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TCC-2 Sexta Feira
TCC-2 Sexta Feira
Gislene Batista
Jéssica Assumpção Prevideli
Poços de Caldas/ MG
2015
Gislene Batista
Jéssica Assumpção Prevideli
Poços de Caldas/ MG
2015
B333b Batista, Gislene.
Balanços de massa e energia aplicados a produção industrial de formaldeído/Gislene
Batista , Jéssica Assumpção Prevideli;
CDD 660
Resumo
O presente trabalho apresenta a aplicação de balanços de massa e energia parcial e global em
uma planta industrial de produção de formaldeído da empresa Synteko® S.A., localizada na
cidade de Araucária - PR. Para a aplicação dos balanços foram necessários conhecimentos
prévios sobre o produto, rotas de produção, e dados do projeto, os últimos fornecidos pela
própria empresa. A produção se dá pela oxidação de metanol catalisada por óxido de ferro-
molibdênio (Fe2(MoO4)3.MoO3) e a principal etapa é constituída pelo reator multitubular de
leito fixo, onde ocorre a reação que necessita de aquecimento. Após a reação, o produto
(formaldeído) é resfriado e absorvido por água, em contracorrente, numa coluna de absorção,
sendo, portanto, aplicado os balanços de massa no processo, reator e na coluna de absorção.
Devido ao processo envolver etapas de aquecimento e resfriamento, os balanços de energia
foram aplicados no reator, na coluna e nos trocadores de calor. Sendo os balanços material e
energético essenciais na Engenharia Química e na indústria em geral, os respectivos balanços
apresentaram resultados conforme a equação da continuidade e o princípio da primeira Lei da
Termodinâmica, respectivamente.
Abstract
The present report presents the application of mass and energy balances partial and global in
an industrial plant for the production of formaldehyde from Synteko® S.A. company, located
in the Araucaria – PR city. For the application of the balances were required previous
knowledge of the product, production routes, and project data, the latter provided by the
company itself. The production is by oxidation of methanol catalyzed by oxide iron-
molybdenum (Fe2 (MoO4)3.MoO3 ) and the main stage is constituted by multitubular reactor
fixed bed, where occurs the reaction that needs heating. After the reaction, the product
(formaldehyde) is cooled and absorbed by water, in countercurrent, in an absorption column,
being, therefore, applied the mass balances in the process, reactor and the absorption column.
Since the process involves steps of heating and cooling, the energy balances were applied in
the reactor, in the column and in heat exchangers. The material and energetic balances are
essential in Chemical Engineering and in industry in general, the respective balance presented
results according to the continuity equation and the principle of the first Law of
Thermodynamics, respectively.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 3
2 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 4
4 MÉTODOS ...................................................................................................................... 15
5 DESENVOLVIMENTO................................................................................................. 29
6 CONCLUSÃO................................................................................................................. 34
ANEXO .................................................................................................................................... 37
3
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Formaldeído
demais aldeídos, ele é solúvel em água, além da solubilidade em álcool etílico, éter
dietílico e clorofórmio e miscível com acetona e benzeno (CETESB, 2012; COELHO,
2009).
As principais propriedades do formaldeído estão dispostas na Tabela 1.
Tabela 1- Propriedades físico-químicas do formaldeído.
Peso Molecular Temperatura de
Fórmula pH
(g/mol) Fusão (°C)
HCHO 30,03 2,8-4,0 -92
Ponto de
Temperatura de Temperatura de Limite de
Inflamabilidade
Ebulição (°C) Ignição (°C) Explosão (%)
(°C)
-21 à -19 ~300 > 62 7-73
Densidade à -20ºc Constante de Pressão de Vapor
Solubilidade
(g/ml) Dissociação (pka) (Pa à 25 °C)
0,815 Solúvel em água 13,3 5,19.105
Fonte: CETESB, 2012.
3.1.2 Aplicações
e de cosmética (dentifrícios, xampus, sabonetes, géis de banho, tintas para cabelo, etc.),
contudo existem algumas restrições, tais como produtos para unhas (endurecedor) de até
5%; conservantes de até 0,2 % e produtos de higiene oral de até 0,1% (ALVES, 2012;
INFARMED, 2013).
através da geração de vapor. O efluente do reator, depois arrefecido por troca de calor com
a alimentação de entrada, é purificado com água no absorvedor para remover o produto
com uma solução de formaldeído a 55%. A água pode ser adicionada para produzir
formaldeído de tipo comercial com uma concentração de 37%. Uma porção do gás do
produto que sai do topo da coluna de absorção é reciclada, sendo que o restante é
incinerado. Neste caso, faz-se uso de uma coluna de destilação para separar o metanol que
não reagiu (TYPES..., 2014).
Quando o sistema analisado envolver reação química, outra consideração deve ser
atendida, tais como: a estequiometria da reação; e a base de cálculo é regida pelo reagente
limitante, e sendo assim, muitas vezes a utilização do balanço em base molar é mais
adequado.
Para uma reação (A+1/2B →C+D) não elementar, ou seja, que ocorre em mais de
uma etapa, é obtida com base nas pressões parciais, conforme Eq.8.
2𝑘1 𝑘2 𝑃𝐴 𝑃𝐵
−𝑟𝐴 ′ = 𝑘 (8)
1 𝑃𝐴 +𝑘1 𝑘3 𝑃𝐴 𝑃𝐶 +2𝑘2 𝑃𝐵 +𝑘4 𝑘3 𝑃𝐶 𝑃𝐷
Pela equação dos gases ideais (Eq.9), é possível obter as pressões parciais
considerando o gás com comportamento ideal, ou seja, a baixas pressões.
𝑛𝑖
𝑃𝑖 𝑉 = 𝑛𝑖 𝑅𝑇 → 𝑃𝑖 = 𝑅𝑇 → 𝑃𝑖 = 𝐶𝑖 𝑅𝑇 (9)
𝑉
2𝑘1 𝑘2 𝐶𝐴 𝐶𝐵 𝑅²𝑇²
−𝑟𝐴 ′ = (𝑘 (10)
1 𝐶𝐴 𝑅𝑇+𝑘1 𝑘3 𝐶𝐴 𝐶𝐶 𝑅²𝑇²+2𝑘2 𝐶𝐵 𝑅𝑇+𝑘4 𝑘3 𝐶𝐶 𝐶𝐷 𝑅²𝑇²)
𝐹𝐴
Sabe-se que 𝐹𝐴 = 𝐶𝐴 𝑣, logo 𝐶𝐴 = ·, onde v é a velocidade.
𝑣
Para a reação em estado gasoso, a velocidade pode ser obtida pela Eq.11.
𝑇 𝑃
𝑣 = 𝑣0 (1 + 𝜀𝑋) (𝑇 ) ( 𝑃0 ) (11)
0
Sendo 𝜀 = 𝑦𝐴0 𝛿.
Logo, substituindo v da Eq.11 encontra-se a concentração CA, e do mesmo modo as
demais concentrações, para serem inseridas na Eq. 10. Uma vez conhecida a lei de
velocidade da reação, substitui-se na Eq.6 e resolve-se a integral para obter a massa de
catalisador W.
13
𝑄 = 𝑛̇ 𝑐𝑝 ∆𝑇 (12)
14
em que cp(l) e cp(g) correspondem aos calores específicos nas fases líquida e gasosa,
respectivamente, e ΔHvap corresponde a variação de entalpia de vaporização.
Para aplicar as equações de calor, é indispensável o cálculo de c𝑝, considerando que
os gases se comportam idealmente, utiliza-se a Eq.15 (SMITH et al, 2007):
4 MÉTODOS
1
As matérias-primas utilizadas para a produção de formaldeído são o metanol
(99,5%) e o ar atmosférico, cuja fração é de 79% nitrogênio e 21% oxigênio.
Para que a reação ocorra, primeiramente são aquecidos separadamente os reagentes
de 25°C a 180°C, utilizando trocadores de calor. Tomando como base de cálculo para a
vazão de entrada total de material 100 kg/dia, os percentuais da corrente de metanol e ar
são de 8% e 92%, respectivamente, ou seja, para cada 8 kg/dia de entrada de metanol,
ocorre a entrada de 92 kg/dia de ar no processo.
Os trocadores de calor (E-100 e E-101) para aquecimento das matérias primas
possuem como fluido de aquecimento o vapor d’água, sendo a vazão de suas correntes
secundárias de 80 ton/dia e 500 ton/dia, respectivamente.
O reator em operação é um reator catalítico de leito fixo multitubular, que opera
isotermicamente a temperatura de 280°C e 01 bar de pressão, sendo estas, condições para
que a reação ocorra. Dentro do reator, além da reação principal para a formação de
formaldeído, ocorrem reações indesejadas com formação de monóxido de carbono e
dimetil éter.
1
Os dados descritos em métodos são de projeto da planta, fornecido pela empresa Synteko® S.A.
17
Utilizando-se dos conceitos descritos por Brasil (2004), Junior (2010), Himmelblau,
(2006) e Badino (2011), foram realizados os balanços de massa no processo, no reator e na
coluna de absorção.
De modo geral, as correntes de entrada e saída do processo podem ser descritas pela
Figura 3.
molares dos elementos (Tabela 4), pois os rendimentos das reações estão baseados na
quantidade molar.
Tabela 4 – Massas Molares dos componentes.
Componente Massas molares (kg/kgmol)
Metanol 32
Formaldeído 30
Água 18
Oxigênio 32
Monóxido 28
DME 46
Nitrogênio 28
Metanol: Para este componente, não existe fração do mesmo na corrente de entrada de
ar e de água na coluna, assim como na saída de gases inertes, logo os termos xB, xE e xD
na Eq.19 são nulos. Ainda, o metanol é um reagente consumido, e, portanto o balanço
por componente para o metanol é descrito pela Eq.20.
Água: Este elemento só não se encontra presente nas correntes B e D, além de ser um
dos produtos gerados nas reações, sendo assim, o balanço por componente resulta na
Eq.22.
𝑥á𝑔𝑢𝑎 𝐴 𝐴̇ + 𝑥á𝑔𝑢𝑎 𝐸 𝐸̇ = 𝑥á𝑔𝑢𝑎 𝐶 𝐶̇ − á𝑔𝑢𝑎𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 (22)
A fração xE é 1, uma vez que entra apenas água nesta corrente. A fração de água
que entra no processo (A) é encontrada pela pureza do metanol. A água gerada é obtida
pela soma das vazões das mesmas conforme estequiometrias e rendimentos das reações.
Pelo balanço da Eq.22 encontra-se a quantidade de água em C.
Nitrogênio: Este gás está presente na corrente de entrada B(ar) e na saída de gases (D),
contudo, sendo este inerte, as vazões mássicas em ambas as correntes são as mesmas.
Sabe-se pelos dados do projeto a razão entre as correntes de entrada, logo, obtém-se a
vazão da corrente B por regra de três, e conseguinte a de nitrogênio pela fração do ar.
Oxigênio: Este gás está presente na corrente de entrada B(ar) e na saída de gases (D),
além de ser consumido durante a reação. O balanço por componente pode ser descrito
pela Eq.23.
De modo geral, as correntes de entrada e saída do reator podem ser descritas pela
Figura 4.
𝐈 + 𝐈𝐈 = 𝐈𝐈𝐈 (24)
𝑣 = 𝑣0 (1 + 𝜀𝑋) (25)
22
𝐴0 𝐶 𝑋
𝐶𝑐 = 𝐶𝐷 = (1+𝜀𝑋) (29)
𝐹 𝑋 1 𝐹𝐴0 𝑘3 𝑋 𝐶𝐶 𝐹 𝑋 1 𝐹𝐴0 𝑘4 𝑘3 𝑋 𝐶𝐶 𝐶𝐷
𝑊 = 2𝑘 𝐴0𝑅𝑇 ∫0 𝑑𝑋 + ∫0 𝑑𝑋 + 𝑘 𝐴0 ∫ 𝑑𝑋 + ∫0 𝑑𝑋 (30)
2 𝐶𝐵 2𝑘2 𝐶𝐵 𝑅𝑇 01 𝐶𝐴 2𝑘1 𝑘2 𝐶𝐴 𝐶𝐵
A vazão de líquido que sai do terceiro estágio é a mesma que sai da coluna, e,
portanto F6=F9. A vazão F1 corresponde a quantidade de produto que entra na coluna que é
a massa que sai do reator. A vazão F2 é a quantidade de produto final que sai da coluna, ou
seja, é a produção de formol 37%.
A vazão F5 é a massa de água que entra na coluna. E a vazão F6 é determinada pelo
balanço de massa global. É assumida a hipótese de que a vazão F10 é cinco vezes a vazão
F5.
A diferença de temperatura da vazão F3 é 15°C e da F4 35°C. Logo, para que ocorra
a mesma troca térmica a vazão F4 deve ser menor que a F3. Sendo, portanto, a razão entre
elas de 2,33.
A vazão intermediária F8 será suposta que corresponde a média aritmética das
vazões dos estágios acima e abaixo.
Para a realização dos balanços de energia, utilizou-se dos métodos descritos por
Brasil (2004), Junior (2010) e Felder (2005). Os balanços de energia foram realizados nos
trocadores de calor, no reator e na coluna de absorção. A única modalidade de energia que
transita entre as respectivas fronteiras é o calor, logo, o balanço de energia se dará entre o
fluxo de calor nas correntes.
Contudo, antes de iniciar os respectivos balanços, é imprescindível o cálculo dos
cpi’s (exceção do DME, que é tabelado e é de 65,6 kJ/kmolK), conforme Eq.15, e os cp’s
de misturas para o ar, saída do reator e dos refluxos da coluna de absorção, pela Eq.16,
para isso é necessário conhecer as constantes termodinâmicas dos componentes, sendo
estas dispostas na Tabela 6 (SMITH et al,2007).
2
Para o DME o valor do calor específico é tabelado (SMITH et al, 2007).
26
Sabe-se que o metanol sofrerá mudança de estado físico, passando de líquido para
vapor, logo, há necessidade de considerar o balanço de energia com a mudança de fase,
através da Eq.14. Para isso, deve ser conhecida a temperatura de ebulição do metanol, além
de dados de cp(g) e cp(l) (Tabela 7).
quantidade de energia necessária a ser removida, que possui sinal negativo, conforme
critério adotado.
O fluido utilizado para resfriamento é a água, é conhecida sua vazão de entrada, e
calcula-se a temperatura de entrada pela Eq.14.
É considerado que no reator não há acúmulo de energia, e uma vez que nas reações
há liberação de energia proveniente da formação dos produtos, os termos consumo e
acúmulo são zerados, restando, portanto, a Eq.41.
𝐸̇𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 − 𝐸̇𝑠𝑎𝑖 +𝐸̇𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = 0 (41)
Ainda, será considerada apenas a energia da reação principal, pois esta é a que
possui maior rendimento.
A energia na saída é a energia promovida pela temperatura da reação, sendo
considerado, portanto, que a energia liberada na reação é utilizada para promover a própria
reação, quando se assume a hipótese de estado estacionário.
A energia de entrada é proveniente da energia da entrada dos reagentes (metanol e
ar) e da energia necessária para aquecer o reator até a temperatura de reação proveniente
do vapor d’água da camisa que envolve o reator.
Desta maneira, a equação de balanço pode ser aberta na Eq.42 e a quantidade de
energia necessária para aquecer o reator pode ser obtida.
Uma vez que são conhecidos os cp’s das correntes e as temperaturas, com exceção
da corrente F6, pela Eq.12 obtém-se cada termo da Eq.43, exceto EF6, que é descoberto
pelo balanço de energia. Utilizando-se novamente da Eq.12 obtém-se a temperatura que sai
a corrente F6 que corresponde a saída dos gases inertes no topo da coluna.
29
5 DESENVOLVIMENTO
Do mesmo modo que para o processo, obteve-se as vazões mássicas das correntes
do reator, o balanço global e as frações mássicas, sendo para as correntes de entrada de
reagentes, iguais as do processo (Tabela 10). (O diagrama de blocos com os respectivos
valores encontram-se em anexo).
30
Os valores dos cpi’s calculados para a corrente de ar estão dispostos na Tabela 14,
assim como cpmistura do ar.
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, N.I. do. Introdução à Engenharia Química. Editora Interciência. 2ª edição. Rio
de Janeiro. 2004.
35
FOGLER, H.S. Elementos de Engenharia das Reações Químicas. 4ª Ed. LTC. Rio de
Janeiro. 2009.
PERNA, R.F.; NETO, J.M.; ALVES, M., TSAI, Y.M. Integração Energética em uma
Planta Industrial de Formaldeído. Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia
Química, Universidade Estadual de Maringá, 2007.
ANEXO
Balanço de Energia:
Temperaturas do Processo: