Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Contabilidade Forense e Investigação de Fraudes - 1 - 1
Contabilidade Forense e Investigação de Fraudes - 1 - 1
Contabilidade Forense e Investigação de Fraudes - 1 - 1
CAMPO GRANDE – MS
2017
EDNA BOTELHO DA SILVA COXÉO
CAMPO GRANDE – MS
2017
EDNA BOTELHO DA SILVA COXÉO
Banca Examinadora
___________________________________________________________
___________________________________________________________
CAMPO GRANDE – MS
2017
DEDICATÓRIA
A meu esposo Julio César Chaves Coxéo pelo apoio durante mais esta longa caminhada.
Meus pais, Eva Maria de Jesus Botelho e Edson da Silva que sempre incentivaram a busca pelo
conhecimento. Aos professores da Faculdade UnyLeya curso de Pós Graduação em
Contabilidade Forense e Investigação de Fraudes pelo apoio e dedicação durante toda esta
trajetória.
Enquanto no século XIX as investigações criminais e
financeiras adotaram o uso de impressões digitais e
no século XX a análise do DNA, é possível dizer que
no século XXI tais investigações terão por base a
Contabilidade Forense.
Gordon Brown, Ministro das Finanças Inglês em
10/10/2006 (SILVA, Lino Martins, p. 7).
RESUMO
The study of this Article is based on; FORENSIC ACCOUNTING IN BRAZIL AND ITS
RELEVANCE IN DISCOVERING AND PREVENTING FRAUDS. We have attempted to
report in this article how forensic accounting came about and how it has developed in Brazil, and
how important is the accounting professional within this new area that has been gaining
prominence. The use of accounting in the prevention and detection of fraud is already widely
used in the United States, but here in Brazil it is still a new issue and unknown to many. Forensic
accounting is widely used in the US, and researching on the subject, does not find much material
about it. And such an area so new that there is no regulation for this profession here in Brazil; So
much so that many people still confuse forensic accounting with auditing and expertise. This area
became known after many financial scandals, and in this sense, the loss of credibility in the
corporate environment ended up provoking a major strengthening in the area of forensic
accounting. Often the accounting professional ends up working only in terms of numbers and
leaves the fraud prevention a little aside and in this line, ends up leaving aside the main function
of the accountant that is to protect the equity. With the growth of fraud in recent years,
organizations have begun to adopt prevention practices, and in this context; The present study
intends to show the importance of forensic accounting and the function of the forensic accountant
acting in the discovery and prevention of fraud. An organization is formed by several sectors, all
organized and walking so that the organization achieves the best objectives. With the increasing
search for good financial results, its managers end up not having time to act in the discovery and
prevention of fraud. The market is increasingly competitive, and organizations are looking for
tools that help them make decisions and optimize their internal controls for solid and healthy
growth in the financial market. With increasing cases of fraud in organizations here in Brazil, the
accountant has become an important piece acting in its prevention. Faced with such a scenario,
arises forensic accounting, accounting area that here in Brazil is still new, but in the United States
is much used and requested by organizations that cares about their financial health. It is in this
context that the present study highlights the importance of the accountant acting within the
organizations preventing and discovering possible errors or frauds. Currently the role of the
accountant does not contemplate the prevention or search for fraud, researching on the subject,
not much material is found about it. With the growth of fraud in recent years organizations have
begun to adopt prevention practices, this is where forensic accounting comes in. In view of the
above, the aim is to show new perspectives and the current stage of this science, and this research
may contribute to future discussions about the use of forensic accounting in the detection and
prevention of fraud.
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................12
REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................................17
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................43
12
1. INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como base, A contabilidade forense No Brasil e a sua relevância
na descoberta e prevenção de fraudes.
Há anos a ciência contábil não sofria com alterações aqui no Brasil, no ano de 1976 foi
promulgada a Lei 6.404 que dispõe sobre as Sociedades por Ações. Antigamente os contadores
realizavam seus trabalhos mais para atender o FISCO, do que para gerar as informações contábeis
a seus usuários. Já no ano de 2008 houve muitas mudanças na nossa contabilidade, devido à Lei
11.638 de 28 de Dezembro de 2007, a qual já sofreu alterações através da Lei 11.941 de 21 de
Maio de 2009. Com o passar dos anos esta realidade vem mudando, já que a principal função do
contador e proteger o patrimônio.
A contabilidade forense e muito utilizada nos EUA, e pesquisando sobre o assunto, não se
encontra muito material a respeito. E uma área tão nova que ainda não existe uma
regulamentação para essa profissão aqui no Brasil; tanto que muitas pessoas ainda confunde a
contabilidade forense com a auditoria e a perícia.
Essa área passou a ficar conhecida depois de muitos escândalos financeiros, e neste
sentido, a perda da credibilidade no ambiente corporativo acabou provocando um grande
fortalecimento na área de contabilidade forense.
1.3 OBJETIVOS
1.4 METODOLOGIA
Busca-se com esta pesquisa, reunir as mais relevantes informações sobre o início e
desenvolvimento da contabilidade forense aqui no Brasil e qual o papel do contador forense
dentro de uma organização, desta forma a coleta de dados e informações é de extrema relevância
para o desenvolvimento do estudo reunindo materiais para chegar ao objetivo proposto pela
pesquisa.
Desta maneira o presente estudo será desenvolvido com leituras de matérias, artigos,
trabalhos acadêmicos, pesquisas na internet e livros. Uma coleta de dados, informações e
materiais bastante intensos como o intuito de reunir as informações mais relevantes da
contabilidade forense e o papel do contador forense com a finalidade de alcançar os objetivos
previamente traçados no inicio desta pesquisa.
17
REFERENCIAL TEÓRICO
Por outro lado, Ribeiro (1997) deixa explícito seu ponto de vista de que a Contabilidade
possui caráter científico e que, na qualidade de Ciência, está diretamente ligada aos fenômenos
patrimoniais.
Segundo Cosenza (2002, p.8), “A história da Contabilidade tem sua gênese Concomitante
ao próprio nascimento da humanidade”. [...], os homens que deixava a caça e pesca começava a
desenvolver atividades agrícolas e de pastoreio. Como era necessário o uso da terra para cultivo,
começava então a se formar divisões destas terras, rompendo assim a vida comunitária, e
começando a surgir divisões, começando assim, cada pessoa criar a sua riqueza individual.
Ao morrer, toda a fortuna deixada por esta pessoa não se dissolvia, passava a ser dos
familiares, ou para os filhos, dando início o patrimônio. Daí em diante este termo “Patrimônio”
passou a ser usado para estes valores, mesmo que estes valores não tivessem sido herdados.
Alguns teóricos, segundo Iudícibus e Marion (2002), afirmam que a Contabilidade existe,
pelo menos, desde 4.000 anos antes de Cristo. A origem desta ciência está ligada a necessidade
de registros dos comerciantes, naquela época as trocas era um fato comum e já era efetuado
através de registros e relatórios.
Foi pensando no futuro que o homem começa aprender a desenvolver e efetuar os seus
primeiros registros contábeis, para ter a ideia de como aproveitar melhor esta ciência para
melhorar assim o uso, consumo, produção etc. Com as primeiras administrações particulares já
surgia à necessidade de ter um controle, o que não poderia ser feito sem registros.
O progresso do povo egípcio na escrituração das contas foi tão marcante, a ponto de já
utilizarem o princípio do Denominador Comum Monetário (registrando os fatos
contábeis com base no valor da moeda vigente à época, o “Shat”) e estabelecerem contas
de provisão, além de elaborarem prestação de contas dos resultados entre os templos
regionais e a sede central. (COSENZA, 2002, p.12).
da prática contábil, diferente das outras escolas da época que buscavam explicar apenas teorias,
mostrando uma contabilidade mais gerencial. Buscava-se uma transparência em relatórios
contábeis para os usuários, enfatizando a auditoria.
Por esse motivo, alguns autores consideravam que o principal aspecto da escola norte-
americana e a explicação da prática; podemos citar Iudícibus (1997), que acredita que nos textos
americanos, o predomínio é a preocupação com o usuário e com a tomada de decisão (que são
aspectos considerados mais práticos na contabilidade). E este não era o enfoque da época.
A premissa muitas vezes levianamente abraçada por alguns autores brasileiros de que as
obras de autores norte-americanos são fracas do ponto de vista teórico demonstra
desconhecimento de alguns trabalhos teóricos de profundo saber e que revolucionaram a
Contabilidade nos últimos anos. (IUDÍCIBUS, 1997, p. 34).
De acordo com Schmidt (2000, p. 87), “As grandes questões enfrentadas por esta escola,
especialmente neste século [refere-se ao século XX], foram um dos elementos responsáveis por
transformá-la em uma das mais importantes do mundo [...]. Esta escola está na vanguarda da
Contabilidade Mundial”.
Com a grande influência desta escola hoje o papel do contador não é apenas atender o
fisco, é também desenvolver o papel do contador gestor.
Com a grande preocupação em buscar uma contabilidade forte e ágil, surge nos Estados
Unidos a Contabilidade Forense.
Conforme Lino Martins da Silva, em seu livro Contabilidade Forense, a origem do termo
Forensic Accountant, que segundo Crumbley e Apostolou (2007), Maurice E. Peloubet utilizou o
termo “Forensic Accountant” pela primeira vez no ano de 1946 quando publicou o seu trabalho
no jornal “Journal of Accountancy”. Duas outras pessoas reclamaram a autoria do termo, Max
Lourie em 1953 e Robert Lindquist em 1986 declarou que usou a frase por volta de 1976. Michel
G. Kesller em nota a imprensa em 15 de janeiro de 2001 declarou que foi o primeiro “Forensic
Accountant” e declara ainda que é um contador forense desde o início da década de 1970.
Após vários casos de escândalos financeiros, como a Enron Corporation, uma companhia
de energia americana, que em dezembro de 2001 o grupo pediu concordata porque a sua dívida já
somava 13 bilhões de dólares. A Enron foi alvo de diversas denúncias de fraudes contábeis e
fiscais, manipulado seus balanços patrimoniais com a ajuda de empresas e bancos e esta
manipulação na verdade escondia as dívidas da empresa e inflava seus lucros.
A Lei Sarbanes-Oxley tenta evitar a fuga de investidores por medo e insegurança depois
da perda de confiança nas escriturações contábeis e aos princípios de governança em empresas.
22
Esta lei se aplica a empresas americanas ou estrangeiras, que tenham ações registradas na SEC -
Securities and Exchange Comission.
Um dos pontos mais forte nesta lei é que diretores executivos e financeiros se tornam
responsáveis por estabelecer e monitorar a eficácia de controles internos, relatórios financeiros e
a divulgação de informações.
Diante destes fatos, a contabilidade forense ganha força e prestígio nos Estados Unidos,
tornando-se uma ferramenta fundamental para a descoberta e prevenção de erros ou fraudes.
A definição do que é a Contabilidade Forense, que segundo Lino Martins da Silva (2012,
p.37) consiste na integração das habilidades contábeis, investigativas e de auditoria. Tal
conhecimento possibilita o fornecimento de auxílio, em litígios judiciais ou em investigação
sobre suspeitas de fraudes e irregularidades, além do rastreamento sobre a origem e o destino de
grandes somas, seja em dinheiro ou em outros ativos das entidades.
23
No manual da contabilidade societária Fipecafi 2010 diz que o fato importante a ser
destacado é que com um sistema mais transparente de informações e de prestações de contas e
com uma atuação de auditoria bem maior, muito se aplicará na segurança dos negócios, com
redução de riscos e inadimplências, permitindo inclusive menores taxas de juros. Além disso,
haveria contribuição na diminuição de corrupção e de sonegação de impostos. Contribuiria,
finalmente, para melhoria do nosso país, quanto ao grau de atratividade de capitais e de
investimentos intencionais e sua competitividade.
O ponto de maior destaque na contabilidade forense é que essa área e utilizada
mundialmente por companhias de seguros, empresas privadas, agências governamentais e por
empresas de todos os tamanhos, desde corporações multinacionais a medias e pequenas
empresas.
responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos
nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não.
As penalidades da Lei 12.846 é multa no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20%
(vinte por cento) do faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo
administrativo, excluídos os tributos.
Aqui no Brasil, estes fatos fizeram com que área de investigação de fraudes desse um
salto muito grande e a tendência é aumentar muito mais nos próximos anos. Cada vez mais o
criminoso tem buscado maneiras diferentes para cometer a fraude.
Grandes empresas de auditoria como BDO, KPMG no Brasil e E&Y afirmam que a
demanda por esse tipo de trabalho tem aumentado muito e consequentemente seu quadro de
funcionários também aumentou.
E com base nestas informações que se atraem investidores e se busca empréstimos e ate
mesmo se ganha à confiança, tanto de fornecedores como clientes. A fraude se não descoberta a
tempo pode se tornar um fator determinante de desequilíbrio para uma organização.
25
A auditoria e definida por Sá (1998, p.25) como uma tecnologia contábil aplicada ao
sistemático exame dos registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de
consideração contábil, visando apresentar opiniões, conclusões críticas e orientações sobre
situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza, pública ou privada, quer ocorridos, quer por
ocorrer ou prospectados e diagnosticados.
De acordo com a NBC T 13 a perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos
técnicos e científicos destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a
subsidiar à justa solução do litígio, mediante laudo pericial contábil, e ou parecer pericial
contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no
que for pertinente.
A perícia contábil e uma das atividades realizada pelo contador de maior importância
dentro de uma organização, esta atividade exige um alto grau de conhecimento, não só de
contabilidade, mas também de outras ciências e técnicas específicas para a descoberta da verdade
dos fatos.
Hoog e Petrenco (2003, p. 2), revelam que a: Perícia Contábil é um serviço especializado,
com bases científicas, contábeis, fiscais e societárias, para a qual se exige formação de nível
superior e averigua questões judiciais e extrajudiciais e é utilizada como elemento de prova, ou
reveladora da verdade em temas fisco-contábeis e tem por intuito a demonstração de um fato ou
ato, a qual deve ser realizada com maior rigor possível e baseada na mais pura e seleta expressão
da verdade.
A contabilidade forense ainda é confundida com a auditoria, visto que as duas áreas tem o
mesmo campo de estudo, a “fraude”.
26
Para Holmes (1986) a auditoria independente deve averiguar três pontos; a exatidão,
integridade e autenticidade de fatos, documentos e demonstrações.
CONTABILIDADE FORENSE
Revisão e conciliação
Procedimentos de auditoria
interna e externa 1. Das contas contábeis
1. Planejamento 2. Apoio à administração
2. Avaliação de riscos 3. Questões de natureza fiscal e
societária
3. Controles internos
4. Evidência de auditoria
5. Relatórios
O auditor não pode ser responsabilizado e nem tem a responsabilidade pela prevenção de
erros ou fraudes, todavia o auditor deve ter um bom planejamento do seu trabalho avaliando
probabilidades e riscos de alguma ocorrência que implique algum efeito relevante dentro das
demonstrações contábeis.
No dicionário, erro significa: decisão, ato ou resposta incorreta, qualidade daquilo que não
corresponde à verdade, engano, apreciação ou julgamento que está em desacordo com a realidade
observada, juízo falso, falta, culpa...
A palavra fraude tem a sua origem no latim “fraus” e significa que uma ação foi praticada
de má-fé. Fraude significa: Logro, falsificação de produtos, documentos, marcas, qualquer ação
ilícita, desonesta, ardilosa que busca enganar ou ludibriar alguém. Contrabando, inserção de
mercadorias estrangeiras sem o pagamento de impostos: fraude tributária.
Pressão ou
Incentivo
Submetido a algum
tipo de pressão
pessoal ou
financeira
Triângulo da
Fraude
Oportunidade Racionalização ou
Atitude
Possibilidade de
Fonte: Triangulo da Fraude de Donald
cometer a fraude R. Cressey
Comportamento de
justificativa
Segundo a definição do autor Sérgio Pastori em seu artigo Erro & Fraude, o erro é um ato
não intencional e tem como principais características a inexatidão aritmética na escrituração
contábil e nas demonstrações contábeis; a aplicação incorreta das normas contábeis e a
interpretação errada das variações patrimoniais. A fraude é um ato intencional, proposital,
omissão, manipulação de transações e falsificação de documentos e registros financeiros e
contábeis.
Para Lino Martins da Silva (2012, p.46) a fraude é representada por uma ação ou omissão
pela qual alguém procura obter vantagem direta ou indireta, omitindo um ativo, uma obrigação,
29
ou causando perda à pessoa física ou jurídica. A fraude ocorre a partir do desejo das pessoas ou
em face da fragilidade ou a percepção de falhas dos sistemas contábeis.
Causas
Erros
Fraudes
De aplicação
de princípios Desvios de ativos Demonstrações
enganosas
Erros de omissão
de registros
Falsificação Omissão de
Fraude nas Roubo de registros transação
receitas e de ativos
Erros de
interpretação despesas
ter uma boa equipe contábil e financeira que mantenha uma boa organização de documentos, pois
a partir destes controles e que se inicia uma boa prevenção a fraudes. O segundo passo, e o mais
importante é que se disponha de um contador habilitado para desempenhar as funções de
contabilidade forense e investigação de fraudes, esse profissional vai desenvolver a função de
investigar suspeitas de algum processo fraudulento, monitorar as atividades contábeis, a fim de
minimizar erros e melhorar a gestão.
A investigação de fraudes exige muito de quem a faz, visto que é de grande importância à
idoneidade, a imparcialidade e acima de tudo ética irrepreensível. Diante das exigências citadas o
profissional tem a obrigação de buscar sempre a veracidade dos fatos com imparcialidade em
seus relatórios e analises.
A fraude pode ser interna, onde é cometido por uma pessoa de dentro da organização, ou a
fraude externa que é cometida através de roubo, acesso ilegal a sistemas de rede; e tem a fraude
intencional que beneficia uma organização como a manipulação de demonstrativos financeiros e
contábeis objetivando um aumento nos lucros, subavaliação de seus ativos, omissão de despesas,
sonegação tributária, violação de leis ambientais...
Fraudes em estoque e mais comum do que se pensa. Um estoque sem controle é a mesma
coisa que deixar dinheiro em caixa e não conta-lo diariamente para verificar se os números estão
corretos. O maior número de incidência de fraude se concentra nos bens do ativo circulante
(dinheiros de caixa, estoques, creditos a receber...). Fraudes são cometidas tanto por funcionários
como administradores e sócios.
• Desvio;
Para evitar fraudes em estoque a organização precisa dar uma maior atenção mantendo
um bom controle de estoque.
• Controles Internos;
• As requisições das compras devem ser numeradas e com data, e ter a quantidade de cada
produto, identificação do responsável pela solicitação e a assinatura. Desta forma todos os
registros ficam arquivados para futuras análises;
• Fazer no mínimo três cotações para novas compras, e neste documento informar os dados
do responsável pelos preços na empresa cotada para futuras análises.
• Nota fiscal de compra com a observação do número da ordem de compra, dessa forma as
notas fiscais confere com as ordens de compras emitidas;
O controle interno e uma das prevenções que merece cuidado e atenção. De acordo com
Franco e Marra (2001, p.267), considera-se controle interno todos os instrumentos da organização
destinados à vigilância, fiscalização e verificação administrativa, que permitem prever, observar,
dirigir ou governar os acontecimentos que se verificam dentro da empresa e que produzem
reflexos em seu patrimônio.
Magliavacca (2004, pág. 17) define controle interno como: planejamento organizacional e
todos os métodos e procedimentos adotados dentro de uma empresa, a fim de salvaguardar seus
ativos, verificar a adequação e o suporte dos dados contábeis, promover a eficiência operacional e
encorajar a aderência às políticas definidas pela direção.
35
A contabilidade forense pode atuar adotando cautela, vez que também pode ser
responsabilizado aquele que utilizam, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou
valores que sabe serem provenientes de quaisquer crimes.
referem-se ao exercício da atividade lícita e não nos casos ilícitos. Lavagem de dinheiro é uma
atividade ilícita. Portanto, é crime previsto em Lei e como tal não é protegido pelo sigilo
profissional.
Fonte: coaf.fazenda.gov.br
38
O contador forense pode trabalhar em equipe com a contabilidade, ou ate mesmo com
algum outro funcionário de uma organização, mais deverá sempre respeitar os princípios da ética,
observar sempre as normas de auditoria e perícia, visto que a profissão ainda não dispõe de uma
legislação específica.
Com base em suas avaliações, surgindo o indício de erro ou fraude o auditor deve
considerar qual o seu potencial, qual o impacto nas demonstrações contábeis; havendo ainda
dúvidas o auditor deve adotar novos procedimentos para uma análise mais profunda dos fatos. Ao
aplicar essa medida adicional o auditor geralmente já consegue confirmar ou eliminar as suas
suspeitas, caso isso não ocorra à questão deverá ser discutida com a administração, e avaliar quais
as providências a ser tomadas e seus possíveis efeitos dentro da organização.
Em algumas ocasiões o erro ou fraude pode ate envolver terceiros, o sigilo da profissão
normalmente impede que seja comunicado, mais se alguma situação exigir a obrigação legal o
código de ética profissional dos contabilistas e as normas profissionais de auditor independente
pode requerer a quebra de sigilo profissional.
Se a organização não tomar as medidas corretivas com relação à fraude o auditor pode
concluir que é necessário que ele se retire do trabalho. Um dos fatores que pode influenciar é o
40
fato de a alta administração da organização estar envolvida, e isso pode gerar um abalo na
confiança das informações cedidas pela administração.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desta maneira este estudo foi desenvolvido com leituras de matérias, artigos, trabalhos
acadêmicos, pesquisas na internet e livros. Uma coleta de dados, informações e materiais bastante
intensos como o intuito de reunir as informações mais relevantes da contabilidade forense e o
papel do contador forense, alcançando assim os objetivos previamente traçados no início desta
pesquisa.
Promovemos com este estudo a importância do contador forense atuando não só na busca
de erros ou fraudes, mais também na prevenção, visto que no cenário atual da economia o
profissional investigador de fraudes só e solicitado quando já existem indícios ou suspeitas de fraudes
dentro das organizações. O trabalho de Contabilidade Forense e Investigação de Fraudes e de suma
importância para qualquer organização.
43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Livros
CARVALHO, Carlos Augusto. Tratado Elementar de Contabilidade para uso dos Alunos
dos Institutos de Comércio. São Paulo: [s.ed.], 1905. A Editora LISA publicou a 22ª adição.
COSTA, Francisco Alves da. Noções Práticas de Escrituração Mercantil. Rio de Janeiro:
[s.ed.], 1896.
COSTA, Antonio Tavares da. Tratado da Escrituração Mercantil. 1. ed. Rio de Janeiro: [s.ed.],
1897.
COSTA, José Inocêncio Pereira da. Compêndio de Escrituração Mercantil. Ouro Preto:
Tipografia de J. F. da Paula Castro, 1869.
CUNHA, Ildefonso de Souza. Guia Teórico-Prático de Escrituração Mercantil. Rio de
Janeiro: Tipografia Carioca, 1880.
DELFINO, José. O aprendiz Guarda-Livros ou Manual do Praticante do Curso de
Escrituração Mercantil. Rio de Janeiro: Tipografia Altina, 1904.
FRANCO, Hilário, MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. 4ª. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
GOMES JUNIOR, José Antônio. Regras de Escrituração Mercantil. Recife: [s.ed.], 1858.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. MARTINS, Eliseu. GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de
Contabilidades das Sociedades por Ações. São Paulo: Atlas, 2009
IUDÍCIBUS, Sérgio, MARTINS, Eliseu, GELBCKE, Ernesto Rubens, SANTOS, Ariovaldo dos.
Manual da Contabilidade Societária. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
JACLET, J. Ciência do Guarda-Livros. Trad. Da 4ª edição por João Cândido de Deos e Silva.
Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1836. (A 2ª edição foi publicada com o título Ciência do
Guarda-Livros, ensinada em 21 lições e sem mestre ou Tratado Completo de Escrituração dos
Livros).
LESSA, João Francisco de Araújo. Manual Teórico-Prático do Guarda-Livros (Tratado
completo de Escrituração Mercantil por partidas simples, mistas e dobradas). Rio de Janeiro: Ed.
De Eduardo C. Henrique Laemmert, 1869.
MEDEIROS, Manoel Fonseca de. Noções de Escrituração Mercantil. Recife: [s.ed.], 1864.
MIGLIAVACCA, Paulo. Controles Internos nas Organizações. 2ª Ed. São Paulo: Edicta, 2004.
OLIVEIRA, Jerônimo Joaquim de. Compêndio Mercantil – Tratado Prático de Direito e
Escrituração Mercantil. Rio de Janeiro: [s.ed.], 1878.
PETRENCO, Solange Aparecida. Prova Pericial Contábil: Aspectos Práticos e Fundamentais. 3.ed.
Curitiba: Juruá, 2003.
SÁ, A. Lopes de. Princípios fundamentais da contabilidade. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 1999. P.23.
SILVA, Lino Martins da. Contabilidade Forense: princípios e fundamentos / Lino Martins da
Silva. – São Paulo: Atlas, 2012.
SOARES, Sebastião Ferreira. Tratado de Escrituração Mercantil, por Partidas Dobradas,
aplicado às Finanças do Brasil. Porto Alegre: [s.ed.], 1852.
VIEIRA, Manoel José Rodrigues. O Guarda-Livros Brasileiro. 1. ed. Rio de Janeiro:
Tipografia Nacional, 1856.
Dissertações e Teses
SÁ, A. Lopes de. Pré História Contábil Brasileira. Disponível em: <
http://antoniolopesdesa.com.br/?s=Pr%C3%A9+Hist%C3%B3ria+Cont%C3%A1bil+Brasileira&x=0&
y=0> Acessado em: 29/08/2016
Sites
Disponível em:
<http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/12_07_02_11_08_48_codigo_de_etica.pdf>
Acessado em: 29/08/2016
MOLIGA, Marcos. A nova visão contábil após a Lei 11.638/2007. Disponível em:
<http://www.contabeis.com.br/artigos/790/a-nova-visao-contabil-apos-a-lei-116382007/>
Acessado em: 29/08/2016
NBC T 11 – NORMAS DE AUDITORIA INDEPENDENTE DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS
Notícias Empresariais. 2 tipos de contabilistas que você precisa ter em sua equipe.
Artigo de Revista
Revista Época Negócios. Cnova tem perda de R$ 177 milhões e relata fraude no Brasil desde 2011.