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Gestão Ambiental
Campina Grande, PB
1
Doutor em Engenharia Ambiental pela UFSC. Professor da UFCG/CCT/UAEQ.
2
SUMÁRIO
SUMÁRIO ...............................................................................................................................2
PRE-TESTE ............................................................................................................................5
CAPÍTULO 1 ..........................................................................................................................6
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................6
CAPÍTULO 2 ..........................................................................................................................7
CAPÍTULO 3 ........................................................................................................................11
CAPÍTULO 4 ........................................................................................................................33
CAPÍTULO 5 ........................................................................................................................43
CAPÍTULO 6 ........................................................................................................................50
REFERENCIAS ....................................................................................................................63
ANEXO 1 ...............................................................................................................................64
Conceitos Importantes..........................................................................................................66
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
PRE-TESTE
CAPÍTULO 1
1. INTRODUÇÃO
Este texto tem como objetivo apresentar e discutir aspectos da gestão ambiental no contexto
organizacional de empresas com ênfase no sistema de gestão ambiental, além de mostrar o
procedimento para elaborar o perfil poluidor das mesmas.
A Gestão ambiental pode ser definida como um sistema que inclui a estrutura
organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos,
processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a
política ambiental.
Pode-se afirmar que a gestão ambiental é uma forma pela qual a organização se mobiliza,
interna e externamente, para a conquista da qualidade ambiental desejada. Ela consiste em
um conjunto de medidas que visam ter controle sobre o impacto ambiental de uma atividade.
No caso específico do setor sucroalcooleiro, serão abordados os aspectos da geração de
resíduos assim como a sua gestão.
Este material está dividido em seis capítulos. No capítulo 1, está apresentada uma breve
introdução sobre o tema; no capítulo 2 é apresentada uma visão geral sobre indústria,
poluição e gestão ambiental. No capítulo 3 estão apresentados os conceitos de gestão
ambiental; No capítulo 4 está apresentada a avaliação do ciclo de vida, como ferramenta de
gestão ambiental. No capítulo 5 está apresentado a forma de transformar os impactos
ambientais em impacto propriamente dito. No capítulo 6 será mostrado e discutido a forma
de avaliar impactos de determinado setor industrial apresentando um estudo de caso.
Neste contexto, este material pode contribuir para o mlehor entendimento da gestão
ambiental em organzações, além de contribuir com a formação de engenheiros em nivel de
graduação do CCT da UFCG.
CAPÍTULO 2
A poluição industrial ocorre em todos os meios da biosfera, na água doce, nos oceanos, na
atmosfera e no solo. Conseqüentemente as comunidades biológicas dos ecossistemas estão
em contato com substâncias e materiais não naturais, a maioria dos quais causando algum
tipo de dano ecológico. A poluição industrial afeta diretamente o homem, uma vez que
estamos sujeitos a ingerir água e alimentos contaminados e respirar o ar poluído. Exemplos
da seriedade deste problema são a intoxicação e morte de dezenas de pessoas em
Minamata, no Japão, após consumirem peixes contaminados com mercúrio. Eventos como
este, envolvendo contaminação de alimentos com poluentes industriais, têm sido comuns
ao longo das últimas décadas.
Apesar da toxicidade de cada metal variar de acordo com a espécie, existe uma
classificação da toxicidade relativa dos metais mais comuns no meio ambiente, em ordem
decrescente de periculosidade: Hg, Ag, Cu, Zn, Ni, Pb, Cd, As, Cr, Sn, Fe, Mn, Al, Be, Li.
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O acúmulo de metais e outros poluentes indus triais pelos organismos pode ter efeito
bastante abrangente já que possibilita o transporte dos contaminantes via teia alimentar
para diversos níveis tróficos da cadeia alimentar. Este efeito culmina com a ocorrência das
maiores taxas de contaminação nos níveis mais altos da teia trófica (consumidores
secundários e terciários).
Metais Pesados
O termo metais pesados é de definição ambígua, mas vem
sendo intensamente utilizado na literatura científica como
referência a um grupo de elementos amplamente associados
à poluição, contaminação e toxicidade.Conceitualmente
metais pesados são definidos como elementos que possuem
densidade superior a 6 g/cm3 ou raio atômico maior que 20.
Essa definição é abrangente e inclui, inclusive, alguns
ametais ou semi-metais, como As e Se. Alguns metais
pesados são micronutrientes essenciais aos seres vivos como
Cu, Zn, Mn, Co, Mo e Se e outros não essenciais como Pb,
Cd, Hg, As, Ti e U. Para esses últimos talvez o termo metais
tóxicos cairia melhor. Existem metais traços essenciais para
plantas como ferro (Fe), zinco (Zn), manganês (Mn), cobre
(Cu), boro (B), molibdênio (Mo) e níquel (Ni). Já o cobalto
(Co), crômio (Cr), selênio (Se) e estanho (Sn), não são
requeridos pelas plantas, mas são essenciais para animais. Já
outros como arsênio (As), cádmio (Cd), mercúrio (Hg) e
chumbo (Pb), não são requeridos nem por plantas, nem por
animais, porém foram estudados extensivamente por serem
potencialmente perigosos para plantas, animais e
microrganismos.
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Origens da Poluição
Medidas Profiláticas
Geralmente salientam-se duas medidas para controle da poluição industrial:
CAPÍTULO 3
3. GESTÃO AMBIENTAL
A gestão ambiental na cadeia produtiva da cana de açúcar pode ser entendida, como etapas
que visam avaliar ambientalmente a indústria em todo o ciclo produtivo e implantar o
sistema de gestão ambiental.
Os conceitos estão baseados com Coimbra (1985); ABNT NBR ISO 14.001 (2004) e Soares
(2006):
§ Ecologia: ciência dos ecossistemas estuda as relações dos seres vivos entre si e com
o meio;
§ Poluição crônica local: Está associada com pequenas doses localizadas de poluentes,
porém de modo continuado. Ex. lançamento contínuo de efluentes em uma lagoa ou no solo,
exposição contínua a pequenas doses de radioatividade, etc.
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As estratégias para uma gestão eficiente do meio ambiente incluem as atividades a montante
e a jusante do sistema considerado, entre as quais se destacam o consumo de matérias-
primas, a produção de resíduos (sólidos, líquidos e gasosos), a modificação do ambiente
natural, as perturbações (ruído, temperatura...), emissões eletromagnéticas, radioativas, etc.
Algumas empresas, porém, têm demonstrado que é possível ganhar dinheiro e proteger o
meio ambiente, mesmo não sendo uma organização que atua no chamado "mercado verde".
É necessário que as empresas possuam uma certa dose de criatividade e condições internas
que possam transformar as restrições e ameaças ambientais em oportunidades de negócios.
Para colaborar com este anseio, North (1992) apresenta uma avaliação do posicionamento da
empresa em relação à questão ambiental. Este procedimento propõe a avaliação do perfil da
organização segundo diversas variáveis indicando, para cada um dos quesitos colocados, se
a empresa apresenta características "amigáveis" ou "agressivas" ao meio ambiente (quadro).
Ou seja, quanto mais "amiga" do meio ambiente mais apta estaria a empresa, neste tocante, a
enfrentar as exigências sociais e regulamentares.
A utilização do quadro 1 pode ser feita da seguinte maneira : Cada um dos itens apresenta
duas afirmativas extremas. Se a afirmativa da esquerda reflete plenamente a situação da
empresa assinalar 1. Se a afirmativa da direita reflete plenamente a situação, assinalar 5. Se a
situação da empresa está mais próxima da situação da esquerda ou da direita, assinalar
respectivamente 2 ou 4. Finalmente, adotar 3 para uma situação intermediária. Por exemplo,
se no quesito "Produtos" não ocorrer nenhum aproveitamento dos resíduos, a nota do item
seria 1. Por outro lado, se todos os resíduos fossem aproveitados a nota seria 5. Se metade
dos resíduos fossem valorizados a nota seria 3 e assim sucessivamente.
Com relação aos resultados, se a maioria dos valores atribuídos estiver entre 1 e 2, a
empresa está provavelmente diante de um importante desafio : identificar e integrar os
requisitos qualidade ambiental aos requisitos de qualidade de sua empresa, eliminando assim
a vulnerabilidade característica deste desempenho;
Finalmente, se a maioria dos valores atribuídos às questões foi 5, é muito provável que o
desempenho ambiental da empresa seja excelente.
Seja qual for o resultado obtido, eles permitirão identificar "Onde estamos ?". A partir daí
identificar "Onde queremos chegar?".
A estrutura da ISO está apresentada abaixo, com o Comitê Técnico (207) e com vários sub
comitês (SC).
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ISO/CT 207
Canadá
SC 1 SC 2 SC 3 SC 4 SC 5 SC 6
Sistemas Auditoria Rotulagem Desempenho Ciclo de vida Definições
Ambiental
RU Holanda Austrália EUA França Alemanha
A série ISO 14.000 está voltada para a organização e para o produto, como mostrada abaixo:
Gestão
Gestão
Ambiental
Ambiental
Organização
Organização Produto
Produto
Sistema
Sistemadedegestão
gestãoambiental
ambiental
Índices Ambientais Análise
Análisedo
dociclo
ciclode
devida
vida
Índices Ambientais
Auditoria Rotulagem
Rotulagemambiental
AuditoriaAmbiental
Ambiental ambiental
No Brasil a norma ISO 14001 foi adotada pela ABNT sob a designação de ABNT NBR
ISO 14.001.
§ A certificação deve ser feita por entidade especializada reconhecida junto a um órgão
de credenciamento;
Na sua concepção a série de normas ISO 14000 tem como objetivo central um Sistema de
Gestão Ambiental que auxilie as empresas a cumprirem suas responsabilidades com respeito
ao meio ambiente. Como objetivos decorrentes, criam sistemas de certificação, tanto das
empresas como de seus produtos, possibilitando identificar aquelas que atendem á legislação
e cumprem os princípios do desenvolvimento sustentável.
As normas as série ISO 14.000 não substituem, portanto, a legislação ambiental vigente no
local onde está instalada a empresa. Na realidade a reforçam, ao exigirem o cumprimento
integral dessa legislação local para que possa ser concedida a certificação da empresa.
Tomando por base o Sistema de Gestão Ambiental que propõem, as normas também vão
estabelecer, quando inteiramente implantadas, as diretrizes para auditorias ambientais,
avaliação do desempenho ambiental, rotulagem ambiental e análise do ciclo de vida dos
produtos, exigindo assim a total transparência da empresa e de seus produtos com relação
aos aspectos ambientais. As normas da série ISO 14.000 deverão, portanto, servir de modelo
para a implantação desses programas no âmbito da empresa, possibilitando harmonizar os
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A abrangência da série de normas ISO 14.000 é bem maior que sua equivalente para gestão
da qualidade, a ISO 9000, pois esta apenas certifica sistemas e linha de produção, porém não
certifica os produtos propriamente ditos. Já a série de normas ISO 14.000 tem um âmbito de
atuação que alcança toda a sociedade, pois ao certificar produtos estará atingindo e
influenciando diretamente o consumidor final.
A estruturação da série de normas ISO 14.000, tal como foi desenvolvida pelo comitê TC
207, sua amplitude dos temas a serem cobertos pelas normas já permite antever o grande
impulso que as questões ambientais receberão quando todo o sistema estiver implantado.
Hoje, espera-se que a mesma importância dedicada á qualidade, disseminada pela série de
normas ISO 9000 de Gestão da Qualidade, se repita com relação aos temas ambientais, com
a adoção das normas ISO 14.000 de Gestão Ambiental.
Segundo Valle (1995), a seqüência a ser seguida para obter a certificação nas normas ISO
14.000 deverá obedecer, basicamente, às seguintes fases:
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3ª fase ? A empresa se submeterá a uma auditoria ambiental que deverá comprovar sua
conformidade com os padrões de qualidade exigidos pela legislação e pelos manuais de
qualidade utilizados pela empresa.
A série ISO 14.000 não é apenas uma norma técnica, mas sim um sistema de normas
gerenciais e administrativas que contêm um leque de alternativas, entre os quais se inclui a
possibilidade de certificação dos produtos da empresa. Para obter essa certificação de um
produto existem, contudo, dois temas de grande importância a serem considerados – o Ciclo
de Vida e a Reciclagem Ecológica (VALLE, 1995).
A série de normas ISO 14.000 tem como objetivo central um Sistema de Gestão Ambiental
que auxilie as empresas a cumprirem suas responsabilidades com respeito ao meio ambiente.
Como objetivos decorrentes, criam sistemas de certificação, tanto das empresas como de
seus produtos, possibilitando identificar aquelas empresas que atendem à legislação
ambiental e cumprem os princípios do desenvolvimento sustentável (VALLE, 1995).
Conforme afirma Vale (1995), as normas da série ISO 14.000 não substituem a legislação
ambiental vigente no local onde está sendo instalada a empresa. Na realidade a reforçam, ao
exigirem o cumprimento integral dessa legislação local para que possa ser concedida a
certificação da empresa. As normas também vão estabelecer, quando inteiramente
implantadas, as diretrizes para auditorias ambientais, avaliação do desempenho ambiental,
rotulagem ambiental e análise do ciclo de vida dos produtos, exigindo assim a total
transparência da empresa e de seus produtos com relação aos aspectos ambientais.
As normas da série ISO 14.000 deverão, portanto, servir de modelo para a implantação
desses programas no âmbito da empresa, possibilitando harmonizar os procedimentos e
diretrizes aceitas internacionalmente, com a experiência e a tradição empresarial local.
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Para responder este questionamento nos reportemos à definição da ABNT NBR ISO 14.001
de 2004:
Por outro lado, para organizações mais modernas com comportamento pró-ativo, o meio
ambiente é uma estratégia de negócio e fator de sucesso, assim como programas de
qualidade, de segurança e de custos. A cultura da organização é voltada para o
desenvolvimento sustentável. Em vez de programas institucionais visando externalidades, os
recursos são direcionados à prevenção e à minimização de impactos. O meio ambiente passa
a ser visto também como uma oportunidade (SOARES, 2006).
- Compro mis so co m o c umpr ime nto da le gis lação e o ut ros req uis itos.
Responsabilidade GERÊNCIAS
Alta Admin COORDENAÇÃO CONSULTORIA
ETAPAS
Diagnóstico e
ETAPA 1 Compromisso
Avaliação Inicial
da Organização
FEV/00
Aspectos, Formação
Impactos e Básica
ETAPA 2 AB R / 00 Legislação
Política,
Objetivos e Plano de Ação
Metas
Documentação
ETAPA 3 Auditoria
JU L / 00
Interna Treinamento
D EZ / 00
ETAPA 5 Ajustes
JAN / 01
Na Figura 4, o roteiro serve de exemplo para ser adaptado para diversas organizações, tais
como indústria sucro alcooleira, curtume, laticínio, cerveja e outras.
ETAPA 1:
As substâncias que entram no sistema têm três destinos possíveis : sair inalteradas, acumular
no sistema ou serem convertidas em outras substâncias. Assim sendo, pode-se representar
matematicamente o balanço de massa pela equação (1).
Nesta equação, a conceito de taxa está associado ao fluxo de matéria em um dado período de
tempo. O decaimento apresentado não implica na violação da lei de conservação das massas.
Ele indica uma modificação (e não eliminação) da substância original.
A equação (1) pode ser considerada para duas condições : sistemas conservativos e sistemas
não conservativos. A simplificação mais comum resulta quando o sistema é considerado
conservativo e em equilíbrio (O estado de estabilidade ou equilíbrio é atingido quando a
importação e a exportação de matéria e energia forem equacionadas por meio do
ajustamento das formas do próprio sistema, permanecendo constantes enquanto não se
alterarem as condições externas)
Neste caso nada muda com o tempo. A concentração de poluentes é constante. A taxa de
acumulação é considerada nula e não há decaimento (radioativo, decomposição biológica ou
reações químicas). Em outras palavras, a quantidade de matéria que entra no sistema é a
mesma que sai.
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Na Figura 6 existe um fluxo de matéria, esgoto doméstico por exemplo, com vazão QS
(volume/tempo), e com concentração em poluente de CS (massa/volume). A outra entrada
pode ser um efluente industrial (indústria sucro alcooleira) com vazão QR e concentração de
poluente CR. A saída do sistema é uma mistura com vazão QM e concentração CM. Se o
sistema é considerado conservativo e em equilíbrio, o balanço de massa poderá ser escrito
segundo a equação (3).
CSQS + QRCR = CMQM (3)
Uma tubulação industrial tem uma vazão de 10,0 m3 .s-1 e uma concentração de cloretos de
20 mg.L-1 . Esta tubulação recebe a contribuição de um outro duto, cuja vazão é de 5,0 m3 .s-1
e a concentração em cloretos é de 40 mg.L-1 (Figura 7).
Figura 7 - Exemplo 1
Fonte: SOARES (2006).
. (5)
A figura 8 apresenta um lago com volume 10,0.106 m3 que recebe uma vazão (taxa) de 5,0
m3/s com concentração de poluente de 10,0 mg/l. Há também uma descarga de 0,5 m3 /s de
um efluente industrial com a mesma poluição (concentração = 100,0 mg/l). O coeficiente de
reação é de 0,2/dia. Considerando que a poluição é totalmente misturada e que não há
evaporação ou outras perdas ou ganhos de líquido, calcular a concentração de equilíbrio (na
saída do sistema).
Solução
= 1,0.105 mg/s
= 5,5.103C mg/s
Taxa de decaimento = KCV = (0,2/dia x C mg/l x 10,0 x 10 m3 x 103 l/m3 ) / (24 h/dia x
3600 s/h)
= 23,1.103C mg/s
C = 3,5 mg/l
Figura 8 - Exemplo 2
Observação: a noção de conservação depende da referência utilizada para o balanço de
massa. Se esta referência for, por exemplo, uma molécula composta, existe a possibilidade
do sistema ser não conservativo devido à decomposição da molécula. Se a referência for os
elementos que compõem a molécula anterior, o sistema em geral será conservativo.
ETAPA 2:
Nesta etapa são realizadas e definidas as seguintes ações:
? Uso da energia;
? Resíduos e subprodutos.
? Aquecimento global;
? Acidificação;
? Toxicidade;
? Poluição do rio;
? Esgotamento de matérias-primas;
A legislação ambiental varia de acordo com o local onde está instalada a empresa. As
normas da série ISO 14.000 não a substituem, na realidade a reforçam, ao exigirem o
cumprimento integral dessa legislação local para que possa ser concedida a certificação da
empresa.
? Reciclar água;
ETAPA 3:
Treinamento:
Todos da organização têm que estar envolvidos desde o início do processo de implantação
do plano de ação, visando a futura certificação (a empresa é certificada por uma auditoria).
Auditoria Interna:
Uma auditoria interna (através de equipes próprias) deve ser realizada com a finalidade de:
ETAPA 4:
Avaliação Final:
As atividades para implementação de SGA serão propostas e colocadas em ação, de modo a
atender os requisitos propostos pela legislação ambiental vigente no local onde está instalada
a empresa. O Plano de Ação do SGA proposto pode ser executado conforme a Política
Ambiental da empresa, já que as metas e os objetivos serão implementados visando obter, no
futuro, resultados ambientais positivos.
ETAPA 5:
Nesta etapa são realizados os ajustes de implantação dos SGA em função das atividades
anteriores.
ETAPA 6:
Certificação
A certificação ambiental vem se revelando um importante instrumento de política ambiental
doméstica. Auxilia o consumidor, na escolha de produtos menos nocivos ao meio ambiente,
servindo de um instrumento de marketing para as empresas que diferenciavam seus produtos
no mercado, atribuindo- lhes uma qualidade a mais. A eco compatibilidade dos produtos
passa a ser, então, uma informação adicional ao preço na escolha da cesta de consumo
ambiental das organizações. A certificação não é concedida pela ISO, que é uma entidade
normalizadora internacional, mas sim por uma entidade de terceira parte devidamente
credenciada.
Emissões
Líquidas
Emissões
Gasosas
Emissões
Sólidas
CAPÍTULO 4
Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é uma técnica para avaliação dos aspectos ambientais e
dos impactos ambientais associados a um produto, compreendendo etapas que vão desde a
retirada da natureza de matérias-primas elementares que entram no sistema produtivo
(berço) a disposição do produto final (túmulo) (CHEHEBE 1998).
A ACV trata-se de uma ferramenta relativamente nova no mundo e, atualmente, está sendo
introduzida no Brasil, embora o país ainda não possua um banco de dados público
disponível as consultas para estudos de ACV.
A maneira como é definida a Análise do Ciclo de Vida (ACV) nos dias atuais demonstram
cada vez mais a sua importância nas avaliações de impactos ambientais, sendo normalizadas
pelas:
A Avaliação do Ciclo de Vida tem se mostrado uma ferramenta importante nas questões de
economia, qualidade e preservação do meio ambiente, pois concede informações
importantes na elaboração de novos produtos bem como melhoramentos significativos nos
processos atuais de funcionamento das empresas que a empregam como ferramenta
gerencial (CHEHEBE 1998).
Com base na ABNT NBR ISO 14040 (ABNT 2004) a metodologia com técnica de ACV
inclui quatro fases principais, inter-relacionadas entre si, como estão mencionadas abaixo:
A ISO 14.040 estabelece que a Análise do Ciclo de Vida de Produtos deve incluir a
definição do objetivo e do escopo do trabalho, uma análise do inventário, uma avaliação de
impacto e a interpretação dos resultados, como mostrado na Figura 8.
FASES DA ACV
OBJETIVO
INTERPRETAÇÃO
ANÁLISE DO
INVENTÁRIO
AVALIAÇÃO
DE IMPACTO
• Entrada e Saída
• Propósito
• Coleta de Dados • Classificação: Saúde • Identificação
• Escopo • Aquisição de Ambiental, Saúde Dos Principais
• Unidade Funcional Matéria Prima e Humana, Exaustão dos Problemas
• Definição dos Energia, Rec. Naturais • Avaliação
Requisitos de Manufatura e • Caracterização • Análise de
Qualidade • Valoração sensibilidade
Transportes
• Conclusões
De acordo com Reis (1996) o objetivo de um estudo deve ser definido, incluindo-se uma
declaração clara e inequívoca do motivo pelo qual a ACV será conduzida, o(s) uso(s)
pretendido(s) para os resultados, o público-alvo, as metas iniciais de qualidade dos dados e o
tipo de processo de revisão critica a ser utilizado.
Na prática, de acordo com Chehebe (1998) é recomendado que inicialmente seja gasto
relativamente pouco tempo formulando o escopo quando se inicia uma ACV A experiência
adquirida na busca de informações fará com que sejam necessários a reformulação e o
ajustamento do escopo do estudo.
• Os procedimentos de alocação.
Quando se estuda a reutilização de subprodutos no processo. Ex: água de moagem para
resfriamento dos fornos ou para remoção de particulados na chaminé.
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• As hipóteses e limitações.
Os estudos de ACV são amplos, pode-se estender o estudo ao local ou até ao âmbito global
o que se torna inviável.
TRANSPORTE
PRODUÇÃO
FLUXO ELEMENTAR
FLUXO ELEMENTAR
ENERGIA
USO
FLUXO ELEMENTAR
FLUXO ELEMENTAR
RECICLAGEM
REUSO
FLUXO DO
PRODUTO
FLUXO ELEMENTAR
TRATAMENTO
DE RESIDUOS
OUTROS
SISTEMAS
Segundo Chehebe (1998) uma vez que o objetivo e o escopo do estudo foram estabelecidos,
a próxima fase da ACV é o Inventário. A definição do objetivo e do escopo do estudo
fornece um planejamento inicial sobre a forma como o estudo será conduzido, O Inventário
do Ciclo de Vida de um produto refere-se à coleta de dados e aos procedimentos de cálculos.
Em tese, o inventário é semelhante a um balanço contábil- fínanceiro, só que medido em
termos energéticos ou de massa. O total do que entra no sistema em estudo deve ser igual ao
que sai.
De uma forma geral deve-se organizar a fase de análise do inventário de acordo com as
seguintes atividades: preparação para a coleta de dados, coleta de dados, refinamento dos
limites do sistema, determinação dos procedimentos de cálculo e procedimentos de
alocação.
Como essas atividades devem ser realizadas em acordo com o objetivo e o escopo do estudo
e devem obedecer a uma série de parâmetros estabelecidos na norma ISO 14041 estabelece
alguns princípios que devem ser seguidos durante a fase de inventário. A figura 10 mostra as
etapas operacionais que devem ser feitas durante esta fase.
DEFINIÇÃO DOS
OBJETIVOS E METAS
PREPERAÇÃO PARA A
COLETA DE DADOS
Folhas de dados Folhas de dados
revisados
TABELA DE DADOS
Dados coletados
VALIDAÇÃO DE DADOS
Dados validados
RELACIONANDO OS DADOS ALOCAÇÃO E
ÁS MEDIDAS DO PROCESSO RECICLAGEM
Dados validados por
unidade de processo
RELACIONANDO OS DADOS
A MEDIDA FUNCIONAL
Dados validados por
unidade funcional
AGREGAÇÃO DE DADOS
Dados adicionais ou
unidades de processo Inventário calculado
requeridas
REFINAMENTO DOS
LIMITES DO SISTEMA
O resultado da etapa anterior é uma tabela de inventário para o sistema estudado: uma longa
lista de dados com intervenções ambientais que podem ser de difícil interpretação,
especialmente quando se comparam produtos.
O texto ISO CD 14042, aprovado em Kioto (Japão), em maio de 1997, propõe que o
processo de avaliação de impacto seja composto, no mínimo, dos seguintes elementos:
ü Problemas Ambientais.
Atribuição de pesos — Alguns técnicos poderão desejar atribuir pesos aos resultados da
avaliação de impacta. Como a ponderação é um processo baseado em valores e pode
envolver critérios subjetivos, essa etapa e considerada por grande parte dos especialistas
como não-científica, altamente subjetiva e sujeita a distorções de caráter político- ideológico.
II) Em função dos problemas ambientais : nesta caso cada fator de impacto vai ser analisado
com relação às conseqüências que ele tem sobre o ambiente.
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Para caracterizar os impactos ambientais segundo a abordagem dos meios receptores, será
apresentada uma proposição que considera as emissões no ar e na água pela utilização de
volumes críticos e uma proposição que considera os volumes de diferentes resíduos sólidos
produzidos e destinados a aterro sanitário (SOARES, 2006).
I - Meios Receptores
(5)
Onde,
mi: massa do resíduo i
Fi: fator de compactação do resíduo
?i: massa específica do resíduo i
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II - Problemas ambientais
i) Esgotamento de matérias-primas
Consumo de matéria-prima
m = Smi (6)
Onde:
mi : massa da matéria-prima i utilizada
O PAE (potential acid equivalent) que é igual a massa molar da substância x/ número de
moles de H+ liberáveis por mol de S(enxofre). A tabela 3 apresenta alguns valores de PAE.
Estes índices significam que, por exemplo, no caso do aquecimento global deve-se converter
a contribuição de todos os gases que causam o aquecimento do planeta tomando-se o CO2
como substância de referência (SOARES, 2006).
v) Potencial de eutrofização:
- Neste enfoque, uma mesma substância pode contribuir em mais de uma classe de impacto,
participando da pontuação final.
- Os critérios aqui apresentados, como já mencionados, não constitue m uma lista exaustiva.
Outros podem fazer parte da avaliação como, por exemplo, ruído, odor, toxicologia,
ecotoxicologia, etc..
Os resultados da ACV devem ser relatados à audiência pretendida de forma justa, completa
e precisa. O tipo e o formato do relatório devem ser definidos na fase de escopo do estuda.
Dois conceitos básicos são importantes na apresentação dos resultados de um estudo de
ACV.
Deve-se apresentar a ACV como uma ferramenta de avaliação ambiental, para assegurar
uma maior eficácia da solução proposta, identificar e responsabilizar os diferentes atores
envolvidos.
A ACV é uma ferramenta de avaliação do impacto ambiental que tem como meta
(SOARES, 2005):
CAPÍTULO 5
A Análise de multicritério será uma ferramenta usada para auxiliar na tomada de decisão na
avaliação do ciclo de vida.
Em um problema multicritério vários agentes são atuantes. É preciso notar que sua definição
é meramente didática, muitas vezes confundindo-se entre si. Os componentes básicos de um
problema de decisão multicritério são:
Decisores – São os indivíduos que fazem escolhas e assumem preferências, como uma
entidade única, chamada de decisor, agente ou tomador de decisão.
Alternativas – Alternativas são ações globais, ou seja, ações que podem ser avaliadas
isoladamente. Podem representar diferentes cursos de ação, diferentes hipóteses sobre a
natureza de uma característica, diferentes conjuntos de características etc.
A cada critério está associado um sentido de preferência (indica se o valor é tanto melhor
quanto mais elevado – maximização – ou se o valor é tanto melhor quanto mais baixo –
minimização); uma escala (por exemplo, ótimo = 3; bom = 2; ruim = 1); uma estrutura de
preferências.
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O apoio à decisão caracteriza-se por ser um processo desenvolvido em etapas. Quando este
processo apresenta um grande número de decisores com posições divergentes, este passa a
ser uma negociação, exigindo certo formalismo, a fim de manter a estrutura do processo
(Maystre e col, 1994).
Definição de um conjunto de critérios que permita avaliar os efeitos causados pela ação ao
meio ambiente. Esta etapa passa por um processo de definição do sistema e quantificação
dos elementos intervenientes no mesmo, em geral, baseados em uma unidade funcional A
quantificação/medição desta função identificada e realizada é chamada unidade funcional.
Ela é a referência a qual são relacionadas às quantidades mencionadas no inventário
(balanço de massa). Ela considera simultaneamente uma unidade de produto e uma unidade
de função.
Os valores dos critérios podem ser expressos basicamente em escalas ordinais e cardina is. A
escala ordinal é caracterizada por permitir apenas a aplicação das relações: maior que (>),
menor que (<) ou igual a (=) sobre seus valores. As classificações, escores, rankings, notas
escolares, são exemplos de escalas ordinais, mesmo que sejam expressas através de
números.
Com relação à maneira de proceder à agregação dos critérios, dois métodos podem ser
utilizados: a agregação total e a agregação parcial. Na agregação total as ações são
comparadas em conjunto, através de uma operação única, enquanto que a agregação parcial
permite a comparação par a par das ações estabelecendo relações de superação entre as
mesmas.
Os métodos mais utilizados são aqueles nos quais as preferências são agregadas de maneira
aditiva e podem ser classificados como Métodos de Agregação por uma Função de Síntese.
Soma Ponderada:
Após a elaboração da matriz de avaliação (tabela 5), a soma ponderada consiste em atribuir
pesos para cada critério e em seguida, para cada ação, realizar um somatório do produto do
peso pela avaliação do critério. O somatório obtido é divido pela soma dos pesos atribuídos
equação 1). A seguir é mostrado um exemplo conforme Soares (2006):
p1 p1 . pm
A1 E1 1 E1 2 E1 m
A2 E2 1 E2 2 E2 m
An En 1 En 2 En m
Legenda: Ci: Critério; Ai: Opção ou ação; pj: Coeficiente de ponderação; Ei: Avaliação (valor) do
critério i para ação j.
(7)
Por exemplo, para um conjunto de 3 critérios, a soma ponderada de uma ação j seria :
Se a soma dos pesos (Spi) for igual a 1, a soma ponderada será facilitada, pois haverá
redução do número de operações matemáticas, de acordo com a equação 8 a seguir:
(8)
A melhor opção entre as ações analisadas será aquela que apresentar o maior ou menor valor
(de acordo com a notação utilizada) Para que o resultado não seja matematicamente
distorcido há necessidade de que as avaliações de todos os critérios tenham o mesmo sentido
de preferência. Em outras palavras, se para um critério quanto maior a sua avaliação pior o
desempenho da ação, então este sentido deve ser usado para os demais critérios
considerados.
Por exemplo, supor hipoteticamente a avaliação de uma ação pelos critérios emissão de
particulados e eficiência de remoção de odores. Se para o primeiro quanto menor o valor
melhor o desempenho ambiental, para o segundo a situação é invertida.
Definiu-se que a escolha do equipamento dar-se-á pela análise de dois critérios ambientais:
consumo de energia (kWh/ano) e massa de resíduos produzidos (ton/ano). Para o primeiro
critério a comissão julgadora atribuiu uma importância de 80% e para o segundo, 20%.
A escolha deverá recair sobre a ação que consumir a menor quantidade de energia e
igualmente produzir a menor quantidade de resíduos. Através de soma ponderada a
alternativa C é a que melhor sintetiza as condições estabelecidas, de acordo com a tabela 6.
48
Considere agora que a produção de resíduos seja expressa não mais em toneladas, mas em
quilogramas. Esta mudança de escala é uma operação simples e totalmente aceitável, por
exemplo por conveniências de cálculo.
Constata-se que a classificação das ações foi alterada. Portanto, a mudança de escala,
influencia os resultados da soma ponderada Num segundo caso considere, por exemplo, a
escolha da área mais apta para um aterro sanitário dentre as opções A, B e C. Esta definição
será feita baseada nos critérios 1, 2, 3 e 4 (tabela 8).
Suponha por exemplo que dois alunos de primeiro grau sejam comparados com relação a
quatro disciplinas. As notas variam de 0 a 10 sendo a média de aprovação geral seja igual a
6.
Para que esta situação ocorra, na maior parte das escolas a média ponderada dos resultados é
reforçada por notas mínimas de admissibilidade.
CAPÍTULO 6
Para avaliar o impacto causado pela usina que produz álcool e adotar um sistema de gestão
ambiental, deve-se fazer a avaliação do perfil da usina, do perfil do produto e o plano de
gestão ambiental.
Sabendo-se que a indústria lança seus efluentes num RIO Classe III de água doce com vazão
(Q rio ) = a 1000 m3 .s-1 .
Avalie o potencial poluidor desta indústria para futuras ações corretivas e/ou até mesmo a
implantação de um SGA.
a) Qual a concentração de matéria orgânica (DBO) no Rio Classe III, quando misturado
com o efluente lançado pela indústria SUCRO ALCOOLEIRA?
b) Com base no resultado da concentração na mistura, o rio está poluído pela indústria?
Considere o limite máximo permissível para a Classe deste Rio igual a 10 mg.L-1 .
c) Qual a sugestão para o tipo de tratamento na indústria SUCRO ALCOOLEIRA, com
base nos valores de DBO e DQO ?
Onde:
CDBO5 = 27 x 2345/1000
Com base no resultado da concentração na mistura (CDBO5 = 63,45 mg. L-1 ), concluí-se que o
rio está sendo poluído pela usina, já que o limite máximo permissível para a Classe deste
Rio é igual a 10 mg. L-1 . Neste caso, será necessário implantar um SGA para obtenção de
melhoria contínua dos produtos e serviços.
A sugestão para o tipo de tratamento na usina de álcool é dada a partir da razão do valor da
DBO pelo valor da DQO. Assim, temos:
52
Como DBO/DQO < 0,5, ou seja, a DBO/DQO = 0,32 < 0,5. Neste perfil a matéria orgânica
predomina.
Logo o tratamento a ser adotado na usina( se não houver problema com a parcela refratária ),
o uso da decantação simples seguida de tratamento biológico convencional poderá ser
empregada.
Na prática, deve-se realiza um balanço de massa na indústria, pois, cada usina apresenta
características diferentes em termos de matéria prima e tecnologia. Os números são apenas
ilustrativos para exemplificar o impacto ambiental.
§ A Unidade Funcional.
§ Critérios Ambientais.
ü Matéria – Primas;
ü Matérias sólidas inorgânicas;
ü Aquecimento Global (CO, CO2 );
ü Acidificação (SO2 );
ü Toxicidade (DBO);
ü Energia.
54
ü Cana de açúcar:
14,3 kg — 1 L
x — 70 L .: x = 1000 kg de cana-de-açúcar
ü Aditivos:
0,07 kg — 1 L
x — 70 kg .: x = 4,9 kg de Aditivos
ü Água:
80 L — 1 kg
x — 70 L .: x = 560 L
ü Subprodutos:
5 kg — 1 L
x — 70 L .: x = 350 kg de Subprodutos
0,0087 — 1 kg
x — 70 kg .: x = 0,609 kg de Materiais Sólidos Inorgânicos
ü DBO:
0,0052 kg — 1 L
x — 70 kg .: x = 0,360 kg de DBO
ü CO2 :
0,033 g — 1 L
x — 70 L .: x = 2,31 kg de CO2
ü CO:
0,04 kg — 1 L
X — 70 L .: x = 2,8 kg
ü SO2 :
0,035 kg — 1 L
x — 70 L .: x = 2,45 kg de SO2
ü Energia Consumida:
150 Wh — 1 L
x — 70 L .: x = 10.500 Wh de Energia Consumida
55
§ Alocação.
A (%) =
1. Volume Crítico: VC =
• Emissões Líquidas:
i. VCMSI = 121,8/1 .: 121,8 L (São necessários 121,8 L para diluir o efeito dos MSI)
ii. VCDBO = 72,80 / 0,06 .: 1213,3 L(São necessários 1213,8 L de água para diluir o efeito
da demanda bioquímica de oxigênio)
• Emissões Gasosas:
2. Aquecimento Global:
• AGCO =
• AGCO2 =
3. Acidificação:
• PASO2 =
Obs1 .: Quando se utiliza a AICV, devem-se comparar produtos entre si. Neste exemplo
a avaliação ficará completa quando comparar, por exemplo: o álcool combustível com
gasolina, ou ainda dois tipos de álcool combustível, ou seja, álcool da cana-de-açúcar
com o álcool produzido por outro tipo de cultura.
Obs2 .: O impacto total deve ser calculado usando a análise multicritério conforme
Capítulo 5.
57
ETAPA 1:
A usina produz 8,8 ton de resíduos sólidos, 5500 µg. m-3 de SO2 , 53000 µg. m-3 de CO e
não recicla água. De acordo com o item 6.1 (Avaliação do Perfil: 1ª etapa),
diagnosticou-se que a concentração de matéria orgânica no rio Classe III, quando
misturada com o efluente lançado pela usina é:
Comparando esse resultado com limite máximo permissível para a classe deste rio LMP
= 10mg/L), concluímos que a indústria está realmente poluindo o rio provocando
impactos ambientais negativos.
ETAPA 2:
? Emissões atmosféricas tais como CO, SO2 , CO 2 lançadas pela usina de álcool;
? Uso da energia;
? Aquecimento global;
? Acidificação;
? Toxicidade;
? Poluição do rio;
? Esgotamento de matérias-primas;
A legislação ambiental varia de acordo com o local onde está instalada a empresa. As
normas da série ISO 14000 não a substituem, na realidade a reforçam, ao exigirem o
cumprimento integral dessa legislação local para que possa ser concedida a certificação
da usina. É necessário conhecer a legislação ambiental vigente no local onde está
instalada a organização, para em seguida, definir a política, os objetivos e as metas
ambientais da usina de álcool.
? Reciclar água;
Plano de ação:
Requisitos Legais
Responsabilidade
Desempenho
Ambientais
Ambientais
Impactos
Critérios
Objetivo
(interno)
Aspectos
Prazo
Meta
Emissões Contaminação Obedecer aos Dependendo Tratar os Reduzir em 1 ano Engenheiros:
Líquidas do Rio limites da função da efluentes 20% a Químicos,
devido a máximos classe dos para poluição Mecânicos,
DBO e permissíveis meios atingir a do rio Produção;
vinhoto. para as receptores meta de usando Agrícolas;
emissões adequarem os redução. tratamento agrônomos
líquidas, como efluentes biológico etc.
DBO, DQO produzidos
e vazão.
ETAPA 3:
Documentação:
Treinamento:
Auditoria Interna :
Foi realizada na empresa (usina) uma auditoria interna (através de equipes próprias),
com a finalidade de:
ETAPA 4:
Avaliação Final:
O Plano de Ação do SGA proposto pode ser executado conforme a Política Ambiental
da empresa, já que as metas e os objetivos serão implementados visando obter, no
futuro, resultados ambientais positivos.
CONCLUSÕES
REFERENCIAS
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – ABNT ISO 14.000 - Sistemas da Gestão
Ambiental – Requisitos com orientações para uso. 2004. 24p.
BOUYSSOU, B. Building criteria: a prerequisite for MCDA. In: BANA E COSTA C.A. (Org.).
Readings in Multiple Criteria Decision Aid , 1990, p. 58-80.
FERRÃO, P.C. Introdução à Gestão Ambiental – a avaliação do ciclo de vidados produtos. IST
Press. Lisboa, Portugal 1998.
MAYSTRE, L. Y.; PICTET, J.; SIMOS, J. Méthodes multicritères ELECTRE. 1. ed. Lausanne:
Presses polytechniques et universitaires romandes, 1994.
VALLE, C. E. do. Qualidade ambiental: O desafio de ser competitivo. Editora Pioneira. São
Paulo, 1995.
64
ANEXO 1
- Estudos preliminares
O objetivo dessa primeira etapa é levantar todos os tratamentos possíveis e selecionar os mais
promissores para uma investigação mais detalhada. Uma grande quantidade de operações
unitárias pode ser usada no tratamento de despejos industriais (quadro em anexo). Muitas dessas
operações são usadas em estágios preliminares para eliminação e recuperação de material do
despejo. Mas os custos envolvidos em qualquer outro processo que a simples sedimentação ou a
oxidação biológica são geralmente muito elevados e proibitivos em países em desenvolvimento.
Algumas considerações preliminares podem ser feitas com base na concentração de sólidos em
suspensão e na matéria orgânica presente. A concentração e a biodegradabilidade da matéria
orgânica determinarão o tipo certo de tratamento biológico: geralmente aeróbio para DBO <
10.000 mg/l e anaeróbio para maiores concentrações.
b) quando a parte refratária polui, é indicado o tratamento físico e/ou químico, por ex.
coagulação/decantação, oxidação química. Dentro dessa alternativa, cabe ainda considerar:
- Estudos finais
No caso de se lidar com despejos novos, sobre os quais não se conhecem dados, estudos de
laboratório deverão ser conduzidos para avaliar a aplicabilidade da alternativa escolhida.
Exemplos de análise:
1. Fecularia de mandioca
pH = 5,0; SS = 1200; SDV = 1800; DQO = 2150; DBO = 1500.
Análise:
- DBO/DQO = 0,7 > 0,5: a maior parte da matéria orgânica é biodegradável.
- Tratamento: biológico convencional.
2. Café solúvel
pH = 4,25; ST = 15821; SV = 15012; SSV = 14537; SDV = 1284; DBO = 7540; DQO = 17810.
Análise:
- DBO/DQO = 0,423 < 0,5: a matéria orgânica refratária predomina.
ST˜SV : os sólidos estão na forma orgânica
SSV/SV = 0,97 ou seja SSV/SV > 0,8: a matéria orgânica está em suspensão.
- Tratamento: se não houver problema com a parcela refratária, a decantação simples seguida de
tratamento biológico convencional poderá ser empregada.
66
Conceitos Importantes
Um corpo d’água doce significa um rio, um lago, ou mesmo um conjunto de águas subterrâneas.
Num corpo d’água coexistem bactérias e matéria orgânica de todas as naturezas. Uma bactéria se
alimenta de matéria orgânica, isto é, seu alimento se baseia em substâncias que contêm carbono e
hidrogênio.
A digestão completa dessa matéria orgânica se faz no organismo da bactéria, através de uma
reação bioquímica que necessita de um elemento fundamental para ser realizada: o oxigênio.
Quando é fornecido como alimento à uma bactéria uma quantidade de matéria orgânica, ela
precisará de uma determinada quantidade de oxigênio para que seu organismo transforme a
matéria orgânica em outra substância (no caso, mineralize a matéria orgânica).
Um rio ou um lago é sempre rico em matéria orgânica (alimento) e bactérias. Para que as
bactérias sobrevivam e se multipliquem é necessário haver alimento (matéria orgânica) e
oxigênio. Se houver muitos alimentos, as bactérias se multiplicarão em demasia e disputarão
entre si todo o oxigênio disponível; dessa forma, o oxigênio tende a acabar e as bactérias a
morrerem, transformando-se em mais alimento disponível (afinal elas são matérias orgânicas
também). Acabado o oxigênio, as águas do rio ou do lago serão incapazes de sustentar a vida
aeróbia (isto é, a vida de todos os organismos que habitam as águas e necessitam oxigênio para
viver). Dessa forma, tem sempre que haver um limite de matéria orgânica que pode ser lançada
a um rio ou a um lago, para que o oxigênio existente não desapareça e com isso o rio ou lago
"morram".
Um esgoto a céu aberto que deságua em um rio é uma fonte enorme de matéria orgânica, diz-se,
assim, que a DBO desse esgoto é alta ou, que quer dizer, as águas do esgoto irão exigir um alto
consumo de oxigênio do rio, exatamente por serem ricas em matéria orgânica.
O tratamento de esgotos nada mais é que uma forma de reduzir essa DBO, antes que o esgoto
atinja o rio (ou o lago), para preservar seu oxigênio e também, em alguns casos, eliminar
matérias orgânicas vivas transmissoras de doenças para o homem.
67
Alguns exemplos de DBO: as águas servidas de uma refinaria de açúcar chegam a ter DBO de
6.000 miligramas por litro, o que significa que a cada litro dessas águas despejado num rio farão
com que 6.000 mg ou seja, 6g do oxigênio dissolvido na água do rio desapareçam. Nos esgotos
não tratados (esgotos domésticos), cada pessoa é responsável (em média) pelo desaparecimento
de 54 gramas diárias de oxigênio existentes nas águas do rio (ou lago) onde esse esgoto é
despejado(GPCA, 2009 - http://www.gpca.com.br/Gil/art46.htm).
pH
O pH, potencial hidrogeniônico ou potencial hidrogênio iônico, é um índice que indica a acidez,
neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer. Os processos de oxidação biológica tendem
a reduzir o pH. A escala do pH pode variar de 0 até 14, sendo que quanto menor o índice do pH
de uma substância, mais ácida esta substância será, veja o pH de algumas substâncias:
Sólidos Totais - ST
São os sólidos orgânicos e inorgânicos; suspensos e dissolvidos; sedimentáveis.
Sólidos Sedimentáveis - SD
Fração dos sólidos orgânicos e inor gânicos que sedimenta em 1 hora no cone Imhoff. (É um
teste que simula a sedimentação em um taque de decantação).
RESPOSTA DO PRE-TESTE
A seguir são apresentadas as respostas dadas pelo professor responsável pelo módulo.
Confira agora suas respostas coma a dele e faça uma auto-avaliação.
Solução:
Solução:
É uma organização não governamental que foi fundada em 1947 e sediada em Genebra
na Suíça. É o fórum internacional de normalização, harmonizando as diversas agências
nacionais, em que mais de 100 membros representantes vários países. O Brasil é
representado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Solução:
Solução:
Solução:
- Vantagem competitiva;
- Melhoria da imagem perante os clientes e a sociedade;
- Contribuição com a redução de impactos ambientais negativos, como redução do
aquecimento global e redução da toxicidade de corpos receptores; etc