Contabilidade Forense e Investigação de Fraudes - 1 - 1

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FACULDADE UNYLEYA

CONTABILIDADE FORENSE E INVESTIGAÇÃO


DE FRAUDES

EDNA BOTELHO DA SILVA COXÉO

A CONTABILIDADE FORENSE NO BRASIL E A SUA


RELEVÂNCIA NA DESCOBERTA E PREVENÇÃO DE
FRAUDES

CAMPO GRANDE – MS
2017
EDNA BOTELHO DA SILVA COXÉO

A CONTABILIDADE FORENSE NO BRASIL E A SUA


RELEVÂNCIA NA DESCOBERTA E PREVENÇÃO DE
FRAUDES

Monografia apresentado à banca examinadora da


instituição de ensino Faculdade UnyLeya como
exigência parcial à obtenção do título de
Especialista em Contabilidade Forense e
Investigação de Fraudes, sob a orientação do
Professor Orientador Ronaldo Balestra Choze.

CAMPO GRANDE – MS
2017
EDNA BOTELHO DA SILVA COXÉO

A CONTABILIDADE FORENSE NO BRASIL E A SUA


RELEVÂNCIA NA DESCOBERTA E PREVENÇÃO DE
FRAUDES

Monografia apresentado à banca examinadora da


instituição de ensino Faculdade UnyLeya como
exigência parcial à obtenção do titulo de
Especialista em Contabilidade Forense e
Investigação de Fraudes, sob a orientação do
Professor Orientador Ronaldo Balestra Choze,
examinado pela seguinte comissão de professores:

Aprovado pelos membros da banca examinadora em ___/___/___, com menção


_____________________ (___________________).

Banca Examinadora

___________________________________________________________

___________________________________________________________

CAMPO GRANDE – MS
2017
DEDICATÓRIA

A Deus, que nos dá todos os dias à


oportunidade de realizar os nossos sonhos
com fé, força, coragem e sabedoria.
AGRADECIMENTOS

A meu esposo Julio César Chaves Coxéo pelo apoio durante mais esta longa caminhada.
Meus pais, Eva Maria de Jesus Botelho e Edson da Silva que sempre incentivaram a busca pelo
conhecimento. Aos professores da Faculdade UnyLeya curso de Pós Graduação em
Contabilidade Forense e Investigação de Fraudes pelo apoio e dedicação durante toda esta
trajetória.
Enquanto no século XIX as investigações criminais e
financeiras adotaram o uso de impressões digitais e
no século XX a análise do DNA, é possível dizer que
no século XXI tais investigações terão por base a
Contabilidade Forense.
Gordon Brown, Ministro das Finanças Inglês em
10/10/2006 (SILVA, Lino Martins, p. 7).
RESUMO

O estudo do presente Artigo tem como base; A CONTABILIDADE FORENSE NO BRASIL


E A SUA RELEVÂNCIA NA DESCOBERTA E PREVENÇÃO DE FRAUDES. Procuramos
relatar neste Artigo como surgiu a Contabilidade forense e como ela vem se desenvolvendo no
Brasil, e qual a importância do profissional contábil dentro desta nova área que vem ganhando
destaque. O uso da contabilidade na prevenção e descoberta de fraudes já é muito utilizado nos
Estados Unidos, mais aqui no Brasil ainda é um assunto novo e ate desconhecido para muitos.
A contabilidade forense e muito utilizada nos EUA, e pesquisando sobre o assunto, não se
encontra muito material a respeito. E uma área tão nova que ainda não existe uma
regulamentação para esta profissão aqui no Brasil; tanto que muitas pessoas ainda confunde a
contabilidade forense com a auditoria e a perícia. Essa área passou a ficar conhecida depois de
muitos escândalos financeiros, e neste sentido, a perda da credibilidade no ambiente corporativo
acabou provocando um grande fortalecimento na área de contabilidade forense. Muitas vezes o
profissional contábil acaba trabalhando apenas em função de números e deixa um pouco de lado a
prevenção de fraudes e nessa linha, acaba deixando de lado a principal função do contador que é
proteger o patrimônio. Com o crescimento de fraudes nos últimos anos as organizações
começaram a adotar práticas de prevenção, e diante deste contexto; o presente estudo pretende
mostrar a importância da contabilidade forense e a função do contador forense atuando na
descoberta e prevenção de fraudes. Uma organização é formada por diversos setores, todos
organizados e caminhando para que a organização atinja os melhores objetivos. Com a busca
crescente de bons resultados financeiros, seus gestores acabam não tendo tempo para atuar na
descoberta e na prevenção de fraudes. O mercado esta cada vez mais competitivo, e as
organizações buscam ferramentas que auxiliem nas tomadas de decisões e otimize os seus
controles internos visando um crescimento sólido e saudável no mercado financeiro. Com casos
crescentes de fraude em organizações aqui no Brasil, o contador tem se tornado uma peça
importante atuando em sua prevenção. Diante de tal cenário, surge a contabilidade forense, área
da contabilidade que aqui no Brasil ainda e nova, mais nos Estados Unidos é muito utilizada e
requisitada por organizações que se preocupa com a sua saúde financeira. É neste contexto que o
presente estudo destaca a importância do contador atuando dentro das organizações prevenindo e
descobrindo possíveis erros ou fraudes. Atualmente o papel do contador não contempla a
prevenção ou busca por fraude, pesquisando sobre o assunto, não se encontra muito material a
respeito. Com o crescimento de fraudes nos últimos anos as organizações começaram a adotar
praticas de prevenção, é ai que entra a contabilidade forense. Diante do exposto, busca-se mostrar
novas perspectivas e o atual estágio dessa ciência, e esta pesquisa poderá contribuir para
discussões futuras sobre o uso da contabilidade forense na descoberta e na prevenção de fraudes.

Palavra Chave: Contabilidade Forense. Fraude. Profissional. História. Prevenção.


ABSTRACT

The study of this Article is based on; FORENSIC ACCOUNTING IN BRAZIL AND ITS
RELEVANCE IN DISCOVERING AND PREVENTING FRAUDS. We have attempted to
report in this article how forensic accounting came about and how it has developed in Brazil, and
how important is the accounting professional within this new area that has been gaining
prominence. The use of accounting in the prevention and detection of fraud is already widely
used in the United States, but here in Brazil it is still a new issue and unknown to many. Forensic
accounting is widely used in the US, and researching on the subject, does not find much material
about it. And such an area so new that there is no regulation for this profession here in Brazil; So
much so that many people still confuse forensic accounting with auditing and expertise. This area
became known after many financial scandals, and in this sense, the loss of credibility in the
corporate environment ended up provoking a major strengthening in the area of forensic
accounting. Often the accounting professional ends up working only in terms of numbers and
leaves the fraud prevention a little aside and in this line, ends up leaving aside the main function
of the accountant that is to protect the equity. With the growth of fraud in recent years,
organizations have begun to adopt prevention practices, and in this context; The present study
intends to show the importance of forensic accounting and the function of the forensic accountant
acting in the discovery and prevention of fraud. An organization is formed by several sectors, all
organized and walking so that the organization achieves the best objectives. With the increasing
search for good financial results, its managers end up not having time to act in the discovery and
prevention of fraud. The market is increasingly competitive, and organizations are looking for
tools that help them make decisions and optimize their internal controls for solid and healthy
growth in the financial market. With increasing cases of fraud in organizations here in Brazil, the
accountant has become an important piece acting in its prevention. Faced with such a scenario,
arises forensic accounting, accounting area that here in Brazil is still new, but in the United States
is much used and requested by organizations that cares about their financial health. It is in this
context that the present study highlights the importance of the accountant acting within the
organizations preventing and discovering possible errors or frauds. Currently the role of the
accountant does not contemplate the prevention or search for fraud, researching on the subject,
not much material is found about it. With the growth of fraud in recent years organizations have
begun to adopt prevention practices, this is where forensic accounting comes in. In view of the
above, the aim is to show new perspectives and the current stage of this science, and this research
may contribute to future discussions about the use of forensic accounting in the detection and
prevention of fraud.

Keyword: Forensic Accounting. Fraud. Professional. History. Prevention.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – As três áreas de atuação da auditoria investigativa.......................................................26


Figura 2 – Triângulo da Fraude......................................................................................................28
Figura 3 – Erros e fraudes nas demonstrações contábeis...............................................................30
Figura 4 – Organograma Lei n.º 9613/98.......................................................................................37
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................12

1.2 Problema de Pesquisa............................................................................................................14


1.3 Objetivos................................................................................................................................15
1.3.1 Objetivo Geral...............................................................................................................15
1.3.2 Objetivo Específico.......................................................................................................15
1.4 Metodologia...........................................................................................................................16

REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................................17

2. O INÍCIO E FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE E CONTABILIDADE FORENSE........17

2.1 O que é Contabilidade e a sua História..................................................................................17


2.2 O início da Contabilidade Forense........................................................................................19

2.3 Contabilidade Forense no Brasil............................................................................................22

3. DIFERENÇAS ENTRE PERÍCIA CONTÁBIL, AUDITORIA E A CONTABILIDADE


FORENSE.....................................................................................................................................25

3.1 Definições de Auditoria, Perícia Contábil e a Contabilidade Forense..................................25

3.2 Definições de Erros e Fraudes...............................................................................................27

4. A CONTABILIDADE FORENSE NA PREVENÇÃO E CONTROLE DE FRAUDES...31


4.1 O Controle de Estoques............................................................................................................31

4.2 Controle Financeiro..................................................................................................................34

4.3 Controle Interno........................................................................................................................34

4.4 Lavagem de Dinheiro...............................................................................................................35

4.5 O Contador Forense..................................................................................................................38

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................43
12

1. INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como base, A contabilidade forense No Brasil e a sua relevância
na descoberta e prevenção de fraudes.

A pesquisa se inicia mostrando o significado da palavra “contabilidade” conforme o


dicionário significa: É a ciência que tem como objeto o patrimônio, com o objetivo de informar
suas oscilações em função do tempo, seja pessoa física ou jurídica; informar as consequências de
atos e fatos de gestão sobre um determinado patrimônio. A palavra chave “contar”, pode
apresentar vários sentidos no dicionário, como relatar; narrar, fazer contas, enumerar, determinar
o número, esperar, ter confiança, entrar em conta...

Há anos a ciência contábil não sofria com alterações aqui no Brasil, no ano de 1976 foi
promulgada a Lei 6.404 que dispõe sobre as Sociedades por Ações. Antigamente os contadores
realizavam seus trabalhos mais para atender o FISCO, do que para gerar as informações contábeis
a seus usuários. Já no ano de 2008 houve muitas mudanças na nossa contabilidade, devido à Lei
11.638 de 28 de Dezembro de 2007, a qual já sofreu alterações através da Lei 11.941 de 21 de
Maio de 2009. Com o passar dos anos esta realidade vem mudando, já que a principal função do
contador e proteger o patrimônio.

Ao tratarmos desta pesquisa e imprescindível conhecer as origens, a evolução tanto no


Brasil quanto nos Estados Unidos, buscando conhecer a história e a atualidade, estudando e
pesquisando a fundo como esta ciência surgiu e como vem se desenvolvendo no decorrer dos
anos ate nosso presente.

Frente às novas necessidades do mercado de trabalho e as mudanças trazidas por novas


leis e procedimentos contábeis, o profissional da área precisa estar preparado para os novos
desafios, já que o contador guarda livros não existe mais, e este deu espaço para o contador
gestor, dinâmico e ágil com conhecimento; aquele que não se adaptar as novas realidades nesta
profissão vai acabar perdendo espaço, já que as mudanças não param.

Buscou-se com esta pesquisa responder ao seguinte problema de pesquisa: Qual a


relevância da Contabilidade Forense no Brasil? Qual a importância do Contador Forense dentro
do ambiente corporativo?
13

Considerando a relevância do tema, se faz necessária uma pesquisa mais profunda,


mostrando a origem da contabilidade forense, buscando os principais pontos de como tudo
começou, qual a sua evolução no Brasil, e mostrar também qual o papel do contador forense na
busca da prevenção e descoberta de fraudes.

Ao tratarmos desta pesquisa e imprescindível conhecer as origens, a evolução, das


práticas contábeis, desta forma, o capítulo I mostra o início da Contabilidade e a sua História e
apresentamos os fundamentos da Contabilidade e da Contabilidade Forense, e o seu início nos
Estados Unidos, pais de origem do termo “Forensic Accounting”, e o desenvolvimento da
contabilidade forense no Brasil.

O capítulo II mostrará a diferença entre Pericia, Auditoria e a Contabilidade Forense,


visto que ainda e muito confundida com a Auditoria, e ressaltamos a importância da
Contabilidade Forense na descoberta e prevenção de fraudes.

No capitulo III analisamos a sua relevância promovendo a importância do contador


forense na descoberta e prevenção de fraudes e as barreiras que a contabilidade forense veio
adquirindo ao longo dos anos, visto que nos Estados Unidos já e usada há anos na descoberta e
prevenção de fraudes, mais aqui no Brasil ainda e um tema desconhecido.
14

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

A contabilidade forense e muito utilizada nos EUA, e pesquisando sobre o assunto, não se
encontra muito material a respeito. E uma área tão nova que ainda não existe uma
regulamentação para essa profissão aqui no Brasil; tanto que muitas pessoas ainda confunde a
contabilidade forense com a auditoria e a perícia.
Essa área passou a ficar conhecida depois de muitos escândalos financeiros, e neste
sentido, a perda da credibilidade no ambiente corporativo acabou provocando um grande
fortalecimento na área de contabilidade forense.

Muitas vezes o profissional contábil acaba trabalhando apenas em função de números e


deixa um pouco de lado a prevenção de fraudes e nessa linha, acaba deixando de lado a principal
função do contador que é proteger o patrimônio.

Com o crescimento de fraudes nos últimos anos as organizações começaram a adotar


práticas de prevenção, e diante deste contexto; o presente estudo pretende mostrar a importância
da contabilidade forense e a função do contador forense atuando na descoberta e prevenção de
fraudes.

Diante deste contexto; pergunta-se:

O que é Contabilidade Forense?

Qual a relevância da Contabilidade Forense na descoberta e prevenção de fraudes?

Qual a importância do Contador Forense?


15

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 OBJETIVO GERAL

O principal objetivo do presente estudo é mostrar o início e o desenvolvimento da


contabilidade forense no Brasil e analisar a sua relevância na descoberta e prevenção de fraudes.

1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Mostrar o início da Contabilidade e a sua História.

Definir o que é Contabilidade Forense e descrever o seu início.

Evidenciar a Contabilidade Forense no Brasil.

Ressaltar a importância da Contabilidade Forense na descoberta e prevenção de fraudes.

Promover a importância do contador forense.


16

1.4 METODOLOGIA

Pesquisa realizada com o objetivo de mostrar o início e o desenvolvimento da


contabilidade forense no Brasil e analisar a sua relevância dentro de uma organização; analisar
também a importância de um contador forense atuando na descoberta e prevenção de fraudes,
utilizando vários estudos e procedimentos de caráter exploratório, bibliográfico e descritivo.

Busca-se com esta pesquisa, reunir as mais relevantes informações sobre o início e
desenvolvimento da contabilidade forense aqui no Brasil e qual o papel do contador forense
dentro de uma organização, desta forma a coleta de dados e informações é de extrema relevância
para o desenvolvimento do estudo reunindo materiais para chegar ao objetivo proposto pela
pesquisa.

Desta maneira o presente estudo será desenvolvido com leituras de matérias, artigos,
trabalhos acadêmicos, pesquisas na internet e livros. Uma coleta de dados, informações e
materiais bastante intensos como o intuito de reunir as informações mais relevantes da
contabilidade forense e o papel do contador forense com a finalidade de alcançar os objetivos
previamente traçados no inicio desta pesquisa.
17

REFERENCIAL TEÓRICO

Este estudo foi realizado com o objetivo de mostrar o início e o desenvolvimento da


contabilidade forense no Brasil e analisar a sua relevância dentro de uma organização; analisar
também a importância de um contador forense atuando na descoberta e prevenção de fraudes,
utilizando vários estudos e procedimentos de caráter exploratório, bibliográfico e descritivo.

2. O INÍCIO E FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE E CONTABILIDADE FORENSE

2.1 O que é Contabilidade e a sua História

Começaremos este estudo buscando a definição do que é a contabilidade, que segundo o


Dicionário é: É a ciência que estuda os registros patrimoniais de uma pessoa, física ou jurídica, com o
propósito de controlar e emitir informações sobre estes registros.

Com efeito, Iudícibus e Marion (1998) definem a Contabilidade como:

“..., qualidade de metodologia especialmente concebida para captar, registrar, acumular,


resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e
econômicas de qualquer ente, seja este pessoa física, entidade de finalidades não
lucrativas, empresa, ou mesmo pessoa de Direito Público, tais como: Estado, Município,
União, Autarquia etc.,...”.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por sua vez, em sua Deliberação n° 29 de


1986, afirma que:

“A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinada a


prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira,
física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização.”
18

Por outro lado, Ribeiro (1997) deixa explícito seu ponto de vista de que a Contabilidade
possui caráter científico e que, na qualidade de Ciência, está diretamente ligada aos fenômenos
patrimoniais.

Assim, apoiando-se no conceito formulado no Primeiro Congresso Brasileiro de


Contabilidade, de agosto de 1924, diz que:

“Contabilidade é a Ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e


de registro relativas à administração econômica. A Contabilidade é uma Ciência que
permite, através de suas técnicas, manter um controle permanente do patrimônio da
empresa.”

Segundo Cosenza (2002, p.8), “A história da Contabilidade tem sua gênese Concomitante
ao próprio nascimento da humanidade”. [...], os homens que deixava a caça e pesca começava a
desenvolver atividades agrícolas e de pastoreio. Como era necessário o uso da terra para cultivo,
começava então a se formar divisões destas terras, rompendo assim a vida comunitária, e
começando a surgir divisões, começando assim, cada pessoa criar a sua riqueza individual.

Ao morrer, toda a fortuna deixada por esta pessoa não se dissolvia, passava a ser dos
familiares, ou para os filhos, dando início o patrimônio. Daí em diante este termo “Patrimônio”
passou a ser usado para estes valores, mesmo que estes valores não tivessem sido herdados.

Alguns teóricos, segundo Iudícibus e Marion (2002), afirmam que a Contabilidade existe,
pelo menos, desde 4.000 anos antes de Cristo. A origem desta ciência está ligada a necessidade
de registros dos comerciantes, naquela época as trocas era um fato comum e já era efetuado
através de registros e relatórios.

Com o aumento das quantidades de valores, começava existir a necessidade de saber o


futuro; quanto o seu patrimônio poderá render, e como esse patrimônio poderia ser aumentado, e
com tantas informações o trabalho já não era de fácil memorização, as riquezas iam crescendo
com o tempo, requerendo assim a necessidade de registros.
19

Foi pensando no futuro que o homem começa aprender a desenvolver e efetuar os seus
primeiros registros contábeis, para ter a ideia de como aproveitar melhor esta ciência para
melhorar assim o uso, consumo, produção etc. Com as primeiras administrações particulares já
surgia à necessidade de ter um controle, o que não poderia ser feito sem registros.

É importante lembrarmos que naquela época não existia o crédito, e as compras, as


vendas e as trocas eram feitas à vista. Algum tempo depois alguns comerciantes já utilizavam os
ramos das árvores para marcar como uma prova de dívida contraída ou como prova de quitação
desta dívida.

O progresso do povo egípcio na escrituração das contas foi tão marcante, a ponto de já
utilizarem o princípio do Denominador Comum Monetário (registrando os fatos
contábeis com base no valor da moeda vigente à época, o “Shat”) e estabelecerem contas
de provisão, além de elaborarem prestação de contas dos resultados entre os templos
regionais e a sede central. (COSENZA, 2002, p.12).

CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO- Teve o seu inicio com as primeiras civilizações,


praticada pelo homem primitivo ate estendeu ate o ano 1202, tendo como destaque Leonardo
Fibonaci.

CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL- De 1202 até o ano de 1494, destaque para as


partidas dobradas de Frei Luca Paciolo.

CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO- 1494 até 1840, era da pré-ciência.

CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO- 1840 e continua até a atualidade em que


vivemos hoje.

2.2 O início da Contabilidade Forense

Na história da evolução da contabilidade a escola norte-americana se destacava pela


praticidade em relação a aspectos gerenciais e financeiros. Destacava-se pela busca da explicação
20

da prática contábil, diferente das outras escolas da época que buscavam explicar apenas teorias,
mostrando uma contabilidade mais gerencial. Buscava-se uma transparência em relatórios
contábeis para os usuários, enfatizando a auditoria.

A escola norte-americana apresentava a contabilidade como algo útil para a tomada de


decisões, buscando uma contabilidade mais gerencial, ao contrario da escola europeia, não havia
a preocupação com a teoria nem com a ciência contábil.

Por esse motivo, alguns autores consideravam que o principal aspecto da escola norte-
americana e a explicação da prática; podemos citar Iudícibus (1997), que acredita que nos textos
americanos, o predomínio é a preocupação com o usuário e com a tomada de decisão (que são
aspectos considerados mais práticos na contabilidade). E este não era o enfoque da época.

A premissa muitas vezes levianamente abraçada por alguns autores brasileiros de que as
obras de autores norte-americanos são fracas do ponto de vista teórico demonstra
desconhecimento de alguns trabalhos teóricos de profundo saber e que revolucionaram a
Contabilidade nos últimos anos. (IUDÍCIBUS, 1997, p. 34).

De acordo com Schmidt (2000, p. 87), “As grandes questões enfrentadas por esta escola,
especialmente neste século [refere-se ao século XX], foram um dos elementos responsáveis por
transformá-la em uma das mais importantes do mundo [...]. Esta escola está na vanguarda da
Contabilidade Mundial”.

Iudícibus (2009) faz uma relação entre a contabilidade gerencial e a contabilidade


financeira afirmando que a gerencial é importante na tomada de decisões de curto prazo e a
financeira pode auxiliá-la.

“A ampliação do leque dos usuários potenciais da contabilidade decorre da necessidade


de uma empresa evidenciar suas realizações para a sociedade em sua totalidade” (CREPALDI,
2006. p. 20).

“A aplicação do conhecimento da contabilidade para ajudar a governar os negócios, as


instituições, tem sido uma das preocupações da modernidade.” (SÁ, 2008. p.53).
21

Com a grande influência desta escola hoje o papel do contador não é apenas atender o
fisco, é também desenvolver o papel do contador gestor.

Conforme Marion (2006, p.23):

“A contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar


decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os
monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de
comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões.”

Com a grande preocupação em buscar uma contabilidade forte e ágil, surge nos Estados
Unidos a Contabilidade Forense.

Conforme Lino Martins da Silva, em seu livro Contabilidade Forense, a origem do termo
Forensic Accountant, que segundo Crumbley e Apostolou (2007), Maurice E. Peloubet utilizou o
termo “Forensic Accountant” pela primeira vez no ano de 1946 quando publicou o seu trabalho
no jornal “Journal of Accountancy”. Duas outras pessoas reclamaram a autoria do termo, Max
Lourie em 1953 e Robert Lindquist em 1986 declarou que usou a frase por volta de 1976. Michel
G. Kesller em nota a imprensa em 15 de janeiro de 2001 declarou que foi o primeiro “Forensic
Accountant” e declara ainda que é um contador forense desde o início da década de 1970.

Após vários casos de escândalos financeiros, como a Enron Corporation, uma companhia
de energia americana, que em dezembro de 2001 o grupo pediu concordata porque a sua dívida já
somava 13 bilhões de dólares. A Enron foi alvo de diversas denúncias de fraudes contábeis e
fiscais, manipulado seus balanços patrimoniais com a ajuda de empresas e bancos e esta
manipulação na verdade escondia as dívidas da empresa e inflava seus lucros.

Estes casos financeiros demonstra a fragilidade da contabilidade e da auditoria. Na


auditoria a confiabilidade é essencial para o desempenho da sua atividade e por este motivo em
30 de julho de 2002 por iniciativa do senador Paul Sarbanes, e do deputado Michael Oxley é
criada a Lei Sarbanes-Oxley.

A Lei Sarbanes-Oxley tenta evitar a fuga de investidores por medo e insegurança depois
da perda de confiança nas escriturações contábeis e aos princípios de governança em empresas.
22

Esta lei se aplica a empresas americanas ou estrangeiras, que tenham ações registradas na SEC -
Securities and Exchange Comission.

A Sarbanes-Oxley obriga que as empresas assumam processos para aumentar os controles


e a segurança na transparência em seus negócios e na administração financeira, e
consequentemente nas escriturações contábeis.

Um dos pontos mais forte nesta lei é que diretores executivos e financeiros se tornam
responsáveis por estabelecer e monitorar a eficácia de controles internos, relatórios financeiros e
a divulgação de informações.

Para a supervisão destes processos de auditoria de empresas sujeitas a Sarbanes-Oxley,


cria-se o Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB ou Conselho de Auditores de
Companhias Abertas) e a sua missão e estabelecer as normas de auditoria e controle de qualidade,
agindo com ética e independência em processos de inspeção e relatórios de auditoria.

As penalidades pelo descumprimento da Sarbanes-Oxley são uma multa de até USD


1.000.000 ou reclusão por até 10 anos. Se o descumprimento da lei for um ato intencional, que
tenha a finalidade fraudulenta, a multa aumenta para até USD 5.000.000 e a reclusão pode chegar
a 20 anos.

Diante destes fatos, a contabilidade forense ganha força e prestígio nos Estados Unidos,
tornando-se uma ferramenta fundamental para a descoberta e prevenção de erros ou fraudes.

2.3 A Contabilidade Forense no Brasil

A definição do que é a Contabilidade Forense, que segundo Lino Martins da Silva (2012,
p.37) consiste na integração das habilidades contábeis, investigativas e de auditoria. Tal
conhecimento possibilita o fornecimento de auxílio, em litígios judiciais ou em investigação
sobre suspeitas de fraudes e irregularidades, além do rastreamento sobre a origem e o destino de
grandes somas, seja em dinheiro ou em outros ativos das entidades.
23

No manual da contabilidade societária Fipecafi 2010 diz que o fato importante a ser
destacado é que com um sistema mais transparente de informações e de prestações de contas e
com uma atuação de auditoria bem maior, muito se aplicará na segurança dos negócios, com
redução de riscos e inadimplências, permitindo inclusive menores taxas de juros. Além disso,
haveria contribuição na diminuição de corrupção e de sonegação de impostos. Contribuiria,
finalmente, para melhoria do nosso país, quanto ao grau de atratividade de capitais e de
investimentos intencionais e sua competitividade.
O ponto de maior destaque na contabilidade forense é que essa área e utilizada
mundialmente por companhias de seguros, empresas privadas, agências governamentais e por
empresas de todos os tamanhos, desde corporações multinacionais a medias e pequenas
empresas.

No cenário atual da economia o profissional investigador de fraudes só é solicitado


quando já existem indícios ou suspeita de fraudes dentro das organizações. Evitar a ocorrência de
fraudes deve se tornar uma medida preventiva, e fazer parte dentro de uma gestão de riscos
dentro de uma organização, seja ela pequena, média ou de grande porte.

O trabalho de Contabilidade Forense e Investigação de Fraudes e de suma importância


para qualquer organização e a sociedade em geral.

A contabilidade forense representa uma área de conhecimento novo dentro da


contabilidade, e vem crescendo muito nos últimos anos devido a grandes escândalos financeiros e
a partir desses escândalos a regulamentação da Lei 12.846, lei anticorrupção ou lei da empresa
limpa que estabelece que empresas, fundações e associações passem a responder civil e
administrativamente toda vez que alguma ação, seja de um empregado ou o seu representante
causar algum tipo de prejuízos ao patrimônio público, ou infringir princípios da administração
pública ou compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.

A Lei 12.846 de 01/08/2013, estabelece que as pessoas jurídicas, sejam sociedades


empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não, independentemente da forma de
organização ou modelo societário adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de
entidades ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no
território brasileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente sejam
24

responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos
nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não.

As penalidades da Lei 12.846 é multa no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20%
(vinte por cento) do faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo
administrativo, excluídos os tributos.

Aqui no Brasil, estes fatos fizeram com que área de investigação de fraudes desse um
salto muito grande e a tendência é aumentar muito mais nos próximos anos. Cada vez mais o
criminoso tem buscado maneiras diferentes para cometer a fraude.

Grandes empresas de auditoria como BDO, KPMG no Brasil e E&Y afirmam que a
demanda por esse tipo de trabalho tem aumentado muito e consequentemente seu quadro de
funcionários também aumentou.

Um estudo global da Association of Certified Fraud Examiners (ACFE) mostra que em


2014 o tipo de fraude que mais causou prejuízo às empresas foi a contábil, seguida por corrupção
e depois, por roubos ou apropriação de ativos das empresas (tipo mais frequente). Estes fatos
mostram a importância do contador forense atuando na descoberta e prevenção de erros ou
fraudes.

A importância da investigação de fraudes vai além de uma organização pública ou


privada, a sociedade também deve se interessar pelo assunto, principalmente no setor público,
visto que as consequências de uma fraude podem afetar a economia e o desenvolvimento do país.

A busca de erros ou fraudes tem a finalidade de identificar diferenças e desvios tanto


financeiros quanto dos princípios contábeis que diretamente afeta as demonstrações contábeis. A
transparência nas demonstrações contábeis e um fator determinante dentro de uma organização
sólida no mercado atual, pois é a partir das demonstrações contábeis e financeiras que se analisa a
sua saúde financeira.

E com base nestas informações que se atraem investidores e se busca empréstimos e ate
mesmo se ganha à confiança, tanto de fornecedores como clientes. A fraude se não descoberta a
tempo pode se tornar um fator determinante de desequilíbrio para uma organização.
25

3. DIFERENÇAS ENTRE PERÍCIA CONTÁBIL, AUDITORIA E A CONTABILIDADE


FORENSE

3.1 Definições de Auditoria, Perícia Contábil e a Contabilidade Forense

A auditoria e definida por Sá (1998, p.25) como uma tecnologia contábil aplicada ao
sistemático exame dos registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de
consideração contábil, visando apresentar opiniões, conclusões críticas e orientações sobre
situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza, pública ou privada, quer ocorridos, quer por
ocorrer ou prospectados e diagnosticados.
De acordo com a NBC T 13 a perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos
técnicos e científicos destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a
subsidiar à justa solução do litígio, mediante laudo pericial contábil, e ou parecer pericial
contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no
que for pertinente.

A perícia contábil e uma das atividades realizada pelo contador de maior importância
dentro de uma organização, esta atividade exige um alto grau de conhecimento, não só de
contabilidade, mas também de outras ciências e técnicas específicas para a descoberta da verdade
dos fatos.

Hoog e Petrenco (2003, p. 2), revelam que a: Perícia Contábil é um serviço especializado,
com bases científicas, contábeis, fiscais e societárias, para a qual se exige formação de nível
superior e averigua questões judiciais e extrajudiciais e é utilizada como elemento de prova, ou
reveladora da verdade em temas fisco-contábeis e tem por intuito a demonstração de um fato ou
ato, a qual deve ser realizada com maior rigor possível e baseada na mais pura e seleta expressão
da verdade.

A contabilidade forense ainda é confundida com a auditoria, visto que as duas áreas tem o
mesmo campo de estudo, a “fraude”.
26

O contador forense e um profissional com formação voltada para a investigação, a sua


formação envolve a auditoria, perícia e a contabilidade forense. Esse profissional se caracteriza
pelo tino investigativo.

Para Holmes (1986) a auditoria independente deve averiguar três pontos; a exatidão,
integridade e autenticidade de fatos, documentos e demonstrações.

Figura 1 – As três áreas de atuação da auditoria investigativa

CONTABILIDADE FORENSE

Revisão e conciliação
Procedimentos de auditoria
interna e externa 1. Das contas contábeis
1. Planejamento 2. Apoio à administração
2. Avaliação de riscos 3. Questões de natureza fiscal e
societária
3. Controles internos
4. Evidência de auditoria
5. Relatórios

Auditoria forense ou investigativa


1. Prevenção de fraudes
2. Eliminação de controles
3. Investigação e descoberta de
fraudes e de práticas inadequadas
4. Retificação e ajustes

Fonte: Contabilidade Forense: princípios e fundamentos


27

A perícia contábil refere-se à busca de prova, com o objetivo de solucionar litígios


judiciais, arbitrais ou extrajudiciais. O perito contábil e solicitado quando o juiz precisa de um
laudo profissional especializado ou para atender ao pedido de uma das partes envolvidas em um
processo.

O auditor não pode ser responsabilizado e nem tem a responsabilidade pela prevenção de
erros ou fraudes, todavia o auditor deve ter um bom planejamento do seu trabalho avaliando
probabilidades e riscos de alguma ocorrência que implique algum efeito relevante dentro das
demonstrações contábeis.

3.2 Definições de Erros e Fraudes

No dicionário, erro significa: decisão, ato ou resposta incorreta, qualidade daquilo que não
corresponde à verdade, engano, apreciação ou julgamento que está em desacordo com a realidade
observada, juízo falso, falta, culpa...

A palavra fraude tem a sua origem no latim “fraus” e significa que uma ação foi praticada
de má-fé. Fraude significa: Logro, falsificação de produtos, documentos, marcas, qualquer ação
ilícita, desonesta, ardilosa que busca enganar ou ludibriar alguém. Contrabando, inserção de
mercadorias estrangeiras sem o pagamento de impostos: fraude tributária.

Segundo WELLS (2006), o criminalista americano Donald R. Cressey estudou centenas


de fraudadores e observou que a maioria deles estava sob algum tipo de pressão, geralmente
financeira, que os levava a necessidade de dinheiro rápido. Nesta situação o fraudador percebia
ou criava a oportunidade para desviar dinheiro da empresa e desta forma conseguia satisfazer a
sua necessidade financeira. Depois, o fraudador concebia uma desculpa moralmente aceitável
para se “manter” na conduta ilegal. Em consequência desses estudos, Cressey verificou que na
maioria das vezes ocorria uma combinação de três fatores: Pressão ou incentivo, oportunidade e
racionalização ou atitude, que denominou o “triângulo da fraude”.
28

Figura 2 – Triângulo da fraude

Pressão ou
Incentivo
Submetido a algum
tipo de pressão
pessoal ou
financeira

Triângulo da
Fraude

Oportunidade Racionalização ou
Atitude
Possibilidade de
Fonte: Triangulo da Fraude de Donald
cometer a fraude R. Cressey
Comportamento de
justificativa

Fonte: Triangulo da Fraude de Donald R. Cressey

Segundo a definição do autor Sérgio Pastori em seu artigo Erro & Fraude, o erro é um ato
não intencional e tem como principais características a inexatidão aritmética na escrituração
contábil e nas demonstrações contábeis; a aplicação incorreta das normas contábeis e a
interpretação errada das variações patrimoniais. A fraude é um ato intencional, proposital,
omissão, manipulação de transações e falsificação de documentos e registros financeiros e
contábeis.

Para Lino Martins da Silva (2012, p.46) a fraude é representada por uma ação ou omissão
pela qual alguém procura obter vantagem direta ou indireta, omitindo um ativo, uma obrigação,
29

ou causando perda à pessoa física ou jurídica. A fraude ocorre a partir do desejo das pessoas ou
em face da fragilidade ou a percepção de falhas dos sistemas contábeis.

Segundo Conselho Federal de Contabilidade, NBC T 11 – Normas de Auditoria


Independente das Demonstrações Contábeis, a fraude pode ser caracterizada por:

a) manipulação, falsificação ou alteração de registros ou documentos, de modo a modificar os


registros de ativos, passivos e resultados;

b) apropriação indébita de ativos;

c) supressão ou omissão de transações nos registros contábeis;

d) registro de transações sem comprovação; e

e) aplicação de práticas contábeis indevidas.

O termo erro refere-se a ato não intencional na elaboração de registros e demonstrações


contábeis, que resulte em incorreções deles, consistente em:

a) erros aritméticos na escrituração contábil ou nas demonstrações contábeis;

b) aplicação incorreta das normas contábeis;

c) interpretação errada das variações patrimoniais.

O auditor deve efetuar o estudo e avaliação do sistema contábil e de controles internos da


entidade, como base para determinar a natureza, oportunidade e extensão da aplicação dos
procedimentos de auditoria, considerando:

a) o tamanho e complexidade das atividades da entidade;

b) os sistemas de informação contábil, para efeitos tanto internos quanto externos;

c) as áreas de risco de auditoria;

d) a natureza da documentação, em face dos sistemas de informatização adotados pela entidade;


30

e) o grau de descentralização de decisão adotado pela administração da entidade; e

f) o grau de envolvimento da auditoria interna, se existente.

Figura 3 – Erros e fraudes nas demonstrações contábeis

Causas

Erros
Fraudes

De aplicação
de princípios Desvios de ativos Demonstrações
enganosas

Erros de omissão
de registros

Falsificação Omissão de
Fraude nas Roubo de registros transação
receitas e de ativos
Erros de
interpretação despesas

Fonte: Contabilidade Forense: princípios e fundamentos

Para descobrir a ocorrência de um erro ou fraude, é preciso identifica-lo, e a busca na


prevenção de fraudes deve fazer parte de rotina dentro de uma organização, e o primeiro passo é
31

ter uma boa equipe contábil e financeira que mantenha uma boa organização de documentos, pois
a partir destes controles e que se inicia uma boa prevenção a fraudes. O segundo passo, e o mais
importante é que se disponha de um contador habilitado para desempenhar as funções de
contabilidade forense e investigação de fraudes, esse profissional vai desenvolver a função de
investigar suspeitas de algum processo fraudulento, monitorar as atividades contábeis, a fim de
minimizar erros e melhorar a gestão.

A fraude intencional aumenta os lucros e beneficia a empresa, ou organização e


consequentemente beneficia os executivos que tenha as suas gratificações calculadas sobre o
lucro. Devido ao crescente número de fraudes nos dias atuais o trabalho de investigação de
fraudes é de suma importância dentro de uma organização e ate mesmo para a sociedade.

A investigação de fraudes exige muito de quem a faz, visto que é de grande importância à
idoneidade, a imparcialidade e acima de tudo ética irrepreensível. Diante das exigências citadas o
profissional tem a obrigação de buscar sempre a veracidade dos fatos com imparcialidade em
seus relatórios e analises.

A fraude pode ser interna, onde é cometido por uma pessoa de dentro da organização, ou a
fraude externa que é cometida através de roubo, acesso ilegal a sistemas de rede; e tem a fraude
intencional que beneficia uma organização como a manipulação de demonstrativos financeiros e
contábeis objetivando um aumento nos lucros, subavaliação de seus ativos, omissão de despesas,
sonegação tributária, violação de leis ambientais...

4. A CONTABILIDADE FORENSE NA PREVENÇÃO E CONTROLE DE FRAUDES

4.1 O Controle de Estoques

A contabilidade forense é utilizada mundialmente por companhias de seguros, empresas


privadas, agências governamentais e por empresas de todos os tamanhos, desde corporações
multinacionais a medias e pequenas empresas.
32

Um profissional de contabilidade forense e investigação de fraudes pode atuar em várias


funções dentro de uma organização, como:

Fazendo controle de estoques, analisando a veracidade dos fatos, verificando se a


contagem física condiz com os dados apresentados, a partir desta analise se vê a real necessidade
de capital investido em estoque.

Fraudes em estoque e mais comum do que se pensa. Um estoque sem controle é a mesma
coisa que deixar dinheiro em caixa e não conta-lo diariamente para verificar se os números estão
corretos. O maior número de incidência de fraude se concentra nos bens do ativo circulante
(dinheiros de caixa, estoques, creditos a receber...). Fraudes são cometidas tanto por funcionários
como administradores e sócios.

As fraudes mais praticadas em estoque são:

• Reduzir ou aumentar o valor de um produto no estoque;

• Desvio;

• Dados incorretos no inventário;

• Notas Fiscais adulteradas ou fictícias;

• Manobras nas perdas de estoque.

Para evitar fraudes em estoque a organização precisa dar uma maior atenção mantendo
um bom controle de estoque.

O principal objetivo do controle de estoque, segundo Dias (1995), é aperfeiçoar o


investimento em estoques, aumentando o uso eficiente dos meios internos de uma empresa, para
minimizar as necessidades de capital investido em estoque.

Segundo Sá (2007), os estoques servem de base direta para o levantamento do lucro ou da


perda da empresa, isto é, se o valor dos estoques for diminuído, avaliando-o, portanto, a menos,
surgirá um prejuízo; porém, se aumentar o valor do estoque, super avaliando-o, aparecerá um
lucro.
33

Cuidados básicos no Estoque:

• Controles Internos;

• Comprar somente o necessário;

• Emitir relatórios para solicitação de compra;

• Manter um estoque ideal, nem mínimo e nem máximo;

• As requisições das compras devem ser numeradas e com data, e ter a quantidade de cada
produto, identificação do responsável pela solicitação e a assinatura. Desta forma todos os
registros ficam arquivados para futuras análises;

• Fazer no mínimo três cotações para novas compras, e neste documento informar os dados
do responsável pelos preços na empresa cotada para futuras análises.

• Controlar as ordens de compras em aberto;

• Nota fiscal de compra com a observação do número da ordem de compra, dessa forma as
notas fiscais confere com as ordens de compras emitidas;

• Contagem física periódica.

Descuidar de estoque pode levar uma organização à falência. A falta de gerenciamento de


estoque é um problema comum, que muitas vezes só é descoberto através de denúncias, ou
quando a empresa já esta a beira da falência. Muitos empresários alegam que a falta de controle
de estoque seria a falta de tempo, ou ate mesmo desconhecem como conseguir uma boa gestão de
estoque.

Cuidados em estoques e essencial para a saúde financeira de qualquer empresa, de


qualquer ramo ou tamanho. Estoques são ligados diretamente às compras e por este motivo os
dois setores devem seguir a mesma rotina de cuidados e análises. Com um estoque bem
gerenciado o empresário vai lucrar mais e reduzir as chances de ocorrer erros ou fraudes.
34

4.2 Controle Financeiro

Análises da movimentação de saídas de recursos, analisando o fluxo de caixa, registros e


o controle sobre a movimentação de caixa de uma organização, ele mostra as entradas e saídas
dos recursos financeiros, fraudes como faturamentos irregulares, lançamentos de pagamentos
fictícios, reembolsos irregulares, alterações e desvios em lançamentos de valores que pode
ocorrer devido a falsificações de documentos para desvio de dinheiro.

Levantamento de inventários e conciliação com as informações contábeis comparando os


saldos das contas com as informações existentes como os livros fiscais, extratos bancários, folha
de pagamento, controle de caixa, financiamentos, carteira de cobranças e documentos fiscais;
analisando a veracidade das informações.

Fazer análise de demonstrações contábeis periodicamente, assim prevenindo algum erro e


ate mesmo a fraude.

4.3 Controle Interno

O controle interno e uma das prevenções que merece cuidado e atenção. De acordo com
Franco e Marra (2001, p.267), considera-se controle interno todos os instrumentos da organização
destinados à vigilância, fiscalização e verificação administrativa, que permitem prever, observar,
dirigir ou governar os acontecimentos que se verificam dentro da empresa e que produzem
reflexos em seu patrimônio.

Magliavacca (2004, pág. 17) define controle interno como: planejamento organizacional e
todos os métodos e procedimentos adotados dentro de uma empresa, a fim de salvaguardar seus
ativos, verificar a adequação e o suporte dos dados contábeis, promover a eficiência operacional e
encorajar a aderência às políticas definidas pela direção.
35

4.4 Lavagem de Dinheiro

A lavagem de dinheiro e um problema mundial e ameaça o sistema financeiro em geral,


no Brasil a lavagem de dinheiro e tratada em legislação específica Lei n° 9.623 de 03 de março
de 1998 com redação dada pela Lei n°10.701 de 09 de julho de 2003.

Lavagem de dinheiro é um procedimento usado para disfarçar a origem de recursos ilegais.

• Ganho de dinheiro de forma ilícita.


• Ocultação de bens, direitos e valores.
Lavagem de dinheiro nada mais é do que transformar dinheiro sujo de origem ilícita em
dinheiro limpo de origem licita. Este termo lavar dinheiro vem da década de 1930 quando
mafioso como Al Capone precisava encontrar uma fonte legítima para justificar seus ganhos
provenientes de jogos de azar, prostituição, extorsão e evasão. A solução encontrada foi abrir
lavanderias, ou seja, um negócio legítimo onde poderiam misturar seus ganhos ilícitos fazendo
inúmeras transferências que acabariam por lavar e limpar o dinheiro sujo.

O COAF Conselho de Controle de Atividades Financeiras disciplina, aplica penas


administrativas, recebe, examina e identifica ocorrências suspeitas de atividades criminosas
como:

• Tráfico de substâncias entorpecentes.


• Terrorismo e seu financiamento.
• Contrabando e tráfico de armas.
• Extorsão mediante á sequestro.
• Contra a administração pública direta ou indiretamente para a obtenção de vantagens.
• Contra o sistema financeiro.
As operações de lavagem de dinheiro geralmente passam por três etapas:

Colocação ou despersonalização do dinheiro: representa a mobilização inicial da moeda


corrente ou outros recursos visando alterar sua forma ou localização com o objetivo de coloca-los
fora do alcance das autoridades fiscalizadoras. Nesta fase são utilizados técnicas como laranjas,
empresas que recebe suas receitas em dinheiro...
36

Ocultação ou transformação: aqui os recursos são movimentados através de várias


empresas, corporações e instituições financeiras por meio de depósitos e transferências bancárias.
O objetivo é dificultar o rastreamento contábil e financeiro, e camuflar os caminhos percorridos
pelo dinheiro ocultando assim a identidade dos verdadeiros proprietários.

Integração: por fim, os recursos provenientes de atividades ilícitas são formalmente


incorporados ao sistema econômico. E a fase da reversão do dinheiro ilícito em um “bem” lícito
fazendo com que seja dificultada a distinção da riqueza legal, da ilegal.

A contabilidade forense pode atuar adotando cautela, vez que também pode ser
responsabilizado aquele que utilizam, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou
valores que sabe serem provenientes de quaisquer crimes.

Com o objetivo de se adaptar às regras internacionais de contabilidade o Brasil atualizou a


legislação que trata os crimes de lavagem de dinheiro por meio da Lei n° 12.683/12 o governo
incluiu as empresas e profissionais da contabilidade e auditoria como pessoas sujeitas ao
mecanismo de controle, ou seja, eles passam a ser agentes de prevenção de lavagem de dinheiro.

O Conselho Federal de Contabilidade publicou a Resolução CFC 1445/13, a resolução foi


feita por meio de uma adaptação das normas do COAF Conselho de Controle de Atividades
Financeiras, e o objetivo da Resolução é regulamentar a aplicação da Lei para os profissionais e
organizações contábeis, permitindo a eles que se protejam da utilização indevida de seus serviços
para atos ilícitos que lhe possam gerar sanções penais previstas em lei, além dos riscos de
imagem pela associação do seu nome a organizações criminosas.

As operações consideradas suspeitas de acordo com os Arts. 9º e 11 da Lei n.º 9613/98,


regulados pelo Art. 1º, 9º e 10° da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade n.º 1.445/13
que tem por objetivo estabelecer normas gerais de prevenção à lavagem de dinheiro e ao
financiamento do terrorismo, é sujeita ao seu cumprimento os profissionais e organizações
contábeis que prestem, mesmo que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria,
auditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza, devem prestar informações ao
COAF independentemente de análise ou de qualquer outra consideração. O sigilo, o zelo, a
diligência e a honestidade a serem observados pelo profissional, previsto no código de ética,
37

referem-se ao exercício da atividade lícita e não nos casos ilícitos. Lavagem de dinheiro é uma
atividade ilícita. Portanto, é crime previsto em Lei e como tal não é protegido pelo sigilo
profissional.

Figura 4 – Organograma Lei n.º 9613/98

Fonte: coaf.fazenda.gov.br
38

4.5 O Contador Forense

O contador forense é um profissional com formação voltada para a investigação, a sua


formação envolve a auditoria, perícia e a contabilidade forense. Esse profissional se caracteriza
pelo tino investigativo e possui várias habilidades voltadas para a investigação.

O investigador apura desvios de conduta pessoal, atua de maneira preventiva no sentido


de se evitar riscos, observando as rotinas e mostrando dados que tenha alguma relevância nas
demonstrações contábeis, procurar evidências que denuncie a ocorrência de algum tipo de
processo fraudulento.

No cenário atual da economia o profissional investigador de fraudes só é solicitado


quando já existem indícios ou suspeita de fraudes dentro das organizações. Evitar a ocorrência de
fraudes deve ser tornar uma medida preventiva, e fazer parte dentro de uma gestão de riscos
dentro de uma organização, seja ela pequena, média ou grande porte.

O contador forense pode levantar informações de funcionários analisando sua conduta


perante a empresa. Desvios de recursos da empresa é o tipo de fraude mais cometida por
funcionários, seja o desvio de dinheiro ou algum bem da empresa, ate mesmo situações que o
funcionário leve algum tipo de vantagem de um fornecedor ou cliente. Empresas de pequeno
porte tende a ser vitimas destes tipos de fraude justamente por não dispor de um controle
rigoroso, ou ate mesmo por não ter um profissional voltado à análise de fraudes. Os casos com
maior incidência de fraudes é relacionado a operações que envolvem dinheiro, operações em
estoques e financeiras.

O contador forense pode trabalhar em equipe com a contabilidade, ou ate mesmo com
algum outro funcionário de uma organização, mais deverá sempre respeitar os princípios da ética,
observar sempre as normas de auditoria e perícia, visto que a profissão ainda não dispõe de uma
legislação específica.

O trabalho em equipe se torna fundamental dentro de uma organização desde que se


busque o mesmo objetivo, a prevenção ou descoberta de uma fraude. Uma boa comunicação é de
estrema importância para o equilíbrio no ambiente de trabalho.
39

No desempenho de suas atividades o contador forense deverá agir com independência,


sigilo e imparcialidade, e em circunstância alguma agir por conveniência. Não receber nenhum
tipo de “recompensa”, exceto seu salário ou honorários empregatícios. A primeira
responsabilidade na identificação e na prevenção de erro ou de uma fraude é da administração da
organização, isso porque um controle interno é essencial para o bom andamento financeiro, a
periodicidade na manutenção e aprimoramento de sistemas internos, a observação no bom
andamento da equipe.

Ao início do trabalho de investigação, é de suma importância que a administração da


organização seja indagada se já existe algum erro ou fraude, ate mesmo algum tipo de suspeita.
Se comprovado algum tipo de erro ou fraude o auditor tem a obrigação de comunicar a
administração da organização de forma verbal ou escrita, e sugerir as devidas correções,
informado os efeitos que causará em seu parecer caso as correções não seja adotadas.

A avaliação deve ser crítica, tanto em controles internos, sistemas, administração


inadequada, pressões que funcionários têm em sua rotina de trabalho, situações que apresente
alguma anormalidade, ate mesmo como se comporta os funcionários da organização, qual o
índice de rotatividade de funcionários que envolvem a contabilidade, financeiro e estoques.

Com base em suas avaliações, surgindo o indício de erro ou fraude o auditor deve
considerar qual o seu potencial, qual o impacto nas demonstrações contábeis; havendo ainda
dúvidas o auditor deve adotar novos procedimentos para uma análise mais profunda dos fatos. Ao
aplicar essa medida adicional o auditor geralmente já consegue confirmar ou eliminar as suas
suspeitas, caso isso não ocorra à questão deverá ser discutida com a administração, e avaliar quais
as providências a ser tomadas e seus possíveis efeitos dentro da organização.

Em algumas ocasiões o erro ou fraude pode ate envolver terceiros, o sigilo da profissão
normalmente impede que seja comunicado, mais se alguma situação exigir a obrigação legal o
código de ética profissional dos contabilistas e as normas profissionais de auditor independente
pode requerer a quebra de sigilo profissional.

Se a organização não tomar as medidas corretivas com relação à fraude o auditor pode
concluir que é necessário que ele se retire do trabalho. Um dos fatores que pode influenciar é o
40

fato de a alta administração da organização estar envolvida, e isso pode gerar um abalo na
confiança das informações cedidas pela administração.

O trabalho de Contabilidade Forense e Investigação de Fraudes e de suma importância


para qualquer organização
41

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo foi desenvolvido para melhor entendimento de como as Ciências


Contábeis evoluiu através dos tempos ate a Contabilidade Forense, mostrando a evolução desta
ciência através dos anos, ate nossos dias atuais, onde a contabilidade se torna necessária para
tomadas de decisões, ate a contabilidade atuante na busca e prevenção de fraudes. Com a
globalização as transformações são inevitáveis e elas ocorrem em todas as etapas de nossas vidas,
em todas as áreas, por isso a necessidade de nos mantermos atualizados.

O objetivo desta pesquisa é mostrar as mais relevantes informações sobre o início e


desenvolvimento da contabilidade forense aqui no Brasil e qual o papel do contador forense
dentro de uma organização, desta forma a coleta de dados e informações é de extrema relevância
para o desenvolvimento do estudo reunindo materiais para chegar ao objetivo proposto no início
desta pesquisa.

Com isso, buscamos atingir o máximo em pesquisas e estudos sobre o tema A


CONTABILIDADE FORENSE NO BRASIL E A SUA RELEVÂNCIA NA DESCOBERTA E
PREVENÇÃO DE FRAUDES; mostrando desde o início desta ciência na história, ate a sua
evolução na busca e prevenção de fraudes através da Contabilidade Forense.

A contabilidade forense representa uma área de conhecimento novo dentro da


contabilidade, e vem crescendo muito nos últimos anos devido a grandes escândalos financeiros e
a partir desses escândalos a regulamentação da Lei 12.846 (lei anticorrupção) fez com que área
de investigação de fraudes desse um salto muito grande e a tendência é aumentar muito mais nos
próximos anos. Cada vez mais o criminoso tem buscado maneiras diferentes para o ato
fraudulento.

Um estudo global da Association of Certified Fraud Examiners (ACFE) mostra que em


2014 o tipo de fraude que mais causou prejuízo às empresas foi a contábil, seguida por corrupção
e depois, por roubos ou apropriação de ativos das empresas (tipo mais frequente). Estes fatos
mostram a importância do Contador Forense atuando na descoberta e prevenção de erros ou
fraudes.
42

Desta maneira este estudo foi desenvolvido com leituras de matérias, artigos, trabalhos
acadêmicos, pesquisas na internet e livros. Uma coleta de dados, informações e materiais bastante
intensos como o intuito de reunir as informações mais relevantes da contabilidade forense e o
papel do contador forense, alcançando assim os objetivos previamente traçados no início desta
pesquisa.

Mostramos com esta pesquisa um pouco da história da contabilidade e suas


transformações através dos tempos, onde a necessidade de salvaguardar os bens da o início a uma
contabilidade mais voltada para a busca e prevenção de erros ou fraudes, passando pela
Auditoria, Perícia Contábil e finalmente chegando a Contabilidade Forense, área da contabilidade
que vem crescendo muito no Brasil e no Mundo.

Promovemos com este estudo a importância do contador forense atuando não só na busca
de erros ou fraudes, mais também na prevenção, visto que no cenário atual da economia o
profissional investigador de fraudes só e solicitado quando já existem indícios ou suspeitas de fraudes
dentro das organizações. O trabalho de Contabilidade Forense e Investigação de Fraudes e de suma
importância para qualquer organização.
43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Livros

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Dobradas. Recife: Tipografia Central, 1885.
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Rio de Janeiro: [s.ed.], 1886; 2.ed. Rio de Janeiro: Imprensa Mont’Alveine, 1891; 3.ed. Rio de
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Ofícios do Rio de Janeiro.)
BERLINCK, Horário. Contabilidade aplicada às Empresas Comerciais, Industriais,
Financeiras e Agrícolas. São Paulo: [s.ed.], 1899. AMARAL SOBRINHO, José Augusto do.
Direito e Escrituração Mercantil por Partidas Dobradas. 1. ed. Sorocaba: [s.ed.] 1899[?]. (Informa
o Prof. Francisco Valle, que forneceu grande parte desta bibliografia, publicada em São Paulo,
pelos editores C. Teixeira & Cia., é transcrito um pequeno trecho do discurso do Conselheiro
José Duarte Rodrigues quando presidiu a sessão solene de posse da nova Diretoria do grêmio dos
Guarda-Livros, de São Paulo, em 12 de outubro de 1896.
BOUNIER, M. N. Elementos de Contabilidade Comercial. Rio de Janeiro: [s.ed.], 1839.
CARNEIRO, Joaquim Xavier. Escrituração Mercantil. São Paulo: [s.ed.], 1894.
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Comércio do Maranhão e Deputado por essa Província na Assembléia Geral Legislativa do
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Comércio Brasileiro. Rio de Janeiro: [s.ed.], 1871.
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20 edições). SILVA SOBRINHO, João Baptista da. Escrituração Mercantil – Partidas
Dobradas com aplicação ao comércio de compra e venda estabelecimento bancário,
industriais e agrícolas. 1. ed. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1885; 2.ed. 1890. (O autor era
2º Escriturário do Tesouro Nacional e Professor do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. A
2ª edição é dedicada ao Conselheiro Ruy Barbosa, então Ministro da Fazenda, que autorizou a
edição.).
CARVALHO, Veridiano de. Manual Prático Mercantil. 9. ed. Rio de Janeiro: [s.ed.], 1887. (1ª
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Revista Época Negócios. Cnova tem perda de R$ 177 milhões e relata fraude no Brasil desde 2011.

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