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Clínica de Saúde e Bem-Estar EGO

Formação:

Dislexia
Sinalização, Avaliação e Intervenção

Manual da Formação

Formador:
Octávio Moura
 octavio@octaviomoura.com
 www.dislexia-pt.com
 http://hiperactividade.portalpsi.net
 www.octaviomoura.com

2011
Dificuldades Específicas de Aprendizagem

DIFICULDADES ESPECÍFICAS DE APRENDIZAGEM

“É um termo genérico que diz respeito a um grupo heterogéneo de desordens manifestadas


por dificuldades significativas na aquisição e uso das capacidades de escuta, fala, leitura, escrita,
raciocínio ou habilidades matemáticas. Estas dificuldades são intrínsecas ao individuo,
presumivelmente devidas a disfunções do sistema nervoso central, e podem ocorrer ao longo do ciclo
de vida. Problemas na auto-regulação comportamental, percepção social, e interacção social podem
existir nas DA, mas elas em si próprias não constituem uma DA. Embora as DA possam ocorrer
concomitantemente com outras condições desvantajosas (por ex. alteração sensorial, deficiência
mental, perturbação emocional grave) ou influências extrínsecas (tal como diferenças culturais,
ensino inadequado ou insuficiente), elas não são resultantes a tais condições ou influências.”
(National Joint Committee on Learning Disabilities Definition, 1994).

CRITÉRIOS DE OPERACIONALIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO:

 Critério de Especificidade – O problema de aprendizagem está confinado a um n.º limitado


de domínios académicos e cognitivos. Afectas as habilidades académicas ou processos
cognitivos concretos, mas deixa intacta a capacidade intelectual geral.
 Critério de Exclusão – Este critério estabelece que se devem excluir uma série de
problemas, tais como, deficiência sensorial ou mental, distúrbio emocional severo, privação
sócio-cultural, absentismo escolar, inadequação dos métodos educativos, privação
envolvimental, privação cultural e económica, bilinguismo ou aprendizagem normal. De
acordo com este critério as causas são intrínsecas ao próprio indivíduo, e que este, para além
de adequadas características sensoriais, físicas, mentais, emocionais e envolvimentais,
devem ter uma inteligência normal.

 Critério de Discrepância – Caracteriza-se por uma discrepância entre o resultado real de


uma aprendizagem e o esperado em função das suas habilidades e competências cognitivas
ou intelectuais do indivíduo.

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Dislexia
Definição
A dislexia tem sido, muitas vezes, erradamente interpretada como um sinal de baixa capacidade
intelectual. Pelo contrário, muitos disléxicos conseguem, em certas áreas, um desempenho superior à
média. No nosso sistema de ensino, as competências de leitura e escrita são considerados requisitos
fundamentais para a obtenção de conhecimento, assim, uma criança que leia e escreva mal torna-se
rapidamente deficitária em todas as restantes matérias e disciplinas. Pode-se então definir dislexia
como:

 “A dislexia é uma dificuldade específica de aprendizagem de origem neurológica. É caracterizada


por uma dificuldade na correcção e/ou fluência na leitura de palavras e uma fraca competência
ortográfica. Estas dificuldades resultam de um défice na componente fonológica da linguagem,
que é inesperada em relação às outras competências cognitivas e às condições educativas
proporcionadas. Secundariamente podem surgir dificuldades ao nível da compreensão da leitura,
uma reduzida experiência leitora, o que pode condicionar o desenvolvimento do vocabulário e dos
conhecimentos gerais. Os estudos demonstram que os disléxicos processam a informação em
áreas diferentes do cérebro comparativamente com os indivíduos não disléxicos.” (The
International Dyslexia Association, 2002; National Institute of Child Health and Human
Development, 2002; Lyon, Shaywitz, & Shaywitz, 2003).

 A dislexia é uma dificuldade duradoura da aprendizagem da leitura e aquisição do seu


mecanismo, em crianças inteligentes, escolarizadas, sem qualquer perturbação sensorial e
psíquica já existente (Victor da Fonseca, 1999).

 A Federação Mundial de Neurologia (1968) define-a como uma perturbação que se manifesta
pela dificuldade na aprendizagem da leitura, apesar de uma educação convencional, uma
adequada inteligência e oportunidades sócio-culturais.

 Dislexia: (do grego) dus = difícil, mau, dificuldade; lexis = palavra.

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Psicolinguística e Aprendizagem da Leitura
 “… a especificação do papel do processamento fonológico nas fases iniciais da aprendizagem da
leitura é uma das mais notáveis histórias de sucesso científico da década passada.” (Stanovich,
1991) .

 SISTEMA LINGUÍSTICO – Sistema Fonológico, Sistema Semântico, Sistema Morfo-Sintáctico e


Sistema Pragmático. Sistema Meta-Linguístico.

 MODELO DESENVOLVIMENTAL DA APRENDIZAGEM DA LEITURA (Frith, 1985):


­ Estádio Logográfico - Leitura visual. E um estádio de pré-leitura em que as palavras
são tratadas como desenhos. A criança lê logograficamente McDonalds (se as letras
forem trocadas ela não perceberá o erro)
­ Alfabético - A criança efectua a descodificação grafema-fonema e fonema-grafema.
Ela escreve como lê (ex: caza).
­ Ortográfico - Existe um reconhecimento visual das formas ortográficas
armazenadas. A criança consegue ler correctamente as palavras irregulares
(exército, exterior, táxi, xaile, etc.)

 A aprendizagem da leitura requer que a criança estabeleça a respectiva correspondência entre


as letras impressas (grafemas) e os sons correspondentes (fonemas). Esta capacidade para
fazer as devidas correspondências entre a ortografia e a fonologia irá permitir a descodificação de
novas palavras, sendo a base futura para uma maior capacidade para a leitura automática.

 Está cientificamente comprovado que a componente fonológica é o recurso cognitivo mais


importante para a aprendizagem da leitura e escrita … e que a dislexia resulta de um défice
fonológico. O cérebro das crianças disléxicas codifica a informação fonológica de um modo
menos eficiente que nas restantes crianças.

 PROCESSAMENTO FONOLÓGICO

­ Consciência Fonológica

 É a capacidade para focar a atenção e manipular as unidades do sistema


fonológico (sílabas e unidades intra-silábicas). É uma competência
metalinguística que implica a habilidade para identificar e manipular
intencionalmente as sílabas e os fonemas (Albuquerque, 2003).

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 Estádios de Desenvolvimento da Consciência Fonológica (Adams, 1990): (1)
Sensibilidade aos sons das palavras; (2) Consciência da rima e da aliteração;
(3) Síntese ou reconstrução silábica e fonémica; (4) Segmentação fonémica;
(5) Manipulação fonémica.

­ Codificação Fonológica
 Memória Trabalho (Baddeley, 2003): Central Executiva; Memória
Visuoespacial (Visual e Espacial); Memória Fonológica.

­ Recuperação dos Códigos Fonológicos – Nomeação Rápida.

 MECANISMO DE LEITURA – Modelo de Dupla Via:

­ Via Sublexical (Fonológica) – Palavras regulares, palavras pouco frequentes,


palavras desconhecidas e pseudopalavras.

­ Via Lexical – Palavras irregulares e palavras frequentes.

Alguns Sinais de Alerta na Infância e na Idade Escolar

NA INFÂNCIA:
 Atraso na aquisição da linguagem. Começou a dizer as primeiras palavras mais tarde do que
o habitual e a construir frases mais tardiamente.
 Apresentou problemas de linguagem durante o seu desenvolvimento, dificuldades em
pronunciar determinados sons, linguagem ‘abebezada’ para além do tempo normal.
 Revelou dificuldades em construir frases lógicas e com sentido.
 Apresentou dificuldades em memorizar e acompanhar canções infantis e a rima das lenga-
lengas.
 Dificuldade na consciência e manipulação fonológica. Dificuldade em se aperceber que os
sons das palavras podem dividir-se em bocados mais pequenos.

NA IDADE ESCOLAR:
 Lentidão na aprendizagem dos mecanismos da leitura e escrita. Maior lentidão que o normal
na aprendizagem das letras e na leitura de sílabas.
 Dificuldade em compreender que as palavras se podem segmentar em sílabas e fonemas.

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 A velocidade da leitura é significativamente abaixo do esperado para a idade: muitas vezes
silábica e por soletração.
 Bastantes dificuldades na leitura, com a presença constante de alterações e de falhas nos
processos de descodificação grafema-fonema e/ou na leitura automática de palavras.
 Dificuldades na compreensão de textos escritos devido à sua fraca qualidade na leitura.
Normal compreensão quando as histórias lhe são lidas.
 A escrita surge com muitos erros ortográficos, com trocas fonológicas e/ou lexicais.
 Dificuldades em seguir e realizar correctamente determinadas ordens ou instruções mais
complexas que envolvam várias tarefas diferentes a serem executados sequencialmente.
 Demora demasiado tempo na realização dos trabalhos de casa (uma hora de trabalho rende
10 minutos), necessitando do apoio de terceiros para a sua realização.
 Distrai-se com bastante facilidade perante qualquer estímulo, parecendo que está a "sonhar
acordado". Curtos períodos de atenção quando está a ler ou a escrever, cansando-se muito
rapidamente.
 Os resultados escolares não são condizentes com a sua capacidade intelectual.
 Melhores resultados nas avaliações orais do que nas escritas.
 Dificuldade em recordar informações verbais (memória verbal curto prazo).
 Dificuldades na aprendizagem de uma língua estrangeira (em especial o Inglês).
 Dificuldades ao nível da organização pessoal.
 Apresenta “picos de aprendizagem”, nuns dias parece assimilar e compreender os conteúdos
curriculares e noutros dias parece ter esquecido o que tinha aprendido anteriormente.

Alguns Critérios de Diagnóstico


 Dificuldades acentuadas ao nível do Processamento Fonológico: Consciência, Codificação
e Nomeação.
 Velocidade de leitura bastante lenta para a idade e para o nível escolar.
 Dificuldade na leitura de palavras regulares, irregulares, frequentes, pouco frequentes e
pseudopalavras (ex: modigo; catapo; manfasa, etc.).
 Leitura silábica, decifratória, hesitante, sem ritmo e fluência e com bastantes incorrecções.
 Durante a leitura ficam letras e palavras por dizer, podendo ser inventadas outras.
 Omite ou adiciona letras e sílabas quando está a ler palavras multissilábicas (ex: famosa-
fama; casaco-casa; livro-livo; batata-bata; biblioteca/bioteca; ...).
 Confusão e dificuldades na descodificação de letras ou sílabas (o-u; p-t; b-v; s-ss-ç; s-z; f-t;
m-n; f-v; g-j; ch-x; x-z-j; nh-lh-ch; ão-am; ão-ou; ou-on; au-ao; ai-ia; per-pre; …).
 Poderá ocorrer (apesar de não muito frequente) alguma confusão entre letras com grafia
similar, mas com diferente orientação no espaço (b-d; d-p; b-q; d-q; n-u, a-e;…).

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 Na leitura, substituição de palavras por outras de estrutura similar, porém com significado
diferente (saltou-salvou; cúbico-bicudo;...) e/ou substituição de palavras inteiras por outras
semanticamente vizinhas (cão-gato; bonito-lindo; carro-automóvel).
 Presença de muitos erros ortográficos: erros fonológicos e erros nas palavras grafo-
fonémicas irregulares. Na escrita podem surgir palavras unidas ou separadas, repetição de
letras ou de sílabas, colocação de letras ou de sílabas antes ou depois do lugar correcto.
 Dificuldades em exprimir as suas ideias e pensamentos em palavras. Muitas dificuldades na
escrita de composição. Dificuldades na organização das ideias no texto.
 A qualidade da grafia poderá ser deficitária: letra rasurada, disforme e irregular.
 Défices acentuados na memória auditiva (memória de trabalho).

Critérios de Diagnóstico de Perturbação da Leitura segundo o DSM-IV

A. O rendimento na leitura, medido através de provas normalizadas de exactidão ou compreensão


da leitura, aplicadas individualmente, situa-se substancialmente abaixo do nível esperado para a
idade cronológica do sujeito, quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade.

B. A perturbação do critério A interfere significativamente com o rendimento escolar ou actividade da


vida quotidiana que requerem aptidões de leitura.

C. Se estiver presente um défice sensorial, as dificuldades de leitura são excessivas em relação ás


que lhe estariam habitualmente associadas.

Tipologia da Dislexia
CASTLE & COLTHEART (1993)

Dislexia Fonológica - Recorre a associações específicas de palavras, mas denota grandes


dificuldades na aquisição das regras de descodificação grafema-fonema. Apresenta um
desempenho normal na leitura de palavras regulares e irregulares, mas uma incapacidade na
leitura de pseudopalavras.

Dislexia de Superfície - Dificuldades em recorrer à informação específica das palavras, estando


inteiramente dependente do mecanismo fonológico, o que conduz a um desempenho mais baixo

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na leitura de palavras irregulares e um desempenho normal na leitura de pseudopalavras e de
palavras regulares.

Dislexia Equilibrada - Corresponde à combinação das duas categorias anteriores.

Prevalência da Dislexia
 Percentagem de 5 a 10% das crianças com idade escolar (segundo o DSM-IV é de 4%).

 Maior frequência de casos diagnosticados com Dislexia no sexo Masculino (estudos mais
recentes apontam para percentagens próximas entre o género).

 Aproximadamente 30% a 40% dos irmãos de crianças disléxicas apresentam de uma forma mais
ou menos graves a mesma perturbação. Elevada concordância entre gémeos monozigóticos
[68%] e dizigóticos [38%] (Fisher & DeFries, 2002).
 A criança apresenta um risco de 50% de vir a ser disléxico se o pai for disléxico e 40% no caso da
mãe ser disléxica (Snowling, 2006).

 Pessoas famosas: Einsten, Alexander Bell, Thomas Edison, Antony Hopkins, Bill Gates, Agatha
Christie, Julio Verne, Franklin D. Roosevelt, Leonardo da Vinci; Louis Pasteur, Picasso, Spielberg,
Tom Cruise, etc.

Etiologia da Dislexia
Inicialmente atribui-se aos factores pedagógicos (método tradicional/sintético versus método
global/analítico) a origem da dislexia. Mais tarde, pensava-se que a dislexia era resultante de défices
ao nível da percepção (visual e/ou auditiva, etc.). Actualmente, estas duas correntes teóricas estão
totalmente excluídas dos factores etiológicos da dislexia. Presentemente, a comunidade científica
associa a dislexia a 3 factores que se encontram relacionados entre si:

 Factores genéticos – grande percentagem de disléxicos numa mesma família, em especial


entre gémeos monozigóticos e dizigóticos; identificados alguns genes nos cromossomas 6,
15 e 18, entre outros.

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 Factores neurológicos – lóbulo temporal, parietal e occipital do hemisfério esquerdo – região
parietal-temporal (análise das palavras) e occipital-temporal (leitura automática) (Sally Shaywitz),
simetria no planum temporal dos hemisférios cerebrais, etc.

 Factores linguísticos – processamento e consciência fonológica.

Utha Frith (1997) – Modelo causal da dislexia

Problemática Emocional e Comportamental


Os problemas emocionais e comportamentais surgem como uma reacção secundária aos
problemas de aprendizagem provocados pela dislexia. As suas repercussões são muitas vezes
consideráveis, quer ao nível do sucesso escolar, quer ao nível do comportamento e do estado
emocional da criança, originando nestes domínios perturbações de gravidade variável. As crianças
disléxicas tendem a exibir um quadro mais ou menos típico, cujas reacções mais características são:

­ Recusa na realização das actividades escolares e exercícios que exijam a leitura e escrita.
­ Sintomatologia ansiosa e depressiva.
­ Baixa auto-estima e auto-conceito académico.
­ Sentimentos de tristeza, vergonha e culpa pelo seu fraco desempenho escolar.
­ Sentimentos de incapacidade e insegurança.
­ Baixa tolerância à frustração.
­ Enurese nocturna, encoprese e alterações do sono.
­ Sintomas psicossomáticos diversos.
­ Problemas comportamentais diversos no contexto de sala de aula e no contexto familiar.

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­ Comportamentos de oposição e desobediência.
­ Défice no controlo da atenção e da impulsividade.
­ Reduzida motivação pela escola, faltas às aulas que menos gosta e maior tendência para um
abandono escolar precoce.
­ Etc.

Os sujeitos disléxicos apresentam um maior número de problemáticas internalizadas e


externalizadas. Os sintomas internalizados (em particular a depressão) estão mais associados às
raparigas. As problemáticas comportamentais (PHDA, Perturbação de Oposição, Perturbação do
Comportamento) são mais significativas nos rapazes (Willcutt & Pennington, 2000).

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Avaliação na Dislexia
1 - ANAMNESE

2 - AVALIAÇÃO INTELECTUAL

 As crianças com Dislexia (mesmo as que apresentam um QI elevado) fazem menores


progressos na leitura do que a generalidade das restantes crianças em idade escolar, pois as
suas dificuldades não se encontram ao nível do QI, mas sim de certos défices
neuropsicológicos e neurolinguísticos específicos.

 Capacidade intelectual geral (QI-EC; QI-V; QI-R); análise das diferentes subprovas; análise
dos factores (Compreensão Verbal, Organização Perceptiva, Velocidade de Processamento);
Factor “ACID”, “Factor SCAD”, “Factor FD”.

 Testes: Escala de Inteligência de Wechsler para Crianças (WISC-III); Matrizes Progressivas


de Raven (CPM ou SPM); outros testes intelectuais (PMA; BAPAE; D70; etc.).

3 - AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA

 Consciência Fonológica

 Nomeação Rápida (“rapid automatized naming”, “naming speed”, …).

 Memória Imediata; Memória Diferida; Memória Verbal; Memória Visual (ex: Figura Complexa
de Rey); Memória de Trabalho (Verbal/Fonológica, Visuo-Espacial, Central Executiva).

 Funções Executivas: Fluência Verbal (Semântica e Fonémica); Torre de Londres; Trail


Making Test B; Flexibilidade Cognitiva, etc.

 Processos de Atenção: Teste D2; Teste de Toulouse Piéron, etc.

 Outros testes neuropsicológicos: BANC – Bateria de Avaliação Neuropsicológica de Coimbra.

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4 - AVALIAÇÃO PSICOLINGUÍSTICA

 Processamento Fonológico: Consciência Fonológica, Codificação Fonológica e Recuperação


Códigos Fonológicos.

 Nomeação Rápida.

 Outras Competências Linguísticas: Conhecimento de Vocabulário; Fonológico; Semântico;


Morfo-Sintático; Pragmático, etc.

 Testes: Consciência Fonológica (BANC); Bateria de Provas Fonológicas (Ana Cristina Silva);
Bateria de Avaliação da Linguagem Oral (ALO; Inês Sim-Sim); Teste de Identificação de
Competências Linguísticas (TICL; Leopoldina Viana); Teste Illinois de Aptidões
Psicolinguísticas (ITPA, Samuel Kirk); etc.

5 - AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO E LATERALIDADE

 Memória Visual, Percepção Visual e Organização Visuo-Perceptiva: Fig. Complexa Rey;


Teste Visuomotor de Bender; Teste de Retenção Visual de Benton, etc.

 Percepção Auditiva: Wepman Auditory Discrimination Test; Diagnóstico das Aquisições


Perceptivo-Auditivas (DAPA), etc…

 Lateralidade, Dominância Lateral e Percepção de Simetrias: Avaliação da Lateralidade


Cruzada; Avaliação da Discriminação Direita-Esquerda; Prova de Lateralidade M. Uzias;
Bateria Psicomotora (BPM), Reversal Test, etc.

6 - AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
 Leitura
 Leitura de diversos textos com níveis diferentes de complexidade
 Análise e caracterização da tipologia dos erros presentes na leitura
 Leitura de palavras frequentes e irregulares (via visual ou directa)
 Leitura de palavras pouco frequentes, regulares e pseudopalavras (via fonológica ou
indirecta)
 Avaliação da compreensão leitora
 Avaliação da velocidade, fluência e precisão da leitura:
 Teste de Idade de Leitura (TIL; Sucena & Castro, 2009)
 O Rei: Precisão e Fluência da Leitura (Carvalho & Pereira, 2009)

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 Prova de Avaliação da Capacidade de Leitura (DECIFRAR; Emílio Salgueiro)

 Escrita
 Escrita de textos/composições, ditados
 Escrita de palavras regulares, irregulares, frequentes, pouco frequentes,
pseudopalavras
 Análise e avaliação da construção e estruturação frásica
 Análise e caracterização da tipologia dos erros ortográficos encontrados nos
cadernos diários

7 - APLICAÇÃO DE TESTES ESPECÍFICOS DE DISLEXIA

 Prova Exploratória de Dislexia Específica (PEDE); Prova de Análise e Despiste da Dislexia


(PADD); Prova Exploratória de Avaliação da Escrita; The Dyslexia Screening Test;
International Dyslexia Test; etc.

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Intervenção Reeducativa da Dislexia
INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA

1. Intervenção psicológica (emocional).


2. Intervenção específica e reeducativa nas dificuldades de leitura e escrita.
3. Intervenção noutras valências (caso seja necessário) para correcção de outras áreas
deficitárias. Ex: Terapia da Fala, Psicomotricidade, …
4. Aplicação de estratégias de ensino diferenciado e de medidas educativas especiais (se
necessário).
5. Apoio ao contexto familiar.
6. Articulação de estratégias com o contexto escolar e familiar.

EXEMPLO DE EXERCÍCIOS E ACTIVIDADES NA INTERVENÇÃO REEDUCATIVA DA DISLEXIA:

 Processamento Fonológico:
­ Rimas e lengalengas; Percepção das palavras que começam ou terminam pelo mesmo som;
Reconstrução, segmentação e consciência fonémica e silábica; Manipulação Fonológica
(omissão, adição e inversão de sílabas iniciais, intermédias e finais); Processos de
descodificação fonema-grafema e grafema-fonema; Memória auditiva (verbal) de curto prazo
(dígitos, palavras, frases, pseudopalavras); Leitura e escrita de pseudopalavras.

 Inventários e Ficheiros Cacográficos.

 Actividades lúdicas e multimédia que apelem para os processos de descodificação da leitura e


escrita para outras competências cognitivas.

 Intervenção específicas nas trocas efectuadas:


­ Exemplo: pre/per; nh/lh; ch/x/j; m/n; g/gu; s/ss/ç; ...

 Técnicas multissensoriais.

 Manuais de Intervenção Reeducativa:


­ Método Distema (Paula Teles e Leonor Machado); Distúrbios de Leitura e Escrita (Santos &
Navas, 2002); Consciência Fonológica em Crianças Pequenas (Adams et al., 2008); Manual
de Leitura Correctiva (Condemarim & Blomquistm 1986); Dislexia – Cadernos 1, 2, 3, e 4
(Helena Serra); Entre outros …

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 Exercícios de leitura e escrita:
­ Leitura e escrita de palavras, frases e textos (adequadas ao nível da dificuldade; com sílabas
de progressiva complexidade: cv; vc; cvc; ccv; …).
­ Leitura e escrita de pseudopalavras (adequadas ao nível da dificuldade; com sílabas de
progressiva complexidade: cv; vc; cvc; ccv; …).
­ Análise compreensiva da informação lida.
­ Escrita: Composições, ditado de palavras, ordenar frases, completar frases e/ou palavras,
ordenar histórias, palavras cruzadas, sopa de letras, etc.
­ Jogos e actividades lúdicas de leitura e escrita.

 Intervenção ao nível dos efeitos secundários:


­ Percepção e memória visual e auditiva; Orientação espácio-temporal; Grafomotricidade,
motricidade global, esquema corporal e lateralidade; Problemática emocional associada;
Défice atencional e hiperactividade; Problemas de linguagem ou articulatórios; Etc.

 Exercícios não recomendáveis:


­ Ditados, cópias, escrita repetitiva das palavras que errou.

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Medidas Educativas Especiais
DECRETO-LEI n.º 3/2008 – “NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS”

Este DL define os apoios especializados a prestar na educação pré-escolar e nos ensinos


básico e secundário dos sectores público, particular e cooperativo, visando a criação de
condições para a adequação do processo educativo às necessidades educativas especiais dos
alunos com limitações significativas ao nível da actividade e da participação num ou vários
domínios de vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de carácter
permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, da
aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação
social.

Medidas Educativas - Artigo 16.º - Adequação do Processo de Ensino e de Aprendizagem


a) Apoio Pedagógico Personalizado
b) Adequações Curriculares Individuais (*)
c) Adequações no Processo de Matrícula
d) Adequações no Processo de Avaliação:
1. Tipo de provas; 2. Instrumentos de avaliação e certificação; 3. Condições de avaliação (Formas e meios
de comunicação, Periodicidade, Duração, Local da mesma).
e) Currículo Específico Individual (*)
f) Tecnologias de Apoio
(*) – Não cumuláveis entre si

CIF – CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE

 Estruturas do Corpo (s)


 Funções do Corpo (b) – Funções Mentais Globais e Funções Mentais Específicas
 Actividade e Participação (d)
 Factores Ambientais (e)

Bibliografia Recomendada para a Dislexia

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Perturbação da Escrita – Disortografia
 Perturbação que afecta as aptidões da escrita, onde se observa um conjunto de défices na
capacidade da criança para compor textos escritos, evidenciando erros gramaticais ou de
pontuação na elaboração das frases, organização pobre dos parágrafos, múltiplos erros de
ortografia e uma grafia excessivamente deficitária (DSM-IV-TR, 2002).

 Os erros ortográficos ocorrem de forma sistemática e recorrente, podendo provocar a total


ininteligibilidade dos escritos. Verificam-se omissões, adições, substituições e inversões de letras
e sílabas. Dificuldades em descodificar o som com o grafema correspondente.

 Perturbação que afecta a componente da escrita, onde se observam dificuldades na:

1 – Organização das ideias no texto


2 – Erros ortográficos feitos de forma sistemática e recorrente
3 – Má qualidade gráfica

Critérios de Diagnóstico de Perturbação da Escrita segundo o DSM-IV

A. As aptidões de escrita, medidas através de provas normalizadas (ou avaliações funcionais


das aptidões da escrita), aplicadas individualmente, situam-se substancialmente abaixo do
nível esperado para a idade cronológica do sujeito, quociente de inteligência e escolaridade
própria para a sua idade.

B. A perturbação do critério A interfere significativamente com o rendimento escolar ou


actividade da vida quotidiana que requerem a composição de textos escritos (por exemplo,
frases escritas gramaticalmente correctas e parágrafos organizados).

C. Se estiver presente um défice sensorial, as dificuldades nas aptidões de escrita são


excessivas em relação às que lhe estariam habitualmente associadas.

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Perturbação do Cálculo – Discalculia
 (latim) - DYS = dificuldade, estado de disfunção + CALCULUS = realização de cálculos

 A discalculia encontra-se sobretudo em crianças, é de carácter desenvolvimental, não resulta de


uma lesão cerebral ou de défices intelectuais e manifesta-se através de dificuldades nas
operações matemáticas básicas, tais como quantificação, numeração e cálculo aritmético.

 A discalculia é uma perturbação estrutural da capacidade matemática que tem a sua origem
numa alteração genética ou congénita das áreas do cérebro que estão anatómica e
fisiologicamente na base da maturidade das competências matemáticas adequadas para a idade
sem se observar simultaneamente qualquer perturbação do funcionamento mental. [Kosc, L.
(1974). Developmental dyscalculia. Journal of Learning Disabilities, 7, 46-59.]

Prevalência:
 1% segundo o DSM-IV e surge isoladamente em 1 em cada 5 casos de Perturbação da
Aprendizagem.
 3% a 6% segundo vários outros autores e investigações.
 Percentagem semelhante entre rapazes e raparigas.
 ¼ das discalculias apresentam uma comorbilidade com a dislexia e a hiperactividade.

Sinais Indicadores:
 Dificuldades em contar e associar ao respectivo número.
 Dificuldades na compreensão da quantidade, do conceito de medida (maior/menor;
pesado/leve, 1kg=4x250g, ...), etc.
 Dificuldade ou resultados inconsistentes nas operações matemáticas básicas (+, -, x, :).
 Dificuldade no cálculo e raciocínio matemático.
 Dificuldades na compreensão da linguagem matemática e dos símbolos e em recordar
conceitos matemáticos, regras, fórmulas, unidades matemáticas e sequências.
 Quando escreve, lê ou se recorda de números estes frequentemente surgem errados (adição,
substituição, omissão e inversão de números).
 Dificuldades em lidar com o dinheiro e com conceitos monetários.
 Problemas em copiar números e/ou desenhos geométricos, ou de os reproduzir após
memorização.

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 Dificuldade na compreensão de conceitos abstractos de tempo e na orientação espacio-
temporal (dificuldade em aprender as horas, esquece-se de compromissos agendados,
desorienta-se com facilidade e dificuldades em compreender mapas).
 Dificuldades em compreender conceitos de peso, direcções, espaço e tempo.
 Reduzida memória de curto e longo prazo.
 Dificuldade em planear estratégias em jogos como o xadrez, damas, etc., ou de se lembrar de
pontuações de jogos de cartas, bowling, jogos de tabuleiro, etc.
 Entre outros sintomas ...

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