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Nº 03, Maio de 2019

Guia Prático de Atualização


Departamento Científico
de Nefrologia

Disfunção Vesical e
Intestinal na Infância

Departamento Científico de Nefrologia


Presidente: Nilzete Liberato Bresolin
Secretária: Lucimary de Castro Silvestre
Conselho Científico: Anelise Uhlmann, Arnauld Kaufman, Clotilde Druck Garcia,
Rubens Wolfe Lipinski
Colaboradora (relatora): Rejane de Paula Bernardes

A DVI ainda é pouco reconhecida pela família,


Introdução
pela criança e por profissionais. É preciso compre-
ender a estreita relação entre o trato urinário e o
A associação de constipação com disfunção intestinal, e que a alteração em um dos sistemas
do trato urinário inferior (DTUI) em crianças foi pode alterar o outro2-4.
descrita por Koff em 1998 e denominada “síndro- Os motivos mais comuns de consulta são a in-
me da disfunção das eliminações”. Hoje chamada continência urinária, a infecção do trato urinário
de “disfunção vesical e intestinal” (DVI), termo (ITU) e a constipação. A DTUI representa em torno
usado para descrever um espectro de sintomas de 40% dos encaminhamentos para uro/nefro-
urinários e intestinais, de acordo com a Sociedade pediatras e a constipação intestinal, em torno de
Internacional de Continência Urinária1. 25% a 30% para gastroenterologistas5,6 e em am-
bas especialidades é preciso questionar sobre os
Na DVI coexistem alterações na fase de enchi-
hábitos miccionais e intestinais7. Entre as crianças
mento vesical (hiper ou hipoatividade de detru-
com sintomas urinários, em 36% a 47% coexiste
sor), na fase de esvaziamento vesical (disfunção
a constipação funcional5.
miccional) e constipação funcional com ou sem
encoprese, em crianças neurologicamente nor- A DVI é um problema comum na prática pedi-
mais. A DTUI mais comum é a hiperatividade de átrica diária e causa de elevada morbidade com
detrusor com disfunção miccional. frequente ocorrência de ITU, refluxo vesicourete-

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Disfunção Vesical e Intestinal na Infância

ral (RVU), cicatrizes renais e hipertensão arterial. nientes da bexiga e do reto são processados na
A associação de DVI, RVU e ITU febril recorrente mesma região4.
é fator de risco para cicatrizes renais, insucesso • Contração inapropriada do assoalho pélvico:
em cirurgias de RVU, pielonefrite aguda pós-ci- envolvida na disfunção miccional devido à con-
rurgia e não resolução espontânea do RVU8. tração persistente do esfíncter anal externo
O tratamento empírico dos sintomas de DTUI pela retenção de fezes ou decorrente de repeti-
com anticolinérgicos tem sido abandonado em das manobras retentoras, realizadas para evitar
decorrência de exacerbação da constipação e a incontinência diurna, na presença de hipera-
a majoração do resíduo pós-miccional com au- tividade de detrusor12-14.
mento na frequência de ITU. A conduta na atuali- Apesar da relação entre a bexiga e o intestino
dade inclui uma investigação completa do trato não ser ainda bem compreendida, há evidências
urinário e terapia abrangente, incluindo urote- de conexões neurológicas e do papel do assoa-
rapia, biofeedback de assoalho pélvico, anorre- lho pélvico durante a micção e a defecação. Esta
tal, estimulação nervosa elétrica transcutânea interligação tem implicação importante no trata-
(TENS), profilaxia antibiótica e tratamento da mento. Por exemplo, o tratamento da constipação
constipação9. pode minimizar os sintomas de hiperatividade de
detrusor, no entanto o tratamento da hiperativi-
dade de detrusor com anticolinérgicos pode agra-
Fisiopatologia var a constipação7. A associação da DVI com de-
pressão, esquizofrenia, transtornos bipolares ou
comportamentais é frequentemente descrita15.
A etiologia da DVI continua em debate e fa-
tores como idade e método de treinamento de
retirada de fraldas, questões emocionais, psicos-
sociais ou déficits de maturação não têm compro- Manifestações clínicas
vação na gênese das DVI. Possivelmente a etio-
logia é multifatorial com fatores genéticos ou Os sintomas se apresentam com intensida-
congênitos envolvidos6,10. de e frequência variáveis dependendo do tipo
de disfunção predominante. A ocorrência de ITU
O trato genitourinário e o gastrointestinal recorrente é frequente, cuja patogênese está re-
compartilham as mesmas origens embriológicas, lacionada ao RVU, a isquemia de mucosa vesical
localização pélvica, inervação e passagem pelo decorrente de alta pressão vesical, ao fenômeno
músculo elevador do ânus. Várias teorias têm sido “milk-back” - transferência da bactéria do meato
propostas para explicar essa interação: uretral para a bexiga e principalmente ao resí-
• Efeito mecânico: a impactação retal comprime duo urinário pós-miccional majorado pela reten-
a parede posterior da bexiga com efeito obs- ção fecal16.
trutivo, desencadeando hiperatividade de de-
Os sintomas diurnos muitas vezes são pouco
trusor, disfunção miccional com esvaziamento
percebidos pelos familiares e cuidadores, consi-
vesical incompleto.
derados como distração, preguiça, transtorno de
• Relação neuro-sensorial: interação entre a fun- comportamento ou pouco relevantes. Conversar
ção vesical e intestinal decorrente de sobrepo- com a criança revela informações que muitas ve-
sição de vias neurais envolvendo o gânglio dor- zes os pais desconhecem.
sal, a medula espinhal e o cérebro, juntamente
com neurotransmissores e mecanismos hor- A anamnese deve ser dirigida em forma de
monais4,11. Um desequilíbrio das vias neurais questionário, afim de definir os sintomas e sinais:
supra-espinhais estaria envolvido na gênese da • Frequência urinária: aumentada ou reduzida
DVI já que os sinais nervosos aferentes prove- (normal = 3 a 8 micções por dia)

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• Urgência, manobras retentoras (saltitar, cruzar • Enurese noturna: quando ocorre pode haver
as pernas, manipular genitais, comprimir o pe- mais de um episódio na mesma noite.
ríneo contra o calcâneo) e postergação: pode • Alterações no jato urinário: jato fraco e/ou in-
tornar as micções menos frequentes com pe- termitente, hesitação, esforço, sensação de es-
quenos volumes de escapes urinários. vaziamento vesical incompleto e retenção uri-
• Incontinência diurna de intensidade variável. nária.
• Eritema vulvar ou vulvovaginites refratárias • Constipação funcional: mal reconhecida pelos
nas meninas. familiares deve ser identificada pela escala de
• Manipulação de genitais: pode confundir com a Bristol que descreve a consistência das fezes
interpretação de masturbação infantil. (Tabela I) e pelos critérios ROMA IV (Tabela II)
que descreve as dificuldades evacuatórias.
• Dores genitais ou abdominais e hematúria: po-
dem ocorrer e são motivo de investigações pré- • Encoprese: pode ocorrer por escapes das fezes
vias em busca de outros diagnósticos. amolecidas que passam em torno das fezes im-
pactadas no reto.

Tabela I. Escala Fecal de Bristol

Tipo 1 – nódulos duros e separados

Tipo 2 – fezes endurecidas, nódulos agrupados

Tipo 3 – fezes moldadas com rachaduras na superfície

Tipo 4 – fezes moldadas de aspecto liso e amolecido

Tipo 5 – fezes não moldadas com bordas definidas

Tipo 6 – fezes pastosas/semi-líquidas e bordas irregulares

Tipo 7 – fezes líquidas, sem pedaços sólidos

Tabela II. Critério de Roma IV: diagnóstico de constipação funcional em crianças.

Dois dentre os critérios abaixo, pelo uma vez por semana, com pelo menos um mês de duração,
em crianças com desenvolvimento igual ou maior ao esperado para quatro anos de idade:
• Duas ou menos evacuações por semana
• Pelo menos um episódio de incontinência fecal por semana
• História de postura retentiva ou excessiva retenção fecal
• História de evacuação dolorosa ou difícil
• Presença de massa fecal palpável no reto
• Relato de fezes de grosso calibre capazes de obstruir o vaso sanitário

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Alguns pacientes iniciam com sintomas pre- 3. Ultrassonografia (US) renal e vesical
dominantes de hiperatividade, com incontinência
Pode evidenciar dilatação pielocalicial e/ou
diurna e/ou noturna e quando negligenciados po-
ureteral, espessamento de parede vesical, ure-
dem evoluir com disfunção miccional e complica-
terocele, redução de parênquima renal e volume
ções. Estudos ocidentais mostram que em países
urinário pré e pós miccional18 (Figura 1).
desenvolvidos apenas 16% das crianças recebe-
ram atendimento médico oportuno17.
Figura 1. Ultrassonografia em crianças com DVI
Informações sobre o desenvolvimento neu-
ropsicomotor, histórico médico pregresso, há-
bitos alimentares e histórico familiar devem ser
incluídas na avaliação geral.

Ao exame físico observar:


• estigma em região lombo-sacra e alterações or-
topédicas - descartar disrafismo oculto, agene-
sia sacral,
• resíduo de urina ou fezes na roupa,
Dilatação pielocalicial
• na palpação abdominal - distensão gasosa,
massa fecal e globo vesical.
• genitália - sinais de perdas urinárias, dermatite
vulvar ou alterações de meato uretral.
• sinais de alerta para abuso sexual: medo extre-
mo na inspeção genital, anal ou presença de
fissuras e hematomas.
• exame digital anorretal em situações espe-
ciais.
Redução de parênquima renal

Investigação

1. Diário das micções e evacuações

O diário deve incluir o registro das micções


com medida de volumes, presença ou não de
escapes urinários, volume e horários de ingesta
hídrica, frequência e características das fezes ou
Espessamento de parede vesical
ocorrência de escapes fecais. É recomendado um
registro de sete noites para avaliação da enurese,
de dois dias para avaliar os sintomas diurnos e de
4. Urofluxometria com eletromiografia (EMG) e
sete dias para avaliar a constipação1. A manuten-
avaliação de resíduo pós-miccional
ção de registros auxilia na monitorização do pro-
gresso do tratamento2. É um exame simples e não invasivo que ava-
lia a qualidade da micção. Informa sobre o volu-
2. E
 xames de urina para avaliar presença de ITU, me urinado, tempo da micção, tempo para atingir
proteinúria, hematúria e glicosúria. o fluxo máximo, fluxo máximo (Qmax) e médio

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(Qave), aspecto da curva. A curva de micção nor- assoalho pélvico que normalmente deve perma-
mal é em forma de sino e nas DTUI pode adquirir necer em estado de relaxamento durante a mic-
aspecto em torre, staccato, interrompida ou em ção e cuja contração inapropriada indica uma dis-
plateau. A EMG é indispensável para avaliação do função miccional (Figura 2).

Figura 2. Aspecto da curva de micção – registro EMG

a) sino b) torre

Curva em plateau com EMG perineal e abdominal

c) staccato d) interrompida

e) plateau
Curva em sino sem EMG perineal e abdominal

A eficiência da micção é demonstrada pela 5. Uretrocistografia miccional (UCM) e


capacidade de esvaziamento adequado. A Urodinâmica (UD) ou Videourodinâmica (VUD)
medida do volume urinário residual é feita por
Exames indicados na presença de ITU recor-
ultrasson convencional ou com Bladderscan®,
rente, dilatação de pelve e/ou ureter, alterações
logo após a urofluxometria. A qualidade do
no parênquima renal (cicatrizes renais) e sinto-
exame depende da realização em ambiente
mas urinários. Menos invasivos quando realiza-
tranquilo, criança sentada na cadeira de micção
dos em ambiente acolhedor, com preparo prévio
com adaptador de assento, apoio nos pés e
explicando demonstrando os detalhes dos exa-
desejo miccional adequado (volume >50%
mes, treinando a criança para relaxar o assoalho
e <115% da capacidade estimada normal).
pélvico no momento da sondagem e orientações
Para corrigir as variações relacionadas ao
para evitar dermatites ou constipação que po-
observador, volume urinário, sexo e resíduo pós-
dem tornar os exames mais desconfortáveis.
miccional, tem sido recomendado aplicar uma
fórmula que resulta em um índice de fluxo19, A UCM permite o diagnóstico de refluxo vé-
especialmente interessante quando se deseja sicoureteral, trabeculação vesical, divertículos,
comparar os resultados ao longo do trata- deformação da uretra (uretra em pião) ou mesmo
mento. presença de fecaloma (Figura 3).

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Disfunção Vesical e Intestinal na Infância

Figura 3. Uretrocistografia miccional

RVU e uretra em pião RVU e deslocamento vesical por fecaloma

Uretra em pião é uma dilatação do segmento b. Complacência: relação entre o volume infundido
muscular da uretra durante a micção, para meni- e a pressão de detrusor (V/P= ml/cmH2O), refle-
nos 50% maior que o diâmetro do bulbouretral te a capacidade da bexiga em armazenar a urina
e para meninas qualquer dilatação uretral a pelo até a capacidade normal com baixa pressão.
menos um centímetro proximal do meato uretral
c. Pressão intravesical e contratilidade no enchi-
externo. É sugestivo de disfunção miccional, ad-
mento e esvaziamento:
quirida por excessiva contração do esfíncter ure-
• hipercontratilidade quando ocorrem contra-
tral e assoalho pélvico (manobras retentoras), ou
ções involuntárias de detrusor (hiperativida-
defeito na maturação da coordenação detrusor-
de de detrusor). Elevada pressão intravesical
-esfincteriana em lactentes. Ocorre com maior
é fator de risco para RVU e lesão renal.
frequência em meninas provavelmente porque
nos meninos há maior competência do esfíncter • hipocontratilidade quando a pressão intrave-
interno para evitar os escapes16. Em geral resulta sical é insuficiente (hipoatividade de detru-
em alteração do fluxo urinário e resíduo urinário sor) com falta de contração sustentada para
pós-miccional. iniciar e manter uma micção eficiente para
promover um bom esvaziamento vesical.
Na impossibilidade de realizar videourodinâ-
d. Atividade EMG do assoalho pélvico no enchi-
mica, se possível realizar a UCM na sequência da
mento e esvaziamento: uma contração inapro-
Urodinâmica para evitar duas sondagens.
priada do assoalho pélvico durante a micção
A Urodinâmica é padrão ouro no diagnóstico caracteriza a disfunção miccional.
e acompanhamento das disfunções. Principais in-
A interpretação conjunta dos resultados e sua
formações:
classificação seguem a terminologia descrita pela
a. Capacidade cistométrica máxima: normal = ICCS1: hiperatividade de detrusor, hipoatividade
idade(anos) x 30+30 = ml, reduzida < 65% ou de detrusor, disfunção miccional associada ou
aumentada > 115%. isolada (Figura 4).

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Figura 4. Estudo Urodinâmico

Cistometria – Estudo miccional –


fase de enchimento fase de esvaziamento

Hiperatividade de detrusor – Disfunção miccional – falta de relaxamento perineal,


contrações de detrusor elevada pressão de detrusor e fluxo staccato

Hipoatividade de detrusor – elevado volume Pressão de detrusor insuficiente – esforço abdominal


infundido sem aumento da pressão do detrusor e fluxo interrompido

6. Cintilografia renal estática com DMSA 7. Diagnóstico da retenção fecal

Pacientes com DVI, ITU recorrente e RVU apre- Massa fecal volumosa pode ser detectada no
sentam maior risco de cicatrizes renais detecta- Rx de abdome ou na UCM, muitas vezes deslo-
das pela Cintilografia Renal ao DMSA. Estas lesões cando a bexiga, e no ultrassom pela medida do
podem ocasionar hipertensão arterial, em torno diâmetro transversal do reto avaliando o grau de
de 10% dos casos, e quando extensas e bilate- impactação fecal atrás da bexiga21,14.
rais podem levar a DRC. Estudos confirmam que A constipação funcional pode estar relacio-
a maior prevalência de cicatrizes ocorre nos pa- nada a trânsito lento, mas também à defecação
cientes com disfunção miccional com fluxo uriná- dissinérgica, definida como contração paradoxal
rio obstrutivo20. do esfíncter anal externo durante a defecação na

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manometria anorretal. No esforço evacuatório o mitante ao aumento da pressão abdominal para


relaxamento do assoalho pélvico deve ser conco- ocorrer uma defecação sinérgica (Figura 5).

Figura 5.

Pressão abdominal Pressão abdominal

Defecção dissinérgica Defecação sinérgica

EMG EMG

Pressão abdominal

Esforço abdominal com Esforço abdominal com


contração simultânea do assoalho pélvico relaxamento simultâneo de assoalho pélvico

8. Ressonância magnética de coluna vertebral rese noturna, escapes urinários diurnos e obe-
está indicada em crianças com DVI e sinais su- sidade associada5,11.
gestivos de anormalidades na medula espinhal.

Comorbidades
Tratamento
a. ITU recorrente
b. RVU
O tratamento da DVI é multidisciplinar e in-
c. Cicatrizes renais dividualizado de acordo com a condição clínica
d. Doença renal crônica de cada paciente, combinando diversas formas
e. Hipertensão arterial de terapia. Visa a melhora dos sintomas urinários,
intestinais e suas consequências, pelo restabeleci-
f. Obesidade
mento de um padrão de armazenamento, esvazia-
g. Transtornos de comportamento por dificulda- mento vesical e intestinal mais próximo possível
des psicossociais, baixa autoestima e depres- do normal. A manutenção do resultado é parte im-
são, hiperatividade ou déficit de atenção. As portante do tratamento, por isso em geral acompa-
crianças com disfunção têm 2 a 4 vezes mais nha toda a infância e os fatores decisivos são a mo-
chance de apresentarem níveis significativos tivação, a paciência e a participação dos familiares.
de dificuldades psicológicas, 20% a 30% têm
problemas comportamentais, comparável a ou-
1. Uroterapia
tros grupos de doenças crônicas em crianças,
conforme dados publicados recentemente, es- É um termo que se refere a terapia não cirúrgi-
pecialmente em meninos quando ocorre enu- ca e não farmacológica e consiste no treinamento

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cognitivo, consciência muscular, educação e des- sendo o BF a terapia de primeira linha nas DVIs.
mistificação, incluindo: Descrito por Kegel em 1949 demonstrou que o
• Explicações sobre a função normal dos siste- reconhecimento e o controle voluntário do asso-
mas urinário e intestinal e o que ocorre na DVI. alho pélvico melhora a incontinência urinária24.
Inicialmente indicado para mulheres com incon-
• Condicionamento: micções em intervalos re-
tinência de estresse promovendo-se reforço peri-
gulares programados e hidratação após cada
neal, a técnica foi posteriormente adaptada para
micção, capaz de evitar urgência, manobras
crianças ensinando-as, ao contrário, a relaxar o as-
retentoras, postergação e escapes. Um melhor
soalho pélvico e tomarem consciência da possibi-
resultado é obtido com o uso dos relógios mul-
lidade de controle voluntário. Nas mãos de profis-
tialarme com horários programáveis22.
sionais habilitados em DTUI em crianças, paciente
• Postura na micção: adaptador de assento, su- e familiares colaborativos obtém-se excelentes
porte para os pés, roupa devidamente retirada resultados.
e micção em 2 tempos.
Esta terapia está limitada as condições de ma-
• Manutenção de diário: registro das micções,
turidade e cognitivas, em geral a partir de 4 anos
evacuações e perdas urinárias e/ou fecais, para
de idade quando a criança já tem condições de
acompanhar o progresso do tratamento.
colaborar. Falha no método relaciona-se princi-
• Programas educativos com uroterapia em gru- palmente à baixa motivação, falta de condições
po tem demonstrado bons resultados23. cognitivas, limitações sociais, geográficas ou rela-
cionadas ao plano de saúde tornando as sessões
2. Biofeedback (BF) de assoalho pélvico, BF com muito irregulares, assim como a seleção dos pa-
fluxometria e BF anorretal (Fig 6) cientes com diagnóstico mal definido25.

O papel da hiperatividade do assoalho pélvi- O BF de assoalho pélvico é realizado pela EMG,


co nas disfunções miccionais é bem reconhecido com eletrodos de superfície e método audiovisu-

Figura 6.

BF de assoalho pélvico BF animado BF anorretal - esforço evacuatório

Aumento da pressão abdominal

BF com fluxometria Relaxamento perineal

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Disfunção Vesical e Intestinal na Infância

al. A criança aprende a contrair o assoalho pélvico serotonina, GABA, óxido nítrico e elevando endor-
no enchimento e relaxar durante a micção promo- finas e encefalinas no cérebro. Outra vantagem
vendo desobstrução do fluxo urinário, melhora do teórica do uso da NM na infância comparando
esvaziamento, da continência, da uretra em pião, com adultos é o aumento da neuroplasticidade do
reduzindo a ocorrência de ITU e facilitando a re- sistema nervoso central e periférico influencian-
gressão do RVU. O BF animado com programações do o desfecho a longo prazo na vida adulta8. Ain-
infantis (biogames), foi introduzido por McKenna da falta uma padronização dos parâmetros ideias
em 1999 e tem a vantagem de manter mais a aten- a serem utilizados como frequência, intensidade,
ção e adesão, especialmente em crianças peque- duração do pulso, número de sessões e protocolo
nas 26. A realização de fluxometria na sessão de de manutenção28-30.
BF é importante para treinar a micção. A criança vi-
sualiza a curva de micção e a atividade EMG simul- 4. Tratamento da constipação
tânea, aprendendo como relaxar a musculatura e
permitindo acompanhar o resultado da terapia. O controle adequado da constipação é obtido
em longo prazo e deve ser realizado em 4 eta-
O BF anorretal visualizando a pressão abdomi- pas: educação, desimpactação, manutenção para
nal e atividade EMG perineal, tem se demonstra- prevenção de novo acúmulo e acompanhamento.
do eficaz nos casos de constipação por defecação Mesmo com tratamento adequado para constipa-
dissinérgica, pois a criança aprende a coordenar a ção, 40% a 50% ainda necessitam de tratamento
função anorretal5,12. um ano após o início e 50% apresentam recaídas
até 5 anos depois5. Com o restabelecimento do
3. Neuromodulação (NM) ou Estimulação trânsito intestinal observa-se melhora considerá-
Nervosa Elétrica Transcutânea (TENS) vel dos sintomas urinários.
É um método simples, isento de efeitos adver- a. Educação: orientar dieta com maior ingesta de
sos, que consiste em aplicar uma corrente elétrica fibras e água, respeitar o desejo de evacuar,
como forma terapêutica, através de eletrodos de não postergar, estabelecer horários para eva-
superfície mais comumente colocados na região cuar após refeições (reflexo gastro-cólico) e
parassacral (S2-3) ou tibial posterior em crianças. orientar postura adequada.
Descrito para o tratamento da hiperatividade de b. Desimpactação: esvaziamento do fecaloma
detrusor em crianças a partir de 2001 e atualmen- quando é identificada a presença de massa
te tratamento de primeira escolha em pacientes na palpação abdominal, no toque retal ou na
portadores de DVI, já que os anticolinérgicos radiografia de abdome. A desimpactação é re-
agravam a constipação27. comendada para aumentar o sucesso do trata-
O mecanismo de ação é a modulação das vias mento e reduzir o risco de incontinência fecal.
neurais aferentes e eferentes, atuando nos níveis Pode ser feita, com igual eficácia, com polie-
cortical, medular, musculatura vesical e pélvica. tilenoglicol (PEG) via oral, de preferência sem
Sabe-se que a NM afeta não só as fibras muscu- eletrólitos, na dose de 1 a 1,5g/kg/dia ou com
lares, mas também os reflexos, melhorando a hi- enemas por 3 a 6 dias.
peratividade, constipação relacionada a trânsito c. Manutenção: o PEG é a primeira linha para tra-
lento, incontinência fecal e urinária. Além de ati- tamento de manutenção, sendo mais efetivo
var o colon descendente, o sigmoide e o reto, ini- que a lactulose, o leite de magnésia, o óleo
be o esfíncter anal interno com melhora da fun- mineral ou o placebo. O PEG é um composto
ção vesical e intestinal simultaneamente13,28. Tem de alta massa molecular, pouco absorvido pelo
sido demonstrado que a NM induz modificações organismo e não metabolizado pelas bactérias
químicas aumentando a atividade beta-adrenér- intestinais. Exerce ação osmótica, não irritati-
gica (relaxando o detrusor), reduzindo a atividade va, com consequente aumento do conteúdo de
colinérgica e alterando neurotransmissores como água das fezes.

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A dose de manutenção do PEG deve ser usada Crianças com DVI são suscetíveis a ITU recor-
por pelo menos 2 meses e a descontinuação com rente e podem se beneficiar da profilaxia antibi-
redução progressiva das doses. A lactulona é se- ótica. Embora não haja estudos específicos para
gura em todas as idades e é a segunda opção de documentar os benefícios, a relação de constipa-
tratamento. As evidências são inconclusivas so- ção e ITU está suficientemente bem documenta-
bre o uso de probióticos5. As doses dos emolien- do para apoiar a justificativa para essa opção.
tes fecais e laxantes devem se basear na idade da
A obstrução funcional por disfunção miccional,
criança, no peso corporal e também na gravidade
com diagnóstico tardio e postergação cada vez mais
da constipação.
intensa e prolongada, pode resultar em descom-
pensação do trato urinário inferior por hiperdisten-
5. Tratamento farmacológico são, necessitando de cateterismo intermitente.

Os anticolinérgicos são drogas antimuscaríni-


cas que têm a função de relaxar o músculo detru- 6. Tratamento cirúrgico
sor permitindo melhorar o armazenamento, redu- A indicação de terapia cirúrgica em pacien-
zindo os sintomas de incontinência. Quando mal tes com DVI é limitada. Pode ser indicada cirurgia
indicado poder causar hipoatividade de detrusor, aberta ou endoscópica em casos de RVU, ITU e ci-
resíduo pós-miccional com ITU e piora da consti- catrizes renais, no entanto, o tratamento conser-
pação intestinal. A intolerância relacionada aos vador da DVI deve ser realizado previamente. DVI
efeitos colaterais determina interrupção do trata- aumenta o risco de ITU em pós operatório21.
mento em torno de 10%. A resposta nem sempre
corresponde à esperada, o índice de não adesão A circuncisão é indicada apenas em meninos
ao tratamento e recaídas após interrupção é re- com alto risco de ITU ou balanopostite recorren-
lativamente elevado, por isso à partir de 1997 a te. Ampliação vesical, conduto para cateterismo e
FDA aprovou a indicação de NM no tratamento da outros procedimentos são raramente indicados.
hiperatividade de detrusor30.

A classe dos alfa-bloqueadores tem sido in-


dicada em diversas condições com o objetivo de
Conclusão
promover melhor esvaziamento vesical. Os recep-
tores alfa-adrenérgicos estão localizados prin- As DVI frequentes na infância são causa de in-
cipalmente no colo vesical ou esfíncter interno, continência urinária funcional, ITU, RVU e cicatri-
com resultado duvidoso já que nas disfunções, o zes renais. Apesar de raramente evoluir para DRC
esfíncter externo de controle voluntário que está estádio 5, as cicatrizes renais podem desencadear
mais envolvido com o processo de obstrução fun- hipertensão arterial desde a infância31. As disfun-
cional. Os efeitos adversos como hipotensão e ções mal resolvidas na infância persistem na vida
tontura, levaram a utilização dos alfa-bloqueado- adulta com complicações como pielonefrites, es-
res seletivos. Pela falta de estudos consistentes pecialmente durante a gestação.
não há evidência sobre a indicação desta classe
O protocolo de tratamento deve ser abran-
de droga na DTUI. A terapia farmacológica para
gente devido a estreita correlação entre trato uri-
esvaziamento é um método off-label12.
nário inferior, superior e trato gastrointestinal. As
O uso da toxina butolínica para relaxamento propostas terapêuticas não farmacológicas têm
vesical ou esfincteriano é indicado em casos re- passado a ser uma escolha de primeira linha nos
fratários de hiperatividade de detrusor ou hiper- últimos anos, com bons resultados. O tratamento
tonicidade de esfíncter uretral externo ou esfínc- não resulta em melhora imediata, é prolongado,
ter anal, com resultados promissores, ainda mais requer colaboração da criança e familiares. Não
utilizados nos casos de disfunção neurogênica12. resulta em cura, no entanto cumpre os objetivos

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Disfunção Vesical e Intestinal na Infância

sociais, melhorando a qualidade de vida, previne O diagnóstico de DVI tem sido cada vez mais
agressões ao aparelho urinário superior, resta- precoce, o que vai modificar o prognóstico. O tra-
belece um padrão miccional e intestinal o mais tamento adequado previne o aparecimento de
próximo possível do normal, além de resgatar a RVU secundário ou a resolução do RVU, redução
autoestima das crianças que muitas vezes convi- de morbidade causada por ITU febril recorrente e
vem durante anos com situações socialmente ina- prevenção de cicatrizes renais definitivas.
ceitáveis.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Diretoria
Triênio 2016/2018

PRESIDENTE: Galton Carvalho Vasconcelos (MG) Paulo Cesar Pinho Pinheiro (MG)
Luciana Rodrigues Silva (BA) Julia Dutra Rossetto (RJ) Flávio Diniz Capanema (MG)
1º VICE-PRESIDENTE: Luisa Moreira Hopker (PR) EDITOR DO JORNAL DE PEDIATRIA (JPED)
Clóvis Francisco Constantino (SP) Rosa Maria Graziano (SP) Renato Procianoy (RS)
2º VICE-PRESIDENTE: Celia Regina Nakanami (SP) EDITOR REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA
Edson Ferreira Liberal (RJ) DIRETORIA E COORDENAÇÕES: Clémax Couto Sant’Anna (RJ)
SECRETÁRIO GERAL: DIRETORIA DE QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL EDITOR ADJUNTO REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA
Sidnei Ferreira (RJ) Maria Marluce dos Santos Vilela (SP) Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ)
1º SECRETÁRIO: COORDENAÇÃO DO CEXTEP: Márcia Garcia Alves Galvão (RJ)
Cláudio Hoineff (RJ) Hélcio Villaça Simões (RJ) CONSELHO EDITORIAL EXECUTIVO
2º SECRETÁRIO: COORDENAÇÃO DE ÁREA DE ATUAÇÃO Gil Simões Batista (RJ)
Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) Mauro Batista de Morais (SP) Sidnei Ferreira (RJ)
3º SECRETÁRIO: COORDENAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL Isabel Rey Madeira (RJ)
Virgínia Resende Silva Weffort (MG) José Hugo de Lins Pessoa (SP) Sandra Mara Moreira Amaral (RJ)
DIRETORIA FINANCEIRA: Bianca Carareto Alves Verardino (RJ)
DIRETORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Maria de Fátima Bazhuni Pombo March (RJ)
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Nelson Augusto Rosário Filho (PR) Sílvio da Rocha Carvalho (RJ)
2ª DIRETORIA FINANCEIRA: REPRESENTANTE NO GPEC (Global Pediatric Education Consortium) Rafaela Baroni Aurilio (RJ)
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Ricardo do Rego Barros (RJ)
COORDENAÇÃO DO PRONAP
3ª DIRETORIA FINANCEIRA: REPRESENTANTE NA ACADEMIA AMERICANA DE PEDIATRIA (AAP) Carlos Alberto Nogueira-de-Almeida (SP)
Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO) Sérgio Augusto Cabral (RJ) Fernanda Luísa Ceragioli Oliveira (SP)
DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL: REPRESENTANTE NA AMÉRICA LATINA COORDENAÇÃO DO TRATADO DE PEDIATRIA
Fernando Antônio Castro Barreiro (BA) Francisco José Penna (MG) Luciana Rodrigues Silva (BA)
Membros: DIRETORIA DE DEFESA PROFISSIONAL, BENEFÍCIOS E PREVIDÊNCIA Fábio Ancona Lopez (SP)
Hans Walter Ferreira Greve (BA) Marun David Cury (SP) DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA
Eveline Campos Monteiro de Castro (CE) DIRETORIA-ADJUNTA DE DEFESA PROFISSIONAL Joel Alves Lamounier (MG)
Alberto Jorge Félix Costa (MS) Sidnei Ferreira (RJ)
Analíria Moraes Pimentel (PE) COORDENAÇÃO DE PESQUISA
Cláudio Barsanti (SP) Cláudio Leone (SP)
Corina Maria Nina Viana Batista (AM) Paulo Tadeu Falanghe (SP)
Adelma Alves de Figueiredo (RR) Cláudio Orestes Britto Filho (PB) COORDENAÇÃO DE PESQUISA-ADJUNTA
Mário Roberto Hirschheimer (SP) Gisélia Alves Pontes da Silva (PE)
COORDENADORES REGIONAIS:
Norte: Bruno Acatauassu Paes Barreto (PA) João Cândido de Souza Borges (CE) COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO
COORDENAÇÃO VIGILASUS Rosana Fiorini Puccini (SP)
Nordeste: Anamaria Cavalcante e Silva (CE)
Sudeste: Luciano Amedée Péret Filho (MG) Anamaria Cavalcante e Silva (CE) COORDENAÇÃO ADJUNTA DE GRADUAÇÃO
Fábio Elíseo Fernandes Álvares Leite (SP) Rosana Alves (ES)
Sul: Darci Vieira Silva Bonetto (PR) Suzy Santana Cavalcante (BA)
Jussara Melo de Cerqueira Maia (RN)
Centro-oeste: Regina Maria Santos Marques (GO) Edson Ferreira Liberal (RJ) Angélica Maria Bicudo-Zeferino (SP)
ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA: Célia Maria Stolze Silvany (BA) Silvia Wanick Sarinho (PE)
Assessoria para Assuntos Parlamentares: Kátia Galeão Brandt (PE) COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Marun David Cury (SP) Elizete Aparecida Lomazi (SP) Victor Horácio da Costa Junior (PR)
Assessoria de Relações Institucionais: Maria Albertina Santiago Rego (MG) Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE)
Clóvis Francisco Constantino (SP) Isabel Rey Madeira (RJ) Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO)
Jocileide Sales Campos (CE) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
Assessoria de Políticas Públicas:
Mário Roberto Hirschheimer (SP) COORDENAÇÃO DE SAÚDE SUPLEMENTAR Jefferson Pedro Piva (RS)
Rubens Feferbaum (SP) Maria Nazareth Ramos Silva (RJ) COORDENAÇÃO DE RESIDÊNCIA E ESTÁGIOS EM PEDIATRIA
Maria Albertina Santiago Rego (MG) Corina Maria Nina Viana Batista (AM) Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS)
Sérgio Tadeu Martins Marba (SP) Álvaro Machado Neto (AL) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
Assessoria de Políticas Públicas – Crianças e Joana Angélica Paiva Maciel (CE) Victor Horácio da Costa Junior (PR)
Adolescentes com Deficiência: Cecim El Achkar (SC) Clóvis Francisco Constantino (SP)
Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo (MT) Maria Helena Simões Freitas e Silva (MA) Silvio da Rocha Carvalho (RJ)
Eduardo Jorge Custódio da Silva (RJ) DIRETORIA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS E COORDENAÇÃO Tânia Denise Resener (RS)
Assessoria de Acompanhamento da Licença DE DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Delia Maria de Moura Lima Herrmann (AL)
Maternidade e Paternidade: Dirceu Solé (SP) Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA)
João Coriolano Rego Barros (SP) DIRETORIA-ADJUNTA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS Jefferson Pedro Piva (RS)
Alexandre Lopes Miralha (AM) Lícia Maria Oliveira Moreira (BA) Sérgio Luís Amantéa (RS)
Ana Luiza Velloso da Paz Matos (BA) DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS E PROMOÇÕES Gil Simões Batista (RJ)
Assessoria para Campanhas: Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck (SP) Susana Maciel Wuillaume (RJ)
Conceição Aparecida de Mattos Segre (SP) COORDENAÇÃO DE CONGRESSOS E SIMPÓSIOS Aurimery Gomes Chermont (PA)
Ricardo Queiroz Gurgel (SE) Luciano Amedée Péret Filho (MG)
GRUPOS DE TRABALHO:
Drogas e Violência na Adolescência: Paulo César Guimarães (RJ) COORDENAÇÃO DE DOUTRINA PEDIÁTRICA
Evelyn Eisenstein (RJ) Cléa Rodrigues Leone (SP) Luciana Rodrigues Silva (BA)
COORDENAÇÃO GERAL DOS PROGRAMAS DE ATUALIZAÇÃO Hélcio Maranhão (RN)
Doenças Raras:
Magda Maria Sales Carneiro Sampaio (SP) Ricardo Queiroz Gurgel (SE) COORDENAÇÃO DAS LIGAS DOS ESTUDANTES
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE REANIMAÇÃO NEONATAL Edson Ferreira Liberal (RJ)
Atividade Física Luciano Abreu de Miranda Pinto (RJ)
Coordenadores: Maria Fernanda Branco de Almeida (SP)
Ricardo do Rêgo Barros (RJ) Ruth Guinsburg (SP) COORDENAÇÃO DE INTERCÂMBIO EM RESIDÊNCIA NACIONAL
Luciana Rodrigues Silva (BA) COORDENAÇÃO PALS – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA Susana Maciel Wuillaume (RJ)
Membros: Alexandre Rodrigues Ferreira (MG) COORDENAÇÃO DE INTERCÂMBIO EM RESIDÊNCIA INTERNACIONAL
Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA) Kátia Laureano dos Santos (PB) Herberto José Chong Neto (PR)
Patrícia Guedes de Souza (BA) COORDENAÇÃO BLS – SUPORTE BÁSICO DE VIDA DIRETOR DE PATRIMÔNIO
Profissionais de Educação Física: Valéria Maria Bezerra Silva (PE) Cláudio Barsanti (SP)
Teresa Maria Bianchini de Quadros (BA) COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO EM NUTROLOGIA COMISSÃO DE SINDICÂNCIA
Alex Pinheiro Gordia (BA) PEDIÁTRICA (CANP) Gilberto Pascolat (PR)
Isabel Guimarães (BA) Virgínia Resende S. Weffort (MG) Aníbal Augusto Gaudêncio de Melo (PE)
Jorge Mota (Portugal) PEDIATRIA PARA FAMÍLIAS Isabel Rey Madeira (RJ)
Mauro Virgílio Gomes de Barros (PE) Luciana Rodrigues Silva (BA) Joaquim João Caetano Menezes (SP)
Colaborador: Coordenadores: Valmin Ramos da Silva (ES)
Dirceu Solé (SP) Nilza Perin (SC) Paulo Tadeu Falanghe (SP)
Metodologia Científica: Normeide Pedreira dos Santos (BA) Tânia Denise Resener (RS)
Gisélia Alves Pontes da Silva (PE) Fábio Pessoa (GO) João Coriolano Rego Barros (SP)
Cláudio Leone (SP) PORTAL SBP Maria Sidneuma de Melo Ventura (CE)

Pediatria e Humanidade: Flávio Diniz Capanema (MG) Marisa Lopes Miranda (SP)
Álvaro Jorge Madeiro Leite (CE) COORDENAÇÃO DO CENTRO DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA CONSELHO FISCAL
Luciana Rodrigues Silva (BA) José Maria Lopes (RJ) Titulares:
João de Melo Régis Filho (PE) Núbia Mendonça (SE)
PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA À DISTÂNCIA Nélson Grisard (SC)
Transplante em Pediatria: Altacílio Aparecido Nunes (SP)
Themis Reverbel da Silveira (RS) Antônio Márcio Junqueira Lisboa (DF)
João Joaquim Freitas do Amaral (CE) Suplentes:
Irene Kazue Miura (SP)
Carmen Lúcia Bonnet (PR) DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Adelma Alves de Figueiredo (RR)
Adriana Seber (SP) Luciana Rodrigues Silva (BA) João de Melo Régis Filho (PE)
Paulo Cesar Koch Nogueira (SP) Dirceu Solé (SP) Darci Vieira da Silva Bonetto (PR)
Fabianne Altruda de M. Costa Carlesse (SP) Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho (PE) ACADEMIA BRASILEIRA DE PEDIATRIA
Joel Alves Lamounier (MG) Presidente:
Oftalmologia Pediátrica
Coordenador: DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES Mario Santoro Júnior (SP)
Fábio Ejzenbaum (SP) Fábio Ancona Lopez (SP) Vice-presidente:
Membros: EDITORES DA REVISTA SBP CIÊNCIA Luiz Eduardo Vaz Miranda (RJ)
Luciana Rodrigues Silva (BA) Joel Alves Lamounier (MG) Secretário Geral:
Dirceu Solé (SP) Altacílio Aparecido Nunes (SP) Jefferson Pedro Piva (RS)

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