.
Súmula n. 72 – A comprovação da mora e imprescindível a busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente.
Súmula n. 92 – A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação fiduciária não anotada no certificado de registro do veículo automotor.
Súmula n. 384 – Cabe ação monitória para haver saldo remanescente oriundo de venda extrajudicial de bem alienado fiduciaria-
mente em garantia.
Súmula n. 564 – No caso de reintegração de posse em arrendamento mercantil financeiro, quando a soma da importância antecipada
a título de valor residual garantido (VRG) com o valor da venda do bem ultrapassar o total do VRG previsto contratualmente, o
arrendatário terá direito de receber a respectiva diferença, cabendo, porém, se estipulado no contrato, o prévio desconto de outras
despesas ou encargos pactuados.

48. Consideradas as normas de regência e a atual jurisprudência dos tribunais superiores, a desconsideração da personalidade jurí-
dica deve ser aplicada segundo a Teoria Maior e, também, na forma da Teoria Menor, a depender do tipo de credor obstado a rece-
ber seu crédito, em razão da autonomia da pessoa jurídica e da responsabilidade limitada dos sócios. Indique o item que expressa
a atual abordagem jurisprudencial sobre o tema:
(A) Aplica-se a teoria maior às hipóteses de credores comuns, tributários e decorrentes de lesão à economia popular. A teoria
menor é reservada aos credores trabalhistas, consumidores e decorrentes de lesão ao meio ambiente.
(B) Aplica-se a teoria maior às hipóteses de credores comuns, tributários e decorrentes de lesão ao meio ambiente. A teoria
menor é reservada aos credores trabalhistas, consumidores e decorrentes de lesão à economia popular.
(C) Aplica-se a teoria menor às hipóteses de credores comuns, tributários e decorrentes de lesão à economia popular. A teoria
maior é reservada aos credores trabalhistas, consumidores e decorrentes de lesão ao meio ambiente.
(D) Aplica-se a teoria maior às hipóteses de credores comuns e decorrentes de lesão à economia popular. A teoria menor é reser-
vada aos credores trabalhistas, tributários, consumidores e decorrentes de lesão ao meio ambiente.
(E) Aplica-se a teoria menor às hipóteses de credores tributários, trabalhistas e consumidores. A teoria maior é reservada aos
credores comuns, aos créditos decorrentes de lesão ao meio ambiente e à economia popular.

Letra a.
1) Trabalhador: artigos 2º e 9º da CLT/1943 – Teoria Menor.
2) Tributos: artigo 135 do CTN/1966. Súmulas n. 430 e 435 do STJ – Teoria Maior.

42
000000 – PG43

3) Consumidor: artigo 28, § 5º, do CDC/1990 – Teoria Menor.


4) Lesão à economia popular: artigo 34 da Lei n. 12.529/2011 – Teoria Maior.
5) Lesão ao meio ambiente: artigo 4º da Lei n. 9.605/1998 – Teoria Menor.
6) Hipótese geral: artigo 50 do CC/2002 – Teoria Maior.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL


Lídia Marangon

49. Sobre o tema ação, assinale a alternativa correta.


(A) A teoria imanentista da ação foi a primeira teoria que fez a distinção entre direito de ação e direito material.
(B) O direito de ação é o direito fundamental (situação jurídica, portanto) composto por um conjunto de situações jurídicas, que
garantem ao seu titular o poder de acessar os tribunais e exigir deles uma tutela jurisdicional adequada, tempestiva e efetiva.
(C) Para a teoria eclética, o direito de ação se confunde com o direito material e não existe de forma autônoma e independente.
(D) Para a teoria abstrata, a presença das condições da ação deve ser analisada pelo juiz com os elementos fornecidos pelo
próprio autor em sua petição inicial, por meio de uma cognição apenas sumária.
(E) A ação mandamental é aquela pela qual se afirma um direito a uma prestação e se busca a certificação e a efetivação desse
mesmo direito, por meio de medidas de coerção direta.

Letra b.
(a) Errado. Foi a teoria concreta de Wach que primeiro fez essa distinção.
(b) Certo. Conceito exposto na obra de Fredie Didier.
(c) Errado. Para a teoria eclética, o direito de ação não se confunde com o direito material e existe de forma autônoma e independente.
No entanto, a existência do direito de ação depende do preenchimento de certos requisitos formais que são o que a doutrina chama de
condições da ação.
(d) Errado. Para a teoria da asserção, a presença das condições da ação deve ser analisada pelo juiz com os elementos fornecidos pelo
próprio autor em sua petição inicial, por meio de uma cognição apenas sumária.
(e) Errado. A ação mandamental é aquela pela qual se afirma um direito a uma prestação e se busca a certificação e a efetivação desse
mesmo direito, por meio de medidas de coerção indireta.

50. Sobre o pedido , assinale a alternativa correta.


(A) Nas ações universais, é lícito formular pedido genérico.
(B) É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, desde que entre eles haja conexão.
(C) É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça de ambos.
(D) Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o
procedimento especial.
(E) O pedido deve ser determinado e o ordenamento jurídico não comporta exceções.

Letra a.
(a) Certo. “Art. 324, CPC. O pedido deve ser determinado. § 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: I – nas ações universais, se o
autor não puder individuar os bens demandados.”
(b) Errado. “Art. 327, CPC. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles
não haja conexão.”
(c) Errado. “Art. 326, CPC. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando
não acolher o anterior.”
(d) Errado.
Art. 327, § 2º, CPC. Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor
empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos
especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedi-
mento comum.

(e) Errado.
Art. 324, CPC. O pedido deve ser determinado.
§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico:
I – nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;
II – quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;
III – quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.

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000000 – PG44

51. Sobre as despesas processuais, assinale a alternativa incorreta.


(A) Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que
houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes.
(B) Incumbe ao réu adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do Minis-
tério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica.
(C) Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas.
(D) Na execução fiscal, processada perante a Justiça Estadual, cumpre à Fazenda Pública antecipar o numerário destinado ao
custeio das despesas com o transporte dos oficiais de justiça.
(E) A Fazenda Pública, quando parte no processo, fica sujeita à exigência do depósito prévio dos honorários do perito.

Letra b.
(a) Certo. "Art. 95, CPC. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver indicado, sendo a do perito adiantada
pela parte que houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes."
(b) Errado. "Art. 82, § 1º, CPC. Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de ofício ou a
requerimento do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica."
(c) Certo. “Art. 86, CPC. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão proporcionalmente distribuídas entre eles as
despesas.”
(d) Certo. Súmula n. 190 do STJ: “Na execução fiscal, processada perante a Justiça Estadual, cumpre à Fazenda Pública antecipar o
numerário destinado ao custeio das despesas com o transporte dos oficiais de justiça.”
(e) Certo. Súmula n. 232 do STJ: “A Fazenda Pública, quando parte no processo, fica sujeita à exigência do depósito prévio dos
honorários do perito.”

52. Sobre a gratuidade da justiça, assinale a alternativa incorreta.


(A) A concessão de gratuidade afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advo-
catícios decorrentes de sua sucumbência.
(B) A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas pro-
cessuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
(C) Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de
arcar com os encargos processuais.
(D) Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto
quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação.
(E) O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro
no processo ou em recurso.

Letra a.
(a) Errado. “Art. 98, § 2º, CPC. A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e
pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.”
(b) Certo. “Art. 98 CPC. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as
despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.”
(c) Certo. Súmula n. 481 STJ: “Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua
impossibilidade de arcar com os encargos processuais.”
(d) Certo. “Art. 101, CPC. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de
instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação.”
(e) Certo. “Art. 99 CPC. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para
ingresso de terceiro no processo ou em recurso.”

53. Sobre a tutela provisória, assinale a alternativa incorreta.


(A) A decisão que condicionar a apreciação da tutela provisória incidental ao recolhimento de custas ou a outra exigência não
prevista em lei equivale a negá-la, sendo impugnável por agravo de instrumento.
(B) O juiz não precisa justificar a postergação da análise liminar da tutela provisória sempre que estabelecer a necessidade de
contraditório prévio.
(C) A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do
pedido principal.
(D) Preenchidos os pressupostos de lei, o requerimento de tutela provisória incidental pode ser formulado a qualquer tempo, não
se submetendo à preclusão temporal.
(E) O ressarcimento dos prejuízos advindos com o deferimento da tutela provisória posteriormente revogada por sentença que
extingue o processo sem resolução de mérito, sempre que possível, deverá ser liquidado nos próprios autos.

Letra b.
(a) Certo. Enunciado n. 29 do FPPC: “A decisão que condicionar a apreciação da tutela provisória incidental ao recolhimento de custas
ou a outra exigência não prevista em lei equivale a negá-la, sendo impugnável por agravo de instrumento.”

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000000 – PG45

(b) Errado. Enunciado n. 30 do FPPC: “O juiz deve justificar a postergação da análise liminar da tutela provisória sempre que estabelecer
a necessidade de contraditório prévio.”
(c) Certo. “Art. 299, CPC. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para
conhecer do pedido principal.”
(d) Certo. Enunciado n. 496 do FPPC: “Preenchidos os pressupostos de lei, o requerimento de tutela provisória incidental pode ser
formulado a qualquer tempo, não se submetendo à preclusão temporal.”
(e) Certo. "O ressarcimento dos prejuízos advindos com o deferimento da tutela provisória posteriormente revogada por sentença que
extingue o processo sem resolução de mérito, sempre que possível, deverá ser liquidado nos próprios autos." REsp 1.770.124-SP, DJe
24/05/2019 (Informativo n. 649).

54. Sobre a petição inicial e a resposta do réu, assinale a alternativa incorreta.


(A) Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna
o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
(B) A indicação do dispositivo legal é requisito da petição inicial.
(C) Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com
o fundamento da defesa.
(D) Para que se considere proposta a reconvenção, não há necessidade de uso desse nomen iuris, ou dedução de um capí-
tulo próprio.
(E) O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.

Letra b.
(a) Certo. “Art. 336, CPC. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com
que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.”
(b) Errado. Enunciado n. 281 do FPPC: “A indicação do dispositivo legal não é requisito da petição inicial e, uma vez existente, não
vincula o órgão julgador.”
(c) Certo. “Art. 343, CPC. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação
principal ou com o fundamento da defesa.”
(d) Certo. Enunciado n. 45 do FPPC: "Para que se considere proposta a reconvenção, não há necessidade de uso desse nomen iuris,
ou dedução de um capítulo próprio. Contudo, o réu deve manifestar inequivocamente o pedido de tutela jurisdicional qualitativa ou
quantitativamente maior que a simples improcedência da demanda inicial."
(e) Certo. “Art. 343, § 6º, CPC. O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.”

55. Sobre o julgamento antecipado da lide e julgamento parcial do mérito, assinale a alternativa correta.
(A) O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles mostrar-se controverso.
(B) É cabível agravo de instrumento contra decisão que indefere pedido de julgamento antecipado do mérito por haver necessi-
dade de dilação probatória.
(C) O juiz que promove julgamento antecipado do mérito por desnecessidade de outras provas não pode proferir sentença fun-
damentada em não atendimento ao ônus probatório.
(D) Ainda que haja a necessidade de produção de outras provas, o juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença
com resolução de mérito.
(E) Ainda que o réu seja revel, que ocorra o efeito da revelia e que não haja requerimento de prova, o juiz não poderá julgar
antecipadamente o pedido.

Letra c.
(a) Errado. “Art. 356, CPC. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I –
mostrar-se incontroverso.”
(b) Errado. “Não é cabível agravo de instrumento contra decisão que indefere pedido de julgamento antecipado do mérito por haver
necessidade de dilação probatória.” AgInt no AREsp 1.411.485-SP, DJe 06/08/2019 (Informativo 653).
(c) Certo. Enunciado n. 297 do FPPC: “(art. 355, I) O juiz que promove julgamento antecipado do mérito por desnecessidade de outras
provas não pode proferir sentença fundamentada em não atendimento ao ônus probatório.”
(d) Errado. “Art. 355, CPC. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: I – não
houver necessidade de produção de outras provas.”
(e) Errado. "Art. 355, CPC. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: I – não
houver necessidade de produção de outras provas; II – o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento
de prova, na forma do art. 349."

56. Sobre os pronunciamentos do juiz, assinale a alternativa incorreta.


(A) Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que se limitar à indi-
cação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida.
(B) O juiz é obrigado a enfrentar todas as alegações deduzidas pelas partes capazes, em tese, de infirmar a decisão, não sendo
suficiente apresentar apenas os fundamentos que a sustentam.

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000000 – PG46

(C) O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo
respeito a lei exige iniciativa da parte.
(D) O magistrado pode corrigir de ofício, mesmo após o trânsito em julgado, erro material.
(E) Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias, despachos e acórdãos.

Letra e.
(a) Certo. "Art. 489, § 1º, CPC. Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,
que: I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão
decidida."
(b) Certo. Enunciado n. 523 do FPPC: “O juiz é obrigado a enfrentar todas as alegações deduzidas pelas partes capazes, em tese, de
infirmar a decisão, não sendo suficiente apresentar apenas os fundamentos que a sustentam.”
(c) Certo. “Art. 141, CPC. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não
suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.”
(d) Certo.
O magistrado pode corrigir de ofício, mesmo após o trânsito em julgado, erro material consistente no desacordo entre o dispositi-
vo da sentença que julga procedente o pedido e a fundamentação no sentido da improcedência da ação. Isso porque o art. 463,
I, do CPC permite ao magistrado a correção de erros materiais existentes na sentença, ainda que a decisão já tenha transitado
em julgado, sem que se caracterize ofensa à coisa julgada. Precedentes citados: AgRg no Aresp 89.520-DF, Primeira Turma, Dje
15/8/2014; e Resp 1.294.294-RS, Terceira Turma, Dje 16/5/2014. RMS 43.956-MG, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 9/9/2014.

(e) Errado. “Art. 203, CPC. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.”

57. Sobre a coisa julgada, assinale a alternativa correta.


(A) A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal, ainda que implicita-
mente decidida.
(B) A verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença, faz coisa julgada.
(C) Cabe ação rescisória para desconstituir a coisa julgada formada sobre a resolução expressa da questão prejudicial incidental.
(D) A decisão judicial sobre alimentos transita em julgado.
(E) A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada e, em regra, pode prejudicar terceiros.

Letra c.
(a) Errado. “Art. 503, CPC. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal
expressamente decidida.”
(b) Errado. "Art. 504. Não fazem coisa julgada: I – os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da
sentença; II – a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença."
(c) Certo. Enunciado n. 338 do FPPC: “Cabe ação rescisória para desconstituir a coisa julgada formada sobre a resolução expressa da
questão prejudicial incidental.”
(d) Errado. Conforme a Lei n. 5.478/1968: “Art. 15. A decisão judicial sobre alimentos não transita em julgado e pode a qualquer tempo
ser revista, em face da modificação da situação financeira dos interessados.”
(e) Errado. “Art. 506, CPC. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.”

58. Sobre a liquidação, assinale a alternativa incorreta.


(A) A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, cum-
prindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.
(B) A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a coisa julgada.
(C) Somente o credor tem legitimidade para requerer a liquidação.
(D) Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos,
no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da
prova pericial.
(E) Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.

Letra c.

(a) Certo. “Art. 512, CPC. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no juízo de
origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.”
(b) Certo. Súmula n. 344 do STJ: “A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a coisa julgada.”
(c) Errado. “Art. 509, CPC. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a
requerimento do credor ou do devedor.”
(d) Certo. "Art. 510, CPC. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos
elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da
prova pericial."
(e) Certo. “Art. 509, § 4º, CPC. Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.”

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000000 – PG47

DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS


Werner Rech

59. Quanto à execução de sentença coletiva, é correto afirmar:


(A) A execução fluid recovery somente pode ser acionado após um ano a contar do trânsito em julgado da sentença coletivo
acerca de direitos individuais homogêneos.
(B) Em regra, não há diferença na forma de execução de direitos difusos, coletivos (estrito senso) e individuais homogêneos.
(C) É competente para a execução apenas o juízo da ação condenatória, no caso de execução individual, decorrente de sen-
tença coletiva.
(D) Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação prevista na Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985 e de indeni-
zações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo evento danoso, aquela terá preferência no pagamento.
(E) Quando o Ministério Público atua na condição fiscal da lei, não tem legitimidade para executar a sentença coletiva.

Letra a.
(a) Correto. Fluid recovery é o termo usado pela doutrina quando a indenização individual decorrente da sentença coletiva não gera
interesse dos legitimados, podendo os outros legitimados coletivos iniciarem a execução, conforme disposto no art. 100 do CDC.
(b) Errado. Enquanto nos direitos individuais homogêneos é necessário realizar a liquidação de sentença para individualização da
execução (art. 95 e 97 do CDC), pois são, em regras ilíquidos, nos direitos difusos e coletivos (estrito senso) a execução é direta, em
regra (art. 13 da Lei n. 7.347/1985).
(c) Errado. Está em desacordo com o disposto no art. 98, § 2º, I, do CDC.
(d) Errado. Está em desacordo com o disposto no art. 99 do CDC.
(e) Errado. A condição de fiscal da lei do MP em ações coletivas é exatamente para dar cumprimento a todas as disposições legais e
judiciais, inclusive a execução, podendo assumir o polo ativo da execução quando algum dos legitimados não o fizer.

60. Nos termos do que dispõe o Estatuto das Cidades, o plano diretor é obrigatório para cidades:
(A) com mais de 30 mil habitantes.
(B) integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, ambas com mais de 3 municípios.
(C) integrantes de áreas de especial interesse turístico.
(D) inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito local.
(E) que pretendam ser incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de
grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos.

Letra c.
A alternativa “c” é a única que está de acordo com o art. 41 da Lei n. 10.257/2001.

61. Compete à União, entre outras atribuições de interesse da política urbana:


(A) legislar sobre normas para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios em relação à política
urbana, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
(B) promover, por iniciativa estritamente em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, programas de constru-
ção de moradias e melhoria das condições habitacionais, de saneamento básico, das calçadas, dos passeios públicos, do
mobiliário urbano e dos demais espaços de uso público.
(C) instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, excluídas a habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade urbana.
(D) elaborar e executar tão somente planos nacionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social.
(E) legislar sobre normas gerais de direito urbanístico, salvo no que se refere ao Distrito Federal.

Letra a.
(a) Certa. Art. 3º, II, da Lei n. 10.257/2001.
(b) Errada. A iniciativa da União pode ser própria ou em conjunto (art. 3º, III, da Lei n. 10.257/2001).
(c) Errada. As áreas de habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade urbana estão incluídas na instituição de diretrizes de
desenvolvimento urbano pela União (art. 3º, IV, da Lei n. 10.257/2001).
(d) Errada. Também podem ser elaborados e executados planos regionais do território e de desenvolvimento econômico e social (art.
3º, V, da Lei n. 10.257/2001).
(e) Errada. Não há exceção ao Distrito Federal (art. 3º, I, da Lei n. 10.257/2001).

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000000 – PG48

62. Após as alterações trazidas pela Lei n. 13.465/2017 (Lei de Regularização Fundiária), é condição para exclusão da seleção de
beneficiário dos projetos de assentamento, salvo:
(A) tiver sido excluído ou se afastado do programa de reforma agrária, de regularização fundiária ou de crédito fundiário sem
consentimento de seu órgão executor.
(B) for menor de dezoito anos não emancipado na forma da lei civil.
(C) auferir renda familiar proveniente de atividade não agrária superior a três salários-mínimos mensais ou superior a um salário-
-mínimo per capita.
(D) o proprietário rural desapropriado do imóvel.
(E) for ocupante de cargo, emprego ou função pública remunerada.

Letra d.
A letra “d” é a única alternativa excetuada pelo art. 20, III, da Lei n. 8.629/1993, alterada pela Lei n. 13.465/2017.

63. É considerado como empreendimento e atividade sujeitos ao licenciamento ambiental:


(A) Extração, mas sem tratamento de minerais.
(B) Fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores, mesmo que biodegradáveis.
(C) Indústria metalúrgica.
(D) Serraria e desdobramento de madeira não nativa.
(E) Secagem e salga de couros e peles sintéticas.

Letra c.
A alternativa “c” é a única alternativa que está de acordo com o Anexo I da Resolução n. 237/1997 do CONAMA.

64. Assinale a alternativa que não faz parte das diretrizes da Política Nacional para a População em Situação de Rua.
(A) Responsabilidade do poder público pela sua elaboração e financiamento.
(B) Valorização e respeito à vida e à cidadania.
(C) Articulação das políticas públicas federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal.
(D) Promoção dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais.
(E) Integração dos esforços do poder público e da sociedade civil para sua execução.

Letra b.
A alternativa “b” é a única que não faz parte das disposições do art. 6º do Decreto n. 7.053/2009, pois se enquadra na condição de
princípios (art. 5º).

65. Assinale a alternativa que não faz parte dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima.
(A) Fundo Nacional sobre Mudança do Clima.
(B) Comunicação Nacional do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, de acordo com os cri-
térios estabelecidos por essa Convenção e por suas Conferências das Partes.
(C) Medidas fiscais e tributárias destinadas a estimular a redução das emissões e remoção de gases de efeito estufa, incluindo
alíquotas diferenciadas, isenções, compensações e incentivos, a serem estabelecidos em lei específica.
(D) Desenvolvimento de linhas de pesquisa por agências de fomento.
(E) Estímulo e o apoio à manutenção e à promoção.

Letra e.
A alternativa “e” é a única que não consta no rol do art. 6º da Lei n. 12.187/2009.

66. Conforme disposto na Lei n. 12.305/2010, entende-se por logística reversa:


(A) Ato de natureza contratual firmado entre o poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo
em vista a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto.
(B) Série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produ-
tivo, o consumo e a disposição final.
(C) Conjunto de mecanismos e procedimentos que garantam à sociedade informações e participação nos processos de formu-
lação, implementação e avaliação das políticas públicas relacionadas aos resíduos sólidos.
(D) Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios desti-
nados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou
em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.
(E) distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos
à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.

Letra d.
A alternativa “d” é a única que está de acordo com o disposto no art. 3º, XII, da Lei n. 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos).

48
000000 – PG49

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


Adriane Sousa

67. Marque a alternativa correta nos termos da Lei n. 8.069/1990 e conforme a jurisprudência dos Tribunais Superiores:
(A) A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção
da criança ou adolescente na família natural ou extensa. Mas a sentença concessiva de adoção, ainda quando proferida em
procedimento de jurisdição voluntária, pode ser encoberta pelo manto protetor da coisa julgada material e, como consectário
lógico, figurar como objeto de ação rescisória. Logo é possível, mesmo ante a regra da irrevogabilidade da adoção, a resci-
são de sentença concessiva de adoção ao fundamento de que o adotado, à época da adoção, não a desejava verdadeira-
mente e de que, após atingir a maioridade, manifestou-se nesse sentido.
(B) A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente admissível na modalidade de
guarda e adoção.
(C) O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, logo a morte dos adotantes restabelece o poder familiar dos
pais naturais.
(D) Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no máximo,
30 (trinta) dias.
(E) A adoção sempre depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando.

Letra a.
(a) Certo. Trata-se do Informativo n. 691 do STJ. É possível a rescisão de sentença concessiva de adoção se a pessoa não desejava
verdadeiramente ter sido adotada e, após atingir a maioridade, manifestou-se nesse sentido.
(b) Errado. De acordo com o art.31, a colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente admissível na
modalidade de adoção.
(c) Errado. A lei garante ao adotado o direito de conhecer a família biológica, porém o art. 49 reza que a morte dos adotantes não
restabelece o poder familiar dos pais naturais.
(d) Errado. De acordo com o art. 46, § 3°, em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de
convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma única
vez, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
(e) Errado. Nos termos do art. 45: "Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando. § 1º.
O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do
poder familiar."

68. No tocante ao ECA, com base no entendimento dos tribunais superiores, assinale a opção correta.
(A) Participação de menores de idade em qualquer conduta criminosa é suficiente para autorizar a condenação, pela prática do
crime de corrupção de menores de idade, dos agentes capazes envolvidos no mesmo ato.
(B) Admite-se cumular a remissão concedida pelo parquet na fase pré-processual, como forma de exclusão do processo, com a
aplicação de medida socioeducativa de liberdade assistida.
(C) A medida de internação aplicada aos casos de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa
depende da prática de, pelo menos, três infrações graves.
(D) Na apuração de ato infracional cometido por adolescente, caso seja imposta medida socioeducativa, o juiz deverá observar
as circunstâncias atenuantes e agravantes previstas no CP.
(E) Não é admitido, na apuração de ato infracional equiparado a crime contra o patrimônio, o benefício da escusa absolutória
prevista no CP.
Letra b.
(a) Errado. O artigo 244 B do Eca tipifica o crime de corrupção de menores, sendo a regra geral, se o maior de 18 anos utilizar
inimputáveis para prática de atos infracionais, o maior responderá pelo art. 244- B. Porém, a assertiva está errada, pois a banca disse
que em qualquer conduta criminosa, se o maior praticar uma das condutas tipificadas na Lei de Drogas (arts. 33, 34, 35, 36, 37) não
responderá pelo art.244-B, responderá pela lei de drogas com a majorante do art. 40 da própria Lei de Drogas.
(b) Certo. A remissão ministerial poderá ser cumulada com medidas socioeducativas, salvo a internação e a semiliberdade.
(c) Errado. Nos termos do art. 122, o adolescente poderá ser internado se praticar ato infracional com violência ou grave ameaça à
pessoa, reiteração em condutas graves ou descumprimento de medidas anteriormente impostas. De acordo com a posição do STF:
basta duas condutas, a lei não exige três condutas.
(d) Errado. O juiz que atua na Vara da Infância e Juventude, o competente para sentenciar o adolescente pela pratica de ato infracional,
não utilizará de circunstâncias atenuantes e agravantes.
(e) Errado É possível para o adolescente o benefício da escusa absolutória (art. 181 do CP).

49
000000 – PG50

69. Nos termos da Lei n. 8.069/1990, a criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico
ou de tratamento cruel ou degradante. Marque a alternativa correta sobre os direitos fundamentais da criança e do adolescente:
(A) Castigo físico caracteriza ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o
adolescente que resulte em sofrimento físico, lesão ou humilhação.
(B) Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação rea-
valiada, no máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado
por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou
pela colocação em família substituta.
(C) Considera-se tratamento cruel ou degradante a conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adoles-
cente que humilhe; ameace gravemente ou ridicularize.
(D) A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 02
(anos), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autori-
dade judiciária.
(E) Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas peri-
ódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade responsável, com a devida
autorização judicial.

Letra c.
(a) Errado. De acordo com o art. 18-A.
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel
ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família
ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarrega-
da de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. Considera-se:
I – castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que
resulte em:
(a) sofrimento físico; ou
(b) lesão;
II – tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que:
(a) humilhe; ou
(b) ameace gravemente; ou
(c) ridicularize.

(b) Errado. De acordo com o art. 19, § 1º, a revisão ocorrerá a cada três meses.
(c) Correto. Conforme o art. 18-A.
(d) Errado. De acordo com o art. 19, § 2º: "Art. 19, § 2° A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento
institucional não se prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse,
devidamente fundamentada pela autoridade judiciária."
(e) Errado. De acordo com o art. 19, § 4º, independe de autorização judicial.

70. Assinale a alternativa correta no que se refere aos dispositivos previstos no Estatuto da Criança e Adolescente em relação ao Título
destinado à prática de atos infracionais.
(A) A medida socioeducativa de advertência poderá ser aplicada ao adolescente desde que haja indícios suficientes da autoria.
(B) A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito
de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação
em regime de semiliberdade e a internação.
(C) A medida socioeducativa, denominada liberdade assistida, será fixada pelo prazo mínimo de 01 (um) mês, podendo a qual-
quer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
(D) A medida de internação poderá ser aplicada na hipótese de reiteração no cometimento de outras infrações por parte do ado-
lescente infrator.
(E) Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as medidas socioeducativas,
sendo vedada a simples determinação de encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade.

Letra b.
(a) Errado. Para aplicação da advertência, deve haver prova da materialidade e indícios da autoria, conforme art. 114, parágrafo único,
do ECA. A assertiva não falou da prova da materialidade.
(b) Correta. Conforme o art. 127 do ECA.
(c) Errado. A medida socioeducativa de liberdade assistida tem o prazo mínimo de seis meses, e não de um mês (art. 118, § 2º, do ECA).
(d) Errado. A medida de internação pode ser aplicada na hipótese do cometimento de outras infrações graves, conforme art. 122, inc.
II, do ECA. A assertiva não falou que as infrações devem ser graves.
(e) Errado. Segundo art. 112, inciso VII, verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente pode aplicar qualquer uma das
medidas protetivas previstas no art. 101, incisos I a VI, do ECA e a protetiva de encaminhamento aos pais ou responsável, mediante
termo de responsabilidade, que está prevista no art. 101, inc. I, do Estatuto. Pode aplicar apenas a medida protetiva, não sendo
obrigatória aplicação de medida socioeducativa.

50
000000 – PG51

71. A respeito das normas internacionais aplicadas à criança e ao adolescente, marque a opção correta:
(A) A Declaração de Genebra ou Carta da Liga de 1924 foi o primeiro documento internacional de ampla proteção às crianças,
já considerando a criança como sujeito de direito.
(B) A Declaração Universal dos Direitos das Crianças de 1959 foi adotada pela Assembleia das Nações Unidas e representou
um paradigma para infância e juventude, pois reconheceu que crianças e adolescentes são sujeitos de direito.
(C) A Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças aplica-se ao menor de 18 anos.
(D) As Normas de RIAD são Diretrizes da ONU visando à adoção internacional.
(E) As regras de Tóquio são aplicadas para proteção e cooperação em matéria de adoção internacional.

Letra b.
(a) Errada. A Declaração de Genebra ou Carta da Liga de 1924 foi o primeiro documento internacional de ampla proteção às crianças,
até aqui está correto, mas não considerava a criança como sujeito de direito, mas sim como mero recipiente de proteção.
(b) Certo A Declaração Universal dos Direitos das Crianças de 1959 reconheceu a criança como sujeito de direito. Essa norma internacional
é composta por um preâmbulo e dez princípios, trazendo direitos da criança, tais como: alimentação, educação, amor, nome...
(c) Errado. Pois de acordo com a Convenção, aplica-se para o menor de 16 anos.
(d) Errado. As Normas de RIAD são Diretrizes da ONU para prevenção da delinquência juvenil.
(e) Errado. As regras de Tóquio 1990 são regras mínimas para a proteção de jovens privados da liberdade.

72. Marque a alternativa correta levando em consideração a Lei n. 8.069/1990 e suas alterações:
(A) Considere que Sílvio, de vinte e cinco anos de idade, integrante de uma organização criminosa, com a intenção de aliciar
menores para a prática de delitos, tenha acessado a sala de bate-papo em uma rede social na Internet e, após longa con-
versa, tenha induzido um menor a subtrair veículo de terceiro. Nessa situação hipotética, segundo entendimento do Superior
Tribunal de Justiça, para que Sílvio possa responder por crime tipificado no ECA, é necessário que seja provada a efetiva
corrupção do menor.
(B) O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à instituição para
fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cog-
nitivo, educacional e financeiro. Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos
cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento de que fazem parte,
somente pessoa física pode apadrinhar.
(C) De acordo com o art. 228 do ECA, considera-se crime o fato de o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento
de atenção à saúde de gestante deixar de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art.
10 do estatuto, bem como deixar de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de
nascimento, na qual constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato. A ação penal adequada no caso
de cometimento do crime descrito é a pública condicionada à representação da gestante.
(D) As infrações administrativas previstas no ECA configuram condutas contrárias a preceitos normativos que estabelecem uma
ingerência do Estado na vida das pessoas físicas ou jurídicas, com vistas à proteção dos direitos das crianças e dos adoles-
centes, apregoando sanções de cunho administrativo, ou seja, restritivas de direitos, mas não restritivas de liberdade.
(E) Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, monta-
gem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual caracteriza infração administrativa
punida com multa.

Letra d.
(a) Errado. Trata-se de crime previsto no art. 244-B do Eca. O STJ entendeu que o delito é formal e lançou a Súmula n. 500: “A
configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.”
Nesta questão temos o § 1º do citado artigo, conhecido como CORRUPÇÃO ELETRÔNICA.
(b) Errado. O instituto do apadrinhamento foi criado em 2017 e nos termos do art. 19 B: a criança e o adolescente em programa de
acolhimento institucional ou familiar poderão participar de programa de apadrinhamento. O apadrinhamento consiste em estabelecer
e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração
com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. Podem ser padrinhos ou madrinhas
pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo
programa de apadrinhamento de que fazem parte. Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de colaborar
para o seu desenvolvimento.
(c) Errado. Nos termos do art. 227 do referido Estatuto, todos os crimes que estão tipificados no ECA só se procedem mediante
denúncia do MP. A ação penal é pública incondicionada.
(d) Correto. Do art. 245 ao 258-C temos as infrações administrativas. As infrações administrativas são condutas que ferem as normas
de proteção à criança e ao adolescente previstas no ECA, especialmente condutas referentes aos artigos 70 a 85.
(e) Errado. De acordo com o art. 241-C, trata-se de crime punido com reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

51
000000 – PG52

73. Caracteriza a internação com prazo determinado ou internação-sanção:


(A) Prática de ato infracional mediante grave ameaça ou violência contra a pessoa ou em reiteração de infrações graves.
(B) Aplicação residual se não existir outra medida adequada à ressocialização.
(C) Decretação pelo juízo da execução.
(D) Expedição da guia de execução de medida e início do processo de execução.
(E) Prazo limitado a 3 (três) anos.

Letra c.
(a) Errada. A prática de ato infracional mediante grave ameaça ou violência contra a pessoa ou em reiteração de infrações graves − gera
possibilidade de aplicação de internação por tempo indeterminado, ou internação estrita, conforme art. 122, incisos I e II, do ECA, e não
internação-sanção, como dito na assertiva.
(b) Errada. A aplicação residual também se aplica à internação estrita, conforme art. 122, § 2º, do ECA. Ou seja, não é uma característica
específica da internação-sanção.
(c) Correto. A internação-sanção deve ser decretada, de forma incidental, no processo de execução, conforme art. 43 e seu § 4º da Lei
do Sinase.
(d) Errada. Em razão da internação-sanção ser decretada de forma incidental no processo de execução de medidas socioeducativas,
não ocorre no início do processo de execução. Ocorre, sim, ao longo do processo, caso haja descumprimento reiterado e injustificável
de medida anteriormente imposta, conforme previsão do art. 122, inc. III, do ECA.
(e) Errada. A internação-sanção tem prazo limitado a três meses, e não três anos, conforme art. 122, § 1º, do ECA.

74. A Lucas, com 17 anos, pela prática de roubo, foi aplicada medida socioeducativa de internação. Cumpridos doze meses da
medida, chega ao juízo responsável pela execução nova sentença de internação aplicada a Alex, agora pela prática de um latrocí-
nio, acontecido seis meses antes do roubo que resultou na sua primeira internação. Cabe ao juiz da execução, adotando a solução
que mais se aproxima das regras e princípios da Lei n. 12.594/12,
(A) operar a unificação das medidas aplicadas e determinar o reinício do cumprimento da medida socioeducativa de internação.
(B) operar a unificação da execução, fixando como termo final para liberação compulsória do adolescente a soma dos prazos
máximos de duração definidos para as medidas em cada sentença.
(C) determinar a suspensão da medida de internação em curso e ordenar o início da execução da nova medida de internação
aplicada, que prevalece em razão da antecedência cronológica e da maior gravidade do ato que a motivou.
(D) determinar a cumulação das medidas, procedendo-se à execução simultânea de ambas as sentenças, com elaboração de
um novo plano individual de atendimento que considere o ato infracional de latrocínio e que será executado paralelamente
ao plano decorrente da primeira sentença.
(E) unificar as medidas, prosseguindo-se na execução de medida de internação já em curso, sem impacto nos prazos máximos
de cumprimento e reavaliação.

Letra e.
Art. 45, § 1º, da Lei do Sinase.
(a) Errada. No caso, como o ato referente a nova sentença é anterior ao ato cuja execução já está em curso, o juiz não deve determinar
o reinício da medida, conforme § 1º já citado.
(b) Errada. Não deve ocorrer soma dos prazos máximos, permanecendo o prazo máximo de 3 (três) anos, previsto no art. 121, §
3º, do ECA.
(c) Errada. Segundo o § 1º já citado, não se deve determinar o início da execução decorrente de ato anterior.
(d) Errada. A lei não fala que deve haver cumulação das medidas, mas sim unificação das medidas em apenas uma medida de
internação, com prazo máximo de três anos.
(e) Correto. Art. 45, § 1º, da Lei do Sinase.

DIREITO PENAL
Túlio Mendes

75. Em relação aos crimes contra a dignidade sexual, assinale a opção incorreta.
(A) Caso a vítima possua idade inferior a 14 anos, será caso de estupro de vulnerável, enquanto na hipótese de possuir idade
superior a 14 anos e inferior a 18 anos, o estupro será qualificado.
(B) A prática de relação sexual com alguém mediante meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade caracteriza
situação em que a vítima não pode oferecer resistência, amoldando-se ao tipo de estupro de vulnerável.
(C) A conduta de praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia
amolda-se ao delito de importunação sexual, observado o ditame da subsidiariedade.
(D) Se Paulo constrange Maria (17 anos de idade) com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se
da sua condição de empregador, fala-se em assédio sexual, não se admitindo, em decorrência da idade da vítima, a exaspe-
ração da pena na primeira fase, tendo em conta a cominação de majorante específica no particular.
(E) Se Paulo é condenado por assédio sexual, apesar de ter sido reconhecida a presença de circunstâncias judiciais desfavorá-
veis e a reincidência específica, não é possível a fixação do regime inicial fechado para o cumprimento da pena.

52
000000 – PG53

Letra b.
(a) Correto.
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele
se pratique outro ato libidinoso:
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1° Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (...)
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (...)

(b) Incorreto. A situação amolda-se ao delito do art. 215 do CP – Violação sexual mediante fraude.
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte
a livre manifestação de vontade da vítima:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.

O estupro de vulnerável fica caracterizado, quando a vítima, embora maior de 14 anos, por enfermidade ou deficiência mental, não tem
o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. A hipótese amolda-se
às especializantes de tipo autônomo, não se enquadrando na elementar “qualquer outra causa”.

(c) Correto.
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.

(d) Correto.
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua con-
dição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos
§ 2° A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.

(e) Correto.
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua con-
dição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

Em se tratando de pena de detenção, não se admite a fixação do regime inicial fechado para o início do cumprimento de pena, sendo
que Paulo, durante a execução da pena, poderia, hipoteticamente, ir ao regime fechado no caso da prática de falta grave, por exemplo.

76. Em relação aos crimes sexuais contra vulnerável, assinale a opção correta.
(A) Revela-se típica a conduta de seduzir menor de dezoito e maior de catorze anos e ter conjunção carnal.
(B) Havendo experiência sexual anterior e sendo consentida a relação, revela-se atípica a conduta de ter conjunção carnal com
menor de 14 anos.
(C) A pessoa que induz menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem responderá por estupro de vulnerável na qualidade
de partícipe como expressão da incidência da teoria monista.
(D) A conduta do proprietário de estabelecimento no qual se verifica situação de prostituição envolvendo menor de 18 anos de
idade revela-se atípica, considerando a subsidiariedade do direito penal, tendo em conta a situação ser passível de sanção
por outros ramos do direito.
(E) Para efeito de tipificação da conduta de favorecimento da prostituição de criança ou adolescente (art. 218-B do CP), é dispen-
sada a finalidade especial de obter vantagem econômica, sendo que, acaso presente, além da pena de reclusão, responderá
também por multa.

Letra e.
(a) Incorreto. Trata-se do delito de sedução (art. 217 do CP) em relação ao qual houve abolitio criminis.
(b) Incorreto. “Art. 217-A, § 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se independentemente do
consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime.”
(c) Incorreto. A conduta amolda-se a tipo autônomo de corrupção de menores. “Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a
satisfazer a lascívia de outrem.”
(d) Incorreto. A conduta é típica.
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos
ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou
dificultar que a abandone.

53
000000 – PG54

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.


§ 2° Incorre nas mesmas penas:
II – o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.

(e) Correto.
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou
que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou difi-
cultar que a abandone:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
§ 1° Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.

77. Otávio e Paulo eram desafetos, de modo que Otávio decidiu matar Paulo. Assim, comprou uma arma em localidade próxima e foi
até a casa de Paulo, o qual estava na calçada. Vendo Otávio, Paulo foi em sua direção com os punhos cerrados, oportunidade em
que Otávio sacou a arma que estava oculta e atirou na cabeça de Paulo que faleceu imediatamente. Na sequência, conturbado
emocionalmente, Otávio adentrou em uma panificadora e apontando a arma de fogo, subtraiu o dinheiro que havia no caixa do
estabelecimento. Assinale a opção correta.
(A) Em relação à conduta praticada em face de Paulo, Otávio responderá pelo delito de homicídio doloso consumado e porte de
arma de fogo em concurso material.
(B) Se a arma de fogo utilizada por Otávio era de uso permitido, a sua conduta em relação a Paulo, ausentes elementos que
possam demonstrar a presença de motivação torpe ou fútil, tipificará homicídio simples, enquanto caso a arma fosse de uso
restrito, a hipótese seria de homicídio qualificado.
(C) Se a arma de fogo utilizada por Otávio era de uso permitido, a sua conduta em relação à panificadora tipificará o crime de
roubo com causa de aumento, enquanto caso a arma seja de uso restrito ou proibido, será hipótese de roubo qualificado.
(D) Presentes os requisitos objetivos e subjetivos, fica caracterizado a continuidade delitiva entre o homicídio e o roubo pratica-
dos no mesmo contexto.
(E) Considerando que o disparo de arma de fogo fora posterior à conduta de Paulo de avançar na direção de Otávio com os
punhos cerrados, fica caracterizada a justificante da legítima defesa.

Letra b.
(a) Incorreto. Haverá a incidência do princípio da consunção, pois as condutas foram praticados no mesmo contexto.
(b) Correto. “Homicídio qualificado – Art. 121, § 2° Se o homicídio é cometido: (...) VIII – com emprego de arma de fogo de uso restrito
ou proibido: (...).”
(c) Incorreto. Ambas as situações dão ensejo à causa de aumento. Sendo a arma de uso permitido, a majorante será de 2/3. Sendo a
arma de fogo de uso restrito ou proibido, a majorante será de 2x, ou seja, a pena será dobrada.
(d) Incorreto. Para a caracterização de crime continuado, é necessário que os crimes sejam da mesma espécie, ou seja, previstos no
mesmo tipo penal.
(e) Incorreto. Diante do prévio planejamento de matar seu desafeto, não cabe falar em conduta justificada, pois o disparo não se deu
pela investida da vítima, e sim como consectário do dolo do agente.

78. Assinale a opção correta.


(A) Em relação ao delito de homicídio, se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob
o domínio de violenta emoção logo após injusta provocação da vítima, tem cabimento a causa de extinção da punibilidade do
perdão judicial.
(B) Admite-se o homicídio qualificado-privilegiado, quando a qualificadora decorre do motivo torpe.
(C) No homicídio doloso, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra criança ou adolescente.
(D) Se o homicídio é praticado por grupo de extermínio, é possível a exasperação da pena na primeira fase em decorrência da
valoração da circunstância judicial da culpabilidade em concreto.
(E) Presente situação de feminicídio, haverá causa de aumento de pena se praticada em frente a descendente ou ascendente,
ficando excluída essa majorante caso a conduta seja praticado em frente a um irmão.

Letra e.
(a) Incorreto. Conforme o art. 121, § 1º: "Art. 121, § 1° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou
moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a
um terço."
Caracteriza causa de redução de pena aplicável ao homicídio doloso. O perdão judicial tem previsão apenas no caso de homicídio
culposo. "Art. 121, § 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração
atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária."
(b) Incorreto. As qualificadoras subjetivas são incompatíveis com a privilegiadora, também de natureza subjetiva.
(c) Incorreto. Adolescente seria pessoa menor de 18 anos. Criança menor de 12 anos. Há distinção. Sendo doloso o homicídio, a pena
é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos (art. 121, §
4º, do CP). Atenção: admite-se a exasperação da pena na primeira fase se a vítima possuía idade entre 18 e 14 anos (Resp 1.851.435,
3ª Seção STJ, agosto de 2020).

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000000 – PG55

(d) Incorreto. “Art. 121, § 6° A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o
pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.” Logo, tem pertinência na terceira fase da dosimetria, não
podendo ser analisado também na primeira fase.
(e) Correto.

Art. 121, § 7° A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: (Incluído pela Lei n.
13.104, de 2015) (...)
I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
II – contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças degenera-
tivas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental.
III – na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima.

79. Assinale a opção correta.


(A) Se da lesão corporal resulta aceleração de parto tem-se lesão corporal gravíssima com pena de reclusão de dois a oito anos.
(B) Se da lesão corporal resulta perigo de vida, fica tipificada lesão simples, pois o perigo de vida é inerente à violação ao bem
jurídico tutelado.
(C) Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção,
logo em seguida a injusta provocação da vítima, não sendo graves as lesões, pode o juiz substituir a pena de detenção
pela de multa.
(D) Por falta de previsão legal, não se admite perdão judicial no caso de lesão corporal culposa.
(E) A lesão corporal com resultado morte é figura híbrida, sendo que no antecedente há dolo, enquanto no consequente pode
estar presente dolo ou culpa.

Letra c.
(a) Incorreto. Trata-se de lesão grave. “Art. 129, § 1º Se resulta: (...) IV – aceleração de parto: Pena – reclusão, de um a cinco anos.”
(b) Incorreto. Trata-se de lesão grave, quando há perigo de vida. Não constitui hipótese perigo comum. O perigo comum tem pertinência
como qualificadora do homicídio “Art. 129, § 1º Se resulta: (...) II – perigo de vida: Pena – reclusão, de um a cinco anos.”
(c) Correto.
Art. 129, § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Substituição da pena
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos
de réis:
I – se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II – se as lesões são recíprocas.

(d) Incorreto.
Art. 129, § 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
Art. 121, § 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem
o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.

(e) Incorreto. Trata-se de figura preterdolosa, na qual no consequente há culpa. Não se admite dolo no consequente. “Art 129, § 3°
Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado (dolo direto), nem assumiu o risco de produzi-lo
(dolo eventual).”

80. Assinale a opção correta.


(A) A exceção da verdade é admitida no caso de injúria apenas quando o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao
exercício de suas funções.
(B) O juiz pode deixar de aplicar a pena no caso de difamação, quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente
a situação.
(C) Se o crime de injúria é praticado em face de pessoa idosa tem cabimento a incidência de majorante.
(D) Se o crime de injúria é praticado em face de funcionário público em razão de suas funções tem cabimento a incidência de
majorante.
(E) Se o crime contra a honra é divulgado em redes sociais, admite-se a exasperação da pena na primeira fase da dosimetria.

Letra d.
(a) Incorreto. Essa situação refere-se à difamação. Não se admite exceção da verdade em injúria.
(b) Incorreto. Essa situação refere-se à injúria.
Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:

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000000 – PG56

I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;


II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

(c) Incorreto.
Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: (...)
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. Na hipótese, fica tipificada
a injúria qualificada (preconceituosa): (...)
§ 3° Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa
ou portadora de deficiência:
Pena – reclusão de um a três anos e multa.

(d) Correto. “Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: (...) II – contra
funcionário público, em razão de suas funções.”
(e) Incorreto. Há causa de aumento de pena (terceira fase da dosimetria). “Art. 141, § 2º Se o crime é cometido ou divulgado em
quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de computadores, aplica-se em triplo a pena.”

81. Assinale a opção correta.


(A) Incorre no mesmo tipo penal quem tem a posse ilegal de arma de fogo seja de uso restrito seja de uso proibido, podendo o
juízo aquilatar o tipo de arma na primeira fase da dosimetria da pena.
(B) Aquele que portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal
de identificação raspado, suprimido ou adulterado responderá pelas penas do art. 16 do Estatuto do Desarmamento com
majorante.
(C) A proibição de estabelecimento de fiança para os delitos de “porte ilegal de arma de fogo de uso permitido” e de “disparo
de arma de fogo” mostra-se desarrazoada, porquanto são crimes de mera conduta, que não se equiparam aos crimes que
acarretam lesão ou ameaça de lesão à vida ou à propriedade.
(D) As condutas de possuir arma de fogo e munições de uso permitido e de uso restrito, apreendidas em um mesmo contexto
fático, configuram concurso formal impróprio de delitos.
(E) Há crime único quando são apreendidos, no mesmo contexto fático, arma de fogo de uso permitido e munição de uso restrito,
tendo em vista a ocorrência de uma única lesão ao bem jurídico protegido.

Letra c.
(a) Incorreta. Com a redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019, tipifica a conduta do caput do art. 16 do Estatuto do Desarmamento a
posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, sendo que acaso de uso proibido, fica tipificado o delito na forma qualificada. “Art
16, § 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4
(quatro) a 12 (doze) anos.
(b) Incorreto. Trata-se de comportamento equiparado. Não existe majorante no particular.
(c) Correto. Adin 3.112-1 – STF.
(d) Incorreto.
As condutas de possuir arma de fogo e munições de uso permitido e de uso restrito, apreendidas em um mesmo contexto fático,
configuram concurso formal de delitos. [...] O art. 16, do Estatuto do Desarmamento, além da paz e segurança públicas, também
protege a seriedade dos cadastros do Sistema Nacional de Armas, sendo inviável o reconhecimento de crime único, pois há lesão
a bens jurídicos diversos. Também não é adequada a aplicação da regra do concurso material ou do concurso formal impróprio,
não havendo a demonstração da existência de desígnios autônomos. (HC n. 467.756/RJ, Ministro Reynaldo Soares da Fonseca,
Quinta Turma, DJe 6/5/2019). 6. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1825695/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚ-
NIOR, SEXTA TURMA, julgado em 10/03/2020, DJe 16/03/2020)

(e) Incorreto.

Tem-se reconhecido a existência de crime único quando são apreendidos, no mesmo contexto fático, mais de uma arma ou
munição, tendo em vista a ocorrência de uma única lesão ao bem jurídico protegido. Sucede que referido entendimento não pode
ser aplicado quando a conduta praticada pelo réu se amolda a tipos penais diversos, sendo que um deles, o do artigo 16, além da
paz e segurança públicas também protege a seriedade dos cadastros do Sistema Nacional de Armas, razão pela qual é inviável
o reconhecimento de crime único e o afastamento do concurso material (HC n. 211.834/SP, Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma,
DJe 18/9/2013).

82. Assinale a opção incorreta.


(A) Possui natureza incondicionada a ação penal em caso de crime de lesão corporal em contexto de violência doméstica e fami-
liar contra a mulher, pouco importando a extensão desta.
(B) Para o Supremo Tribunal Federal, o tratamento diferenciado entre os gêneros – mulher e homem –, harmoniza-se com a
Constituição Federal, por ser necessária a proteção ante as peculiaridades física e moral da mulher (maior vulnerabilidade)
e também levando em conta a cultura brasileira.

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000000 – PG57

(C) Revela-se constitucional a regra que afasta nos crimes de violência doméstica contra a mulher a aplicação da Lei n.
9.099/1995.
(D) Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), não
se exige a coabitação entre autor e vítima.
(E) Na hipótese de contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico é possível a
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.

Letra e.
(a) Correto. ADC 19/DF e a ADI 4424/DF, em 09/02/2012, processos relatados pelo Min. Marco Aurélio. O Tribunal considerou
constitucionais os art. 1º, 33 e 41 da Lei n. 11.340/2006. Além disso, deu interpretação conforme aos artigos 12, inciso I, e 16, ambos da
Lei, para estabelecer a natureza incondicionada da ação penal em caso de crime de lesão, pouco importando a extensão desta.
(b) Correto. ADC 19/DF e a ADI 4424/DF.
(c) Correto. O art. 41 da Lei Maria da Penha, objeto de divergência doutrinária e jurisprudencial na época, que afastava nos crimes de
violência doméstica contra a mulher, a aplicação da Lei n. 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais), mostra-se em consonância com o
disposto no § 8º do artigo 226 da Carta da República, a prever a obrigatoriedade de o Estado adotar mecanismos que coíbam a violência
no âmbito das relações familiares. ADC 19/DF e a ADI 4424/DF.
(d) Correto. Conforme a Súmula n. 600 do STJ.
(e) Incorreto. A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico
impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos – Súmula n. 588 do STJ.

83. Assinale a opção correta.


(A) No caso do peculato culposo, a reparação do dano se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é pos-
terior, reduz de metade a pena imposta.
(B) Se o funcionário público desvia valor particular de que tem posse em razão do cargo em proveito próprio não incorre no delito
de peculato, para o qual é necessário que o valor ou bem seja público.
(C) Incorre no delito de concussão o funcionário público que solicita, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
(D) Se o funcionário público recebe, para si, indiretamente, antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, respon-
derá por corrupção passiva consumada desde que deixe de praticar qualquer ato de ofício.
(E) Se o funcionário deixa de praticar ato de ofício em razão de pedido de outrem, desde que não receba vantagem indevida,
responderá pelo delito de corrupção passiva com causa de redução de pena.

Letra a.
(a) Correto. Art. 312, § 3º, do CP.
(b) Incorreto. “Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que
tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.”
(c) Incorreto. O núcleo é exigir. “Concussão – Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: (...).”
(d) Incorreto. Para a consumação, não se exige a prática de ato de ofício, bastante solicitar ou receber a vantagem indevida ou
aceitar a promessa de vantagem. Caso deixe de praticar ato de ofício, será caso de corrupção passiva exaurida, incidindo causa de
aumento de pena.
Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas
em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei n. 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar
qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.

(e) Incorreto. Não é caso de minorante. "Art. 317, § 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração
de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa."

84. João, valendo-se da qualidade de funcionário, patrocina o interesse de Paulo, pai de um grande amigo, que queria se aposentar,
elaborando o pedido, juntando os documentos, “despachando” o pedido junto à autoridade do setor de pessoal e protocolando
pessoalmente o pedido. Cátia, não tendo ciência da conduta de João, recebe o pedido e implementa ajustes técnicos do pedido,
encaminhando-o à Chefia do setor. Assinale a opção correta.
(A) Sendo o interesse legítimo, revela-se atípica a conduta de João em relação ao delito de advocacia administrativa, por se
tratar de mera irregularidade funcional em observância à subsidiariedade do direito penal.
(B) Se o interesse de João for ilegítimo, responderá pelo delito de advocacia administrativa admitindo-se, inclusive, nos termos
da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a exasperação da pena na terceira fase da dosimetria da pena.
(C) A conduta de Cátia revela-se atípica.
(D) João responderá por prevaricação.
(E) Se João era estagiário não remunerado, não é possível considerá-lo funcionário público para fins penais.

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000000 – PG58

Letra c.
(a) Incorreto. Amolda-se ao caput do art. 321 do CP.
Advocacia administrativa
Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de
funcionário:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

(b) Incorreto. Não é causa de aumento de pena. “Art. 321, parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo: Pena – detenção, de três meses
a um ano, além da multa.”
(c) Correto.
É atípica a conduta de agente público que procede à prévia correção quanto aos aspectos gramatical, estilístico e técnico das
impugnações administrativas, não configurando o crime de advocacia administrativa perante a Administração Fazendária. REsp
1.770.444-DF, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, por maioria, julgado em 08/11/2018, DJe 03/12/2018

(d) Incorreto. A hipótese não descreve as elementares do art. 319 do CP. “Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato
de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: (...).”
(e) Incorreto. “Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração,
exerce cargo, emprego ou função pública.”

DIREITO PROCESSUAL PENAL


Danielle Rolim

85. Caio foi preso em flagrante delito, em razão da prática do crime de roubo cometido com o emprego de arma de fogo. Em audiência
de custódia, mediante requerimento do Ministério Público, o juiz converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva. Foi ofere-
cida e recebida denúncia contra Caio. Quanto a isso, é correto afirmar que, de acordo com o Código de Processo Penal:
(A) se no curso da instrução criminal, o juiz verificar a possibilidade de substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa
da prisão, deverá fazê-lo. Nesse caso, a decisão não precisa ser fundamentada, pois foi proferida em benefício do réu.
(B) o juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo,
verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
(C) a prisão preventiva de Caio poderá ser substituída por prisão domiciliar se a defesa comprovar que ele é o único responsável
pelos cuidados de filho de até 14 (quatorze) anos de idade incompletos.
(D) se Caio tiver se recusado a assinar o Auto de Prisão em Flagrante, deverá ser ele assinado por duas testemunhas que
tenham, necessariamente, presenciado o fato criminoso.
(E) a necessidade de manutenção da prisão preventiva de Caio deverá ser revisada a cada 60 (sessenta) dias, pelo órgão que
a decretou, mediante decisão fundamentada.

Letra b.
(a) Incorreta. “Art. 315, CPP. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada e fundamentada.”
(b) Correta. Reprodução literal do art. 316 do CPP.
(c) Incorreta. “Art. 318, VI, CPP. (...) homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade
incompletos.”
(d) Incorreta.
Art. 304, § 3°, CPP. Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será
assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste.

(e) Incorreta.

Art. 316, parágrafo único, CPP. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua
manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.

58
000000 – PG59

86. Sobre as provas no processo penal, é correto afirmar:


(A) Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de
iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas, bem
como de que o seu silêncio não importará confissão, muito embora possa ser interpretado em prejuízo da defesa.
(B) A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em con-
junto. Quando parcial, é vedado que a confissão seja considerada pelo juiz como atenuante da pena do réu, em caso de
condenação.
(C) Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao
ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossi-
bilidade dessa forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, sem a presença do seu defensor.
(D) Em razão do princípio da economia processual, havendo mais de um acusado, serão interrogados conjuntamente.
(E) São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo
se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.

Letra e.
(a) Incorreta. “Art. 186, parágrafo único, CPP. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo
da defesa.”
(b) Incorreta. Não há vedação a que a confissão parcial atenue a pena do réu. Se ela for utilizada para a formação do convencimento
do julgador, deverá atenuar a pena.
(c) Incorreta.
Art. 217, CPP. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à testemunha
ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossi-
bilidade dessa forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor.

A oitiva das testemunhas não poderá ser realizada sem a presença do defensor do réu.
(d) Incorreta. “Art. 191, CPP. havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente.”
(e) Correta. Reprodução do art. 207 do CPP.

87. No que diz respeito aos sujeitos processuais, é correto dizer:


(A) A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder comparecer. O impedimento deverá ser pro-
vado pelo defensor até a abertura da audiência. Se não o for, o juiz não determinará o adiamento do ato, realizando-o, com
a nomeação de defensor substituto, ainda que provisoriamente ou só para o efeito do ato.
(B) Nenhum acusado será processado sem defensor, salvo se ausente ou foragido.
(C) Nos termos do entendimento do Supremo Tribunal Federal, o direito de ausência do acusado, previsto em nosso sistema
processual penal, não impede que seja ele conduzido coercitivamente para que seja interrogado.
(D) Ainda que o acusado, em seu interrogatório, indique defensor, é imprescindível a juntada aos autos de instrumento de man-
dato, para que não haja dúvida quanto à voluntariedade do ato.
(E) Tendo em vista que o evidente interesse na elucidação do fato criminoso ocorreu no mesmo processo, poderá intervir como
assistente do Ministério Público, podendo ser admitido enquanto não passar em julgado a sentença.

Letra a.
(a) Correta.
Art. 265, § 1º, CPP. A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder comparecer.
§ 2º Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará o adiamento
de ato algum do processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que provisoriamente ou só para o efeito do ato.

(b) Incorreta. “Art. 261, CPP. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor”.
(c) Incorreta. Conforme ADPF 444:
(...) Potencial violação à presunção de não culpabilidade. Aspecto relevante ao caso é a vedação de tratar pessoas não conde-
nadas como culpadas – art. 5º, LVII. A restrição temporária da liberdade e a condução sob custódia por forças policiais em vias
públicas não são tratamentos que normalmente possam ser aplicados a pessoas inocentes. O investigado é claramente tratado
como culpado. 9. A legislação prevê o direito de ausência do investigado ou acusado ao interrogatório. O direito de ausência, por
sua vez, afasta a possibilidade de condução coercitiva. 10. Arguição julgada procedente, para declarar a incompatibilidade com a
Constituição Federal da condução coercitiva de investigados ou de réus para interrogatório, tendo em vista que o imputado não é
legalmente obrigado a participar do ato, e pronunciar a não recepção da expressão “para o interrogatório”, constante do art. 260
do CPP (...).

(d) Incorreta. “Art. 266, CPP. A constituição de defensor independerá de instrumento de mandato, se o acusado o indicar por ocasião do
interrogatório”.
(e) Incorreta. “Art. 270. O corréu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Ministério Público.”

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000000 – PG60

88. Sobre as citações e intimações no processo penal, pode-se afirmar que:


(A) o processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente ou por edital, deixar de comparecer
sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo.
(B) se o réu estiver no estrangeiro, em lugar sabido, será citado por carta rogatória, interrompendo-se o prazo de prescrição até
o seu cumprimento.
(C) a intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente será feita por publicação no órgão incumbido
da publicidade dos atos judiciais, sendo dispensada a inclusão do nome do acusado.
(D) adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz marcará desde logo, na presença das partes e testemunhas, dia e
hora para seu prosseguimento, do que se lavará termo nos autos.
(E) a citação do funcionário público será feita por intermédio do chefe do respectivo serviço.

Letra d.
(a) Incorreta. A providência descrita no art. 367 do CPP, reproduzida na alternativa, não se aplica ao acusado citado por edital, pois,
neste caso, a consequência será a suspensão do processo e do curso do prazo prescricional, nos termos do art. 366 do CPP.
(b) Incorreta. “Art. 368, CPP. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se
o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento”. A hipótese é de suspensão do prazo de prescrição.
(c) Incorreta. Deve ser incluído, sob pena de nulidade, o nome do acusado. Art. 370, § 1º, CPP.
(d) Correta. Reprodução do art. 372, CPP.
(e) Incorreta. Nos termos do art. 359 do CPP, “o dia designado para funcionário público comparecer em juízo, como acusado, será
notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição”. No entanto, a citação é pessoal.

89. Nos termos do previsto no art. 397 do Código de Processo Penal, no procedimento comum, o juiz deverá absolver sumariamente
o acusado quando verificar que:
(A) a denúncia é manifestamente inepta.
(B) existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade. Se a inimputabilidade for a
única tese defensiva, no entanto, admite-se aqui a absolvição sumária do acusado.
(C) existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena, ou mesmo se houver fundada dúvida sobre a
existência.
(D) faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal.
(E) existência manifesta de causa excludente da ilicitude.

Letra e.
(a) Incorreta. Hipótese de rejeição da denúncia (art. 395, I, CPP).
(b) Incorreta. A primeira parte da alternativa está em consonância com o disposto no art. 397, II. No entanto, a ressalva contida na
segunda parte apenas se aplica ao procedimento do tribunal do júri (art. 415, parágrafo único, CPP).
(c) Incorreta. Elenca hipótese de absolvição ao final do processo (art. 386, VI, CPP).
(d) Incorreta. Hipótese de rejeição da denúncia ou queria (art. 395, II, CPP).
(e) Correta. Art. 397, I, CPP.

90. Sobre nulidades no processo penal, pode-se dizer que:


(A) as omissões da denúncia ou da queixa, assim como as da representação, apenas poderão ser supridas até a audiência de
instrução e julgamento.
(B) a falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o
ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de argui-la. O juiz ordenará, todavia, suspensão ou o adiamento
do ato, quando reconhecer que a irregularidade poderá prejudicar direito da parte.
(C) a declaração de nulidade de um ato não importará em nulidade dos atos que dele diretamente dependam ou sejam conse-
quência, tendo em vista que no direito processual penal vige o princípio do isolamento dos atos processuais.
(D) a nulidade por ilegitimidade do representante da parte não poderá ser sanada, implicando em invalidação de todo o procedi-
mento até então realizado.
(E) a ausência de apresentação de alegações finais pela defesa do réu, ao final da primeira fase do procedimento do tribu-
nal do júri, é causa de nulidade absoluta, diante do evidente cerceamento do direito de defesa. Nesse caso, em face da
inércia do advogado constituído pelo réu, o juiz deverá nomear defensor para, obrigatoriamente, apresentar as alegações
finais defensivas.

Letra b.
(a) Incorreta. “Art. 569, CPP. (...) poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sentença final.”
(b) Correta. Reprodução do art. 570 do CPP.
(c) Incorreta. Art. 573 do CPP: “a nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam
consequência”.
(d) Incorreta. Art. 568, CPP: “a nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo sanada, mediante ratificação
dos atos processuais”.
(e) Incorreta. De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: "(...) a ausência do oferecimento das alegações finais
em processos de competência do Tribunal do Júri não acarreta nulidade, uma vez que a decisão de pronúncia encerra juízo provisório
acerca da culpa” (jurisprudência em teses, STJ).

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000000 – PG61

91. No que diz respeito à revisão criminal, pode-se afirmar:


(A) A revisão criminal poderá ser requerida no prazo de até dois anos após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória
e deverá ser instruída com as peças necessárias para a comprovação do fato.
(B) Em razão do princípio da soberania dos vereditos, não se admite revisão criminal contra as condenações proferidas pelo
Tribunal do Júri.
(C) Julgando procedente a revisão criminal, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu ou anular o
processo, mas não poderá modificar a pena do réu, seja para aumentá-la ou para diminuí-la, sob pena de ser ferida a
coisa julgada.
(D) A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo côn-
juge, ascendente, descendente ou irmão.
(E) A revisão criminal será extinta, sem julgamento do mérito, quando, no curso do procedimento, falecer a pessoa cuja conde-
nação tiver de ser revista, diante da evidente falta de interesse no prosseguimento do feito.

Letra d.
(a) Incorreta. A revisão criminal poderá ser requerida em qualquer tempo, ante da extinção da pena ou após – art. 622, CPP.
(b) Incorreta. Nos termos da jurisprudência dos tribunais superiores, o princípio da soberania dos vereditos não impede seja procedida
à revisão criminal das condenações proferidas pelo tribunal do júri (STJ - HC 137.504/BA).
(c) Incorreta. “Art. 626, CPP. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu,
modificar a pena ou anular o processo”.
(d) Correta. Literalidade do art. 623 do CPP.
(e) Incorreta. Nos termos do art. 631 do CPP “quando, no curso da revisão, falecer a pessoa, cuja condenação tiver de ser revista, o
presidente do tribunal nomeará curador para a defesa”.

LEI DE EXECUÇÃO PENAL


Danielle Rolim

92. No que diz respeito à atuação da Defensoria Pública na execução penal, é correto afirmar que incumbe à Defensoria Pública:
(A) visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existentes na comarca, devendo apresentar relatórios mensais
ao Juiz da execução e ao Conselho Penitenciário.
(B) inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento e promo-
vendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade.
(C) fiscalizar a execução da pena e da medida de segurança, oficiando no processo executivo e nos incidentes da execução.
(D) emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no estado de saúde
do preso.
(E) visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento, e requerer, quando for o caso, a
apuração de responsabilidade.

Letra e.
(a) Incorreta. Atribuição do Conselho da Comunidade (art. 81, I, III, LEP).
(b) Incorreta. Competência do juiz da execução (art. 66, VII, LEP).
(c) Incorreta. Atribuição do Ministério Público. Art. 67, caput, LEP.
(d) Incorreta. Atribuição do Conselho Penitenciário. Art. 70, I, LEP.
(e) Correta. Art. 81-B, V, LEP.

93. Nos termos da Lei de Execução Penal, a progressão de regime demanda o preenchimento de certos requisitos. Com relação a
isso, é correto afirmar que:
(A) o cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade suspende o prazo para a obtenção da pro-
gressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena
remanescente.
(B) o bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cumprimento do requisito tem-
poral exigível para a obtenção do direito.
(C) a decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério
Público. É dispensada, no entanto, a prévia manifestação do defensor.
(D) o preso terá atingido o limite temporal necessário para a progressão de regime se tiver cumprido ao menos 25% da pena, se
for reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça.
(E) considera-se hediondo, para os fins de progressão de regime de cumprimento da pena, o tráfico de drogas previsto no § 4º
do art. 33 da Lei n. 11.343/2003.

Letra b.
(a) Incorreta. A hipótese é de interrupção do prazo, nos termos do art. 112, § 6º, da LEP.
(b) Correta. Reprodução literal do § 6º do art. 112 da LEP, incluído pela Lei n. 13.964/2019.
(c) Incorreta. De acordo com o art. 112, § 2º, LEP, é necessária a prévia manifestação do defensor.

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(d) Incorreta. Necessário, no caso, o cumprimento de 30% da pena (art. 112, IV, LEP).
(e) Incorreta. Art. 112, § 5º, LEP.

94. Sobre a autorização de saída na Lei de Execução Penal, é correto afirmar que:
(A) admite-se a concessão de permissão de saída aos condenados que cumprem pena no regime fechado e semiaberto, mas
não aos presos provisórios.
(B) a permissão de saída se efetivará sem escolta, visando ao desenvolvimento do senso de responsabilidade e de disciplina,
bem como com o fim de evitar a estigmatização da pessoa presa.
(C) a saída temporária não será deferida ao condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo com resultado morte.
(D) a saída temporária será concedida por ato motivado do juiz da execução, e dependerá do cumprimento mínimo de 1/6 da
pena, se o condenado for primário, e 1/3, se for reincidente.
(E) a saída temporária será automaticamente revogada quando o condenado praticar fato definido como crime doloso ou cul-
poso, assim como quando for punido por falta grave.

Letra c.
(a) Incorreta. A permissão de saída se aplica também aos presos provisórios, nos termos do art. 120, caput, LEP.
(b) Incorreta. Art. 120, caput, LEP: “mediante escolta”.
(c) Correta. § 2º do art. 122 da LEP, incluído pela Lei n. 13.964/2019.
(d) Incorreto. ¼ da pena, se for reincidente (art. 123, II, LEP).
(e) Incorreto. A condenação por crime culposo não leva à revogação automática do benefício (art. 125, caput, LEP, apenas se refere ao
crime doloso).

95. Tício foi inserido no regime disciplinar diferenciado, por decisão proferida pelo juízo da execução, em razão de recaírem sob ele
fundadas suspeitas de envolvimento ou participação em organização criminosa. Nesse contexto, é correto dizer que:
(A) Tício terá direito a visitas quinzenais, de 1 pessoa por vez, a serem realizadas em instalações equipadas para impedir o con-
tato físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de
2 (duas) horas.
(B) se existirem indícios de que Tício exerce liderança da organização criminosa, o regime disciplinar diferenciado será obriga-
toriamente cumprido em estabelecimento prisional federal.
(C) se Tício for preso provisório, não poderá ser submetido ao regime disciplinar diferenciado. Nesse caso, é ilegal a decisão
proferida pelo juízo da execução.
(D) o regime disciplinar diferenciado, dado o caráter gravoso da penalidade, não poderá ser prorrogado sucessivamente. Assim,
ainda que haja indícios de que Tício mantém os vínculos com a organização criminosa, não poderá haver prorrogação, sob
qualquer fundamento.
(E) se após os primeiros 6 meses de regime disciplinar diferenciado Tício não receber visitas, poderá, após prévio agendamento,
ter contato telefônico com uma pessoa da família, duas vezes por mês, e por dez minutos. Esse contato telefônico não
poderá ser gravado, sob pena de estar sendo ferido o direito à intimidade de Tício.

Letra b.
(a) Incorreta. Visitas de 2 pessoas por vez (art. 52, III, LEP).
(b) Correta. Art. 52, § 3º, LEP.
(c) Incorreta. O § 1º do art. 52 da LEP reforça que o regime poderá ser aplicado aos presos provisórios ou condenados.
(d) Incorreta. O § 4º, II, do art. 52 da LEP traz a possibilidade de prorrogação sucessiva do RDD, por períodos de 1 ano, o que abrange
o caso de Tício (art. 52, § 1º, LEP).
(e) Incorreta. O contrato telefônico será gravado, nos termos do art. 52, § 7º, LEP.

96. Sobre a remição da pena, pelo trabalho e estudo, é correto dizer que
(A) o condenado que cumpre a pena em regime fechado, semiaberto ou aberto poderá remir, por trabalho ou estudo, parte do
tempo de execução da pena.
(B) o tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 no caso de conclusão do ensino fundamental, médio
ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação.
(C) no caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/6 do tempo remido, recomeçando a contagem a partir da data da infração
disciplinar.
(D) o condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto, tem direito à remição da pena pelo estudo. No entanto, o
condenado que está gozando do benefício da liberdade condicional, na poderá remir parte do tempo do período de prova
pelo estudo, apenas pelo trabalho.
(E) é vedado o deferimento de remição por trabalho e estudo, cumulativamente.

Letra b.
(a) Incorreta. O condenado que cumpre pena em regime aberto não tem direito à remição por trabalho, apenas pelo estuado. (Art. 126,
caput, c/c § 6º)
(b) Correta. Literalidade do art. 126, § 5º, LEP.
(c) Incorreto. Até 1/3 do tempo remido – art. 127, LEP.

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000000 – PG63

(d) Incorreta. O art. 126, § 6º abrange o condenado que está em livramento condicional no direito à remição pelo estudo. Por outro lado,
a ele não se defere a remição pelo trabalho.
(e) Incorreta. “Art. 126, § 3º Para fins de cumulação dos casos e remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de
forma a se compatibilizarem.”

97. Sobre a disciplina na execução penal, é correto dizer que:


(A) permite-se o emprego de celas escuras, na sanção dos presos, em hipóteses excepcionais, devidamente fundamentadas
pelo juiz da execução.
(B) diante de uma falta cometida no interior da cela do estabelecimento prisional, não se identificando qual dos presos foi o autor
do ato de indisciplina, deverá ser a aplicada sanção a todos os presos que ocupam aquela cela.
(C) a tentativa é punida com a sanção correspondente à falta consumada.
(D) a lei de execução penal traz o rol de faltas graves, médias e leves, bem como suas respectivas sanções, em obediência ao
princípio da legalidade.
(E) estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de liberdade e o preso provisório, mas não o condenado a pena res-
tritiva de direitos.

Letra c.
(a) Incorreta. Art. 45, § 2º, LEP – é vedado o emprego de cela escura.
(b) Incorreta. Art. 45, § 3º, da LEP – são vedadas as sanções coletivas.
(c) Correta. O art. 49, parágrafo único, da LEP traz essa previsão.
(d) Incorreta. A lei de execução penal apenas enumera as faltas graves. As demais, médias e leves, são especificadas pela legislação local.
(e) Incorreta. Art. 44, parágrafo único: “Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos e o
preso provisório.”

CRIMINOLOGIA
Mariana Barreiras

98. Assinale a alternativa correta no que diz respeito à pena de prisão:


(A) A pena de prisão é um modo de punição com origens socialistas.
(B) A prisão como pena se dissemina após a adoção da noção burguesa de trabalho medido no tempo.
(C) Segundo Foucault, a instituição da prisão, sua crise e sua reforma são movimentos sucessivos e cíclicos da história.
(D) No processo de prisionização, o condenado é educado para ser um criminoso, copiando os criminosos com forte orientação
antissocial, mas não é educado para ser um bom preso.
(E) Para Foucault, a principal função da prisão é suprimir infrações.

Letra b.
Para Rusche e Kirchheimer, as prisões são uma forma especificamente burguesa de punição, que se disseminam com a passagem para
o capitalismo. A construção da ideologia burguesa de trabalho é acompanhada pelo surgimento de uma concepção burguesa de tempo,
que tornará possível o princípio fundamental da proporcionalidade da pena. Na letra "a", a pena de prisão é um modo de punição com
origens capitalistas. Na letra "c", para Foucault, a prisão, seu fracasso e sua reforma não são momentos sucessivos na história, mas
momentos simultâneos, de forma que a prisão é uma invenção desacreditada desde o seu nascimento. Na letra "d", no processo de
prisionização, que é a assunção de atitudes e modelos de comportamento típicos da subcultura carcerária, o condenado é educado tanto
para ser um criminoso (copiando os criminosos com forte orientação antissocial), como para ser um bom preso, passivo, conformista e
oportunista. Na letra "e", para Foucault, a prisão não se destina a suprimir infrações, mas sim a distingui-las, distribuí-las e utilizá-las. A
penalidade é uma maneira de gerir as ilegalidades, de traçar limites de tolerância, deixando algumas pessoas dentro da economia geral
das ilegalidades, e excluindo outras. Ela demarca qual a forma particular de ilegalidade sobre a qual quer jogar luz.

99. Assinale a alternativa correta de acordo com o movimento de lei e ordem:


(A) Trata-se de movimento conservador neorretribucionista nascido nos Estados Unidos no começo dos anos 1970.
(B) Trata-se de corrente político-criminal progressista nascida nos movimentos da esquerda inglesa na década de 1980.
(C) Trata-se de movimento que, ao ampliar as possibilidades de prisão provisória, está na base no superencarceramento mundial.
(D) Trata-se de corrente criminológica cujo embasamento teórico encontra-se no pensamento de Thomas Mathiesen.
(E) Trata-se de corrente de pensamento para a qual a tarefa prioritária da polícia deve ser a resolução de crimes, com descon-
sideração pela maior parte de casos de manutenção da ordem, que desorientam a tarefa policial real.

Letra c.
O movimento de Lei e Ordem defende, entre outras medidas, a ampliação das possibilidades de prisão provisória e penas mais duras
e longas. Sua aplicação está na base do encarceramento em massa global, verificado, sobretudo, nas últimas cinco décadas. Na letra
"a", o movimento surgiu na década de 1980, nos Estados Unidos e na Inglaterra. Na letra "b", trata-se de um movimento conservador
neorretribucionista. Na letra "d", o embasamento teórico do movimento se encontra em artigo publicado em 1982 por James Wilson e
George Kelling, em que desenvolvem a Teoria das Janelas Quebradas. Thomas Mathiesen se insere nas correntes abolicionistas da
política criminal. Na letra "e", para o movimento de Lei e Ordem, crime e desordem estão intimamente relacionados. A polícia deve,
portanto, ser amplamente empregada para manutenção da ordem, função tradicional dos primeiros corpos policiais da história.

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000000 – PG64

100. Assinale a alternativa incorreta sobre a teoria do Labelling Approach:


(A) Inaugurou o paradigma da reação social.
(B) Rompeu com o ideal consensual de sociedade.
(C) Também é denominada Teoria da Rotulação.
(D) Colocou sob análise principal o delinquente, portador da etiqueta de criminoso.
(E) Inseriu definitivamente o controle social formal na lista de objetos da Criminologia.

Letra d.
A Teoria do Labelling Approach colocou sob análise principal os mecanismos do controle social formal (polícia, MP, Poder Judiciário etc.),
que constituem a criminalidade ao reagir ao fato desviante. Na letra “a”, a teoria do Labelling Approach inaugurou o paradigma da reação
social, segundo o qual o delito não existe por si próprio e não é possível analisar a desviação sem estudar a reação à desviação. Na letra
“b”, essa teoria inaugurou o grupo das Teorias do Conflito, rompendo com a visão consensual de que as pessoas vivem em sociedade
porque têm objetivos comuns e convivem em harmonia. Na letra “c”, a teoria do Labelling Approach também é denominada Teoria da
Reação Social, Teoria do Etiquetamento, Teoria Interacionista, Teoria da Rotulação. Na letra “e”, ao colocar sob análise principal os
mecanismos do controle social formal, essa teoria inseriu essas agências de maneira definitiva no rol de objetos da Criminologia.

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