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O SOFRIMENTO AMOROSO DO HOMEM - VOLUME I

Como Lidar com Mulheres


Apontamentos sobre um perfil comportamental feminino nas
relações amorosas com o homem
Por N essaha n Alita em mar ço de 2005

Dados para citação:

ALITA, Nessahan (2005). O Sofrimento Amoroso do Homem: Como Lidar com Mulheres (Apontamentos
sobre um perfil comportamental feminino nas relações amorosas com o homem). Terceira edição virtual
independente.

Palavras-chave:

artimanhas manipulatórias femininas - defesa emocional - sofrimento amoroso - paixão - masculinidade

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A TENÇÃO !
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Respeite o direito autoral.

Advertência
Es ta obra deve ser lida sob a perspectiva do humor e da
solidariedade, jamais da revolta.
Es te livro ensina aos homens a arte da desarticular e
neutralizar as artimanhas femininas no amor e como preservar-se
contra os danos emocionais da paixão, não podendo ser evocado
como incentivo ou respaldo a nenhuma forma de agressão. Seu tom
crítico, direto, irônico e incisivo reflete somente o apontamen to de
falhas, erros e artimanhas, não significando respaldo a quaisquer
ten tativas de causar prejuízos aos seres humanos. Uma coisa é
desarticular os atos das mulheres que nos agridem no amor e criticá-
las nesse campo. Outra coisa totalmente diferente é causar-l hes
prejuízos.
Es ta obra não apoia a formação de nenhuma seita religiosa. As
artimanhas aqui denunciadas, desmascaradas e descritas
correspondem a expressões femininas, inconscientes em grande
parte, de traços comportamentais comuns a ambos os gêneros. O
perfil delineado corresponde a um tipo específico de mulher: aquela
que é regida pelo egoísmo sentimental. O autor não se pronuncia a
respeito do percentual de incidência deste perfil na população
feminina dos diversos países.
O autor também não se responsabiliza por más interpretações,
leituras te ndenciosas, generalizações indevidas ou distorções
intencionais que possam ser feitas sob quaisquer alegações e nem
tampouco por más utilizações deste conhecimento. Aqueles que
distorcerem- no ou utilizarem -no indevidamente, terão que responder
sozinhos por seus atos.

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C OMO L IDAR COM M ULHERES
A PO NTAMENTOS SOBRE UM PERFIL COMPORTA MENTAL FEMI NINO
NAS RELAÇÕES AMOROSAS COM O HOMEM

Por Nessahan Alit a em março de 2005

" 'Dá -m e tu a p e qu ena v er da de , mu l h er! ' - eu


d i s s e . E a p e q u e n a v e l h a m u l h e r fa l o u a s s i m :
' F r e q ü e n t a s a s m u l h e r e s? N ã o t e e s q u e ç a s d o
a ç o i t e ! ' A s s i m fa l a v a Z a r a t u st r a . " ( N i e t z s c h e )

“ Eu t or n e i a v o lta r -m e e d e t er mi n e i e m m eu
c o r a ç ã o sa b e r , e i n q u i r i r , e b u s c a r a sa b e d o r i a
e a ra zã o, e co n h ecer a l ou cu ra da i mp ieda d e e
a d o i d i c e d o s d e s v a r i o s. E e u a c h e i u m a c o i sa
ma i s a ma r ga d o qu e a m o rt e: a mu l he r cu j o
c o r a ç ã o sã o r e d e s e l a ç o s e c u j a s m ã o s sã o
atadu ra s; qu em fo r b o m d ia nt e d e D eu s
e sca pa rá d e la , ma s o pe ca d or virá a se r pr e so
p o r e l a " ( E c l e s i a st e s , 7 : 2 5 -2 6 )

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Índi c e

In tr oduçã o
1. Car a ct er í st i ca s do fa l sa m en t e cha m a do "sexo fr á gi l "
2. As et a pa s do tr a ba lh o de en ca n t am en t o de m ul her es r efr a t ár ia s e arr edi a s
3. Cui dados a t om a r quan do l i dam os c om m ulh er es esper t i nha s que t en ta m tr a pa cea r n o
a m or
4. Com o s obr evi ver n o di fí ci l j og o da s for ça s m a gn ét i ca s da seduçã o que en vol vem
fêm ea s t r a pa cei ra s
5. Sobr e o des e j o da m ulh er
6. As t or t ur a s psi col ógi ca s
7. A ult ra pa ssa gem da s defesa s em oci on a i s
8. Por que nã o de vem os di s cut i r e n em pol em i z ar
9. Sobr e a i m possi bi l i da de de dom i n ar o "sexo fr á gi l "
10. A al t ernân ci a
11. Por que el a s n os obs er va m
12. Com o l i dar com m ulh er es que fogem
13. A im possi bi l i da de de n egoci a çã o
14. Por que é n eces sá r i o ocul t a r n oss os s en t i m ent os e n ossa c on dut a
15. O mi ser á vel sen t i m ent o da pa i xã o
16. Os t est es
17. O cír cul o s oci a l est úpi d o
18. Por que é i m por t ant e ser m os h om en s deci di dos
19. Com o dest r oça r os j ogui nh os em oci on a i s
20. Sobr e o t i po de s egur an ça busca da
21. As m ent ir a s in er en t es
22. A in fi del i da de in er ent e
23. A in fan t i li da de in er en t e
24. Obser va n do-a s c om r ea l i sm o
25. Apr i si on an do-a s a n ós pel os sen t i m en t os
26. A il usã o do a m or
27. Com o ser fa s ci n an t e
28. Ao t el e fon e
29. An exos
Con cl usõe s
Re fer ên ci a s bi bl i ogr á fi ca s/ E pí gr a fes/ Fi l m es m en ci on a dos/ Suge st ões bi bl i ogr á fi ca s

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Int rodução

Nest e t rabalho ret rat arei o lado negat ivo, a face obscura, dest ruidora
e fat al do fe minino, a qual infeliz ment e corresponde nos decadent es dias
at uais à uma boa part e das mulheres exist ent es. Não abordarei seu lado
d ivino e celest ial, o qual é igualment e verdadeiro, mas apenas o aspect o
in fer nal e mo nst ruoso, o qual deve ser vencido para que a mulher no s
ent regue vo lunt ar iament e as chaves do paraíso. Por uma quest ão de foco ,
apenas um lado, o lado sinist ro, est ará sendo cr it icado.

Aquele que abr ir est e livro deve t er sempre em co nt a o fat o de que


est o u descrevendo um t ipo específico de mu lher – a t rapaceira amorosa
espert inha – e de que as car act er íst icas apont adas são, na maior ia das vezes,
inco nscient es. Os indício s dest a inco nsciênc ia são as fort es reações
femin inas de resist ência co nt ra todas as t ent at ivas de co municar-lhes est a
realidad e: indignação, surpresa, fúr ia ou a negação sumár ia. Não est ou me
o cupando nest e livro com as mulheres sinceras e t udo o que explico, det alho
e descrevo não passa de uma de uma grande hipót ese e nada mais. Não se
t rat a de uma verdade abso lut a e imut ável que não possa ser quest io nada o u
da qual seja pro ibido duvidar. Descrevo aqui a for ma feminina assumida po r
caract er íst icas humanas pert inent es a ambos os sexos. Se não me ocupo co m
a fo r ma masculina assu mida por t ais caract er íst icas em sua manifest ação, é
simp lesment e por não ser a met a dest e livro e t ambém porque já foram
escr it o s muit íssimos livros a respeit o. Espero não t er que repet ir isso um
milhão de vezes. Já est ou cansado de t ant o reforçar est es pont os.

A habilidade em lidar co m o lado obscuro das mulheres consist e na


assimilação de um conjunt o de conheciment os que quase chegam a
co nst it uir uma ciência. Discordo dos pensadores que as consideraram
inco mpreensíve is.

As mulher es são seres delicio sament e t erríve is, de dupla face, que
no s alivia m as dores e, ao mesmo t empo, nos fazem so fr er t errivelment e.

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At o rment am- nos, co m seus jogos co nt radit órios e incoerências, nos levando
à lo ucura. Quando as vencemos, elas nos present eia m co m os segredo s
mar avilho sos e delícias que reser vam aos eleit os. Não são inerent ement e
más, são apenas humanas, co mo nós.

Co mo t enho vist o muit os ho mens so fr erem nas mãos dessas delic iosas
cr iat uras, reso lvi co mpart ilhar o conheciment o que adquir i em duras
exper iências.

Quando eu era jo vem, não ent endia porque cert os filóso fos e
escr it o res dizia m que necessit ávamos nos desapegar das mu lheres. Os
co nsid erava injust os e discordava. Ho je os ent endo per feit ament e e
co nco rdo com boa part e do que disseram Niet zsche, Schopenhauer, Kant ,
E lip has Lévi e out ros sábios. As advert ências da Igreja na Idade Média, do
Alco rão, da Bíblia e de out ros livros sagrados a respeit o desses ser es
simu lt aneament e maravilho sos e malvados não são grat uit as.

O jogo da paixão é uma bat alha de sent iment os em que a mulher t ent a
incansavelment e vencer usando como ar mas as carências afet ivas e sexuais
do ho mem. A int enção é conquist ar o nosso coração para dispor, dest e
mo do , da subser viência que se or igina do est ado de apaixonament o.

Os pr incípios que apont o se aplicam de for ma geral às relações de


gênero est áveis: à co nquist a, ao namoro e ao casament o, ent re out ras
"mo dalidades" (e, port ant o, dest inam-se so ment e a adult os). As infor maçõ es
fo ram o bt idas junt o às obras de aut ores respe it áveis e pelo cont at o,
o bser vação e exper iência pessoal. Nada posso afir mar a respeit o do que não
pert encer ao cont ext o exper ienciado por mim po is obvia ment e não conheço
to das as mulher es da Terra. De maneira alguma nego que o super ior e o
in fer io r coexist am e que haja um aspect o maravilho so, sublime e divino nas
mu lheres. Ent ret ant o, suspeit o que não sejam muit as, nesses t empo s
decad ent es, aquelas que buscam se fusio nar co m sua part e posit iva e

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super io r. Est a porção parece t er sido banida para o inconscient e 1. Muit as
parecem ident ificar-se co m seu lado sinist ro, com a face t enebro sa
clarament e apont ada nas mit o logias e fo i isso o que me chamo u a at enção .
Po demos dizer que a culpa po r nosso sofr iment o é so ment e nossa e a culp a
po r elas serem assim é so ment e delas. Poder iam exist ir out ros caminhos se
fô ssemos difer ent es... Infelizment e a humanidade prefere o mal. Nossa
parcela de respo nsabilidade por sofrer mo s nas mãos delas consist e na
debilidade de nos ent regar mos ao desenfr eio de nossas paixões anima lescas
e ao sent iment alismo. Port anto, não t emos e nem devemos t er nada cont ra as
mu lheres mas sim cont ra nós mesmos: co nt ra nossa ingenuidade e
ig no rância em não enxergar mo s a realidade e em nos iludir mo s.

Bas icament e, me empenhei em descrever as est rat égias femininas para


lud ibr iar o ho mem no campo amoroso, acorrent ando-o, os erros que
no r malment e co met emos e as for mas de nos defender mo s emo cio nalment e
(no s casos em que a defesa for legít ima e just ificada). Espero não t er
cho cado o leit or por t er, como Maquiavel, t rat ado apenas das co isas reais e
não das co isas ideais. A realidade do que nor malment e ent endemos po r
amo r não é t ão bela e cost uma difer ir do que gost aríamos que fosse.

As int enções ao elaborar est e t rabalho foram: 1) fornecer um mo delo


que t ornasse co mpreensíve l o aparent ement e cont radit ór io comport ament o
femin ino ; 2) fornecer um conjunt o de conheciment os que per mit issem ao s
ho mens se prot egerem da agr essão emociona l e, port ant o, que t ivessem o
efeit o de minimizar os conflit os de gênero 2; 3) desart icular t rapaças,
art imanhas e espert ezas no amor 3. Não fo i a minha int enção simplesment e
“fa lar mal” dest e ou daquele gênero. Não maldigo as mulheres: julgo e
repro vo suas atitudes negativas no campo amoroso por saber que, na
guerra do amor, a piedade não parece exist ir, infe lizment e. Quant o ao seu

1
No ca mp o e s t r i ta me n t e a mor os o, ob vi a me n t e .
2
A d i mi n u i ç ã o d e con fl i t os i n tr a -p e s s oa i s r e p e r cu r te n a d i min u i ç ã o d os con fl i t os i n t e r -p e s s oa i s
d e gê n e r o, o q u e , p or s u a ve z, con t r i b u i rá p ar a en fr a q u e ce r o co mp or t a me n t o vi ol e n t o e n t r e
ca s a i s .

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lado posit ivo, não será t rat ado nest e livro, apesar de exist ir e ser muit o
impo rt ant e, simp les ment e porque desviar ia o foco de nosso int eresse. Não
as cr iei, apenas as descr evo como me parecem, sem máscaras ou evasivas. O
co mp lexo e confuso mundo feminino precisa ser abordado de for ma cru a,
d iret a, realist a e objet iva para ser co mpreendido. Ent ret anto, que o leit or se
lembr e que est e é apenas um pont o de vist a pessoal a mais e nada além
d isso . Não se t rat a de uma verdade acabada, inquest ionável ou da qual não
se po ssa duvidar. As diversas discussões sucit adas pelas edições ant er iores
per mit ir am grande avanço e apont aram caminhos para apro fundament o. As
cr ít icas são sempre bem vindas.

Não há nest e livro argu ment os em favor do sent iment alismo negat ivo .
Argu ment amos co nt ra a paixão.

Espero não ser confundido co m um simples machist a ext remist a e


do g mát ico 4. També m não recomendo o ressent iment o, a promiscuidade ou a
po lig amia. O ho mem de verdade não necessit a t rair, não necessit a de vár ias
po is é capaz de co nquist ar uma mulher que o complet e, de arrancar-lhe t udo
o que necessit a para ser fie l. Os pro míscuos me parecem fr acos, incapazes
de suport ar os t or ment os de uma só esposa sem recorrer a outras amant es
co mo mulet as. Se você necessit a de vár ias amant es, ist o pode est ar
ind icando que é incapaz de arrancar a sat is fação de uma só. O macho
super io r t ransfor ma sua co mpanheira e m esposa, amant e e namorada ao
mesmo t empo, não lhe dando outra saída a não ser t ornar-se uma super-
mu lher, sincer a, co mplet a e per feit a ou decidir-se pelo fim da relação.

3
O q u e s i gn i fi ca q u e s ome n t e a s mul h e r es q u e s e e n ca i x a m n o p e r fi l aq u i d e s cr i t o te r ia m
a l gu ma r a zã o p a r a s e s e nt i re m a l ud i d as .
4
Os ma ch i s t as e s cl ar e ci d os s ã o t ot a l me n t e d i fe r e nt e s d os ma ch i s t a s d ogmá t i c os . F or a m e s t e s
ú l t i mos r es p on s á ve i s p or vá r i a s d i st or ç õ e s de me u s t e xt os . Ao s e d e p a r ar e m com mi n h a
l i n gu a ge m d i ve r t i d a e ir ô n i ca , cu j a ú ni ca i n te n ç ã o e r a a li vi a r a d es cr i ç ã o d e u ma r e al i d ad e
d ol or os a , mi n i mi za n d o o i mp a ct o d e s u a tr a gi ci d a d e , a cr e d i ta r a m el e s t er en con t r a d o u m
e s cr i t or q u e r e s pa l d as s e s u a s vi s õ e s a b s u r da s e tr a u má ti ca s . Um ma ch i s ta mi s ó gi n o e u ma
fe mi n i s t a a n d r ofó b i ca -mi s â n d r i ca s ã o, n o fu n d o, i d ê n ti cos e ca e m n os me s mos e r r os : p r a t i ca m a
i n t ol e r â n ci a i n te l e ct u al e d e gê n e r o, al é m de a d ot a r e m u ma p os t u r a u ni l at e r al , fi x a e a cr í ti ca .
Nu n ca e s cr e vi p a r a es s a s p e ss oa s .

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Est e não é um manual de sedução, mas sim uma r eflexão filo só fica
so bre a convivência e o poder do homem (adult o) sobre si mesmo. É u m
ensa io bem humorado, mas que às vezes dá asas ao desabafo, sobr e o
co mpo rt ament o feminino e sobre o auto-poder masculino. Se em algu ns
mo ment os forneço infor mações est rat égicas sobre a co nquist a, o faço
simp lesment e para ajudar aqueles que so frem dificuldades para obt er o u
mant er uma co mpanhe ir a adequada, já que elas muit as vezes possuem u m
sist ema de va lores invert ido que as leva a prefer ir os piores ho mens, fat o
que as prejudica.

E m últ ima inst ância, so fremo s por nossa própr ia culpa e não po r
cu lpa delas. O que nos enfraquece, dest rói, subjuga e aniquila são os nosso s
pró prio s desejo s e sent iment os. A mulher simp lesment e os aproveit a
ut ilizando-os como ferrament as para nos at ingir. Logo, a solução é
co mbat er mos a nós mes mos, “disso lvendo-nos” psiquicament e por meio d a
mo rt e dos egos, ao invés de t ent ar mos forçá-las a se enquadrarem no s
padrõ es que deseja mos. Sou radicalment e cont rár io a toda e qualquer for ma
de manipulação ment al do próximo. Ao invés de manipular o out ro, é
melho r aprender mos a manipular a nós mes mos.

As pessoas de ambo s o s sexos se co mport am de for ma mecânica e


co nd icio nada, sendo muit o raras aquelas capazes de se rebelar em cont ra si
mesmas a pont o de escapar em dos padrões animais de condut a. Port anto ,
não parecem ser muit as as mulheres da Terra que de mo nst ram se afast ar
bast ant e do perfil co mport ament al aqui apo nt ado, infeliz ment e.

As idéias aqui desenvo lvidas NÃO SE APLICAM a out ras inst âncias
que não sejam a das relações amorosas ent re ho mens e mulher es
het ero ssexuais adult os. Est ão em per manent e const rução, sofrendo reajust es
e mo d ificações confor me as discussões evo luem e os fat os nos revela m
no vas verdades 5. Não são um simp les conjunt o de conclusões indut ivas

5
E p od e me s mo s e d ar o ca s o d e u m d i a a h i p ót e s e i nt e i r a s e r a b a n d on a d a s e a r ea l i da d e a s s i m o
e x i gi r .

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(generalizações a part ir de a lguns casos part icular es). Prefer i opt ar pela via
da dedução, t ecendo conclusões provisór ias a part ir de inferências po r
premissas socialment e aceit as, validáveis pela exper iência co mum, o u
defend idas por autores que sempr e admirei e que influenciar am fort ement e
minha visão de mundo. Não são hipót eses c ient íficas mas sim hipót eses de
u m t ipo mais filosó fico e de inspiração espir it ualist a e relig iosa. Os
co nceit os adot ados na elaboração do modelo e das co nclusões, sempr e
pro visó r ios, foram e co nt inuar ão sendo elaborados a post eriori (pó s-
co nceit os) e não a priori (pré-conceit os). Lembre-se de que os preco nceit o s
não são mais do que pré-conceit os prejudicia is, host is, fixo s e imut áveis. O
preco nceit o se dist ingue t ot alment e da cr ít ica. Est a visa apo nt ar e denunciar
erro s e aquele visa prejudicar.

O leit or deve t er em co nt a que não sou adept o do racio nalis mo e que,


quando cr it ico a racionalidade feminina, o faço desde o pont o de vist a de
quem co nsidera a int eligência emocio nal e a int uição super iores ao int elect o
racio nal linear e fr io, t ipicament e masculino s.

Est e livro é dest inado so ment e a pessoas maduras que mant enham o u
quer iam mant er relações est áveis (e, port anto, a pessoas adult as). Dest ina-
se ap enas às pessoas que pensam por si mesmas. Se você é daqueles que
andam buscando líderes que lhes digam o que fazer, mest res que reunem
grupo s de fanát icos, est rat ég ias para manipular o próximo et c. jogue est e
livro no lixo porque a mensag em não é para você.

Est a obra NÃO SUGERE manipulação de crenças mas sim mudanças


co mpo rt ament ais reais ( não simuladas) no ho mem que t enham o efeit o de
alt erar as cr enças e opiniões da mulher a seu respeit o. A mudança no
co mpo rt ament o se origina de mudanças int er iores, na alma, e seu efeit o
esper ado é o de diminuir a inc idência de sent iment os negat ivos e de
co nflit os amorosos ent re ambos os sexos, at ravés de uma mudança na
po st ura masculina. É est e livro, port anto, totalment e vo lt ado para o est ado
int er io r do ho mem e assim precisa ser lido.

10

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1. Caracterí sticas do falsament e chamado “sexo frági l” 6

1. Co mparam- se umas co m as out ras.

2. São alt ament e co mpet it ivas.

3. Lut am para conquist ar o ho me m de uma mulher linda.

4. São nat uralment e adapt adas à espera.

5. Det est am ho mens débeis e fracassados.

6. Se dão bem apenas co m ho mens que ignoram suas flut uações de


humor e seguem seu r it mo.

7. Nunca de ixam o ho mem co ncluir se são sant as ou “vadias” 7 para


que ele não arranje out ra.

8. Inst rument alizam o ciúme masculino.

9. Se aut o-afir mam por meio do sofr iment o masculino que se


origina do desejo ou do amor (se culminar em suicídio, nenhuma
piedade será sent ida).

10. Não amam em simples ret r ibuição ao fat o de serem amadas mas
sempre por algum int eresse.

11. Gost am de nos confundir co m t ort uras ment ais 8.

6
O e x p os t o a q u i n ã o s e a p li ca a t od a s a s mu l h er e s d a Te r r a a o l on g o d e t od a a hi s tó r i a p a ss a d a,
p r e s e nt e e fu t u r a d a h u ma n i d a de ma s a p e n as às e sp e r ti n h as q u e gos t a m d e t ra p a ce a r n o a mor .
S u s p e i t o q u e a s e s p er ti n h a s s ej a m ma i or i a n os d i a s at u a i s ma s n ã o e s t ou ce r t o d i s s o p oi s n un ca
t i ve a ch a n ce d e ob s e r va r t od a s a s fê me a s d o h o mo sa p i en s q u e r es p i ra m a tu a l me n te s ob r e o
n os s o a fl i t o p l a n e t a.
7
A p a l a vr a é aq u i e mp r e ga d a a pe n a s n o s e n ti d o d e u ma p e s s oa d e s ocu p a d a e oci os a , t al com o a
d e fi n e m os d i ci on á r i os Au r é l i o ( F ERRE IR A, 1 9 9 5 ) e M i ch a el i s ( 1 9 9 5) , e nã o e m q u a l q ue r ou t r o
s e n t i d o. Pa r a mi m, t od a p e s s oa q u e b ri n ca com os s e n t i me nt os a l h ei os é u ma p e s s oa va d i a ,
i n d e p e n d en t e me n te d o s e x o e d o n ú me r o d e p a r ce ir os s e x u ai s . E o q u e ma i s p od e r i a s e r a l gu é m
q u e b ri n ca com a s i n ce r i d a d e d os ou t r os s e n ã o d e s ocu p a d o p or n ã o t e r a l go ma i s i mp or t a n te a
fa ze r ? Aq u i , a p al a vr a t e m u m e mp r e go ma i s ou me n os p r ó x i mo a o d a p al a vr a "me ge r a ".
8
Es s a s t or t u ra s me nt a is s ã o a s i mp er t in ê n ci a s d o a ni mu s fe mi n i n o s ob r e a a ni ma ma s cu l i n a.
S e gu n d o J u n g ( 1 9 9 6 ) e S a n for d ( 1 9 8 6) , o a n i mu s fe mi ni n o t e m u m p od e r os o e fe i t o d e a fe t a r a

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12. Sofist icar am a t ort ura ment al co mo for ma de co mpensar a
fragilidade fís ica.

13. São emocionalment e muit o mais fort es do que os ho mens 9.

14. Se ent regam apenas àqueles que as t rat am bem mas não se
apaixo nam.

15. Enjoam dos ho mens que abando nam t ot alment e os r it uais de


encant ament o (bilhet inho s, poemas, filmes, present inho s,
chocolat es...) ou que os realizam em demas ia.

16. Tent am nos induzir a correr at rás delas para t erem o prazer de
nos repudiar.

17. Sent em-se at raent es quando conseguem reje it ar um ho mem.

18. S imula m desint eresse por sexo para at ivar o desejo masculino.

19. Necessit am sempre sent ir que est ão enganando ou manipulando .

20. Quant o menos co nseguem nos manipu lar e enganar, ma is t ent am


fazê- lo.

21. Desist em dos jogos de engano e manipulação quando as


ludibr ia mo s habilment e, deixando-as supor que realment e o est ão
conseguindo.

22. S imula m fragilidade para at ivar o inst int o prot etor masculino.

23. Jogam co m o nosso medo de ent rist ecê- las e desagr adá-las.

24. São pacient es.

a n i ma ma s cu l i n a, pr ov o ca n d o n o h ome m s e n t i me nt os n e ga t i vos q u e , e m al gu n s ca s os , p od e m
l e vá -l o à r u í n a . Da í a i mp or t â n ci a d o h ome m a s s i mi la r e in t e gr a r s u a a n i ma. A a n i ma é a p a rt e
fe mi n i n a ( e mot i va ) d o p s iq u i s mo d o h ome m e o a n i mu s a pa r te ma s cu l i na (l ogó i ca ) d o
p s i q u is mo d a mu l h e r ( J UNG, 1 9 9 5 e J UNG, 1 9 9 6 ).

12

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25. Test am e obser va m reações.

26. São irresist ivelment e at raídas por homens que lhes pareçam
dest acados, melhores do que os out ros e, ao mesmo t empo ,
desint eressados.

27. Co mport am- se co mo se sempre fossem dese jadas.

28. Ama m e se ent regam t ot alment e aos cafajest es exper ient es 10.

29. Desejam um ho mem na mesma proporção em que out ras mulheres


o desejam.

30. Prefere m aqueles que se apro ximam fingindo não t er int eresse.

31. Querem que o ho mem esconda seu desejo sexual at é o mo ment o


da ent rega.

32. S imula m indiferença para suger ir que est ão int eressadas em


out ro.

33. Têm verdadeira loucura por ho mens que co mpreendam seu


mundo. Chama m- no de “diferent e”.

34. Tornam- se inacessíve is após a conquist a par a que o ho mem


preser ve o sent iment o que geraram 11.

35. Sempre t ent am descobr ir o que sent imos nas vár ias sit uações.

36. Cost umam “amarrar” o ho mem, repudiando-o e evit ando-o.

9
E, p or t an t o, n ã o s ã o i n fe ri or e s com o s u p õ e m os ma ch i s t a s d o gmá t i c os r a d i ca i s, ma s
s i mp l e s me nt e di fe r e n te s .
10
In fe l i zme n t e . Ne s sa h a n Al i ta n ã o gos t a d i s s o ma s n a d a p od e fa ze r a n ã o s e r d e n u n ci ar p ar a o
b e m d e t od os .
11
Es t a ca r a ct e r í st i ca é e x a us t i va me n t e t ra t a da p or F ra n ce s co Al b e r on i ( 1 9 8 6 / s e m d a t a) . Gr a n d e
p a r t e d a s ca r a ct e r í st i ca s qu e a p on t a da s n es t e ca p í t ul o s ã o n a ve r d a d e a p e n as a mp li a ç õ es e
i mp l i ca ç õ e s ob r i ga t ó r i a s d e s u a t e or i a d a con t i n u i d a d e . P a ra Al b e r on i , a mu l h er b us ca
i n ce s s a n t e me nt e a con t i n u i d a d e d o i n t er e ss e ma s cu l i n o, i st o é , se r i n i nt e rr u p ta me n t e a ma d a e
d e s e j a da . As s i m, o e r ot i s mo fe mi n i n o s e r i a con t í n u o, e n q u a n t o o e r ot i s mo ma s cu l i n o s e r ia

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37. Teme m o ódio masculino real, sem mescla alguma de afeição 12.

38. Afast am- se par a ver ificar se ir emos at rás ou não.

39. Const ant ement e obser vam e avalia m se, co mo e quant o


necess it amo s delas emo cio nalment e.

40. Incit am perseguições at raindo e em seguida repudiando.

41. Nos tort uram ment alment e dando e desfazendo esperanças de


sexo.

42. Negam- nos a sat isfação sexual plena para acender o nosso
dese jo.

43. Nunca per mit em que saibamos se fogem porque querem ser
deixadas em paz ou porque querem ser perseguidas.

44. I mpressio nam- se co m ho mens decididos que não t emem t omar


at it udes enérgicas e as surpreendem.

45. Levam os t ontos que as per seguem para onde querem.

46. Fogem e resist em par a evit ar que sua ent rega provoque o
desint eresse do “perseguidor”.

47. São irresist ivelment e at raídas por aqueles que provocam


emoções fort es.

d e s con t í n u o, j á q u e o h ome m p e r d e t e mp or a ri a me n t e o i n te r e ss e p el a mu l h e r a p ó s o a t o s e x u al .
A d e s c on t i n u i d a d e d o ma s cu l i n o t e r ia o e fe i t o d e fe ri r a mu l he r n os s e n ti me n t os .
12
E o fa ze m c o m r a zã o p oi s a p e r d a d o con t r ol e e mo ci o n a l p or p a r te d o h ome m o t r a n s for ma e m
u m mon s t r o s u i ci d a . Daí a i mp or t â n ci a d as l e i s q u e d e fe n d a m a i nt e gr i d a d e fí s i ca d a mu l h er .
Es t a mos ca r e n t e s, p or é m, de le i s q u e p r ot e j a m a i n t e gr i d a de e moci on a l d os h ome n s . Os ca s os d e
h ome n s ca s a d os ou s e p a r a d os q u e se q u e st r a m e a ss a s si n a m s ua s es p os a e fil h os , s ui ci d a n d o-s e
e m s e gu i d a , ou d e j ove n s s ol t e ir os q u e mat a m vá r i os col e ga s d e e s col a ( n os p e r i gos os s u r t os d a
“ b a t t er e d ma n s yn d r ome ” ) a p on t a m p a r a es s a n e ce s s i d ad e ur ge n t e . S e n ad a for fe i t o, e s se s ca s os
i r ã o s e i n te n s i fi ca r p er i gos a me n t e . O ma l i n s is t e e s e mp r e s e fa z n ot a r a t é q u e s e j a e n ca r a d o
fr on t a l me n t e .

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48. Assediam aqueles que marcam sua imaginação como diferent e e
especial e, ao mesmo t empo, deixe ent rever que est á
desint eressado.

49. Concluem que precisamos delas quando as procuramos e


perseguimo s.

50. Sent em-se seguras de seu poder de sedução quando são


assediadas 13.

51. Têm necessidade de levant ar a aut o-est ima assediando ou


depreciando o homem que as reje it a.

52. Sempre acham que est ão sendo dese jadas quando um ho mem as
obser va det idament e ou toma a iniciat iva do cont ato.

53. São fís ica e psiquicament e lent as: demoram para serem
encant adas, para t erem o orgasmo, para tomar em decisões, para
sent irem falt a de sexo, suport am esperar mu it o t empo, são
pacient es et c.

54. Não se co mpadecem por nosso so fr iment o emocio nal.

55. Não se co mpadecem pelo so fr iment o masculino ocasio nado pela


insat isfação sexual (consideram "frescura" ou "sem-
vergonhice").

56. Uma vez relacio nadas co m um ho mem, ficam at rás dele so ment e
se ele resist ir ma is do que elas, evit ando buscar cont ato e sexo.

57. Tornam- se emo cio nalment e dependent es de ho mens prot etores,


seguros, decididos e que, ao mesmo t empo, não dependem de las
emocio nalment e.

13
Ei s u m d os mot i v os p e l o q u a i s r e pr ov o t ot a l me n t e a c on d u t a ma s cu l i n a as s e di a d or a . O
a s s e d ia d or s e mp r e ob t é m r e su l ta d os op os t os a os a l me j a d os .

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58. Concebem o ho mem ideal co mo seguro, fort e, dist ant e, decid ido
e calmo.

59. Sonham em convert er os cafajest es porque sua co nversão ser ia


uma prova inequ ívoca de amor.

60. S imula m desint eresse para não serem despr ezadas co mo "fáceis".

61. São atraídas pelo macho "diferent e" que seja super ior aos out ro s
em vár ios sent idos, pr incipalment e na possibilidade de oferecer
segurança.

62. Cult ivam no ho mem a dependência.

63. Obser vam e t est am cont inuament e os nossos sent iment os at é o


limit e de ro mper a relação.

64. Inst rument alizam nossos erros em seu favor.

65. Jogam a culpa dos erros delas em nós.

66. Sempre possue m uma desculpa para as fa lhas.

67. Dobram e manipu lam o ho mem quebrando sua resist ência at ravés
da fragilidade.

68. Nos submet em e manipula m sem per cebermos.

69. Sempre dão abert ura para que outros a cort ejem e nunca
admit em.

70. Juram fidelidade de sent iment o mas sempre se co nt radizem co m


at it udes suspeit as e “sem int enção”.

71. Não t êm medo de jogar at é o limit e porque consideram que, se o


cara ro mper a relação, a rupt ura acont eceu porque ele já não
prest ava mesmo.

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72. São afet adas pela nossa perda apenas depois que ela realment e se
efet iva.

73. Jogam co m ambigüidades e evit am assumir as conseqüências.

74. São incapazes de visualizar a dor da insat isfação afet ivo-sexua l


masculina.

75. Descobrem os limit es do ho mem jogando com seus sent iment os.

76. Sent em um alívio em sua angúst ia de não serem amadas quando


desco brem que alguém so fr e por elas.

77. Querem ser amadas por aqueles que sejam melhor es em t odos o s
sent idos.

78. Quase nunca est ão sat isfeit as co m os ho mens co m os quais


cont raem mat r imô nio 14.

79. Gost ariam de t er u m ho mem que correspondesse à sat isfação de


todos os seus desejo s conflit uosos e cont radit órios 15.

80. Det est am adapt ações 16.

14
Es t a é u ma ca r a ct e r ís t i ca q ue te n h o ob s e r va d o mu i t o e m n os s os t e mp os e u ma da s r a zõ e s
p r i n ci p a i s p el a s q u a is os ca s a me n t os n ã o d u r a m mai s . A ou t r a r a zã o p r i n ci p a l é a i n s at i s fa ç ã o
d o h o me m, q u e va l or i za a s mul h e r es p el a b e l e za e p e l o d es e mp e n h o s e x u al .
15
Re fi r o-me à s con t r a d i ç õ e s au t ê nt i ca s , q u e e s t ã o for a d o p od e r d e con t r ol e con s ci e n t e , e n ã o à s
c on t r a d i ç õ es a p ar e nt e s , a l gu ma s da s q ua i s s ã o s i mul a d a s i nt e n ci on a l me n t e , a l gu ma s ve ze s d e
f or ma c on s ci e n t e e ou t r as d e for ma i n con s ci e n t e .
16
Re j ei t a r mu d a n ç as é u ma ca r a ct e rí s ti ca d o e go.

17

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2. As etapas do t rabalho de en cantamento de mu lh eres refratárias e
arredias

Para os ho mens bons que ainda não encont raram u ma parceir a


adequ ada e não sabem o que fazer, darei agora algumas dicas. O faço
unicament e para ajudar os bo ns, já que elas demo nst ram prefer ir os maus 17.
Ent ret ant o, que fique claro que est e não é um livro sobre sedução. Est as
d icas são apenas para que os desfavorecidos possam fazer fr ent e ao s
prefer idos e os ult rapassem na acirr ada compet ição pelas fêmeas.

O t rabalho de encant ar possui t rês grandes et apas. Na pr imeir a, não


t emo s co nt ato algum co m aquela que deseja mo s possuir. Na segund a,
co nseguimo s o cont ato mas as int enções não est ão reveladas. Na t erceira, as
int ençõ es est ão reveladas. A sedução de desconhecidas pert ence à pr imeira
et apa. A amizade pert ence à segunda. Todas as relações que acont ecem apó s
declarar mo s o que queremo s pert encem à t erceir a. Vamo s est udar a
pr imeir a.

A linha mest ra que guia t odo o t rabalho de encant ament o é o


est reit ament o da int imidade mesclado à ind iferença.

Fixe seu o lhar em u ma garot a qualquer que seja exagerada ment e


“bo nit a”, met ida, esno be e pouco int eligent e. Você a verá desviando-o. O
que est ará ocorrendo nest es inst ant es é uma rejeição, uma recusa or iunda de
pensament os em seu pet ulant e cérebro de perua 18. O que ela est ará
pensando? É fácil adivinhar: que você é apenas um id iot a a mais co mo
qualquer out ro, que não possui nada int eressant e pois, se assim não fosse,
est ar ia co m alguma pot ranca ao lado e desprezar ia t odas as dema is. Logo, é
perda de t empo ficar paquer ando dest e modo po is as damas que

17
F oi El i p ha s Lé vi ( 1 8 5 5 /2 0 0 1 ) q u e m pr i me ir a me n t e me ch a m ou a a t e nç ã o p a r a e s te fa t o.
18
De vol v o, a s si m, as pr ov o ca ç õ e s d e Ka re n S al ma n s h on ( 1 9 9 4 ) q ue n os comp a r a , e m s e u li vr o
i n t ei r o, a cã e s q u e d e ve m s e r d ome s t i ca d os ( e l a o fa z d e f or ma e x p l í ci ta e li t e ra l ). Ap e s a r d e
t u d o, e s t ou me r e fe r i n d o s ome n t e à s mu l he r e s fú t e is , a q u el a s qu e cos t u ma m d e s p r e za r os

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co rrespo nderão serão apenas as muit o “feias” e chat as 19 que se sent em
rejeit ad as e não as melhores 20. Soment e as desesperadas aceit am ho mens
assed iadores.

As mais desejáveis mant êm a guarda cont inuament e fechada e não


ad iant a t ent ar mos penet rar. O que se deve fazer é levá-las a abr irem a
guarda por vont ade própr ia. Para per mit ir a abert ura, você deve t ransmit ir
rejeição ou indiferença 21. Deve encont rar um modo silenc ioso de dizer-lhe,
co mo se não quisesse fazê- lo, que ele é desint eressant e e que você não a
no t a. Para t ant o, bast a ignorar sua presença, evit ando olhar para seu corpo e
ro sto. Mas isso não é t udo.

Uma vez que t enha procedido assim, você a t erá inco modado, como
po derá not ar pelos seus gest os e moviment os (mexer os cabelo s,
mo viment ar- se mais, mexer na roupa, falar alt o para ser not ada et c.).
Co meçará a ser obser vado, com a visão per ifér ica ou focal. Surpreenda-a,
cu mpr iment ando-a de for ma o usada, dest emida, ant es que haja t empo para
pensar e olhando nos o lhos de for ma ext rema ment e sér ia porém ainda assim
co m cert a indifer ença. Se conseguir flagrá-la t e o lhando, não haver á outra
saíd a além de corresponder ao seu cumpr ime nt o. O cont ato t erá sido
est abelecido. Em seguida, se quiser pr incipiar uma conversa, fale em t om de
co mando, com voz grave, e se mpre at ent o a “cont rago lpes” emocio nais,
br incadeir inhas de mau gost o, cinis mo et c. Se perceber abert ura, faça as
invest idas mas co m o cuidado de não ir além ou aquém do per mit ido. Se a
barreir a ainda co nt inuar em p é, ist o é, se a garot a ainda assim mant er-se
fechad a, não dando nenhum sina l de abert ura para uma invest ida, discorde

h ome n s s i n ce r os , e n ã o à s d e ma is . Li mi t o a i n d a e s ta ob s e r va ç ã o e x cl u s i va me n t e a o ca mp o
a mor os o e n ã o a e s t e nd o p a r a ou t r os ca mp os .
19
S e gu n d o a s con ve n ç õ e s s oci a i s . Como a b e l e za n ã o e x i s t e de u m p on t o d e vi s ta ob j e ti vo,
e n t e n d a -s e p or “ fe i a s ” a q u el a s q u e n ã o s e con s i d e r a m at r a en t e s a o p on t o d e d e s pr e za r e
d e s d e n h ar d o a mor s i n ce r o d os “ d e s i nt e re s s a nt e s ” ou “ a p a ga d os ” .
20
S e gu n d o a s me s ma s con ve n ç õ e s s oci a i s . A s o ci e d a d e mod e r n a s u p e r va l or i za a b el e za fe mi n i n a
e cu l p a s ome n t e os h ome n s p or is s o. Ma s e m ve r d a d e , a s mu l h e re s qu e se ol h a m n o e s p el h o e s e
c on s i d e r a m “ b on i t as ” mui t a s ve ze s s ã o a s pr i me ir a s a d es p r e za r e m e s e s e nt ir e m s u p er i or e s à s
mu l h e r e s e h ome n s comu n s .
21
Nã o s e tr a t a d e s i mu la r mas d e a d q ui r ir u m e s t ad o i n t e r n o d e n e ut r al i d a de ve r d a d ei r a q u e s e
r e ve l a r á e m s u as at i tu d e s .

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de suas opiniõ es, provoque uma discussão mas não t ermine. E nt ão ofereça
u m nú mero de t elefo ne ou e- mail para co nt inuá-la, dando prazo de espera.

Em casos ext remos, é necessár io impressio ná-la muit o ,


“ho rro rizando-a” 22 de for ma ca lculada. Não vá “horrorizá-la” de qualquer
mo do : impr essio ne-a da for ma corret a, para que o result ado não seja um
desast re. Uma boa for ma de marcar- lhe a imaginação para que fique
pensando em você por um bo m t empo é assumir-se co mo machist a po is seus
r ivais sempre fingirão 23 que são feminist as para agradar. O que int eressa
aqu i é sobr essair-se co mo um car a difer ent e, seguro, que não t eme most rar
suas co nvicções 24 e que não precisa de ninguém. A respeit o dest e pormeno r,
E lip has Lévi nos diz o seguint e:

"Aquel e qu e quer fa z er -se a m ar (a tr i buí m os a o h om em som en t e t oda s e st a s


m an obr a s i l egí t i ma s, supon do que um a m ulh er ná o t enh a n ece ssi da de del a s) de ve, n um
pr im ei r o m om en t o, in sin uar -se e pr oduz ir um a i m pr essã o qua l quer n a i ma gin a çã o da
pess oa que é obj et o de sua c obi ça . Que l h e ca use a dm ir a çã o, a ssom br o, t er r or [si c] e
m esm o h or r or 25 se n ã o di spõe de out r o r ecur so. Ma s é pr eci s o, por qua l quer pr eço, que
a os ol h os des sa pess oa s e dest a que d os h om en s com un s e que ocup e, de bom gr a do ou
por for ça , um l ugar em sua s l em br an ça s, em seus t em or es ou a i n da em seus son h os. Os
L ovel a c e n ã o sã o c er t a m en t e o i dea l con fessa d o da s Cl a ri ces, m a s el a s pen sa m
c on st an t em en t e n el es pa ra cen surá -l os, par a m a l diz ê-l os, pa ra se com pa de cer de sua s
ví t i m a s, para deseja r sua con ver sã o e seu a r r epen dim en t o. Log o des e ja r ã o r egen erá -l os
por m ei o da a bn ega çã o e do p er dã o; a segui r, a va i da de secr et a l h es dir á que ser i a

22
O p ri me i r o a u t or q ue me n ci on ou e s t a e st r at é gi a d a “ h or r or i za ç ã o” , p e l o q u e me l e mb r o, foi
El i p h a s Lé vi . Vá r i as ve ze s p e n s ei e m s u b s ti t ui r e s te t e r mo, p e la s con fu s õ e s q u e p od e s us ci t a r,
ma s a i n da n ã o e n con t r e i e m n os s a lí n gu a u m e q ui va l e n t e ma i s a me n o. S e u s i gn i fi ca d o p r e ci s o,
a q u i , é o d e s i mp le s me n t e con t r a r i ar a s con vi cç õ e s fe mi n i n a s a r es p e it o d o b e l o ou d o c or r e t o e
n u n ca , j a ma is , o d e a me a çá -l a ou e x p ô -l a a q u ai s q ue r pe r i gos r e a is ou i ma gi n á ri os . Es ta
c on t r a d i ç ã o d e ve t er se mp r e u m r e s ul ta d o fi n a l b e né fi co ou i n ofe n s i v o à mu l h e r e n u n ca
p r e j u di ci a l . Tr at a -s e d e a l go s e me l h a nt e a o q u e fa ze m os me n i n os p or i n s t in t o p a r a i mp r es s i on a r
a s ga r ot a s n a e s col a q u a n d o s i mu la m q u e i r ã o come r s a p os , l a ga r ti x a s e t c. El a s gr i t a m,
c or r e m. . . e ri e m. No fi l me “ Con s e l he i r o Am or os o” ( TENN ANT, 2 0 0 1 ) , co m Wi l l S mit h , a
“ h or r or i za ç ã o” ca l cu l a d a e i n ofe n s i va é d e s cr it a pe l o t er mo “ ch oq u e ” , i gu a l me n te p r op e n s o a
má s i n te r p re t a çõ e s , e h á u m e x e mp l o mu i t o i nt e r es s a nt e a re s p e it o.
23
E p or t a n t o n ã o e st a r ã o s en d o s i n ce r os e n e m ve r d a de i r os .
24
S e m e x a ge r o.
25
Lé vi e s t á a p en a s d e s cr e ve n d o o p r o ce s s o d a s e d u ç ã o/ c on q u i s t a , t a l com o s e d á n a vi d a r ea l ,
i n d e p e n d en t e me n te d o p e r pe t ra d or t er ou n ã o e s cr ú p u l os , e n ã o r e come n d a n d o q u e s e ca u s e
p r e j uí zos e m oci on a i s à pe s s oa s e d u zi d a. Em ou t r as p al a vr a s , e st á a fir ma n d o q u e a q ue l e q u e va i
s e d u zi r i mpr e s si on a o p s i q u is mo d a p e s s oa d es e j a da , d e for ma b oa ou má , i n ofe n s i va ou
p r e j u di ci a l .

20

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en ca n ta dor con qui st ar o a m or de um Lovel a c e, a m á -l o e lh e r esi st i r ; a o di z er que
qui ser a am á -l o, enr ubesc e, r en un ci a a i sso m i l vez e s m a i s e a ca ba por am á -l o m i l vez es
m a i s; post er i or m en t e, quan do ch ega o m om en t o supr em o, se esqu ec e de r esi st i r -lh e. "
(LÉ VI, 1855/ 2001, p. 337)

"P oder -se i a di z er que o a m or , sobr et ud o n a m ul her , é um a ver da deir a


a l uci na çã o. A despei t o de um out r o m ot i vo i n sen sa t o, el a se deci di r á com fr equên ci a
pel o a bsur do. Ludi br i ar Gi ocon da devi d o a um t esour o es c on di do? Qu e h orr or ! Poi s
bem , se é um h orr or , por que n ã o r ea l iz á -l o? É tã o a gra dá vel fa z er -se de vez em quan do
um pequen o h orr or !" (LÉ VI, 1855/ 2001, p. 338)

Lévi se refere a um pequeno, e port anto ino fensivo, horror. Sua


exp licação auxilia a ent ender porque o sexo feminino se sent e t ão at raído
pelo s maus e per versos. E les as impr essiona m fort ement e, muit o mais do
que o s ho mens bons. Para superá- lo s, você deve do minar est a habilidade e
ut ilizá- la par a o bem, da for ma corret a. Se ut ilizá-la para o mal, at rairá más
co nseqüências para si.

Algumas garot as cost umam mo st rar-se inicialment e abert as mas, apó s


o co nt ato, ficam mudas para nos desco ncert ar, obser vando como saímo s
dest a sit uação embaraçosa e se divert indo às nossas cust as. Nest e caso, seja
curt o e dir et o 26 em seus co ment ár ios, t omando a iniciat iva de t er minar a
co nver sa ant es de ficar co m cara de t acho. Se est iver ao t elefo ne, t ome a
in ic iat iva de desligar ; se est iver conversando cara a cara, t ome a iniciat iva
de t erminar o diálogo e vá embora sem o lhar para t rás. Adie as invest idas
para o ut ro dia, dando- lhe uma boa lição. Isso irá impressio ná-la.
No rmalment e, nos cont at os seguint es a lição surt e efeit o e a torna mais
amável... Não faça as invest id as enquant o a guarda est iver fechada 27.

A co nquist a de uma dama possui et apas que vão desde o mo ment o em


que ainda não a conhecemos at é as fases em que t emos que reconquist á-la
co nt inua ment e nos casament os ou em out ras relações dur adouras. E m t odas

26
S e m s er a gr e s si vo e n e m d e s con t r ol a d o.
27
Is s o s e r i a a s sé d i o. In ve s t i r con t r a a gu a r d a fe ch a d a d e u ma mu l h e r é o me s mo q u e te n t ar
f or ç a r s u a von t a d e ou vi ol e n t a r s e u li vr e a r bí tr i o, al go d e t e s t á ve l e q u e t e m com o e fe i t o a
a ve r s ã o.

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as fases é preciso dr iblar as resist ências 28 e devo lver-lhe as co nseqüências
de suas própr ias decisões. A passagem das fases poder ia ser sint et izad a
mais o u menos dividida co mo segue:

1. Cumpr iment e sut ilment e t oda mulher int eressant e que passar po r
você e t e olhar. Uma delas irá t e responder. Quando uma dama o
olha, há uma fração de segundo em que você deve cumpr iment á-
la. Se esperar muit o, perderá a chance. O mo ment o de
cumpr iment á- la é o mo ment o em que paira na ment e feminina
uma dúvida result ant e do est ado de surpresa. Você pode t ambém
ignorar a presença da beldade em um pr imeiro moment o, por um
bo m t empo, e surpreendê- la co m um o lhar fixo nos o lho s
aco mpanhado por um cumpr iment o quase impercept ível ant es d a
recuperação da surpresa.

2. Est abeleça o cont ato como se não desse muit a import ância para o
fat o.

3. Olhe fixament e nos olhos, demo nst rando poder.

4. Fale em t o m de co mando prot etor.

5. Fale pouco, deixe que ela fale.

6. Apro xime-se para beijá- la. Se ela desviar o olhar, pare e t ent e
out ro dia. Se não desviar, cont inue.

28
Nã o i n s i st i n d o con t r a a s me s ma s e b u s ca n d o ca mi n h o s a l t e rn a ti vos .

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3. Cuidados a tomar quando lidamos com mu lh eres espertinhas que
tentam t rapacear no amor

Obs. 1. Nun ca ut il i z e est es c on h eci m en t os pa ra o m al (seduz i r vá r ia s a o m esm o t em po,


en gan ar joven s vi r gen s, seduz ir m en or es de i da de et c. ). Nã o quei r a ban ca r o “m a ch o-
a l fa ” gar anhã o que c om e t oda s p oi s o dest i n o dest e é s er a ssa ssi na do, con t r air doen ça s
ven ér ea s ou t or n ar -se i m pot en t e em t odos os sen t i dos, i n cl usi ve o s exua l , e ser
subst i t uí do por m a ch os-bet a em a scen sã o.

Obs. 2. E sta s in for m a ções vi sa m a pena s a juda r os bem i nt en ci on a dos que sã o


des fa vor eci d os n a a cirr a da com pet i çã o pel a s fêm ea s e n ã o est i m ul a r a pr om i scui da de
m a scul i na . Se você a s ut i l i z ar de for m a err a da, a cul pa será t oda sua .

1. Nunca t ent e beijá- la se o olhar for desviado durant e sua


aproximação.

2. Excit e sua imaginação fazendo-a pensar const ant ement e em


você, preferencialment e co mo um ho mem abso lut ament e
difer ent e dos out ros 29.

3. I mpressio ne-a fort ement e sem se exibir.

4. Seja mist er ioso.

5. Ocult e a int enção sexual at é o mo ment o de “dar o bot e”.

6. Conduza a conversa na dir eção dos problemas emocio nais dela e


não dos seus. Não fale so bre co isas idiot as.

7. Espere pacient ement e que a confiança vá se inst alando 30.

8. Tenha regular idade nas fr eqüência das conversas.

9. Deixe-a definir a dur ação da conversa e dos int er valos ent re uma
conver sa e out ra.

10. Jamais demo nst re pressa ou urgência sexua l.

29
S e m e n ga n á -l a , con t u d o. Ad q u i r a ve r d a d e ir a me n te e s t a s ca r a ct e r ís t i ca s .
30
E n ã o a tr a i ç oe . Es t ej a à al t ur a da con fi a n ç a q u e lh e for d e p os i t a d a p ar a ma nt e r a r a zã o d o s e u
l a d o ca s o e l a a tr a i ç oe os s e us se n ti me n t os .

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11. Deixe-a falar sobre sexo, caso queir a, e demo nst re grande
conheciment o a respeit o.

12. Torne-a dependent e de suas conversas.

13. Concorde co m ela muit as vezes mas não sempre.

14. Não monopolize a conversa. Deixe-a falar à vo nt ade. Vo cê


apenas deve ouvir e t anger os assunt os nas direções que
int eressam, est imu lando a cont inuidade da fala par a não deixá-la
sem assunt o.

I mpo rt ant e: É sempre fundament al perceber o t ipo e a profundidade das


abert uras dadas para fazer as invest idas de acordo. Uma invest ida alé m o u
aquém do per mit ido result a em fracasso.

24

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4. Como sob reviver no difí ci l jogo das forças magn éticas da sedução que
envolvem fêmeas 31 trapacei ras 32

1. Não se aposse. T ir e de sua cabeça a idé ia de que ela é su a,


pr incipalment e se ela disser que é fie l, que você é o melhor cara
que ela conheceu, o único et c.

2. Enquant o não dispor de provas em cont rário, procure sempre vê-


la co mo uma maravilhosa mulher de muit os parceiros que não se
assume por medo da repressão social mas que necessit a de u m
grande amigo que co mpreenda porque ela sa i co m t odo mundo.

3. Não caia na t ent ação de vê- la co mo ent e celest e. Jamais acr ed it e


em sua fidelidade ou que não paquere ninguém além de você 33.

4. Seja indiferent e aos seus jogos de at it udes co nt rár ias e


incoerent es.

5. Beije-a ardorosament e, como se est ivesse sent indo muit o


sent iment o.

6. T ire de sua cabeça a preocupação co m a fidelidade. Se ela quiser


dar para out ro, ninguém a vai segur ar.

7. Não a irr it e e nem a sufoque co m manifest ações co nt ínuas de


amor.

8. Não seja um bebê chorão dependent e gr it ando pela mãe.

31
As e x p r e s s õe s “ fê me a ”, “ fê me a h u ma n a ” , “ ma ch o” , “ ma ch o h u ma n o” e t c. s ã o u ti li za d a s e m
s e n t i d o b i ol ó gi co e a n t r op ol ó gi co, t a l com o a s u t il i za m De s mon d M or r i s, Th e od os i u s
Dob zh a n s k y ( 1 9 6 8 ) e ou t r os a u t or e s . En t e nd o q u e os s e re s hu ma n os p e r te n ce m a o r e i n o a n i ma l e
fa ze m p a r t e d a cl as s e d os ma mí fe r os ( ma ma l l i a) e d a or d e m d os h omi n í d e os .
32
M ai s u ma ve z, r e fi r o-me a p e n a s à s tr a p a ce i r as a mor os a s e n ã o à s d e mai s .
33
P oi s os s e r es h u ma n os d e a mb os os s e x os , in cl u i n d o os d o s e x o fe mi n i n o, s ã o i n e r e nt e me n te
i n fi é i s. A i n fi d e li d a d e s e or i gi n a d e u m d e s e q ui lí b ri o e n t r e a s for ç a s d o Id e d o S u p e r e g o, ou
s e j a, e nt r e os i mp u l s os d o i n con s ci e n t e e a s ca p a ci d a d e s d o e go ( u s u a l ) d e r e si s ti r -l h e .

25

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9. Quando ela fur ar nos enco nt ros, aceit e as desculpas ment irosas e
furadas que receber no dia seguint e e faça de cont a que
acredit ou, ignorando, ou ent ão vá para o out ro ext remo e
desmascare-a.

10. Nunca se iluda acredit ando que descobr irá o que ela sent e po r
meio de pergunt as ou conver sas dir et as sobre isso.

11. Seja indiferent e aos jogos de aproximar e afast ar que elas fazem
para nos deixar loucos.

12. Seja ho mem e est eja sempr e preparado para o inesperado: ser
t rocado por o ut ro macho, ser definit iva ment e ou
t emporar iament e abandonado, ser frust rado nos encont ros et c.

13. Não se apegue. Ame- a desint eressadament e, ainda que à


dist ância.

14. Nunca se esqueça de que a hist ór ica reação cruel da cult ura
machist a às art imanhas as obr igou a mist urar verdades co m
ment ir as em t udo o que falam 34. Nunca acredit e e nem
desacredit e no que dizem: limit e suas co nclusões ao que vê.

15. Escreva- lhe frases de amor muit o rarament e.

16. Conquist e sua independência emocio nal t otal.

17. Quando for compar ado a algum out ro macho, recorde-se do s


pont os em que vo cê é super ior ao cara e esqueça a quest ão .
Lembre- se: embora possa não parecer, a longo prazo ela é quem
t erá perdido e não você.

34
Es t a ca r a ct e r í st i ca t a mb é m e st á pr e s e nt e n os h ome n s ma s p or ou t r os m ot i v os e s ob ou t r a s
r ou p a ge n s . Acr e d i t o q u e h á, e m t od o s e r h u ma n o comu m, u m l i mit e n a ca p a ci d a d e d e s u p or t a r a
ve r d a d e e d o q u al se or i gi n a u m l i mit e na ca p a ci d a d e de e xp r i mí -l a.

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18. Adot e conscient ement e um co mport ament o que a agrade mas não
se cond icio ne.

19. Derret a-se em declarações apaixo nadas raras e falsas 35.

20. Seja fir me e amáve l ao mesmo t empo.

21. Não ligue quando ela não cumpr ir os co mpro missos de encont ro s
e t elefo nemas.

22. Não acredit e quando ela se co mpro met er a t elefo nar ou vê-lo.

23. Est eja dispost o a perdê- la a qualquer mo ment o.

24. Não a veja co mo única.

25. Não t ent e impr essio ná- la co m seus t alent os.

26. Não exiba gr at uit ament e seus t alent os mas deixe-a percebê-lo s
aos poucos .

27. Não fique at rás dela o t empo t odo.

28. Não pense se ela sai co m out ro ou não.

29. Não seja se mpre grosseiro ou mal educado, soment e de vez em


quando 36.

30. Não se aposse 37.

31. Não a sint a co mo se fosse sua.

32. Defina o t eor da relação apenas co m base no que demo nst ram o s
co mport ament os e as at it udes.

35
O q u e é l í ci t o p oi s , l e mb r e m-s e , e s ta mos t r a ta n d o d e u ma mu l h e r tr a p a ce i r a n o a mor e n ã o d e
u ma mu l h e r s i n ce r a.

27

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33. Não ent re de cabeça na relação, NUNCA!

34. Não se fascine por sorrisos, o lhares e palavras apaixo nadas mas
co mport e-se como se est ivesse um pouco fascinado, apenas u m
pouco 38.

35. Não fique at rás dela e nem se deixe ser at raído. Seja fascinant e
para que ela fique at rás de você.

36. Para at rair, co mbine em doses ho meopát icas ser iedade,


desint eresse, lealdade, alt ruísmo, sincer idade, cuidados mínimo s
co m a aparência, eloquência, det er minação, independência
econô mica, independência mat er ial (pelo menos uma casa e u m
carro), uma imagem de ho me m assediado que não se jact a disso
(pode ser falsa, bast a dizer par a uma amiga bem fo foqueira qu e
há vár ias mulheres lindas at rás de você e pedir-lhe par a não
cont ar a ninguém que ela se encarrega do rest o... 39), vir ilidade,
masculinidade int ensa, sensibilidade, gent ileza, ponder ação e
int eligência.

37. Det ect e as cont radições no comport ament o dela.

38. Não espere bo m senso ou compreensão.

39. Res ist a ao magnet ismo feminino negat ivo.

40. Não discut a.

41. Não cult ive o conflit o.

36
En t r et a nt o, j a ma is d e ve mos ce d e r à s p r ov o ca ç õ e s e a gr e d i r a mu l he r p or q u e i ss o n os t i ra
t ot a l me n t e a r a zã o. E u ma ve z q u e n ã o t e n h a mos ma i s a r a zã o d e n os s o l a d o, com o p od e r e mos
r e cl a ma r ou e x i gi r a l go?
37
Ou s ej a , n ã o s e ja e n e m se si n t a o d on o.
38
É u ma ex i gê n ci a e moci on a l d e l as me s ma s. S e d e s cob r e m q u e n ã o s ã o ca p a ze s d e fa s ci n a r o
h ome m, t or n a m-s e t r i st e s ( ALBERON I, 1 9 8 6 / s e m d at a ).
39
Nã o s e e n fu r e ç a le i t or , é a p e n a s u ma br i n ca d e ir a .. .

28

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42. Obser ve-a "de fora" (se m ident ificação) t ent ando capt ar seu s
sent iment os.

43. Seja silencio so, escut e-a.

44. Seja dist ant e para dar asas ao mist ér io.

45. Não deixe t ransparecer o que se passa em seu int er ior.

46. Adest re-a 40 gradat ivament e, reco mpensando-a por bo m


co mport ament o.

47. Deixe-a co nduzir o rumo das conversas.

48. Est imu le-a a falar sobre o que mais gost a.

49. Concorde sempr e, excet o quando ela quiser ser cont radit a.

50. Exalt e sua imaginação.

51. Encar ne os pr incípio s do amor super ior.

52. Não vacile em suas posições.

53. Trat e-a como uma menina.

54. Jogue co m o binár io, a alt er nância de opost os.

55. Devo lva- lhe as responsabilidades pelos seus at os, joguinho s


bobos et c.

56. Não fale em t om apelat ivo ou suplicant e mas sim em t om d e


co mando.

57. Cumpra pequenos r it uais ro mânt icos de vez em quando.

40
É e x at a me n t e e st a a e x pr e ss ã o u t il i za d a p el a e s cr i t or a fe mi n i s t a Ka r e n S a l ma ns h on ( 1 9 9 4 ),
q u e r e come n d a l it e r al e e x pl i ci t a me nt e às mu l he r e m q ue a de s tr e m os h ome n s co mo s e f os s e m
cã e s .

29

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58. Seja um espelho sem lhe dar muit a abert ura.

59. Faça-a r ir rarament e.

60. Apo nt e suas virt udes sempr e que se manifest arem.

61. Alt er ne sever idade co m doçura.

62. Alt er ne silêncio co m falas br eves que a est imule m e acalme m.

63. Beije-a subit ament e na boca.

64. Diga- lhe de vez em quando que a ama ( mas não sempr e).

65. Não se deixe possuir por sent iment o de infer ior idade co m
relação a outros ho mens.

66. Concorde co m su a t endências co mport ament ais errôneas e


41
est imule-as, empurrando-a na direção das mes mas . Po r
exemplo: quando ela quiser sair co m um decot e exagerado, dig a
que o decot e ainda est á fechado e que dever ia abr ir mais; quando
ela usar uma saia mu it o curt a, diga que est á compr ida e qu e
dever ia ser mais curt a. Vá com ela at é o limit e ext remo para
desco br ir que t ipo de mulher você realment e t em ao lado. Se ela
se recusar e vo lt ar at rás, é adequada a um co mpro misso mais
sér io.

41
P or t a n t o, ja ma i s t e nt e r e p ri mí -l a . Qu a l q ue r t e n ta t i va d e p r oi b ir ou r e pr i mir o comp or t a me n t o
fe mi n i n o o fe r e ce mot i vos i me d i a t os p a r a e fi ci e n t e s p r ot e st os vi t i mi st a s . Você s e r á ta ch a d o d e
cr u e l , di t a d or , op r e s s or e t c. Nã o d ê mot i vos , a p e n a s d e vol va c on s e q ü ê n ci a s . Te n h a com o me t a
p e s s oa l a a d a pt a ç ã o a b s ol u t a à r e al i d a de .

30

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5. Sobre o desejo 42 da mulh er

O desejo fe minino é algo muit o cont roverso e desco ncert ant e. Muit a
co nfusão reina a respeit o. Est as se deve m, pr incipalment e, à oposição ent re
o que é conscient e e inconscient e. Tal oposição leva as mulheres a dizerem
o o po sto do que sent em e do que são 43. Não se pode descobrir os fat ores que
as enfeit içam e submet em por meio de pergunt as, ent revist as et c. porque
sempre seremo s enganados. Saiba que quase t udo o que as ouvir mo s dizer a
respeit o do que buscam em uma relação é ment ira e, além disso, cost uma
ser exat ament e o cont rário do que realment e desejam. Vou agora expor sem
pudo r just ament e o que todas t ent am esconder e jamais admit em 44.

A sexualidade humana é seme lhant e à dos cavalos, zebr as e jument o s


selvagens. As fêmeas espont aneament e se dir igem ao t errit ório de u m
garanhão, que se inst ala próximo às melhores font es de aliment o e água
(recursos mat er iais), e oferece m- lhe seu sexo à vont ade. Os dema is macho s,
secu ndár io s, são obr igados a errarem em bandos co mpost os apenas po r
ind iv íduos do sexo masculino, ficando sem se acasalar por anos a fio, at é
que co nsigam subst it uir algu m garanhão que est eja velho. As fêmeas não
r ivalizam ent re si e aceit am a infidelidade do garanhão com nat uralidad e
(co mo acont ece co m as fãs de qualquer art ist a famoso, mafio so, bilio nár io
o u po lít ico). O garanhão pode se relacio nar co m qualquer égua de seu
harém sem o menor problema enquant o for capaz de mant er feras e macho s
secu ndár io s assediadores afast ados. Em out ras palavras: os ho mens
co nsid erados "machos alfa" são co mo os garanhões e as mulheres que o s

42
Es t e ca p í t ul o s e r e fe re a d e s ej os i n con s ci e n t e s ma s q u e s e fa ze m s e n ti r p e n os a me n t e na
c on s ci ê n ci a d o h o me m p or s e u s e fe i t os con cr e t os . M a i s u ma ve z, n ã o d e ve mos ge n e r a l i za r . As
c on cl u s õ e s a q u i d e s cr i ta s s e l i mit a m a u ma p er s p e ct i va a ma i s d a r e a li d a d e a s e r con s i d e r a d a .
De v o l e mb r a r a o le i t or qu e o i n con s ci e n t e , e m a mb os os s e x os , é a fon t e d e on d e b r ot a m os
p e s a d e l os d o i n fe r n o e os s on h os ma r a vi l h os os d o cé u .
43
O p r ó pr i o F r e u d con fe s s ou s u a i mp ot ê n ci a p er a n t e e s t e p r ob l e ma .
44
En t r et a nt o, e s ta ocu l t a ç ã o n e m s e mp re é con s ci e n t e . P a r e ce -me q u e n a ma i or i a d a s ve ze s a
p r ó p r ia mu l h er as n e ga p ar a s i me s ma .

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perseg uem co mo as éguas selvagens 45. Algo muit o semelhant e acont ece
ent re leões, ent re os gorilas e out ros anima is.

Por ser o complement o e o pólo cont rário do homem, a mu lher t em


u ma est rut ura psíqu ica inver sa.

Queremo s o máximo de sexo e t ent amos t ransar enquant o no s


rest arem forças, at é o últ imo mo ment o. Para nós, o sexo vem em pr imeiro
lug ar e o amor em segundo. Para elas, o cont rário ocorre: o amor vem em
pr imeiro lugar. Mas ent enda-se bem: na maior ia das vezes, não querem d ar
amo r, querem apenas recebê- lo dando em t roca soment e o mínimo
necessár io para nos mant erem presos pelo desejo, pelo sent iment o e pela
paixão . Possuem um desejo duplo. Desejam a ser vidão dos fracos e a
prot eção dos fort es. Querem do minar os débeis e car ent es para explorá-lo s
co mo mar idos cr iadores de sua pro le ao mesmo t empo em que so nham obt er
a afeição dos insensíveis que possuem haréns e se dest acam na hierarqu ia
do s machos. Os fracos, quando apr is io nados, recebem sexo, car inho e amo r
em qu ant idades mínimas, apenas o sufic ient e para serem mant idos presos.

E las não nos amam em simples ret r ibuição ao nosso amor, ou seja,
simp lesment e por as amar mos ou desejar mos. Desejam nossas
caract er íst icas at raent es e não nossa pessoa. Isto se explica pelo fat o de que
suas necessidades est ão muit o além do acasala ment o: necessit am cr iar e
prot eger a prole. Logo, não sent em falt a dos machos em si mas apenas de
suas at it udes em co nt ext os ut ilit ár ios. Nós, ao cont rário, as amamo s em si
mesmas, ist o é, de for ma diret a po is nossa met a exist enc ial é acasalar.
Queremo s t rans mit ir nossos genes cont ra os genes de out ros. As ama mos e m
co rpo, de for ma diret a. Somos amados indir et ament e, em t er mos de função e
ut ilid ade. Nossa falt a não é sent ida fora de um cont ext o ut ilit ar ist a.

45
A c omp a r a ç ã o c o m ou t r os ma mí fe r os p a r e ce -me i n e vi t á ve l . P od e mos i d e n t i fi ca r s e mel h a n ç a
e m co mp or t a me n t os d e gê n e r o e n tr e os vá r i os ma mí fe r os , p ar ti cu l a r me n t e e nt r e os p r i ma ta s e o
h ome m. O me s mo c omp or t a me n t o a q u i de s cr i t o e nt r e os e q ü i n os é a tr i b uí d o p or DOBZH ANS K Y
( 1 9 6 8 ) a os h omi n í d e os a n ce s t r ai s d o h ome m. Dob zh a n s k y a cr e s ce n t a a i n da q u e, ne s s es ca s os , os
ma ch os -b e t a fi ca m à ma r ge m d o gr u p o, à e s p er a d o mome n t o e m q u e p os s a m a ta ca r o ma ch o -
a l fa e de s tr on á -l o. Uma h i p ó t e s e mu it o p r ó x i ma foi d e fe n d i d a p or F r e ud ( 19 1 3 / 1 9 7 4) .

32

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A met a exist encial masculina é acasalar, fecundar e gar ant ir a
t ransmissão da herança genét ica cont ra machos r ivais. A met a exist encia l
femin ina é a cr iação da prole, a qual passa diret ament e pela for mação da
família. Par a nós o sexo é fim e para elas é meio po is é o fim é a cr iação
do s filhot es. E m out ras palavr as: o amor feminino é dest inado aos filho s e
não ao s machos. Niet zsche afir ma que a met a das mulheres é a gravidez:

"Na m ulh er t udo é um eni gm a e t udo t em uma só sol u çã o: ch a m a -se gr a vi dez .

Pa r a a m ulh er o h om em n ã o pa ssa de um m ei o. O fi m é sem pr e o fi l h o. Ma s o


que é a m ulh er par a o h om em ?

O h om em ver da dei r am en t e h om em quer dua s coi sa s: per i go e j og o. P or i sso quer


a m ulh er que é o br i n quedo m a i s per i gos o.

O h om em deve ser educa d o pa r a a guerr a e a m ul h er par a o pr a z er do guerr eir o.


T od o o r est o é l ou cur a .

O guer r eir o nã o gost a de fr ut os doce s dem a i s. Por i sso a m a a m ulh er . A m ulh er


m a i s doce é s em pr e a m ar ga. " (NIET ZSC HE , 1884-1885/ 1985)

Querem o melhor macho do bando, o melhor reprodutor: o vencedo r,


o rico , o famoso, o dest acado em relação aos out ros machos. Nesse aspect o ,
não d iferem das macacas, eqüinas selvagens e outras fêmeas. Ass im co mo
ent re certos bandos de mamíferos e aves os machos líder es são prefer ido s
pelas fêmeas para o acasalament o e os macho s de segunda cat egoria são
rejeit ados, ent re os grupos humanos os mais dest acados são os mais
dese jados. Os galãs, art ist as, ído los et c. são perseguidos e adorados po r
serem dest acados e não pelo que são em si mesmo s. Por isso, se você,
qu iser chamar a at enção de alguma que t e ignora, deve ser diferent e do s
imbecis. E m pr ime iro lugar, não deve fazer o que todos fazem: persegu í-
las, t ent ar chamar a at enção, falar muit o, falar alt o, fazer gracinhas,
apressar- se em agradar, assediar, pressio nar et c. Aprenda a impressio nar
sem fazer barulho e nem esforço, como se não quisesse fazê-lo. Seja ma is

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t emível do que amável 46. I mpressio ne-a sem alarde, por caminho s cont rár io s
àqueles que t odos t rilham. Aproxime-se sem medo mas co m ind iferença,
o lhe fixa ment e nos olhos par a at emor izar 47 e em seguida dê alguma ordem
prot eto ra, ignore part es int eressant es do corpo à most ra, discorde, at aque
seu s po nt os de vist a equivocados, espant e-a, “horrorize-a” 48 com seus
argu ment os sólidos, escandalize-a, deixe-a emocio nalment e indefesa 49 e
surpreenda prot egendo com ind ifer ença. Não t ema a aproximação e nem a
perda. Arr isque- se. Saiba dosar a exposição à perda co m maest r ia. Amarre-
a 50, faça co m que pense co nt inuament e em você. Habit e seus pensament os e
suas lembranças co mo um fant asma, 51 como ela faz co m você. Não t ent e
at ravessar as barreir as pelos caminho s que t odos t ent am, penet re a fort aleza
pelas passagens que est ão desguar necidas por não serem not adas pelo s
id io t as. Saiba perceber o mo ment o de se aproximar e de afast ar, de most rar
desint eresse e int eresse, de repudiar e acolher. Não se mecanize em u m
padrão como se fosse um ro bô. Acima de t udo, est eja seguro e ame a si
mesmo .

A loucura feminina é a super ior idade do macho em t odos os sent ido s


e campos possíve is. São at raídas por sinais de super ior idade: alt ura,
int eligência, dinheiro et c. mas pr incipalment e por indiferença, det er minação
e segurança. Rejeit am sinais de infer ior idade e fr aqueza: ba ixa est at ura 52,
po breza, burr ice 53, sent iment alis mo, romant ismo, submissão, assédio ,
baju lação, adoração, dúvida, vacilação, insegurança et c. Amam a
super io r idade: as operár ias deseja m o dono da empr esa, as pacient es

46
A r e s p e it o d o t e mor e a mor , ve j a -s e Ma q u i a ve l ( 1 5 1 3 / 1 9 7 7 ; 1 5 1 3/ 2 0 0 1 ) e Eli p h a s Lé vi
( 1 8 5 5 / 2 0 0 1) .
47
De for ma s a u d á ve l . Vi d e a n ot a s ob r e a “h or r or i za ç ã o ” ca l cu l a d a .
48
Re fi r o-me à “ h or r or i za ç ã o” ca l cu l a d a .
49
Re fi r o-me a p e n a s a o ca s o e m q u e is s o s e j u s ti fi ca com o l e gí t i ma d e fe s a e moci on a l , ou s e j a ,
q u a n d o e l a t e n ta r r e b ai x a r s u a a u t o-e s t i ma , ri d i cu l a ri zá -l o, d e s p r e zá -l o e t c.
50
P e l os s e nt i me nt os , fa ze n d o e l a gos t a r d e você . “ A mu l h e r t e a cor r e n t a at r a vé s d e te u s de s e j os .
S ê s e n h or d os te u s d e s ej os e a cor r e n t a rá s a mu l h er . ” ( LÉV I, 1 8 5 5 / 2 0 0 1, p. 7 3)
51
Ob vi a me n t e , t r at a -s e de u ma met á for a .
52
A b a i x a es t at u r a p a r e ce s e r l i da p el a s mu l h er e s como u m s i n a l d e i n fe ri or i d a d e ma s cu li n a ,
i n fe l i zme n t e . Is s o s i gn i fi ca q u e os h ome n s b a i x os t er ã o q u e comp e n s a r e st a ca r a ct e rí st i ca com
ou t r a s q u e e x e rç a m e fe it o d e a tr a ç ã o. Ent r e d oi s h ome n s q u e l h e p ar e ç a m ab s ol u t a me n te i gu a i s
e m t u d o, a mu l h e r op t a r á p e l o ma i s a lt o.

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dese jam o médico, as alunas deseja m o professor, as fãs desejam o art ist a,
as baixas desejam os alt os e as alt as deseja m os mais alt os ainda! As alemãs
dese javam Hit ler e as russas, St alin ( ALBERONI, 1986/sem dat a). Quant o
maio r for a dist ância, ma ior será o desejo, o que explica os gr it os hist ér ico s
e desma ios de garot as em shows. Os “infer iores” 54 são rejeit ados. A
super io r idade é definida pelo co nt ext o social.

Não cuidarão de preser var o macho ao seu lado caso se sint am


seguras. Apenas o farão ant es de conquist á-lo ou sob a ameaça real de
perdê- lo. Soment e ent regam seus t esouros em sit uações ext remas. O amo r
que o ferecem em sit uações nor mais é um lixo.

As t raições femininas pr incipia m quase sempre pelo sent iment o como


algo “sem ma ldade” e não pelo desejo carnal, o qual é para e las
co mp lement o e não ingr edient e cent ral do amor. Por t al razão, é muit o fácil
para elas se defender em quando as apanhamo s em co ndut as suspe it as
d izendo co isas do t ipo: "Você é maldoso, a maldade só exi ste em sua
cabeça etc." Cost umam camu flar seus casos ou flert es nas amizades e at é
unir ambos, mot ivo pelo qual devemo s sempr e est ar at ent os e desconfiar d e
gent ilezas, admir ações, cuidados e at enções que elas dão a cert os homens
que esco lhem.

Há uma perso nalidade específica, um t ipo especial de ho mem que as


mu lheres assedia m: o cafajest e 55, aquele que se apr imorou na art e de
represent ar o apaixo nament o para convencer e que, ao mesmo t empo, nad a
sent e. Se o amor for real, será desint eressant e. O cafajest e não se apaixo na
e ao mesmo t empo encar na a fant asia feminina. Transmit e a falsa impr essão
de ser co mpr eensivo por não se import ar com o que sua parceira faz ou co m

53
Às ve ze s u t il i zo t e r mos t os c os p or q u e me u p ú b li co a l v o s ã o os h o me n s h e t er os s e x u a i s
a d u l t os . Nã o te n h o p or q u e s e r d el i ca d o.
54
Aos ol h os fe mi n i n os , ob vi a me n t e .
55
Os ca fa j e s t es s ã o a ut ê n ti cos e s t e li on a t á r i os e moci on a i s . Ne s s a h a n Al i t a n ã o a p r ova a s u a
c on d u t a ma s i n fe l i zme n t e ob s e r vou q u e e le s s ã o b e m s u ce d i d os com a s mu l h e r e s. Pr ova ve l me n t e
p or mot i v os i n c on s ci e n t e s , el a s p a re ce m t e r p r e di l e çã o e s p e ci a l p or e s te ti p o d e h ome m, fa t o
q u e a s p r ej u d i ca .

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quem anda, já que possui muit as out ras e não quer co mpro misso. A procura
so ment e para o sexo e a esquece por um lo ngo t empo em seguida, fazendo -a
o scilar ent re a esperança e o desespero. Não a bajula, não é pegajo so. É
d ist ant e e mist er ioso, já que precisa ocult ar sua vida, suas int enções e o que
faz. Tem t odos os ingredient es de um amant e per feit o e mau-car át er,
in feliz ment e.

Já os ho mens r icos são prefer idos porque são poucos e não


exat ament e porque são ricos. Há esposas ricas que possuem amant es po bres.
Alé m do poder, as fêmeas querem o dest aque e a força emo cio nal do
amant e. Querem fa lar de baixo para cima, o lhando para o alt o 56. É por ist o
que vo cê será desprezado se for menor do que sua parce ir a em algu m
sent ido . Seja sempr e maior e prot etor, porém dist ant e.

As posses mat er iais, a super ior idade física ou qualquer out ro at ribut o
que a sociedade convencio nou ser indicador de st at us elevado conferem
segurança e t ornam o macho at raent e. Ent ret ant o, não são os at ribut o s
so ciais em si o fat or de atração mas sim a segurança que proporcio nam a
quem o s port a.

Uma caract er íst ica co mum aos machos super iores, que do minam suas
fêmeas, é a capac idade de liderar a relação e a inic iat iva de t omar decisõ es
acert adas. Os machos infer iores cost umam t ransmit ir debilidade ao
co nsu lt arem- nas excessiva ment e. São orient ados pela equivo cada idéia d e
que o amor vir á sob a for ma de agr adec iment o por t erem sido bons,
prest at ivos, submissos et c. Acredit am que o amor seja reconheciment o ,
ret ribu ição. Pobres infe lizes...

O desejo fe minino é duplo: para o sexo ardent e e selvagem são


esco lh idos os cafajest es insensíveis, pro míscuos, maus e cruéis; para o
casament o são procurados os bons, fié is, ho nest os e trabalhadores. Logo, a

56
É is s o o q u e a ob s e r va ç ã o l i vr e d e pr e con ce i t os t e m me r e ve l a d o a t é o mome n t o ( e e st ou
a b e r t o e mod i fi ca r e st a con ce p ç ã o d e s d e q ue me pr ove m) . S e n d o a s s i m, o h ome m q u e fa l a e m
t om d e co ma n d o n ã o a s e s t á a gr e d i n d o e moci on a l me n t e ma s a t e n de n d o a u ma s ol i ci t a ç ã o.

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melho r part e é dest inada ao s que não prest am e a pior é dest inada ao s
po lit icament e corret os.

Movidas pelo desejo inconsc ient e de mant er o maior número possível


de machos desejando-as, para cr iar um clã mat r iar cal, as fêmeas elaboram
so fist icadas est rat égias psico lógicas para se exporem ao desejo masculino
sem serem responsabilizadas. A grosso modo, podemos dividir os macho s
pro curados em do is t ipos: o provedor e o amant e. Lut am incessant ement e
para su bmet er a t odos e quando se deparam co m um que não se submet e,
est e se t orna um grande problema emociona l. Os que se submet em ser vem
para sere m pro vedores, mar idos, e os que não se submet em ser vem para
serem amant es, recebendo car inho, amor e sexo de boa qualidade.

A aut o-est ima de uma mulher é definida pe la quant idade de macho s


que a desejam e perseguem. Necessit am sent ir em-se desejadas ( ALBERONI,
1986 ; NIETZSCHE, 1884-1885/1985), razão pela qual incessant ement e
cr iam mecanismo s para se exporem ao desejo e se esquivar em da fúr ia do s
macho s que já conquist aram. Desejam ser per seguidas para que possam
repud iar o perseguidor e cont ar isso a todos, chamando a at enção para seu
po der de fascinar e at rair. São vio lent ament e at ingidas no sent iment o
quando desco brem de modo inequívo co que seus favores sexuais e afet ivo s
são rejeit ados. Necessit am pressupor cont inuament e que serão perseguidas.
O macho inacessíve l t orna-se um problema e, simult aneament e, objet o de
maio res esforços no sent ido de seduzir para submet er. A inacessibilidade
desencadeia t ent at ivas de sedução. A fêmea reje it ada sai da inércia e se
mo biliza par a vir ar o jogo e se vingar porque fo i vio lent ament e at ingida no
amo r próprio. Normalment e, a maior ia das fêmeas het erossexua is que, po r
algu m mot ivo, são explicit ament e evit adas por um ho mem e o percebem,
t ent am em seguida uma apro ximação mot ivadas pelo desejo de vingança,
pela necessidade de levant ar a aut o-est ima e de não ficar “por baixo ” das
demais que receberam a at enção e gent ilezas dest e. Se enfurecem e se

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irr it am t err ive lment e porque o desejo insat isfeit o de rejeit á-lo e, ao mesmo
t empo , não serem re jeit adas as t raga vivas por dent ro 57.

O car inho feminino não é uma ret r ibuição ou um reflexo do amo r


mascu lino mas uma est rat égia para conquist a e apr is io nament o. É por ist o
que sempr e é dir ecio nado so ment e àqueles que não as amam. É, igualment e,
desviado dos apaixo nados e su bmissos. O car inho, o amor e a dedicação são
ferrament as para apr is io nament o. Logo, se você quiser recebê-lo s
in int errupt ament e, t erá que mant er-se em u m est ado int er mediár io, a "u m
passo da submissão" sem nunca se ent regar realment e. Nosso erro consist e
em acredit ar na ment ira de que car inho e amor são reflexos de nosso s
sent iment os mais sublimes. Quant o mais as agradar mo s, menos os
receber emos.

Para que sua esposa ou namorada se mant enham fié is, precisam sent í-
lo qu ase preso mas cont inuament e inacessíve l, além de vê-lo co mo único e
d ifer ent e dos demais. Se o prenderem de fat o, part ir ão para a conquist a de
o ut ro macho super ior a você.

O macho inacessíve l é um o bst áculo ao impulso acumulat ivo


co nst ant e que visa ampliar a quant idade de possíve is prot etores e
pro vedo res no est oque. É por isso que a fêmea se det ém nele, t ent ando
vencê- lo e mant endo-se fiel enquant o não for capaz de submet ê-lo.

O razão do desejo de acumular prot etores/provedores é uma


necess idade inconscient e de segurança cont ra possíve is abandonos fut uros.
Nest e sent ido, elas não sent em o menor escrúpulo em usar os sent iment o s
alheio s porque o fazem inconscient ement e, negando veement ement e para si
mesmas ou para qualquer pessoa t ais ardis.

57
Es t a t e n dê n ci a in con s ci e n t e l h e s é e xt r e ma me nt e pr e j u d i ci a l p or q u e a s i mp e l e a pe r s e gu i r
a q u e l e s q u e a s r ej e it a m e , a o me s mo t e mp o, i mp e d e q u e s e s i nt a m at r aí d a s p or a q u el e s q u e a s
a ma m e d e se j a m. S e e s t es úl t i mos d e sp e r ta s s e m vi ol e n t a me nt e o d e se j o fe mi n i n o, o e n con t r o
d os s e n t i me nt os , t ã o s on h a d o p e l a h u ma n i da d e de s d e os p r i mó r di os , s er i a p os s í ve l . P or é m, s ou
i n ca p a z d e a n t e ve r q u e con s e q ü ê n ci a s i s s o t er i a.

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A necessidade de se sent irem desejadas as mo biliza para o clássico
jo go de at rair e repelir, provo car e rejeit ar.

Pode parecer est ranho, mas a co mbinação do medo co m admiração e


prot eção for mam uma mist ura que incendeia o desejo feminino. Seja
t emível, admirável e prot etor. Não me ent enda mal: o t emor a que me refiro
é o t emo r da perda, de ser abandonada e t rocada; é t ambém o t emor do peso
de suas dec isões; não é o t emor de sua força fís ica, embora est a t ambém
co nt e 58. Não pense que est ou suger indo vio lência cont ra a mulher ou algo ao
est ilo .

A despeit o de todas as asneiras dit as em cont rár io, nossas amigas, no


fu ndo , deseja m que o ho mem exerça o domínio 59. Os dominant es são o s
dest inados a receberem seus t esouros, as delícias erót icas.

58
P a r a p r ej u d i ca r a re l a çã o e t or n á -l a pi or .
59
Re fi r o-me a o d omí n i o d a l i d er a n ç a, con ve r ge n t e com o s d e s e j os e ne ce s s i d a de s d a mu l h er e
n ã o à coe r ç ã o fí s i ca ou p s i c ol ó gi ca q u e s e con t r a p õ e a e s te s . Tr at a -s e d e u m d omí n i o l i d er a n te e
c on s e n t i d o, q u e a l e va a s e n ti r -s e pr ot e gi d a e s e gu r a com o u ma cr i a n ç a . Pa r a fi ca r ma i s cl ar o :
u ma for ma d e d omí n i o a u t or i za d o e m q u e o h ome m or d e n a e x a ta me n t e a q u il o q u e a mu l h er
n e ce s s i t a e o fa z p a r a o b e m de l a. A t e n ta t i va d e d omi n a ç ã o coe r ci t i va p or p a r te d o h ome m
l e gi t i ma i n fe r n i za ç õ e s e moci on a i s p or p a rt e d a mu l he r com o f or ma d e d e fe s a. O e xe r cí ci o n ã o
c on s e n t i d o ou e g oí s t a d o p od e r ma s cu l i n o i nt e n si fi ca os d r a ma s e moci on a i s e p i or a a r e l aç ã o.
Qu a n t o a o e x e r cí ci o c on s e n t i d o d o p od e r , é o q u e con s a gr a t od a s oci e d a d e d e mocr á t i ca ( o ca s a l
é u ma for ma d e s oci e d a d e ) . O con t r á r i o d i ss o s e r ia a a n ar q u i a. S ab e -s e q u e t od a s as s oci e d a d e s
h u ma n a s d e mocr á t i ca s a d ot a m o e x e r cí ci o c on s e n t i d o d o p od e r , p os s u e m h i er a r q ui a s e
a u t or i d a d e s, as q ua i s e x e r ce m o d omí n i o q u e l h es ca b e . A r e cu s a e m e x er ce r e st e d omí n i o, p or
p a r t e d a s a u t or i da d e s , ca r a ct e r i za ri a u ma omi s s ã o q u e p r ovo ca r i a p r ot e s t os e a t é o ca os s o ci a l .
É n e st e s e n ti d o q u e a Bí bl i a ( I Cor í n t i os , 7 , 1 -4 0 ; I P e d r o, 3 , 3 -7 e I Ti mó t e o, 2 , 1 -1 5 ) or d e n a
à s mu l h er e s q u e s e j a m s u je i ta s a os ma ri d o ( e n ã o e m u m s e nt i d o op r e s s or com o i n t e r p re t a m
e r r on e a me n t e os i n i mi gos d o cr i s t i a ni s mo) e p re vê p u n i ç õ es p ar a o a b us o d e p od e r d es t e ú lt i mo.
O p od e r d e ve s e r e x er ci d o c or r e t a me n t e, vi s a n d o o b e m comu m ( d a s oci e d a d e com o u m t od o, d a
fa mí l i a ou d o ca s a l ) p or p a r te d a qu e l e q u e l id e r a. É s a bi d o q u e , n a gí r ia p op u l a r, a s mu lh e r e s
r ot u l a m com o “ b a n a n a s ” a q ue l es q u e s e r e cu s a m a e x er ce r o p od e r q u e l h e s ca b e n a r el a ç ã o a
d oi s , p r e fe ri n d o s u b me t er -s e e ob e d e ce r a p ar ce i r a . As s i m, di ze m, “ fu l a n o é u m ba n a n a p oi s
d e i x a q u e eu ma n d e e de s ma n d e n e l e !” Es t a q u a li fi ca ç ã o d os s u b mi s s os com o “ b a n a n a s ”
e vi d e n ci a a s ol i ci t aç ã o d e u ma p os t u r a ma s cu li n a d omi n a n te . É a e s ta mod a l i d a d e d e d omí n i o
q u e me re fi r o e m me u s l i vr os e n ã o a o d omí n i o c oe r ci t i v o e n e m op r e s s or . É u m d omí n i o
e x e r ci d o s ob r e a mu l he r , p or s e us e fe it os , ma s a n t es di s s o é ex e r ci d o s ob r e o p s i q ui s mo d o
h ome m. As mu l h e r e s s ã o u n â ni me s e m a fi r ma r q u e de t e st a m se r l i de r a d as , ma s se con t r a d i ze m
q u a n d o t oma m a t i t u d es q u e i n fe r ni za m o h ome m s u b mi s s o, s ol i ci t a n d o d omí n i o e l i d er a n ç a, e
q u a n d o s e mos t r a m vi ol e n t a me n te at r aí d a s p e l os lí d e r es e , d e for ma ge r a l , p or t od os os h o me n s
q u e s e d e st a q u e m com o o ce n t r o d o cí r cu l o s oci a l n o q u a l e st ã o i n s er i d as . É mu it o ma i s cô mod o
e s e gu r o s e r l i de r a d o d o q u e l i d er a r. Os r is cos e p e r i gos d a r es p on s a b i li d a d e p e s a m mu i t o ma i s
s ob r e os l í d er e s d o q u e s ob r e os l i d er a d os e e s t a é u ma d as ra zõ e s p e la s q ua i s a s mu l h e re s
e x i ge m o d o mí n i o ma s cu l i n o e s e n te m d e s pr e zo p e l os ca p a ch os . En t r et a n t o, s e a li d e ra n ç a for
d e s a s tr os a , a qu e l e q u e a ex e r ce u s er á i n fe r n i za d o a t é a be i ra d a l ou cu r a . É u m d u p l o p e s o: a l é m
d e a r ca r com o i n cô m od o d a l i d er a n ç a, a q u e le q u e li d e r a n ã o p od e come t e r e r r os a o d omi n a r e
l i d e ra r .

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Quando um povo invade e co nquist a o t errit ório de out ro, dominando -
o , as fêmeas do povo dominado se ent regam ao povo dominador. O fazem
não so ment e por serem obr igadas à força, co mo parece à pr ime ira vist a, mas
t ambém por se sent ir em at raídas pelo s machos que det ém o poder. Ist o pode
ser co mprovado ao se obser var, por exemplo, co mo as brasileiras se
co mpo rt am em relação a t urist as nort e-amer icanos ou europeus. O inverso
não o co rre: as fêmeas do povo dominant e não se sent em mu it o at raíd as
pelo s machos do povo dominado. Excet uando-se os casos espec iais, a
t endência geral co nfir ma minha hipót ese.

Nunca nos esqueçamo s de que nossas delicio sas co mpanheir as


po ssuem uma relação cont radit ória co m nosso phalus erectus: o t emem mas
simu lt aneament e dele necessit am para se sent ir em desejadas (quer em ser
dese jadas porque ist o lhes garant e prot eção, eleva a aut o-est ima e as faz
serem inve jadas pelas r ivais). Dest a cont radição der ivam t odos os
co mpo rt ament os absurdos, desconcert ant es e iló gicos em suas relaçõ es
co no sco, bem co mo suas nat urais propensões à hist er ia e à oscilação que as
leva a at rair para fugir e repudiar em seguida. Ist o torna o desejo fe minino
ext remament e difícil de ser co mpr eendido, mapeado e descr it o, at é por elas
mesmas 60. Por ist o, nunca leve a sér io o que disser em. Salvo em caso s
excep cio na is, se mpre que você se most rar int ensa ment e int eressado, será
repud iado ou evit ado. Há nisso um objet ivo muit o claro: int ensificar nossas
paixõ es e nossos desejo s para nos induzir à per seguição e à insist ência para
fazê- las se sent irem desejadas e curt ire m a sensação de serem “as mais
go sto sas”.

Somos desejados apenas par a fecundar, dar prot eção à fêmea, à sua
pro le e para a realização de t arefas per igosas, pesadas e difíceis. O sexo
enquant o ato de prazer é uma simples ret r ibuição a est a função. Fora dest es
campo s, não somos necessár ios para ma is nada. Nossa falt a será sent id a
apenas se oferecer mos est es benefíc io s e os tomar mo s de vez em quando ,

60
Ei s ou t r a pr ova d e q u e a s ca r a ct e r ís t i ca s d e s cr i ta s aq u i s ã o i n con s ci e n t e s .

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co mo cast igo por algum erro. Ou seja: sua parceir a suport ará imensament e
sua au sência e não sent ir á nenhuma saudade ou falt a de sexo a menos que se
veja expost a a algum per igo o u dificuldade. O apaixo nado não é valor izado
po rque est á sempre disponíve l. O mesmo vale para o assediador.

Agr ada- lhes muit o rejeit ar assediadores 61. A rejeição é alt ament e
grat ificant e por elevar- lhes a aut o-est ima. É por ist o que se insinua m,
simu lando est arem int er essadas, para nos rejeit arem amavelment e em
segu id a. Quando não podem reje it ar, ou seja, quando ninguém mais as qu er
po r est arem “fe ias”(sic) 62, to rnam- se depressivas. Rejeit ar ao invés de ser
rejeit ad a é uma das insanas obsessões do inco nsc ient e feminino.

O desejo fe minino não é o que se most ra à pr imeira vist a, possu i


mu it as nuances e cont radições. Um engano muit o divu lgado é o de que
seremo s amados se t omar mo s sempre at it udes agradáveis. Ist o é apenas
part e da verdade. Os cafajest es, por exemplo, t em suas at it udes
unanimement e reprovadas por t odas mas são amados, nadam em haréns. O
que se passa? S imples: as at it udes são reprovadas enquant o aqueles que as
to mam são cada vez mais amados exat ament e por t erem a coragem de
desafiar a aprovação geral, inclusive a feminina. As at it udes do cafajest e, e
t ambém do ho mem a madurecido e verdadeiro, possuem d iversas implicaçõ es
so bre o inco nsc ient e feminino. Não se guie apenas pelo que as pessoas
d izem e assume m explic it ament e.

O inconscient e feminino não vê a bondade masculina co mo algo no bre


que deva ser ret r ibuído co m amor fie l. A t oma co mo um sint o ma de
fraqu eza que precisa ser explo rado para se obt er benefíc io s pessoais e nada

61
Nã o me r e fi r o a os p s i cop a t a s q u e a ss e d i a m s e m se r e m p r ov o ca d os e i n s i st e m con s ci e n t e me n t e
c on t r a os d e s ej os e vi d e n t e s d a mu l h e r d e ma n t ê -l os d i st a nt e s mas si m a os h ome n s d e s as t ra d os
q u e o fa ze m p or a cr e d i t a r e m q u e e st ã o a gr a d a n d o ou q u e t en h a m al gu ma ch a n ce c o m a mu l h e r
d e s e j a da . Ge r a l me nt e t a l con fu s ã o o c or r e p or d oi s mot i v os : a ) o a s s e di a d or i nt e r pr e t a
e r r on e a me n t e os si n ai s e n vi a d os p e l o co mp or t a me n t o fe mi n i n o ; b ) a mu l he r e n vi a ,
p r op os i t a l me n t e ou n ã o, s i n ai s i n d i ca n d o e s ta r i n t er e s sa d a q u e ma nt ê m, a s s i m, as e s pe r a nç a s d o
i n fe l i z.
62
A s o ci e d a d e con ve n ci on ou , i n fe l i zme n t e, q u e a s mu l h e r e s pe r d e m a b el e za à me di d a e m q u e
e n ve l h e ce m e a t é h oj e s e r e cu s a a r e l at i vi za r o b e l o.

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mais alé m disso. É por ist o que os bajuladores submissos sempr e levam
co rno s: não servem para nada além de t rabalhar, prover e levar chifr es. Ao
assu mirem um papel passivo na relação, comunicam que são exemplares
in fer io r es 63 da espécie, port adores dos piores genes e, port anto, inadequado s
ao acasala ment o. Conseqüent ement e, as fêmeas não sent em pelo s mesmo s
nenhu ma excit ação sexual. Qu ando os submissos se casam, recebem apenas
u ma quant idade racio nada de favores erót icos, o mínimo para não se
rebelarem co nt ra o adest rament o.

Muit as vezes as vemo s ext asiadas lendo romances água-co m-açúcar e


acred it amos por ist o que os ho mens românt icos correspondam ao ideal
mascu lino que t razem na alma e ao qual deseja m ardent ement e se ent regar.
Ist o é um erro: o românt ico é um escravo emocio nal que dá amor sem
recebê- lo e que não as co mplet a. Ao lerem os romances, as leit oras se
sit uam no papel da moc inha s imples de pouca beleza que co nquist a e
su bmet e pelo amor o heró i que est á no t opo de hierarquia masculina. É
cur io so not ar que em t ais romances o herói apaixo nado sat isfaz t odos o s
so nho s absurdos 64 da mocinha mas não t em seus sonhos sat isfeit os pois é
u m s imples ser vo. As leit oras se imaginam recebendo amor e não dando ,
co mo às vezes parece. Há nisso t ant a perver sidade e crueldade quant o na
po rno grafia masculina po is as peculiar idades do sexo oposto são
vio lent adas. O car inho e o sexo que os heró is dos cont os românt ico s
recebem são mínimo s e o amor é assexuado ou apenas levement e sexuado .
Não há pornografia. Os cont os cor-de-rosa são cont os de vit órias femininas
na bat alha do amor. São “épicos” nest e sent ido.

A out ra met ade do problema não aparece no s cont os românt icos po r


ser inconscient e e é just ament e a que nos int eressa co nhecer: as hist ór ias
em qu e vencemo s as bat alhas. A part e de nossa alma que as vence é fr ia,
imp lacável, cruel, decid ida, segura, objet iva e, ainda assim, prot etora. Est a
é a face que as do mina.

63
Tr a ta -s e d e u ma ma n i fe st a ç ã o d o p r oce s s o d e s e l e ç ã o n a t u r al d es cr i t o p or Da r wi n.

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Há duas for mas de fr ieza e do mínio: a prot et ora e a explor adora-
o pressora. A pr imeir a as beneficia e é desejada por at ender às necessidades
bio ló g icas, e sociais da mulher. A segunda as at emor iza, provoca ódio e
repu lsa. Abusamos da segunda for ma no passado 65 e hoje so fremo s as
co nseqüências t err íveis. So mo s odiados porque, quando t ivemo s o poder na
mão , o ut ilizamo s de for ma errada. Só nos rest a agora corr igir o erro.

Domine-a 66 para prot egê- la, assuma o comando.

A necessidade de sere m prot egidas est á vinculada à necessidade de se


sent irem próximas de um macho super ior que lhes inspire um pouco de
t emo r 67. Gost am de o lhar para cima e querem ser aco lhidas no t errit ório de
algu m garanhão poderoso. As damas co m alt o poder de mando, que não
o bedecem a ninguém, a quem t odos servem e se apressam em agradar
(rainhas, pr incesas, grandes empr esár ias et c.) t endem a ser depressivas po r
não t erem est a carência preenchida.

Quando as damas afir mam que querem os bo ns, sens íveis, ro mânt ico s,
ho nest os, trabalhadores e sent iment ais est ão dizendo a verdade porém de
fo r ma par cial po is não revela m para que os querem. E para que os desejam?
Para que as sir vam enquant o elas ent regam seu coração, alma e sexo ao s
insensíve is e cafajest es. Os bons são desejados co mo best as de carga
pro vedoras que garant em a cr iação da prole mas jama is co mo reprodutores.

64
P oi s o i n con s ci e n t e n ã o s e gu e o q u e con ve n ci on a m os s e r a l ó gi ca .
65
Es t e foi o e r r o d o ma ch i s m o e x t r e mi st a . Ao fa zê -l o, f or n e ce u r a zõ e s d e s ob r a à r e b el d i a d a s
mu l h e r e s. O r e s ul t a d o d a e vol u ç ã o d e s t e p r oce s s o d e a b u s o d e p od e r foi o n a s ci me n t o d o
fe mi n i s mo.
66
P a r a e vi t a r q u ai s q u e r con fu s õ e s , d i fe r e n ci e mos t ot a l me n t e o d omí n i o d a d omi n a ç ã o. Ne s t e
l i vr o, s u ge r i mos a o h ome m a p e n a s o d omí n i o d e s i , d a s i tu a ç ã o q u e e n vol ve a a mb os os
p a r ce i r os , d a r el a ç ã o e, q u a nd o s ol i ci t a d o e con s e n t i d o, d a mu lh e r ( n o s e n ti d o p u r a me nt e
a mor os o d a p a l a vr a e e m n e n h u m ou t r o – s ou t ot a l me n te con t r á r i o à d omi n a ç ã o d a me nt e a l h ei a
c om q u a i s q u e r fi n s q ue s ej a m). Est a i d é ia d e d omí n i o ( e n ã o d e d omi n a ç ã o) s u s ci t ou mu i t as
c on t r o vé r s i a s . O d omí n i o con s e n t i d o, t r at a d o a q u i, é n a ve r d a d e re s u lt a d o n a t ur a l d a r e n ú n ci a à
d omi n a ç ã o c oe r ci t i va . A d omi n a ç ã o c oe r ci t i va é op r e s s or a . Ao r e n u n ci a r mos d e for ma c omp l e t a
e ve r d a d e ir a à d omi n a ç ã o coe r ci t i va , ge s t a -s e n a mu l h er u m s e n ti me n t o d e vu l n er a b il i d ad e
( d e s p r ot e ç ã o) q ue a l e va a s ol i ci t a r i n con s ci e n t e me n t e p os t u r a s ma s cu l i n a s d omi n a n t e s. Es t a
s ol i ci t a ç ã o s e e xt e ri or i za s ob a for ma d e comp or t a me n t os p r ov o ca t i v os , d e s a fi a d or e s e
i r ri t a nt e s. Is s o p a r e ce t e r r e la ç ã o co m o c o mp l e x o d e El e kt r a ou , p e l o me n os , es t a r d e a l gu ma
f or ma vi n cu l a d o à q u e s t ã o p a te r n a.
67
Com o a c on t e ci a q u a n d o e l a e r a cr i a n ç a e m re l a çã o a o p a i . No va me n t e o me s mo c o mp l e x o.

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A fu nção reprodutora cabe aos maus, infeliz ment e, po is est es co municam
que são port adores dos me lhores genes no sent ido da sobrevivência anima l,
u ma vez que não buscam o amor de ninguém para serem felizes 68. Isto
exp lica porque os vilões, mafio sos, famo sos, empresár ios inescrupulo sos e
po dero sos possuem t ant as mulheres lindas. Explica ainda porque os bons
mar ido s nor malment e recebem apenas um mínimo em t er mos sexuais e
po rque as esposas não sent em por est es últ imo s grandes paixões o u
excit ações.

Quando se t rat a de descobr ir os desejo s feminino s para obt er sucesso


na co nquist a, há muit as ment ir as, confusões e ar madilhas. Uma ar madilha
mu it o conhecida é a de que devemos fazê-las r ir para que se ent reguem e
no s amem. Segundo est a t eoria absurda, aqueles que as fazem r ir ser iam o s
prefer idos. Vou agora desmascarar est a ment ir a t ão propalada.

As damas realment e cost umam dar especial at enção aos caras


engraçados que as fazem r ir e est a pode ser uma boa for ma de se aproximar
mas, se você se limit ar a isso , será apenas um simp les palhaço. Ela o usará
co mo um co mediant e que não cobra pelo t rabalho e não pagará um t ost ão .
Co mo gost am muit o de se aproveit ar dos t rouxas, exp lorando-os para
o bt erem favores de graça, ut ilizam os infelizes engraçadinho s para
aliv iarem suas cr ises de t r ist eza e depressão, oriundas de oscilaçõ es
ho r mo nais. Os palhaços grat uit os são usados e explorados pelas espert inhas
do mesmo modo que out ros t ipos de t rouxas, co mo aqueles t ontos que se
apressam em mandar flores, pagar bebidas, dar present es, carregar saco las,
o ferecer- lhes o assent o em veículo s públicos et c. sem r eceber nada em
t ro ca, muit o menos o sexo . Pode ser bo m fazer-se de imbecil para
apro ximar-se mas, uma vez que t enha obt ido o cont ato, você precisa mudar
de co ndut a para ir a lém ou acabará chupando o próprio dedo, para não dizer
o ut ra co isa... Para ser amado, é necessár io não apenas fazê-las r ir de vez em

68
Tr a ta -s e d e u ma r e mi n i s cê n ci a a n ce s tr a l d os p ri ma t a s h omi n í d e os , e nt r e os q u a i s o ma i s
p od e r os o e i n t el i ge n t e p a ra fa ze r fr e n t e a o mu n d o h os t i l e s el va ge m e r a o me l h or p r ot e t or

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quando mas t ambém, e t alvez pr inc ipalment e, fazê-las chorar co m cert a
freqü ência.

A aparent e cont radição iner ent e ao desejo feminino, que na verdade é


a simp les ocult ação de sua facet a mais import ant e, é o principa l fat or que
no s deixa t ão confusos e perdidos. O proble ma est á em nós, em nossa
equ ivo cada visão a respeit o do sexo opost o, e não nelas. As crenças
absurd as que carrega mos, inculcadas desde a infância, fazem-nas parecer
inco mpreensíve is, incoerent es e absurdas aos nossos o lhos mas, em
realidad e, a psique feminina segue uma lógica (co mplet ament e difer ent e
daquela que imagina mo s) e é tot alment e co mpreensível. As damas não são
inco mpreensíve is co mo querem, muit as vezes proposit alment e, parecer. 69

( DOBZH ANS K Y, 1 9 6 8 ) . S u s pe i t o q u e vi d a ci vi l i za d a te n h a i n ve r t id o ou d e s t oe o s e n t i d o d o
cr i t é r i o s el e ti vo fe mi n i n o.
69
Há u ma i l ogi ci d a d e a p a r e nt e e u ma i l ogi ci d a d e r e al . Amb a s p od e m s e r ou n ã o s e r
i n con s ci e n t e s e i nt e n ci on a i s . Há ca s os e m q u e a mul h e r q u e r a p e na s pa r e ce r i l ó gi ca s e m sê -l o
d e fa t o, ma s nã o e s t á con s ci e n t e d e ta l de s ej o. Ne s t e ca s o, a il ogi ci d a d e s e r ve a u ma me t a
l ó gi ca ma i s p r ofu n d a . Há ou t r os ca s os e m q u e e la é r e al me n t e il ó gi ca . Es t e ú lt i mo ca s o r e s u l t a
d e d e s ej os con t r a d i t ó ri os e mu t ua me n t e e x cl u d e n te s . M as e m a mb os os ca s os p od e m h a ve r
r e s í d u os va r i á ve i s d e con s ci ê n ci a . Nã o p od e m os s a b e r n a d a s ob r e a con s ci ê n ci a i me d ia t a d o
ou t r o.

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6. As tortu ras p sicológicas

As fêmeas at orment arão sempre os machos que não souberem exercer


o do mín io 70 por meio de uma fr ieza prot etora, de uma vont ade poderosa e de
u ma sever idade ext rema 71. Sent em grande sat isfação ao criarem quebra-
cabeças e jogos emocio nais; se co mpr azem em nos obser var so fr endo
enquant o t ent amos desart iculá- lo s. Quando nos vêe m no sufoco ,
desesp erados para sair das t ramas psico lógicas que cr ia m, ficam fe lizes e
po dem medir nossa persist ência par a, ass im, avaliar at é que pont o
co nsegu iram nos fascinar, po is buscam a cont inuidade unilat eral do
enco nt ro amoroso. Tenha sempre a razão no seu lado para não cair de
cabeça no precip ício.

O apr imorament o dest a habilidade de fer ir emo cio nalment e inic ia-se
no co meço da ado lescência, quando as meninas t endem a subst it u ir
agressõ es físicas por palavras:

“A os t r ez e a n os, oc or r e um a r evel a dor a di fer en ça en tr e os sex os: a s m en in a s se


t or na m m a i s ca pa z es do que os m en in os de pl a n eja r ar di l osa s t á t i ca s a gr essi va s c om o,
por exem pl o, i s ol a r os out r os, fa z er fut r i ca s e com et er vi n gan cinh a s di ssi m ul a da s. Os
m en in os, em ger al , con t in ua m br i guen t os, i gn or a ndo a ut i li z a çã o de est r a t égi a s ma i s
sut i s. E ssa é a pena s uma da s m ui ta s for m a s com o os m en in os – e, depoi s, os h om en s –
sã o m en os s ofi st i ca d os qu e o s ex o op ost o n os a t a lh os da vi da a fet i va . ” (GOLE MAN,
1997, p. 145)

A int eligência emo cio nal da mulher é mais desenvo lvida do que a do
ho mem, por ser ela encorajada a encarar e a falar so bre suas emo ções desde
a infância (GOLEMAN, 1997). Isso lhes confer e uma so fist icada habilidad e
de no s at ingir nos sent iment o s, t anto para o bem quant o para o mal. Um
exemp lo da má inst rument alização dest a for ma de int eligênc ia pode ser
vist o quando a mulher desco bre que um ho mem, ant es co nsiderado especial,
é na verdade um simples mort al co mum. Ela ent ão se desencant a e perde o

70
Re fi r o-me a o d omí n i o e m oci on a l q u e re s u lt a na t ur a l me n t e d a r en ú n ci a ma s cu l i n a a t od a for ma
d e d omi n a ç ã o c oe r ci t i va .

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int eresse. Desiludida, passa a det est á- lo e a atorment á-lo psico logicament e
(ALBE RONI, 1986/ sem dat a):

“É en t ã o t om a da de irri t a çã o, de cól er a . E va de-se n a s fa n t a si a s. Ao m esm o


t em po, vi n ga -se c om gest os r ot i n ei r os que i rri t a m o h om em , dei xa m -n o exa sper a do.
Con h ecen do s eus gost os e de se j os, a t in ge-o de m od o c on t í n uo, obs es si vo. É um r it ua l de
ódi o, a o qua l se dedi ca c om o m esm o a fi n co que d edi ca va a o do a m or ” (p. 78)

Port ant o, a fragilidade feminina é inegável no â mbit o fís ico mas não
no âmb it o emocio nal em sua t ot alidade (CREVELD, 2004), ao cont rár io da
crença generalizada na cult ura popular. No campo da relação a dois, as
fêmeas humanas não são nem um pouco delicadas ou frágeis, são poderosas,
imp iedo sas e jogam sujo 72. Ent ret ant o, devemo s aceit ar t ais caract er íst icas
co mo inst int ivas e nat urais, sem nos revo lt ar mos.

E las possue m gr ande poder magnét ico (LÉVI, 1855/2001) para


pro vo car sent iment os negat ivos no macho. Se est e for emocio nalment e
fraco , com facilidade fazem- no cair em est ados de ciúme, irr it ação ,
imp aciência (JUNG, 1996) e, do mesmo modo, fazem-no sent ir-se pequeno ,
co mo se fosse um pirralho (ALBERONI, 1986/ sem dat a). Est as influências
são at uações do animus, a part e masculina do inco nscient e feminino, sobr e
a anima, que é a part e femin ina do inco nsc ient e masculino (JUNG, 1979 ;
JUNG, 1995). Você já deve t er vist o aquelas sit uações engraçadas em q ue
as mu lher es em grupo r iem de um ho mem so lit ár io para fazê-lo sent ir-se
pequeno (ALBE RONI, 1986/ sem dat a). Se ele não for emocio nalment e fort e
o bast ant e para devo lver o fluxo magnét ico, ret rocederá mo ment aneament e
à infância. Adoro est raçalhar essa manipulação sent iment al simplesment e
devo lvendo- lhes um sorr iso sarcást ico horr ipilant e pro longado enquant o as
fit o no s o lhos por bast ant e t empo at é que elas fiquem int r igadas a respeit o
do s meu s mot ivos e co mecem a me encher de pergunt as. Ent ão me ret iro
sem responder, vit or ioso.

71
Re fi r o-me à s e ve r i d a d e q u e o h ome m d e ve e x e r ce r s ob r e s i me s mo p a r a e du ca r s u a von t a d e .
72
P or mot i va ç õ e s i n con s ci e n t e s j á q u e o i n con s ci e n t e n ã o ob e d e ce à s r e gr a s mor a i s.

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Por serem psico lógicas, as est rat égias femininas de at aque e
ret aliação rarament e são admit idas. Ocult a m-se muit o bem dos o lho s
co mu ns que apenas sabem enxergar o ext erno, o fís ico. Não obst ant e, são
alt ament e eficazes na indução do sofr iment o alhe io.

O segredo para se defender de todas as art imanhas femininas de


man ipu lações e t ort uras ment ais/emocio nais co nsist e em não no s
id ent ificar mo s co m as est rat égias da mu lher, iso lando-a em seus próprio s
at o s capr ichosos e cont radit ó r ios. Para t ant o, é imprescindível não est ar
apaixo nado, o que se consegue so ment e por meio da mort e dos egos. Ent ão
ela realizará seus jogos sozinha e sorverá t oda a loucura que t ent o u
int ro duzir em nosso coração. Tal poder é conseguido quando rompemos co m
a id ent ificação por meio do fort e t rabalho de eliminação do
sent iment alis mo. Também convém o lhá- la sempre co mo uma “vadia” 73 at é
pro va em cont rár io, já que nos dias at uais mu it o poucas se salva m. Há
mu lheres que se fingem de sant as por vár ios anos.

A capacidade de resist ir aos enfeit içament os e encant ament o s


femin inos é um dos pré-requis it os dos heró is mít icos, os quais resist em ao s
t emo res e at rat ivos, não per mit indo que os desejos e t emores lhes roube m a
alma e t urvem a consciência. Por uma simples quest ão de saúde espir it ual e
so brevivência emocio nal, o ho mem deve reconciliar-se co m os padrõ es
mascu lino s ret rat ados nos mit os (JUDY, 1998). Uma vez que t enhamo s
co nseguido t al independência, devemos obser var a fêmea, aguardando para
saber quant o t empo resist irá em suas t ent at ivas de nos enfeit içar e
su bmet er. Temos que devo lver- lhe o fardo que insist ent ement e t ent a ser
lançado sobre nossas cost as, ou seja, deixá-la r ealizar todo o t rabalho
pesado e apenas aguardar, at é que lhe so brevenha a ext enuação.

73
No s e n t i d o d a d o p e l os di ci on á r i os M i ch a e li s ( 1 9 95 ) e Au r é l i o ( F ERRE IR A, 1 9 9 5 ) .

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Uma for ma muit o comum de t ort urar é por meio de at it udes suspeit as
que provocam ciúmes. As et apas desse processo de tort ura ment al são as
segu int es:

1ª fase - A mulher se co mport a como sant a, dando car inho e sexo at é


que est ejamo s emo cio nalment e dependent es. Nest a fase ela finge não se
int eressar por mais ningué m, não dar at enção ou bola para nenhum out ro
ho mem.

2ª fase - Após t er cert eza de que mordemos a isca, est ando be m


preso s pelo sent iment o, a “vadia 74” pr incipia a t er at it udes suspeit as co m
relação a outros machos, de modo a lançar dúvidas em nossa ment e para qu e
se in icie um so fr iment o por ciúmes.

3ª fase - Quando prot est amos co m just a razão, ela nega


t erminant ement e as int enções que est ão por t rás de t ais at it udes
vis ivelment e co mpro met edoras, alegando inocência, indignação, t rist eza
et c. cho rando lágr imas de crocodilo e insist indo nas mesmas at it udes em
segu id a.

Por est a est rat égia, a fêmea consegue pro longar indefinidament e o
so fr iment o do macho. A ut iliza co m ma ior ou menor int ensidade, de acordo
co m as co ncepções de mundo e a disposição que possuem para lut ar cont ra
o s pró prios inst int os malignos. Not e que o fundament o da tort ura é o
sent iment o de apego e paixão. A despeit o de todas as suas t ent at ivas de se
desvencilhar e se debat er inut ilment e, ela não deixar á de t ort urá-lo com t ais
jo go s a menos que sint a que você se desapa ixo nou de verdade. Est e é o
segredo. Quant o mais apaixo nado, mais submet ido aos joguinho s infer nais
vo cê est ará.

Exper iment e mo st rar-se int ensament e ciument o e carent e ao t elefo ne:


sua parceira alegará algum pr et ext o qualquer e desligará em seguida para

74
No s e n t i d o d a d o p e l os di ci on á r i os M i ch a e li s ( 1 9 9 5 ) e Au r é l i o ( F ERRE IR A, 1 9 9 5 ) .

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mant ê- lo nest e est ado durant e os próximos d ias. É que elas gost am de no s
ver assim, desesperados, porque isso lhes dá um mór bido prazer associado à
sensação de que há um t rouxa que as esperará por toda a vida. Ent ret ant o ,
est a modalidade de prazer não as preenche enquant o mulher es e você será
co nsid erado um macho secundár io e desint eressant e caso se most re assim,
u m mero sobressalent e guardado de reser va para o últ imo caso. O pr imeiro
da list a será sempre aquele que não der muit a bo la sem se deixar po lar izar
na fr ieza. Se você co met eu est e erro de ser ciument o, para corrigí-lo é
necessár io desfazer a crença que fo i cr iada. Est e padrão comport ament al
femin ino de afast ar-se quando o macho est á enciumado ou carent e t ambém
po de ser muit o út il quando você est iver de saco cheio e quiser sossego po r
algu ns dias: bast a simular uma cena assim e você será deixado em paz. Mas
não se esqueça: se co m o passar dos dias vo cê não confir mar co m sina is
ad icio nais a cr ença que induziu, sua co mpanheir a vir á desesperada at rás de
vo cê.

Out ra for ma co mum de infer nizar nossa ment e é marcar encont ros e
não co mpar ecer. Para dest roçar est e joguinho, nunca se esqueça de mar car
u m t et o para os horários dos enco nt ros e nunca fique esper ando feit o u m
id io t a após o prazo t er findado. Prazos as desconcert am por serem acordo s
defin ido s explicit ament e para ambas as part es que encurrala m suas ment es,
imp ed indo-as de se mo viment arem nas indefinições.

Há ainda uma engenhosa est rat égia fe minina que consist e em não
man ifest ar cuidados e negar o car inho para induzir o macho a manifest á-lo s.

Em prat icament e to dos os jogos psico lógicos t ort urant es


enco nt raremos indefinições e co nt radições que visam confundir. Os vemo s,
po r exemplo, naquela que flert a para fugir em seguida, naquela que inic ia
u ma d iscussão levant ando po ntos cr ít icos e se evade ant es que os mesmo s
sejam esclarecidos, naquela que t oma a inic iat iva de t elefo nar e em seguid a
se co mport a como se quisesse desligar logo o t elefo ne et c. A int enção é
deixar sempre quest ões import ant es no ar, sent iment os ma l reso lvidos.

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E m sínt ese, os mecanismos de t ort ura consist em em at içar nossa
dúv ida, nosso impulso sexual e nossos sent iment os amorosos ao máximo
mas nu nca sat isfazê- lo s. Quando reso lvem sat isfazê-lo s, o fazem por se
sent irem a meaçadas 75, mo vidas pela idéia de que est ão perdendo o domínio ,
mas sempre mant endo a expect at iva de que mais à frent e poderão nos lançar
na insat isfação prolongada no vament e. O desejo erót ico e o sent iment o de
amo r (ent endido aqui co mo apaixo nament o e apego) são normalment e as
pr incipais ferr ament as usadas, sendo as dema is rarament e empregadas a não
ser em associação diret a co m est as ou em casos excepcio nais. A excit ação
não sat isfeit a pro move um est ado de desconfort o que pode ser prolo ngado
ao máximo. É por est e mot ivo que o ódio, a rejeição ou a ind iferença reais
po r part e do ho mem as at emor iza: as tornam impot ent es. O ódio não é
reco mendável 76. A indiferença 77 sim e est a pode ser conquist ada quando
eliminamo s t odos os egos relacio nados com paixão, apego, luxúr ia, afet o
et c.

Co mo est rat égia de defesa, pode ser convenient e desmascar ar o s


jo g u inho s algumas vezes. Mas ist o deve ser feit o no mo ment o exat o em que
est iverem aco nt ecendo e de um modo que a encurra le e não per mit a
nenhu ma evasiva. A melhor maneir a de des mascarament o que enco nt rei fo i
simp lesment e apont á- los co nvict ament e no exat o inst ant e em que est iverem
sendo aplicados, de modo a surpreender e não per mit ir a negação. Sua
desat enção sempre será aproveit ada co nt ra você. Por ist o, est eja sempr e
alert a para flagr ar e denunciar de for ma imp iedosa, cruel 78 e implacável 79
to das as art imanhas, ment ir as e manipulações. O fundament al é est ar sempre

75
Em s eu p od e r s ob r e n ó s
76
F a ç o q u e s tã o d e s u bl i n h ar es t a r e come n d a ç ã o. O ó d i o é or i ge m d e i n ú me r a s p si cop a t ol o gi a s e
a q u e l e s q u e o cu l t i va m, i n d ep e n d e nt e me n t e d e e s ta r e m ou n ã o com a r a zã o, c on d e n a m-s e a vi ve r
o i n fe r n o n a a l ma . O si s t e ma n e r vos o e o s i s t e ma i mu n e s e i n fl u e n ci a m r e ci p r oca me n t e
( GOLEM AN, 1 9 9 7 ) , o q u e fa z c om q u e e moç õ e s n e ga t i va s , ta i s com o o ó d i o, a l te r a m a
q u a l i d ad e e a i n te n s i da d e da re s is t ê n ci a cor p or a l , pr ov o ca n d o d oe n ç a s . Um e st u d o n o Re i n o
Un i d o r e ve l ou q u e a s d e s il u s õ es a mor os a s a u me n ta m o í n d i ce d e d oe n ç a s ca r dí a ca s ( BUS TV,
2007)
77
Nos ca s os e m q u e i s s o s e j us t i fi ca p el a t e nt a ti va d a ou t r a p e s s oa br i n ca r com os n os s os
s e n t i me nt os .
78
Ou s ej a , s e m de i x ar -s e d is s u a di r p or ma n i p u la ç õ e s s e n t i me n ta i s.
79
O q u e é mu it o ma i s n ob r e e n ã o é co va r d e co m o o a t o a gr e d i r .

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alert a, pront o para desmascarar co m a velocidade de um raio. Se a denúncia
fo r ad iada, se t ransfor mará em mer a discussão e a oport unidade t erá sido
perd ida. Não deixe jamais o desmascar ament o para depois porque não
surt irá o mesmo efeit o devido às art imanhas femininas para evasão do s
pro blemas da relação amorosa. O problema aqui consist e no fat o de que
so mo s lent os, por ser mos mais racio nais, enquant o nossas amigas são
velo zes por se mo verem e se mot ivare m apenas por sent iment os 80. Para
superar est a defic iência de velocidade, bast a que nos acost umemo s a esperar
sempre o pior 81. Dest e modo, est aremos sempre um passo à frent e,
ad iant ados na percepção das art imanhas alheias.

Normalment e, os joguinhos ficam inibidos quando as deixa mo s saber


que o s est amos esperando. Enquant o nossas co mpanheiras sent em que
est amo s aguardando seus t ruques, evit a m ut ilizá-lo s.

O so fr iment o psico lógico do ser humano, seja ho mem ou mulher, é


algo real porém inimput ável. É inimput áve l porque subest imamos o aspect o
psíqu ico da vida, considerando-o "subjet ivo ". Ist o significa que o ato de
at orment ar emocio nalment e o próximo não é consider ado cr ime do pont o de
vist a legal 82, fat o que as favorece muit o pois não podemos denunciá-las
pelas tort uras amorosas. O cont ínuo emprego dest as t ort uras se deve, em
part e, ao ódio ancest ral que possuem cont ra nós 83 e, em part e, à necessidade
de no s t est arem.

Obser ve uma roda de mulheres e você as verá co ndenando ,


r id icu lar izando e sat ir izando o masculino, jama is enalt ecendo. Você nunca

80
A i n t e li gê n ci a e mo ci on a l é mu i t o ma i s r á pi d a d o q u e a i nt e l e ct u al e a s mu l h er e s s u p e ra m os
h ome n s n e s s e ca mp o. O i nt e l e ct o é l e r d o, r e t ar d a tá r i o. Lo gos é u ma fu n ç ã o p r e d omi n a n t e n o
h ome m e Er os a fu n ç ã o p r e d omi n a n t e na mu l he r ( J UNG, 2 0 0 2) .
81
De ou t r a for ma , ta l ve z ma i s a ce r ta d a , p od e r í a mos d i ze r : e s p e r a r t u d o, t a n t o n o q u e s e r e fe r e
a o b e m c om o n o q u e s e re fe r e a o ma l, ou e n tã o n ã o e s p e r ar n a da , o q u e é q u a s e a mes ma coi s a .
A a gr e s s i vi d a d e é u ma fu n ç ã o i n con s ci e n t e h u ma n a n at u r al ( F REUD, 1 9 1 3 / 1 97 4 ) e m s u as vá r i a s
mod a l i d a d e s . Tod os os s e r e s h u ma n os a gr i d e m, a i nd a q ue n ã o s ai b a m di s s o ou n ã o a ce i t e m.
82
Is s o j á n ã o é a t u al me n t e ma i s vá l i d o p a r a a l gu n s pa í s e s . En t re t a nt o, a s l ei s a i n d a n ã o
r e con h e ce m a vi ol ê n ci a e mo ci on a l a mor os a p e r p e tr a d a p or mu l h e re s con t r a h ome n s , ma s a p e na s
p or h ome n s c on t r a mu l h e re s . É u m r e fl e x o d o p r e con ce i t o ge n e r a l i za d o c on t r a o gê n e r o
ma s cu l i n o ( CREVE LD, 2 0 0 4 ) .
83
Qu e s e r el a ci on a e s tr e it a me n t e a o comp l e x o d a i n ve j a d o P ê n i s ( F r e ud ) .

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as verá elogiando a import ânc ia que t emos ou admit indo a dependência qu e
po ssuem de nossa prot eção. Conclui-se, port ant o, que nossas manipuladoras
so frem inconscient ement e co m ódio e inveja, não aceit ando sua nat ural
co nd ição diferent e da masculina, e sent em um prazer sádico em no s
at orment ar, razão mais do que just a para nos defender mos mediant e a
eliminação de nossas fraquezas int er nas e dar-lhes algumas liçõezinhas.

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7. A ult rapassagem das defesas emocionai s em mu lh eres fechadas à
apro xi mação e ao contato

Assim co mo nós so mo s vulner áveis a assalt os erót icos de fêmeas


fat ais, as mulheres não possuem nenhuma res ist ência cont ra um
desint eressado comando prot etor sem int enções sexuais po is est ão sempre à
pro cura de t rouxas pront os para ser virem-nas por toda a et ernidade. Est e
impu lso ego íst a, no ent ant o, pode ser ut ilizado em nosso favor po is t rat a-se
de u m flanco abert o. As fêmeas humanas não são invulner áveis co mo se
mo st ram aos ho mens que, à pr imeira vist a, lhes parecem desint er essant es.

Quando a fêmea é abso lut ament e refrat ár ia ao cont ato e à


apro ximação, geralment e é porque acredit a ser exageradament e desejada o u
ent ão quer induzir os ho mens a acredit ar em nisso para que a desejem. Logo ,
quant o mais escancarar mo s nossa int enção sexual, mais fecharemos a
passag em. Quant o mais você o lhá- la co biçosament e, insinuar-se e insist ir,
mais será rechaçado. A única alt er nat iva que rest a para conquist á-la é
mo st rar-se de for ma opost a, agindo co mo se pudesse desejar t odas do
mu ndo menos ela! Se, ao invés de fingir, você conseguir desencanar e
realment e vê- la co mo uma mu lher nor mal, igual ou at é menos int eressant e
do que as demais, será melhor ainda.

Vou agora expor me lhor est a fraqueza feminina no campo da sedução ;


o bv iament e, est ou pensando nas mulher es abso lut ament e "difíceis" porque
as "fáceis" não exigem t rabalho. Mulheres difíceis são aquelas
abso lut ament e refr at ár ias, co m as quais não se consegue est abelecer
nenhu ma afinidade simpát ica par a conquist á-las. Cost uma m ser carrancud as
e ning uém t em coragem de chegar pert o ou sequer de o lhar. Podem t ambém
ser aque las beldades que assust am at é os mais machões. 84

84
Re fi r o-me à s a r r oga n t e s e e s n ob e s e n ã o à s h u mi l d es , ge n t i s e si n ce r a s.

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Vejamo s o que acont ece. Dada a dup licidade do significado at ribuído
ao sexo, diant e do desejo masculino as fêmeas visualizam sempr e duas
po ssib ilidades: uma que deseja m e out ra cont ra a qual sent em um horro r
inst int ivo. A possibilidade que deseja m é a de serem amadas e a qu e
det est am é a de serem vio lent adas( ALBERONI, 1986/ sem dat a). Est a últ ima
é a que as t orna t ão propensas à hist er ia. O medo inco nscient e de ser em
vio lent adas é que as leva a rejeit ar os fracassados, os incapazes de seduzí-
las, o s t ímidos, os pegajo sos, os infant ilizados e, de um modo geral, todo
assed iador ou perseguidor (ALBERONI, 1986/sem dat a). Est a cont radição
as t o rna desco ncert ant es po is t emem e deseja m ao mesmo t empo
(ALBE RONI, 1986/ sem dat a). A cont radição de sent iment os, inerent e à
co nt radição das possíve is co nseqüências do desejo masculino, as leva a ag ir
de u m modo paradoxal que não nos per mit e saber o que realment e quer em.
A mín ima suspeit a de alguma int enção de vio lência sexual po de
desencadear uma cr ise hist ér ica que or iginar á uma cadeia social host il
co nt ra o assediador. Todo cuidado é pouco para não ser mos co nfundido s
co m u m fracassado e aí reside o problema po is t emos que nos aproximar,
t ravar cont at o e conquist á- las sem assediar 85. Daí a import ância de saber mo s
ler co rret ament e os sinais, d e jamais insist ir cont ra as resist ências, de
saber mos nos aproximar co m cert a dose de hipocr isia ( LÉVI, 1855/2001) 86,
sem t ransmit ir que est amos desesperados, e nunca forçar mo s abso lut ament e
nada. Temos que at ravessar apenas as passagens que nos são abert as. Mas as
passag ens não serão abert as se não ocult armo s nosso desejo. O desejo
mascu lino explíc it o causa medo, aver são e no jo (ALBE RONI, 1986/ sem
dat a), ao cont rário do que pensam os ignorant es. É repulsivo. É por isso que
se vo cê most rar seu pênis em público ir á para a cadeia imediat ament e
enquant o que sua vizinha, se t irar a roupa no cent ro da cidade, será apenas
levada ao médico car inho sament e 87. O desejo masculino explíc it o fecha a
passag em à int imidade.

85
E s e m vi ol e n t ar s ua s e moç õ e s .
86
Re fe r e -s e a u ma for ma d e h i p ocr i s i a s a u d á ve l, con h e c i d a p op u l a r me n t e p or “ ca r a -d e -p a u ” .
87
“ O h ome m mos t r a o p ê n i s p a r a e x ci t ar e a mul h e r gr i t a ” ( ALBE RON I, 1 9 8 6 / s e m d a t a)

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Na ment e feminina há uma abert ura const ant e, uma passagem qu e
nu nca se fecha. Um sedut or hábil rapidament e a ident ifica e a ut iliza. Trat a-
se da abert ura para a int imidade "sem ma líc ia" co m um ho mem que
co nvença que é desint eressado, sem segundas int enções, sem objet ivo s
sexu ais mas ao mesmo t empo prot etor e dominant e. Paradoxalment e, quant o
mais o cult amo s a int enção sexual, mais abert ura para uma int imidade
"ino cent e" consegu imos. É por isso que você sempre deve desco nfiar do s
amig u inho s inocent es de sua esposa.

A chave para aproximar- se das carrancudas consist e em est reit ar a


int imid ade gradat ivament e ao mes mo t empo em que se demo nst ra
ind ifer ença, nat uralidade e desint er esse aliados a uma post ura levement e
prot eto ra e agressiva. Dependendo do grau de resist ência e ant ipat ia da
no ssa “presa” 88, precisamos simular indiferença não soment e co m relação ao
sexo mas at é mesmo co m relação à amizade e à própr ia pessoa da dama.

Os gineco logist as, por exemplo, t êm per missão para olhar dent ro das
vag inas simples ment e porque se respaldam na cr ença de que seus objet ivo s
são merament e t erapêut icos. A mulher que lhe abre as per nas o faz a part ir
da crença inabalável em sua honest idade e ausência de int eresses sexuais.
Segu indo a mesma linha, porém indo mais avant e, o gineco logist a po de
to car- lhe o clít or is 89 sob a alegação de realizar um exame e at é mesmo
excit á- la. E nquant o a crença for preser vada, não haverá nenhuma reação
femin ina cont rár ia ao toque, no sent ido de rechaçá-lo. No século XIX, o s
méd ico s chegavam inc lus ive excit ar e mast urbar mulher es co mo for ma d e
t rat ament o para t ent ar curá- las da fr igidez. Fo i assim que o vibrador fo i
invent ado: co mo uma ferrament a médica para subst it uir as mão s.
Obv iament e, muit as não eram cur adas em u ma só sessão, outras desco br iam
que nada sent iam quando est avam em casa co m o mar ido mas apenas co m o
méd ico e retornavam ao consu lt ór io muit as vezes... Est a é uma prova de qu e
a crença e a co nfiança na ausência de int enções sexuais per mit e que a

88
Tr a ta -s e d e u ma e x pr e s sã o me t a fó r i ca .

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mu lher se abr a e se ent regue aos poucos. O mesmo sucede co m o s
psico t erapeut as, para os quais elas revelam segredos que jama is revelar iam
a ning uém e muit o menos aos mar idos. No fundo, as fêmeas querem se
sent ir aco lhidas, co mpreendidas e aceit as t al co mo são, sem que nenhu m
favo r sexual seja exigido em t roca. Querem se sent ir seguras, t er um porto
no qual podem at racar.

Nossas amigas sempre fugirão se você for luxur io so e escancarar sua


int enção. Para nos aproximar mo s sem que fuja m ou nos rechacem, t emo s
que no s most rar desint eressados em seu at r ibut os erót icos e, ao mesmo
t empo , est reit ar os laços de int imidade, dando prot eção, ordens 90, guiando -
as e t ambém escut ando-as ou ajudando-as. Algumas vezes, para desarmá-
las, é necessár io repreendê- las, explic it ando que o fazemos par a seu própr io
bem e, em alguns casos ext remo s, at é mesmo reje it ar a sua aproximação o u
presença, fer indo-a emocio nalment e 91.

Não se t rat a de ser o amiguinho co nfessor ou o bo m moço assexuado


que não deseja ninguém. O que est ou suger indo aqui é algo tot alment e
d ifer ent e. Trat a-se de ser um macho superior que não a dese ja
especifica ment e por t er chance de obt er out ras melhores mas que se revela
u m ho mem de verdade no trat ament o, sem t emor, sem desespero para
agradar e sem medo de perder.

Obser ve que não est ou afir mando que a amizade é um bo m caminho


para a sedução, como fing ir am ent ender meus oposit ores. O que est o u
afir mando é que as mulher es se ret raem quando escancara mos o nosso
dese jo e se abr em quando acredit am que por elas não t emos desejo algum.
Nada d isso significa que as mulheres sint am at ração por amigos ou que a
amizad e seja uma est rat égia eficient e de sedução. O que se passa é que elas
o ferecem seu t esouro àqueles que não o querem e o recusam àqueles que o

89
Cr e i o q u e e r a a i s s o q u e Ne l s on Rod r i gu e s s e r e fe ri a e m s u a s fr a s e s s ob r e os gi n e col o gi s t a s .
90
Re fi r o-me a o d omí n i o c on s e n t i d o e s ol i ci t a d o p e l a p r ó p r i a mu l h er .
91
Re fi r o-me à d e fe s a e moci on a l l e gí t i ma.

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dese jam. Est ou afir mando que a int enção escancar ada afugent a e a
ind ifer ença at rai.

A necessidade de sere m aceit as co m seus "at os moralment e


repro váveis" 92 é mu it o fort e e as torna vu lneráveis aos ho mens que não
demo nst ram segundas int ençõ es sexuais e não reagem co m desaprovação ao s
erro s que comet em. Quando o conhecem, gradat ivament e vão lhe revelando
as co isas "ma is feias" ou "erradas" que já fizer am na vida e obser vando suas
reaçõ es. À medida em que co mprovam que são aceit as, ou me lhor, que eles
são moralment e indifer ent es, cr iam mais confiança e as confissões se
apro fu ndam ao mesmo t empo em que a int imidade cresce. Ent ão, sem que
percebam, já est ão envo lvidas e mocio nalment e e sexualment e.

Est a é a passagem ment al que nunca se fecha e at ravés da qual pode-


se co nq uist ar qualquer mulher desde que a t rat emos corret ament e. Não há
mu lher het erossexual que resist a a invest idas corret as por est e canal porque
to das possuem uma necessidade desesperada de cumplic idade e de levant ar
a aut o -est ima quando não se sent em desejadas. Se alguma ainda assim
resist ir, será por alguma inabilidade do candidat o a sedut or que result ou em
algu ma co municação subliminar de int enção.

As mulher es são t ambém abso lut ament e vulneráveis a amizades e,


quando rechaçam u ma t ent at iva amist osa de co nt ato, é porque percebem q ue
o cand idat o a “amigo sem maldade” quer algo mais. E o percebem porque
est e se mo st ra como um macho necessit ado e, port ant o, de segunda
cat ego ria. Aquelas que evit am o cont ato e se co mport am de mo do
inacessível não o fazem por respeit o ou amor ao homem co m quem vive m
o u co m quem se co mpro met em mas sim por não nut r irem esper anças de qu e
exist am int enções amist osas s incer as por part e daqueles que cruzam o seu
caminho e t ent am aproximação. Ocorre que, nos casos das carrancudas, est a

92
CALIG AR IS d i z, a r es p e it o d e s t e p or me n or , q u e a e n t r e ga s ex u a l t ot a l é bl oq u e a d a pe l o me d o
d a r e pr e s sã o p a t ri a r ca l e mu it a s ve ze s é vi vi d a s ome n t e n a pr os t i t ui ç ã o. P ar e ce -me q u e e st e
me d o é t r a n s fe ri d o p e l a mu l h er a d ul t a n a r el a ç ã o com o ma r i d o.

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é a única via possível de aproximação que sobra alé m da “horror ização ”
calcu lada, a qual deve ser ent endida co mo o ato de escandalizar e chocar da
fo r ma corret a (e ino fensiva, obviament e), recur so que não convém ut ilizar
co m mu it a fr eqüência mas apenas quando todos os demais falhare m.

A capacidade de ocult ar a verdade ir a int enção confere um irresist ível


po der de aproximação. Sugiro, ent ret ant o, que não ocult emos segund as
int ençõ es e sim que não as t enhamo s 93 pois o ideal é alcançar mo s um est ado
de ind iferença em relação a ser mos aceit os ou não.

Uma vez co nquist ada a capacidade de evidenciar desint eresse


específico co m per feição e po r longo t empo, a dificuldade residirá, ent ão ,
em at ravessar os limit es da int imidade e ent rar profundament e no mundo
femin ino. Est a é uma for ma de penet ração psico lógica que se obt ém ao se
co nver sar desint eressadament e co m a mulher so bre si mesma, fazendo-a se
sent ir aco lhida e segur a.

O rumo dos diálogos deve girar em t orno de quest ões amorosas gerais
e, po st erior ment e, das quest ões amorosas específicas da mulher que est amo s
sedu zindo. A t emát ica sexual so ment e pode ser int roduzida depo is de u m
bo m t empo.

Quant o mais int ensas forem as manifest ações de cuidado


desint eressado, dominant e, orient ador e prot et or, mais embr iagada
emo cio nalment e ela ficar á 94.

Sabendo disso, as fêmeas humanas sempr e co locam cuidado especia l


em não serem enganadas e nunca acredit am logo à pr imeir a vist a em nosso
desint eresse. Algumas chegam a resist ir durant e muit o t empo ver ificando
quais são nossas int enções. A int enção exc lusivament e sexua l é vist a co mo
agressiva e desint eressant e.

93
P oi s a s si m s er e mos ma i s ve r d a d ei r os
94
Tu d o i s s o d e ve s e r ve r d a d e ir o e n ã o s i mul a d o. Nã o u t i l i ze e st e con h e ci me n t o p a r a o ma l .

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As defesas emocio nais fe mininas são at ravessadas at ravés de at it udes
que co muniquem indiferença, desint er esse sexual específico pela “presa” e,
ao mesmo t empo, orient ação, comando e prot eção. A imagem a represent ar é
mais o u menos a de alguém desint eressado sexualment e em quem co mand a
mas não assexuado de for ma geral (t ome cuidado!). Não pode haver
t it ubeação, vacilação ou dúvidas no trato. Com est a t écnica adent ra-se ao
mu ndo at é das mulher es mais pro ibidas e difíceis. Há ho mens qu e
sedu ziram mulher es impensáveis apenas co m est e procediment o.

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8. Porque não devemos discuti r e nem polemi zar

As mulher es cost umam t er muit as at it udes que prejudicam seu


relacio nament o conosco. Ent re t ais at it udes, posso cit ar o gosto po r
amizad es masculinas, o hábit o de admir ar ou elogiar out ros ho mens,
famo so s ou não et c. Quando as apanhamo s em flagrant e, negam
t erminant ement e e dizem que fo i t udo algo inocent e e sem más int enções,
"sem maldade".

Por serem baseados em sent iment os e não na razão, est as idé ias e
co mpo rt ament os feminino s indesejáveis cont inuam incó lumes apó s
dest ru ir mo s int elect ualment e seus argument os.

E m geral, os argument os feminino s em favor das at it udes qu e


dest ro em a relação são muit o frágeis. E nt ret ant o, de nada adiant a discut ir
o u po lemizar pois, mesmo após dest ruídos, seus mot ivos prevalecem po r
serem emo cio nais. E las ent ão elaboram out ros caminhos psico lógicos para
ju st ificar suas at it udes excusas sem nunca assumí-las.

Por t ais razões, é uma t ot al perda de t empo discut ir ou polemizar


quando as apanhamo s em pilant ragens 95. Este hábit o, que vejo em muit o s
ho mens, apenas cr ia um clima desagradável na relação e nos conduz à
lo u cura, para a felicidade feminina 96.

95
Qu a n t o ma i s o h ome m t e n t a r vi ol e n t ar o l i vr e -a r b ít ri o d a c omp a n h e i r a , na vã t en t at i va d e
f or ç á -l a a al t er a r o co mp or t a me n t o ou a a d mi ti r s e u s e rr os , mai s for ç a es t a rá l h e da n d o. Ab r i r á
e s p a ç o p a r a s er a cu s a d o d e coe r ç ã o, vi ol ê n ci a e mo ci on a l , d i t at or i e d a d e e t c. P e r d er á a ra zã o e
s e r á vi st o c om o u m mon s t r o p or s i me s mo, p el a e s p er t i nh a e p or t od a s a s pe s s oa s q u e e st i ve r e m
p r e s e n ci a n d o o c on fl i t o. Com o e s cr e ve u Es t h e r Vil a r ( 1 9 7 2) : “ a mu l h e r t e m o p od e r q ue o
h ome m l h e d á . ” ( tr a d. mi n h a) . P or es t e e ou t r os mot i vos é q u e con fe r i r t ot a l l i be r d a d e à mu l h e r
é mu i t o ma i s con ve n i e n t e d o p on t o d e vi s t a d a d e fe s a e moci on a l . O ma i s i n di ca d o é q u e o
h ome m a d e i x e ab s ol u t a me n te li vr e p ar a fa ze r o q u e q ue i ra , s e m j a ma i s p r oi b i r n a da , ma s
d e v ol ve n d o-l h e t od a s a s con s e q ü ê n ci a s e r e sp on s a b i li d a d e s q u e l h e ca b e m. Is s o e x i ge
d e s a p a i x on a me n t o e a d a p ta b il i d a d e t ot a is ou , pe l o me n os , e m ní ve i s ma i s al t os d o q u e a qu e l es
q u e cor r e s p on d e m a o h o me m c omu m, vi ol e n t o, p a s s i on a l e de s con t r ol a d o.
96
A r e s p e it o d e s t e p or me n or , Gol e ma n ( 1 9 9 7 ) n os d i z q u e a s mu l h e re s s e an gu s t i a m q u an d o os
h ome n s s e fe ch a m, r e cu s a n d o-s e a t oma r p ar t e n a s p ol ê mi ca s con fl i t i va s , e q u e a s me s ma s s e
a ca l ma m q u a n d o e l e s o fa ze m. Ai n d a s e gu n d o Gol e ma n , os h ome n s s e fe ch a m co m o me ca n i s mo
d e d e fe s a con t r a a i n un d a ç ã o e moci on a l . Qu a n d o u m h ome m s e fe ch a e m u ma s i t ua ç ã o d e
c on fl i t o, s e u s b at i me nt os ca r d í a cos s e a ca l ma m ma s os d a e s p os a s e a ce l er a m. Qu a n d o s e ab r e à
d i s cu s s ã o, os b a ti me n t os d a e s p os a s e a ca l ma m e os d e l e s e a ce l e r a m. F or ma -s e a s si m u m j ogo

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Ao invés de po lemizar, é melhor to mar mos uma at it ude radical e
inesp erada que a encurrale e deixe desconcert ada a nosso respeit o. Uma
at it ude muit o desconcert ant e que funcio na bem é simplesment e aceit ar a
o pin ião cont rár ia e indesejável. A aceit ação de cert as opiniões absurdas a
respeit o de fidelidade, ent ret ant o, é muit o difíc il em cert os casos por exig ir
desapaixo nament o t ot al. A exper iência me most rou que quando
incent ivamo s ser iament e à mulher que est á flert ando com out ro cara a ficar
co m ele, a mesma fica desesperada se est iver apenas t ent ando nos irr it ar.
Est a é u ma boa for ma de vingança porque, na maior ia das vezes, o out ro não
a quer ser iament e, deixando-a no fina l sozinha, sem ninguém e poderemo s
r ir. Po r out ro lado, se o cara a quiser de verdade, a aceit ar e ela t ambém,
ist o apenas significará que você já dever ia t ê-la t rat ado como uma “vadia 97”
desd e o iníc io e que, caso a t enha consider ado sua namorada, o erro fo i
so ment e seu por não t er percebido que t ipo de pessoa t inha ao lado.

Est a é a at it ude menos esperada de um home m e, just ament e por ist o ,


a mais desco ncert ant e. Em ger al, o esperado é que em t ais sit uaçõ es
prot est emos e caiamo s em t ranst ornos emocio nais de diver sos t ipos. Se, ao
co nt rár io, as incent ivamos a levar adiant e a fant asia absurda, ficarão
emo cio nalment e encurraladas 98.

Ent ret ant o, para não ser mo s previsíveis, co nvém de vez em quando
passar ao ext remo oposto, desmascarando imp lacavelment e seus disfarces

os ci l a t ó r i o d e t r a n s mis s ã o d e a n gú s t i a d e u m l a d o p a r a ou t r o. P or t a n t o, a mu l he r n e ce s s i ta d a
p a r t i ci p aç ã o ma s cu l i n a n o con fl i t o p a r a q u e s e u s b a ti me n t os ca r d í a cos n ã o s e a ce l er e m. Se el a
s e s e nt ir b ar r a da , b oi c ot a d a p e l o h ome m q u e s e r e cu s a a d ar pr os s e gu i me n t o a o c on fl i t o, s e rá
i n u n d a d a p or s e nt i me n t os d e i mp ot ê n ci a , fr u s t ra ç ã o, ra i va e t c ( GOLEM AN, 1 9 9 7 ) . Con cl u s ã o :
e l a s gos t a m d e ve r o cí r cu l o p e ga r f o g o e d e sa b e r q u e e s t a mos l ou cos . Re cu s e m os a e la s e st e
p r a ze r mó r b id o.
97
No s e n t i d o d a d o p e l os di ci on á r i os M i ch a e li s ( 1 9 9 5 ) e Au r é l i o ( F ERRE IR A, 1 9 9 5 ) .
98
Tod a s a s for ma s d e e n cu r r a la me n t o p s i col ó gi c o d e s cr i t a s n e s t e t ra b a l h o p os s u e m s ome n t e o
e fe i t o d e l e va r a mu l he r d e comp or t a me n t o a mb í gu o a r e ve l a r o q u e ve r d a d e i ra me n t e s e nt e p or
n ó s e s u a s r e ai s in t e n çõ e s , s e nd o t ot a l me n t e i n e fi ca ze s co mo f or ma d e ma n i p ul a ç ã o vi s a n d o a
s a t is fa ç ã o d os d e s e j os p e ss oa i s d o h ome m. Aq u e l e s q u e t e nt a r e m u t il i zá -l a s pa r a e s te fi m
e x cu s o, s o fr e r ã o a s con s e q ü ê n ci a s d o t ir o q u e s ai r á p el a cu l a tr a e ca i r ã o e m s i t ua ç õ e s ri d í cu l a s.
S e r ã o fi s ga d os p e l o p r ó p r i o a n zol e b e b er ã o s e m s a be r o ve n e n o q u e d es t il a r a m. Como s e t r a ta
d e con t r a -ma n i p u l a ç ã o ( d e sa r ti cu l a ç ã o d e ar ti ma n h a s ma n i p ul a t ór i a s) e n ã o d e ma ni p u la ç ã o, s ua
e fi cá ci a s e ve r i fi ca s ome n t e n os ca s os d e d e fe s a e moci on a l l e gí t i ma , n os q u a is a r a zã o e s t á d o
n os s o l a d o. Em ou t r os ca s os é i n e fi ca z, j á q u e a mu lh e r é ma is h áb i l n a ma n i p ul a ç ã o d os

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(sem d iscut ir mas apenas fazendo obser vações seguras, claras, diret as e
fechad as) sem o menor medo de perdê- la e sem vacilar. Para que o
desmascarament o at inja o sent iment o e surt a o efeit o desejado, as palavras
ut ilizad as devem ser de facílimo ent endiment o, adequadas à pouca
int eligência racio nal 99, e ao mesmo t empo abso lut ament e exat as, para
pro mo ver o encurrala ment o cert eiro. Est eja preparado porque, nest es caso s,
as reações fe mininas cost u mam ser vio lent as e você precisará est ar
prescient e par a segurar as pont as de uma fê mea em surt o de loucura por t er
sido desmascarada à força e se sent ir subit ament e nua. Mas isso lo go
passará se você for o mais fort e e mais fr io dos dois e se mant iver cent rado .
Não t ema alar idos, gr it os ou choros. Não se afet e por t empest ades de
palavras. Mant enha- se fir me e decidido em sua posição. O fluxo de energ ia
que vo cê disparou logo se esgot ará.

Ant e at it udes excusas de sua co mpanheira que co loquem em dúvida a


fidelid ade, não perca o t empo discut indo mas apenas co munique, sem
vacilar, o que t ais at os significam para você e as conseqüências que t erão .
Não t ent e negociar ou fazê- la co mpreender o seu pont o de vist a porque será
inút il e você ainda por cima será considerado fraco e inseguro a respeit o
do s seus própr ios objet ivos de vida. E m gera l, pode-se dar uma segunda
chance desde que a falha não t enha sido grave.

E m quest ões de compo rt ament os que abala m a crença na fidelidade,


u m erro muit o comum é insist ir mo s para que nossas quer idas reconheçam
suas at it udes excusas. O fazemo s pela vã esper ança de que possam
co mpreender nossos nobres mot ivos, esperando que nosso ponto de vist a
seja co nsiderado. Isto surt e o efeit o cont rár io e faz co m que seja mo s vist o s
co mo fracos ao invés de demo crát icos. Por out ro lado, somos vist os como
fo rt es e decid idos quando as encurralamo s co municando unilat eralment e o

s e n t i me nt os d o q u e o h ome m. Te n t a r s u p er a r a mul h e r n a s a rt i ma n h a s ma n i p ul at ó r ia s d o a mor é


q u a s e o me s mo q u e e xi gi r q u e e la s n os su p e r e m e m for ç a fí s i ca , ou s ej a , u m a b su r d o.
99
P oi s o d i s ce r n i me nt o d e s a p a re ce n os mome n t os d e i n u n d a ç ã o p or e moç õ e s n e ga t i va s . Is s o va l e
p a r a a mb os os s e x os . Te n t ar di a l oga r r a ci on a l me n t e com u ma p e s s oa q u e e s te j a p os s e s s a p or
s e n t i me nt os n e ga t i vos é p e r d er o t e mp o.

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que percebemo s e as at it udes que t omaremos em conseqüência, recusando -
no s a d iscut ir. Ent ret ant o, se você blefar, pro met endo um “cast igo” 100 sem
cu mpr í- lo, est ará perdido. Promet a apenas o que pode cumpr ir.

O que import a é fechar todas as saídas. A port a para t eimar e resist ir


fica abert a quando discut imos. Inut ilize as t eimas dando livre cur so às
o pin iõ es cont rár ias às suas. Considere as equivocadas opiniõ es alheias
co mo u m problema que não é seu 101 mas sim da própria pessoa que as emit e
e defende (e as conseqüências t ambém).

Obviament e, você não deve t ent ar fazer isso se est iver apaixo nado o u
cairá de cabeça no precipíc io. O ho mem apa ixo nado est á em um est ado
ser vil e miserável, sendo incapaz de do minar a relação. É por isso que as
mu lheres t ent am ins ist ent ement e nos induz ir à ent rega.

Não t ent e forçá- la a ser coerent e, sensat a ou lógica. Aceit e-a co mo é,


co mpreenda-a e se adapt e. Não t enha for ma, mat e seus egos. Obser ve-a e
to me as co isas co mo são, sem o desejo de que fo ssem d iferent es.

Nossas adoráveis co mpanheiras são nat uralment e condicio nadas à


o cu lt ação e por isso é que algumas vezes são t ão ment irosas 102. Se dão
mu it o bem em funções que exijam a habilidade de esconder, de diss imular.
Necessit am sent ir que est ão enganando e, quando não conseguem no s
esco nder nada, ficam t r ist es e depressivas, sent indo-se inco mpet ent es 103.
Mas assim deve ser, não no s revo lt emos. Temos que nos adapt ar à suas

100
En t e n d a -s e p or “ ca s t i go” a r u pt u r a d a r el a ç ã o ou , a o me n os , d o c o mp r o mi s s o d e fi d e li d a d e
p or p a r t e d o h ome m.
101
S e gu n d o F r e i r e ( 2 0 0 0) , o h ome m a ma d u r e ci d o a ce i t a a s op i n i õ e s con t r á r i as às s ua s e n ã o
t e n t a vi ol e n t a r o p on t o d e vi s t a a l he i o; a ca p a ci d a d e d e a ce i t ar a d i ve r gê n ci a cor r e s p on d e a o
q u a r t o e st á gi o d o a ma d u r e ci me n t o d a con s ci ê n ci a .
102
De vol v o a s s i m, a s pr ov o ca ç õ e s d os a u t or e s qu e q ua l i fi ca m o gê n e r o ma s cu l i n o c o mo
i n e r e nt e me n t e me n ti r os o.
103
Emb or a n e m s e mp r e e st e j a m ci e n t e s d is s o. Est a a n gú s t i a ge s t a -s e e m ní ve i s pr ofu n d os d a
p s i q u e e se t or n a vi s í ve l s ob a for ma d e s e n ti me n t os d e vu l n e r a bi l i da d e . P a re ce -me q u e o a t o d e
o cu l t a r l h e s p r op or ci on a u ma s e n s aç ã o d e se gu r a n ç a , com o s e e s t i ve s s e m a b r i ga d a s d e a l go q u e
t e me m. O mai s pr ová ve l é q u e e st e t e mor d o ma s cu l i n o s e j a o te mor d a fi gu r a p a te r n a a p on t a d o
t a n t as ve ze s p or F r e u d e m s u as ob r a s .

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ling uagens ambíguas, aprendendo a nos orient ar em meio ao caos que cr iam,
ao invés de ficar mo s br igando, discut indo e po lemizando.

O t empo e esforço gast os com discussões são perdidos po is não


po demos at ingí- las ant ecipadament e aos fat os. Soment e as at ingimo s co m
fat o s reais em andament o e jamais co m avisos, alert as, súplicas et c. Não
exist em impact os emocio na is 104 a priori mas apenas a post eriori.

O único caso em que a discussão pode ser considerada út il é quando é


to mada co mo oport unidade para nosso t reinament o psico lógico. Podemo s
desenvo lver uma resist ência se nos expuser mos gradat ivament e às delet ér ias
in flu ências hipnót icas do for midável e fat al magnet ismo feminino. E m uma
d iscu ssão 105, a bat alha não se dá no plano racional co mo parece à pr imeira
vist a e sim no plano emocio nal. Seja mu it o mais fr io, mais inc isivo, ma is
d iret o , mais agressivo 106, mais curt o e mais grosso do que sua cont endo ra
para exercer o domínio 107 ou será você o dominado. Não discut a: co muniq ue
passando por cima, pisot eando e esmagando toda influência fascinat ór ia 108.
Encare-a nos olhos. Ao mesmo t empo, seja amável e aceit e-a t al co mo é,
deixando-a à vont ade para pensar e fazer o que quiser.

Para inut ilizar os infer nos ment ais das t eimo sias e po lêmicas bast a
não fo rçar as opiniões de sua parceir a. Respeit e abso lut ament e su as
o pin iõ es, visões de mundo, concepções et c mesmo quando forem
equ ivo cadas, falsas, mal int encio nadas, absurdas, ego íst as e co mplet ament e
prejud icia is par a a relação. Ent ret ant o, comunique-lhe por via única e
amavelment e, sem po lemizar, o que você enxerga a respeit o das mesmas e
as co nseqüênc ias que possuem. Jamais t ent e obr igá-la a ad mit ir os próprio s

104
Es t e s i mp a ct os n ã o d e ve m s e r e n t e nd i d os com o d a n os e n e m mu i t o me n os c o m o a gr e s s õ e s
ma s s i m com o s e n s i bi l i za ç õ e s q u e mob i l i za m s e n ti me n t os .
105
A d e s p e i t o d e s e r comu m s e a fi r ma r o con t r á r i o, a cr e d i t o q u e i ss o s e j a q u a se u ni ve r s a l . As
d i s cu s s õ e s t u r va m o e n t e n di me n t o, se j a e l e r a ci on a l ou e moci on a l .
106
De n t r o d o l i mit e d a b oa -e d u ca ç ã o e d a ci vi l i d a d e, ob v i a me n t e . Nã o r e tr oce d a a o p a l e ol í t i co.
107
Re fi r o-me a o d omí n i o d a s i t u aç ã o e n ã o d a me n t e ou d o c or p o a l h e i os .
108
Em ou t r a s pa l a vr a s : ch i c ot e i e a s i mes mo c om o l á t e g o d a v on t a d e p ar a d oma r o a n i mal
i n t e ri or e e vi t a r a p os s e ss ã o p or s e n ti me n t os e p e n s a me nt os n e ga t i vos . S ob r e e s t e p or me n or ,
l e i a -s e Ni e t zs ch e ( 1884-1885/1985 ) .

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erro s o u a assumir de for ma explícit a, verba lment e, qualquer co isa que seja.
O reco nheciment o de erros e a aceit ação das responsabilidades são
co nsegu idos deixando-as ser o que são e devo lvendo-lhes as
co nseqüências 109. Devo lvemo s a respo nsabilidade e as conseqüências
simp lesment e não as assumindo, não as tomando para nós. Refor ce sempre
que as opiniões dela serão respeit adas. As realidades emo cio nais do mar ido
e da esposa são dist int as e para lelas (GOLEMAN, 1997), mot ivo pelo qual é
u ma perda de t empo t ent ar forçá- las a compr eender o nosso ponto de vist a
e, menos ainda, t ent ar obr igá- las a assimilar nossa visão de mundo e nossa
id io ssincrassia.

O segredo, aqui, co nsist e em não nos opormos, ou seja, em no s


aliar mos aos mo viment os cont ínuos, aco mpanhando as flut uações,
o scilações e alt er nânc ias. Para t ant o, é mist er não nos ident ificar mo s co m a
relação , separando-nos e vendo os acont eciment os de fora, co mo u m
expect ador alheio aos fat os e que não os considera seus. E m outras
palavras, t emos que conqu ist ar um est ado int er no em que as opiniões e
at it udes da parceira não sejam ma is consideradas um problema nosso mas
apenas dela, desobr igando-nos de quaisquer respo nsabilidades a respeit o ,
u ma vez que não nos cabe por não nos pert encer. Tant o a companheir a co mo
a relação devem ser t omados co mo ent es est ranhos 110.

Apr ender a separar- se para dia logar nas t orment as emocio nais não é
fácil. O magnet ismo fat al cost uma nos arrast ar para br igas e

109
De s t e mod o, e m a l gu n s ca s os , e l a s ch e ga m a t oma r co n s ci ê n ci a d a s ca r a ct e rí s ti ca s n e ga t i va s .
Ob s e r ve i q u e a l gu ma s ch e ga m me s mo a mu d a r d e a t it u d e p or von t a d e p r ó p ri a , d e p oi s q ue os
e fe i t os d e s ua s a t it u d e s i n con s e q ü e n t e s r et or n a m s ob r e el a s me s ma s . A t oma d a d e con s ci ê n ci a
d os p r ó p r i os er r os é a l go mu i t o i n d i vi d u a l e n ã o s e p od e ob r i ga r o p r ó x i mo a fa zê -l o. Na
ve r d a d e , es t e é pi l ar ce n t ra l d e mi n ha t e or i a : a a ce i t a ç ã o a d a pt a ti va a b s ol u t a. Na d a ma i s
p od e m os fa ze r a n ã o s e r de i x á -l as fa ze r t u d o o q u e r e m d e su a s vi d a s ( ma s n ã o d a n os s a,
ob vi a me n t e ) e e s pe r a r q u e s a b or e ie m a s con s e q ü ê n ci a s b oa s e má s d os ca mi n h os q u e e s col h e m.
Nã o n os i l u d a mos : e l a s n ã o vol t a r ã o a o l a r e n e m s e n ti r ã o, n u n ca mai s , or gu l h o e m t e r os s e us
s e r vi ç os d omé s t i cos r e c on h e ci d os e r e mu n er a d os p e l os ma ri d os . Ta mb é m nã o s e n ti r ã o or gu l h o
p or s u a s ca r a ct e rí s ti ca s fe mi n i n as tr a d i ci on a i s e di fe r e n ci a n t es : s a i a s , ve s t i d os , de l i ca d e za ,
b e l e za , su a vi d a d e , e mot i vi d a d e s u pe r i or et c. A t e n dê n ci a q u e s e a p on t a pa r a os d i a s d e a ma n h ã
é a de s e t or n a re m ma i s e mai s s e me l h a nt e s a os h ome n s e , p or t a n t o, mai s e ma i s
d e s i n te r e ss a n te s . O fu t u r o é s omb r i o. Es p e r o e s ta r e r ra d o.
110
Ou s ej a , e n te s q ue n ã o con h e ci d os e a os q u ai s ne ce s s i t a -s e ob s e r va r , c on h e ce r e
c omp r e e n d e r .

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desent endiment os 111. É necessár io resist ir aos encant os e aos feit iços (LÉVI,
2001), às provocações de t odas as nat urezas, t ant o boas quant o más,
mant endo a lucidez e a calma em mo ment os que falt arão à out ra part e: ser
super io r em co mpreensão, paciência, fr ieza e amabilidade, condiçõ es
so ment e conquist adas por aqueles que disso lver am seus egos.

Apr enda a co nt rolar sua ment e para mant er-se calado nos piores
in fer no s emo cio na is. Suport e as tort uras e confusões em silêncio, co mo o
Buda. Resist a a t odas as provocações de sua parceira no sent ido de induzí-
lo a u ma po lêmica. Seja dist ant e e mist er ioso. Fale o menos possíve l.
Amarr e sua língua mesmo que por dent ro você est eja prest es a arrebent ar. O
silêncio do ho mem que desaparece dent ro de si mesmo as inco moda muit o
(ALBE RONI, 1986/ sem dat a), sendo uma ót ima defesa cont ra as agr essões
emo cio nais porque as at inge de for ma cert eira. O at o de nos fechar mo s,
recusando-nos a discut ir, as desest abiliza e desor ient a emocio nalment e
(GOLEMAN, 1997).

Quando mais falar mo s, pior será. Quant o mais expor mos nosso s
po nt o s de vist a, mais est aremo s aliment ando os conflit os. É melhor ouví-la
e fazer apenas int er venções curt as, acert adas e dest rut ivas 112 pois, co mo
lemo s escreveu Salo mão:

“A m ul h er l ouca [e n ã o a l úci da , por t an t o] é a l vor oça d or a ; é n ésci a e n ã o sa be


c oi sa a l gum a” (Pr ovér bi os, 9: 13) .

Se você quiser piorar t udo e criar um infer no for midável, bast a


d iscut ir a relação, t ent ar ent rar em acordo sobre as divergências et c.

111
Qu e Gol e ma n ( 1 9 97 ) de n omi n a “ i n u nd a ç õ e s d e s e nt i me n t os ” .
112
Re fi r o-me a d e s t r ui ç ã o d e a l gu n s p ou cos e n ga n os e e r r os q u e p od e m s e r e l u ci d a d os n es s e s
mo me n t os t ã o d i fí ce i s .

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9. Sobre a i mpossibi lidad e de dominar o "sexo frági l"

Nossas quer idas e per igosas fêmeas t ent am incansavelment e do minar


a relação para nos impor os padrões que desejam, os quais correspondem à
freqü ência, à int ensidade e à qualidade nos encont ros, nos t elefo nemas, no
sexo , no trato carinhoso, na fala et c. Aquele que amar mais, ist o é,
necess it ar mais do amor do outro, cederá e se submet erá por medo de perder
a pessoa amada. Aquele que amar menos, sairá vit or ioso e dominar á a
relação .

O poder de exercer o do mínio ou ser dominado vincula-se


est reit ament e à beleza fís ica 113, no caso da mulher, e ao dest aque social, no
caso do ho mem, embora não apenas a esses e lement os.

Se você t em uma namorada ou esposa já deve t er percebido que ela


co st uma sempr e resist ir cont ra quase t udo o que você quer, pr incipalment e
em d ar sexo exat ament e na hora em que você est á precisando. Est a
resist ência é nat ural e não devemos prot est ar e nem mu it o menos forçar.
São o bst áculo s que seu inco nscient e nos co loca par a ver se co nseguimo s
superá- lo e provar nosso valor mascu lino.

Apesar de nunca serem admit idas ou reconhecidas pelas mulheres, as


resist ências nunca cessam, nem mesmo após décadas de casament o. Quando
resist em, as mulher es est ão, na verdade, querendo ser encant adas at é um
po nt o de tot al embr iaguez emocio nal. Querem que quebre mos a resist ência
lançando-as em u m est ado de loucura de modo que não consigam ma is
resist ir. Se não o fazemo s, nos consider am inco mpet ent es e co m o t empo
no s co locam alguns be los chifr es porque necessit am de e moções int ensas e

113
Emb or a e s t a s ej a r e l at i va e va r i e e m s e u s i gn i fi ca d o d e u ma cu l t u r a p ar a ou t r a e a t é d e u m
h ome m p a r a ou t r o. In d e p e n d e n t e me n t e d e se u s con ce i t os s ob r e b e l e za , u m h ome m t e n d e r á a
fr a q u e j a r ma i s p or a q u el a s q u e , s e gu n d o s e u s cr it é ri os , l he p ar e ce r e m b el a s. No q u e a mi m di z
r e s p e it o, n ã o comp a ct u o c om os cr i t é r i os e p ad r õ e s e st e r e ot i pa d os d o s é cu l o XX ( j u ve n t u d e ,
f or ma s cor p or a i s e t c. )

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lo u cas 114. Est a é a razão pela qua l sempr e t ent am nos do minar ao invés de se
su bmet erem passivament e.

Alguns ho mens ignorant es, desesperados por não conseguirem exercer


o do mínio sobre suas mulheres 115, as agr idem fisica ou psico logicament e.
Est a at it ude é desnecessár ia, co mo veremos a seguir.

A mulher dispõe de so fist icados mecanismos ps ico lógicos para bur lar
qualquer t ent at iva de do minação. São refrat ár ias à do minação. Resist e m
co nt inua ment e, at é mesmo à força brut a 116, soment e podendo ser
in flu enciadas realment e pelo do mínio de uma força emocio nal super ior à
sua. Nem t udo est á perdido...

Há um me io muit o eficaz de nos prot egermos e ao mesmo t empo


do minar mo s a relação sem ficar mos loucos: consist e em r enunciar mos à
t ent at iva de do minar a fêmea, prefer indo dominar nossos próprio s
sent iment os de posse, ciúmes e out ras fraquezas por meio da mort e de
no sso s egos. Isto parece cont radit ório mas realment e func io na por serem as
mu lheres seres cont radit ór ios e ilógicos em essência, ou melhor, seres que
segu em uma lógica cont rár ia à que imagina mo s 117.

E liphas Lévi (1855/2001) nos diz que as mulheres nos acorrent am po r


no sso s desejos 118. Os desejo s de est ar junt o, de receber sexo, car inho e amo r
et c. são pont os fracos por onde as fêmeas t oma m os machos e os derrubam.

114
P or q u e sã o s e r e s d e or i e n t a çã o e mo ci on a l .
115
Re fi r o-me à d omi n a ç ã o c on s e n t i d a q u e r es u l ta n at u r a l me n t e d a r e n ú n ci a à d omi n a ç ã o
c oe r ci t i va .
116
A ve l h a e con h e ci d a fr a s e d e M a q ui a ve l ( 1 51 3 / 1 9 7 7 ; 1 5 1 3 / 2 0 0 1 ) r e t ra t a e st a i mp os s i b i li d a d e :
“ A s o r t e é mu l h er e, p a r a d o mi n á -l a , é pr ec i s o b at er - l h e e f er i r - lh e. ” . Es t a n ã o é u ma fr a s e
mi s ó gi n a e ne m vi ol e n t a , ma s s i m u ma comp a r a ç ã o e n t r e a mu l h er e a s or t e , b a s e ad a n o fa t o d e
q u e a p r i mei r a n ã o s e de i x a d omi n a r . A i n t e n ç ã o d a comp a r a ç ã o, n o e n t a n t o, é mos t r a r q ue a
s or t e s ome n t e p od e s er d omi n a d a q u a n d o n e la b at e mos , d o me s mo m od o c om o fa zi a m os h ome n s
i gn or a n t e s n a é p oca d e M a q ui a ve l com a s mu l h e r e s, movi d os p e l a fú ri a d es e s p er a d a. M a q u ia ve l
n ã o e s t á r e come n d a n d o q u e s e b at a n a mu l h er ma s s i m n a s or t e . Ut i li za a mul h e r e m s ua fr a s e
a p e n a s p a r a comp a r a ç ã o c o m o i n t u i t o d e i l us t ra r q u e a mu l h er n ã o s e d ei x a d omi n a r.
117
Is s o s e r e fe r e e s pe ci fi ca me n t e a o ca mp o a mor os o e co r r e s p on d e a p e n a s a o s e n t id o for ma l
( r a ci on a l ) d a l ó gi ca . Ent r et a n t o, os s en t i me nt os t a mb é m p os s u e m u ma ou t r a l ó gi ca , d i st i nt a da
l i n e ar ra ci on a l , q u e é o fu n d a me n t o d a i n te l i gê n ci a e moci on a l e d a i n t ui ç ã o.
118
Trata-se da conhecida e já citada frase: “ A mu l h e r t e a cor re n t a a tr a vé s d e t e us d es e j os . Sê se n h or
d os t e u s de s e j os e a cor r e n t a r ás a mu l h er . ” ( LÉV I, 1 8 5 5 / 2 0 0 1, p. 7 3)

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Acrescent o que, além dos desejo s, elas nos acorrent am por nosso s
sent iment os. Logo, se eliminar mo s os sent iment os e desejo s, as lançamo s
em seu s própr ios calabouços ment ais. O t iro sairá pela culat ra devido ao
efeit o especu lar que lança o feit iço de vo lt a àquele que o enviou. A mulher
ent ão cairá no própr io infer no ment al- emocio nal no qual t ent ou nos jogar 119.
O mo t ivo é mu it o simples: co mo as espert inhas necessit am co nt ínua e
lo u cament e co mpro var que so fr emos por elas, são obr igadas a encarar a
pró pria frust ração quando ver ificam o cont rário.

Desde o início da relação, devemo s sempre por ma is cuidado em nó s


mesmo s, no que sent imo s, do que na mulher. Ist o não significa que
t enhamo s que t rat á-la mal, co m fr ieza et c. mas apenas que precisamo s
so brepujá- la nos campos em que so mos fracos e ela é fort e 120. Ciúmes, fúr ia,
po sse et c. são debilidades que fazem part e do ego e nos deixam do minados.

Ao invés de do minar mo s o sexo oposto, é melhor do minar mo s a


relação . Mas para do minar mo s a relação t emos que do minar a nós mesmo s.
Lo go , t udo se reduz ao domínio de si. Não se pode do minar a mulher, nem
mesmo pela for ça brut a. Se você lhe pedir algo, seu pedido será
amavelment e recusado ou prot elado indefinidament e. Se você ordenar, ela
irá t est á- lo para descobr ir at é onde você é capaz de ir, cur io sa por saber at é
que po nt o a relação est á vulneráve l; se recusará a at endê-lo e obser vará
suas reações para cert ificar-se de sua capac idade de desagradá-la obt endo ,
po r est e meio, import ant es infor mações a respeit o da profundidade do seu
apego , do seu grau de dependência emociona l. Se você a agredir
fis icament e, t erá que se ent ender co m a po lícia ou co m seus parent es, além
de dar- lhe razão. Logo, não há saída além de blindar-se e ret aliar
emo cio nalment e co m just iça e em legít ima defesa. Nunca deixe-a fechar
co nclu sões e saber o quant o dela você necessit a.

119
O q u e con s t i t u i u ma l e gí ti ma d e fe s a e moci on a l e fu n c i on a a p e n a s n o ca s o d a mu l h e r s e r u ma
e s p e r ti n h a q u e t e nt a n os t r a p a ce a r n o a mor . S e a mu l h er for h on e s t a e si n ce r a n a r el a ç ã o, n ã o
h a ve r á fe i t iç o a l gu m p a r a s e r d e vol vi d o e e l a n ã o s e r á a ti n gi d a e moci on a l me n t e p or n a d a p oi s a
r a zã o e s t a r á co m e l a .
120
Lu t a n d o c on t r a n ó s mes mos e n ã o con t r a e l a s.

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A mulher ofecerá seus t esouros àquele que vencê-la em seus própr io s
do mín io s:

"Que a m ulh er seja um br in quedo pur o e r efi n a do c om o o di a m an t e, em que


ci n t i l em a s vi r t udes de um m un do que a in da nã o exi st e!

Cin t il e em voss o a m or o ful g or de um a est r el a ! Que vossa e sper a n ça di ga : "Que


se ja eu a m ã e do super -h om em !" (. . . )

Que vossa h on ra subsi st a em voss o a m or ! Ger a l m en t e a m ulh er pouc o en t en de de


h onr a. Que vossa h onr a seja a m ar m a i s do que for de s a m a da e n un ca fi ca r em segun do
l ugar . " (NIET ZSCHE , 1884-1885/ 1985, gr i fo m eu)

E la não dará seus t esouros e jamais amar á mais do que é amada se


não fo r vencida em suas resist ências. Mas não será vencida se não t emer po r
algo : a perda de um ho mem especia l e diferent e.

As mulher es ama m os fort es 121 e desprezam os fr acos, apenas se


su bmet endo a um poder demo nst rado e comprovado de for ma inequívo ca em
seu s própr ios domínios: os sent iment os 122. É preciso vencê-las em do is
campo s opostos: o da fr ieza e o do car inho. Temos que so brepujá-las em
fo rça 123 sem nos deixar mos t o mar por suas fraquezas, ou seja, precisamo s
ser mais fr io s e indiferent es do que elas são conosco mas, ao mesmo t empo ,
mais car inhosos e amorosos do que elas são conosco. Cont radit ório ?
I ló g ico ? S im! E eficient e! Não há out ra saída: seja desapaixo nado e, em
cert a medida, t eat ral. Obviament e, você não irá do miná-la dir et ament e, po r
meio da coerção, mas se premiá- la nos moment os corretos com cert o
car inho poderá "do má- la" por seus própr ios inst int os, como se faz co m
animais selvagens 124. Quando ela agir mal, sumir, não t elefo nar, evit ar o u
ad iar sexo, dar at enção ou ser gent il co m out ro cara et c. seja indiferent e,
despreze-a e desapareça dent ro de si mesmo. E la irá resist ir, resist a t ambém

121
De e s pí ri t o.
122
P a r a fi ca r ma i s cl a r o : é co m o s e fos s e u ma comp e t i ç ã o e m q u e ca d a u ma d a s pa r te s t e n ta
s u p e r a r a ou t r a n a ca p a ci d a d e d e a u t o-d o mí n i o. Aq u e l e q u e con s e gu i r s u p or t a r ma i s e ve n ce r
c om ma i or p r o fu n d i d a d e o i n fe r n o e moci on a l i n te r n o, é o ve n ce d or .
123
In t e r i or
124
De vol v o ma i s u ma ve z a p r ov o ca ç ã o d a e s cr i t or a S al ma n s h on ( 1 9 9 4 ) .

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at é quebrar a resist ência. E nt ão, quando a fêmea se submet er, reco mpense-a
co m car inho e out ras bobagens, cart inhas de amor, flores et c. retornando em
segu id a ao seu dist ancia ment o. Nunca se po lar ize na dist ância ou no
car inho , alt er ne.

Quando as t rat amos de for ma apenas car inho sa, t ornam-se malcr iadas,
rebeldes e provocat ivas ao invés de reconhecerem o valor de t al t rat ament o
mar avilho so. Quando as t rat amos co m aut oridade 125, most ram-se doces e
car inho sas. Donde se depreende que suas provocações e ma lcr iações são na
verdade so licit ações de uma post ura masculina fir me (JUNG, 1991), mu it o
po uco sent iment al. A menor abert ura ou fraqueza é rapidament e percebid a
po r meio do inst int o animal e aproveit ada.

Se você não est iver dispost o a ser fort e 126 e não for int er ior ment e
co rajo so, é melhor desist ir de ser macho e virar uma bor bo let a... ou ent ão
mud e de idéia e se disponha a adquir ir coragem.

Vejo muit os caras achando que as mulher es vão se apaixo nar por eles
apenas por piedade. Acredit am que bast a dar-lhes a mor e, assim, a
ret ribu ição será aut o mát ica. Est ão perdidos.

Se você pensa que bast a ser bo nzinho para ser reco nhecido...est á
perd ido. Jogue sua cabeça no vaso sanit ár io e dê descarga para o bem das
geraçõ es fut uras.

A pr inc ipal fr aqueza masculina que t enho vist o é o medo da perda.


Daí der ivam ciú mes, t rist ezas, desconfort os e muit as br igas.

E las const ant ement e avalia m os nossos limit es e o grau de poder que
po ssuem so bre nossa vo nt ade. Nos obser vam e medem at é onde podem ir.
Jo gam ao ext remo. Tudo com int enção de dominar a relação e não serem
do minadas.

125
Re fi r o-me à a u t or i d a d e p r ot e t or a e con s e n t i d a .
126
Em Es p ír i t o.

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Se realment e ignorar mo s est es jogos, o que lhes sobr ará ser ão apenas
o s pró prios sent iment os. Terão jogado em vão e sozinhas. Se sent irão
so lit ár ias, co m medo de nos perderem para sempre e, t alvez, venham at é nó s
sem que precisemo s chamá- las. Mas ne m ist o é cert o no mundo desses seres
enig mát icos, absurdos e ilógicos 127 (do pont o de vist a que aprende mo s).

O mais cur io so e cont radit ório é que, apesar de resist irem co mo


po dem à do minação, as fêmeas se ent regam so ment e àquele que exerce u m
do mín io 128, ao melhor.

Poucas co isas dão t anto prazer à fêmea quant o saber que há um macho
que so fre por elas. Paradoxalment e, est e mesmo macho é considerado
desint eressant e e fraco, não proporcionando as e moções fort es que as
deixam fascinadas. Servir á, no máximo, para ser um mar ido cornudo .
Quant o maior for o sofr iment o do infe liz, ma ior ser á a sua sat isfação e,
co nt radit oriament e, seu desint er esse. É por ist o que não sent em pena
daqueles que se suicidam po r uma grande dor de amor. O ho mem que se
mat a po r amor est á comunicando que é um fraco e, com ist o, seu sacr ifício
fica sem sent ido.

Ao invés de nos mat ar mos ou de a mat ar mos, é melhor mat ar mos o s


no sso s sent iment os e desejo s. Ent ão poderemos t rat á-las co mo nos t rat aram
o u est ão nos t rat ando.

A capacidade de t rat ar a mulher co mo ela no s t rat a nos per mit e ag ir


co mo se fôssemos seu espelho . Seus co mport ament os, e não sua fala, serão
o s element os que regerão a relação.

Um grande erro masculino é acredit ar no que as mulheres dizem.


Out ro grande erro é fascinar- se por seu car inho, lágr imas e fr agilidade,
acred it ando que são sinais de que o coração lhes est á ent regue. Aqu i
co meça nossa perdição. Deixe-a dizer à vo nt ade que o ama, deixe-a chorar

127
Re fi r o-me à i l ogi ci d a d e n o ca mp o a m or os o e n o s e n t i d o l ó gi c o -r a ci on a l d a p a l a vr a.

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ao s cânt aros e acredit e apenas nas at it udes que t est emunhar. Acima de t udo
gu ie-se pelo s co mport ament os concret os e não pelas falas inút eis e
engano sas. Não corra at rás do que elas dizem porque você est ará sendo
o bser vado ao cair nest a fraqueza.

O mundo das mulheres que t rat amos nest e livro é um pest ilent o ant ro
de ment iras, dissimu lação, manipulação e engano. Ist o é válido para todas,
em ma io r ou menor grau, e t em sua or igem em um r emot o passado hist ór ico .
O espaço para a sincer idade co m essas fêmeas parece ser nulo ou quase
nu lo . Logo, t emos que t rat á-las segundo est as leis, às quais est ão
aco st u madas.

Para do minar a relação, é preciso ser super ior à mulher e m suas


fo rças. É preciso t er sangue fr io par a ser mos mais diss imulados e mais
car inho sos do que elas são conosco. Também co nvém ocult ar nosso
hist ó r ico ant er ior de relaçõ es, co mo fazem e las. Assim nos t ornamo s
mist er io sos.

Quando as vencemo s em seus própr ios domínio s, ist o é, nos campo s


do s sent iment os e da int eligência emocio na l, que são os campos em que as
mu lheres se loco mo vem à vo nt ade, elas se ent regam espont aneament e a nó s.
Passam a nos ver co mo únicos, os melhores e a nos co nsiderarem apt os a
gu iá- las e co mandá- las.

Há apenas do is caminho s possíveis ao est abelecer mo s uma relação


pro lo ngada co m uma parceira espert inha: do miná-la 129 complet ament e,
est abelecendo regras, ou deixá- la abso lut ament e livr e para fazer o que
qu iser, est imulando-a a fazer t udo aquilo que demo nst ra ser part e de sua
t endência. Parece ser mais convenient e t ent ar pr imeir ament e uma relação
pat riarcal, co m plenos poderes, pr incipalment e no que se refere ao cont at o

128
Re fi r o-me a o d omí n i o c on s e n t i d o p r ot e t or r e s u lt a nt e d a r e n ú n ci a à d omi n a ç ã o c oe r ci t i va .
129
De s d e qu e el a con s i n t a ou s ol i ci t e , d e mon s t r a n d o i ss o p or me i o d e a ti t u d es .

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co m o utros machos 130, e, secundar iament e, no caso dela resist ir ao do mínio ,
passar ao ext remo oposto, lançando-a à liberdade t ot al 131. Em ambo s o s
caso s não poderemos est ar apaixo nados e nem sequer amar 132 muit o a
mu lher. O ideal é gost ar apenas o suficient e para suport armos su a
co mpanhia 133 e desfrut ar mos dos benefício s do sexo. O amor, nest e
sent ido 134, é o pior envileciment o do homem e um defe it o grave.

Algumas mulheres se submet em facilment e quando exercemo s uma


aut o ridade prot etora e nos deixam guiar suas vidas após t est arem e
co mpro varem nossa fir meza de propósit o e segurança 135. Outras, mais
refrat ár ias por influências feminist as, cost umam resist ir mais e há algumas
que definit iva ment e não se su bmet em. Est as últ imas devem ser empurradas
na d ir eção opost a pois não possuem vocação alguma para a função de
espo sas e nem mesmo para serem co mpanhe iras fixas. Ser vem apenas para o
sexo casual e super ficial, não possuindo nenhuma out ra ut ilidade em nossa
vid a amorosa. Nasceram para o sexo casual e não são reco mendáveis para
u m relacio nament o sér io 136.

O que torna as espert inhas t ão refrat ár ias e difíceis de cont rolar é a


nat ureza caót ica e inst ável de suas int ensas paixões e sent iment os. Seus
est ado s de ânimo mudam subit a ment e, sem aviso prévio algum. E m u m
mo ment o est ão loucas de paixão e, repent ina ment e, simplesment e não
querem mais ver a nossa cara. Port ant o, são seres nos quais não se po de
co nfiar muit o. Suas disposições se alt er nam cont inuament e e não se
co rrespondem aut o mat icament e aos nossos objet ivos, mot ivo pelo qual
t emo s que aproveit ar os mo ment os em que est ão "abert as", disponíve is e

130
Tr a ta -s e a p e na s de u ma t e nt a ti va , p a ra ve r i fi ca r s e é e s t a p os t u ra d omi n a n t e o q u e el a e s t á
q u e r e n d o e b us ca n d o e m n ó s .
131
At e n d e n d o a s s i m à s ol i ci t a çã o r e cé m-d e s c ob e r t a .
132
Re fi r o-me a o a m or e mo ci on a l e nã o a o a mor c on s ci e n t e .
133
Com o t e mp o, p od e d a r -s e o ca s o d e l a s e t or n a r u ma c o mp a n h i a t ã o a gr a d á ve l e i mp or t a nt e
q u a n t o u ma gr a n d e a mi ga ou i r mã .
134
Am or e mo ci on a l ou p a i x ã o r omâ n t i ca .
135
P or q u e e r a e x at a me n te is s o o q u e e st a va m b u s ca n d o e m n ó s .
136
É o ca s o d a q u e l a s q u e e x i ge m co mp r omi s s o e m o ci on a l e fi d e l i d a d e d o h ome m ma s ofe r e ce m,
e m t r oca , s ome n t e comp or t a me n t os c on t r a d i t ór i os e d ú vi d a s a r es p e it o d a fi d el i d a de . A d ú vi d a
p r ov o ca u ma i r r it a ç ã o e moci on a l e é p or i s s o q u e bu s ca mos a s ce r t e za s ( P EIRCE, 1 8 8 7 / s / d ).

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suscet íveis a influências par a operar sobre seus ânimos. Quando est ão
fechad as, t emos que esperar at é que mudem.

Sua namorada sempr e poderá ser impr evisível mas t ent ará induzí-lo a
mecanizar-se na espera de um padrão comport ament al para surpr eendê-lo
co m o utros padrões, deixando -o louco. Resist a às t empest ades emocio nais.
Est eja pront o para t udo. Não a deixe cont aminar sua ment e co m alt er nâncias
absurd as de sent iment os. Fique cent rado e não se deixe arrast ar para
nenhu m lado.

O t empo é um dos maiores aliados feminino s. Quando você est iver


ressent ido co m just a razão, quando se mant iver dist ant e, sua parceira
sempre co nt ará pacient ement e co m o t empo para que você mude. Irá esperar
e esp erar, pacient ement e, pela sua t ransfor mação. Há inclus ive uma gír ia
para t al art imanha: "cozinhar". É out ra modalidade de do mínio sobre nossa
ment e.

Nunca pro íba nada. A pro ibição est imula a desobediência 137 e fornece
argu ment os em favor de um supost o autorit ar ismo ar bit rár io de sua part e.
Ao invés de proibir, deixe a diabinha sem saída cr iando sit uações que
revert am so bre sua própria cabeça as conseqüênc ias de suas at it udes
ind esejáveis. Co munique, unilat eralment e, decisõ es que a at injam a part ir
de seu s própr ios erros. Amarre-a por suas própr ias idéias e at it udes.

137
P oi s a pr oi b i ç ã o t e m o e fe it o d e e st i mu l ar o d e se j o a o i n vé s d e con t ê -l o.

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10. A alternân cia

A relação nunca deve se po lar izar na fr ieza ou no afet o cont ínuos.

Temos que ser indiferent es e, ao mesmo, t empo ardent ement e


ro mânt icos.

O ho mem exclusiva ment e afet uoso torna-se repuls ivo e a mulher


passa a considerá- lo pegajoso . Por out ro lado, a dist ância e a indiferença
pro lo ngadas esfr ia m a relação 138. Logo, t emos que alt er nar nossa condut a,
deixando-a confusa, sem saber o que realment e sent imo s, exat ament e como
ela faz conosco. Cult ive a fr ieza do Budismo Zen aliada ao calor do Kama
Sut ra.

Temos que sobrepujar a mu lher 139 em suas t endências opost as,


bipo lares. Temos que co nduzir a relação e administ rar os sent iment o s
femin inos t al co mo aparecem, ao invés de t ent ar mudá-lo s ou submet ê-lo s.

Por conhecerem bem os mecanis mo s emocio nais, as mulher es


co st umam fazer jogos de alt er nância (LÉVI, 1855/2001). São jogos que
var iam muit o na for ma mas que sempre são marcados pela oscilação ent re
o po sto s: aproxima m-se e depo is afast am- se, co mport am-se co mo se fossem
fiéis e em seguida admiram out ros machos et c.

A melhor for ma de est raçalhar esses odiosos jogos emocio nais co m o s


o po sto s consist e em “empurrar” a mulher just ament e rumo à direção
inesp erada 140. A responsabilid ade e a cu lpa que lhe cabem, e que ela sempre
t ent a t ransfer ir a nós, precisa ser devo lvida muit o amigavelment e.

138
“ A p e r p e t ui d a d e d a s ca r í ci a s ge r a l og o a s a ci e d a d e, o t é d i o, a a n ti p a ti a , d o me s mo mod o q u e
u ma fr i e za ou u ma s e ve r i d a de con s t a n t e s d i st a n ci a m e d e st r ó e m gr a d at i va me n t e a a fe i çã o”
( LËV I, 2 0 0 1 , p . 2 2 6 ).
139
Re fi r o-me à c omp e t i ç ã o p or a u t o-d omí n i o j á e x p li ca d a .
140
Ou s ej a , e m di r e ç ã o à q ui l o q u e e l a e st á t e n ta n d o fa ze r , à a t it u d e ou c omp or t a me n t o
i n d e s ej á ve i s q ue el a e s t á t en t a n d o a ss u mi r. Nã o for ç a r e mos , p or t a n t o, o l i vr e -a r b ít r i o fe mi n i n o
a o a d ot a r mos e s t a p os t u r a.

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Exemplo: quando uma mulher t ece um coment ár io elogioso sobre
o ut ro homem na fr ent e do mar ido ou namorado, ou fica co nver sando co m
algu m imbecil co m cara de bo nzinho por uma hora em uma fest a, em geral
esper a que o esposo reaja co m ciú mes e sofra, dando-lhe sat isfação 141. Se o
mar ido , ao cont rário, forçar (co m at it udes reais) uma aproximação dela co m
o cara, t erá duas vant agens:

1) ficará sabendo se a mulher é fiel ou é realment e a “vadia 142” que


est á demo nst rando ser, já que fica dando bo la para out ro macho e
não admit e t al fat o 143;

2) a deixará desor ient ada.

E is, port ant o, mais um bo m mot ivo para eliminar mo s os ciúmes. Os


ciú mes, conseqüência nefast a do apaixo name nt o, são uma import ant e
ferrament a nos jogos de alt er nância que elas fazem para nos tort urar e
deixar loucos.

A mulher espert inha não quer assumir a responsabilidade por suas


at it udes. Quer "co mpro misso sér io" mas não quer deixar os “amigu inho s”,
quer t er amigos ho mens mas não quer ser t rat ada como “vadia 144”, quer
andar co m amigas mal casadas ou de condut a duvidosa et c. Port ant o, t emo s
que desenvo lver mecanismos par a forçá- las a assumirem as conseqüênc ias
do que fazem. Obvia ment e, não t emos nada co nt ra as prost it ut as o u
co ngêneres (e at é lhes damo s um valor especia l!!!!) mas sim cont ra as
at it udes de out ras mulheres que agem de má fé e jogam co m nosso s
sent iment os, simulando fidelidade de sent iment os sem dá-la, deixando que
cr iemo s expect at ivas falsas. São essas que não mer ecem piedade. O

141
A s a t i s fa ç ã o p r ove n i e n t e d o ci ú me s e d e ve à con s t a t a ç ã o d e q u e o ma r i d o s ofr e p e l o
s e n t i me nt o d e a p e go e d e q u e a i n d a s e nt e pe l a mu l h er o a mor e mo ci on a l d a p ai x ã o r omâ n t i ca .
142
No s e n t i d o d a d o p e l os di ci on á r i os M i ch a e li s ( 1 9 9 5 ) e Au r é l i o ( F ERRE IR A, 1 9 9 5 ) .
143
Em ge r a l , a e s p e rt i n ha n e ga t ot al me n t e q u a l qu e r p os s i b i l i d a d e d e e n vol vi me n t o c om o
"b a b a ca " a o q u a l d e d i ca s ua at e n ç ã o e x cl u si va ma s , n o fu n d o, con h e ce mu i t o b e m a s
i mp l i ca ç õ e s d e cor r e n t e s d o a t o d e s e con ce d e r mu i t a at e n ç ã o a u m ma ch o h e t e r os s e x u a l a d u lt o
s e x u a l me nt e at i vo. Emb or a s i mu l e e al e gu e d e s con h e ci me n t o, e l a nã o i gn or a q u e , se fi ca r n u a,
e l e s a lt a r á s ob r e el a .
144
No s e n t i d o d a d o p e l os di ci on á r i os M i ch a e li s ( 1 9 9 5 ) e Au r é l i o ( F ERRE IR A, 1 9 9 5 ) .

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pro blema foca lizado aqui encont ra-se na falt a de sincer idade em br incar
co m o s sent iment os alheio s t ent ando esquivar-se das conseqüências e não
em o pt ar pela mult iplic idade de par ceiros e nem t ampouco na esco lha que as
pesso as fazem para suas vidas. Refor çando: as prost it ut as não são “vadias”
no sent ido em que t rat amos aqu i porque parecem ser as mulher es ma is
sinceras que exist em, já que não t ent am nos enganar fing indo-se de púdicas
e, além disso, mant êm- se ocupadas em t empo int egral. As prost it ut as não
vive m no ócio. Na Grécia Ant iga exist iam inclusive cort esãs profiss io nais,
as het air as, que cult ivavam a beleza física e o refinament o psico lógico ,
elevando-se acima das mulher es co muns (JOHNSON, 1987).

Cont inuando...Não aliment e a ilusão de desco br ir por meio de


pergu nt as o que elas realment e sent em por você ou de que isso possa ser
co nfessado. Você apenas fica sabendo o que se passa no coração dessas
mu lheres em sit uações ext remas. Não dê import ância a nada do que
d isserem po is suas inút eis falas são cont radit órias, vagas, enganosas e
inco erent es, ser vindo apenas para ludibr iar. O grau de dependência
emo cio nal por você apenas será revelado à força, em uma sit uação ext rema
co mo , por exemplo, o afast ament o t ot al de sua part e por algum erro grave
que ela co met eu. Daí a import ância de ser desapaixo nado para se t er a
capacidade de mant er-se indifer ent e por muit o t empo, se necessár io .
Ent ret ant o, não devemos nos po lar izar na fr ieza mas sim alt er nar. Veja mo s
melho r.

No t rat o com a mulher, há so ment e duas opções básicas:

1) ser fr io, indiferent e e às vezes meio agress ivo 145;

2) ser car inhoso e gent il.

Se nos po lar izar mo s exclusiva ment e em qualquer um dos lados, a


perderemo s. O ideal é alt er nar de acordo com as flut uações de ânimo e

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o scilações proposit ais dos joguinho s feminino s: quando o comport ament o
de sua namorada não t e agradar, dê um gelo e ignore-a. Você a verá ent ão
desesp erada t ent ando descobr ir o que est á acont ecendo. Não revele o u
perderá o domínio da sit uação. Encont re um meio de most rar-lhe que est á
sendo rejeit ada pela má co ndut a e resist a at é que ocorra a mudança d a
fo r ma que você quer 146. Ent ão a premie co m muit o car inho, bilhet inhos, seja
amigo , co mpreensivo e prot eto r mas mant enha-se sempr e à espera, em alert a
po rque logo o problema vo lt ará. Adest re-a 147 assim aos poucos mas alt er ne o
padrão de vez em quando para não ficar previsíve l ou será você o dominado .

Quando so mos fr io s e dist ant es, duas possibilidades se abr em: a


mu lher se desespera 148, ficando insegura, ou te esquece de vez. De t odas as
maneiras, você ficar á sabendo o t eor real dos sent iment os que se ocult avam
po r t rás das enganosas palavras. Se ela realment e est iver apaixo nada, não t e
deixará ir embora, virá at rás de você. Se não vier, é porque nunca t e amo u
ant es e so ment e quer ia t e enro lar 149. Não t enha medo da verdade. Seja fr io
sem t emor mas não cont inuament e indiferent e.

Quando so mos car inho sos e cuidadosos, abrem-se igualment e out ras
duas possibilidades: a mulher se cansa, nos considerando pegajo sos, o u
go st a desse car inho prot etor e fica dependent e. Se a dama se enfast iar,
sig nifica que nunca t e deu import ância real, apenas t e via co mo um t rouxa.
Se não enjoar e não t e evit ar, é porque realment e est á ficando dependent e.
To me cu idado co m fingiment os. Não seja sempre car inhoso, alt er ne para
co nfu ndí- la 150.

Algumas fêmeas apreciam at it udes vir is nos machos e os provocam


para vê- lo s enfurecidos e ameaçadores (JUNG, 1991). Sugiro que não caiam

145
Re fi r o-me a u ma a gr e s s i vi d a d e l e ve n os mod os , t í p i ca d e ma ch os , e n ã o a u ma con d u t a
vi ol e n t a .
146
De s d e qu e i s s o s ej a j u s t o, ob vi a me n t e .
147
Com o r e c ome n d a S a l ma n s h on ( 1 9 9 4) às mu l h er e s p a r a q u e fa ç a m com os h ome n s .
148
P or t e r a a r ti ma n h a ma ni p u la t ó ri a d e s ar t i cu l a da .
149
P os s i ve l me n t e p or t e r s e gu n d a s i n t e nç õ e s e es t ar i n t e r e s s a d a e m ou t ra s coi s a s ( ca r r o,
d i n h e ir o, e x i bi r -s e , te r u m e s cr a vo e m o ci on a l e t c. ) e n ã o n a p e s s oa d o h ome m e m s i .
150
Com o e l a s fa ze m c on os c o.

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nessa a não ser que queir am simu lar um est ado de fúr ia porque se t rat a de
u ma fo r ma de t est e que lhes confir ma o nosso grau de submissão às suas
man ipu lações.

Seja imprevis ível, o ferecendo amor e car inho nos mo ment os mais
inesp erados. Surpreenda t elefo nando quando t udo indicar que você não o
fará mas faça-o rarament e, de maneira desco ncert ant e.

Est eja at ent o a simu lações per feit as de submissão, paixão e ent rega
que o cult am ind iferença. Est e é um do m or iginalment e feminino mas qu e
po de ser desenvo lvido pelo ho mem at é níveis impensáveis, inclusive
u lt rapassando o ápice da dissimulação feminina. Podemos dizer que est e é o
segredo magno da sedução e do domínio: simular co m per feição uma paixão
int ensa e submissa sem que se t enha realment e est e sent iment o. É est e poder
que co nfere às fêmeas a capac idade de passar subit ament e de um ext remo a
o ut ro sem a menor pert urbação, deixando-nos loucos no meio da confusão.

O r it o de encant ament o at inge a “vít ima” em cheio quando realizado


em u ma sit uação que o torna inesperado por ser opost a às sit uações em qu e
no r malment e dever ia ocorrer. Uma declaração de amor int ensa emit ida apó s
d ias de fr ieza, dist anciament o ou host ilidade t em mais efeit o do que se fo r
realizada durant e lo ngos per íodos românt icos. O mes mo é válido para as
recr iminações e os “cast igos”.

O impact o de uma declar ação de amor derret ida será mais int enso se
ant ecedido por um per íodo de dist ância e fr ieza e vice-versa. Port ant o,
quando sua parceira t eimar em recusar sexo e car inho, resist a. Aguarde at é
ser pro curado. Ent ão passe ao ext remo oposto, t ransando int ensament e at é
ext enu á- la e se afast ando em seguida.

Quant o mais exa lt ado e int enso for o rit o de encant ament o (de amo r
o u de ódio) t ant o mais efet ivo será o seu poder. Ent ret ant o, maior ser á
t ambém o risco que correremos de ser mo s vit imados pelo mesmo, sendo

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arrast ados pela paixão desencadeada (LÉVI, 1855/2001). Para embr iagar
sua fêmea de amor, você deve simu lar est ar abso lut ament e louco de paixão
po rém, ao mesmo t empo, não dever á est ar realment e. O per igo aqui consist e
em simular a loucura da paixão e efet ivament e apaixo nar-se no transcurso
da simu lação, o que lança o candidat o a sedut or em uma sit uação r idícula:

“As si m , o oper a dor i gn or an t e se espa n t a sem pr e por a t in gir r esul t a dos c on t r ári os
à quel es a os qua i s se pr opôs, poi s n ã o sa be cr uz ar e n em a l t ern ar sua a çã o; dese ja
en fei t i ça r seu i n im i go e é el e m esm o que s e ca usa desgr a ça e se p õe en fer m o; quer
fa z er -se a m a r e se a pa i xon a l ouca , m i ser a vel m en t e, por m ulh er es que z om ba m del e
(. . . ). ” (LË VI, 2001, p. 227, gr i fo m eu)

Por out ro lado, um ho mem t emível que at enua sua sever idade ext rema
t emperando-a esporadicament e co m at os de bondade, ut ilizando-a para
prot eger e dar segurança à mu lher, se t orna fascinant e po is est ará alt enando
e cruzando sua ação.

A alt er nância so ment e é possível quando desenvo lvemos as


caract er íst icas opost as lat ent es em nossa psique e as int egramo s, realizando
o que Jung deno mina “conjunção” (conjunct io) 151. Todos t emo s
po ssib ilidades int er nas opost as comple ment ar es que precisam ser
desenvo lvidas: delicadeza e força, fúr ia e t ranquilidade, fr ieza e ardor et c.
Precisamos ser simult aneament e bons e maus, piedosos e cruéis, maleáveis
e fir mes, ut ilizando t ais caract er íst icas confor me as necessidades que se
apresent em 152.

151
J u n g t r at a d i s s o e m s e u l i vr o "M i s t er i u m Con j u n ct i on i s ".
152
Re fi r o-me a fú r i a s , ma l d a d es e cr u e l d a de s mod u l a d a s , d ir i gi d a s con s ci e n t e me n t e con t r a a s
c oi s a s e rr a d a s d a vi d a . O q u e n or ma l me nt e ch a ma mos d e “ ma l ” s ã o a s for ç a s in s ti n ti va s
a n i ma i s d e sl oca d a s d a r ea l i da d e hu ma n a ci vi l i za d a p or se r e m a u t ô n oma s e p or n ã o e s t ar e m s ob
o c on t r ol e d a con s ci ê n ci a . Es te d es a j u st e d e s a pa r e ce q u a n d o a s a ss i mil a mos t ot a l me n t e n a
c on s ci ê n ci a . S ob r e e s t e p or me n or , l ei a -s e S a n for d ( 1 9 8 8) e Ni et zs ch e ( 1 8 8 6 / 1 9 98 ) .

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11. Porque elas nos ob servam

Nosso comport ament o é alvo da cur io sidade feminina (é por isso que
exist em fo foqueiras nas esq uinas). Quando est ão envo lvidas co m u m
ho mem, t udo o que est e faz, o que vest e, o que come et c. é objet o de
cur io sid ade par a esses ser es super ficia is 153.

Nós ho mens cost umamos ser inco mpet ent es para lidar co m emo ções e
int erpret ar as expressões faciais ( GOLEMAN, 1997), mot ivo pelo qual no s
deso r ient amos na guerra da paixão. Por outro lado, as mulheres, ao
o bser varem os ho mens, busca m co mpreender o que se passa em suas
cabeças e em seus corações. É dest e modo que ficam conhecendo os nosso s
limit es emo cio nais par a jogar conosco at é o ext remo co m tot al segurança.

Nosso grau de dependência afet ivo- sexual é medido pela mulher po r


meio da cont ínua obser vação. Daí a import ância de confundí-la 154 com
at it udes desconcert ant es.

A obser vação do out ro permit e a det ecção de seus padrõ es


co mpo rt ament ais, a ident ificação de suas for mas de pensar e previsão de
suas reações. Ao ser mos objet o de obser vação, nos t ornamo s previs íveis e
perdemo s o mist ér io. Ao perder mos o mist ér io, perdemo s a capacidade de
surpreender e nos tornamos vulneráveis.

É uma regra co mu m na lida co m o sexo feminino a necessidade de


sempre est ar mos de pront idão, preparados para o impro vável. Ao
co nhecerem nossas est rut uras psíquicas por meio da obser vação, as bruxas
to rnam- se capazes de nos surpreender co m reações inesperadas e o fazem
ju st ament e por saberem quais são nossas expect at ivas. O cur io so é que ist o
não é produto de análise int elect ual mas sim de uma t endência inst int iva e
inco nscient e de agir fora dos padrões de expect at iva do out ro.

153
A s u p e r fi ci a l i d a de d o h ome m s e ma n i fe s ta p or ou t r a s ca r a ct e r í s t i ca s q u e nã o s e r ã o d e ta l h a d as
a q u i p or nã o s e r es t a a met a d o li vr o.
154
Com o e l a s fa ze m c on os c o.

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É um grande per igo nos mecanizar nos em nossas expect at ivas,
acred it ando que sempre as reações femininas serão as esperadas. Co mo em
u m co mbat e, seremo s at ingidos e desco ncert ados por invest idas que não
prevemo s e cont ra as quais não t emos reações-respost a imediat ament e
pro nt as para sere m desfer idas. Nest e nível, o homem t ende a perder o jo go
po r buscar as respost as int elect ualment e ao passo que a mulher as emit e po r
impu lso s emoc io nais, o que as torna mu it o mais velozes 155 do que nós mas
não invencíveis, co mo veremo s.

Obviament e, est ou me refer indo as surpresas desagradáve is e não às


agradáveis. É co mum, por exemplo, que nossas at it udes prot etoras,
cu idadosas ou car inhosas sejam desdenhadas caso não sejam post as em u m
co nt ext o correto de evident e desint eresse. Se est iver mos mecanizados em
no ssas expect at ivas, seremo s surpreendidos pelo desdém, o qual é o oposto
do que esperar íamo s em t ais circunst âncias. Logo, a solução é sempre
t ermo s uma reação-respost a cont rár ia disponíve l co mo uma cart a na manga.
Est a reação-respost a cont rária e surpreendent e, nest e caso, consist e em
frases ou at it udes que a at injam no amor próprio, fer indo-a dolorosament e
po r meio de horrorizações ou manifest ações decididas de rejeição 156.

O desdém indica ausência do medo da perda, despreocupação em


agradar e a segurança de que já est amo s presos. Mais pro fundament e, há
po ssivelment e uma aut o-imagem exageradament e posit iva (a garot a se acha
a mais gost osa da Terra). Podemos provocar uma fort e e pert urbado ra
d isso nância cognit iva se a rejeit ar mos reso lut ament e, chamando-lhe a
at enção de for ma t err ível par a o fat o de que houve uma ingrat idão cu ja
co nseqüência nat ural é a repulsa.

Obviament e, a paixão impede que t enha mos t ais at it udes. Precisamo s


de mu it a int eligência emocio nal para vencer mos os joguinho s.

155
E p or t a n t o s u pe r i or e s n e ss e ca mp o.
156
As q u a i s s ome n t e d e ve m s e r u ti l i za d a s com o me i o d e d e fe s a e moci on a l l e gí t i ma. Est e us o s e
j u s ti fi ca s ome n t e q u a n d o a es p e rt i n ha comp r ova d a me n t e t oma a i n i ci at i va d e n os a t a ca r e fe r ir
n os s e n t i me nt os .

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Nosso sofr iment o amoroso as deixa felizes por elevar-lhes a aut o -
est ima. Est e so fr iment o pode ser oriundo da irrit ação, da carência afet iva,
da carência sexual e da saudade. Trat a-se de uma necessidade que possuem
e que, quando não sat isfeit a, as deixa imensament e t rist es, pert urbadas, po r
se sent irem inco mpet ent es para at rair e prender um ho mem.

Est amos t rat anto de defesas e at aques emoc io na is. Penet ra-se as
defesas surpreendendo. Surpreende-se chocando, agindo da for ma mais
impro vável possível, o que requer liber dade de ação e descondic io nament o .
Ent ret ant o, se não calcu lar mo s corret ament e os efeit os, as reações que
pro vo camos podem ser indesejáveis e seremo s nós os surpreendidos. É
per igo so arriscar-se a chocar indiscr iminadament e e de qualquer maneira 157.

Aquele que irr it a est á no co mando da relação e aquele que é irr it ado
est á sendo co mandado. A pessoa irr it ant e é o agent e at ivo e o que sofre a
irr it ação é o agent e passivo. Por meio da obser vação, as mulher es per cebe m
no ssas irr it ações, descobrem nossas t endênc ias, crenças, carências, desejo s,
necess idades e nos conduzem. Para invert er mos o jogo, nós é que t emos que
irr it á- las (corret ament e!) ao mesmo t empo em que obser vamo s suas reações
e aco mpanhamo s t odo o processo sem nos ident ificar mo s. Mas não
po deremos irr it á- las se não for mos imunes às suas provocações. Port anto ,
há t rês pontos import ant es aqui: obser var, resist ir e irr it ar. Trat a-se de uma
guerra em que as ar mas são as provocações e o escudo é a resist ência. Ao
lo ngo do t empo, nossas amigas apr enderam a nos cont ro lar emocio nalment e,
jo g ando de infinit as for mas co m nossos sent iment os. Provocam em nós, a
seu bel prazer a ir a, o desejo, a felic idade, o ent usiasmo, a fr ust ração, a
sensação de sent ir-se diminuído et c. Para vencê-las, t emos que co mbat er
co m as mesmas ar mas, sendo mais resist ent es e mais provocat ivos do que
elas são conosco.

157
Is s o o c or r e q u a n d o n ã o t e mos a r a zã o d e n os s o l a d o e e s t a m os e r r a d os ou n ã o e s t a mos a gi n d o
h on e s t a me n t e e m l e gí ti ma d e fe s a. Ta mb é m ocor r e q u a n d o q u e r e mos ca u s a r d an o e mo ci on a l ou
n ã o n os l i mi t a mos à met a de a p en a s p r e se r va r a i nt e gr i d a d e d e n os s os s e nt i me nt os s e m a gr e d ir
gr a t u i t a me nt e ou p or mot i va ç õ e s e goí s t a s . Ao p r oce d e r a s s i m, o a gr e s s or e moci on a l t r a n s fe re a
r a zã o à ou t r a p a rt e e se t or n a i n ju s t o, s ofr e n d o a s con s e q ü ê n ci a s d o t i r o q u e s a ir á pe l a cu l a t ra .

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Uma for ma muit o comu m de ser mo s provocados at é a loucura consist e
em ser mo s est imu lados (po r promessas de encont ros celest iais, sexo
mar avilho so et c.) e frust rados em seguida. Est e é um processo mu it o
int eressant e em que elas cost umam nos at rair co m pro messas i mp lícita s
( mu it o rarament e explícit as) em suas condut as, cr iando em nós cert as
expect at ivas, para em seguida nos surpreender, frust rando-nos so b as mais
d iversas alegações, geralment e emocio nais, enquant o nos obser vam. Para
invert er mos est e jogo, bast a aplicar mos de vo lt a o mesmo procediment o ,
o ferecendo e frust rando ou, se ist o não func io nar, cr iando sit uações que a
deixem sem sa ída. Também cost uma dar result ado obser var t odo o processo
para des mascará- lo.

Co mo est e padrão é comum à esmagadora maior ia das espert inhas,


resu lt a que, no fundo, elas são previs íve is e não impr evisíveis co mo
parecem. E nt ret ant o, ocult am sua previs ibilidade par a nos desco ncert ar.

E m suma, podemo s dizer que so mos observados cont inuament e para


que nossos limit es, desejos e sent iment os seja m ident ificados. A
id ent ificação dos mesmos faz-se necessár ia para que possam ser excit ados e
frust rados em jogos repent inos de infer nização emocio nal.

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12. Como lidar com mu lheres que fogem

Já vi muit os ho mens so frendo nas mãos de mulheres que os at raem e


fo ge m. Há t ambém mulher es que fogem quando o ho mem quer uma respost a
defin it iva par a um caso de amor que t er minou mal r eso lvido. 158 Descobr i
u ma est rat égia muit o boa para alcançar mos e capt urar mos est as fu jo nas co m
facilidade.

As fujo nas nos induzem à perseguição pela sugest ão subliminar


co nt ínua de que são prêmio s que não mer ecemos. A crença arraigada de que
são desejáveis ext ravasa subliminar ment e e nos induz ao assédio, o qual
deve ser evit ado a todo cust o.

O que devemos fazer co m as fujo nas é encurralá-las ment alme nt e.


Co mo ? Dando- lhes um ultimat um de modo a jogar a responsabilidade em
suas mãos, forçando-as a t omarem uma decisão dent ro de um prazo muit o
curt o, criando sit uações que as deixem sem sa ída. Vejamos melhor.

As est rat égias das fujo nas var ia m mu it o. Algumas vezes elas se
mo st ram int er essadas no iníc io mas, assim que você co meça a demo nst rar
que co rresponde, evit am o cont at o. Param de at ender aos t elefo nemas,
param de escrever, mandam sempre dizer que não est ão et c. Tudo com a
int enção 159 de forçá- lo a per seguí- la. Podem t ambém mar car enco nt ros e não
co mparecer. Quant o mais você fica at rás, ma is co nfir ma que est á
int eressado e mais a fujo na o evit a, feliz da vida! A int enção é medir seu
grau de persist ência, excit ar seu desejo e mant ê-lo preso. Algumas sent em
prazer no ato de rejeit ar.

A t ít ulo de exemplo, e não de incent ivo ao adult ér io, mencio narei o


caso de um rapaz que flert ava co m uma mu lher casada apenas por t elefo ne.
Sempre que se viam na rua, ambo s flert ava m mas a adúlt era não dizia nada,

158
Al b e r on i ( 1 9 8 6 /s e m d at a ) n os d i z q u e e s ta fu ga r e p e n t i n a t e m o i nt u it o d e a pr i si on a r o
h ome m a ma n d o-a e d e s e j an d o-a p or t od a a vi d a .
159
O i n con s ci e n t e p os s u i met a s e i n t e nç õ e s.

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alegando medo do mar ido. Não obst ant e, vivia lhe t elefo nando e dizendo
que est ava apaixo nada et c. para at raí- lo e confundí-lo. De repent e, no
mo ment o em que o infeliz se mo st rava mais int eressado e apaixo nado, a
sacana parou de at ender as ligações. Sempre que o coit ado ligava e se
id ent ificava, a “vadia 160” desligava o t elefo ne imediat ament e. Est ava
med indo seu grau de per sist ênc ia.

Ent ão, em um cert o dia, o apaixonado virou ho mem e lhe t elefo nou.
Po rém, ant es que a dama pudesse pensar, disse co m voz fir me e decid ida:
"Se você não me atender da próxima vez em que eu telef onar, terá me dad o
a cert eza de que não me ama e te esquecerei para sempre". No dia seguint e,
ligo u no vament e e fo i at end ido amavelment e. Conseguiu t ransfor mar a
fu jo na em uma boa menina po is a encurralou em seus própr ios sent iment o s.
Infeliz ment e, era uma fujo na que t raía seu bo m mar ido. Não est ou louvando
o ato de flert ar co m esposas alheias mas apenas ut ilizando o exemplo para
ilu st rar como func io na o psiquis mo das fujo nas e co mo devemo s agir para
pegá- las.

As fujo nas querem sempre nos mant er emocio nalment e presos at ravés
da dú vida. Muit as querem apenas nos enrolar, mant endo-nos at rás delas sem
dar sexo em t roca. Sabem que quando nos evit am repent inament e ficamo s
do minados pelo s nossos própr ios sent iment os. Gost am muit o de nos fazer
perder o t empo e se divert em vendo-nos correr at rás delas feit os uns
imbecis. Gost am de fug ir, fugir e fugir, sent em prazer nest e ato porque
sabe m, inst int iva ment e, que deixar ão dúvidas e indagações ma l reso lvid as
na ment e do homem e uma pessoa co m quest ões amorosas ou sexuais mal
reso lvidas co m alguém fica "amarr ado". A int enção das fujo nas é no s
mant er presos a elas por meio da dúvida 161, de preferência por toda a
et ernidade. Para vir ar o barco, bast a dar- lhes um ul timatum. O ultimatum
deve ser a not ificação de uma sit uação que a encurrale, fazendo co m que

160
No s e n t i d o d a d o p e l os di ci on á r i os M i ch a e li s ( 1 9 9 5 ) e Au r é l i o ( F ERRE IR A, 1 9 9 5 ) .
161
P oi s a d ú vi d a cr i a u ma ir r it a ç ã o e moci on a l n o s e r h u ma n o ( P E IR CE, 1 8 8 7 / s / d) in s u p or t á ve l .

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suas fu gas e esquivas funcio nem co mo uma definição pelo fim da relação .
Vejamo s um exemp lo hipot ét ico:

1) A fujo na o atrai, fingindo est ar int eressada ou apaixo nada;

2) Você se most ra int eressado e começa a ser evit ado pela fujo na;

3) Você a alcança de algum modo, at ravés de cart a ou t elefo ne, e lhe


co munica de for ma curt a, grossa e decidida, sem a menor marge m
para discussão, mais ou menos o seguint e: “Se você não me der
uma resposta clara até o dia...(prazo definido por você), terá me
dado a certeza de que não quer mai s nada comigo e te esquecerei
para sempre.”

Assim você a t erá encurralado. A espert inha poderá at é cont inuar


fug indo por algum t empo mas, à medida que o fim do prazo se aproxima,
suas fugas tornam-se respost as clar as par a sua dúvida e ela ent ra em
desesp ero por perceber que est á se m saída. Dest e modo at ingimos o desejo
inco nscient e que a mot iva e saberemo s de verdade se a fujo na quer algo
co no sco ou não. Trat a-se de um ultimatum co m uma cont agem cro no lógica
regressiva que t ransfor ma at é as indefinições, at it udes e fugas mais
evas ivas e cont radit ór ias em sit uações clar ament e definidas que eliminam
to das as dúvidas de nossa ment e e da fujona escorregadia. 162

Quando as alcançamos por t elefo ne, a fujona cost uma des ligar. O que
ela quer é simp lesment e t er o prazer de bat er o t elefo ne na sua car a.
Ant ecip e-se, diga objet ivament e o que t em que dizer e des ligue pr imeiro ,
ro ubando- lhe o prazer.

As fujo nas infer nizam mu it o por t elefo nes. Por ser o meio de
co mu nicação pessoal ma is ut ilizado ho je em dia, o t elefo ne é a ferrament a

162
A i n t e n ç ã o d e st e ul ti ma t u m nã o é for ç a r a mul h e r a n os d e s e j ar e n e m t a mp ou c o m od i fi ca r
s e u s se n ti me n t os a n os s o r e s pe i t o ma s s i m de s cob r i r a r e al i d a de q u e s e ocu l t a p or t rá s d o
c omp or t a me n t o a p a r e nt e me n t e con t r a d i t ó ri o p a r a q u e p os s a mos d a r u m ru mo a d e q u a d o a n os s a s

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t ecno ló g ica mais ut ilizada pelas espert inhas em seus joguinho s. Só para
ficar ma is claro, as infer nizações de fujo nas por t elefo ne cost umam ser as
segu int es:

• pedir ou aceit ar o seu número, promet endo t elefo nar mas não
cumpr indo a promessa;

• não retornar aos seus recados ou não at ender quando você liga,
mesmo est ando ali ao lado do aparelho ;

• deixar o t elefo ne desligado em t empo int egral por um lo ngo


per íodo.

E m t odos os casos acima, a mald it a quer mant ê-lo at rás dela,


perseg uindo-a. Est á se sat isfazendo com a per seguição. O que a mot iva é a
cert eza de que est á sendo procurada e de que est á rejeit ando quem a
pro cura. Quando você finalment e a alcança e pede uma explicação, as
descu lpas são sempr e esfarrapadas, r id ículas e não convencem nem a um
ju ment o.

Para quebrar est e infer no e encurralar a espert inha, você deve acert á-
la exat ament e no pont o que a mot iva: a cert eza de que, ao evit á-lo, você a
quer mais e mais. Ao perseguí- la cada vez co m mais int ensidade, você est á
lhe d ando cert ezas de que est á cada vez mais apa ixo nado na mesma
pro po rção em que é evit ado. Port ant o, é nest e pont o que você deve fer í-la 163
em cheio, quebrando- lhe t odas as mot ivações. Co mo ? Alcançando-a po r
algu m meio (cart a, t elefo ne, recado por amiga et c.) e comunicando-lhe uma
sent ença: a de que a próxima fuga dará a você a cert eza definit iva de que
ela fo i uma “vadia 164” ment irosa far sant e desde o início e assim det er minará
a rupt ura tot al e definit iva. Dest e modo, você a at inge no pont o nevrálgico
po is a maldit a acred it a que, fugindo, est á int ensificando o seu sofr iment o

vi d a s . Nã o é u ma e s tr a té gi a d e ma ni p u la ç ã o ma s si m d e con t r a -ma n i p u l a ç ã o, i st o é , d e
d e s a r ti cu l a ç ã o d e a r ti ma n h a s ma n i p ul a t ór i as .
163
P oi s e l a o e s tá fe r i n d o a nt e ci p a d a me n te .

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passio na l e suas dúvidas. Se, repent inament e, a mesma souber que est a
at it ude desencadeará os efeit os opostos, levar á um choque, ficará confusa e
sem saída. Você t erá cr iado u ma dissonância cognit iva. A sent ença deve ser
clara, d ir et a e t errível, não dando marge m a nenhuma out ra int erpret ação .
Deve deixar a fujo na sem out ra alt ernat iva a lém de procurá-lo dent ro de um
prazo curto. Nenhu ma out ra alt er nat iva deve sobrar po is, se isso acont ecer,
ela não irá procurá- lo. Se ainda assim a fujo na não retornar, ent ão é porque
realment e nunca prest ou e devia t er sido desprezada co mo rest o desde o
co meço . Alguns exemplo s de mensagens que podem ser enviadas po r
t elefo ne, cart a ou comunicação pessoal em t ais casos são os seguint es:

“Se você não me procurar at é (dat a def inida por você) é porque
nunca prest ou e não te procurarei nunca mais!”

“Se você não me procurar at é (dat a), não me procure nunca mai s.”

“Te dou uma última chance de voltar para mi m até (data), se não o
f izer, desapareça da minha vida para sempre.”

“Me procure até (data) ou então desapareça para sempre.”

É preciso que ela sint a o peso de sua det erminação e o poder de sua
sent ença. Quase nunca é possível alcançá-las para falar-lhes pessoalment e,
já qu e elas desligam o t elefo ne e cost umam r idiculament e se esconder e
evit á- lo nas ruas para que você se sint a como se fo sse um assediador. Ent ão
deve-se se mpre dispor de meio s alt er nat ivos. O que import a é alcançá-las e
cho cá- las, at ingindo-as pesadament e nos sent iment os. Isso exige muit a
co ragem e disposição para perder.

Algumas fujo nas gost am t ambém de at orment ar seus mar idos e


namo rados pro met endo e evit ando sexo. Nest e caso, evit am ir para a cama
sempre que o infe liz precisa ou promet em dar e recusam na hora H.
Co st u mam pro met er- lhe o paraíso durant e o dia e invent ar desculpas à

164
No s e n t i d o d a d o p e l os di ci on á r i os M i ch a e li s ( 1 9 9 5 ) e Au r é l i o ( F ERRE IR A, 1 9 9 5 ) .

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no it e. O me lhor a fazer nest es casos é enco nt rar um je it o de jogar a bo mba
nas mãos dela de vo lt a. Uma for ma de fazer isso é medir o t empo de
duração da recusa e o ficializar est e r it mo, comunicando que nos dema is dias
nada será esperado, sempre co locando isso como uma decisão dela. Cost uma
ser mu it o eficient e t ambém co municar de mane ira explíc it a que, ao recusar
o sexo , a fu jo na est á nos aut orizando moralment e a t rocá-la por out ra,
mesmo que o negue e não art icule for malment e t al aut orização. Ent ão a
imag inação feminina ir á t rabalhar co m os ciúmes e t alvez a sit uação se
invert a.

Não se esqueça: sempr e que você marcar algum co mpro misso


(enco nt ro, t elefo nema), é preciso encurra lá-la por meio de prazos. Se vo cê
deixar o acordo em abert o, pro vavelment e será defr audado.

O que aliment a o compo rt ament o das fujonas é a idéia inco nscient e de


que vo cê sempre est ará dispo nível, mesmo após muit os anos, como um pneu
so bressalent e (elas são t ão caras-de-pau que at é chegam a chamar essa
art imanha de “mant er o st ep”). Se apóiam nest a idéia e não sent em a meno r
necess idade de enfrent á- lo.

A idéia de serem desejadas deixa as mulher es felizes:

"A fel i ci da de do h om em se ch a m a 'E u quer o' . A fel i ci da de da m ulh er se ch a ma


' E l e quer '. " (NIE T ZSCHE , 1884-1885/ 1995)

Saberem-se desejadas é mais do que suficient e par a as fujo nas. E las


se nut rem inco nscient ement e co m a per seguição. Querem ser per seguid as
para que possam re jeit ar o perseguidor. A possibilidade de rejeit ar lhes dá a
sensação de serem as mais gost osas, as mais desejáveis ent re todas da
Terra. Quando fogem, o fazem para induzir a perseguição e at é, algu mas
vezes, para fazer alar de, chamando a at enção de t odos os que a rodeiam.
Alg u mas vezes cost umam inicialment e enviar sina is de int eresse para
ind uzir o macho à procura mas, em seguida, o rejeit am, cont ando seu
t riu nfo par a as amigas. Para at ingí- las, pr ime ir ament e t emos que não

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perseg uir e, em segundo lugar, t ransfor mar suas fugas e m inco nfundíveis
decisõ es pelo fim da relação, em claras comunicações de desint er esse.
Assim, dest roçamos as dúvidas que t ent am inculcar em nossa ment e,
devo lvendo- lhes o feit iço. A dinamit e é jogada de vo lt a nas mãos de quem
acend eu o pavio.

Tudo é quest ão de encurralament o psico lógico. O que import a é


deixá- la sem saída par a forçá- la a vir correndo diret ament e a você ou a
acabar de uma vez por todas com possíveis dúvidas em sua ment e. O
t rabalho consist e em iso lar a fujo na em seu própr io calabouço ment al,
fazendo -a afro nt ar seus própr ios sent iment os e desejo s cont radit ór ios.
Cr iando uma sit uação definit iva, que não per mit a dúvida alguma, o t eor real
do s sent iment os se most rará. Ent ão você saber á o que realment e significa
para ela, co mo é vist o e para que ser ve pois há muit as mulheres que quer em
apenas nos mant er na reser va co mo uma garant ia para a velhice ou para
algu ma emer gência mat er ial ou emocio nal (o famoso “st ep” ou pneu
so bressalent e). Sei de um caso em que uma garot a mant eve um r apaz na
reser va e post er ior ment e o aceit ou como namorado quando ficou grávida d e
o ut ro , que havia fugido, para imput ar- lhe a pat er nidade. Casos co mo esse
são freqüent es.

Tenho observado que o inconscient e feminino parece querer ser


encurralado, solicit ar um cerceament o que não per mit a a fuga. Enquant o
vo cê per mit ir quaisquer abert uras ment ais que per mit am evit ar
respo nsabilidades, a fujo na sempre o evit ará, at r ibuindo a culpa de t udo a
vo cê e considerando-o desint eressant e. Por outro lado, se você a encurralar
ment alment e, será cons iderado super ior aos out ros machos em int eligência,
fo rça emocio nal, segurança e det er minação. Também co municará
su bliminar ment e que não ficar á dispo nível por toda a et ernidade e que
po ssu i acesso a out ras fêmeas melhor es.

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13. A impossibi lidade de negociação

As mulher es espert inhas cost umam resist ir às t ent at ivas de


nego ciação ou conduzí- las apenas nas direções que lhes int eressam. Quando
a nego ciação toma um rumo favorável ao ho mem, qualificam-no de
"int ransigent e" ou "radical", mesmo que est eja m t ot alment e sem razão em
suas reinvindicações.

Os ho mens maleáveis, que cedem em pont os inaceit áveis, são vist o s


co mo fracos, indecisos e manipuláveis. A despeit o do que digam, essas
mu lheres sempr e se decidirão por aquele que se mant iver fir me em seu
po nt o de vist a at é o final e demo nst rar não retroceder por nada, nem mesmo
pelo medo de perdê- las. Isso é especialment e válido para os casos das
"amizades inocent es" co m out ros homens.

Se for mos democr át icos, bo ndosos, maleáveis et c. isso não será


reco nhecido ou vist o como mot ivo para agradeciment o mas, ao cont rário ,
co mo u ma fr aqueza a ser apro veit ada, uma oport unidade de se usar o out ro
co mo escravo emocio nal. As menores abert uras serão rapidament e
percebid as. Além disso, est aremos co municando que não somos capazes d e
prot eger ou orient ar ninguém.

A essência do que t ais fêmeas são é abso lut ament e dist int a do que
elas mesmas dizem, razão pela qual devemo s nos guiar apenas pelas suas
at it udes e nunca por suas falas absurdas fút eis. A fala é um de seu s
pr incipais mecanismos de lud ibr iação nas negociações.

Os verdadeiros sent iment os e int enções feminino s se revelam apenas


nas sit uações ext remas em que são colocados à prova. Fora dest e âmbit o ,
t udo será confuso, absurdo e cont radit ório. Por est es mot ivos, é melho r
co mu nicar- lhes co ndições do que cont ar com co mpreensão.

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Quando as condições para o relacio na ment o são comunicadas de modo
abso lut ament e claro, não há saída para a mu lher. Para qualquer lado que
t ent ar se mover est ará se revelando. Assim descobr iremo s se a mesma é uma
sant a, uma boa esposa, uma simples amiga sexual ou uma “vadia 165”
lud ibr iadora.

As condições precisam ser for mu ladas de mane ira t al que at é mesmo a


recusa em manifest ar-se e a indiferença t enham um significado claro e
defin ido. Como uma das maior es ar mas femininas é a co nt radição, at it udes
co nt radit órias e ausência de at it udes t ambé m pr ecisam t er um significado
preciso , clarament e for mulado.

Há uma imensa diferença ent re pedir e afir mar de for ma decid ida. A
mu lher não irá renunciar aos maus cost umes ( sexo com pouca freqüência o u
po uca qualidade, at it udes simpát icas par a co m out ros homens et c.) soment e
po rque você pediu. Apenas o fará caso seja co municada de modo inequívo co
que aquelas at it udes implicarão, sem apelação, no fim da relação ou na
ru ína de sua imagem. Se você t ent ar negociar, ela per ceber á, co m seu sext o
sent ido diabó lico 166, um medo de perdê- la e jogará co m est e medo at é o seu
limit e ext remo. Logo, a saída é não t er medo.

Mas para não t er medo é preciso não se apaixo nar. E is porque a mort e
do ego 167 é impr escindíve l. Ser á incapaz de impor condições sem vacilar

165
No s e n t i d o d a d o p e l os di ci on á r i os M i ch a e li s ( 1 9 9 5 ) e Au r é l i o ( F ERRE IR A, 1 9 9 5 ) .
166
No h ome m, o ca r á t e r d i ab ó l i co n ã o s e p r oce s s a d e fo r ma t ã o i n t u it i va . Em a l gu n s ca s os , e st a
ca p a ci d a d e fe mi n i n a d e i nt u ir ou p r es s e nt i r os s e nt i me n t os d o h ome m, i s t o é, se el e s ofr e d e
a mor , s e se n t e s a u da d e s e se e st á a n s i os o p or vê -l a e t c. p a re ce a t é s u p er a r a s b a rr e i ra s d o
e s p a ç o, b ei r a n d o a p a r a n or ma li d a d e.
167
P or mor t e d o( s ) Ego( s ) d e ve mos e n t e n d e r a di s s ol u ç ã o ( a s s i mil a ç ã o) d os a gr e ga d os p s í q u i cos
ou c omp l e x os a u t ô n omos . Em ce r t a con fe r ê n ci a , cu j a r e fe r ê n ci a p a r a ci t a ç ã o n ã o me re cor d o
a g or a , J u n g a fi r mou q u e os comp l e x os s ã o c on s t i t u í d os p or a l gu ma e s pé ci e d e e go e é
e x a t a me n te i s s o o q u e a fi r ma o V. M. S a ma el Au n We or . Ta n t o o Ego u s u a l d a ps i col o gi a , co m o
os c omp l e x os a u t ô n om os d o i n c on s ci e n t e , o Ego, o S u p e r e g o e o Id d e F r e u d ( 1 9 2 3/ 1 9 9 7 ) e os
ch a ma d os Al t e r -Eg o ou Eu S u p e r i or s ã o, n o fu n d o, s ome n t e d i st i nt a s for ma s d e Ego, à s qu a i s
n e ce s s i t a m s e r d i ss ol vi d a s p a r a q u e a al ma se l i b er e e s e us vá r i os i mp ul s os u n il a t er a is ,
c omp u l s i v os e op os t os s e j a m as s i mil a d os e fu s i on a d os . A vi s ã o e gó i ca é u ma d i st or ç ã o d a
r e a li d a d e p oi s os mú l ti p l os “ e us ” s u b j et i va m a s p e r ce p ç õ e s ( S AM AE L AUN WE OR, s / d ). P or
me i o d a comp r e e n s ã o, c or r i gi mos gr a d a t i va me n t e a d is t or ç ã o co gn i t i va i n e r e nt e à ca d a vi s ã o
c omp u l s i va me n t e u n il a t er a l, ob j e ti va n d o, a s s i m, a vi s ã o q u e te mos d o ob j e t o d e d e s e j o ou
a ve r s ã o.

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aquele que for emocio nalment e dependent e. A mulher, at ravés do inst int o ,
pressent irá sua fr aqueza e lhe resist irá at é dobrá-lo. Quant o mais ceder mos,
mais t eremos que ceder, at é ficar mos co mp let ament e loucos.

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14. Porque é necessário ocu ltar nossos senti mentos e nossa conduta

As mulher es são seres imaginat ivos e int uit ivo s, muit o pouco
racio nais, que se orient am pelos sent iment os e não pela lógica ou pela
razão 168. Assim, apresent am pouca resist ência à verdade e necessit am viver
na ilu são e na ment ira (SCHOPENHAUER, 2004). Ist o é próprio da
nat ureza feminina 169.

Não suport am a realidade crua e se desesper am ou se enfur ecem


quando so mos abso lut ament e diret os, desmascarando-as, mas ao mesmo

168
Is s o n ã o i mp l i ca e m i n fe ri or i d a d e ma s a pe n a s e m d i fe r e n ç a . Como d i z Ka n t ( 1 9 9 3 / 1 7 64 ) , e la s
t e m ma i or vo ca ç ã o p a r a o b e l o d o q u e p ar a o s u bl i me . O q u e d e fi n e a be l e za é a a gr a d a b i li d a d e
a os s e n t i me nt os . Os t r a ba l h os l ó gi cos e x a u s ti vos s ã o a gr e s s i v os à fe mi n i li d a d e. Qu a n d o u ma
mu l h e r s e t or n a e x a ge r a d a me nt e r a ci on a l e ce r e br a l, de i x a d e s e r a tr a e nt e a os h ome n s . Os
ma ch os h u ma n os n ã o s e s e nt e m a tr a í d os s e x u a l me nt e p or u m cé r e b r o l ó gi co ( n o s e n t i d o r a ci on a l
d a p a la vr a ) p or q u e s u a d on a nã o l h e s p r op or ci on a a s e n sa ç ã o a gr a d á ve l p r op or ci on a d a p or u ma
mu l h e r cu j o cé r e b r o t or n a d el i ca d a , me i ga e i n t ui ti va ( KANT, 1 9 9 3 / 1 7 6 4 ). S e u ma mu lh e r
q u i s e r a tr a ir h ome n s , d e ve r á di fe r e n ci a r -s e d el e s a o má x i mo, t or n a n d o-s e o ma i s fe mi n i n a
p os s í ve l . S e u s p e n s a me nt os , se n t i me nt os , movi me n t os , e x p r e s s õe s fa ci a i s, t on s d e voz,
ve s t i me n t a s e t c. de ve m s e r t í pi cos d e mu l h e r e es t e con s e l h o d e ve r á a j u d a r a q ue l a s q u e n ã o s e
e n q u a d r a m n os es t er e ó ti p os d it a t or i ai s de b el e za . Est a t i pi fi ca ç ã o fe mi n i n a d a con d u t a p os s u i
d oi s p ó l os : o p os i t i v o e o n e ga t i vo. O mu n d o fe mi n i n o é o mu n d o d a s coi s a s l e ve s e a gr a d á ve i s
e n ã o o d a s coi s a s l ó gi ca s , a s q ua i s s ã o e x a us t i va s e p es a d a s p a ra a me n t e. P ar a a mu l h er ,
“ e r r a d o” ou “ r ui m” é a q ui l o q u e ca u s a s e nt i me n t os d es a gr a d á ve i s . Is s o n ã o s i gn i fi ca q u e e l as
s e j a m i l ó gi ca s n o s e n ti d o a mp l o e a b s ol u t o d a p a la vr a ma s ap e n a s n o s e n ti d o u s u a l d a me s ma , o
q u a l i mp l i ca e m r a ci on a l i d a d e li n e a r. No s e nt i d o comu m d a p a l a vr a l ó gi ca , is t o é , d a l ó gi ca
c om o p r o ce s s os me n t a i s e x a u st i vos e r i gor os os , a s mu l h er e s s ã o i l ó gi ca s . Ent r et a n t o, n o
s e n t i d o e moci on a l d a p a l a vr a l ó gi ca , s i gn i fi ca n d o o e n ca d e a me n t o c oe r e n t e d e s e n ti me n t os e m
r e l a çã o a ce r t os fi n s ( n e m s e mpr e al tr u í st a s) , e l a s s ã o t ot a l me nt e l ó gi ca s . Em ou t r a s p al a vr a s ,
a s mu l h er e s s ã o l ó gi ca s e m s en t i d o e moci on a l e n ã o e m s e nt i d o r a ci on a l . Se r r a ci on a l n ã o é
s i n ô n i mo d e s e r i n te l i ge n t e ( GOLEM AN, 1 9 9 7 ) . A i n t el i gê n ci a e moci on a l é mu i t o ma i s r á pi d a
d o q u e a ra ci on a l n a s ol u ç ã o d e s e us p r ob l e ma s e pe n e tr a ca mp os i mp e n e tr á ve i s a o i n t el e ct o. A
i l ogi ci d a d e fe mi n i n a d e s con ce r t a e con fu n d e o i n t e l e ct o ma s cu l i n o, o q u a l é il ó gi co d o p on t o d e
vi s t a e moci on a l , e d e s en ca d e i a s u ce s s i va s vi t ó ri a s p a r a e la s na gu e r r a d a p a i x ã o. A
c on s i d e r a ç ã o d a mu l h e r com o d i fe r e n t e d o h ome m e ma i s p r op e n s a a o e moci on a l , a o b e l o e a o
a gr a d á ve l d o q u e a o r a ci on a l e a o l ó gi co ( n o s e n t i d o u s u a l d a p al a vr a ) n ã o e n ce r r a i d é ia d e
i n fe r i or i d a d e s e n ã o p ar a aq u e l es q u e e n d eu s a m o i nt e l e ct o com o me i o d e co gn i ç ã o p or
e x ce l ê n ci a . Nã o h á i d e nt i d a d e e nt r e i nt e l e ct o e i n t el i gê n ci a . Exi s te m p e s s oa s e x t re ma me n t e
i n t el e ct u a i s e , si mu l t a ne a me n t e, es t ú pi d a s, i n ca p a ze s d e e n con t r a r s ol u ç õ e s p a r a p r ob l e ma s
s i mp l e s d a vi d a r e al . Ce rt a ve z, con h e ci u m gr a n d e er u d it o, d a q u el e s q u e pa r e ce m b i bl i ot e ca s
vi va s , q u e e ra al t a me nt e l i mit a d o e m i nt e li gê n ci a , s e n d o i n ca p a z d e a p r e en d e r coi s a s ó b vi a s e
s i mp l e s d o cot i d i a n o. P or t a n t o, q u al q u e r a cu s a ç ã o d e pr e con ce i t o q u e p os s a s e r i mp u t a da a e st e
p on t o d e vi s t a , se r á n a ve r d a de o r e fl e x o d o p r e con ce i t o q u e o p r ó p r i o a cu s a d or ca r r e ga d e n t r o
d e s i e o p r oj e t a , mu i t o p r ova ve l me n t e s ob for ma vi t i mi s ta . Da me s ma for ma , a a cu s a ç ã o d e
mi s ogi n i a i mp u t a d a a Ka nt é t ot a l me nt e i n fu n d a d a e n ã o p a ss a de u ma a rt i ma n h a fa l a ci os a p a r a
p ou p a r o p e r fi l fe mi n i n o d a cr í t i ca fi l os ó fi ca r e al i st a , i n ci si va , d ir e t a e a b s ol u t a me nt e s i n ce r a ,
u m e n god o p a r a i mp e d ir q ue se re fl i t a d i al e ti ca me n t e a re s p e it o d o fe mi n i n o.
169
E t a mb é m d a ma s cu l in a . Con t u d o, a q u i e s ta mos t r a ta n d o d a for ma fe mi n i n a p el a qu a l s e
e x p r i me a t e n d ê n ci a h u ma n a , q u e p a r e ce se r un i ve r s a l, de me n ti r e de n ã o s u p or t ar a r ea l id a d e .

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t empo , cur iosament e, nos admiram por t ais qualidades po is são alt ament e
co nt radit órias em si mesmas e co m relação às próprias opiniões 170.

Quando excit amo s e exalt amo s suas imaginações nas dir eçõ es
co rret as, podemos do miná- las 171. Mas, se não for mos fort es o sufic ient e,
seremo s nós os dominados. Aí reside o per igo e a necessidade de não no s
apaixo nar mos.

A t endência à negação veement e da realidade cr ia na ment e masculina


u m in fer no porque nós, os machos, so mos lógicos. Port ant o, o desejo de

170
De s d e o p on t o d e vi s t a ma s cu l i n o l ó gi co -r a ci on a l , ob vi a me n t e . Le mb r e mos q u e e s t e l i vr o foi
e s cr i t o p a r a h ome n s h e t er os s e x u a i s a d ul t os .
171
Con d u zi n d o -a s n a d i re ç ã o d e se u s p r ó p ri os s e nt i me n t os e d e s ej os . Como j á foi e x p l i ca d o
a n t e ri or me n t e , n ã o s e t r at a da e goí s t a d omi n a ç ã o coe r ci t i va ma s d a con d u ç ã o d os d e s e j os
fe mi n i n os p r é -e x i s te n t e s, s e m vi ol a ç ã o a l gu ma d o l i vr e a r bí tr i o. P or q u e a pa l a vr a “ d omi n a r ” ?
P or q u e a q u i l o q u e a mu l h er d es e ja s e t or n a p a s sí ve l d e s e r n os s a me ta ta mb é m q u a n d o
d e s t r uí mos os e u s , e mb or a s e m o con d i ci on a me n t o l i b i d i na l a n t er i or . Ao n ã o t e r mos ma i s
d e s e j os , os d es e j os fe mi n i n os sã o a ce i t os p or n ó s s e m r e s is t ê n ci a e ch e ga m a t é a s e t or n a r p a rt e
d e n os s os ob j e t i vos . Is s o i mp l i ca e m u m d omí n i o p or q u e , a p a rt i r d e ss e mome n t o, a q u il o q u e a
ou t r a p a rt e q ue r fa ze r é e x at a me n t e a q ui l o q u e q u e r e mos q u e e la fa ç a . Tr at a -s e d e u m d omí n i o
r e fl e x o d o d omí n i o d e s i me s mo e d a r e n ú n ci a à d omi n a ç ã o d o ou t r o. Ai n d a q u e p a re ç a
c on t r a d i t ór i o, q u an d o d e i x a mos u ma p es s oa a b s ol u t a me nt e l i vr e p ar a fa ze r o q u e q u i se r e
p r e fe r i mos mu d a r a n ó s me s mos , d is s ol ve n d o os n os s os d e s e j os e m r el a ç ã o a e l a, e st a mos
e x e r ce n d o u m d omí n i o, n o s e n t i d o d e q u e e s ta mos n o t ot a l con t r ol e d a s it u a ç ã o e d e qu e
e s t a mos p e r mit i n d o, e a t é i n ce n t i va n d o, q u e a ou t r a p e ss oa s e j a con d u zi d a p or s e u s p ró p r i os
d e s e j os . A mor t e d os e gos t or n a o h ome m l i vr e d os co n d i ci on a me n t os v ol i t i vos e d e s e n vol ve
u ma ca p a ci d a d e d e a d a p ta ç ã o e x tr e ma . Com o, a p ó s es s a mor t e , n ã o h á op os i ç ã o e n e m con fl i t o
e n t r e os d e s ej os d e l as e os n os s os , p oi s n ã o te mos ma i s d es e j os p ar a con fl i t a r , r e s ul ta e nt ã o
q u e os d e s ej os fe mi n i n os p a s sa m a s e r a ce i t os s e m r e s is t ê n ci a d e n os s a p a rt e . Lo g o, a q u i l o q u e
a mu l h e r d e se j ar á fa ze r coi n ci d i r á t ot a l me nt e com a q u i l o q u e a ce i t a mos , e a t é d e se j a mos , q u e
e l a fa ç a. Ent r et a n t o, com o e s t a r e mos li vr e s d o con d i ci on a me n t o v ol i t i vo e a p ar ce i r a n ã o, e la
e s t a rá con d i ci on a d a a fa ze r a q u i l o q u e d e s ej a e n q u a n t o n ó s e st a re mos d e s con d i ci on a d os . Nos s o
a t o d e a pr ova ç ã o e a ce i t a ç ã o d a con d u t a fe mi n i n a an t e s i n de s e já ve l , e a gor a a ce i t á ve l , s e r á u m
a t o c on s ci e n t e e vol u n t á ri o. O r es u l ta d o fi n a l é q u e e st a r e mos e x er ce n d o u m d omí n i o s ob r e a
s i t u aç ã o e n vol ve n d o a p a r ce i r a e at r a vé s d e s e us p ró p r i os d es e j os , s e m vi ol e n t a r d e mod o a l gu m
s u a li b e rd a d e . Ima gi n e mos q u e u m h ome m t e n h a o for t e d e s ej o d e q u e s u a mu l h e r ca mi n h e p ar a
a e s q u er d a, e mb or a o d e s ej o d e l a s e ja o d e s e di ri gi r à d i re i ta . S e es t e h ome m d i s s ol ve r s e u
d e s e j o, n ã o op or á ma i s r e s is t ê n ci a à t e n d ê n ci a d e s u a comp a n h e i r a e m i r p a ra a d ir e it a . S e e s t e
d e s e j o, q ue é u m d e fe i t o, for d i ss ol vi d o r e a l me n t e, o mo vi me n t o e m d i r e ç ã o à d ir e it a se r á n ã o
s ome n t e a ce i t o ma s , de p e n d e n d o d o gr a u d e d i ss ol u ç ã o d o e u e m q u e st ã o, at é me s mo
i n ce n t i va d o. O h ome m e s t a r á l i vr e d e con d i ci on a me n t os v ol i t i vos e p od e r á fa ze r com q u e os
a t os d a mu l he r s e j a m con ve r ge n t e s co m s u a s d et e r mi n aç õ e s e de ci s õ e s . El e n ã o t e nt a rá
mod i fi ca r ou r e p r i mir os at os d a p ar ce i r a mas si m s u as pr ó p r ia s de t er mi n a ç õ es e d e ci s õ e s, p or
me i o d a d i ss ol u ç ã o d o s e u s d e fe it os . A p a r ti r de e nt ã o, h a ve r á u m d omí n i o ma s cu l i n o p oi s o
a t o d a p ar ce i r a e a von t a d e d o h ome m e s t a r ã o vol t a d os p a r a a me s ma di r e çã o. A v on t a d e
ma s cu l i n a , l i vr e , p od e s e r e mp r e ga d a n a me s ma d i re ç ã o p a r a a q u a l t e nd e m os comp or t a me n t os
fe mi n i n os . Di z-s e q u e o d omí n i o e m t a i s ca s os é ma s cu l i n o, e n ã o fe mi n i n o, si mp l e s me nt e
p or q u e q u e m e st a r á d e s con d i ci on a d o v ol i t i va me n t e é o h ome m e n ã o a mu l h e r. S e o con t r á r i o s e
ve r i fi ca r , i st o é , se a mu l he r d i s s ol ve r s eu s de s e j os e o h ome m n ã o, o d omí n i o s e r á fe mi n i n o
p oi s a q u e l e q u e d omi n a a s i me s mo é o q u e t e m ma is ch a n ce s d e con t r ol a r a s it u a ç ã o.
Ob s e r va n d o a s s it u a ç õ es d o cot i d i a n o, p a r e ce -me q u e as mu l he r e s s u p or t a m mai s os
c omp or t a me n t os i n d e s ej á ve i s d o h ome m e o d o mi n a m d o q u e o c on t r á r i o. Os h ome n s s ã o

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sempre saber a verdade sobre a mulher (co m quem anda e o que faz quando
est á lo nge de nós, o que sent e realment e et c.) é uma debilidade.

É líc it o enganar as mulheres que int enciona m, todo o t empo, fazer o


mesmo co nosco 172. Quase não exist em ma is mulheres sinceras po is t odas
parecem cr iat uras dissimuladas que enganam ou ocult am fat os 173.

A ocult ação de fat os e, principalment e, dos reais sent iment os é uma


das ar mas femininas magnas. Quando não sabemo s o que se passa no
co ração de algué m, não podemos t omar dec isões e ficamos à sua mer cê. Po r
meio de at it udes e falas cont radit ór ias, as espert inhas impedem qu e
assu mamo s posições definidas na relação mas nos co bram incessant ement e
pelas mesmas, acusando-nos de indecisos, inseguros et c. Os homens mais
no vo s ger alment e caem nest as ar madilhas e so frem muit o. Co mo elas nunca
no s deixa m saber o que sent em e o que fazem quando est ão fora do alcance
de no ssas vist as, a única alt er nat iva que nos rest a é considerá-las
“vad ias 174” e ment irosas at é que provem o cont rário, se forem capazes.

As espert inhas sempre esco ndem o quant o precisam realment e de nó s


e so ment e o revelam em sit uações ext remas, ainda assim o mínimo possível,
para preser var dissimulações. O mot ivo é que aquele que ocult a suas
emo çõ es deixa o outro sem refer encia l para se co mport ar de for ma a
do miná- lo 175. Nas relações amorosas, nosso comport ament o é definido pelo s
sent iment os do out ro. Por isso essas mulheres so ment e revela m o quant o
necess it am de nós em sit uações ext remas, sob a real iminência de no s
perderem ou quando sent em que so mos inacessíve is. Parado xalment e,
vo lt am à sober ba indifer ença inic ial quando nos ent regamos após se

d omi n a d os e a r r a st a d os p or e la s pa r a t od a s as di r e ç õe s , fi s ga d os p e l os p r ó pr i os d es e j os com o
u m p e i xe n o a n zol .
172
M a s n ã o a s ou t r a s .
173
O q u e t or n a mu it o d i fí ci l a i d e nt i fi ca ç ã o d a s ve r d a de i r a me n t e s i n ce r a s.
174
No s e n t i d o d a d o p e l os di ci on á r i os M i ch a e li s ( 1 9 9 5 ) e Au r é l i o ( F ERRE IR A, 1 9 9 5 ) .
175
A p e s s oa i n t e ns a me n t e a p ai x on a d a é d omi n a d a p or s e u d e s e j o d e a gr a d ar a ou t r a e , d e s te
mod o, fa z t u d o o q u e a ou t r a de s e ja . Qu a n d o u m h ome m s e e n con t r a n e st e es t a d o s er vi l , a s
mu l h e r e s cos t u ma m d i ze r q u e el e “ e st á come n d o a q u i n a mi n h a mã o” , e m u ma a l us ã o d i r et a a o
c omp or t a me n t o d o d ó ci l ca ch or r o vi r a -l a t a .

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revelarem. O amor, o sexo e o car inho soment e serão ofer ecidos enquant o
não lhes der mos muit a import ância, recebendo-os como algo nat ural que no s
é o bviament e devido, sem nos ident ificarmos. O mot ivo para t ant o é que são
ferrament as de do mínio 176, ou seja, seu ofereciment o é abso lut ament e
hipó cr it a e visa nos do mest icar, amansar, submet er, enfraquecer e
sensib ilizar por meio da paixão e de modo a nos induz ir a revelar o que
sent imo s. É por ist o que são oferecidos soment e aos imprest áveis 177 ou ao s
ho mens super iores 178 que eliminar am da alma todas as so mbr as do amo r
passio na l, do apego e do sent iment alis mo.

O desco nheciment o do que realment e sent em por nós impede qu e


to memos as at it udes corret as, t enhamo s expect at ivas realist as, ant ecipemo s
suas reações e façamo s exigências just as. Não somos capazes de no s
o rient ar na relação quando as vemo s agindo de for ma co nt radit ória.
Sabendo disso, nossas amigas deliciosas nos negam a cert eza, o
co nheciment o exat o, e nos lançam na dúvida 179 pois o conheciment o é poder.

Se você for ho mem de verdade e não t iver medo de desco br ir o


180
p io r , poderá t est ar a fidelidade e a int ensidade do amor de sua parceir a
para co nhecer o t eor real do s seus sent iment os. Se o pior se revelar, ist o
sig nificará simplesment e que você se equivocou, que o erro fo i seu. Est eja
pro nt o para t udo.

Dizem que os japoneses co nt rat am sedut ores profissio nais para


t est arem a fidelidade de suas esposas. Não sei se precisar íamo s chegar a
t ant o...porém, t er provas da verdade não faz mal a ninguém e obt emo s bo as
pro vas do quant o somos va lor izados quando as deixamos livres e quando as

176
É a i s s o q u e s e r e fe r e S a l ma ns h on ( 1 9 9 4 ). Tod o o s e u l i vr o é d e d i ca d o a e s t a h a bi l id a d e
fe mi n i n a d e a d e st r ar o h ome m c om o u m cã o.
177
In fe l i zme n t e , p oi s os i mpr e s tá ve i s n ã o p os s u e m e s cr ú p u l o a l gu m e m e n ga n a r e , a l é m d o
ma i s , s ã o i ns e n sí ve i s a o s ofr i me n t o e mo ci on a l a l h e i o.
178
P a r e ce -me q u e a s mu l h er e s cos t u ma m c on fu n d i r os d o i s t i p os d e h ome n s .
179
É a ma i or i nt e li gê n ci a e mo ci on a l fe mi n i n a q u e l h es p e r mi t e d ar a n ó s e s s es b ai l es n a gu e r r a
d a p a ix ã o.
180
P or e s t ar e moci on a l me n t e d e s e n vol vi d o.

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ig no ramo s, lançando de vo lt a sobre elas as conseqüências de suas própr ias
at it udes.

Não a deixe t er cert eza do quant o você compreende seus jogo s,


percebe as ment ir as e enxerga o que se passa.

Não lhe cont e o que você sabe sobr e a ment e feminina e so bre as
est rat égias que usa. Não espere co mpreensão. Seus problemas não
int eressam a ninguém. Não espere co mpaixão, piedade. O único sent iment o
que vo cê conseguirá at ivar co m isso é a repulsa, a aversão.

Faça-a crer 181 que você é um cara maravilhoso em t odos os sent ido s
mas d ifícil de ser alcançado para ser preso.

As fr aquezas, desejos e necessidades femininas reais nor malment e são


zelo sament e ocult adas para que fiquemos presos à dúvida. A dúvid a
imo biliza po is aquele que não conhece os sent iment os e int enções alhe io s
não po de agir, pr incipalment e se os sent iment os do out ro são objet o de seu
int eresse.

O nosso poder int elect ual de adent rar à psique feminina, conhecendo -
a, é t emido por revelar det alhes est rat égicos. É cont inua ment e bloqueado
po r meio de co mport ament os paradoxais e ilógicos que aparent ement e
escapam a qualquer análise.

Quant o mais apa ixo nados est iver mos, mais incapazes de enxergar a
realidad e a respeit o dos sent iment os da parceira est aremos. Teremos medo
da realidade, de descobr ir mo s o pior. Fraquejaremo s nos mo ment os cruciais.
Não t eremos coragem de co locá- las em xeque, de lançá-las em sit uaçõ es
decis ivas que nos most rem de uma vez por todas o que sent em e quem são

181
S e m s i mul a r ma s t r a n s for ma n d o-s e r e a l me n t e.

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de fat o . O apaixonado é um miserável vil que est á condenado a ser escravo
e a carregar grandes chifr es 182.

182
A mu l h e r n ã o s e s e nt e r e a li za d a q u a n d o d es cob r e q u e s e u h ome m é u m s i mpl e s e s cr a vo
e mo ci on a l . P od e r á con t i n u a r com e l e p or con ve n i ê n ci a ma s con t i n u a r á à pr ocu r a d e ou t r o q u e a
fa ç a s e n ti r -s e s e gu r a .

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15. O miserável senti mento da pai xão

Co mecemo s est e capít u lo co m a definição schopenhauer iana do amo r:

“O a m or é o m a l ” (SCHO PE N HA UE R, 2004, p. 33).

Obviament e, Schopenhauer est á se refer indo ao amor românt ico ,


exclu sivament e vo lt ado a uma mulher, e não ao amor univer sal. Quando
u ma cr ise a morosa é exageradament e int ensa, pode desencadar uma cr ise
exist encia l e espir it ual t ão profunda que leva o ind ivíduo a revalor izar t o da
a sua vida e emergir renovado dest a passagem so mbr ia e per igo sa
(KORNFIELD, 1997 e GROF & GROF, 1989/1997). Infe lizment e, o per igo
de perder-se nesse percurso para sempre t ambém exist e e é real. Os cr imes
passio na is são uma prova dest e per igo. O amor passio nal é sempre o infer no
depo is do céu.

Revise a sua hist ória de vida amorosa e descobr irá que sempre as
damas que você mais amou não t e amaram e aquelas que mais t e amaram
não fo ram igualment e amadas por você. Depreendemos ent ão que é
fu nd ament al não se apaixo nar para se dispor da paixão da mulher em
benefício da relação. A pr ime ir a e fundament al capacidade a ser adquir ida é
est a: a de não se apaixo nar. Lembr e-se disso acima de t udo o que fo i escr it o
nest e livro. Sem est e pré-requisit o, todas as est rat égias aqui pensadas são
inút eis e at é per igosas. Não t ent e levá- las à prát ica se est iver apaixo nado
po rque os efe it os recairão sobre você.

Quando est amos apaixo nados, gast amos ime nsas quant idades d e
energ ia t ent ando reso lver quebra-cabeças e mocio nais, sair de labir int os e
evit ar ar madilhas. Terr íveis sit uações nos são cr iadas e so fremos t ent ando
sair das mesmas da melhor for ma possíve l. O result ado é o
enfraqueciment o.

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A pa ixão é como o álco ol. Ent orpece a consciência, elimina a lucidez,
imp ede o julgament o cr ít ico e provoca alucinações, fazendo com que o ser
amado seja vist o como divino 183:

“ O a m or sexua l é sem pr e uma il usã o, vi st o qu e é o r esul t a do de um a m ir a gem


i m a ginár i a” (LÉ VI, 1855/ 2001, p. 111).

Apaixo nar-se é cair em desgraça, é perder a alma (ZUBATY, 2001),


co mo acont eceu ao jovem Wert her (GOETHE, 1774/1988). Quando o ser
amado perde as caract er íst icas que o t ornam at raent e, t orna-se
desint eressant e. Port ant o, o amor, t al co mo o est amos t rat ando aqui, é
malig no, hipócr it a, int eresseiro e ego íst a po is não é dir igido ao Ser ou a
Essência do out ro mas sim a seus at rat ivos físicos, eco nô micos o u
co mpo rt ament ais. Na prát ica, evidencia mos que as mulheres (e t ambém o s
ho mens) não est ão de modo algum à alt ura do amor verdadeiro, apesar de
seu s so nhos absurdos co m ro mances cor-de-rosa, e não o merecem. Quando
so nha m alucinadament e co m ro mances, na verdade est ão sonhando co m si
mesmas po is não há nada que enxergue m a lém de seus próprios sent iment o s.
Obser vem que os galãs imbecis dos r idículo s ro mances femininos e m filmes
e livro s dão t udo de si e recebem muit o pouco em t roca, no máximo
algu mas poucas relações sexuais do t ipo papai-ma mãe sem graça, além d e
algu ns beijo s inút eis. Est e é o absurdo sonho românt ico que cont agia o s
men ino s e os torna débeis quando adult os, fazendo-os acredit ar que
receber ão amor, car inho e sexo de ót ima qualidade se forem bo nzinho s,
co rreto s, fiéis, t rabalhadores, honest os e sinceros.

Por que ela fica incó lume após br igar co m você? Por que não se
pert urba? S implesment e porque habilment e lê em seu co mport ament o, po r
meio de sina is, que você est á preso, emocio nalment e dependent e. São sinais
que co municam dependência emocio nal: ciú mes, raiva, t rist eza, cur io sidad e
so bre a condut a, medo da perda, incô modo com as roupas curt as, decot es

183
O a p ai x on a d o e s t á t oma d o p or u ma i n ca p a ci d a d e cogn i t i va q u e n ã o l h e p e r mit e e n x e r ga r a
p e s s oa r e al p el a q u a l s e a p a ix on ou . Em s e u l u ga r , vê a pr oj e ç ã o d e u ma i ma ge m a r q u et í p i ca

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o usado s et c. Ao invés de se inco modar, simp les ment e demo nst re não dar
valo r àquelas que se expõem aos desejo s masculinos est ando compro met idas
co m vo cê.

Para acorrent ar o macho, a fê mea humana espert inha lhe dá car inho ,
amo r e sexo de boa qualidade at é sent í- lo bem preso e comprovar seu grau
de dependência co m muit os t est es. Quando o infeliz est á bem apr is io nado e
depend ent e, ent ão começa a ser tort urado para proporcionar-lhe o prazer de
vê- lo perdido e desor ient ado, t ent ando enco nt rar uma saída. Trat a-se de u m
t est e sádico para medir nosso valor masculino. E las sabem que necessit amo s
mu it o do car inho e da fragilid ade que possuem.

Port ant o, a paixão ou amor românt ico é o ponto nevrálgico da


escrav ização psíquica do macho. A pr incipal e mais poderosa ar ma que su a
parceira possui cont ra você são os seus próprios sent iment os. E limine-o s
para deixá- la impot ent e ou vo cê será jogado em um mo viment o oscilat ório ,
alt er nado, exat ament e co mo o rato ent re as garras do gat o, como uma bo la
de p ingue-po ngue. As damas habilment e acende m em nós sent iment o s
co nt radit órios sem o menor medo de nos perder em: provocam ciúmes, no s
baju lam em seguida et c.

O sent iment o de apego em suas vár ias facet as é uma eficaz ferrament a
femin ina para submet er o macho. As vár ias faces do apego são o
apaixo nament o, o ciúme, a posse, a saudade, o bem querer e o medo de
perder.

Res ist ir ao feit iço feminino é ant es de t udo resist ir aos sent iment o s
amo ro so s. A paixão é o maio r per igo e corresponde a um miserável est ado
de ser vidão. Na Bíblia, est e per igo est á clarament e repr esent ado pelo s
t rágico s dest inos de Adão (Gênes is, 3:1-24), Sansão (Juízes, 16:1-22), Davi
(II Samuel, 11: 1-27, 15: 1-37, 18: 9-33 e 19: 1-10) e Salo mão (I Reis 11:
1-43).

i d e a li za d a e cr ê fi r me me n t e q u e o ob j e t o d o s e u a mor c or r e s p on d e à su a fa n t as i a.

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Para t reinar mo s a resist ência cont ra a paixão, a melhor parceira é a
man ipu ladora ardilo sa, a est elio nat ár ia emocio nal que não t em escrúpulo s
em br incar e dest ruir os sent iment os alheios. Se você for capaz de resist ir
ao apaixo nament o expondo-se ao seu magnet ismo fat al e vencê-la, vencerá
qualquer out ra.

A sit uação do apaixonado é tragicô mica:

"E st a r a pa i xon a do sem pr e tr az para a pess oa fen ôm en os c ôm i c os em m ei o


t a m bém a os t r á gi cos; e a m bos por que a pess oa a pa i xon a da , possuí da pel o espí r i t o da
esp éci e, pa ssa a ser dom i na da por esse espí r i t o e n ã o per t en ce m a i s a si pr ópr i a. "
(SC HOPE N HA UE R, 2004, pp. 35-36)

Quando não est á inst alada, a ser vidão pass io nal é mais fácil de ser
evit ada. Porém, uma vez que est eja inst alada, apenas pode ser remo vida
co m mu it a dificuldade e so fr iment o. Como diz Niet zsche (cit ado po r
SOUZA, 2003), o fraco e o escravo são negados e dest ruídos dent ro do
sábio quando age o crivo selet ivo do t empo circular. É claro que isso dó i
mu it o , mas o prêmio co mpensa o esforço. O homem se t orna fort e e
super io r:

“Sup er i or , n o fi l ós ofo, é quem c on segu e i r a l ém de si m esm o e c on vi ver com


seus l i m i t es (doen ça s, sofr i m en t o et c. ) sem n enh um pr obl em a . O que ca r a ct eri z a um
for t e? ‘Dur ez a e ser en i da de’.

Di r ía m os, si m pl esm en t e, que n ã o est á m uit o l on ge do que ch a m a m os um a pessoa


‘ca l eja da ’. ” (Souz a , 2003, p. 44)

Para resist ir ao encant o da paixão é preciso segurar a imaginação


(LÉVI, 1855/2001) e a ment e, não crer nas pa lavras da espert inha e não
deixar-se fascinar pelo s encant os de seus delicados t raços e da fragilidad e
de seu corpo. É impr escindíve l r esist ir ao encant o das lágr imas e à doçura
da vo z. O cet icis mo, nest e caso, é a uma defesa ind ispensável e a
credu lidade uma t err ível fraqueza. Preser ve o cet icis mo e apro funde-o .

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Nu nca dê asas às pr ime iras expect at ivas e imagens que t e assalt am quando
vo cê vê uma linda garot a.

Todo o t rabalho feminino que est ou descrevendo consist e em prend er


o macho at ravés dos sent iment os. Uma vez preso, o levam para ond e
querem, o submet em e, cur iosament e, o desprezam em seu ínt imo ,
co nsid erando-o um fraco. E las se ent regam apenas aos fort es que nada
sent em e resist em a t odas as t ent at ivas de encant ament o. É por est e mot ivo
que nu nca apresent am explo sões de paixão pelos própr ios mar idos quando
são bo ns mas apenas pe los pior es amant es. O ho mem bo m é vist o, sob est a
ót ica feminina, co mo uma best a de carga facilment e do mest icável. E las
sempre se decidem pelo absurdo porque são seres ilóg icos, ou melhor, que
segu em uma lógica própr ia.

A t ent at iva feminina de encant ar o macho na verdade é um t est e:


aquele que não se ent rega demo nst ra ser o me lhor.

No homem, a dor da paixão t em sua or igem na infância e guard a


mu it as semelhanças co m os sent iment os infa nt is provocados pela fa lt a da
mãe. É um sent iment o de desamparo, de nunca mais enco nt rar outra mulher
igu al, o que é abso lut ament e irracio nal pois no mundo at ual há
apro ximadament e 3.000.000.000 de mulheres. A idéia básica de fundo co m
a qual a mulher espert inha t rabalha na ment e masculina é a de que nenhuma
o ut ra poderá subst it uí- la. Est a crença é cont inuament e reforçada sem que o
percebamos, para nossa desgraça emocio nal.

A co nst it uição fís ica e psíquica da mulher co m que nos ocupamo s


aqu i é adapt ada e preparada para ext rair forças físicas, vit ais e psíquicas do
ho mem. São vampiras nat urais dot adas de so fist icados poderes sugadores de
energ ia 184. Por outro lado, a figur a fe minina é necessár ia à nossa vir ilidad e

184
S e gu n d o S a ma e l Au n We or , t od o s e r h u ma n o é ma i s o u me n os b r u x e s co p or t e r de n t r o d e s i o
e u d a b r u x ar i a. LÉV I ( 1 8 5 5 / 2 0 0 1 ) n os d i z q u e a va mp i ri za ç ã o o c or r e n or ma l me n t e e n t re os
s e r e s h u ma n os e m t od os os cí r cu l os s o ci a i s , i n d e p e n d en t e me nt e d o s ex o. En t re t a nt o, a q u i n os
i n t e re s s a s ome n t e a for ma c om o e s t e i nt e re s s a nt e pr oce s s o s e ve r i fi ca d e s d e a mu l h er e m
d i r e ç ã o a o h ome m. En q u a n t o o h ome m a p a i x on a d o d e fi n h a d i a a p ó s d i a vi t i ma d o p or s u a p r ó p ri a

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po rque excit a os órgãos masculinos e at iva sua produção energét ica.
Co nclu i- se, port ant o, que as mulher es em s i não são exc lusivament e boas o u
más para o ho mem mas podem ser ambas as co isas simu lt aneament e. Dest a
nat ureza cont radit ória, que enfraquece e fort ifica ao mesmo t empo, se
o rig ina a necessidade de do miná- las 185 (em sent ido magnét ico, obviament e,
e jama is em um sent ido absurdo de brut alidade machist a) por meio de suas
pró prias fant asias, per mit indo que ela viva seus so nhos absurdos sem, no
ent ant o , nos ident ificar mos co m os papéis que assumimo s nest es so nhos. Se
não exercer mos o domínio, no sent ido já explicado, serão elas que no s
do minarão. Em seguida, procurarão out ros machos ma is fort es e do minant es
po is o que lhe int eressa é sempr e o melhor, o mais fort e, aquele que resist e
a to do s os encant os e feit iços. 186 Quando nos deixamos arrast ar pelo
per igo so magnet ismo feminino em suas var iadíssimas for mas, inc lusive as
ro mânt icas (que considero mais per igosas do que a luxúr ia brut a), não
acu mu la mos energia, apenas d issipamos força at é o enfr aqueciment o tot al e
a ru ína.

Segundo Niet zsche, as mulheres det est am aqueles que são incapazes
de su jeit á- las e os per igos dest e ódio não podem ser menosprezados:

"Que o h om em t enh a m edo da m ulh er quan do a m ulh er odei a por que o h om em , n o


fun do da sua a lm a é m a l va do. Ma s a m ulh er n o fun do da sua é per ver sa .

p a i x ã o, a e s p er ti n h a s e se n t e ca d a ve z me l h or . Al gu ma s p a r e ce m ch e ga r me s mo a p r e ss e n ti r o
s ofr i me n t o ma s cu l i n o à d i s t â n ci a d e ma n ei r a q u a se p ar a n or ma l . Ne m s e mp r e e st e s ofr i me n t o s e
l i mi ta à a n gú s t i a e moci on a l ; h á ca s os e m q u e o h ome m a d oe ce fi s i ca me n t e ou s ofr e a ci d e n t e s . O
q u e s e p a s sa é u m a con t e ci me n t o s i n cr ô n i co a c o mp a n h a d o p or i n fl u ê n ci a s p si cos s omá t i ca s
r e cí p r oca s r e ve r s a s : e l a fi ca a ca d a di a mel h or e el e fi ca a ca d a d ia pi or . Nã o s ã o p ou c os os
ca s os d e h ome n s q u e fa l e ce m l og o a p ó s d e s cob r i r e m q u e s u as e x -e s p os a s s e ca s a ra m n ova me n t e .
O ma r i d o t r aí d o ou a b a n d on a d o q u e s e e n tr e ga a o á l co ol p r i n ci p i ou u m s ui cí d i o; o j o ve m q u e d á
u m t i r o n a ca b e ç a a pó s t e r p e r di d o s u a n a mor a d a p e r de u o j uí zo. Amb os a d oe ce r a m
e s p i ri t u al me n t e. De nt r o d a s mu l h e re s há u ma f emme s a v a n t , u ma f emme f a t a l e, u ma f emme
f r a g il e e u ma f emme v a mp .
185
Vi d e n ot a s a nt e ri or e s s ob r e o d omí n i o.
186
M i nh a hi p ó t es e pa r a e x p li ca r e st e comp or t a me n t o c on t r a d i t ó r i o, n o q u a l a mu l he r p r ov o ca o
h ome m, d e s a fi a n d o- o a a s s u mi r p os t u r a s d omi n a n t e s p a ra se re b e l ar con t r a as me s ma s l og o e m
s e gu i d a , é a s e gu i n t e : t r at a -s e d e u m me ca n i s mo a n ce s t r a l d e s e le ç ã o p a r a o a ca s a l a me n t o d a s
fê me a s h omi n í d e a s . Ao d e s a fi a r e pr ov o ca r o ma ch o, a fê me a t r a va com e l e u ma l u t a mor a l . Se
o ma ch o a ve n ce r , o i n con s ci e n t e fe mi n i n o d i r á q u e é u m b om p or t a d or d os ge n e s d a e s pé ci e . S e
p e r d e r e a s s u mir p os t u r as su b mi s s as , s e rá con s i d e r a d o u m e s p é ci me de ca t e gor i a i n fe r i or , ú ti l
a p e n a s p a r a fu n ç õ e s d e s vi n cu l a d a s d a fe cu n d a ç ã o. Ao d e s a fi a r , el a na ve r d a d e o e s t á t es t a n d o e
o h o me m q u e a ve n ce r n e st a gu e r ra in t er i or n ã o e st a r á vi ol a n d o s e u l i vr e a r b ít ri o ma s , a o
c on t r á r i o, es t a rá i n d o a o e n con t r o d e s u a s me t as ma is pr ofu n d a s .

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A quem a m ulh er odei a m a i s? O fer r o a ssi m di zi a a o i m ã: . ' Odei o-t e m a i s do que
qua l quer outr a coi sa por que a tr a i s, m a s nã o t en s for ça sufi ci en t e pa r a m e sujei t a r '. "
(NIE T ZSC HE , 1884-1885/ 1985)

"E i s que o m un do a ca ba de se t or n ar per fei t o! "- a ssi m pen sa t oda m ulh er quan do
obede c e de t od o c or a çã o.

E é pr eci so que a m ulh er obed e ça e que en c on tr e um a pr ofun di da de par a sua


super fi ci a l i da de. A a lm a da m ulh er é super fi ci a l : um a pel í cul a de t em pest a de sobr e
á gua s r a sa s.

Ma s a a l ma do h om em é pr ofun da , sua corr en t e br am e em gr ut a s subt err ãn ea s.


A m ulh er pr ess en t e a for ça m a scul in a , ma s n ã o a com pr een de. " (NIE T ZSCHE , 1884-
1885/ 1985)

As damas sent em aversão e raiva, ao invés de pena, dos ho mens que


descem ao níve l ma is vil da humilhação suplicando para serem amados e se
o ferecendo em obediência. O apaixo nado se desespera, apega-se ao objet o
de ado ração como uma t ábua de salvação e se t orna det est ável. E mbora
sempre neguem de pés junt os, elas preferem aqueles que as lideram porque
se sent em co nfort áveis e seguras sob suas so mbr as prot etoras. E o
apaixo nado não ofer ece est a segurança.

Se você est á apaixo nado, t erá que passar por um do loroso processo
para at ingir o ext remo oposto. Enquant o não for imune aos ciúmes, sendo
capaz de ver sua parceira co m out ro cara e desprezá-lo s iro nicament e, aind a
est ará preso pela paixão. Ent ret ant o, ser desapaixo nado e não ser ciument o
não sig nifica ser bo bo. Você pode per feit ament e dispensar a mulher se ela
flert ar com alguém e sendo desapaixo nado t udo será mais fácil.

Se você so freu algum grave t rauma de infância que o t enha t ornado


inseg uro e incapaz de resist ir ao veneno da paixão, t erá que buscar
psico t erapia.

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Not e que o cafajest e não t em c iúmes porque não se apaixo na. Sua
caract er íst ica pr incipal é ver t oda mulher co mo objet o e t rat á-la co mo
pro st it ut a 187. Ao mesmo t empo , é co mplet ament e fingido.

O apaixo nado, por outro lado, perdoa t udo na esperança de ser


ret ribu ído co m amor e admir ação mas seu sacr ifício não é reconhecido pois,
ao co nt rário do que acredit a, é vist o como um ot ário.

No jogo da paixão, a fêmea cost uma não manifest ar cuidados quando


se sent e super ior. Tende a ocult ar sent iment os para induzir a out ra part e a
man ifest ar o que sent e por meio de cu idados, simula desint eresse para
fo rçar o macho a revelar seu grau de dependência afet iva et c. Aque le que
amar mais e mais apegado, reve lará inevit avelment e sua fraqueza. A força
co nsist e em não se ent regar e em ser capaz de administ rar os sent iment os do
o ut ro .

O cr ivo int elect ual e a penet ração fat al do int elect o masculino, apesar
da lent idão, as at emor iza; sabem que são t ot alment e vulner áveis na ausência
da ser vidão passio nal. Por t al razão, sempre insist irão em t ent ar demo vê-lo
de suas suspeit as e cet ic ismo , induzindo-o a ent regar-se à subjet ividade, a
"deixar acont ecer ", para que você se embriague de sent iment os. Uma vez
embr iagado, est ará dopado e poderá ser levado a qualquer direção, como u m
bêbado .

Nossas quer idinhas querem que nos apaixonemos porque isso no s


co nduz à subser viência mas não se apa ixonam por nós quando est amos em
t al est ado miserável. Apaixo nam- se pelos fort es e insensíveis que lhes
prest am um pouco de at enção e lhes per mit em chegar pert o. O ho mem t em

187
Is s o s e d e ve a o fa t o d e q u e o ca fa j e s t e p os s u i vá r i a s a ma n t e s si mu l t ân e a s e nã o d i s p õ e d e
t e mp o p a r a d ed i ca r -s e e x cl u si va me n t e a n e n h u ma . O ca fa j e s t e j ur a a mor e fi d e li d a d e, pr a ti ca
u m s e x o s e l va ge m e d e s a p ar e ce , r e a p ar e ce n d o d e for ma i mp r e vi s í ve l a p ó s fa ze r o me s mo c o m
s u a s ou t r as p ar ce i r a s. Nel s on Rod r i gu e s i n t ui u i ss o e m s e u s t ra b a l h os e, e mb or a e u n ã o
c on c or d e c om o s e u p os i ci on a me n t o n o q u e c on ce r n e à mor a l id a d e , d e vo a d mi t i r q u e e le ti n h a
r a zã o e m mu i t o d o q u e e s cr e ve u .

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duas fu nções: amar ou ser amado. Não se pode desempenhar ambas
simu lt aneament e e em relação a uma mesma pessoa.

Para nos livrar mo s da per igosa fraqueza passio nal, t emos qu e


t rabalhar cont inuament e sobre nós mesmos, eliminando nossos defeit os po r
meio da disso lução de nossos agregados ps íquicos. Cada agregado psíquico
é u m ego em separado.

É cur ioso not ar que, quando nos desapegamos t ot alment e e deixa mo s


a esp ert inha à vont ade par a se revelar enquant o a prot egemos, a mesma se
sent e u m pouco amada. Ist o se explica porque elas procuram t rouxas que as
aceit em exat ament e co mo são e não exijam mudança alguma.

Apaixo nado, o débil pressio na por car inho e exige ser amado. O
ho mem de verdade, ao cont rário, oferece à parceira prot eção e toma o sexo
co mo lhe convém, co mo algo que lhe é obvia ment e devido. Confiant e, não
vacila na idéia de que a sat isfação no erot ismo lhe é pert inent e po r
nat ureza. O macho verdadeiro busca o sexo e não o car inho. A carência
afet iva é par a os fr acos e pouco masculinos. O amor e o carinho da mulher
são para seus filhos e não para seus machos. Não busque car inho e nem
amo r, busque so ment e o sexo int enso, ardent e e selvagem. Ent ão o car inho e
o amo r lhe serão ofer ecidos. Deixe-os vir, receba-os mas não se fascine,
não se ident ifique: ignore-os.

Nossas parceir as não dão agulhadas sem dedal. Nos oferecem amor e
car inho co m segundas int enções: nos amansar, det er o ímpet o de nossas
có leras just as, nos tornar dependent es, induzir-no s a acr edit ar em suas
ment ir as et c. E is porque não devemo s correr at rás dessas bobagens po is não
exist e amor des int eressado ent re um macho e uma fêmea 188 mas apenas
at ração animal. O amor inexist e, muit o meno s enquant o ret ribuição, porque
so ment e so mos valor izados quando rejeit amos e so ment e valor izamo s

188
S e x u a l me nt e a t i vos e q u e s e e n con t r e m n o e s t á gi o d e d e s e n v ol vi me n t o e s p i r it u al mé di o d a
h u ma n i d a d e, d o q u a l o a u t or ta mb é m n ã o s e e x cl u i .

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quando so mos rejeit ados 189. No amor, nossos atos de bondade, lo nge de
serem reco nhecidos co mo atos nobres que devem ser ret ribuídos à alt ura,
são vist os co mo sinais de que so mos ot ários e co mo oport unidades de
apro veit a ment o da boa fé alheia que não devem ser desperdiçadas. Os
o rient ais e indígenas nor malment e não se apaixo nam (JOHNSON, 1987) e
fazem muit o bem. O casament o é, para eles, mais um acordo e um negócio
sincero , que deve ser convenient e para ambas as part es, do que qualquer
o ut ra coisa. Co m isso se livr am de muit os problemas.

A pa ixão é uma ar madilha enganosa:

"Os en ga n os que os de s ej os er ót i c os n os pr epa r a m devem s er com pa r a dos a cer t a s


est á t ua s que, em vi r t ude de sua posi çã o, c on t a m -se en tr e a s que som en t e de vem ser
vi st a s de fr en t e e, a ssi m , par ecem bel a s, a o pa sso que p or tr á s ofer ec em um a vi st a fei a .
De m a n eir a par eci da é a qui l o que a pa i xã o n os pr epa ra : en quan t o a pr ojet a m os e a
vem os c om o a l go vi n dour o, é um par aí so da del í ci a , m a s, quan do pa ssa m os pa r a o out r o
l a do e, por con segui n t e, a vem os p or tr á s, el a se m ost r a com o a l go fút i l e sem
i m por t ân ci a, quan do n ã o t ot a l m en t e r epugn an t e. " (SCHOPE N HA UE R, 2004, p. 53)

Há um out ro AMOR, difer ent e do veneno da paixão. Mas est e é difíc il


de ser alcançado. O vemo s em t odas as pessoas que se esfor çam e t raba lham
pela hu manidade sem exigirem nada em t roca, t ais co mo certos filóso fos,
art ist as e religio sos de ambo s os sexos, que se dedicam co m prazer em
ajudar o próximo e não buscam dinheiro. Isto sim é AMOR VERDADEIRO
e não o veneno passio nal que nos dizem que é sublime. O amor românt ico, a
paixão , o sent iment alismo e o apego envilecem o ho mem, o t ornam débil, o
do mest icam e o desmasculiniza m.

189
P l a tã o, e m F é dr on , a fi r ma q ue va l or i za mos a s p e s s oa s e t e n t a mos p r e se r vá -l a s a o n os s o l a d o
q u a n d o e l a s n os d e i x a m.

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16. Os testes

A fêmea humana é essencialment e t raidora no amor 190: solic it a


incessant ement e que o macho se ent regue mas, simu lt aneament e, considera
aqueles que o fazem débeis e desint eressant es, t raindo-os co m outros mais
fo rt es, que não as amam 191.

Est a essência amorosa t raidora se origina da necessidade de t est ar o


valo r masculino e da duplicidade de seu desejo 192. As so lic it ações de
ent rega, bem co mo as recr iminações e os jogos de ciúmes, visam t est ar a
qualidade do reprodutor e prot et or de sua prole. Sua int enção é ver ificar o
quant o o homem est á seguro de si, de sua força e de seu valor.

As mulher es cost umam nos t est ar simulando est arem decepcio nad as
co no sco, t rat ando-nos como se fôsse mos pir ralhos, mo leques culpados po r
t ravessuras condenáveis, co m o int uit o de at ivar em nossa ment e lembranças
da infância e, dest e modo, no s forçar a vê-las co mo mães sever as. Também
é co mu m que at aquem nossos pont os de vist a e co ncepções, muit as vezes
qualificando-os de infant is, visando abalar nosso moral para que duvidemo s
do no sso valor. Por meio dest es procediment os irão nos co mparar a out ro s
macho s e conclu irão que so mos super iores aos que vacilar am e duvidaram
de si mesmos.

At enções e gent ilezas a outros machos são out ra modalidade de t est e


que empregam. Por est e caminho, descobrem se nos sent imos infer ior es ao s
o ut ro s ho mens ou não. Se reagir mos co m ciú mes, concluem que so mo s

190
As s i m co m o o ma ch o, p or é m s ob ou t r a for ma . Re fi r o - me a q u i a o ca r á t er tr a iç oe i r o c on t i d o
n o a t o d e e x i gi r a mor p r e te n d e n d o n ã o d á -l o e m t r oca . Con vé m l e mb r a r ma i s u ma ve z q u e
t r a ta mos d e ca r a ct e r ís t i ca s d a s qu a i s a ma i or i a da s mu lh e r es n ã o d e mon s t r a m es t ar e m
c on s ci e n t e s .
191
Na tr a i çã o ma s cu l i n a , é mu it o me n os fr e q ü e n t e e s ta s ol i ci t a ç ã o i n ce s s a n te d a e nt r e ga d os
s e n t i me nt os s e gu i d a p or ab a n d on o e d e s i nt e r es s e. A t r ai ç ã o ma s cu l i n a t e m com o e i x o a e n tr e ga
s e x u a l e nã o a e nt r e ga s e nt i me nt a l. O h ome m t r ai p or q u e q u e r o s e x o e m s i. A mu l h e r tr a i
p or q u e q u e r e x p e ri me n t ar se n ti me n t os i nt e n s os .
192
O d e s ej o fe mi n i n o t e m d u a s fa ce s . Uma fa ce cor r e s p o n d e a o d e s e j o d e s er fe cu n d a d a pe l o
p or t a d or d os me l h or e s ge n e s , i s t o é, t er s ex o. A ou t r a fa ce c or r e s p on d e a s er p re s e r va d a con t r a
t u d o o q u e s e ja d es a gr a d á ve l e , d e mod o ge r a l , p er i gos o. Ne s t e s e gu n d o ca s o, o d e s e j o é o d e

113

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débeis e ist o lhes most rará duas co isas: 1) que acredit amo s que o out ro
po de fasciná- la ma is do que nós; 2) que t emo s medo de não encont rar out ra
fêmea melhor e, port anto, somos inco mpet ent es enquant o homens. Logo, é
necessár io não t ermos ciúmes. Mas isso não será possível enquant o
sent ir mo s amor passio nal. Por est e mot ivo, e so ment e por ist o, devemo s
evit ar t ot alment e o amor e o apaixo nament o. Tais sent iment os são
debilit ant es e t ornam o ho mem desint er essant e, ainda que seja dit o o
co nt rár io.

Os bons são vist os co mo débeis e inseguros. Infelizment e, as


mu lheres amam os ho mens maus e fort es, sem amor e sem sent iment os 193,
po rque são just ament e est es que lhes t ransmit em a segurança que precisam
(o u pelo menos é isso o que elas sent em, já que é assim que o inconscient e
femin ino lê t al fat o). Elas racio cinam inconscient ement e: "Se eu consegui r
atrai r a af eição dest e demônio, estarei protegi da". É por ist o que o s
mafio sos e poderosos possuem t ant as mulheres. O inconscient e feminino é
irresist ivelment e at raído pelo poder e pela maldade 194 como as mar iposas
são at raídas à luz. É claro que est es caras não as t rat am ma l; são
abso lut ament e fingidos e car inhosos. Promet em-lhes o céu sem nunca lhes
darem e excit am- lhes a imag inação. E t emperam a relação co m o medo .
Aind a assim, a mulher nor malent e não receia o ho mem t emíve l, po is co nfia
em seu poder de manipulá- lo:

"Um a fr á gi l m ulh er pode fa ci l m en t e dom i n ar um a ssa ssin o m uscul os o a t r a vés da


sedu çã o s exua l , fa t o que é n ot ór i o a t odos. " (PAC HE CO, 1987, p. 119)

É por isso que aos t emíve is é o ferecido o amor:

s e r pr ot e gi d a , te r u m p r ove d or , u m e s cr a vo e m o ci on a l e t c. Ao h ome m s e r á d e s ti n a d o u m ou
ou t r o p a p e l con f or me s e u p e r fi l e con d u t a .
193
Di z Al b e r on i ( 1 9 8 6 / se m d at a ) q u e “ P a r a a ti n gi r se u s ob j e t i vos , o s e d u t or n ã o p od e t e r
s e n t i me nt os s i n ce r os , pr e ci s a s e mp r e fi n gi r . ” ( p . 1 6 7 ) e a cr e s ce n t a : “ Os h ome n s n ã o
c omp r e e n d e m, e m ge r a l, p or q u e a s mul h e r es se s en t e m t ã o a t ra í d as p el os s a la fr á r i os , p or q u e s ã o
t ã o i n t ol e r a nt e s com e l e s e t ã o i n d ul ge n t e s com o gr a n d e s e d ut or . ” ( p . 7 4 )
194
De fe n d o a h i p ó te s e d e q ue ta l t e n dê n ci a s e d e ve à u m a p e r ce p ç ã o i n ve r t i d a d a r e a li d a d e q u e
a s le va a con fu n d i r o b e m c om o ma l e o ce r t o c om o e r r a d o. O ju l ga me n t o fi ca ob s cu r e ci d o
p e l a i n va s ã o d os i n s ti n t os e s e n ti me n t os .

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Ha ja va l en t i a em voss o a m or ! Com a ar m a de vos s o a m or devei s a fr on t a r a quel e
que vos i n spir e m edo. (NIE T ZSCHE , 1884-1885/ 1985, gr i fo m eu)

Inst int iva ment e, elas pressent em que o homem t emíve l const it uirá u m
bo m prot etor se for dominado por meio da sedução. Escreveu LÉVI
1855/2001):

“S e os a n jos for a m t am bém m ulh er es, com o os r epr esen t a o mi st i ci sm o m oder n o,


Je ová a gi u com o um pa i ba st a nt e pr uden t e e ba st a n t e sá bi o qua n do pôs Sa t ã à port a do
céu. Um a gran de decep çã o pa r a o a m or pr ópri o da s m ulh er es h onr a da s é sur pr een der
c om o bom e i rr epr een sí vel , n o âm a go, o h om em pel o qua l h a vi a m se a pa i xon a do, quan do
o t i nh am con si der a do com o um ba n di do. O an jo a ba n don a en tã o o bom h om em com
despr ez o, di z en do-l h e: ‘t u nã o és o Di a bo!’ Di s fa r ça poi s, de Di a bo, o mais
per fei t a m en t e possí vel , t u que quer es seduz i r um an jo. Na da se per m i t e a um h om em
vi r t uos o. ‘Por quem , a fi n al , est e h om em n os t om a ?’ – di z em a s m ulh er es – ‘Acr edi t a ,
ser á , que t em os m en os m or a l i da de do que el e?’ T ud o se per doa , c on t udo, a um l i ber t in o.
‘Que quer es e sp er ar de m elh or de um ta l ser ?’ O pa pel do h om em dos gr an des pr in cí pi os
e ca r á t er in at a cá vel s ó pod e c on st i t ui r um poder com m ul h er es que ja m a i s t i ver a m
n eces si da de de s er em seduz i da s [a s desesp er a da s que os h om en s r ejei t a m ]; t oda s a s
dem a i s, sem exce çã o, a dor a m os h om en s m a us.” (p. 337).

Infeliz ment e, a exper iência t em co nfir mado isso muit as vezes at é o


present e. Espero um dia confir mar o cont rár io.

Não est ou louvando o comport ament o dos malvados mas apenas


apo nt ando algumas caract er íst icas de suas per sonalidades que fazem falt a
ao ho mem bo m, do mest icado e civilizado. Ser mau é t ão insensat o e auto -
dest rut ivo quant o ser bo m (NIETZSCHE, 1886/1998). A so lução não é ser
u m mo nst ro real mas, parafr aseando E liphas Lévi (1855/2001), no s
d isfarçar mos de demô nio s o mais per fe it ame nt e possíve l para seduz ir mo s
esses seres angelicais.

Se você acha que bast a ser bonzinho para ser amado, mude de idéia.
Caso co nt rár io, o infer no em vida irá t e esperar. Se for verdadeirament e
malvado, t erá muit os problemas e uma vida curt a. Est eja além do bem e do

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mal. E xt raia o bem que há no mal e o tome para si. Ret ire o mal que há no
bem e jogue-o fora.

As t ort uras psico lógicas visam t est ar e selecio nar o melhor reprodut o r
e prot etor da prole, mesmo no caso daquelas que insist em em d izer que não
querem casar. O mais dest emido, cruel e insensível 195 é o eleit o. Aqueles
que t emem perder a co mpanheira, que se apressam em agradá-la e se
su bmet em aos seus capr ichos são considerados imprest áveis para o sexo por
serem emo cio nalment e débeis e, caso não sejam descart ados imediat ament e,
são marcados para desempenhar em a mera função de provedores ou escravo s
emo cio nais.

Quant o mais você a pressio nar para t e amar, dar sexo e ficar ao seu
lado , ma is repuls ivo será. É que a dinâmica da mulher é regida pelo
segu int e pr incípio: seus amores são dir igidos apenas àqueles que delas não
necess it am, de preferência em nenhum sent ido, pois querem os melhores
genes. Quant o mais você correr atrás, pior será.

Quando a fêmea humana descobre um macho que dela não necess it a,


seu inco nscient e t rabalha a idéia de que est e é muit o bo m, muit o valoroso e
fo rt e, que deve t er muit as mu lheres lindas disponíve is et c. Ent ão o desejará
mas a co isa não t er mina por aí. O cara será t est ado.

Soment e os durões e insensíve is é que passam nest es t est es infer nais.


A chave para t ant o é não sent ir nada, não amar, não est ar apaixo nado .
Ent ão , os t est es nos parecerão abso lut ament e r idículo s e não nos afet arão. A
mu lher irá embora, esperará alguns dias e vo lt ará em seguida. Ficará sem t e
t elefo nar por muit o t empo e por fim cederá. Recusará o sexo at é o limit e
ext remo para em seguida lançar-se nua sobr e você, devorando-o. Se
o ferecerá ins ist ent ement e, não por t ernura, co mo você gost aria, mas sim

195
At é me s mo a ma l d a d e d a cr u el d a d e e d a i ns e n si b il i d a d e s ã o r e l at i va s , j á q u e es s e s a tr i b ut os
p od e m s e r d ir e ci on a d os p a r a comb a t e r o ma l . Aí e st á a or i ge m d o cr i t é r i o s el e ti vo i n ve r t i d o q u e
r e ge d e for ma c on fu s a a me n t e fe mi ni n a . El as sa b e m p or i ns t in t o, e n ã o p e l o r a ci ocí n i o, q u e ta i s
ca r a ct e r í s ti ca s p od e m s e r u t il i za d a s e m s e u fa vor ma s n ã o s e d e ix a m fr e a r p e l o fa t o d e q ue , a o
me s mo t e mp o, p od e m t a mb é m l h e s s e r p r ej u d i ci a l e m al t o gr a u .

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po rque se sent ir á excit ada sem ent ender o mot ivo. E você nunca deve dizê-
lo , o bviament e.

Quant o mais est reit a for a relação do casal, mais t err íveis serão o s
in fer no s ment ais e ma is pro missoras serão as oport unidades de t reinament o
int er no . Se você vencer a diabinha co m que m vive, ser á mais fácil vencer as
o ut ras que cruzarem seu caminho no fut uro.

Devido ao ódio inconscient e, mas real e int enso, cont ra os machos 196,
as fêmeas sempre irão at orment á- los sem p iedade, a menos que sejam
do minadas 197 severament e. Suas est rat égias de torment o são psico lógicas e
d ifíceis de det ect ar mas se baseia m sempre no mes mo element o: a
su bmissão pela paixão oriunda da necessidade de car inho. Resist a ao
encant o da fragilidade e ser á imbat ível.

Não se deixe at ingir por choros, grit os, recriminações e reprovaçõ es


co nt ra suas at it udes: t ais manifest ações visa m fazê-lo duvidar do valor e da
leg it imidade de seus po nt os de vist a co m o int uit o de t est ar a cat egoria d e
macho que você é.

Não soment e nossa força emo cio nal mas t ambém nossa int eligência é
t est ada por meio de argument os falaciosos e ingênuos que servem para
enco bert ar at it udes excusas e joguinho s.

196
É u m ó di o cu j a s or i ge n s s e vi n cu l a m a e x p er i ê n ci as d e s a gr a d á ve i s c om o ma s cu l i n o a o l on g o
d a vi d a , p ri n ci p a l me nt e n a i n fâ n ci a . Nã o d e s ca r t o a hi p ó t es e de s er u m t r aç o a r q u et í p i co
a t i va d o a p a rt i r d o con t a t o c o m o p a i . S e o me s mo n ã o e x i s t i ss e com o p os s i b i l i d ad e l a t e nt e
a n t e ri or à ma ni fe s t a ç ã o, nã o s u r gi r i a n a p s i q ue fe mi n i na .
197
Vi d e n ot a s a nt e ri or e s s ob r e o d omí n i o.

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17. O círcu lo social estúpido

Há uma t écnica muit o efic ient e para reconquist ar mo s uma ant ig a


namo rada, uma ex- esposa ou simplesment e uma fêmea que nos int eressa:
co nsist e em nos aproximar mo s do maior nú mero possível de pessoas que a
mesma admira e gost a e que fazem part e daquele cír culo est úpido de
amizad es que t ant o nos irr it am. Se você conseguir um lugar dest acado
naquele cír culo amist oso e, ao mesmo t empo, most rar-se meio
desint eressado especificament e pela mu lher que quer reconquist ar, est a vir á
at rás de você.

A mulher nor malment e t em um círculo idiot a de amigos e par ent es


que ro ubam sua at enção e a afast am de nós. Em geral, ficamo s co m uma
ju st a raiva porque est as pesso as roubam seu t empo e, muit as vezes, elas at é
po dem acabar dando o sexo para algum imbecil dali, camuflando t udo na
amizad e. Ent ret ant o, se pu lar mos dent ro dest e círculo, ao invés d e
fug ir mo s, e cat ivar mos essas pessoas, pr inc ipalment e as mais magnét icas,
t eremo s duas vant agens: 1) a mulher irá nos admirar ; 2) se ela,
in feliz ment e, já houver se envo lvido co m algum "amigu inho sem ma ldade"
suspeit o dali, poderemo s conquist ar alguma amiga, de preferência a mais
chegada, e ist o será um bo m cast igo que irá doer bast ant e... Ent ão, no s
sent iremos vingados e poderemos r ir da cara da espert inha. Teremo s
imp lo d ido a bo lha que lhe dava aco lhiment o, removido seus pont os de apo io
emo cio nal e ainda por cima r ecebido um prêmio bem merecido!

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18. Porque é i mportante sermos homens decididos

As fêmeas humanas dific ilment e sabem exat ament e o que querem no


campo do amor e cost uma desejar co isas excludent es e co nt radit órias.
Também é co mum que se cont radigam co nst ant ement e, por meio de at it udes
e palavras discrepant es. Sabendo que so mos racio nais e que a ment e
racio nal opera co m dados definidos, nos desconcert am cr iando sit uações
co nfusas nas quais co mport ament os cont radit órios se mesclam à negação
veement e do óbvio vis ível. Um exemplo é quando ela dá at enção, cuidado ,
car inho e elog ios a out ros caras e ao mesmo t empo diz que nos ama e que é
fiel. É claro que isso nos deixa lo ucos po is ninguém co nsegue se or ient ar no
meio dest a confusão.

A indefinição nos causa enor me co nfusão e nos expõe à dominação


emo cio nal. Apenas os ho mens decididos co nseguem se or ient ar nest e
lab ir int o infer nal que as mu lheres cr iam em no ssas ment es e em nosso s
sent iment os.

A dúvida e a indefinição são preciosas ferrament as para manipulação


ment al e emo cio nal do macho (Nelson Rodr igues acert ou em che io quando
d isse que a dúvida não deixa ninguém dormir) 198. Est ão present es quando
so mo s at raídos e subit ament e rejeit ados em seguida, quando sofremo s o s
jo go s de afast ament o e aproximação, quando ela nos at rai e depo is foge,
quando fica sem t elefo nar, quando ofer ece e recusa sexo, quando dá a
ent end er uma co isa e em seguida o nega, na inst rument alização dos ciúmes,
quando se ret ira da relação mant endo esperanças em nossa ment e et c.

Convém, port ant o, encont rar meios de encurralar a ment e feminina 199
fo rçando-a a se po lar izar em uma ou out ra direção para que t udo fique
mu it o bem definido e claro. Todos os jogos psico lógicos da mulher
espert inha apresent am duas po lar idades ent re as quais oscila sua

198
P a r a P e ir ce ( 1 8 8 7/ s/ d ), a d ú vi d a cr i a u m e st a d o e moc i o n a l d e i r ri t a çã o q u e p er t ur b a o
e n t e n d i me nt o e n os i mp el e a b u s ca r o a l í vi o p r op or ci on a d o p e l a ce r te za .

119

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ind efin ição. Trat a-se de uma so fist icada t ort ura ment al inst int iva que visa
quebrar a resist ência do macho para forçá-lo a cair em uma posição de quem
precisa mas não merece e, dest e modo, induzí-lo a correr at rás et ernament e.

Conseguimo s encurralar a ment e feminina par a revert er seu jogo e


virar o barco quando so mos refrat ár io s, especulares e dispo mos de
mecanis mo s que nos per mit am ut ilizar suas próprias indefinições co mo
defin ições, co mo respost as definidas e precisas às indagações que no s
pert urbam.

Ser refrat ár io é não se ident ificar e não se fascinar pela figura


femin ina, por sua delicadeza e fragilidade, e ao mesmo t empo deixá-la livr e
para ser, sent ir e agir co mo quiser enquant o apenas se a obser va t ent ando
ent rar fundo em sua alma, em seus pensament os, sent iment os e int enções
para co mpreendê- la da for ma mais rea list a possível. É ainda não reagir ao s
seu s at aques psíquico s, mant endo-nos impenet ráve is co mo uma rocha.

Ser especular é flut uar de acordo com as flut uações dela, oscilando
fr ieza, calor, romant ismo, dist ância, indiferença e paixão ardent e no seu
pró prio r it mo. É ser adapt ável e maleável co mo a água 200. Dest e modo, a
mu lher so frerá de vo lt a os efe it os das circunst âncias que cr iou e ficará
co nfusa.

As indefinições, grande ar ma feminina na guerra dos sexos, são


inut ilizadas quando as utili zamos como defin ições. Por exemplo, se vo cê
pergu nt a para sua namorada se ela vai t e t elefo nar ou visit ar no dia seguint e
e ela diz "não sei" (respost a indefinida e mu it o comum) par a t e deixar
esper ando feit o um t onto, o melhor a responder é "Então vou te esperar até
tal hora". Dest e modo, devo lvemo s a culpa e a respo nsabilidade que a
mu lher t ent ou subliminar ment e nos lançar e seu t iro sairá pela culat ra. O

199
Com a i n t e nç ã o d e a p en a s d e s cob r i r a ve r d a d e e ma i s n a d a .
200
Br u ce Le e , e m se u s e x ce r t os fi l os ó fi c os , r e come n d a q u e s e j a mos a d a pt á ve i s e ma l eá ve i s e m
t od a s a s ci r cu n s tâ n ci a s d a vi d a e a fi r ma qu e as me s ma s s e a s s e mel h a m a comb a t e s cor p or a i s e m
mu i t os a s p e ct os ( LEE, 1 9 7 5 / 2 00 4 ; LEE, 1 9 7 5 / 1 9 8 4) .

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mesmo você poderá fazer caso ela queira andar por aí co m algum amiguinho
"sem ma ldade", como elas dizem. Co loque as condições sem medo: "Então
não temos mais compromi sso um com out ro" ou “Portanto, você acabou de
me autorizar a sai r com out ra, quer quei ra ou não”. As respost as
ind efin idas t ornam- se definidas quando as t omamo s por est a via.

As espert inhas t emem decisõ es e nunca quer em assumir as


co nseqüências de suas at it udes, jogando co m a indefinição sempre. Por ist o ,
as vencemo s por meio de devo lução de culpas e de decisões quando as
fo rça mos a se definirem, pelo bem ou pelo mal. É cur ioso obser var que o s
aco nt eciment os são indefinidos apenas para o lado masculino po is elas se
mant ém abso lut ament e cient es de t udo o que est á se passando.

Apenas um ho mem decidido, que não vacile, mas que ao mesmo


t empo t enha grande adapt abilidade, pode quebr ar os jogos emocio nais d a
mu lher. Nunca vacile em suas posições. Se você vacilar, o inst int o animal
femin ino ( int uição) imediat ament e pressent ir á est a fraqueza e t ent ará se
rebelar para do miná- lo por aí.

Nos relacio nament os amorosos e sexuais, cada uma das part es assu me
a po sição que corresponde à força de suas convicções a respeit o de si
mesmo e da vida. Se você vacilar em seus po nt os de vist a, est ará
co mu nicando que pode est ar errado em seus julgament os e so ment e lhe
so brará a alt er nat iva de ser submet ido pois quem é que se submet e a uma
pesso a insegur a? Ninguém! O mais seguro é sempre o que lidera.

Tenha a razão sempre do seu lado, nunca a deixe ser t irada de você.
Seja sempr e just o e faça t udo de for ma limpa e corret a at é o mo ment o em
que a mulher jogue sujo, o que sempre pode acont ecer mais cedo ou mais
t arde. Aquele que joga sujo fornece ao out ro razões de sobra para cast igá-lo
mo ralment e, humilhá- lo e submet ê- lo (emocio nalment e falando, é claro) e é
po r isso que você deve fazer t udo dir eit o. Se você perder a razão, t erá dado
mo t ivo s de sobra par a sua parceira se rebelar e est ará perdido. Por outro

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lado , se ela for desonest a, não devo lva a deso nest idade co m desonest idade e
nem co m humilhação para não se igualar. Seja super ior, desmascar e-a co m
ju st iça e cast igue- a moralment e co m a ret idão de sua condut a.

A diferença ent re os efeit os desencadeados pelas mesmas at it udes


to madas em diver sos mo ment os nos deixa confusos, minando a segurança
necessár ia para agir mos de mo do decidido. A imprevisibilidade feminina
d iant e de nossos co mport ament os nos imobiliza, impedindo-no s de levar
no ssas at it udes e decisões at é as últ imas conseqüências. Daí a necessidade
de co nhecer mo s os padrões reat ivos. O medo da perda, ir mão do desejo de
preser var, impõe à segurança co m que t oma mos as dec isões um limit e.

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19. Como dest roçar os joguinhos emocion ais

É preciso seduzir cont inuament e a esposa, namorada ou parceir a


casu al. O sedut or exper ient e sabe desart icular cada um dos infer nos ment ais
cr iado s e se t orna senhor da sit uação.

O co mport ament o amoroso-sexual feminino com relação a nós,


inc lu indo os infer nais joguinhos, pode ser apreendido por um modelo
analít ico que pode ser adot ado para o est udo e compreensão de quaisquer
sit uaçõ es. Est e modelo consist e e m do is t raços comport ament ais bás ico s,
que sint et izam e t ornam int eligíveis as desco ncert ant es at it udes femininas:

1) excit ar nossas paixões, deixando-nos ansiosos;

2) frust rarem- nos em seguida, não sat isfazendo os desejos qu e


acenderam ou per mit iram que acendêssemos, just ificando-se
t eat ralment e, co m dados e fat os verdadeiros ast uciosament e
selecio nados e mesc lados a falsos par a tornar a ment ira
convincent e.

Analise qualquer sit uação pert urbadora, conflit ant e ou desconcert ant e
so b a ót ica dest e modelo e você poderá descobr ir, se procurar dir eit o, o s
do is t raços comport ament ais básicos descrit os acima.

Nem sempr e a excit ação de nossos vár io s desejo s é explícit a. Muit as


vezes é apenas uma per missão silencio sa que, pelo cont ext o em que est á
inser id a, nos diz "sim".

A co mbinação dest es do is t raços t em o efeit o de nos irr it ar e


enlo uqu ecer, fazendo com que sejamos element os passivo s de um processo
hip nó t ico em que so mos do minados por vár ios sent iment os negat ivos. E las
no s pro vocam e nos irr it am at é nossos limit es, enquant o ficamo s, co mo
to nt o s, à mercê dest as influências. Dest e modo, descobr em mu it o sobre

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no sso s padrões, resist ências, necessidades, desejo s, t emores, fr aquezas e o s
inst ru ment alizam em seu favo r.

Há vár ios casos em qu e as mulheres jogam co m a sincer idade do s


ho mens para fazê- lo s de idio t as co m a int enção de simplesment e se aut o -
afir mar em por meio da confir mação de que podem at raí-lo s par a frust rá-lo s
em seguida. Vêem as relações afet ivas como guerras que não querem ja mais
perder e por esse mot ivo jogam. Vejamo s alguns exemp los:

• A mulher age co mo se est ivesse int eressada em você, pede o


número do seu t elefo ne mas não liga. Você post erior ment e
pergunt a- lhe se vai ou não t elefo nar e a respost a é: "Quem
sabe...", "Talvez um dia..." ou ent ão: "Não sei...";

• A garot a t e t elefo na mas diz que quer t er apenas uma "ami zade";

• A pilant ra finge que quer t ransar co m você mas fica t e enro lando ,
adiando os enco nt ros sem se co mpro met er co m nenhuma dat a
definida;

• A “vadia 201” t e fornece o número, você liga e ela não at ende o u


sempre manda alguém dizer que não est á;

• E la t e olha co m uma expr essão de quem est á int eressada para


at raí- lo e, quando vo cê a aborda, fica muda para curt ir co m a sua
cara;

• A espert inha t e dá sexo de boa qualidade por um t empo e depo is


recusa, alegando bana lidades, just ificando-se co m desculpas
esfarrapadas (é co mu m as casadas fazerem isso com seus mar idos).

Obser ve que em t odos est es casos ela est á jogando com t rês element o s
básico s: a co nt radição, a indefinição e os opost os. O at rai e, quando vo cê

201
No s e n t i d o d a d o p e l os di ci on á r i os M i ch a e li s ( 1 9 9 5 ) e Au r é l i o ( F ERRE IR A, 1 9 9 5 ) .

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vai ansioso ao encont ro, se afast a para at orment á-lo e induzí-lo a mant er-se
na perseguição para ser frust rado. A int enção é cr iar uma sit uação infer nal
de dú vida par a que o ho mem fique preso pelo próprio desejo, sem saber o
que fazer, e acredit e que apenas ele dese ja os encont ros e a mulher não .
Trat a-se de um jogo sujo e ins incero, no qual os nossos sent iment os e
dese jo s masculino s são pisot eados. Ent ret ant o, t al jogo sujo ser ve para
selecio nar os melhores machos: aqueles que os desart iculam.

Devemo s est udar e conhecer especificament e cada uma das for mas
que co mpõem o arsenal de jogos de nossa co mpanheira e apr ender a
desart icular cada uma de las. É algo que se aprende aos poucos.

As var iant es dos jogos que apo nt ei são inúmer as, reproduzidas
d iar iament e co m int ensa cr iat ividade e ocorrem inc lusive na vida conjug al
po is são part e do mecanis mo inst int ivo feminino nat ural para seleção do s
melho res exemplares masculino s da espécie. Porém, sempre possuem as t rês
caract er íst icas: ser cont radit ór ia, jogar com opostos e jogar com
ind efin ições.

Para vencê- las em t ais s it uações precisamos, em pr ime iro lugar,


enxergá- las e aceit á- las t al co mo são, de for ma inco ndic io nal, sem nenhuma
expect at iva, revo lt a ou resist ência. E m segundo, precisamo s t er sempre à
mão mecanismo s para devo lver- lhes as conseqüências de suas at it udes bo as
e más.

A inver são das posições no jogo requer que mudemo s de at it ude. Ao


invés d e nos irr it ar mo s co m as frust rações, t emos que resist ir à irr it ação e,
ao mesmo t empo, devo lver- lhes a irr it ação com at it udes que surt am est e
efeit o . 202

202
Con s i d e r a n d o q u e s e t r at a a p e n a s d e l e gí ti ma d e fe s a, n ã o h a ve r á i n j us ti ç a ne s s a d e vol u ç ã o.
Con t u d o, a q u i l o q u e i r ri t a o h ome m e m ge r a l n ã o t e m o me s mo e fe i t o s ob r e a mu l he r e at é p od e
t e r o e fe it o op os t o a l gu ma s ve ze s . M ui t as ve ze s , o s i mp l es fe ch a me n t o e e mu d e ci me n t o d o
h ome m ( n ã o -a ç ã o) t e m ma i s e fe i t o d o q u e mil p al a vr a s ou a ti t u de s .

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Para est raçalhar est es odiosos jogos emocio nais, um ca minho é
reag ir mos de for ma co nt rár ia à esper ada. Ao invés de ins ist ir mo s para que a
relação se apro funde, devemo s, ao cont rário, assumir co mo nor mal e at é
dese jável o pólo do problema que elas imagina m que para nós é o
desint eressant e. Tenha sempre na manga uma cart a (uma respost a ou reação )
para o caso de ser rejeit ado após ser at raído. Ant ecipe-se e dispense-a
pr imeiro, fer indo- lhe o amor próprio e frust rando-lhe o desejo de rejeit á-lo .
Quando pressent ir o mínimo esboço de rejeição, ao invés de insist ir 203, t ome
a d iant eira e co munique algo que at inja sua aut o-est ima fazendo-a se sent ir
desint eressant e. Seja impiedoso e t erá sucesso. Ocorre que as fêmeas
hu manas sempre se co mport am co mo se não precisassem dos machos mas
precisam e muit o, apesar de nos ocult arem t al fat o. Nos joguinho s imbecis
que fazem, est a necessidade é encobert a por um co mport ament o simu lado
que t ransmit e a impressão de que apenas a part e masculina precisa do
enco nt ro, do sexo e do amo r. Tudo se passa co mo se apenas o macho
precisasse da fêmea 204.

Nest es casos, ao invés de lut ar cont ra a resist ência, insist indo para
co nseguir um enco nt ro, conseguir sexo et c. é melhor concordar com a
garo t a e aceit ar os fat os na direção cont rár ia, fazendo-a assumir as
co nseqüências de sua br incadeira de mau gosto. Ent ão descobr ir emo s o que
realment e se ocult a por trás das cont radições e ficaremo s sabendo o que
realment e há por t rás de seus jogos emocionais. Quando det ect ar
resist ência, so licit e à mulher uma co nfir mação de que realment e não quer o
enco nt ro e você a verá vacilar, hesit ar, gaguejar...

Também auxilia muit o, nest es casos, uma co municação ant ecipada de


que já sabemo s o que virá e que não ficaremo s esperando nada a lém, o u
seja, de que já assumimo s o lado desint eressant e da propost a para a relação ,
o que será just ament e o inesper ado. Por exemplo: se sua esposa o u

203
É e x at a me n t e e st e o er r o d o a s s e d ia d or . Em s ua i gn or â n ci a , e l e i n ve s t e con t r a a r es i st ê n ci a
fe mi n i n a , i n s is ti n d o con t r a a b a rr e ir a .

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namo rada fica t e enro lando, promet endo e evit ando sexo, descubra quant o
t empo ela demora para ceder e, em seguida, se ant ecipe dizendo-lhe: "T enho
cert eza de que você vai querer sexo novamente comi go daqui há tanto s
dias". É import ant e que o número de dias que você co munica nest a
mensagem seja maior do que o número de dias que você realment e espera e
que ela pense que est e se ja o t empo de sua espera. Assim, a garot a t erá que
esper ar todo est e t empo ant es de co meçar a desfrut ar das sensações do jogo
id io t a e ficará desco ncert ada po is t erá dado mot ivos de sobr a para vo cê
t ro cá- la por out ra.

O desmascarament o ant ecipado das int enções e dos jogos surt e u m


efeit o desmoralizant e que esvazia o sent ido dest es últ imos, provocando a
desist ência. Aprenda a prever quando sua parceir a ir á jogar co m seus
sent iment os e se ant ecipe, desmascarando o jogo ant es que efet ivament e
aco nt eça. Dest e modo, ficará t emporar iament e livre dos t orment os mas não
po r mu it o t empo, pois logo virão outros. Isto é muit o mais eficient e do que
reclamar, br igar e discut ir.

Se sua co mpanheir a/esposa/ namorada é ind iferent e, fr ia, recusa sexo


et c. mas não admit e nada disso, arrumando desculpas esfarrapadas e
d izendo que sent e por você um amor verdadeiro, que est á apaixo nada et c.
est e jo go de indefinições est á em at ividade. Encurrale-a dando-lhe um prazo
para que mo st re realment e que o ama co m at it udes e você ficará sabendo o
que há realment e por trás do jogo. Se você for casado, comunique que as
at it udes de sua esposa est ão dando passe livr e para que você arranje out ra.
Não se sint a culpado porque não há so lução. São elas mesmas que no s
o br ig am.

Sempre nos joguinho s há duas sa ídas, duas possibilidades: uma é o


desfecho realment e desejado pela manipuladora e o out ro o que ela não quer
mas simu la quer er. Se concordar mos co m a resist ência e amave lment e

204
F or a m os p r ó p r i os h ome n s q u e cr i a r a m e s ta si t u aç ã o, t r a t a n d o-a s c om o p r i n ce s a s d u ra n t e
s é cu l os .

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"empurrar mo s" a dama na direção que suspeit amos ser a simu lada e
ind esejável, dest ruiremos o jogo. Ent ão a conquist aremo s ou, na pior das
hipó t eses, desco br ir emo s que na verdade est ávamo s sendo apenas enro lado s.

Tenho observado que a tot alidade do comport ament o feminino co m


relação ao ho mem é marcado por est e jogo de indefinição ent re opostos e de
alt er nância fr ust rant e. Todo o co mport ament o manipu lat ório feminino passa
po r aí, pelo jogo de cont radições. A for ma de dest ruí-lo é não insist ir mo s
na d ir eção que a mulher espera que insist amo s e co nt ra a qual se prepara
para nos enfrent ar mas sim na direção cont rária, em que sua abert ura e
vu lnerabilidade são tot ais, sempre lembrando-lhe que é ela mesma que
assim o deseja. Obviament e, você dever á ser abso lut ament e amável t odo o
t empo mas não poderá jamais vencer o jogo se est iver apaixo nado. Não
esqu eça de abraçá- la co m cuid ado e car inho sament e se mpre.

E m últ ima inst ância, est as est rat égias de defesa emocio nal consist em
em aprender a encurralar psico logicament e, de for ma a obr igar os
sent iment os e int enções reais a aparecerem.

Não t ent e encurralar o int elect o feminino porque é algo prat icament e
inex ist ent e 205. Encurrale- as emocio nalment e. Como? Por meio de at it udes
que as deixem sem sa ída e sejam reflexo do que elas mesmas fizeram, fazem
o u queiram fazer. Co munique que est e ou aquele co mport ament o indesejável
aut o riza moralment e t ais e t ais at it udes de sua part e e não discut a a quest ão .

Aquele que est á apaixo nado, sempre será o perdedor no jogo da


paixão por t emer desagradar o objet o amado. Como os jogos part em das
mu lheres, result a que, inconscient ement e, elas preferem sempre os ho mens
fo rt es e durões, que nunca se apaixo nam por ninguém mas decidem prest ar-
lhes u m pouco de at enção e dedicar- lhes um pouco (mas não muit o) de

205
P r i n ci p al me n t e n os mome n t os d e c on fl i t o, e m q u e t od a r a ci on a l i d a d e d e sa p a r e ce . Com o a
i n t el i gê n ci a fe mi n i n a é ma is e moci on a l d o q u e i n t el e ct u a l, a s t e nt a ti va s d e e n cu r r a lá -l a s p or
me i o d a l ó gi ca s ã o co m o g ol p e s d e s fe r i d os a o a r. O cor r e t o é a t i n gí -l a s e moci on a l me n t e .

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car inho . No fundo, são idênt icas às pr imat as do paleo lít ico infer ior: querem
o melhor macho, o melhor macaco do bando 206.

Acost ume-se a obser var as reações emociona is de t udo o que você


fizer. Isto lhe per mit irá or ient ar-se adequadament e na confusão e a não
vio lent ar o livre ar bít r io dela. Nunca espere reações que ser ia m ó bvias
segu ndo a lógica dos sent iment os e desejos masculino s.

Provoque e administ re os seguint es sent iment os: fascínio, apego ,


medo da perda, insegurança co m relação à sua posse, admiração, aceit ação ,
segurança, prot eção, orient ação e auxílio 207. Evit e que ela sint a: raiva,
decep ção, tr ist eza co m você e ressent iment o. Não deixe que sent iment o s
ant agô nicos se mescle m.

Não há alt er nat iva alé m da indifer ença disfarçada de ro mant ismo. O
que t orna a relação t ão problemát ica é a necessidade t ão fort e que possuem
de no s vere m so frendo por desejo e amor. Querem que nos apaixo nemo s
lo u cament e para que possam nos rejeit ar. Os mesmos car inho s e cuidado s
que fo rem o ferecidos a você ser ão oferecidos a quaisquer out ros que lhes
pareçam simpát icos. Se você se tornar dependent e dos mesmo s, acredit ando
que é u m cara especial, a única alt er nat iva que t e rest ará será a loucura 208.

Excit e a imaginação e os desejo s femininos. Promet a sat isfazer seu s


anelo s bobos mas nunca sat isfaça. Deixe-a co m sede de amor, aproxime
água e ret ire-a quando a sede est iver prest es a ser saciada, co mo ela faz
co m vo cê. Trat e-a como ela t e trat a. Prolongue e est imu le indefinidament e a
sede d e amor, car inho e co mpreensão sem nunca sat isfazê-la t ot alment e.
Lembre- se que os desejo s acabam quando sat isfeit os tot alment e. Não pense

206
Vi d e n ot a a n te r i or s ob r e os h omi n í d e os e m Dob zh a n s k y ( 1 9 6 8 ) .
207
P or me i o d a a q ui s iç ã o d e u m comp or t a me n t o r e a l e n ã o s i mu l a d o.
208
Nã o s e d e ve n e gl i ge n ci a r e st e a s p e ct o, o q u a l t e m s u a or i ge m n a i n va s ã o d a a ni ma n a p s i qu e
c on s ci e n t e . S a n for d ( 1 9 8 7) d es cr e ve a h is t ó ri a t r á gi ca d e M ar co An t ô n i o q u e , a p ai x on a d o p or
Cl e ó p a tr a , a rr u i n ou -s e comp l e t a me n t e . Na Bí b li a, te mos h i s t ór i as s e mel h a n te s e n vol ve n d o Da vi ,
S a l omã o e S a n s ã o. Há a in d a as l e n d a s d e Ci r ce e M or ga n a . Tod os e s s e s s í mb ol os a d ve r t e m a
r e s p e it o d os p e r i gos a os q u a i s s e e x p õ e m os h ome n s q u e s e d e ix a m i n va d i r n o cor a ç ã o.

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que ela t erá piedade de você algum dia porque elas são imp iedosas co m o s
fraco s. Essa é a nat ureza delas, pelo menos de boa part e das fêmeas.

Jo gue co m a insat isfação. Ent ret ant o, não tome a diant eira nos jogo s
su jo s. Tudo o que estou escrevendo nest e livro, repit o mais uma vez, se
refer e apenas às espert inhas desonest as que t rapaceiam no amor para
receber muit o e dar pouco ou nada em t roca. Não jogue sujo co m uma
mu lher sincera, se é que ainda exist e alguma. Eu não as t enho vist o, vo cê
t em? E spero que sim po is meu maior desejo é est ar errado. Obser ve-a e
esper e que seus sent iment os sinceros e nobres seja m alvo de t ent at ivas de
p iso t eament o ant es de devo lver- lhe o cont ra-feit iço. Assim a razão
per manecerá ao seu lado.

As mulher es dão a ent ender que seremo s nós os que as perderemo s se


a relação t erminar e não o cont rário, ist o é, que elas sair ia m perdendo .
Invert a as cr enças que a mulher t ent a int roduzir em sua ment e. Faça-a
sent ir 209 que a perda será dela, e não sua, se a relação t er minar. Encar ne est a
id éia e se rebele co nt ra t ent at ivas de induz í-lo a acredit ar que será você o
prejud icado. Lembr e-se que há aproximadament e 3.000.000.000 de mu lheres
no p lanet a e que são pouquíssimos os ho mens int eressant es.

O que as t orna t ão impr evis íveis é o carát er cont radit ório de su as


at it udes. E m geral, buscam ser esquivas e evasivas, evit ando a todo custo
assu mir post uras vis ivelment e definidas (apesar de preser var em para si em
segredo a ciência do que est á acont ecendo). Você jama is as verá em u m
co mpo rt ament o abso lut ament e coerent e. Possuem horror a sit uaçõ es
defin idas por que não gost am de se expor e as evit am a t odo custo para no s
co nfu nd ir. Não querem mo st rar com clareza o que sent em, querem ocult ar
quais são suas reais int enções para nos lançare m na insegurança da dúvid a,
a mesma insegurança pela qual em seguida nos acusam de ser mo s fr acos. A
dúv ida é preser vada porque imo biliza o macho. A definição, por out ro lado ,

209
P or me i o d e u ma e vi d e n ci a ç ã o i n e s ca p á ve l d a r e al i d a d e .

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seja p elo fim da relação ou pela co nt inuidade dent ro dos nossos cr it ér io s,
no s lança em um est ado de alívio e cert eza. É por isso que a definição é
evit ada cont inuament e pelas espert inhas.

O melhor caminho para sa ir mos dest e infer no emocio nal é forçá-las a


se definirem na relação. Mas t emos que fazê-lo de for ma corret a para que o
t iro não saia pela culat ra e nos at inja. Aí est á o ponto nevr álgico dest a
quest ão : as mu lheres odeiam assumir a culpa e a respo nsabilidade que lhes
cabem por est ragarem os relacio na ment os. Se você simplesment e t ent ar
fo rçá- la a assumir seus erros, poderá se dar mal. E la dir á que você é u m
cara cruel, per ver so, opressor et c. e t erminará a relação sem nenhu m
pro blema, jogando t oda culp a em você. Ficará abso lut ament e t ranquila e
co nt ará o t riunfo para as amigas. Não haverá nenhuma dúvida`par a
pert urbá- la po is "o cara era realment e desint eressant e" e nada fo i perdido ,
sendo a at it ude considerada a mais acert ada. Ao invés de t ent ar forçá-la a
ad mit ir algo cont ra a vo nt ade, simplesment e obser ve, det ect e o
co mpo rt ament o estranho e co munique unilat eralment e que o mes mo est á
fo r malizado na relação, por desejo dela e não seu 210.

Tudo se resume em t ransfer ir e devo lver a responsabilidade a quem


cabe, não aceit ando imposições indevidas de culpa. É preciso, ent ão, criar
u ma sit uação em que sua parceira não possa fugir de si mesma e seja
o br ig ada a encarar a si própr ia. Co mo fazê-lo ? Co municando
unilat eralment e, reforçando que ela, e não você, dest ruiu ou est á dest ruindo
o relacio na ment o co m suas at it udes indesejáve is, t ais co mo o sexo de má
qualidad e, condut as suspeit as e indefinidas ou at enção desnecessár ia a
o ut ro s machos et c. Alert e, de for ma precisa, a respeit o das at it udes qu e
vo cê t omará após cada at it ude suspeit a ou indesejável. Diga ist o e não
d iscut a, deixe o rest o no ar e espere os result ados. Se você vacilar na ho ra
de d izer, se sua voz for trêmula, ela co nt inuará t e atorment ando.

210
De s t e mod o d omi n a m os a s it u a çã o s e m d e s fe r ir u m s ó g ol p e con t r a o l i vr e -a r b í tr i o a l h ei o.

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Enquant o se mant ém indefinidas, as espert inhas nos enganam e fazem
as cu lp as parecer em nossas. Mas o que import a agora nest e capít ulo não são
so ment e as nossas crenças mas t ambém as de las.

Você já deve t er reparado que elas dificilment e t er mina m um


relacio nament o de for ma abso lut ament e clar a e definit iva, prefer indo deixar
o s pro blemas "no ar"; mesmo que digam clar ament e que não mais no s
amam, sempre deixam t ranspar ecer indíc ios em cont rár io. O fazem para no s
imo bilizar em um est ado de ansiedade, de espera cont ínua na dúvida. Para
alcançá- la nos sent iment os e provocar uma inver são, você deve t omar as
ind efin ições co mport ament ais co mo definições e co municá-lo
unilat eralment e, sem discut ir de mane ir a alguma, de for ma co mplet ament e
det er minada.

Não é à toa que os prazos e as cont agens regressivas de t empo as


at emo r izam t ant o. Quando se dá um prazo para alguém, não há co mo se
evad ir da responsabilidade. Se você fornecer o seu número de t elefo ne ou e-
mail, não deixe de co municar um prazo exat o para esperar o cont ato o u
ficará esperando et ernament e. Os prazos exat os são uma podero sa
ferrament a para dest roçar os joguinho s infer nais. Podem ser usados de
mu it as for mas. Por que são t ão efic ient es? Porque não per mit em evasivas,
encurralam a pessoa e a obr igam a assumir uma posição sem possibilidade
de escapar de suas respo nsabilidades. Mas a pessoa deve ser co municada de
fo r ma clar a e objet iva ou a est rat égia não dará result ado pois um falso mal-
ent end iment o poderá ser ut ilizado co mo alegação. A mínima abert ura para
qualquer just ificat iva post er ior pode fazer a empreit ada fr acassar.

De t odas as maneiras, se você achar t udo isso muit o difícil,


desg ast ant e, e se sua parceira for muit o refr at ár ia ao cont role e ao mesmo
t empo trapaceira, recusando-se abso lut ament e a co laborar, cont ent e-se ao
meno s em simplesment e ut ilizá- la para o que ser vir, fing indo concordar
co m t udo e nada sent indo. É uma boa est rat égia mas exige, co mo sempre, o
desapaixo nament o.

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O que import a não é t ant o o que é comunicado à consciência mas sim
o que é comunicado ao inco nscient e. Est eja sempre at ent o ao cont eúdo
su bliminar das co nver sas e cont at os. Subliminar ment e, qual das duas part es
est á co municando que est á querendo, precisando da out ra? Ao invés de
pergu nt ar "Posso te ver amanhã?" diga "Amanhã te espero até tal hora". Na
líng ua inglesa, a idéia de pergunt ar e pedir são expressas por uma mesma
palavra ("ask"). Excet o quando incis iva e ho st il, a pergunt a é uma for ma de
pet ição e co munica submissão, súplica, dando ao out ro a chance de recusar
sem se respo nsabilizar por nada. A co municação objet iva dent ro de exat as
co nd ições, ao cont rár io, encurrala ao cr iar uma sit uação em que a
respo nsabilidade pelo s efeit os da recusa não pode ser imput ada a nós mas
apenas a quem recusou.

Alé m disso, quando pedimo s per missão para um enco nt ro,


co mu nicamos ao inconscient e da out ra part e que somos mais fracos.
Ent ret ant o, nenhuma fê mea necessit a de machos mais fr acos do que ela. Do
po nt o de vist a da seleção nat ural, os machos mais fracos são repulsivo s.
Infeliz ment e, nos fo i ensinado o cont rár io: que dever íamo s agradar, ped ir,
sup licar encont ros, car inho, sexo et c. Nos fo i inculcada a absurda crença de
que t emos que esperar pela bo a vont ade feminina e que, se não o fizer mo s,
a mu lher ir á "ficar t r ist e e nos recusar".

Acost ume-se a falar sempre em t om imperat ivo 211, porém amável. O


to m de voz imperat ivo for ma uma frase musical descendent e, do agudo para
o grave (ex. “Vem cá.” ou “Me encontre às t rês horas”). Não discut a, não
sup liqu e, não peça per missão porque a permissão das mulheres é para ser
dada aos filhos e não aos ho mens.

O ve lho e conhecido joguinho feminino consist e em se aproximar do


macho apenas para at raí- lo, afast ando-se quando ele se aproxima. A
int enção é induzí- lo a correr desesperadament e at rás, sendo levado para

211
De vol v o a q u i ma i s u ma pr ov o ca ç ã o d e S a l ma n s h on ( 1 9 9 4 ) .

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o nde a fêmea queira, co mo um cão at rás de um osso 212. Para dest roçá-lo ,
ent re no rit mo feminino de apro ximação e afast ament o, simulando t er
mo rd ido a isca, e co mece a conduzir est e mo viment o em seu favor,
afast ando-se quando ela se aproximar e aproximando-se quando ela se
afast ar, sem medo de perdê- la e sem alt erar o r it mo, apenas t ornando-se
ago ra element o at ivo e não mais passivo do processo. Você deve do minar o
jo go sem ser percebido pela at orment adora, a qual deve apenas sent ir o
efeit o sem saber dir eit o o que est á acont ecendo. Se proceder assim, cr iará
u ma sit uação insuport ável at é um po nt o em que a deixará emo cio na lment e
vu lnerável, abert a. Ent ão poderá tomá- la para o sexo sem a meno r
resist ência 213. Normalment e, os ho mens se aproxima m quando a dama se
apro xima e cont inuam t ent ando se aproximar mais a inda, desesperado s,
quando ela se afast a. Dest e modo são est upidament e manipulados sem
nenhu m result ado posit ivo.

O “cão” pode, t ambém, ignorar as provocações par a induzir a


man ipu ladora a se aproximar mais e ent ão subit ament e morder o osso de
surpresa e arrancar um pedaço. Você pode se mant er inacessíve l após o
afast ament o da garot a por muit o mais t empo do que ser ia previst o para
represar a libido fe minina, mant endo-se dist ant e at é que ela não agüent e
mais e t e procure reclamando, quando ent ão você a surpreende t omando -a
de assalt o nos braços e devorando-a sexualment e, de t odas as for mas
po ssíveis. O clima est ará propício e a resist ência será pouca ou nula. E m
segu id a dispense-a ant es que ela se recupere e esqueça-a por um t empo, at é
que o ciclo se repit a. Est a est rat égia é part icular ment e eficaz nos casos em
que so mos consider ados pegajosos, dependent es, assediadores e débeis.

Nunca abandone o cet icismo. E le é sua arma cont ra todas as


art imanhas nat urais do inco nscient e feminino par a induzí-lo a crenças que o
enfraquecerão, tornando-o manipulável e, conseqüent ement e,

212
S a l ma n s h on ( 1 99 4 ) e n s i na es t a a rt i ma n h a à s s u a s l ei t or a s .
213
De mon s t r o, a s s i m, com o d e s a r t i cu l ar a t át i ca d e a d e s t r a me n t o “ s a l ma ns h on i a n a ” e vol t á -l a
c on t r a a p r ó p ri a ma ni p u la d or a .

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desint eressant e. O cet icismo co m re lação às int enções, palavras, lágr imas
et c. é uma defesa imprescind ível.

Não per mit a que a crença de que a mulher é um "prêmio " se ja


inser id a em sua ment e por via subliminar. As fêmeas possue m so fist icado s
mecanis mo s nat urais para ind uzir o macho a crer que elas são t roféus. Tais
mecanis mo s são sut is, quase invis íveis, e at uam diret ament e no
inco nscient e masculino. Os jogos co m opostos que cr iam sit uaçõ es
ind efin idas (para o macho, obviament e, po is elas sabem muit o bem o que se
passa) visam just ament e induzir e reforçar t ais crenças. Seus mecanis mo s
co nsist em, basicament e, em nos t rat ar como se nos evit assem e, ao mesmo
t empo , nos quisessem, co mo sucede quando proposit alment e most ram part es
do corpo (barr iga, decot es, pernas) e em seguida as ocult am de nosso s
o lhares. Conseguimo s dest roçar est e mecanis mo quando não olhamo s para
as part es à mo st ra, ignorando-as, ao mesmo t empo em que lhes dir igimos a
palavra em um amável t om de co mando prot etor e orient ador, colocando-as
em seu lugar devido, e ouvimo s pacient ement e sobre suas dores. Transmit a
segurança, aut oridade no que diz e na forma co mo se co mport a pois as
fêmeas sempr e gost am de conversar o lhando para cima e nunca para baixo .

Mant enha co nst ant ement e, pr incipalment e nos mo ment os mais


d ifíceis, a recordação dos at ribut os posit ivos e at rat ivos que você possui.

Quase t odos os joguinhos podem ser bur lados quando aceit amos as
ins inu ações (t ent at ivas de aproximação) co m nat uralidade, sem mu it a
surpresa, est imu lando-as a int ensificá- las e, ao mesmo t empo, no s
mant emo s indiferent es, não as deixando t er cert eza de que "mordemo s a
isca". Co mo a necessidade d e se sent irem desejadas para que possam no s
rejeit ar é muit o fort e, result a que a dúvida a respeit o de nos t erem ou não
fascinado as obr iga a int ensificar as ins inuações para buscar a cert eza. O
resu lt ado é um apro funda ment o do assédio feminino at é o ponto em que a

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ind efin ição desapar eça. O própr io desejo feminino de rejeit á-lo é que irá
empurrá- la para você! A necessidade de confir mar a pert urba t ant o que a
o br ig a a dissipar a incert eza insinuando-se mais. Aceit e est as ins inuações e
as apro veit e, mas simule não est ar muit o int eressado no sexo.

Nest e ínt er im, a sit uação est ará favorável a uma aproximação
"desint er essada" cada vez maior, a qual deve ser sut il para preser var a
dúv ida. Quando o osso est iver bem pert o, morda-o e arranque um belo
pedaço ... já que ela t e t rat a como um cão. Em est ado de dúvida, qualquer
pesso a est á vulnerável a at aques em sua ment e e em seus sent iment os. Cr ie
e preser ve um est ado de dúvida por meio de co mport ament os ambíguos. Um
co mpo rt ament o cont radit ório e indefinido a mant erá abert a devido à
necess idade de confir mar se você a deseja ou não. Mant enha sempr e uma
"po rt a de escape", uma for ma de cont ra-argument ar dizendo que não est á
int eressado, enquant o progressiva ment e dim inui a dist ância e se t orna mais
ínt imo .

A dúvida a forçará a per mit ir ma ior aproximação devido à


necess idade de ver ificar seu grau de apr isionament o pelo desejo. Se alguma
co nclu são for fechada, dissipando as dúvidas, você pode perder o jogo, daí
a impo rt ância de não polar izar: a cert eza de que você est á desesperado de
dese jo /amor conduz ao desint eresse e, por out ro lado, a cert eza de que é
abso lut ament e inacessíve l conduz à desist ência. E m ambo s os caso s
perdemo s o objet o de int eresse.

As provocações se int ensificam quando persist e a incert eza a respeit o


de t ermos ou não nos deixado prender. Est a cria na fêmea uma necessidade
de aproximação progressiva at é um po nt o cr ít ico em que não seja mais
po ssível esquivar-se ou vo lt ar at rás. A dúvida é um est ado de
vu lnerabilidade que as força a insinuar-se ma is e mais ou a aceit ar a nossa
apro ximação sem nos reje it ar. A reje ição exist e apenas quando há cert eza
de que fo mos fisgados, quando avançamos co m a língua par a fora co mo u m
lo bo famint o. Por out ro lado, a desist ência ocorre quando nos po lar izamo s

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na fr ieza porque co municamo s de modo inequívoco que so mos inacessíve is.
Daí a import ância de jogar mo s co m ambos os ext remos. E m out ras palavras:
ela não deve saber se venceu ou perdeu o jogo mas deve desconfiar qu e
perdeu. Pert urbe est a últ ima desconfiança co m sinais cont radit ór ios.

Infeliz ment e, est amos condicio nados a agir da for ma opost a à que
dever íamo s e t ememos a derrot a nos joguinho s porque ist o desencadeia a
perda da fêmea desejada. O medo conduz just ament e ao fim t emido, ao
co nt rár io do esperado!

O jogo da paixão é um jo go de forças emocio nais. Assemelha-se a um


cabo de guerra em que a int enção é forçar a out ra part e a revelar o t eor real
do s seus sent iment os. Cada uma das part es t ent a encant ar a out ra ao mes mo
t empo em que procura resist ir ao encant ament o, ao cont ra-feit iço. O mais
resist ent e e encant ador é o vit orioso. Aquele que se derret e facilment e é o
perdedor: o fraco, o emot ivo. A presciência requer ida para vencer é saber
exat ament e o que fazer e dizer par a enfeit içar, para quebrar as resist ências,
para induzir o out ro a uma possessão por si mesmo, por seus próprio s
dese jo s, so nhos, fant asias, ilusões e anelos absurdos. O que import a não são
o s ato s em si mas seus efeit os sobre a emoção alheia. E is a razão pela qual
as manipuladoras hábeis sempr e so licit am que nos ent reguemo s mas nunca
fazem o mesmo. Trat e-as como est elio nat ár ias sent iment ais.

O t empo é um grande aliado feminino nos joguinho s. As dúvidas


pro lo ngadas at ravés do t empo provocam so fr iment o emocio nal (ex. su a
parceira repent inament e deixa o t elefo ne desligado por um ou dois dias para
ind uzí- lo a ficar pensando em mil possibilidades, inclusive preocupado com
po ssíveis chifres). Quebramo s as bases dest e jogo quando nos ant ecipamo s
e co mu nicamo s explicit ament e que esperamo s algo um pouco pior do que o
p lanejado, indo além das expect at ivas dela ( no exemplo em quest ão ,
po der íamo s dizer mais ou menos o seguint e, assim que sent íssemos o cheiro
da br incadeir a: "Apost o que você não vai me ligar nos próximos cinco
dias!"). O t empo um pouco, mas não muit o, mais lo ngo do que o planejado

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dest ro ça os planos de br incar conosco e, geralment e, as encurrala,
o br ig ando-as a nos infor marem onde est ão, co m quem e fazendo o que.

Uma vez que ganhe o jogo, a t endência da manipuladora é se afast ar,


mant endo apenas a mínima pro ximidade para preser vação da dominação .
Quando o perde, insist e incansavelment e para vir ar o barco.

A mulher precisa ser at ingida corret ament e (e não de qualquer


maneira!) no sent iment o para sent ir a força do coração do homem; so ment e
assim se ent rega. Não adiant a t ent ar at ingí- la no int elect o. Não adiant a
argu ment ar, não adiant a po lemizar. E la quer ser conquist ada pelo melhor e
não por qualquer um. De nada adiant ará você ser alt o, fis icament e fort e,
bo n it o ou rico se for emocio nalment e débil, inseguro, infant il ou se morrer
de medo de perdê- la, ser t ro cado et c. porque você será corno do mesmo
jeit o ...

Homens que sent em amor exagerado pelas mulher es as det est am d e


fo r ma anor mal e igualment e int ensa por brincarem co m seus sent iment os:

"O a m or sexua l se com bi n a a t é m esm o c om o m a i s ext r em o ódi o c on tr a seu


objet o; por ess e m ot i vo, Pl a t ã o já o c om pa r a va a o am or do l obo p el a s ovel h a s. "
(SC HOPE N HA UE R, 2004, p. 52)

O amor e o ódio são duas po lar idades de uma mesma co isa. Sucede m-
se co m facilidade um ao o ut ro. O ideal é ser neut ro pois a mbos são
absurdo s por serem passio nais 214. Veja a relação como um acordo fr io do
qual ambas as part es querem t irar o máximo proveit o, dar pouco e receber
mu it o .

E m sínt ese, podemos dizer que os joguinhos emo cio nais e infer no s
psico ló gicos são dest roçados por meio de at it udes que os devo lvam a quem
os lançou. Necessit amo s de mecanis mo s de rever são, para que as

214
“ O a mor come ç a s e n d o ma g o e a ca b a s e n d o b r u x o. De p oi s d e h a ve r cr ia d o a s me n ti r as d o cé u
s ob r e a te r ra , con cr e t i za a s d o i n fe r n o. S eu ó di o é t ã o a b su r d o q u a n t o s e u e nt u s ia s mo p or q u e é
p a s s i on a l , is t o é , e s tá s ub me t i d o a i n fl u ê n ci a s l et a is p ar a s i ” ( LËV I, 2 0 0 1 , p. 2 9 7)

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at orment adoras “se enforquem co m a própr ia corda”, ist o é, caiam na
pró pria ar madilha que invent aram, sem que fiquemo s gast ando energia e
t empo em vãs t ent at ivas de convencê- las de que est ão erradas, as quais
apenas t ornam as sit uação ainda pior es. Tais mecanis mo s devo lut ivo s
po ssuem sempre duas car act er íst icas básicas:

a) Um repert ório de “punições” co nst it uídas por efeit os reflexo s das


at it udes indesejáveis (que devem ser admit idas e at é incent ivadas
ao invés de ser em pro ibidas), ou seja, conseqüênc ias óbvias e
inescapáveis do que a própr ia pessoa fez 215;

b) Um co njunt o de sit uações que aut orizem moralment e a aplicação


das mesmas.

As melhor es “punições” são est as: t rocá-la por outra, t ransfor mar a
relação de co mpro misso em relação livr e ou, em casos ext remo s, acabar
co m a relação (jamais bat er, agredir, gr it ar, ameaçar et c.). As sit uações qu e
as just ificam moralment e podem ser as mais var iadas e abr angem t odos o s
co mpo rt ament os de sua parceira que você não aprova. Co munique-lhe,
unilat eralment e e sem dar abert ura a discussão, que, ao t er est e ou aquele
co mpo rt ament o inaceit ável, ela o est ará autorizando moralment e a to mar a
at it ude punit iva correspondent e. Ent ão você a t erá encurralado. Não haver á
espaço para dúvidas. Você a t erá imo bilizado.

As t raições leves são t ambém uma for ma de jogar e br incar co m


no sso s sent iment os. Nunca per mit a que at it udes suspeit as, t raições t ênues,

215
Nã o me r e fi r o a q u i d e mod o a l gu m a q u a i sq u e r a ti t u d e s q u e oca s i on e m d a n os fí s i c os ou
p s i col ó gi c os à ou t r a pe s s oa ma s s i m à a ti t u de re fr a t á ri a d e si mp l es me n t e d e vol ve r , p or me i o d a
n ã o-a ç ã o ou d e r e a ç õ es cor r e t a s, a s con s e q ü ê n ci a s d os a t os le s i vos a q u e m os e mit i u. P ar a
t a n t o, b as t a con c or d a r com t u d o e n ã o fa ze r n a d a , a comp a n h a n d o o cu r s o d os fa t os s e m d e tê -l os ,
t a n ge n d o- os e i mp u l s i on a n d o- os a t é qu e ul t ra p a s se m o l i mit e da s u p or ta b i li d a d e p a ra q ue m os
i n i ci ou . É o q u e e n s i n ou J es u s Cr i st o : “ S e o t e u i n i mi go q u e r fa ze r -t e ca mi n h a r u ma l é gu a , va i
c om e l e d u a s. ” Se e ss e i n i mi go ma ch u ca r os p é s n a ca mi n h a da d e t a nt o a n d a r, a cu l p a t e r á si d o
d e l e e n ã o n os s a .. . Nã o f oi e l e q u e q u i s ca mi n h a r ? Es s e s s ã o os ca s t i gos ou p u n i ç õ e s
mor a l me n t e j u st i fi cá ve i s . Ex. S e a mu l h e r n ã o q u e r t e d ar at e n ç ã o, r e j ei t e a a t e nç ã o d e l a ; se el a
n ã o q u e r s er fi el , d i s pe n s e a fi d el i d a de ; s e e l a n ã o q u e r e st a r j u nt o, r e je it e su a comp a n h i a .
Ha ve r á u m mome n t o e m q u e e s p e rt i n ha ch e ga r á a o l i mit e e re ve l a r á a t é on d e é ca p a z d e i r e m
s e u s ab u s os . Est a s e r á a p e s s oa r ea l co m a q u a l vo cê s e r el a ci on a .

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flert es sut is não admit idos e exposições não assumidas ao desejo de out ro s
macho s passe m em br anco, sem u ma ret aliação à alt ura, vigorosa e decid ida.
Seja impiedoso e não perdoe. Se o fizer, sua bondade não será reconhecid a
mas sim vist a co mo um ind icador de que você é um ot ár io que nasceu para
ser enganado. Saiba devo lver as conseqüências dos erros “so bre a cabeça”
de quem os co met e. A melho r for ma de cast igar pelas t raições é ignorar e
decid ir pela rupt ura do compro misso. Não perca t empo t ent ando forçá-las a
ad mit ir o óbvio porque elas nunca assumem o evident e.

As t raições sut is, quando passam em branco, funcio nam co mo


incent ivo e fornecem a necessár ia confiança para t raições maiores. Não
devemo s per mit ir que joguem co m nossa confiança, por mais ino cent e que
pareça o jogo.

Os joguinhos part em, via de regra, das mulheres. Logo, t udo deve ser
feit o de modo a ficar evident e que não é você que est á tomando a iniciat iva
mas sim sua co mpanheira. Deve ficar claro que a culpa é t oda dela e não
sua po is não fo i você que co meçou t udo e, port ant o, não sent e culp a
algu ma. Exp lique que você gost ar ia de t er uma relação diferent e, ho nest a,
clara, livr e, democrát ica e igualit ár ia mas ela não o per mit iu. Você est á
apenas desart iculando ar mações, reso lvendo problemas que foram cr iado s
para vo cê. É legít ima defesa emocio nal.

Para nossas parceir as, o amor é uma guerra que não suport am perd er
jama is. So frem t err ivelment e quando a perdem. Querem sempre ganhá-la. É
po r ist o que ficam depressivas quando desgost amos definit ivament e e as
rejeit amo s para sempre. Est a doent ia obsessão vincula-se est reit ament e ao
co mp lexo da inveja do pênis. Trat a-se de uma vingança por se sent irem
in fer io r es 216 pois a guerra dos sent iment os é realment e o único campo em

216
Emb or a n ã o o s e j a m. Est e comp l e x o d e i n fe r i or i d ad e t r a d u z-s e p or u ma e s p é ci e d e ve r gon h a
p or s e r e m mu l he r e s e p or u ma ma r ca d a t e n d ê n ci a d e i mi t ar o h ome m e m t u d o, r e i n vi n d i ca n d o
i gu a l d a d e a o i n vé s d e r e s p ei t o à di fe r e n ç a. No fu t u r o, é b e m p os s í ve l q ue a s mu l h er e s i n ve n t e m
u m p e q u e n o p ê n is d e b or r a ch a p a ra s er us a d o n o d i a a d ia p or b ai x o d a s ca l ç as , p a r a fa ze r
v ol u me . Di r ã o e n tã o q u e s e tr a t a d e u m “ p ê ni s fe mi n i n o” . Ne s se di a , n ã o e n con t r a r e mos ma i s
mu l h e r e s com ca r a ct e r í s ti ca s fe mi n i n a s a ce n t u a da s , p a r a n os s a de s gr a ç a .

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que po demos ser derrot ados. Nest e aspect o somos mais fracos devido à
no ssa dependência por sexo e amor. Podemos vencê-las facilment e em uma
bat alha int elect ual 217 mas nas bat alhas e mocionais cost umamo s perder. No
campo de bat alha da paixão, vence aquele que subjuga o out ro, que o faz
imp lo r ar de joelho s por car inho, e perde aquele que suplica para ser amado
e se hu milha para est ar perto. O indiferent e, aquele que rejeit a e evit a, é o
vencedor. O perdedor é aquele que ent rega o coração, que se apaixo na e t em
sua alma roubada. O vit or ioso se torna objet o de desejo, é perseguido e
rejeit a. Temos que dest roçar est a guerra de ner vos r idícula vencendo a nó s
mesmo s.

Tendemo s sempr e a perder as bat alhas porque at acamo s e no s


defendemos de for ma int elect ual, por me io de argument os que visam
elucidar pont os obscuros, levá- las ao reconheciment o de erros et c. enquant o
as damas, por out ro lado, at acam e se defendem pe la via emocio nal, po r
meio de provocações, cinis mo, fragilidade simulada, lágr imas, gr it os e
at aques hist ér icos. Além disso, as emoções que inst rument alizam são t ão
pro fu ndas, subt errâneas e sut is que ficamos desco ncert ados, congelados na
t ent at iva de conceit uar par a ent ender o que precisa ser pr ime irament e
desent errado. Nossas meninas se exercit am em guerras de ner vos e de
sent iment os desde que nascem, sendo por isso mu it o mais fugid ias, lisas,
evas ivas, refrat ár ias e indefinidas do que nós. Quando as encurralamos co m
pergu nt as, escapam fingindo t ê-las int erpret ado de out ra for ma, chorando o u
r indo em seguida et c. Como o cent ro emocio nal é muit o mais rápido do que
o int elect o, sempre perderemo s as guerras de ner vos a menos que as
supere mos mediant e uma vo nt ade poderosa que nos per mit a resist ir a
abso lut ament e t odas as provocações e ao mesmo t empo impor nossas razõ es
e exp licações sem r eservas nos diálogos. As emoções negat ivas não devem
t er permissão para ent rar em nosso coração. Que não sejamo s nós os que

217
De s d e qu e a mb os te n h a m o me s mo gr a u d e i ns t r uç ã o e t e n h a m s e s u b met i d o à s me s ma s
d i s ci p l i na s . Te n h o con fi r ma d o e x a u s t i va me n t e q u e as mu l he r e s, e m p ol ê mi ca s t e ór i ca s ,
r a p i d a me nt e i n s er e m comp on e n t e s e moci on a i s d e ma n e i ra al t a me nt e e fe t i va , con fu n d i n d o e

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caem na ira, nos ciúmes, na t rist eza ou na vergo nha e nem t ampouco os que
se sent em pequenos, diminuídos, r idículo s ou com medo de perder o objet o
amado mas sim aquelas que t ent aram nos lançar em t ais est ados det est áveis.
Trat a-se de uma defesa emocio nal legít ima na medida em que não é nossa a
in ic iat iva de at orment ar emocio nalment e a quem, ao menos em t eoria, se
ama.

Nossas damas t ransferem cont inuament e para nós os infer nos ment ais
o riu ndos de conflit os na relação. Possuem so fist icados meio s int uit ivo s de
pressent ir a aproximação do infer no e transfer í-lo à nossa ment e por meio
de mú lt iplo s jogos que envo lvem dúvidas, fat os reais inco nt est áveis
ad mit idos associados a verdades evident es não admit idas, ment iras,
baju lação, car inho, simu lação de fragilidade et c. e, pr incipalment e, as
respo nsabilidades e as t omad as de decisões em esferas que não nos dizem
respeit o.

Para dest roçar todos esses jogos, manipulações e manobr as do


in fer no , você precisa pr imeir ament e não se apaixo nar. E m segundo lugar,
t enha suas posições claras e as co munique de for ma unilat eral. E m t erceiro ,
seja d et er minado ao ext remo , de for ma a fazê-la sent ir de verdade as
co nseqüências das at it udes excusas. E m quart o, não a deixe evadir-se, cr ie
sit uaçõ es que a deixem sem saída e que a forcem a uma definição mes mo
quando seus co mport ament os forem ambíguos (co m o cuidado de não t ent ar
fazê- lo por meio de discussões).

Os infer ninho s são inut ilizados quando não nos opomos ao


co mpo rt ament o irr it ant e mas, ao cont rário, deixamo s que siga seu própr io
curso , apenas aceit ando e obser vando para ver em que t udo vai dar, para
o nde se dir igem.

d e s con ce r t a n d o os i n t e rl ocu t or e s . El a s s e s e n t e m mu i t o ma i s à von t a d e re b a t e nd o t e or i a s com


fr a s e s d e pr e ci a n t es e p r ov oca t i va s d o q u e c om a l ó gi ca p u r a .

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Obviament e, você deve ser sempr e amáve l. Não vá ser grosso feit o
u m go r ila... Seja super ior em calma e amabilidade mas fale de for ma clara e
decid id a. A garot a irá surt ar em fúr ia, devido ao encurrala ment o, mas seja
super io r em paciência. Não t ema gr it os, não amo leça co m choros. Fale co m
paciência infinit a, como se est ivesse exp licando a t eoria da relat ividade a
u m déb il ment al 218, mas seja dir et o e curto. Não siga e nem se dist raia co m
as best eiras que forem dit as, ignore a fala lud ibr iadora. Ent ão você a
o br ig ará a reconhecer a pró pria deso nest idade, jogando-lhe na car a o s
in fer no s e ar madilhas que hav iam sido cr iados para você. Paradoxalment e,
será vist o como um ho mem d ifer ent e de todos os out ros, pois ninguém faz
ist o . Será considerado especia l, super ior, único.

E m geral, os infer nos ment ais t endem a favor ecer quem dispõe de
co nd içõ es favoráveis para reje it ar o outro isent ando-se de culpa. Dest e
mo do , toda a carga emocio nal da culpabilidade recai sobre aquele que crê,
mesmo inco nscient ement e, ser o responsável pelo fim do relacio na ment o .
Sabendo disso, nossas amigas est ão sempre à espreit a, aguardando
o po rt unidades de nos induzirem subliminar ment e à crença de que não as
mer ecemo s e que, port ant o, devemo s ser rejeit ados por ser mos inút eis e
desint eressant es. Co mo se t rat a de um processo mesmér ico subliminar, t oda
a rede psico lógica de causas e efeit os é inco nscient e.

A dor da reje ição é uma espécie de síndrome de abst inência: as


sensações provocadas pela pessoa amada se ausent am e deixam em seu lugar
u m vazio que é preenchido por sofr iment o int er no. Há dois t ipos de
so fr iment o: o int erno e o ext erno. O sofr iment o ext erno é a dor física. O
so fr iment o int er no é a do r psico lógica, a qual é engenho sament e
inst ru ment alizada nas relações co mo mecanis mo de do minação. Uma do r
emo cio nal não é irreal, a pro va disso é a insuport ável sensação que fere o
co ração quando perdemo s algué m que amamo s.

218
P oi s e l as t e i ma m e m fi n gi r n ã o e n t e nd e r n a d a a p e s ar d e e n t e n d er e m t ud o.

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20. Sobre o tipo de segu ran ça buscad a

É comum ouvir- se que as mulher es querem segurança mas quase


ning uém sabe precisar que t ipo de segurança é essa. Alguns ho mens,
desesp erados, pensam que se t rat a de segurança a respeit o dos sent iment o s
que èles possue m pela mulher e se apressam em lhes ent regar flor es, muit as
vezes at é de joelho s. São uns infelizes.

A segurança mascu lina buscada não é a segurança dos sent iment os do


ho mem pela mulher mas sim do ho mem por si mesmo. O ho mem seguro ao
qual as damas t ant o se referem é o ho mem que não t eme e não precisa de
ning uém, que não se arrast a e não se apressa em agr adar, que agrada pela
sua simp les exist ência. É t ambém aquele que est á seguro com relação a seu s
o bjet ivos de vida, que não abre mão de suas met as e que est á cient e do t ipo
de amo r e do perfil da mulher que procura, não fazendo concessões. É u m
ho mem especia l que não se cur va ao encant o de nenhuma fêmea, que resist e
a to do s os fe it iços, inclusive às t ent at ivas de conflit os, de geração de
climas ina mist osos e aos infer nais t est es. Est e per fil proporciona à fêmea
int ensa segurança. O ho mem seguro de si t ransmit e a sensação de prot eção a
quem o aco mpanha.

Paradoxalment e, t al ho mem deverá t emperar est a segurança acerca d e


si mesmo inser indo na ment e fe minina uma insegurança a respeit o do que
sent e po r ela, fazendo-a oscilar ent re a esperança e o desespero, ent re ser
aco lhid a e o medo de perdê- lo, t al co mo ela faz, ou t ent a fazer, co m ele. Se
deixá- la se po lar izar, a perderá.

Est a segurança nada t em a ver co m ent regar flores, bilhet inhos o u


cho co lat es. E mbora possamo s fazer isso de vez em quando, não é
reco mendável que o façamo s sempre para evit ar co municação subliminar de
fraqu eza emocio nal.

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São caract er íst icas que t ransmit em a idéia de segurança do ho mem
po r si mesmo: fir meza, det er minação, objet ividade, coragem, desapego ,
ind ependênc ia, liderança, insensibilidade, prot eção, sever idade, crueldade
(que deve ser dir ecio nada em favor das coisas boas e cont ra as co isas
más) 219, falt a de piedade, força e concent ração, ent re outras. Por outro lado ,
t ransmit em à mu lher a idéia de que o ho mem é inseguro: romant is mo ,
sensib ilidade, passividade, emot ividade, fragilidade, carência afet iva,
apaixo nament o, dependência, assédio, apego, medo, t imidez, bondade,
t emo r de perder e a submissão. A cr ise dos valores masculino s pela qual a
hu man idade passa at ualment e e que as at inge t ão fort ement e se or igina d a
co nfusão dos papéis. A co nfusão, por sua vez, provém da fragilização do
mascu lino ainda na infânc ia.

E mbora dificilment e admit am, a obser vação revela que as fêmeas


hu manas buscam ho mens emocio nalment e fort es que as guie m, do minem e
prot ejam, nos sent idos já t ão exaust ivament e explicados nest e livro. De
nada adiant a você ser alt o, fort e, rico e bonit o se não t iver um coração
valent e. També m não adiant a ser valent ão com out ros ho mens, andar co m
facas e ameaçar fis icament e os machos r iva is. E la se cansará de você do
mesmo jeit o, irá enjoar e met er- lhe chifr es. E será bem feit o porque vo cê
mer eceu...

Out ra coisa: nunca fale em t om submisso e nem t ampouco seja


mandão . Fale co ncent rado, com o coração e sem vacilar. Use um t om de vo z
grave e não agudo. Não fique pedindo opiniões, pergunt ando co isas, dando
exp licações t odo o t empo et c. Simp lesment e tome decisões acert adas e
co mu nique. Se alguma explicação sobre sua condut a for so lic it ada, limit e-se
a dá- la da for ma curt a e objet iva, preser vando o mist ér io. É claro que
quando você errar dever á reconhecer seu erro e se apressar em corr igí-lo

219
P oi s o q u e con ve n ci on a m os ch a ma r d e “ mal ” s ã o a s f o r ç a s i n st i n ti va s e n a t ur a is d o
i n con s ci e n t e q u e n ã o e n con t r a m o s e u l u ga r n a con s ci ê n ci a d o h ome m mod e r n o ( S ANF ORD,
1 9 8 8 ) . A vi d a “ ci vi l i za d a ” n ã o p e r mi te a e x pr e s s ã o d e t od os os i mp u l s os co m os q u a i s a
n a t u r e za n os d ot ou . Es s es i mp ul s os , b an i d os p ar a o i n con s ci e n t e , con s t i t ui r ã o a s omb r a e se

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ant es que sua co mpanheira dispar e a reclamar, oport unidades que e las não
perdem. As mulher es são muit o reclamo nas e, se você for mo lengão, t e
farão correr atrás das recla mações absurdas e cont radit órias at é enlouquecer
tot alment e. Sugiro ainda que nunca gr it e e não a deixe gr it ar co m você. Não
faça ameaças que não possa cumpr ir e nunca blefe. Perca t odo o medo. Não
a co nsidere invulnerável. Se você disser que não irá mais at rás dela, não vá
realment e e mat e a vont ade de vê- la dent ro de si.

Obser ve a si própr io diant e de uma linda mu lher e você


imed iat ament e se desco br ir á r idiculament e preocupado em agradá-la. Irá
flagr ar-se o lhando cobiçosament e para seu belo corpo. Tent ará ser
agradável. Talvez t ent e inflar seus músculos para par ecer fort ão ou ent ão
so rrir- lhe simpat icament e, acr edit ando est upidament e que receberá co m isso
ad mir ação. Poderá t ent ar fazer gracinhas idiot as, macaquices, exibir
d inheiro , carro ou out ros at ribut os. Talvez co mece a se coçar pendurado de
cabeça para ba ixo em algum galho...Est e comport ament o é o mesmo em
to do s o s machos e o deixará simplesment e r idículo. Ao invés de t ransmit ir
segurança, t ransmit irá o cont rário. Você est ará sendo pat ét ico e inseguro .
Po r o ut ro lado, se você simplesment e a ignorar, ser á imediat ament e not ado
e se dest acará dos demais po rém ist o é apenas met ade do t rabalho, não é
t udo. Além de dest acar-se po r não se import ar, é preciso aproximar-se sem
medo para inst alar o cont ato com indiferença porém, ao mesmo t empo ,
decid ido a tomá- la para si co mo algo que lhe é devido, sem hesit ação .
Est eja sempre pront o para pressent ir a reje ição ant es que se inicie e poder
to mar a diant eira reje it ando-a pr imeiro.

Os ho mens ainda não compreenderam que a mulher não é o ser t ão


frág il que aparent a. Devido precisament e à sua fragilidade corporal, a
mu lher so fist icou as est rat égias para do minar e submet er por meio de jogo s
de sent iment os e da manipulação das crenças e dúvidas na ment e masculina.
Os incont áveis benefício s e pr ivilégios que as fêmeas do homo sapi en s

e x p r e s sa r ã o s ob for ma a u t ô n oma e comp u l s i va . Um me s mo t r a ç o c omp or t a me n t a l s e r á b om e m

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sempre desfrut aram em re lação aos machos ao longo da hist ória
(CREVELD, 2004) se devem a est a capacidade de despert ar em nó s
so lidar iedade e vont ade de prot egê- las e ajudá-las. A fragilidade é a força
femin ina. A única for ma poss ível de anular os efe it os negat ivos dest a força
so bre nosso psiquis mo é não nos ent regarmo s emocio nalment e. Ent ão a
to rnamo s impot ent e cont ra nós e a do minamo s, dir ecio nando seu fluxo
po sit ivament e.

É convenient e descobr ir o t eor real do sent iment o que a mulher t em


po r nó s. Para t ant o, bast a t est á- la sem medo de perdê-la po is, afinal de
co nt as, se você a perder é porque nunca a t eve e ent ão não há sent ido em
t emer.

Tudo isso exige muit a segur ança a respeit o de si mesmo, desapego e


co nfiança no próprio pot encial.

Desde a infância, aprende mos que dever íamos agradá-las para que,
em t ro ca, o amor nos fosse present eado. A t elevisão, os cinemas, os livro s
et c. sempre nos incu lcaram t ais idéias errôneas. Agora, prosseguimos co m o
co mpo rt ament o condicio nado na vida adult a, sempre preocupados em
agradar, em ser mo s gent is, sempr e "pisando em o vos", co m medo de
quebrar mo s a boneca de cr ist al. Ent ret ant o, ist o é o mesmo que fazem t odo s
o s pret endent es e não per mit e que nos dest aquemo s. Co mo poderia t er
dest aque aquele que faz o que todos fazem, aquele que é igual na t ent at iva
de ser d iferent e? O pressupost o de que o amor feminino é uma ret ribuição
às t ent at ivas masculinas de agradar perpassa t al erro.

Os ho mens alt os, r icos, musculo sos ou bonit os não são desejado s
simp lesment e por t erem t ais caract er íst icas mas sim por se sent ir em
super io r es aos r ivais e, conseqüent ement e, mais seguros. Co m relação ao s
fis icament e fort es mas infant ilizados, há ainda a quest ão da conveniência:
quando são imat uros, cumprem bem a função de best as de carga e cães d e

s e u l u ga r e ma u for a d e l e .

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guarda. Quando do mest icados por meio do sexo e do car inho, dão ót imo s
animais, direcio nando seus ameaçadores e pont iagudos chifres a quem suas
do nas o rdenem. Se você os superar em segurança, os ult rapassar á e poderá
ser o do no de suas donas! Obviament e, não há mal a lgum em ser alt o e fort e
(na verdade isso beneficia muit o) mas sim em ser est úpido e infant ilizado .
Há mu it os ho mens alt os, fort es, sensat os, amadurecidos e int eligent es. Mas
há o utro s que não o são...Ent re vár ios homens abso lut ament e iguais em t udo
mas d iferent es fis icament e, os maiores serão sempr e os prefer ido s.
Ent ret ant o, força e t amanho não bast am e, se você é um brut amo nt es, sugiro
que não negligencie o desenvo lviment o int elect ual e emo cio na l. Se você é
baixo , sugiro que invist a no desenvo lviment o de co mport ament os que
supere m est a deficiência. Não há uma regra fixa e qualquer t ipo de ho mem
po de ser t rocado por um t ipo oposto. Tenho vist o homens r icos serem
t ro cado s por pobres, pobres por ricos, alt os por baixos, baixo s por alt o s,
velho s por jovens, jovens por velhos et c. O mot ivo dest a ausência de regra
é que a psique feminina inco nscient e é caót ica e as impele a insat isfação
co nt ínua, fazendo-as, co mo o bser vou van Creve ld (2004), reclamar sempre,
ainda que t odas as suas reinvindicações seja m at endidas.

Alguns são desejados para serem escravos, meros provedores. Est es


são o s bons, que t ambém poder íamo s chamar de t rouxas. Out ros são
dese jados para serem machos reprodut ores, para se acasalar em. Est es são o s
maus e cafajest es. Out ros, ainda, são desejados para serem os dono s
abso lut os do corpo, do sexo e da alma. 220 Estes est ão além do bem e do mal.
Prefira est ar sempre ent re est es últ imo s.

Para t ransmit ir segurança, acost ume-se a falar em t o m de co mando .


Dir ija a relação, exerça aut o ridade prot etora. Fixe horár ios e prazos. Não
peça, infor me e ordene de for ma não arrogant e, porém fir me. Deixe-a sem
saíd a ao perceber quaisquer t endências a agir de modo desagr adável.

220
Nã o e s q u e ç a mos q u e t od a e st a di n â mi ca d e d e s ej os é i n co n s ci e n t e ou , q u a n d o mu i t o, s e mi -
c on s ci e n t e , mot i vo p e l o q u a l n ã o d e ve mos n os r e v ol t a r .

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Devo lva sempr e os efeit os das at it udes negat ivas. Não se ident ifique co m a
relação mas seja o cabeça do relacio nament o.

Obser ve que os vilões dos cont os são sempre mais seguros, fr ios e
decid ido s do que os mocinhos mas são meno s int eligent es, menos sensíve is
e meno s ro mânt icos. O ho mem co mplet o possui os do is lados: é a sínt ese do
heró i co m o vilão. É super ior a ambos porque est á além do bem e do mal
(NIETZSCHE, 1886/1998). Seja super ior ao cafajest e e ao bom dono de
casa. Est ude-os. Ret enha o que há de bo m e m cada um deles e dispense o
que há de ruim.

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21. As menti ras inerentes 221

Os ho mens não são os únicos ment irosos co mo todo mundo acredit a.


Seres humanos de ambo s os sexos ment em. Por uma simples quest ão de
fo co , vamos nos debruçar so bre a manifest ação dest a t endência univer sal
nas mu lher es que nos int eressam.

A int eligência das espert inhas é dir igida e aper feiçoada na art e de
lud ibr iar, ment ir, dissimu lar, convencer, manipular e simular co m o int uit o
de do mest icar o macho. Isso muit as vezes absorve-lhes a int eligência a
po nt o de torná- las medío cres em out ros campos da at ividade humana
(VILAR, 1998), fazendo-as necessit ar do amparo masculino par a se
sent irem segur as em sit uações difíceis e per igosas. Cont udo, essas mulheres
se o r ient am co m facilidade em meio ao caos de sent iment os confuso s
po rque é soment e no aspect o emocio nal das relações em que prest am
at enção. Os seus julgament os, decisões, esco lhas et c. são definidos a part ir
das emo ções que as sit uações provocam e não a part ir da realidade objet iva
ext er io r em que t ais sit uações co nsist em. Schopenhauer (2004)) afir ma o
segu int e:

"Assi m c om o a l ul a , t am bém a m ulh er gost a de esc on der na di ssi m ul a çã o e de


n a dar n a m en t ir a.

Assi m c om o a n at ur ez a equi pou os l e ões com ga r ra s e den t es, os el e fa n t es c om


pr esa s, os ja va l i s com c ol m i l h os, os t our os c om ch i fr es e sépi a c om a t in ta que t ur va a
á gua , t am bém pr oveu a m ulh er com a ar t e da di ssi m ula çã o, pa ra sua pr ot eçã o e d e fe sa ; e
t oda a for ça que el a c on fer i u a o h om em n a for m a de vi gor fí si c o e r a zã o, con sa gr ou à
m ulh er na for m a desse dom . A di ssi m ul a çã o é, por i sso, i n er en t e a el a , ra z ã o pel a qua l
ca i qua se t ã o bem à s m ulh er es t ol a s qua nt o à s esper t a s. Pel o m esm o m ot i vo, fa z er uso
del a em qua l quer oca si ã o l h e é t ã o n at ur a l com o pa r a os a ni m ai s usar subi t a m ent e sua s
a rm a s n o a t a que, sen do que el a s sen t em que usá -l a con st i t ui , por a ssi m diz er , um dir ei t o
seu.

221
Es t e ca p í t ul o é u ma re s p os t a a os l i vr os “ P or q u e os Ho m e n s M e n te m e a s M u l h er e s Ch or a m”
e “ Me n t ir a s q u e os Home n s Con t a m” ( d e s cob r i r o a u t or e s )

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Um a m ulh er t ot a l m ent e ver da dei r a e n ã o di ssi m ula da é ta l vez a l go i m possí vel .
E xa t am en t e por i sso el a s per c e bem fa ci l m en t e a di ssi m ul a çã o a lh ei a , de for m a que nã o é
a con sel h á vel t en t a r usá -l a per ant e el a s (si c). " (p. 24)

Em part e, a t endência das espert inhas em evit ar se mpre a verdade


refug iando-se na ment ir a e na ilusão se deve à nat ural disposição feminina
para o cult ar, reflexo simbó lico de sua anat omia sexual. Enquant o os órgão s
sexu ais femininos são int er nalizados no corpo, os masculinos se pro jet am
para fora. Não é à t oa que sent imo s prazer em mo st rar nosso "phalu s
erect us", em exibí- lo, enquant o elas sent em sat isfação no ato oposto, em
o cu lt ar a vagina fechando as per nas ou t apando-a com as mãos. Se
perceberem que ist o nos inco moda, que est amos loucos para ver o que
esco ndem, ficam ainda mais excit adas e escondem ma is. Pela mesma razão ,
queremo s fazê- las se abr irem, se arreganhar em co mplet ament e, no at o
sexu al e na vida afet iva porque ist o é uma vit ór ia cont ra a resist ência do
co ração. Queremos que virem ao avesso e se most rem.

Homens dispõem apenas de uma hist ór ia quando ment em 222. Mulheres


d ispõ em de uma hist ór ia, de choro, de encenações dramát icas e de simulada
ind ig nação quando não acredit amos em suas ment iras. Não se co mova co m
lágr imas de crocodilo. Você nunca saberá realment e se aquela desculpa
esfarrapada par a algo mal explicado é verdade ou ment ira. Nunca t erá
cert eza se aquele derret iment o não esconde u ma t ent at iva de manipulá-lo
para que se ent regue. Port ant o, nunca acredit e em nada.

Por meio da fals idade e da ment ir a, os machos mais débeis, ist o é, o s


mais fáceis de convencer e amansar, e os mais fort es, que em nad a
acred it am e desprezam t odas as t ent at ivas de ludibr iação, são ident ificado s
e mar cados para as funções qu e lhes correspo ndem por vocação.

222
Há u m l i mi te n a ca p a ci d a d e d os s er e s h u ma n os , in cl u i n d o os d o s e x o fe mi n i n o, s u p or t a r e m e
e x p r i mir e m a r e al i d a de e m a t os e p a l a vr a s. Al é m d e st e l i mit e r e i n a a me n t ir a . En tr e t an t o, com o
e m q u a s e t u d o n a vi d a, s omos mu i t o ma i s i n con s ci e n t e s d o q u e con s ci e n t e s d es s a t e n dê n ci a .
Ne s t e ca p ít u l o e s ta mos t r a ta n d o d o f or ma fe mi n i n a d e e x p re s s ã o d a u n i ve r s al t e n d ê n ci a h u ma n a
d e me n ti r .

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Co mument e, não convém correr at rás de ment iras para desmascará-
las. O desgast e energét ico pode ser alt o e a sat isfação da bruxinha será t ot al
ao vê- lo ser manipulado feit o um imbecil. Prefir a aceit á-las e incent ivá-las
at é u m pont o t ão insust ent ável que se t orne r idículo, evidenciando que vo cê
sempre soube de t udo e nunca se deixou enganar, ou ent ão at é um pont o em
que aquela ment ira seja út il.

Não é convenient e agredir- lhes a nat ureza t ent ando obr igá-las a serem
sinceras. O melhor aceit á- las t al co mo são e t ir ar proveit o da sit uação:

"As m ul h er es, sobr et udo, que sã o es sen ci a l m en t e e sem pr e com edi a n t es e que
gost a m de se i m pr essi on a r i m pr essi on a n do os dem a i s, e que sã o a s pr im ei r a s a se
en gan ar quan do desem p en ha m seus m el odr a ma s n er vos os, a s m ulh er es - r epet i m os - sã o
a ver da dei r a ma gi a n egr a do m a gn et i sm o. Assi m , ser á i m possí vel pa ra os
m a gn et i z a dor es n ã o in i ci a dos n os supr em os a r ca n os e nã o a ssi st i dos p el a s l uz es da
ca ba l a , dom i na r sem pr e est e el em en t o fuga z e r efr a t ári o. Pa ra ser senh or da m ulh er , é
pr eci so di st r a ir -l a e l udi br i á -l a ha bi l m en t e, dei xa n do-a supor que é el a pr ópr ia que est á
en gan an do. E st e con sel h o, que ofer ec em os a qui especi a l m en t e a os m édi c os
m a gn et i z a dor es, poder i a t a m bém , ta l vez , ser út il na vi da con juga l . " (LÉ VI, 1855/ 2001,
p. 225)

Quando aceit a mos as t ent at ivas de enganação e fingimo s acredit ar nas


ment ir as, ou quando simu lamo s querer exat ament e o que não queremo s para
ser mo s cont rar iados, est a defesa ant i- manipu lat ória est á em ação.

Aceit e ser "passado para t rás" conscient ement e algumas vezes.


Ap esar de parecer uma fr aqueza, t rat a-se de uma força que poucos possuem.
Deixe-a pensar que o est á enganando. A necessidade de ment ir e enganar é
iner ent e às fêmeas espert inhas e faz part e de suas est rat égias selet ivas
inst int ivas para acasala ment o 223. Os machos super iores consideram t ais
t ent at ivas de engodo e enganação co mo brincadeiras t olas e infant is que de
mo do algum pert encem às suas vidas: as vêem co mo um problema que não é
deles. Ent ão elas os procuram sem saberem o mot ivo. Os machos que são

223
P oi s a s si m e la s , ou me l h or , o i n con s ci e n t e d el a s , d e s c ob r e q u e m s ã o os ma i s in t el i ge n t e s q u e
n ã o s e d e ix a m e n ga n a r e os s el e ci on a m.

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at ing idos emocio nalment e por ist o demonst ram serem mais fracos e t endem
a ser t rocados. Aquela que menos t ent ar enganá-lo deve ser a mais propícia
para u ma relação est ável.

É difíc il enco nt rar-se mu lheres que suport em o peso da verdade:

"Mesm o c on si der a n do-se que exi st em m ulh er es m ai s bon dosa s, el a s di fi ci l m en t e


quer em desa gr a dar a quem quer que seja fa l a n do a ver da de, poi s, m ui t a s vez es, est a
m ost r a a dur ez a da l oucur a h um an a. " (PACHE CO, 1987, p. 76)

Revo lt ar-se co nt ra as inevit áveis ment iras alheias é uma fraqueza.


Revo lt e-se co nt ra as ment iras que você cont ou para si mesmo e co nt ra sua
ing enu idade em acredit ar na encant adora magia feminina.

É ext remament e difíc il aceit ar ment iras e t ent at ivas de enganação po r


part e de uma pessoa que amamo s. Cert a vez, um amigo meu descobr iu que
u ma mu lher que ele amava muit o est ava ment indo pelo t elefo ne. Det ect o u
hesit ações e incoerências em sua fala que indicavam clarament e que havia
algo est ranho. Sent iu uma dor insuport ável po is, at é ent ão, ele ainda
acred it ava nos seres humanos, part icular ment e nas mulheres. Lut ou em vão
co nt ra a dor de ser enganado, sem result ado algum. Est ava desesperado.

Repent inament e, descobr iu que a dor provinha, não da ment ira em si,
mas da sua incapac idade em aceit á- la co mo t al. Ent ão compreendeu que
t emo s que aceit ar as ment ir as co mo sendo inerent es à nat ureza humana,
inc lu indo a feminina. E mais: t emos que aceit ar o fat o, quando fo r
inco nt est ável, de que os nossos sent iment os mais no bres, puros e sublimes
sempre serão pisot eados e desprezados. O sofr iment o provinha de vár io s
pressupost os e expect at ivas equivocadas de sua part e com relação ao sexo
o po sto . Ao descobr í- lo s, sent iu um grande alívio. A mulher que ele gost ava
est ava lá, muit o provavelment e co m out ro cara, havia acabado de ligar
fazendo um t eat ro, e ele simplesment e havia aceit ado o fat o e ignorado ,
co nsid erando-o algo que não lhe dizia respeit o. E de fat o não mais dizia.

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Nut rimos muit as expect at ivas falsas co m relação ao sexo feminino .
São expect at ivas que nos foram inculcadas desde a infância e que apenas
no s faze m ma l. Temo s que arrancar a raiz do mal do nosso coração. A raiz
pr incipal é a paixão mas há muit as out ras.

Há no sexo feminino um cont ínuo prazer em enganar e dissimular no


campo do amor. A ludibr iação amorosa lhes causa sat isfação 224. Não posso
afir mar que isso seja univer sal mas t enho cert eza que é uma caract er íst ica
freqü ent e. Logo, o cet icis mo é a maior arma do ho mem para se defender e a
credu lidade sua maior fr aqueza. Cult ive o cet icis mo ext remo e t ome
cu idado co m a credulidade.

As mulher es cost umam ser muit o pacient es para induzir a


credu lidade. Resist a sempre e, ainda por cima, incent ive-as a ment ir mais
ainda. S imu le acr edit ar, desmascarando-as apenas após t er em mãos vár ias
ment ir as co mprovadas para surpreender e desmacarar. Nunca a deixe saber
se vo cê est á ou não cient e de que est á sendo alvo de t ent at ivas de
enganação.

O est udo das ment ir as femininas e dos padrões co mport ament ais
co rrespondent es cost uma ser muit o út il. Mas par a t ant o, t emos que aceit ar
as ment iras t al co mo são, sem nos revo lt armo s.

Uma not ável ment ira que causa muit o est rago é a de que os homens
co mpanheiros e sensíveis são desejáveis e enlouquecedores. A obser vação
revela que os mesmos são na verdade cansat ivos por não provocarem
int ensas emoções. Vit imados por t al ment ira, muit os t ent am se adequar a
est e padrão enganoso de ho mem ideal e se espant am ao obt erem result ado s
o po sto s aos almejados.

224
No h ome m, e s t a te n d ê n ci a p ar a l u di b r ia r o p r óx i mo s e ve r i fi ca me n os fr e q ü e n t e me n t e n o
ca mp o a mor os o e ma i s fr e qü e n t e me nt e e m ou t r os ca mp os .

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Nunca se esqueça: elas ment em quando descrevem o ho mem ideal.

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22. A infidelidade inerente

A infidelidade é uma caract er íst ica universal. Todos os seres


hu mano s, incluindo os do sexo feminino, são infié is, ainda que não t enham
co nsciência alguma disso. Vejamos agora co mo a infide lidade assume uma
fo r ma feminina de manifest ação.

Nos t empos at uais, a sit uação é grave. Est á muit o difíc il enco nt rar
co mpanheiras que prest em para o casament o. Muit as mulheres est ão
adqu ir indo o hábit o de se exporem às t raições de for ma sut il, facilit ando-as
po r meio de sit uações ambíguas de aparência ino cent e, que cost umam
defin ir co mo sendo “sem maldade” e que nos co nfunde m co mplet ament e
quando não so mos exper ient es o bast ant e para desmascar á-las. Tais
sit uaçõ es, na verdade, são pr incíp ios de envo lviment o com out ros macho s
o u, no mínimo, de exposição vo lunt ár ia e conscient e aos desejos dest es. Po r
seu carát er ambíguo, proporcionam um refúgio confort ável às infiéis para
que se exponham e camuflem suas verdadeiras int enções, confundindo seu s
parceiros e esquivando-se de suas possíveis e just as iras.

Uma eficient e camuflagem par a a infidelidade feminina consist e em


se fazerem de inocent es simulando não perceber ou compreender o
sig nificado de cert os atos que inequivo came nt e denunciam sut is
225
in fid elidades . O efeit o imediat o de t ais at os é provocar em nossa ment e
dúv idas que dificult am de for ma muit o eficient e o desmascarament o por
meio de acusações, deixando-nos loucos no meio da confusão. O óbvio e o
evident e são sempre negados at é o inst ant e final. Daí a import ância de não
perder mos o t empo t ent ando obr igá- las por meio de discussões a admit irem
o carát er excuso do que fazem e de nos limit ar mo s a co municar de for ma
unilat eral as at it udes que desaprovamo s e as co nseqüências em que
imp licam, t omando reso lut ament e em seguida as medidas cabíve is.

225
Ve j a -s e a n ot a a nt e ri or s ob r e a s i mul a ç ã o d e i n ge n u i d a d e e d e s e nt e n di me n t o.

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As razões que as mot ivam a se envo lver em conosco são múlt iplas e
não apenas o amor como cost umam ment ir. Geralment e, o amor é o últ imo
do s mo t ivos pelo s quais est abe lecem co mpro misso, no ivado ou casament o .
Analisemo s melhor.

Os mar idos/ no ivos/ namorados ser vem apenas para dar amparo
mat er ial e/ou emocio nal por meio da subser viência do apaixo na ment o. Est a
é a razão pela qual não são nor malment e amados e devem ser sinceros,
ho nest os e t rabalhadores. As esposas at uais sempre, ou quase sempre,
amarão de verdade aos insensíveis que não sejam seus mar idos. O
casament o é uma inst it uição falida. Conheço vár ias que se casar am co m u m
ho mem enquant o amavam de verdade a out ro. Fazem-no co m t oda a
nat uralidade, co mo se est e cr ime ino minável co nt ra o amor verdadeiro fosse
abso lut ament e legít imo e just o. Não o vêem co mo um at ent ado imperdoável
co nt ra a alma. 226 Schopenhauer (2004) afir ma, a respeit o do casament o, o
segu int e:

"Ca sa r -se si gni fi ca fa z er o possí vel pa r a se t orn a r r epugn ant e um a o out r o. " (p.
62)

"A m a i or ia dos h om en s se dei xa seduz i r por um r ost o bon i t o; poi s a na t ur ez a os


i n duz a se un ir em à s m ulh er es na m edi da em que el a m ost r a de uma vez t odo o l a do
br i l han t e del a s ou dei xa a t uar o ' efei t o t ea t r a l '; ma s esc on de vá r i os m a l es, que el a s
c on seqüen t em en t e t ra z em , en tr e el es t a r efa s i nt er min á vei s, pr eocupa ç õe s c om cr i an ça s,
t ei m osi a , ca pr i ch os, en vel h eci m en t o e fei úr a a pós a l gun s an os, tr a pa ça s, col oca çã o de
c or n os, in qui et a ções, a t a ques h i st ér i cos, a m ant es, in fer n o e di a bo. P or essa r az ã o,
desi gn o o ca sa m en t o com o um a dí vi da , que foi con t r a í da n a juven t ude e pa ga n a
vel h i ce. " (p. 67)

É bo m lembrar que o adult ér io sat isfaz a fant asia feminina


(CALIGARIS, 2005 e CALIGARIS, 2006). Os mar idos, em nossa sociedade
at ual, possuem t rês finalidades:

226
Al b e r on i ( 1 9 8 6 /s e m d at a ) n os d i z q u e a s mul h e r es n ã o s e n t e m r e mor s o n e s s e s ca s os p or q u e
c on s i d e r a m q u e os s e nt i me n t os i n t e ns os j u st i fi ca m mor a l me n t e o a t o.

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1) proporcionar segurança mat er ial e emo cional;

2) ser exibido para a sociedade, pr incipalment e para as fê meas r ivais,


co mo prova de que não se est á "encalhada";

3) levar chifres.

Vamos agora t rat ar dest a últ ima função.

Em geral, o casament o é uma ar madilha para o ho mem


(SCHOPENHAUER, 2004). Após ser at raído, fisgado e preso, o espo so
ser ve a alguns desejo s do inconscient e feminino, dos quais o pr incipal é a
fant asia de ser um mist o de cort esã co m pr incesa indefesa a espera de u m
cavale iro. Convém obser var que as explo sões de paixão e libido nunca
aco nt ecem dent ro do casament o mas sempre fora. E uma das razões para
t ant o é que a esposa prec isa sent ir- se uma pr incesa rapt ada por um vilão o u
u m dragão. O amant e, ent ão, encar na o arquét ipo do príncipe encant ado, do
cavale iro que a resgat a da dor, do sofr iment o e da pr isão. Obviament e, apó s
a pr incesa se casar co m o príncipe, est e se convert e em mar ido e, port ant o,
em no vo vilão e o cic lo se repet e. As int ensas emoções no adult ér io, ou nas
t raiçõ es dos romances em geral, são proporcio nadas pelo
mar ido / namor ado/no ivo, co m sua presença co nst ant ement e ameaçadora, e
não so ment e pelo amant e em si co mo parece à pr ime ir a vist a. E is a razão
pela qual o amant e, quando se casa co m a adúlt era, t em grandes chances de
ser po st er ior ment e t raído por est a. Uma vez casado, os papéis se modificam
e a fant asia fe minina já não pode ma is ser sat isfeit a sem uma no va paixão
ext ra-conjugal. 227

Essas damas prefere m sempr e enganar o mar ido a agir honest ament e,
d izendo- lhe que se sent em at raídas por outro. O fazem para que a emo ção
da paixão co m o amant e seja ma is int ensa devido ao risco oriundo da

227
Ca l i ga r is n os d i z q u e a s mu l h er e s p os s u e m n e ce s s i d a d e i n con s ci e n t e da e nt r e ga s e xu a l t ot a l
ma s s ã o r e pr i mi d as p el o me d o d o ma r i d o, o q u a l r ep r e s en t a s i mb ol i ca me n t e a fi gu r a re s tr i ti va
d o p a i . S e gu n d o e l a, is s o e s ta r i a vi n cu l a d o a o a t o d e p r os t it u ir -s e e a o a d u l té r i o.

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pro ibição e t ambém para preser var os benefíc io s que o casament o lhes
pro po rciona. E vit am assu mir sua pro miscuidade para se esquivarem das
co nseqüências que ist o provocaria. Querem adic io nar ao seu ninho
mat r iarcal o maior número po ssível de machos em uma escala hierárquica
defin ida pela int ensidade das paixõ es que cada um provoca. Trat a-se de uma
herança pré- hist órica que se cont rapõe à t endência pat r iar cal, igualment e
arraigada em um remot o passado.

Para just ificar para si mesmas o fat o de que se int eressam por out ro e,
dest e modo, não se sent ire m t raidoras sem va lor, as “vad ias 228” sempre
t ent arão forçá- lo a assumir um ent re dois papéis: o de carrasco vio lent o o u
de mar ido indiferent e que "não dá at enção". Est eja at ent o e não aceit e.

Co mo querem co let ar os melhores genes, est ão sempre insat isfeit as


co m o companheiro que t êm ao lado e suspirando por out ros que lhe sejam
super io r es na hier arquia mascu lina. Nós, na co nt ramão, lut amos par a
preser var nossa herança genét ica afast ando todas as possibilidades de que
no ssa parceir a se ja fecundada por quaisquer out ros que não sejam nó s
mesmo s. Tais t endências inst int ivas as mobilizam a nos enganarem para se
expo rem ao desejo e ao mesmo t empo nos t ornam ext remament e cuidadoso s.
Po rt ant o, é abso lut ament e nor mal que não queir amos ninguém por perto de
no sso t errit ór io além de quem aut orizamos. Não se envergonhe e não aceit e
que d igam que você é ciument o ou inseguro quando quiser que sua fêmea
mant enha seus pot enciais r ivais a cem quilô met ros de dist ância. Não aceit e
grat u it ament e, sem explicações sat isfat ór ias, que a mesma deixe que o s
macho s se aproximem. É um direit o mascu lino legít imo.

A ausência de ação para afast ar pret endent es que manifest am


sut ilment e suas int enções indica que a mulher est á gost ando de ser desejada
po is, se assim não fosse, os co locar ia para correr. Os recursos que possuem
para desest imular quaisquer pret endent es indesejáveis são mu it os e, se não

228
No s e n t i d o d a d o p e l os di ci on á r i os M i ch a e li s ( 1 9 9 5 ) e Au r é l i o ( F ERRE IR A, 1 9 9 5 ) .

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os ut ilizam, é simplesment e porque não querem. Para just ificar a
imo bilidade, alegam ger alment e inocência, simu lando não ent ender 229 o que
se passa e as int enções dos pret endent es.

Co m um cert o r isco de perdê- la, você pode desmascará-la,


id ent ificando e apont ando cada uma das at it udes excusas e inaceit áveis. São
exemp lo s de at it udes que sua mulher não deve t er com out ros machos po r
ind icar exposição dissimulada ao desejo: cumpr iment á-lo s de for ma
ent usiasmada ou sorrident e, tomando ou não a inic iat iva, sem que haja
necess idade alguma; fazer gest os para ser not ada, ser gent il, ser
desnecessar iament e amist osa, lament ar-se, dançar, oferecer ou pedir carona,
co nver sar sobr e si mesma, falar mal de você et c. Para cada uma dest as
at it udes excusas, est abeleça u ma conseqüência punit iva 230 correspondent e e
mo ralment e just ificável.

De for ma geral, toda iniciat iva desnecessár ia de co nt ato co m ho mens


ind ica algum int eresse, por sut il que seja, de ser desejada. Se sua parceira
faz isso, é pot encia lment e adúlt er a e você provavelment e deve ser corno .
Ent ão tome cuidado. Obr igue-a a assumir as co nseqüências do que faz. E,
nest e caso, as conseqüências por flert ar dissimu ladament e co m out ro s
macho s é ser t rat ada como uma “vadia 231” e como um objet o, sem
co mpro misso emocio nal algum. Est a é a “punição”.

At ualment e, o casament o cada vez mais é uma sociedade em que o


mar ido ent ra com a força de t rabalho e a esposa ent ra co m os chifr es. A
pro messa de dar amor e sexo de boa qualidade nunca é cumpr ida. Não há
vant agem em ser mo s casados:

"A m et a h a bi t ua l da a ssi m cha ma da carr eir a dos ra pa z es n ã o é out r a senã o a de


se t or n ar em o bur r o de ca r ga de uma m ulh er . Jun t o dos m el h or es del es, a m ulh er a par ece
em r egra com o um peca d o da juven t ude" (SC HOPE N HA UE R, 2004, p. 86)

229
Vi d e n ot a a n te r i or s ob r e s i mu la ç ã o d e de s e n te n d i me n t o.
230
Vi d e n ot a s a nt e ri or e s s ob r e a p u ni ç ã o.
231
No s e n t i d o d a d o p e l os di ci on á r i os M i ch a e li s ( 1 9 9 5 ) e Au r é l i o ( F ERRE IR A, 1 9 9 5 ) .

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A sit uação nos dias de ho je não é difer ent e da exist ent e nos t empo s
de Scho penhauer. A exper iência most ra que nor malment e os ho mens bons,
ho nest os e t rabalhadores são considerados sem gr aça e sem sabor, acabando
po r dividir a fêmea co m machos cons iderados mais int eressant es enquant o
cu mprem a função de dar apo io mat er ial, de provedores. Ou seja: co mpram
chifr es acredit ando que est ão comprando amor. Os cornos são o pagament o
da su bser viência que se or igina da ent rega t ot al do coração. E a culpa ainda
po r cima cost uma ser jogada no próprio esposo:

"Muitas mulheres expressam a idéia de que seus maridos não são hábeis o suficiente para estimulá-
las sexualmente; 'que deveria haver um homem que, percebendo o seu grande valor e amando-a como
mereceria ser amada, saberia arrancar de suas entranhas prazeres imensuráveis' " (PACHECO, 1987, p. 48)

É óbvio que isso não passa de uma desculpa esfarrapada para


ju st ificar o adult ér io, dando - lhe uma aparência ine fável e sublime, e
t ambém uma art imanha par a imput ar ao homem a culpa pela incapacidade e
desint eresse sexual da mulher.

Não est amos julgando fat o de uma mulher paquerar ou relacio nar-se
sexu alment e co m vár io s ho mens. Tal at it ude não nos diz respeit o e não é um
pro blema nosso. Não compet e a nós julgar a at it ude alheia, a não ser no que
se refere aos danos emo cio nais que podem nos causar. Não nos int eressa de
mo do algum supr imir a liberdade alheia ou vio lent ar o livre-ar bít r io
femin ino. É claro que a mu lher t em t odo o direit o de fazer o que quiser,
desd e que haja dent ro da sincer idade. A art imanha aqui denunciada so ment e
co nsist e em enganar, dissimu lar e fing ir-se de sant a para desfr ut ar do s
benefício s que mer ecer ia uma mulher mo nogâmica (algo raro ho je em dia) e
o de querer induzir a acr edit ar que co mport ament os visive lment e
co mpro met edores são inocent es, subest imando nossa int eligência. O
pro blema est á na t rapaça a morosa e não no fat o de uma mulher t rocar de
parceiro ou mant er mais de um relacio nament o simult âneo. As espert inhas
fazem isso para evit ar as más co nseqüências de suas própr ias ações e para
desfrut ar da int ensificação das emoções na realização de um at o proibido.

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Ant e um co mport ament o indesejável de sua co mpanheira em relação a
o ut ro s machos, exper iment e int errogá- la reso lut ament e, por duas ou t rês
vezes, olhando-a fixa ment e nos o lhos, a respeit o da idoneidade daquela
at it ude e so licit ar- lhe que assuma o indesejável co mport ament o como algo
no r mal para a relação. Ent ão você a verá se esquivando a todo cust o.

No campo da fidelidade feminina, não cont e com bo m senso e não


esper e co mpreensão dos nobres mot ivos que t e obr igam a querer que ela se
mant enha lo nge dos out ros machos. A despeit o de t udo, sua parceir a, se fo r
a esp ert inha co m a qual est amo s nos ocupando, sempre se recusará a
reco nhecer o óbvio em suas próprias at it udes. O que elas querem é apenas
u m t ro uxa que as aceit e exat ament e co mo são, sem nenhuma co ncessão ,
adapt ação ou mudança. Logo, a única alt er nat iva que nos rest a é não amá-
las co mo gost aríamo s. Esqueça est e lindo sonho e lembre-se de que as
mu lheres são absurda por nat ureza aos nosso s olhos.

Muit as vezes as t enho vist o aplicando engenho sos mecanis mo s


psico ló gicos para se exporem ao desejo de vár ios machos sem serem
respo nsabilizadas.

Não aceit e a ins inuação, muit o comum, de que você é inseguro


quando exige cuidados co m relação à forma co mo sua namor ada ou espo sa
t rat a o s out ros ho mens. Trat a-se de uma art imanha para enganá-lo e
demo vê- lo de seu propósit o e cet icis mo. Por t rás dest a insinuação ast ucio sa
est á a sugest ão subliminar de que nos co mparamo s aos out ros machos e no s
sent imo s infer iores, dando a ent ender que nossa preocupação em não ser mo s
enganados não é legít ima. Tal idéia ocult a o fat o de que a desconfiança, a
dúv ida, ausência de segurança e a preocupação se referem à atitude dela e
não a uma possíve l "super ior idade" dos outros machos em relação a nó s.
Obv iament e, o ho mem espert o e cuidadoso (que elas chamam de
"ciu ment o") não é inseguro com relação ao seu próprio valor mas sim co m
relação à sincer idade e ho nest idade de sua parceir a po is não queremos cair

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em ar madilhas mo nt adas por “vadias 232”. Para dest roçar est e sist ema ment al,
use seu int elect o para quebrar t odos os argument os feminino s sem piedade e
sem medo de perdê- la. Não vacile e m sua posição masculina ou sua dúvida
será pressent ida e você co nt inuar á a ser at orment ado. Além disso, est e
engenhoso est rat agema inconscient e t ambé m ser ve para revelar se você é
burro , caindo na ar madilha, ou int eligent e. Se você desist ir e se deixar
persuadir, est ará revelando que é um macho de cat egor ia infer ior. Se
perceber t al jogo e desprezá- lo , est ará most rando ser um macho super ior.

A par ceira ins incera sempr e exigirá ser ace it a t al co mo é, sem


nenhu ma alt eração, mas jama is fará o mesmo por você. Ist o significa que o
seu r it mo sexual de ho mem e o incô modo causado pelas amizades
mascu linas dela ja mais serão levados em consideração. A despeit o de
qualquer razão, ela passará por cima dos seus sent iment os e não t e aceit ará
t al co mo é, co m t odos os cuid ados, necessidades e preocupações de ho mem.
Dirá, ainda por cima, que é amist osa e gent il co m out ros machos porque não
quer ser mal educada, que você est á errado em querer exclus ividade e que
dever ia co ncordar com t udo pois “não há ma ldade alguma”, que sexo de bo a
qualidad e t odos os dias é um exagero et c. Dest e modo, você nunca ficará
realment e sabendo se ela é uma mulher virt uosa ou uma “vadia 233” fingida.
Ao at içar a desco nfiança e simult aneament e negar qualquer possibilidade de
flert e co m out ro, a mulher nos imo biliza por meio das dúvidas lançadas e
preser vadas em nossa ment e.

As mulher es sent em necessidade de se ocult ar cont inuament e na


ind efin ição, criando e mant endo sit uações em que apenas elas sabem se no s
t raem ou não. Um ho mem exper ient e t ira co nclusões a part ir das at it udes
que vê e não se deixa co mover grat uit ament e pela fala ou por lágr imas.

Não se co mpro met a co m mulheres desnecessar iament e amist osas,


simpát icas ou gent is co m machos po is são pot encialment e adúlt eras. Sempre

232
No s e n t i d o d a d o p e l os di ci on á r i os M i ch a e li s ( 1 9 9 5 ) e Au r é l i o ( F ERRE IR A, 1 9 9 5 ) .
233
No s e n t i d o d a d o p e l os d i ci on á r i os Mi ch a e l i s ( 1 9 95 ) e Au r é l i o ( F ERRE IR A, 1 9 9 5 ) . .

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exija provas de fidelidade e não se co nt ent e co m meras palavr as. Po r
precau ção, seja co mo os chineses: t odas são culpadas at é prova em
co nt rár io. Elas fazem o mesmo co nosco, acredit am que so mos t odo s
p ilant ras impr est áveis. Lembr e-se que sua co mpanheira sempre exige provas
de amor e nunca acredit a simplesment e no que você diz, ent ão por que
acred it ar grat uit ament e nela sem t er provas? Os direit os são iguais, não é
mesmo ?

A infidelidade inerent e de nossas amigas vincula-se est reit ament e ao s


seu s fracassos em serem felizes no casament o. Co mo são incapazes de
sedu zir e se casar co m os amores de suas vidas, t ermina m suje it ando-se ao
casament o com aqueles poucos que est ão disponíve is, par a usá-lo s e obt er
benefício s mat er iais ou emocio nais. Por t al razão, essas esposas geralment e
sent em aver são por seus mar idos e se recusam a est arem sempr e por pert o,
pro nt as para at endê- lo s, co mo convir ia às parceir as virt uosas. Dão-lhes o
mín imo de car inho e sexo. Também não gost am de prest ar sat isfações a
respeit o de onde e co m quem andam, at ent ando cont ra a honest idade e
t ransp arência. Logo, a única so lução é mant er relacio nament os t emporár io s,
descart ando-as imediat ament e assim que o prazo de validade est eja vencido .
E is ma is um mot ivo para não nos apaixo nar mo s.

Se você for realment e fort e e desapaixo nado, poderá t est ar a


fidelid ade co mo faze m alguns japoneses, incent ivando-a a traí-lo. Se o
incent ivo for aceit o, você t erá descobert o o carát er real da mulher e não
t erá perdido nada.

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23. A infantilidade inerente

Os seres humano s, incluindo os do sexo femi nino, ret ém muit as


caract er íst icas da infância na idade adult a. Isso se chama neot enia:

“As m odi fi ca ç ões e vol ut i va s qu e en vol vem a r et en çã o dos e st á gi os i n fa n t i s é


den om i n a da n eot en i a . Pr ova vel m en t e, a or i gem dos c or da dos é o r esul t a do de um a
c om bi n a çã o de pr oc es s os c en og ên i cos e n eot ên i cos, um a vez que é cr en ça ger a l que el es
se or i gin ara m a part ir de um equin oder m o l a r va l e, é qua se cer t o, que o for m a t o da
ca be ça h um an a se or i gin ou pel a r et en çã o da for m a fet a l . E xi st em de fa t o m ui t a s
ca r a ct er í st i ca s est r ut ura i s h um an a s ‘in fan t i s’, e podem t er -se or i gi n a do por n eot en i a .
Por exem pl o, a t en çã o da cur va t ur a do cr ân i o, a posi çã o a n t er i or do for a m e m a gn o, o
a ch a ta m ent o da fa ce que, p or sua vez , é sem pr e m en or que a ca i xa cran i ana e a a usên ci a
de pêl os n o c or po. ” (Ha r r i son e Wei n er , 1964/ 1971, p. 29)

Vejamo s co mo isso assu me uma for ma comport ament al feminina.

Filo so fando a part ir dest e preceit o cient ífico e confront ando-o co m


d iversas obser vações so bre o comport ament o humano, pode-se conc luir que
a neo t enia não se limit a ao corpo fís ico mas t ambém abrange o psiquis mo e
o s co mport ament os. Meu pont o de vist a, co mo sempre provisór io e suje it o a
alt erações, é o de que a neot enia é mais acent uada no sexo feminino do que
no masculino, embora não est eja ausent e nest e últ imo. O corpo frágil, o s
t raço s fino s, a voz aguda, a delicadeza nos modos et c. tornam a mulher mais
semelhant e à menina do que o ho mem ao menino e fazem co m que su a
presença nos seja muit o agradável (pr inc ipalment e se não for acompanhad a
po r infer nizações emocio nais). Est a semelhança co m as cr ianças despert a
em nó s so lidar iedade e o desejo de prot egê-las para não per mit ir que
so fram. I sso em si não é mau, a não ser que seja inst rument alizado pelas
espert inhas co mo uma fraqueza por onde nos t omar, enfraquecer e
man ipu lar. Qualquer pessoa exper ient e sabe que, ao fa lar co mo cr iancinhas,
as mu lher es amo lecem o ho mem e o acalmam. É uma est rat égia que pode ser
ut ilizad a para o bem, no caso da mulher virt uosa e honest a nos sent iment os,

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e para o mal, no caso da manipuladora ego íst a. A fr eqüência co m que é
ut ilizad a para o mal não é pouca.

Ser considerada agradável por se assemelhar a uma cr iança não


dever ia ser considerado uma o fensa, a meno s que a pret ensa pesso a
o fend ida t enha preco nceit os co nt ra as cr ianças, as quais são belas
int er io r ment e.

As mulheres são mu it o semelhant es às cr ianças em seus cost umes,


seu s gost os e mesmo na for ma física fr ágil. Gost am de doces e choco lat es.
Br incam co nst ant ement e com nossos sent iment os. Aqui há uma diferença
sut il po is a cr iança não br inca co m a sincer idade do out ro a menos que
t enha sido ensinada enquant o as espert inhas o fazem co m segundas
int ençõ es.

Procure vê- las co mo cr ianças t ravessas, est ando sempr e at ent o mas
não dando import ância aos seus joguinhos bobos. Ent ret ant o, não se
esqu eça de que elas não são realmente crianças e podem ser ardilo sas e at é
per igo sas, em alguns casos. São semelhant es a cert os ent es mít ico s
at orment adores que não são maus mas t ambém não dist inguem muit o as
co isas: sacis, caiporas, curupiras, yaras, sereias et c. E mbora não seja m
realment e cr ianças, quere m ser assim t rat adas quando lhes é convenient e:

"Mui t a s m ulh er es pen sa m que sã o com o cr i a n ça s - a ch am que podem fa z er t udo o


que qui ser em e que a soci eda de t em obr i ga çã o de a c ei t á -l a s e de supor t á -l a s.

Iss o a c on t ece m ui t o p or cul pa dos i n di ví duos qu e vêm a l i m en t an do esse a bsur do,


t em en do oca si on ar m a i or es pr obl em a s se dei xa r em de a m pará -l a s. Ma s é o c on tr ár i o,
just a m en t e. Se t od os a gi ssem da m esm a for m a , pressi on an do a m ulh er a ser m a i s m a dur a
e a a ssum ir seus er r os com o o h om em t em que fa z er , t erí a m os um a gr an de m elh or a na
soci eda d e em ger a l [in cl uin do o ca m po a m or os o, objet o de i n t er esse d est e l i vr o]. "
(PAC HE CO, 1987, p. 58)

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Confesso que sou cét ico co m relação à possibilidade de que t odos o s
ho mens um dia possam ag ir co mo Cláudia Pacheco suger e acima. Isso
exig ir ia deles uma vit ór ia sobr e si mesmos que ser ia única na hist ór ia.

A propósit o da at it ude infant ilizada de fingir ingenuidade, pureza e


sant id ade, devemos ent ender que t odos t emo s culpa, já que sempr e
to leramo s que elas fingissem ser o que não são:

"A mulher tem sido protegida por um [falso] 'halo' de santidade nos lares e na sociedade. Chamada
de 'sexo frágil', indefesa, símbolo de afeto, fidelidade, e abnegação, foi poupada de ter que sofrer a
consciência de sua patologia que é imensamente grave. Isso foi o que acabou de afundar a mulher. Alienada
de seus problemas, foi dia a dia decaindo, sem trabalhar com a consciência de seus erros que não são
corrigidos há muito tempo." (PACHECO, 1987, pp.42-43)

Devido a isso, o aspect o negat ivo da infant ilidade feminina se t orno u


ainda mais grave, a pont o de mu it as achare m que podem fazer o que
qu iser em co m os sent iment os dos out ros, part icular ment e os dos ho mens.
Na alt ura em que as co isas est ão, não há alt er nat iva além de aceit ar mos est a
in fant ilidade e devo lver- lhes as co nseqüênc ias desagradáveis na esper ança
de que u m dia elas acordem.

Fora do campo dos joguinho s puer is e do oport unismo afet ivo ego íst a,
as fêmeas espert inhas t em pouco discer niment o sobre a vida e não
co nseguem ident ificar co m clareza as diferenças ent re o bem e o mal no
campo das relações. Confundem const ant ement e o cert o com o errado
po rque t ent am definí- los por meio de cr it ér io s emocio nais. Quant o mais
co erência você exigir de sua co mpanheir a nest e caso, pior será. O melhor é
assu mir unilat eralment e a posição mais coerent e co m os per fis e vocaçõ es
dela e dest e modo forçá- la a se po lar izar. Correr at rás do que dizem é não
reco nhecê- las co mo absurdas.

As t raições e infer nizações emocio nais devem ser vist as co mo


t raqu inagens infant is e não como t ragédias. Não é à toa que algu ns
o cu lt ist as co mparam as mulher es a ele ment ais (gno mos, duendes, fadas).

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Não a veja co mo infer ior ou super ior a você. Veja-a co mo um ser
d ifer ent e mas algumas vezes (não sempre, po is não são todas) ardiloso e
inve jo so.

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24. Observando-as com realismo

Muit os preceit os de Maquiavel (1513/1977; 1513/2001) são válido s


na lid a co m as mulheres: ser simult aneament e amado e t emido, fazer o bem
ao s po ucos, "cast igá- las" (devo lvendo conseqüências) de uma só vez, não
sedu zir as esposas de out ros machos para não angar iar inimigo s
desnecessár io s et c.

Você so ment e será amado a part ir do sofr iment o emocio nal qu e


devo lver. Não a ame passio nalment e, mas t rat e-a bem. Aprenda a at ingí-la
na emo ção.

Para que a mulher nos admire, precisamo s “fer í-la” (at ingí-la)
co rret ament e nos sent iment os para que sint a o poder de nossa vont ade e
det er minação. O medo de desagradar e perder revela fraqueza e o ho mem
deve t o mar t odo o cuidado para não ser tomado por um fraco pois os fr aco s
sempre são desint eressant es.

Apr enda a obser var os sent iment os que suas at it udes, gest os e
palavras provocam. Mas t ome cuidado com as hábeis simulações de su a
parceira.

A mulher não sabe muit o sobre si mesma. Não se or ient e pelo per fil
mascu lino idiot a dos heró is dos filmes de amor e dos romances cor-de-ro sa
e nem t ampouco pelo t ipo de "ho mem int eressant e" que elas descrevem. O
ho mem que as do mina 234 emocio nalment e não corresponde de modo algum
ao que dize m. Na verdade, t ais descr ições apenas ser vem para at rair os mais
fraco s à subser viência e marcá- los par a a rejeição, uma vez que t ais imbecis
se apressam na t ent at iva de se enquadrar nesses modelo s est úpidos. E m
geral, aquilo que as at inge na emo ção fazendo-as se apaixo narem é
ju st ament e o cont rário do que as escut amos dizer a todo mo ment o. Daí a

234
Re fi r o-me à d omi n a ç ã o c on s e n t i d a , i s e nt a de vi ol ê n ci a s d e q u a is q u e r e s pé ci e s . Vi d e n ot a
s ob r e o d omí n i o.

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impo rt ância de não t emer mos perdê- las para que possamo s cont radizê-las à
vo nt ade.

O pret enso amor fe minino, grat uit ament e ofer ecido, é egoíst a po is
não leva em co nsideração o sofr iment o emocio nal que provoca. É
abso lut ament e calculist a em seu fim: selecio nar o macho mais r esist ent e ao
mag net ismo fat al das fêmeas. É um lixo, dispense-o.

A co mpreensão feminina na relação a do is gera lment e advém após o


imp act o emocio nal dos acont eciment os e não ant es. Daí a inut ilidade das
t ent at ivas de argument ar. São at ingidas sempr e a post eri ori.

Não t ent e at ingí- las co m argument os lógicos mas sim co m o s


imp act os emocio nais de sua fala e condut a. Est eja at ent o aos sent iment o s
que sua fala e condut a provocam. O ele ment o que as guia sempre será o
sent iment o e nunca a lógica racio nal linear. As opiniões que adot am, as
id éias que defendem, o valor que at r ibuem às co isas et c. sempre se devem
às emo ções provocadas. O mesmo é válido para o valor que será at r ibu ído
ao parceiro. Você será cons iderado um home m, um bebê chorão, um
demô nio, um pr íncipe encant ando, um sapo, um cão ser vil ou um rat o de
aco rdo com os sent iment os que provocar e não de acordo com os racio cínio s
que desencadear. Ent ret ant o, ist o não signif ica que a imaginação não irá
o perar. Não t ent e fazê- las racio cinar, aceit e-as co mo são. Seja adapt áve l e
maleável, não t enha for ma.

Não espere sincer idade. Aquele que necessit a de car inho e amor para
ser feliz na relação é um desgraçado. As int enções mais no bres, sublimes e
alt ru íst as sempre serão pisot eadas. O ser humano é ador mecido e se
lo co mo ve na incoerência e na ingrat idão.

Se você est á sofr endo nas mãos de alguma dama, ist o significa
simp lesment e que você não est á enxergando o t eor real da relação. Seu
so fr iment o est á se originando das infer nais cont radições co mport ament ais.

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E las são muit o hábeis em enganar e dissimu lar o que realment e querem,
fazem e sent em. Obser ve-a e m ação e descubra o que ela realment e sent e e
quer. Se ela não t e dá sexo com boa qualidade e co m freqüência, se não
aparece nos encont ros, se fica adiando os compro missos que assumiu, se
não t elefo na ou apresent a just ificat ivas pouco convincent es par a a ausência,
est es são sinais inequívo cos de que a relação é super ficia l e não ser ve para
nada, apenas para enco nt ros casuais e bem espaçados. A despeit o do que ela
d ig a, são os fat os e as at it udes que most ram e t emos sempr e que nos render
ao s mesmo s.

Por se sent ir em infer io res, nossas a miguinhas fat ais sent em grande
sat isfação em saber que nos enganam ocult ando int enções e sent iment os. É
u ma espécie de vingança inco nscient e por não serem capazes de nos superar
em nenhum ca mpo além do campo da resist ência emocio nal cont ra a paixão .
Trat a-se da simbó lica inveja do pênis. Se as superar mo s nest e campo, as
supera mos em t odos os out ros.

A resist ência emocio nal nos t orna capazes de aceit ar co m


nat uralidade as ment iras e t ent at ivas de ludibr iação. É uma força e não uma
fraqu eza, cult ive-a.

E la jama is o amará de graça. Amar á apenas os sent iment os int enso s


que vo cê puder proporcionar, sempre. Dispense o falso amor que lhe fo r
o ferecido de graça e arranque da alma fe minina o amor reser vado para o s
inst ant es supremo s e desesper adores. Est e é o amor verdadeiro: aquele que
no r malment e nos é recusado mas é ent regue quando a espert inha se
desesp era por t er perdido o homem de sua vida para sempre.

Nossa esperança de que seja m se mpre car inhosas é vã. É igualment e


vã a esperança de que co nfir me m co m at it udes a fidelidade de sent iment o
que t ant o exigem de nós e apregoam t er.

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Quando est udamos e co mpreendemo s o aspect o t enebroso do
femin ino, cr iamo s cont ra seu magnet ismo fat al uma resist ência or iunda da
aversão . Trat a-se de uma resist ência semelhant e à que elas possue m cont ra
nó s. Est a resist ência nos pro t ege e nos permit e desfr ut ar sem r iscos do s
prazeres do sexo e do amor.

Quando em nossa vida as co locamo s em pr imeiro plano, so mo s


co nsid erados ot ários, sufocant es, aver sivos e pegajo sos. Quando as
co lo camos em segundo plano , so mos acusados de "não dar at enção". Ist o
sig nifica que não adiant a nos preocupar mos em agradá-las e que o amor, t al
co mo nor malment e é ent endido, não passa de uma bo bagem. Sempr e haverá
u ma desculpa invent ada para just ificar e esco nder o fat o real de que não
so mo s necessár io s fora de um cont ext o ut ilit ar ist a.

É admirável a capacidade que possuem de no s desagr adar se m medo


de no s perderem. O fazem por conhecer em co m exat idão os limit es impost o s
po r no ssas necess idades e apegos.

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25. Apri sionando-as a nós pelos sentimentos

A mulher não amo lece e nem se dobra com o car inho masculino .
Tampo uco se dobra co m a brut alidade. Para at ingí-la e t orná-la dependent e,
vo cê deve em pr imeiro lugar dar segurança.

Sua co mpanheira não necessit a de car inho e de amor em pr imeiro


p lano mas sim de seu poder para prot egê- la. E xper iment e o ferecer apenas
car inho e amor e você os ver á pisot eados e rejeit ados. Se for mos muit o (e
so ment e) car inho sos, seremo s vist os co mo machos de segunda classe,
incapazes de dar prot eção. Seja fir me, fale co m um t om de voz grave, t rat e-
a co mo uma menina. E xer ça uma aut oridade prot etora e comande. Pro íba o
co nt ato desnecessár io co m out ros machos ou, se ela resist ir, libere-a de uma
vez para uma relação abso lut ament e sem co mpro misso para ambas as part es.
Não per mit a que a espert inha se mant enha na indefinição. Não t enha medo
de perdê- la. Seja co nst ant ement e, mas não apenas, car inho so.

Vivemo s at ualment e uma t err ível cr ise de valores masculinos. Os


ho mens se desmasculinizaram, t ornando-se sensíveis, ro mânt ico s,
sent iment ais e apegados. As mulher es sent em mu it a falt a de masculinidade.
E is po r onde devemos t omá- las e prendê- las a nós.

Sent iment alismo, paixão, apego, romant ismo, afet uosidade e


sensib ilidade são at ribut os femininos. Por outro lado, fr ieza, impet uosidade,
o bjet ividade, fir meza, crueldade, impiedosidade, calma, det er minação e
segurança são valores masculino s. Tais caract er íst icas podem ser
empregadas para o bem ou para o mal. Se você as ut ilizar para o mal,
o primindo e explor ando a parceira, será det est ado e levará chifres. Se as
empregar para o bem, dando prot eção e orient ação, receberá amor e
fidelid ade. E mpregue sua masculinidade para o bem. Ressalt e o masculino
em sua nat ureza de for ma conscient e e dirig ida para do minar t ot alment e a
sit uação.

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Seja passivo na relação e t ambé m levará chifr es. Seja at ivo para o
mal e será igualment e t raído . Seja at ivo para o bem, fir me, do minant e,
co ndut or, liderant e, prot etor e t erá grandes chances de receber amor, sexo
de bo a qualidade e fidelidade.

Apesar de mant er-se desapegado e desapaixo nado, dê car inho ,


prot eção e cuidado ( mas sempre mant endo a dist ância) para t orná-la
depend ent e, como ela faz co m você. Faça o que nenhum out ro far ia e t orne-
se espec ial. Assim, o medo de perdê- lo será maior quando você se
d ist anciar em represália a algum erro (como acont ece co m você quando ela
se d ist ancia para cast igá- lo). Alé m disso, prat ique um sexo ardent e e
selvagem, sem frescura, sem sent iment alismo e sem o t emor de
impressio ná- la. As fêmeas, mesmo as inorgásmicas, necessit am sent ir que
são desejadas.

Carros e posses mat er iais não são os únicos element os que t ornam a
fêmea dependent e: cuidados e prot eção t ambém o fazem. Co mpense sua
po breza e out ras defic iências co m um co mport ament o dist int o, super ior ao
de to dos os out ros machos. Se você anda a pé, é pobre, feio, raquít ico ,
go rdo , baixinho ou barr igudo e se isso for irremediável, busque out ro s
at ribut os por onde você possa se desenvo lver. Seja único e super ior em t udo
o que puder.

Seja capaz de desgost ar de sua co mpanheira e ao mesmo t empo cuidar


dela co mo nenhum out ro far ia.

Para prendê- las pelo s sent iment os, é imprescind ível inst alar a
simpat ia corret a. O erro da maior ia dos homens é supor que a simpat ia
erót ica se inst alará por meio da pressa em agr adar e impressio nar ou do
medo de fer í- la nos gostos desagradando-a. No caso das mulheres, o que
aco nt ece na verdade é o cont rár io: a simpat ia par a o sexo se or igina de u m
po sicio nament o car inhoso mas at ivo, prot et or, fir me, dist ant e, mist er ioso e

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lid erant e. Seja o cabeça da relação, o chefe, o líder. Não confunda a
simpat ia erót ica co m a simpat ia amist osa.

As fêmeas gost am de falar sempre o lhando para cima. Não é à toa que
go st am de ho mens grandes: se ent regar iam a ho mens de quinze ou vint e
met ro s de alt ura, se exist issem. Querem ser carregadas, sent ir-se pequenas.
Mas há vár ias for mas de ser mo s grandes e não apenas na est at ura do corpo .
Há ho mens alt os e baixo s que são est úpidos e infant is, out ros são inert es,
sem in iciat iva. Tais at r ibut os independem do t amanho. Se você é alt o, isso é
u ma vant agem e deve ser aproveit ada. Mas est a mesma vant agem será
desp erdiçada e se t ransfor mar á em desvant agem se você negligenciar seu
desenvo lviment o tot al. Por o ut ro lado, se você é baixo, velho, barr igudo ,
careca, pobre e ainda por cima sem carro, terá que desenvo lver out ro s
at ribut os comport ament ais para co mpensar essas defic iências. Supere o s
r ivais nas caract er íst icas corret as e tomará a frent e. No campo da
co nvivência, os pr incipais at r ibut os a desenvo lver são os co mport ament ais,
embo ra os at ribut os fís icos t ambém cont em. Há, inequ ivocament e, um
preco nceit o generalizado com relação às pessoas menos dot adas fisicament e
de ambo s os sexos mas pode-se vencer est e preconceit o desenvo lvendo as
caract er íst icas co mport ament ais corret as.

E las querem ser submet idas pela própr ia paixão e por isso é que
in fer nizam, desafiam, provocam e se rebelam t ant o cont ra o domín io
co ercit ivo. E las não querem ser submet idas por meio de no ssas paixõ es, o
que as obr igar ia a sat isfazê- las, mas sim por meio das paixõ es delas
mesmas. Do ponto de vist a feminino, todo o mundo deve gir ar em vo lt a das
paixõ es e sent iment os pessoais. Nossos sent iment os, paixões, desejo s e
vo nt ades não as int eressam senão na medida e m que possam ser ut ilizado s
para sat isfazer os delas. Grande part e das pessoas do sexo feminino so ment e
enxergam a si mes mas:

"O narcisismo e a megalomania são características comuns às mulheres de todas as culturas.


Certamente, eles se revestem de disfarces diferentes de povo para povo" (PACHECO, 1987, p . 40)

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A maior dificuldade feminina é ir cont ra si mesma, isso as vio lent a
emo cio nalment e. Jamais invist a por aí. Quando você se deparar co m uma
resist ência, não insist a. Ao invés disso, exc it e a imaginação e espere o s
resu lt ados nat urais, dent ro da dinâmica dos desejo s dela e não dos seu s.
Ag uarde pacient ement e e você verá os obst áculo s cederem aos poucos. A
excit ação imag inat iva é seme lhant e à exc it ação sexual, é lent a mas pode ser
pro fu nda.

Co mo afir ma Francesco Alberoni (1986), o erot ismo feminino é


co nt ínuo e o masculino descont ínuo. Schopenhauer (2004) diz o mesmo:

"O h om em é, por na t ur ez a , in cl in a do à in con st â n ci a n o a m or . A m ulh er , à


c on st ân ci a , O a m or do h om em di min ui n ot a dam en t e a par tir do m om en t o em que a l can ça
a sa t i sfa çã o. Pr a t i ca m en t e qua l quer out ra m ulh er o exci t a ma i s do que a quel a que el e já
pos sui : el e a n sei a por var i a çã o. O am or da m ulh er, a o con t r ári o, a um en t a pr eci sa m en t e a
pa rt ir da quel e m om en t o. Iss o é um a con seqü ên ci a do obj et i vo da n at ur ez a , que est á
vol t a do à c on ser va çã o da espé ci e e, a ssi m , est á vol t a d o o m a i s in t en sam en t e possí vel
pa ra a r epr oduçã o. O h om em de fa t o p ode g er ar t ranqüi l am en t e m a i s de cem fi l h os por
a n o, se lh e t i vess e à di sposi çã o um gr an de n úm er o de m ulh er es; a m ulh er, em
c on tr a par ti da, m esm o com m ui t os h om en s, só pod e t r a z er a o m un do um úni c o f i l ho por
a n o (com exc e çã o d os g êm e os). É por i sso que e l e sem pr e est á de ol h o na s out r a s
m ulh er es; já e l a se fi xa em um ún i co h om em , poi s a na t ur ez a a l eva de for m a in st in t i va
e esp on t â n ea a per m an ecer com o pr oved or e o pr ot et or da fut ura pr ol e. "(pp. 45-46)

Ist o significa que gost amos de co meçar, concluir e reiniciar enquant o


no ssas quer idas manipuladoras quer em sempr e o cont rário: a per manência
do int eresse masculino. Querem ser per manent ement e amadas, desejadas e
perseg uidas; lut am pela manut enção da per manência e sent em aversão pelo
t érmino , pela conclusão. A indefinição é o meio do qual lançam mão para
co nseguir a per manência: per manência da paixão masculina, da perseguição ,
da su bser viência dos machos por toda a et ernidade. Querem a co nt inuidade
po r medo do fut uro.

Nossas quer idas manipuladoras possuem t rês necessidades básicas,


sem as quais não passam e pelas quais lut am a vida int eira: serem amadas,

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dese jadas e prot egidas. Not e bem: ist o não significa que queiram amar o u
dese jar o ho mem, co mo alguns acredit am. Não querem ret r ibuir, querem
apenas receber e usufruir. E um idiot a a ma is que se ent regue sempre será
bem- v indo. Querem co nst ruir um clã mat riarca l co mpost o por inúmero s
in felizes apaixo nados et er nament e dispost os a dar prot eção e amor sem nad a
receber em em t roca. Sent em prazer em saber que são desejadas (Niet zsche,
1884-1885/1985) porque por meio do desejo masculino co nseguem o amor e
a prot eção, além das inúmeras vant agens que se desdobram dos mes mos.

Para mant er a cont inuidade da subser viênc ia, excit am nosso amor e
no sso desejo sem nunca sat isfazê- lo s tot alment e, mas apenas parcia lment e,
co m o int uit o de mant ê- los por t empo indefinido. Evit am a sat isfação
po rque sabem que sat isfazer é concluir e que conclu ir o desejo é t er minar a
depend ência. Co mo o que lhes import a são os sent iment os amorosos delas e
não o s nossos, não vêem mot ivo para qualquer sent iment o de culpa o u
p iedad e.

Para "cont ra-at acar mo s", necessit amos apenas exc it ar as t rês
necess idades básicas (ser desejada, prot egida e amada) sem nunca sat isfazê-
las t ot alment e, co mo elas fazem conosco, devo lvendo a cont inuidade em
no sso favor. Se você deixar que os desejos feminino s seja m abso lut ament e
sat isfeit os, sua co mpanheira se sent ir á segur a, esno be e deixar á de lhe dar o
car inho co mo deve. Acredit ando que você já est á preso, part irá par a o
apr isio nament o emocional de out ros e assim por diant e. A so lução é ser
igu alment e cont radit ór io, excit ando, promet endo mas sat isfazendo apenas
parcialment e. Assim preser vamos os sent iment os que queremo s. As mesmas
est rat égias sujas ut ilizadas pelas espert inhas cont ra nós podem ser
red ir ecio nadas de vo lt a, nest e caso co mo legít ima defesa.

Est a lógica torna co mpreens ível uma ant iga e pert urbado ra
co nt radição. Explica porque nosso amor é repudiado quando queremos qu e
elas nos amem e porque so mos procurados apenas por aquelas que
repud iamo s. Ocorre que as fêmeas saem da inér cia e se dedicam a cuidar da

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relação apenas quando sent em que seu objet o de uso não est á muit o
acessível ou est á se dist anciando. Quando o objet o est á acessíve l, não há
pro blema e a t endência é relaxar, descuidar. Se você o ferecer seu amor o u
int eresse a uma garot a grat uit ament e, não haverá necessidade de t rabalho
para o bt ê- lo pois aquilo que é mais int eressant e já est ará ent regue. A
co nt inu idade da dedicação requer a cont inu idade da indefinição, da dúvida e
da insegurança. Deixe-a insegura e você será objet o de car ícias, t ent at ivas
de sedu ção et c. sempre co m o int uit o de submet ê-lo. Desfrut e e não per mit a
a po lar ização.

A pa ixão nos t orna repu ls ivo s porque t ransmit e, ent re outras co isas e
algu mas vezes, a infor mação de que não queremos o ferecer amor mas
apenas recebê- lo. Também t ransmit e a infor mação de que so mos mo ló ides.
Co mo a necessidade feminina é ser amada e prot egida, mas nunca amar, se
vo cê se most rar carent e ou dependent e será repudiado pois os mo lengõ es
não podem prot eger ninguém e, além disso, querem receber amor e
prot eção. Um ho me m carent e é um ho mem necessit ado de amor. Um ho mem
necess it ado de amor é alguém que quer receber amor e não dar amor. Quer
u ma t ábua de salvação emocio nal. É just ament e ist o que as espant a.

Não queira receber amor e não queira receber o sexo. Torne-se


ind ependent e. Apenas ofereça amor, prot eção e amparo sem efet ivament e
dá- lo s. Ent ão sua parceir a t ent ará "co mpr á-los" por meio de seus dot es e
vo cê poderá desfrut ar enquant o conseguir co nfundí-la mant endo-se na
ind efin ição. A idéia muit o comu m de que se recebe amor dando-se amor é
u ma ment ira, não vale para os hu manó ides de psique subjet iva. Na verdade,
recebe- se amor o ferecendo-se amor sem dá-lo efet ivament e. Est a é a lógica
que realment e rege o r idículo "amor ". Somos anima is e queremo s apenas
sat isfazer nossos inst int os, ent re os quais a necessidade de receber
prot eção, cuidados e car inho. Ninguém quer dá-lo s, apenas recebê-lo s.
Quando o dão, o faze m co m alguma out ra int enção, ainda que ocult a.

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O apaixo nado est á carent e do amor alheio e quer supr ir sua carência.
É repu lsivo, por um lado, porque não oferece o que as fêmeas necessit am
mas é at rat ivo, por out ro, por ser um possíve l escravo emocio nal.

O amor feminino não é uma ret r ibu ição, é uma est rat égia par a
co nqu ist a dos t rês benefício s mencio nados. Se os benefício s est iver em
facilment e dispo níveis, não haverá necessidade alguma de dedicação e nem
de co nquist a. Se est iverem abso lut ament e inacessíve is, por out ro lado ,
t ambém não haverá nest a últ ima sent ido algu m.

Podemos dizer que há, para os ho mens, duas possibilidades no amo r:


1) a de receber o coração da co mpanheira; 2) a de ent regar o coração à
co mpanheira. O fort e recebe e o fraco ent rega.

Quant o mais quiser mo s que nossas parceiras nos dese jem, nos ame m,
no s t rat em be m et c. menos preocupadas as deixar emos e menos dedicação
receber emos. O amor feminino é refrat ár io à pressão. Pressio ne su a
co mpanheira para amá- lo e ela o det est ará, criará aver são. O mant erá preso
apenas para ser escravo e buscará out ro que a ignore e despreze para se
o ferecer e se ent regar. Tent ar obr igar as mu lher es a nos amare m é uma
perda de t empo:

"O a m or é com o a fé: n ã o se dei xa for ça r " (SCHOPE N HA UE R, 2004, p. 41)

Ao exigir mo s que nos amem e deseje m, est amos co municando


ind ir et ament e que não t emos nada a o ferecer po is queremo s apenas receber
e não dar. Na cont ra-mão, ao nos apressarmo s em bajular e agradar, est amo s
co mu nicando indiret ament e que so mos submissos e que não há necessidade
de que nada seja feit o para nos prender, nenhu m car inho seja dado et c. A
so lução é não exig ir, oferecer e não dar. Ofereça muit o, não dê quase nada e
não exija nada.

Excet uando-se o campo sexual, é um erro sat isfazê-las t otalment e. O


id eal é excit ar os sonhos e desejo s, enchendo-as de esperanças, promet endo

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e nu nca cumpr indo tot alment e o promet ido, como elas fazem co nosco. Para
preser var o desejo devemos não sat isfazê-lo t ot alment e.

O fat o de desejarem ser amadas e prot egidas não significa que amarão
aut o mat icament e aqueles que se apressarem em amá-las e prot egê-las mas
sim o cont rár io: amarão aqueles que lhes excit arem a imaginação acenando
co m t ais pro messas sem nu nca cu mpr í- las t ot alment e. A habilidade do
grande sedut or consist e just ament e em exc it ar a imaginação, em co nvencê-
las, em fazê- las acredit ar e em seguida imobilizá-las na dúvida.

Recla mamo s do absurdo de nossas amigas amarem apenas os


cafajest es que não as ama m mas, na verdade, não há nisso absurdo algum, é
algo per feit ament e lógico. As pessoas apenas se preocupam co m as co isas
quando as est ão perdendo. As mulher es nascem co m est e conheciment o, já
que são inst int ivament e regidas pela lógica dos sent iment os.

Há, ainda, uma est rat égia muit o simp les e alt ament e eficient e par a se
prender mulheres muit o refrat ár ias, fr ias e difíceis: cons ist e em procurá-las
apenas para o sexo, ignorando-as o resto do t empo (sem assumir isso, é
claro ). Procure t ransar de for ma selvagem e em seguida a esqueça po r
algu m t empo. Não fique t elefo nando, vigiando, indo at rás et c.
S imp lesment e a ignore at é ser procurado novament e para ent ão recebê-la
co m o ardor e a int ens idade de um animal. Faça-a sent ir-se uma fêmea
selvagem no cio. Cost uma dar mu it o result ado.

O car inho e o amor que lhe são oferecidos visam amo lecê-lo, co mo a
o nda que lent ament e corrói e desgast a a rocha. São t est es: os amados e
dese jados são os fir mes, que nunca se deixa m enfeit içar. Se você se deixar
fascinar, será imediat ament e considerado fr aco e vist o como um macho de
ú lt ima cat egor ia facilment e dobr ável. Ist o explica porque o amor feminino
nu nca se enco nt ra com o masculino e sempr e é dir ig ido àqueles que não as
amam. Port ant o, quant o mais res ist ent es for mos aos feit iços do car inho e do
amo r, mais car inho e amor (obviament e hipócr it as por possuír em sempre

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u ma segunda int enção) receber emos, o que pode ser est rat egicament e
ut ilizado para que disponhamos da subserviência emocio nal feminina
sempre que desejar mo s, co mo acont ece conosco em relação a elas. Est a
est ranha lógica se explica pelo fat o de que as fêmeas precisam de prot eção
e so ment e os durões são capazes de o fer ecê-la. Que segurança ou prot eção
po der iam ser oferecidas pe los bondosos, românt icos e sensíveis que se
sat isfazem co m um hipócr it a amor “espir it ual”? Est es não são sequer
capazes de prot egerem a si mesmo s, necessit am do amor alheio para serem
felizes e não proporcio nam felicidade a ninguém.

O per fil do ho mem ideal que faz frent e aos feit iços feminino s pode
ser sint et izado como sendo fr io, dist ant e, mist er ioso, impenet rável,
silencioso, concent rado, at ivo, liderant e, ousado, corajoso, indiferent e e
prot eto r. É como o nada, como o vazio ou a água na qual t odos os at aques
se anu la m 235.

235
P a r a fr a s ea n d o Br u ce Le e ( 1 9 7 5 / 20 0 4 ; 1 9 7 5 / 19 8 4 ).

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26. A ilusão do amor

Hoje, 9 de agost o de 2004, t ive mais uma oport unidade de est udar a
fant asia fe minina ao assist ir o filme "Um Pr íncipe e m Minha V ida". Ent ão
co mpreendi u m pouco mais so bre a lógica fr ia, calculist a e implacável do
chamado amor.

A at r iz do filme possui uma beleza simples, cabelo s curt os e seio s


pequeno s, clarament e repr esent ando uma mu lher nor mal, desprovida de
grandes at rat ivos. Ainda assim, submet e um pr ínc ipe da Dinamar ca que po r
ela se apaixo na e no final ficam junt os, como em t odo romance cor-de-rosa.
O filme ho je me recorda uma frase da psicanalist a Cláudia Pacheco (1987):

"As 'rainhas' [as mulheres] querem encontrar os seus 'príncipes encantados' e com eles organizar o
seu 'reinado do lar' ". (p. 40)

Reflet i ent ão sobre a lógica fat al do amor feminino: o ho mem


dese jado é sempre o mais dest acado socialment e. O amor feminino é,
po rt ant o, abso lut ament e int eresseiro. Não exist em mendigos encant ados mas
apenas pr íncipes.

Assim co mo nós, ho mens, so mos abso lut ament e impiedosos co m as


mu lheres pouco dot adas de beleza, as mulheres t ambé m o são com o s
ho mens socialment e fracassados. Ist o significa que a lógica da pa ixão é
animalesca e que t ant o mulheres quant o ho mens são purament e inst int ivos,
apesar da idéia corrent e errônea de que apenas nós, os machos, no s
po rt amos co mo animais. A co mpar ação que Karen Salmansho n (1994) faz
ent re os homens e os cães não é de t odo infundada, muit o embora est a
aut o ra pareça se esquecer de que seu gênero é, assim co mo o nosso ,
pert encent e a uma espécie a ma is do reino animal.

Nos romances cor-de-rosa, o herói sempre é a lguém dest acado ,


d ifer enciado, nunca um ho mem co mum. O ho mem co mum não t em lugar na
fant asia fe minina. A mulher est á sempre à procura do "melhor" (o mais

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dest acado socialment e) que alcance para enfeit içá-lo e prendê-lo a si
mesma.

É sabido que as mulheres, via de regra, não se sent em at raídas po r


ho mens mais baixos do que elas ou que est ejam hierarquicament e em
co nd içõ es infer ior es. Quando os aceit am, o fazem porque não conseguiram
o ut ro s “melhores”. Se lhes der mos as condições para que consigam at raí-lo s
(t urbinando-as, por exemplo, invest indo mu it o dinheiro embelezando seu s
co rpo s e ensinando- lhes a se co mport arem co mo deusas do sexo pois,
in feliz ment e, são esses os at ribut os que at raem magnet icament e os machos)
t udo mudará, desafort unadament e. Ent ão serão assed iadas por macho s
co nsid erados "super iores" aos caras desint eressant es que elas t êm em casa
e, se corresponder em ao t ipo de mulher com o qual nos ocupamos aqu i, o s
t rairão . Est a é uma lógica fat al da qual não podemos fugir e que t emos qu e
aceit ar sob a pena de enlou quecer mos caso não o façamos: a at ração
femin ina, quase sempre, é dir ecio nado ao mais dest acado na hierarqu ia
mascu lina. Assim, podemos concluir que o amor, t al co mo as pessoas o
ent end em, ist o é, o amor românt ico, não passa de uma ment ira e que nunca
devemo s nos deixar co mo ver pelas lágr imas femininas po is est as não são
vert idas por nós mas sim pelo dest aque social que possuímos, seja grand e
o u pequeno.

Vi est e padrão comport ament al se confir mar muit as e muit as vezes e


não t enho a menor so mbra de dúvida a respeit o. Mas o problema não se
esgo t a aí. Alé m disso, elas sonham que o pr íncipe e seu impér io as ace it em
t al co mo são, sem que t enham que fazer nenhuma mudança ou adapt ação. As
mu lheres não querem ceder em nada e apenas o fazem quando não há opção
mas co nt inuam sempre sonhando com um mundo mar avilho so em que elas
sejam as figuras cent rais.

Fo mos ensinados, desde a infância, que as mulher es são seres


sensíveis aos quais dever íamo s agradar por meio de esforços no sent ido de
at ender a seus desejo s. Fizeram- nos acredit ar que assim e las ret r ibuir ia m o

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amo r co m amor, a dedicação co m dedicação, que nos amar ia m
espo nt aneament e ao perceberem que as ama mo s e nos esforçamos par a
at ender a seus gost os. Trat a-se de uma ment ira que ocasio nou a adoção de
padrõ es co mport ament ais errôneos. Agora, est amos condic io nados e
precisamo s adot ar um novo co mport ament o para at ingir os fins qu e
alme jamo s mas para t ant o é necessár io ant es co nhecê-lo co m clar eza.

O que define o comport ament o adequado para a conquist a e a


co nvivência são as est rut uras do inconscient e feminino e não aquilo que é
co nscient ement e dit o e assumido. O amor, t al co mo nos fo i ensinado, é uma
ment ir a pest ilent a que precisa ser abandonada.

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27. Como ser fascinante aos olh os das mu lheres
Obs. E st e ar t i go foi es cr i t o na déca da de 90 e n ã o h a vi a si do publ i ca do a t é a pr im ei ra
edi çã o vi r t ua l dest e l i vr o. Re vi s ei - o, det a l h ei -o e cl a r i fi quei os pon t os qu e per m i t ia m
m á s in t er pr et a ções, l ei t ur a s t en den ci osa s e di st or ç ões i n t en ci on a i s.

Vou escrever agora sem o menor pudor e sem nenhuma preocupação


co m as feminist as 236.

Nossa imbecil cult ura ocident al moder na nos met eu na cabeça a


crença est úpida de que o amor da mulher vem por mera ret r ibuição ao nosso
amo r e desejo. Dest e modo, bast ar ia que as amássemo s sincerament e para
que fô ssemo s correspondidos. Est a ment ira causou muit o dano.

Na verdade, a mulher, a não ser excepc io nalment e, não ama nenhum


ho mem em si e por si mesmo mas sim as car act er íst icas at raent es que ele
po ssu i. Quando o homem apresent a cert os atr ibut os que correspondem às
lo u curas femininas, a mulher diz que o adora. Na verdade, est á fascinada
pelo s at r ibut os que enco nt rou. Não somos amados pelo que so mos mas pelo
que elas desejam e imaginam que so mos:

“As m ul h er es sã o psi quê ven do o seu a m a do m a i s com o er os, n o seu pa pel de


deus d o a m or , do que com o o h om em que el a c on h ece e pod er i a am ar pel o que el e é. ”
(JO HN SON, 1987)

Se surgirem na fr ent e delas cem ho mens co m os mesmos at r ibut os (o u


mais alguns ainda melhor es aos seus o lhos) serão todos amado s
alucinadament e e ao mesmo t empo. A t raição não é exclusividade e nem
maio r propensão masculina, co mo todo mundo acredit a. Isso é puro
preco nceit o cont ra nós. Est e preconceit o dit a que so mos t odos sem
vergo nhas enquant o elas são todas sant inhas.

Todas as fê meas são alt ament e selet ivas mas ist o não significa qu e
sejam nat uralment e fiéis ou mo nogâmicas. Querem o ferecer seu sexo apenas

236
Re fi r o-me à s fe mi n i s t a s r ad i ca i s , d ogmá t i ca s , u n i la t e r a i s e e x tr e mi st a s e n ã o à s fe mi n i st a s
e s cl a r e ci d a s .

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àqueles que parece m me lhor aos seus o lhos. São alt ament e cr it er iosas na
esco lha e sempre ficam co m o melhor que conseguem. Não são como nó s,
que parecemo s porcos e comemo s qualquer lixo.

Para ent ender est a dinâmica t emos que compr eender quais são o s
cr it ér io s selet ivos femininos. Prepar e-se porque vou dissecá-lo s sem
p iedad e.

Quando a mulher é jo vem e, ao mesmo t empo, est úpida 237, seu


pr incipal cr it ér io selet ivo é o dest aque dado pela imprest abilidade, pela
delinqüência, pelas mar cas de roupas e de carro dos rapazes. O arquét ipo do
super- ho mem ainda não est á amadurecido em sua imaginação e seu pobre
cérebro 238 a faz acredit ar que os piores ser ão os melhores. Nest a fase, o s
bo ns e sinceros, que as amam de verdade, são rejeit ados e r idicular izados.
Quando acont ece o milagre de serem aceit os, o são para apenas a função de
escravos e mocio nais e ma is nada, e sempre porque realment e não hou ve
nenhu m playbo y acessíve l por pert o. Depois, fut urament e, ela se dana, fica
gráv ida, perde a beleza, a juvent ude e os at rat ivos e, é lógico, o cara que
havia sido esco lhido a t roca por out ra novinha em fo lha, abandonando-a
sem amparo 239. Ent ão a garot a cair á na real mas, nest a alt ura do s
aco nt eciment os, já est ará mais “feia” 240 e, port anto, menos exigent e,

237
E nã o q u a n d o a me s ma é j ove m e i n te l i ge n t e, fa t o q u e t a mb é m s e ve r i fi ca . Es ta es t u pi d e z
s e r e fe re e x cl u si va me n t e a o cr i t ér i o s e le t i vo a mor os o e a n e n h u m ou t r o ca mp o. In s p i r e i -me e m
l i vr os fe mi n i n os n os q u a i s e s t e ob s e r va ç ã o a p a r e ce com o e x p r e s s ã o d e i n d i gn a ç ã o d a s mu l h e re s
p e l o fa t o d os h o me n s a s va l or i za r e m p el a be l e za e p r e fe ri r e m s e mp r e a s mai s “ b on i t a s ” , a
d e s p e it o d a si n ce r i d a d e.
238
Ob vi a me n t e , a q u e la s qu e n ã o d es p r e za m os b on s e se r e cu s a m a a d mi r a r os p i or e s nã o s e
e n q u a d r ar i a m ne s t a d e fi ni ç ã o. P or ou t r o l a d o, h á h ome n s j ove n s i gu a l me n t e t on t os com
cé r e b r os i gu a l me n t e p ob r e s.
239
P or t a n t o, el a é a ma i or p r ej u d i ca d a p or s u a p r ó p ri a fa l t a d e b om s e n s o.
240
De vo l e mb r a r o l e it or q u e os cr it é ri os d e b el e za s ã o r e l a t i vos , n ã o e x i s te m d e u m p on t o d e
vi s t a ob j e t i vo e va r i a m e n or me me n t e a o l on g o d o t e mp o, d o e s p a ç o, d a s cu l t ur a s, d o e st a d o
e mo ci on a l e d os i n d i ví d u os . Ent e n d a -s e a q u i p or “ fe i a s” a q ue l a s q u e n ã o s e e n q u a d ra m n os
p a d r õ e s d it a t or i ai s de b el e za a d ot a d os p e l os pr ó p ri os “ p l a yb o ys ” p r e fe r i d os e q u e a s d e s pr e za m
p os t e r i or me n t e . Ai n d a a s si m, e s s as me s ma s mu l h e re s p od e m s er con s i d e r a d as “ b on i t as ” p or
h ome n s q u e a d ot e m ou t r os cr i t é ri os . A b e l e za e xi s te a pe n a s d o p on t o d e vi s t a s u bj e ti vo, e m
d e p e n d ê n ci a d o e st a d o i nt e r i or da q u e le q u e con t e mp l a . Nã o e n te n d e mos q u e fu l a na é l in d a e si m
o s e n t i mos p oi s a be l e za n ã o é a l go r a ci on a l . “ Be l a” é a mul h e r p or q u e m u m h ome m s e
a p a i x on ou , i n d e p e n de n t e me nt e de s ua s for ma s “ ob j e ti va s ” ( e u n ã o cr e i o n a ob j e ti vi d a d e d a
ma t é r i a) . A p a i x ã o t r a ns fi gu r a s e u ob j e t o.

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aceit ando os sinceros. Em out ras palavras: os emocio nalment e ho nest o s
co mem o resto rejeit ado pelo s playbo ys e cafa jest es.

A propósit o da alt ura: as mulheres nunca se fascina m por ho mens que


lhes sejam infer ior es. Isso se percebe, por exemplo, pelo seu gost o po r
ho mens que se jam mais alt os ou, pelo menos, que t enham a mesma alt ura
que elas. Ho mens que se casam co m mulheres bem ma is alt as devem reun ir
u ma grande so ma de out ros at ribut os para serem super iores aos grandões e
evit ar os chifres. Ent re do is pret endent es abso lut ament e iguais em t udo ,
meno s em alt ura, o prefer ido será o mais alt o.

Ent ret ant o, não acredit e que so ment e a alt ura bast a. A fêmea é louca
para dar seu sexo para ho mens super iores em qualquer sent ido mas, se o
cara fo r super ior apenas na alt ura, t ambém t o mará chifre. A maior ia das
mu lheres co mpro met idas que um co lega meu co nquist ou pert enciam a
ho mens grandes e ele era baixo. Acont ece que muit as vezes elas se
envo lvem exclusivament e co m os car as alt os quando ainda são muit o novas
e, ao mesmo t empo, tolas mas depo is descobr em que eles são seres humano s
no r mais e podem ser algumas vezes t ão infa nt ilizados, est úpidos, grosseiro s
e desint eressant es quant o os baixo s 241. Como querem loucament e dar o sexo
para u m super-ho mem, met em chifre no gorila se aparecer um chimpanzé
mais int eligent e que saiba seduz í- las.

O que toda mulher quer, inco nscient ement e, é ficar alucinada,


endo idecer, perder co mplet ament e a razão 242. Mas ela só faz isso com quem
co nsid era especial. Ent ão, se você quer alguma, o que t em que fazer é
dest acar- se aos seus o lhos de um modo posit ivo, preferencialment e, o u
negat ivo, se não dispor de out ro recurso. Mas é preciso habilidade para

241
Em ou t r a s pa l a vr a s : n ã o e x i s t e r el a ç ã o al gu ma e n t r e c a r á t e r e a lt u r a. Um h ome m a l t o p od e t er
ca r a ct e r í s ti ca s comp or t a me n t a i s a t ra e n t es p ar a a s mu lh e r es e ou t r o h ome m d a me s ma a lt u r a
p od e n ã o t ê -l a s . O me s mo é vá l i d o p a r a os h ome n s b a i x os . Al gu n s h ome n s b a i x os s ã o a lt a me n te
d e s i n te r e ss a n te s pa r a a s mul h e r es e n qu a n t o ou t r os n ã o o s ã o.
242
P oi s , com o e s cr e ve u Al b e r on i ( 1 9 8 6/ s e m d at a ), o q u e e l a s b us ca m s ã o a s e moç õ e s i n t e ns a s .

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fazer isso. Não vá sair ost ent ando porque elas simp lesment e zo mbar ão e
vo cê ficará co m cara de idiot a.

Para co meçar, o home m deve t er at rat ivos de verdade e não


simp lesment e fingir que os t em. Se você pensa que so ment e fingindo vai
co nsegu ir co mer t odas, pode jogar seu cérebro no vaso sanit ár io e dar
descarga porque est á redondament e enganado. A mulher ir á t e obser var e
vai p erceber seu fingiment o e suas fraquezas at ravés de suas at it udes. E m
segu id a vai fingir que est á sendo enganada e depo is t e ferrará de alguma
maneira. Você ficará chorando e nem ad iant a me escrever porque vou t e
mandar ir para o quint o dos infer nos.

O fat o das mulher es geralment e não abordarem os problemas da vida


amo ro sa pela via racio nal e int elect ual não significa de modo algu m qu e
sejam pouco int eligent es mas, ao cont rário, indica que são muit o mais
int eligent es do que nós, pois no per igoso campo do amor não é o int elect o
que co nt a mas sim a capacidade de não se deixar dest ruir emocio nalment e e
t ambém, infe lizment e, a capacidade de at ingir o outro nos sent iment os. O
int elect o deve ser passivo:

“O i n t el ect o é um bel o ser vo, m a s um m est r e t err í vel . É o in str um en t o de poder


da n ossa sepa r a t i vi da de. ” (DASS, 1997, p. 201)

O int elect o serve so ment e para analisar, classificar, ident ificar causas
e co nseqüências, sist emat izar, argument ar, t eorizar para, finalment e e
depo is de t udo isso, concluir e co mpreender. Ent ret ant o, t udo isso é
secu ndár io na guerra da paixão porque o inst int o é muit o mais velo z.

O ho mem que concebe a int eligência apenas em t er mos int elect uais,
su best ima o poder da int uição e da int eligência emocio nal, a qual ne m
sempre será ut ilizada para o bem e poderá at é dest ruí-lo emoc io nalment e. A
capacidade de int uir est á relac io nada à sens ibilidade (KANT, 1992), a qual
é alt ament e desenvo lvida nas mulher es, o que não significa que est a
facu ldad e cognit iva seja int r insecament e alt ruíst a.

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Est a maior int eligência emocio nal e int uit iva nas mulheres faz co m
que elas quase sempre vençam a guerra do amor. A habilidade e a
frequ ência co m vencem é t ão grande que elas cost umam dar est a vit ór ia
co mo cert a. Os ho mens cost umam subest imar a int eligência feminina pela
vis ível ausência de t eor analít ico, conceit ual, argument at ivo et c. em seus
co mpo rt ament os e é por isso que se ferram. O erro pode algumas vezes at é
ser fat al.

As mulher es não são est úpidas co mo os homens pensam, induzido s


pela apar ência. São alt ament e int eligent es. Apenas s imulam ingenuidade
para parecerem t olas po is assim os enganam e sempr e podem alegar
desco nheciment o e falt a de ent endiment o a respeit o do que fazem. Sua
int eligência se processa de um modo que quase não percebemos exist ir e
que elas proposit alment e nos escondem 243. São t ão int eligent es que chegam
a ser emocio nalment e per igosas e por isso escrevo est e art igo para que
po ssamo s nos defender dest as bruxas espert inhas, maravilhosas, t err íveis e
go sto sas, garant indo-as so ment e para nós. A int eligência feminina é
predo minant ement e emocio nal e não int elect ual. São t ão espert as que
co nvencem qua lquer um quando fingem ingenuidade, inocência e
desco nheciment o. A ilogic idade feminina é sinal de espert eza e não de falt a
de int eligência.

O macho int eressant e aos olhos femininos é aquele que se dest aca
po sit ivament e da for ma mais amp la possíve l. E las quere m fazer amor co m
u ma mescla do heró i mít ico sobre- humano e do vilão dos romances cor-de-
ro sa e das novelas água-co m- açúcar. Est e é o ho mem ideal. Obser ve-o e
est ude-o porque aí est á a chave. Est e é o "macaco pr incipal do bando". Não
se iluda achando que a bondade será reco nhecida.

243
Em ou t r a s pa l a vr a s, el a s s i mu la m d e s e nt e n di me n t o, i n ge n u i d a d e e i n ocê n ci a , fa ze n d o -n os
a cr e d i t a r q u e n ã o co mp r e e n d e m ce r t a s coi s a s q u a n d o l h es con vé m. A fr a s e s e r e fe r e à
i n t el i gê n ci a e moci on a l vol t a d a p a r a fi n s e goí s t a s .

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No paleo lít ico, o homem idea l era fis icament e mais fort e e aguerr ido
po rque dava a sensação de prot eção. Hoje est e at r ibut o fo i t ransfer ido para
o ut ras esferas mas e m essência cont inua sendo o mesmo po is a mulher quer
u m ho mem que lhe dê a sensação de segurança em vár ios sent idos. Se vo cê
duv ida, bast a obser var os ho mens dest acados: art ist as, empresár io s,
mafio sos e out ros. São donos de verdade iros haréns.:

“ A ob s e r va ç ã o ob j e t i va e s e m pr e con ce i t os d a r ea l id a d e n os mos t r a q u e e x is t e m ap e n a s
a l gu ma s ca t e gor i a s d e h ome n s q u e p os s u e m mu l h e re s be l ís s i ma s : os l í d er e s ca ri s má ti cos , os
mi l i on á r i os , os as t r os fa mos os , os gr a n d e s a t or e s , os gr a n d e s di r et or e s e os Gâ n gs t e r e s.

A b e l e za , a gr a n d e b e l e za , é i n e x or a ve l me n t e a t ra í d a p e l o p od e r , e o p od e r t e n d e,
i n e x or a ve l me n t e , a mon op ol i zá -l a . É e ss e l i a me p r ofu n d o, a n ce s t r a l , ma s s e mp r e vi v o e
r e n ova d o, q u e t or n a os h ome n s c omu n s p r u d e n t es . ” ( ALBE RON I, 1 9 8 6 / s e m d a t a, p. 32 )

Se você é t ímido, medroso, sent iment al, sens ível, carent e ou ret raído
e quer ser assim para sempr e, recusando-se t eimo sament e a se modificar,
desist a porque as mulheres não são para você. Renuncie à sua
mascu linidade e as esqueça po is fragilidade é um at r ibut o fe minino e não
mascu lino. É claro que nós, os machos, t emos limit es e fraquezas mas elas
não o s querem ver. E las querem co nhecer apenas nossos pont os fort es,
no sso s at rat ivos. São int o lerant es co m nossas fraquezas e fragilidades,
embo ra sempre digam o cont rár io.

Um pr imeiro at ribut o que enlouquece as fê meas é a habilidad e


mascu lina em fazer dinheiro. Isso acont ece porque elas possuem um inst int o
ancest ral para a prost it uição inco nscient e desde o paleo lít ico e querem dar o
sexo para quem t em maior es recursos mat er iais, assim co mo as fêmeas d e
o ut ro s mamíferos. A prost it u ição é a profissão fe minina mais ant iga que
exist e e não devemos t er preconceit os cont ra as prost it ut as. É claro que
nenhu ma espert inha irá assu mir isso e at é irá simular indignação mas a
o bser vação o revelará co m exat idão mat emát ica. Obser ve que os macho s
mais r icos sempr e ficam co m aquelas que os out ros gost ariam de t er.
Ver ifiq ue t al fat o e depois co nclua por si mes mo se est ou ment indo ou não a

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respeit o. Mas não se iluda: se você t iver apenas dinhe iro e mais nada,
t ambém levará chifre porque ela não est ará preenchida. Caso você queira
apenas se divert ir sem co mpro misso não haver á nenhum proble ma, mas não
invent e de se casar porque est ará sendo usado apenas para ser provedo r
mat er ial e out ros caras a levarão ao mot el.

Um segundo at ribut o at raent e é a indiferença. Se você fica dando em


cima delas feit o um desesperado, o único que irá conseguir é fazê-las
acred it ar que é inco mpet ent e e inábil na co nquist a, um mero assed iador. O
ho mem fascinant e não at aca, não dá em c ima e nem mexe co m ninguém.
S imp lesment e exist e co m seus at rat ivos e as obser va co mo se não as
o bser vasse, mant endo-se indiferent e enquant o elas enlouquecem. Busca e
est reit a o cont ato sem t er nenhuma pret ensão.

Se você já est á se relacio nando regular ment e co m alguma mulher


delicio sa, uma boa for ma de co nseguir a indiferença é t rabalhar na mort e
do s egos envo lvidos na paixão. Quando sua co mpanheir a co meçar co m
jo g u inho s, t est es e sessões de t ort uras ment ais, não ocupe sua ment e co m
essas inut ilidades e verá que logo ela ficará at rás de você feit o louca.

Esses caras que ficam mexendo com mulher es nas ruas, assediando-as
em t o do lugar, perseguindo-as ou passando-lhes a mão sem que elas
aut o rizem não passa m de umas best as incompet ent es. É por causa deles que
é t ão difíc il conqu ist ar as mais gost osas, que acham que os ho mens são
to do s parecidos.

Um t erceiro at ribut o é ser sociável. Veja bem: você deve ser


ind ifer ent e mas amigável. Se você ficar ret raído, chocando ovo em sua casa
e esp erando que alguma cr iat ura linda caia do céu co m a vagina abert a
so bre sua cabeça, envelhecerá minguado. Deve conhecer muit as mulher es,
ser amigo de verdade e ir aos poucos se t ornando mais e mais ínt imo. Para
deixá- la louca para t e dar o sexo, é preciso ir conversando com ela sobre ela

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mesma, co mpr eendendo-a mais e mais. Logo ela est ará cont ando-lhe suas
int imid ades. Não a at raiçoe.

As mulher es, assim co mo os ho mens, possuem u ma gigant esca


necess idade de ser em co mpreendidas sem co mpreender o out ro. Mas não
pense que isso significa que deve mos fazer t udo o que elas quer em. Quando
o ho mem co mpreende realment e a psique fe minina, conhece todas as suas
manhas e t est es. Sabe que, se for submisso, será considerado um co it ado e
que precisa ser melhor do que ela em t odos os campos par a ser at raent e.

Um quart o at ribut o é a int eligência. Um cara burro é um zero à


esqu erda. Mas não vá ficar ost ent ando erudição porque t ambém se t ornará
irr it ant e. Saiba medir o que fala, seja pro fundo no diálogo e t enha a vida
dela no cent ro das conver sas, como se você a conhecesse melhor do que ela
pró pria. Procure est udar, t er ao menos um grau de inst rução razoável, para
que o inconscient e feminino t e considere super ior aos out ros ho minídeos.

Um quint o at ribut o é o dest aque. Qualquer macho dest acado ant e u m


grupo é desejado pelas fêmeas do bando. Os conferencist as, por exemplo ,
quando são bons e impressio nant es, quase sempre t raçam algumas
“vad ias 244” da plat éia. Os mo leques ma is bagunceiros sempre são o s
go sto sões da esco la porque desafia m a aut oridade e at endem ao anelo
co let ivo dos adolescent es t ont os, dest acando-se dest a maneira. O mesmo
aco nt ece co m grandes ho mens que são líderes genia is, par a o bem ou para o
mal, e se dest acam, co mo Che Guevar a, mafio sos, donos de empresas o u
líd eres de quadr ilha, art ist as famosos et c. os quais são t ambém dest acado s
do s demais. Mas você não precisa chegar a t ant o...bast a ser melhor do que
o s seus r ivais nos aspect os corretos.

Um sext o at ribut o é a fala. Procure ent onar sua voz e ut ilizar as


palavras de uma for ma bem masculina e super ior mas não grosseir a. Evit e
falar p alavrões ou falar co mo se fosse caipira ou analfabet o. Se o seu grau

244
No s e n t i d o d a d o p e l os di ci on á r i os M i ch a e li s ( 1 9 9 5 ) e Au r é l i o ( F ERRE IR A, 1 9 9 5 ) .

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de inst rução for baixo, to me vergonha, t reine e co mece a ler par a enr iquecer
seu vo cabulár io (sem usar palavr as que soem esquis it as) 245. Evit e t ambém
u ma fala desmasculinizada. Se você convive muit o co m mulheres, tome
cu idado para não int rojet ar inconscient ement e ent onações e expressõ es
femin inas na fala.

Um sét imo at r ibut o é a decisão. Mulheres gost am de ho mens


decid idos, que t omam at it udes. Sabe aqueles caras que t omam a at it ude
cert a na hora H, quando ninguém sabe o que fazer ? E nt ão... Não seja
t it ubeant e. Faça sempre a co isa cert a. Por exemplo, demo nst re fir meza para
co nseguir t rabalho, para at ingir realizações pessoais e mat er iais. Não fiqu e
vacilando ou ela o tomar á por um t rouxa.

Quant o mais “bonit a” é a mulher, mais difíc il de lidar e fresca é 246.


Quant o mais “feia” 247, mais fác il. I nfeliz ment e, o valor social da mulher é
dado pela sua beleza fís ica e as mulher es ma is lindas cost umam ser as mais
co mp licadas para se relacio nar. As mulheres lindas dific ilment e são para
casament o. Em geral, parece- me, são meros pedaços de car ne e ser vem
so ment e para o sexo porque podem co met er adult ér io facilment e quando
macho s melhores do que você se aproximam 248. A mulher “fe ia” é mais

245
Nã o s ou p r e con ce i t u os o c on t r a h ome n s d e p ou ca i n st r u ç ã o. O i n c on s ci e n t e fe mi n i n o é q ue o
é . ..
246
P a r a me l h or comp r e e n d e r e st e a s p e ct o, s u gi r o a o l e it o r q u e a s s is t a ou l e ia a p e ç a “ Bon i t i n ha
ma s Or d i n ár i a” , d e Nel s on Rod r i gu e s .
247
Le mb r e mos q u e a fe i u r a é s e mp r e r el a ti va . Uma p e ss o a j a ma i s se r á a b s ol u t a me nt e “ fe ia ” ma s
s i m r el a ti va me n t e “ fe i a” . S e r á “ fe i a ” s ob d e t er mi n a d o p on t o d e vi s t a ou a s p e ct o e e m re l a çã o a
a l go. Uma mu l h e r p od e s er “ fe ia ” p ar a u m h ome m e l i nd a p ar a ou t r o, p od e r á s er “ fe i a” ou
“ l i n d a” p ar a s i mes ma ou p a r a a s ou t r a s mu l h e re s , p od e r á se r “ fe i a ” e x t er i or me n t e ou
i n t e ri or me n t e e t c. M e u p on t o d e vi s ta é o d e q u e t od a s a s p es s oa s , i n cl u i n d o a s d o s e x o
fe mi n i n o, s ã o s i mu l ta n e a me n te l i n d as e h or r í ve i s s ob mú l t i pl os a s p e ct os . Na fr a s e e m q u e st ã o,
e s t ou me r e fe ri n d o à q u e la s q ue se a ut o- c on s i d e r a m n ã o-e n q u a d r á ve i s n os e s t er e ó ti p os
c on ve n ci on a i s d e st e s é cu l o. P a r a mi m, e s t as sã o ma i s fá ce i s d e li d a r e mai s comp r e e n s i va s .
Ob vi a me n t e , e st a s me s ma s mul h e r es p od e m s e r con s i d e r a d a s li n d a s s ob vá r i os a s p e ct os ou p or
vá r i os h ome n s , d e p e n d e n d o d a s it u a ç ã o. O h ome m s a b e e n con t r a r be l e za e m u ma mu l h e r q u a n d o
a d e s ej a ( Al b e r on i , 1 9 8 6/ s e m d a t a) . A b e l e za e m si n ã o e xi s t e, é u ma s i mp l es for ma me n t a l
p r oj e t a d a . Eu , p or e x e mpl o, a ch o u ma mu l h e r k u hi k u r u mu it o ma i s li n d a e de s ej á ve l d o q u e
q u a l q u e r t op mod e l e j a ma is t r oca r i a u ma pe l a ou t r a . Uma mu l h er n ã o é b e l a ou fe i a e m s i e p or
s i me s ma, ma s s i m pa r a a q u el e q ue a con t e mp l a . S ã o os i n st i nt os q u e fa l se i a m a p er ce p ç ã o d o
h ome m, i n d u zi n d o- o a ve r a mu l h e r com o “ o b e l o s e x o” ( S CHOP ENH AUER, 2 0 0 4 )
248
Es t a r e al i da d e es t á r et r at a d a e m “ O Fa u s t o” . Qua n d o o h e r ó i e n con t r a He l e n a, a Be l e za , é
a l e rt a d o q u e d e ve r á ma n t er -s e s e mp re pr on t o a d e fe n d ê -l a p el a s a r ma s p or s e r a ma i s b e l a
( GOETHE, 1 8 0 6 e 1 8 3 2/ 2 0 0 6 ). A d i s p ut a d os ma ch os p e l a s ma i s b e la s cos t u ma s e r s e mp re
a ci r r a d a .

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adequ ada ao casament o porque, como não t em opção, relut a ma is em t rair,
apesar de t ambé m t erem a ancest ral t endênc ia nat ural à prost it uição
inco nscient e. E liane Calligar is descreve est a t endência do inco nscient e de
fo r ma int er essant e:

“Mui t a s m ulh er es en con t ra m ba rr ei ra s em di vi dir sua s fa nt a si a s sexua i s com o


h om em que a ma m . Às vez e s, el a s i m a gina m : ‘O que el e va i pen sa r de m im ? Ser á que va i
c on t in uar m e am an do com o esp osa e m ã e de seus fi l h os ?’ (Ca l l i gar i s, 2006, s/ p)

“A fa n t a sia da pr ost i t ui çã o per m i t e que a m ulh er desen vol va sua sexua l i da de sem
a s a m arra s do pa i e se en tr egue à r el a çã o c om um h om em ou m esm o c om um a m ulh er ”
(Ca l l i gari s, 2006, s/ p)

“S e el a est a bel e c er , para out r o h om em , o m esm o va l or de dese j o que a t r i bui u a o


pa i , t er á de ser só um a dam a – e n ã o se en tr ega r sexua l m en t e a el e [o que expl i ca a
quei xa dos m a r i dos de que a s esp osa s s e m an t ém di st ant es], poi s a úl t im a coi sa que quer
per der é o a m or [r ece bi do un i l a t era l m en t e, en tr et an t o]. Ma s a m ulh er pode t a m bém
en t en der o c on tr ár i o. Quan do deve super a r o dese j o pel o pa i , sen t e-se t ra í da e pen sa o
segui n t e: quer o t odos os h om en s n o l ugar de um . Ent ã o, el a esc ol h e out r a opçã o, a da
pr ost i t ut a . Nã o a pr ost i t ui çã o r ea l , m a s a entr ega par a h om en s desc on h eci dos[ e,
por t an t o, é a quel e que n ã o se dei xa con h ecer , o m i st er i oso, o qu e desp er t a a at ra çã o
sexua l , e nã o o si n cer o que s e m ost r a e se dei xa c on h ecer ]. ” (Ca l li gar i s, 2006, s/ p)

“A r el a çã o a m or osa en t r e um h om em e um a m ulh er pode ser per ni ci osa por que


pr oduz uma in ti m i da de en tr e dua s pessoa s que ja m a i s dever i a a con t ec er . O desej o fi ca
c om ver gon h a de exi st ir . A pr ost i t ut a é a quel a que nã o per gunt a de on de o h om em vem .
Pa r a el a , el e é um desc on h eci do. Os h om en s gost a m de est a r n est a posi çã o. ” (Ca l l i gar i s,
2006, s/ p)

Na prost it uição ext er ior izam- se fant asias inco nscient es vinculadas à
ent rega sexual t ot al (Calligar is, 2005). Não devemo s t er preconceit o e nem
mu it o menos ódio cont ra as prost it ut as, já que elas cumprem uma função
so cial import ant e e, no que se refere à sincer idade dos sent iment o s
amo ro so s e à fidelidade, most ram- se t al co mo são desde o início. Nenhu m
ho mem pode prot est ar cont ra uma prost it ut a acusando-a de t rair seu s
sent iment os por t er mant ido relações sexuais co m out ros ho mens. Nest e

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sent ido , elas são mais honest as do que as espert inhas que querem par ecer
ing ênuas, puras, sant as e fiéis.

Se você pensa que alguma mulher ir á amá-lo por piedade,


simp lesment e por querer ret ribuir- lhe seu amor e seu desejo, est á perdido .
As “vadias 249” não amam depo is que você ent rega o coração, apenas fingem
amá- lo ant es da ent rega.

Tais mulheres são seres inve josos e malévo los por nat ureza. Os car as
que acham que vão conquist á- las sendo bonzinho s só se dana m. E las o s
to rt uram e os levam à loucura. Conheço vár ios que se mat aram por isso. E
vo cê pensa que elas ficaram co m dó ?

Inve josas por nat ureza, essas mulheres lança m-se sobre um ho mem
quando o vêem aco mpanhado por uma namorada linda par a to má-lo .
Segu ndo Cláudia Pacheco (1987), o que as mot iva a isso é a inveja. Vo cê
po de t irar proveit o desse fat o arrumando uma namor ada linda ou pagando a
algu ma aco mpanhant e bo nit a para que ande co m você em algum lugar ond e
est iver alguma que você queir a conqu ist ar. Dest e modo, o inco nscient e da
sua "presa" acredit ar á que, se você possui uma fê mea maravilho sa e
super io r, você so ment e pode mesmo é ser mu it o bo m. Ent ão a t erá
co nqu ist ado.

Malévo las, as “vadias 250” submet em o ho mem incansavelment e a


t est es e sessões de t ort uras ment ais dissimu ladas par a conhecer su as
reaçõ es. Marcam enco nt ros e não comparecem, provocam ciúmes co m
at it udes de gent ileza para out ros machos se m admit í-lo, pro met em
mar avilhas no campo sexual e não cumprem et c. t udo com a fina lidade de
ver as reações do ho mem. O mais int eressant e é o joguinho de aproximar e
afast ar que fazem par a deixar o ho mem confuso, inseguro e louco. Por t udo
isso , é ext remament e import ant e não se apaixo nar mas, às vezes, fingir co m

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No s e n t i d o d a d o p e l os di ci on á r i os M i ch a e li s ( 1 9 9 5 ) e Au r é l i o ( F ERRE IR A, 1 9 9 5 ) .
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No s e n t i d o d a d o p e l os di ci on á r i os M i ch a e li s ( 1 9 9 5 ) e Au r é l i o ( F ERRE IR A, 1 9 9 5 ) .

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per fe ição que se est á apaixo nado, pelo menos at é fir mar be m o vínculo. O
apaixo nado é vist o como um mor ibundo digno de piedade e as mulher es não
sent em at ração por coit ados.

Se você não for apaixo nado, passará por t odos esses t est es e a mulher
se ent regará, vencida. Mas para isso é import ant e que você t enha eliminado
pelo menos uma boa part e dos agregados psíquicos envo lvidos na paixão
para poder aguent ar, senão irá arr iar. Quando ocorrerem os joguinho s,
aco mpanhe-os sem pert urbação. Quando ela se aproximar, receba-a e
quando se afast ar fingindo desprezá- lo, ignore-a at é que ela vo lt e.

O ho mem que se t orna emoc io nalment e dependent e causa repulsa. É


vist o como um fraco, como alguém que merece apenas migalhas de amor e
para quem ela apenas fará pequenas "concessões" erót icas e afet ivas de vez
em qu ando, mas jamais se ent regará t ot alment e porque aos seus olhos a
ent rega é dest inada so ment e aos que são inacessíveis.

Quando um macho é consider ado inacessíve l ou semi-inacessível po r


sua super ior idade, despert a as paixõ es mais loucas. A fêmea t ent ará po r
to do s o s meio s possíveis derrubá- lo, t razê-lo abaixo e dobrá-lo. S imulará
frag ilid ade, t r ist eza, vulner abilidade para t ent ar est imular o inst int o
mascu lino prot etor. Se isso falhar, co meçará a provocá-lo co m decot es e
saias curt as, obser vando sempr e suas reações. Tent ará irr it á-lo, envergonhá-
lo , enfurecê- lo... Se nada disso funcio nar, enviará bilhet es e cart as de amo r,
t elefo nará. E nt re uma e out ra dessas t ent at ivas, poderá t ent ar ridicular izá-lo
para vingar-se por est ar sendo rejeit ada. Caso o macho a aceit e, deverá
fazê- lo co mo se fosse uma mer a concessão mo ment ânea de seu precio so
t empo e não est ivesse muit o int eressado nisso.

O que faz algumas serem t ão ávidas pelo s machos melhores é sua


nat ureza invejo sa e sua t endência nat ural à prost it uição inco nscient e.
Querem os machos mais dest acados para exibí-lo s e para obt erem garant ias
mat er iais. O amor feminino cheir a a bens mat er iais e exibic io nis mo .

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Obser vem que não exist em mendigos encant ados mas apenas pr íncipes
encant ados. Já not aram?

Tudo isso faz part e do s atribut os encant adores do homem super io r


que as mulheres buscam feit o loucas mas quase nunca encont ram. No fundo ,
t udo se resume a t rabalhar po sit ivament e as crenças que elas possuem sobr e
nó s, inst alando-as de modo favorável e se prot egendo cont ra seus feit iço s,
o s quais são poderosos e não podem ser subest imados. Não é à toa que a
cu lt ura medieval e a cult ura islâ mica se preveniram t ant o cont ra o poder
dest e ser refr at ár io, ambíguo, fascinant e, fugaz e delicio so!

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28. Ao telefon e

As mulher es ama m mu it o pelo ouvido, ao cont rário de nós que


super valor izamos o lado visual. Apreciam canções e sussurros de amor,
excit am- se ao t elefo ne quando sabemos ut ilizar a voz e a fala de for ma
co rret a.

Tendo um t elefo ne em mãos, suas ar mas serão apenas duas: o t om de


vo z e o cont eúdo de sua fala, os assunt os que irá dizer.

Não t elefo ne ant es de t er em ment e o que vai dizer de for ma clara e


decid id a. Seja amável porém fir me. Diga o que t em a dizer e se ret ire. Se
vo cê ficar est icando o cont ato sem necessidade, será vist o como um fraco ,
carent e. P laneje o que vai dizer, t elefo ne, diga de for ma clara e diret a, e se
ret ire.

Tome cu idado co m as par adas psíquicas, ou seja, co m a hesit ação. As


paradas psíquicas são mo ment os em que nossa ação é congelada pela
incert eza a respeit o do que devemo s ou não dizer, nos deixando sem
assu nt o. É melhor co mplet ar o que t em a ser dit o e desligar o t elefo ne do
que pro longar a co nver sa caindo em um r idículo s ilênc io por não se saber o
que falar. A ausência de assunt o em um co nt ato t elefô nico provoca
desprest ígio por indicar que não sabemo s o que queremos, que so mo s
ho mens hesit ant es, vacilant es, indeciso s e, port ant o, desint eressant es.

Uma for ma de impedir a parada psíquica é t raçar um plano d e


co nver sa ant ecipadament e, esco lhendo cuidadosament e os assunt os. Para
mar car a imaginação feminina levando a vê-lo co mo um macho difer ent e,
evit e a t odo custo a repet ição mecânica dos mesmos assunt os que todos o s
id io t as sempre abordam.

Ut ilize um t om de voz de co mando, seja imperat ivo.

198

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Não espere ela t er minar a conversa. Sempr e to me a iniciat iva de
deslig ar pr ime iro. Preserve a "vont ade de co nver sar mais" para out ra
o po rt unidade. As espert inhas sempre querem desligar na nossa car a, ent ão
ro ube- lhe a sensação da vit ór ia desligando pr imeiro.

Não fique enchendo-a de pergunt as. Ist o demonst ra int eresse


excess ivo e causa aversão pois apenas os débeis e car ent es, incapazes de
co nqu ist ar fêmeas int er essant es, demo nst ram int eresse excessivo por uma
mu lher em especia l.

Co mande a conversa, seja o líder. Ao mesmo t empo, seja prot eto r.


Demo nst re det erminação e um leve cuidado por ela. Co mo diz Riddick à
251
garo t a Jack: "Talvez eu me importe" . Não demonst re cuidado excess ivo.

Não retorne imed iat ament e às ligações. Deixe-a ligar uma ou duas
vezes e apenas ent ão retorne. Surpreenda ligando de vez em quando de
fo r ma inesperada.

Para mant er os níveis da excit ação feminina nos níveis mais elevado s
po ssíveis e durant e a maior part e do t empo, at ive a imaginação, dizendo
aqu ilo que a enlouquece. Ent ret ant o, alt erne, ausent ando-se at é ser
pro curado. A ação cont ínua em uma única direção provoca aborreciment o .
Obser ve co mo elas alt er nam a condut a conosco.

Ao lidar mos co m mu lheres, seja ao t elefone ou pessoalment e, sempre


se faz necessár io um arsenal de est rat égias que as forcem a revelar suas
reais int enções. É preciso t er sempre à mão reações que as impeçam de se
esqu ivarem da clareza. É comum, por exemp lo, que cert as garot as tomem a
in ic iat iva de t elefo nar ou emit am sinais de int eresse para at raí-lo ao cont ato
po r t elefo ne ou pessoal mas, assim que est ejam co m você ou ouvindo-o ,
fiqu em em silêncio ou lhe esp et em a desco ncert ant e pergunt a: "O que vo cê
quer ?" Out ras vezes simples ment e ordenam: "Fale." Ao agirem assim,

251
F i l me “ A Ba t a l h a d e Ri d d i ck ”

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sugere m subliminar ment e que o int eressado é você e não ela. Ao suger ire m
ist o , est ão se co locando como um prêmio. Est a sugest ão subliminar não
deve ser aceit a e precisa ser desmo nt ada. Para desart iculá-la, bast a cr iar
u ma sit uação que a force a revelar se realment e est á int eressada ou não, de
maneira a eliminar qualquer so mbra de dúvida. Se ela co meçar a br incar
co m você, enviando sinais cont radit ór ios para confundí-lo, cr ie
reso lut ament e, sem a menor hesit ação ou medo, uma sit uação definit iva
co mu nicando- lhe algo mais ou menos assim: "Tel ef one somente quando
estiver real mente int eressada em mim. Se você (a espert inha) não me
telef onar em n dias (prazo definido por você) saberei que nunca esteve
interessada e não esperarei mais". E m segu ida, des ligue na cara dela. Co m
est e pro cediment o você a obr iga a revelar suas verdadeiras int enções e
desart icula o joguinho po is a sit uação não per mit e nenhuma espécie de
co nfusão. A própria t ent at iva de confundir irá desmascará-la. Se a garo t a
não t elefo nar, t erá se revelado e se t elefonar t ambém! Ao agir ass im, vo cê
est ará se mo st rando um ho mem decid ido e det erminado, que não hesit a em
seu s o bjet ivos. Obvia ment e, o t iro sair á pela culat ra se você est iver
apaixo nado ou apegado po is t rat a-se de “explod ir uma bo mba” que at ing e
so ment e aque le que est iver mais apaixo nado, apegado e necessit ar mais do
o ut ro .

200

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29. Anexos

Obs. 1 Seguem a gor a um a en tr evi st a e a l guma s m en sa gen s el et r ôn i ca s en vi a da s a am i gos.


Nest a t er cei r a edi çã o vi r t ua l , subst i t uí a l guma s pa la vr a s por sin ôni m os pa ra m a i or
cl a r ez a e para im pedi r di st or çõe s i n t en ci on a i s e i nt er pr et a ções t en den ci osa s por pa rt e de
l ei t or es un i l at er ai s. T oda s a s obs er va ç ões a qui con st a n t es, com o a s dem a i s do l i vr o, se
r efer em a pen a s à s m ulh er es que cor r espon dem a o per fi l c om por t a m en ta l com o qua l n os
ocupa m os.

Obs. 2 A pr esen t e en tr evi st a n un ca foi pu bl i ca da for a dest e l i vr o. Foi fei t a por um a


l ei t or a fem i n i st a, por sugest ã o m i nh a, com o fi m de e scl a r ec er pon t os c on fus os qu e se
or i gi nar am dur ant e um a ca ót i ca di scus sã o vi r t ua l . Após m ui t a s t en t at i va s in fr ut í fer a s de
fa z er com que um pequen o gr upo de m ul h er es en t en dessem m eus p on t os de vi st a , e vi st o
que a con fu sã o s om en t e a um en t a va , sol i ci t ei -l h es que en vi a ss em a s obj e ç õe s s ob a
for m a de per gun ta s. A i den ti da de da en tr evi st a dor a foi m a n ti da em si gi l o.

Obs. 3 As pr esen t es c or r espon dên ci a s sã o, em sua ma i or i a, r espost a s a m en sa gen s de


vá r i a s fem i n i st a s h ost i s que m e escr e vi a m a ta ca n do m eus pon t os de vi st a . T a m bém há
r espost a s a a l gum a s pessoa s que s ol i ci t a r a m m in ha s opi n i ões a r espei t o da s si t ua ções
pel a s qua i s pa ssa va m . A i den t i da de dos c or r espon den t es foi m a nt i da em si gi l o em t odos
os ca s os.

201

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Anexo 1. Ent revi sta com o autor

P- Por que razão as mulher es se casam ?

Na esmagadora maior ia das vezes, porque querem um t rouxa para exib ir


para a família, para as amigas e para sociedade e t ambém para met er-lhe
chifr es. É por isso que exigem que seja m s inceros, t rabalhadores e queiram
assu mir co mpro misso. Est es são os chamados "bons rapazes", os quais t em a
fu nção de amarem se m serem amados po is os que de verdade receber ão to do
o amo r são os maus, os cafajest es, aqueles que não prest am, que elas
chamam de "pedaço de mau caminho". Est es são mais magnét icos e as
at raem int ensament e. É co muns ouvir-se dizer que elas "se casam co m o s
bo ns rapazes", ou seja, co m os idiot as.

P - Vo cê afir ma que a mulher não sabe o que quer ser (amiga, garot a
"ficant e" de sexo casual, amant e, namorada ou esposa). Nunca pensou que
isso acont ece porque os ho mens não demonst ram nenhum int eresse e não
t em segur ança, sendo que nós precisamos disso e, se não t emos, caímo s
fo ra?

S im. Eu analiso. É por ist o que recomendo ao homem que defina a relação
co nfo r me a mulher age e se co mport a e não a part ir do que ela diz.

P - Po r que os ho mens se fecham quando est ão com problemas? E por que


acham que seus pensament os são a única ver dade?

Se fecham para se concent rarem e abat erem a caça ou o inimigo (o


pro blema). Nenhum caçador ou guerreiro gost a que o int errompam. Sobre a
o ut ra pergunt a: porque os argument os feminino s car ecem de objet ividade

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ló g ica e par a nos convencer é preciso ser racio nal 252. Não mudamo s de
o pin ião quando há falha ló gica, assim porque sim.

P - Po r que vocês são t ão preconceit uosos e nunca se abrem para out ras
o pin iõ es?

Oco rre que as mulheres t êm d ificuldade co m a elaboração de argument ação


po r serem pouco lógicas.

P - Se realment e calar- se e esquecer o problema é o ideal, porque os ho mens


vão a debat es, confer ências e est udam ?

Ao s debat es vão para se enfrent arem uns aos outros. A conferências e


est udo s vão para ent ender co isas que lhes int eressam. Ent ret ant o, não se
po de debat er, conferenciar ou est udar a relação com a nossa co mpanheir a.

P - Se o homem pode discut ir proble mas no t rabalho, co m par ent es e


amigo s, porque não pode discut ir a relação co m a mulher, especia lment e
pelo fat o de dizer que a ama?

Po rque a mulher é refr at ár ia a opiniões cont rár ias às suas. Suas posições se
o rig ina m de sent iment os e não de análises.

P - Se um ho mem possui uma filha jo vem que fica grávida, ele não dirá
nada pelo fat o de que "é inút il discut ir proble mas co m mulher es po is elas
t em a opinião for mada e ho mens não são de falar ", nada sendo dit o o u
reso lvido ? Nada import ará?

Não . Nest e caso ele deve or ient á- la corret ament e a respeit o do que fazer e
não d iscut ir, deixando-a arcar co m as conseqüências caso não queir a
co nco rdar. Jamais deve obr igar à força.

252
No ca mp o d os c on fl i t os a mor os os . M e u p on t o d e vi s t a é o d e q u e d i s cu ti r a re l a çã o s e mp r e
p i or a t u d o. S e nd o a s op i n i õ es fe mi n i n as fu n d a me n ta d a s n os s e n ti me n t os , t od a t e nt a ti va d e
e n q u a d r á -l a s e m u m s i st e ma l ó gi co q u e s e j a r a ci on a l , e n ã o e moci on a l , re s u lt a r á e m a u me n t o de
c on fu s ã o. O me s mo é vá l i d o p a r a a s op i n iõ e s d e h ome n s t oma d os p or u ma e moci on a l i d a d e
e x a ge r a d a . O fa t o d o h ome m s e r ma i s r a ci on a l n ã o s i gn i fi ca q u e el e s e j a ma i s i nt e li ge n t e .

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P - No caso dest a filha (que t ambém poderia ser a namor ada, a esposa, ou a
mãe) est ar depressiva e o HOMEM se fechar supondo que a t rist eza acabará
po r si mesma: ele nada faz ou apenas diz: "I sso não é nada demais, logo
passará" ? Será que passará realment e?

Não passa. Apenas passará se ele a ouvir ao invés de discut ir. A mulher
quer ser ouvida e não int errogada, muit o menos ainda cont radit a.

P - Será que, ainda que se ache que [a t rist eza] passou, a mulher, na
verdade, apenas não insist iu co m ELE por ser inút il uma vez que o ho mem é
fr io e não ent ende, reso lvendo não mais co mpart ilhar os problemas po r
não valer a pena, inic iando assim um pequeno vazio que se t ornará um
abismo ?

S im po is a mulher sempre necessit a se sent ir inco mpreend ida pelo ho mem


co m quem vive para just ificar a si mesma o fat o de que vai se abr ir e se
ent regar para out ro homem. Ist o est á na base de uma t eor ia pessoal que
est o u desenvo lvendo.

P - Se "falar é co isa de mulheres e não fica bem um ho mem t agarela" para


que vo cês conversam nas sext as- feir as quando t ermina o t rabalho ?

Depend e do est ágio de desenvo lviment o. Normalment e os ho mens


co nver sam para encont rar mulheres para t ransar. Mas há t ambé m os mais
evo lu ídos que discut em co mo exercer o domínio sobre 253 sua companheir a
específica para não precisar ir at rás de out ras. Est e é o est ágio mais
int eressant e. Mesmo os mo nogâmico s, como eu, precisam cont inuament e
sedu zir e exercer o domínio 254 sobre suas mulher es par a não serem t rocado s.

P - Co mo e sobre o que vocês ho mens co nver sam?

P r i n ci p a l me nt e n o q u e s e r e fe r e a pr ob l e ma s a mor os os , a r a ci on a l i d a d e at r a p al h a, p oi s o q u e
e n t r a e m j ogo s ã o os s e n t i me nt os : ca p a ci d a d e d e s u p e ra r a s pr ó p ri a s d e b il i d a de s e mo ci on a i s .
253
No s e n t i d o j á tr a t a d o n es t e l i vr o, i s t o é, d e e vi ta r co n fl i t os .
254
Vi d e n ot a s a nt e ri or e s s ob r e d omí n i o. P or “ d omí n i o” , d e ve m os e n t e n d er a ca p a ci d a d e d e
ma n t e r u m con t r ol e c on s e n t i d o d a si t u aç ã o d e mod o a e vi t a r q ue a p a r ce i ra s us t e nt e con fl i t os .

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Co nver samo s de for ma concent rada e buscando objet ividade, em ger al sobre
no ssas conquist as e reveses amorosos. Tais conver sas são ext remament e
impo rt ant es para o apr imora ment o de nossas habilidades, pr incipalment e no
que se refere a est rat égias de sedução, at aque e defesa nos jogos de
sent iment os e at ração com as mulheres. São reflexões. A fala das
255 256
mu lheres não é concent rada, é dispersa, vaga e super fic ial . Por serem
mu it o parecidas co m cr ianças, conversam so bre co isas bobas: o que fez
fu lano , o que acont eceu à esposa de belt rano et c. Não há análises, apenas
descr ições super ficiais marcadas por um t om de fundo emocio nal.

P - Po r que vocês ficam falando t ant o sobre mulher es ou acusando ho mens


que não pegam ningué m de ser em gays?

S im falamos po is dest e modo adquir imos co nheciment o est rat égico. Dent ro
do s parâmet ros gerais reinant es, é claro que esse car a que não pega ninguém
é ho mossexual ou, no mínimo, possui alguma d isfunção orgânica 257. Se
fo sse realment e um macho sexualment e at ivo est ar ia at rás das fêmeas. Mas
há t ambém os machos super iores que não correm “at rás de t odas” por serem
mu it o exigent es e despr ezá- las 258. Geralment e eles co nquist aram uma só
mu lher que vale por vár ias 259.

P - Vo lt o a pergunt ar: os ho mens ama m nos relacio nament os?

Segu ndo a concepção comum de amor, soment e os ho mens ingênuos. Já nas


mu lheres ocorre algo assim: ela se apaixona pelos at r ibut os sociais do cara.

P - Po r que vocês ho mens se desesperam quando a mulher vai embora para


sempre se vocês mesmo s dizem que "há mu it as por aí"?

255
Com a s q u a i s n os ocu p a m os n e s t e l i vr o.
256
Emb or a a b r a n ge n t e. O p od e r d e pe n e tr a r p on t u a l e p r o fu n d a me n t e e m u m te ma , e x cl u i n d o
t od o o r e s t o, é p r e d omi n a n t e me nt e mas cu l i n o e n ã o fe mi n i n o. O h ome m é li mi ta d o e m
a b r a n gê n ci a .
257
Ou u m ca s o ou ou t r o ( ou d i s fu n ç ã o ou p r e fe ê n ci a , e n ã o a mb a s a s coi s a s s i mu lt a n e a me nt e ). A
fa s e n ã o e s t á e st a b el e ce n d o r e l a ç õ es d e ca u s a li d a d e e n tr e di s fu n ç ã o e i d e n ti d a d e d e gê n e r o.
258
Re fi r o-me à s e s n ob e s e e s p er t i nh a s .
259
No ca mp o d os s e n t i me n t os e d o s e x o. Is s o n ã o s i gn i fi c a q u e a mu l he r cor r e s p on d a a os
p a d r õ e s e st e r e ot i p ad os d e b el e za .

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Po rque vocês ast uciosament e nos prendem emocio nalment e dando car inho
para que sint amo s falt a nessas horas. Obvia ment e, um ho me m amadurecido
est á imune por já t er caído nessas ar madilhas muit as vezes no passado.

P - Po rque vocês ficam fur io sos co m a dificuldade da mulher e m se decid ir,


a qual a leva a ficar na indefinição das sit uações, se t odas são iguais e
exist em mu it as à disposição?

Po rque gost amos de sit uações definidas. Queremo s saber se ela vai querer
ser garot a de programa, garot a ficant e, amant e casual, amant e duradoura,
amig a sexual, namor ada ou esposa. No fundo, queremo s uma só que t enha
to do s o s atr ibut os que necessit amos, pr incipalment e o sexual, é claro, mas
além d isso a sincer idade. Odiamos a dissimu lação t ípica da mulher.

P - Defina um bo m relacio nament o ?

Para mim é um relacio nament o definido, sem os jogos emocio nais sujo s
femin inos.

P - Co mo é um relac io nament o est ável?

Há vár ios t ipos. O mais co mu m é o da mulher que "vai ser co mo a minha


mãe", ist o é, uma sant a no d ia a dia. Mas alé m disso deve ser uma fêmea
fat al 260 conosco, e soment e conosco, à no it e na cama.

P - Po r que vocês nunca gost am que suas mu lheres/ namor adas t enham
amigo s ho mens?

Po rque é uma port a para t ransar co m out ro que a mulher não quer fechar. Os
maio res amores nascem das amizades. Os cont at os próximos e est reit os são
u ma passagem para uma relação amorosa e a mulher que se recusa a ro mp ê-
lo s est á se recusando a dest ruir possibilidades de uma t raição. Nenhuma
mu lher sonha co m um ho mem que t enha um pênis de quat ro met ros...vocês

260
Na e di ç ã o a n t er i or e u h a vi a ut il i za d o a e x p re s s ã o "d e u s a p or n ô " ma s p r e fe r í su b s ti t uí -l a p or
"fê me a fa t a l " p or s e r mai s pr ó x i ma d o s e n ti d o or i gi n a l q u e d e s ej e i e x pr i mi r.

206

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so nha m co m ho mens legais, que saibam se aproximar de vocês "sem
mald ade" et c. [para assim t ê- los co mo escravos]. Alé m disso, quando vocês
t em u m amigo, so ment e vocês é que sabem de fat o se algo rola ou não .
Dest e modo, ocult am infor mações de seus parceiros para poderem do minar a
relação . Por isso não queremo s co mpro missos co m mulheres que t enham
amigo s.

P - Mas vocês podem t er amigas mulheres?

Não . So ment e se a mulher agir co mo mu lher "liberal". O proble ma não est á


em ser liberal mas em não assumir, não admit ir, dissimular, iludir o ho mem
dando a ent ender que será fiel et c.

P - Tudo que fazemo s é insuficient e para agr adá-lo s, nunca est á bo m. E nt ão


d ig a, como é a mulher que vocês ho mens querem?

Queremo s uma mulher de licio sa, que dê sexo e amor para nós sempre e d e
to das as for mas que queiramos, que não t enha frescuras, que mant enha o s
o ut ro s machos à dist ância, que po lic ie seus at os com relação aos ho mens e
não faça nada que não gost amos sem o nosso consent iment o. Por est ranho
que pareça, t ambém quer emos o casament o, mas não com “vagabundas”. Há
mu it as vadias que se casam disfarçadas de damas honradas e est a é nossa
preo cupação 261.

P - Um ex- namorado que t ive não soube me r espo nder quando lhe pergunt ei
o que quer ia de mim. Afinal, vocês procuram o que?

E le pro vavelment e sabia o que quer ia mas est ava co nfuso pela condenação
da so ciedade feminist a at ual às suas idéias. Além disso, est as caract er íst icas
mascu linas que est ou apont ando são inconscient es na maior ia das vezes.
So ment e um est udioso as det ect a, como é o meu caso.

261
Em ou t r a s pa l a vr a s, os h ome n s e st ã o à p r ocu r a d a s s i n ce r a s , h on e s t as e vi r t u os a s .

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P - De acordo com suas afir mações, a relação est ável não deve t er amo r
ro mânt ico. Ent ão eles nunca t erão relaciona ment os de verdade?

E les t erão, porém a mulher é que ir á amá-lo s por suas caract er íst icas
d ifer enciant es e at rat ivas, e não o cont rário. A mulher não ama em
ret ribu ição ao fat o de ser amada, ao cont rário do que sempre quere m dar a
ent end er. É por ist o que não podemos amá-las: par a que vocês nos amem 262.
O ho mem que ama (amor co mum, ro mânt ico), se torna ciument o ,
po ssessivo, dependent e e pegajo so. A mulher se irr it a e o rejeit a. Esses são
aqueles infelizes que se mat am ou que mat am a esposa. E m t roca, o homem
desapaixo nado é fr io, dist ant e, inacessível, mist er io so, inabalável,
ind ifer ent e e seguro. Ent ão a mulher t ent a t est á-lo e atorment á-lo mas ele
nem no t a ou, se not a, não dá import ância ou acha graça 263. Est e é o macho
int eressant e, que passa no t est e de seleção nat ural das fêmeas. Para não ser
po ssessivo, pegajo so, ciument o, inseguro e dependent e é preciso
pr imeir ament e não est ar apaixo nado e não amar. As mulheres adoram
ho mens assim e os perseguem incansavelment e.

P - Qual é o infer no psico lógico cr iado pela mulher que você cit a vár ias
vezes?

Há vár ios. O mais co mum é no s induzir em a depender emo cio nalment e de las
sem no s deixar em fechar conclusão a respeit o do que são, ist o é, se são
sér ias o u são fáceis para os outros machos. Dest e modo, preservam a
dúv ida. Há out ros, muit o int eressant es: marcar um encont ro e não aparecer,
o bser vando nossas reações em seguida; pedir para que liguemo s e não
at ender o t elefo ne para ver ificar o quant o insist imo s; promet er sexo e não
cu mpr ir para ver se nos irr it amo s et c. A cada infer no ment al que cr iam,
mu it as infor mações sobr e nós é obt ida. É por isso que as mulheres ficam
desco ncert adas diant e dos caras mist er io sos e impenet ráveis. Ficam
impo t ent es. So ment e eles as vencem, e ent ão elas se ent regam, vencidas.

262
Es t a é u ma e x i gê n ci a d as pr ó p r ia s mul h e r es .
263
É n e st e s e n ti d o q u e el e a d omi n a , p oi s a ve n ce p e l o c a n s a ç o.

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P - Po r que vocês evit am se ap aixo nar ? Por medo?

Po rque precisamo s nos to rnar fort es, invulner áveis ao feit iço do
apaixo nament o para desfrut ar do amor. É uma lut a: ou vencemos o Diabo o u
o Diabo nos vence. Aquele que vence co manda o derrot ado e o dir ige. O
apaixo nament o é uma fraqueza, co mo most ram as vár ias lendas. Na
realidad e ocorre o cont rário do que sua pergunt a insinua: a mulher t eme o
ho mem que não se apaixo na 264 e, port ant o, o deseja.

P - Qual é a diferença ent re paixão e amor, de acordo com seu pont o de


vist a?

A pa ixão é uma for ma específica de amor em que o apaixo nado se torna


passivo e t em sua vont ade capt urada pelo objet o adorado. Trat a-se da pio r
enfer midade que pode at ingir a alma humana. E liphas Lévi (1855/2001) e
P lat ão explicam bem isso. Um pré-requ isit o básico para que est a
enfer midade emocio nal se inst ale é uma melhor sit uação da outra pessoa em
relação à nós. Nos apaixo namo s apenas por quem se encont ra em uma
sit uação super ior à nossa e que de nós não necessit e.

P - O que um ho mem quer dizer quando diz que est á apaixo nado?

Que ele est á desesperado por aquela mulher, que sem ela não vive e que não
supo rt a sua ausência. É um in feliz 265 infant ilizado. Em nada se difer encia de
u m mo leque chorando pela falt a da mãe.

P - Po rque vocês casam se consideram o casament o um lixo e acusam as


mu lheres de ser em per ver sas manipuladoras? Só pra t er sexo seguro e a t o da
ho ra?

264
P oi s e l e p od e a q u a l q ue r mome n t o d e i x á -l a .
265
Op t e i p or tr oca r a e x p r es s ã o “ i mb e ci l ”, con s t a n t e n a p r i me i ra e di ç ã o vi r t u al , p or “ i n fe l i z” ,
a q u a l me p ar e ce ma i s a ce r t a da .

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S im. E t ambém para t er uma mulher que prest e ao lado. Co mo é cada vez
mais d ifícil de achar, fugimo s quando sent imo s o che iro de co mpro misso
po is o casament o na maior ia d as vezes é uma ar madilha.

P - Po rque vocês quer em morrer quando a mulher t rai sexualment e mas não
lig am mu it o quando ela t rai apenas emocio nalment e?

Po rque, quando vocês dão sexo para out ro, vocês fazem o que nunca
fizeram para nós na cama. Por exemplo: para o amant e, a mulher faz t udo ,
sexo o ral, anal et c. de ót ima qualidade, com vo nt ade, car inho e amor. 266
Para o mar ido nunca faz isso do mesmo modo pois o sexo no casament o é
u ma o br igação e, port ant o, uma t ort ura. Ou seja: o que t em de me lhor a
mu lher sempr e reser va para o out ro macho que não se co mpro met e e não
para o infe liz 267 compro met ido. O ho mem não sofrerá se não est iver
apaixo nado pela mulher que se fo i co m out ro.

P - Po r que vocês querem morrer se não conseguir em t ransar por falt a de


ereção ?

Po rque nos sent imo s anulado s co mo ho mens. O cara sent e que não exist e
mais po is o ho mem é um pênis ambulant e, o resto é aderent e 268. É por isso
que precisamo s t ransar bast ant e enquant o t emos força para ist o.

P - Est a frase é sua: "Há uma dif erença ent re o f raco, que f az isto cont ra a
sua própri a vontade por medo de perder a mulher et c. e o f orte que f az isto
por não preci sar dela. Somente este é que pode desf rutar do seu carinho."
Exp lique-a.

É que o homem fort e não se ident ifica com a relação. Est á dent ro da relação
mas se mant ém psico logicament e fora e iso lado. Ent ão deixa a mulher ag ir

266
Nã o e s t ou d e fe n d e n d o e n e m con d e n a n d o t a i s p r át i ca s ma s e x p l i ca n d o q u e e st e é u m d os
fa t or e s q u e at or me n t a m os ma r i d os t r aí d os . P a ra o e s p os o, o s e x o é o q u e a es p os a t e m d e ma is
p r e ci os o e o a t o d e d á -l o d a me l h or for ma p os s í ve l a ou t r o fe r e -o d ol or os a me n t e n os
s e n t i me nt os . O es p os o q u e r e x cl u s i vi d a d e t ot a l d a p e r for ma n ce e r ó t i ca d a e s p os a .
267
Op t e i, i gu a l me n t e , p or tr oca r a e x p re s s ã o “ i di ot a ” , c o n s t a n t e n a pr i me ir a e d i ç ã o vi r t ua l , p or
“ i n fe l i z” , a q u al me p a r e ce mai s a ce rt a d a.

210

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livrement e para descobr ir quem ela é e para que função ser ve. Já o ho mem
fraco deixa a mulher fazer o que quer por medo de perdê-la. 269

P - Vo cês querem uma mu lher que ad ivinhe suas necessidades sem qu e


vo cês cont em, co mo a mãe faz ao um filho pequeno ?

Não . Queremos uma relação explicit ament e definida desde o iníc io para não
perder mos t empo esperando o que não virá. É por ist o que os ho mens mais
fraco s mat am as mulheres, agr idem et c. porque esperam uma co isa e vem
o ut ra. Como são débeis, não conseguem exer cer corret ament e o domín io
so bre a mulher do minando a si mesmos e a única saída que enco nt ram é a
agressão . Obvia ment e est ão errados, deveria m crescer e se tornar HOMENS
de verdade mas não são tot alment e culpados porque não t emos em nossa
so ciedade quem os ensine a sê- lo. Ho je a moda é ser ho mossexual e
"sensível". A masculinidade é vist a co mo um defeit o porque vivemos em
u ma so ciedade decadent e (...) 270. O máximo que vemo s são valent ões que
pensam que a masculinidade est á nos músculos dos braços e das per nas. São
ig no rant es po is a masculinidade est á no cérebro, no coração e no órgão
sexu al.

Anexo 2. Correspond ências

Caro ami go

V ejo qu e a con di ção bási ca para domi n á-l a 271 ai n da n ão f oi


con qu i st ada. E st á mu i t o cl aro qu e você possui sent i men t os por el a e est á
se debat en do desori en t ado em bu sca de li bert ação.

268
S ob r e e s te p on t o, l e i a -s e Eu ge n e M on i ck ( 1 9 9 3 A; 1 9 9 3 B)
269
Ou s ej a , s ã o mot i va ç õ e s d i fe r e nt e s p a ra a mb os os ca s os . En t r e t a nt o, h á u m t e r ce ir o ca s o : o
d o fr a c o q u e t e n t a p r oi b ir . El a s e nt ã o b u r l a m t od a s a s p r oi b iç õ e s e d es fr u t a m d a s e ns a ç ã o d e
t r i u n fo, zomb a n d o d a i n comp e t ê n ci a d o ca n d i d a t o a p e q u e n o d it a d or .
270
Os va l or e s ma s cu l i n os s ã o ri d i cu l ar i za d os , ob j e t o d e p r e c on ce i t o e vê m s ofr e n d o
p r ogr e s s i va s t e n t at i va s d e d e st r ui ç ã o p or p a rt e da mod e r n a s oci e d a d e oci d e n t a l. S ob r e e s te
p or me n or , l e i a -s e F ar r el & St e r ba ( 20 0 7 ), Hi se (2 0 0 4 ), M on i ck ( 1 9 9 3 A) , S omme r s ( 2 0 0 1 ),
You n g & Na t h a n s on ( 2 0 0 2 ) e You n g & Na t h a n s on ( 2 0 0 6) .
271
A s i t u a ç ã o.

211

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A pri mei ra coi sa qu e você n ecessi t a é desgost ar dest a garot a,
an t es de mai s n ada. É mui t o evi den t e que el a é i mport ant e para você e
percebe i sso. Qu an do você t en t a si mul ar desin t eresse, a mul h er
rapi damen t e descobre se você est á ou n ão f i n gi n do, de modo qu e i st o
n ão adi an t a. O mai s n ecessári o é, em pri mei ro lu gar, desgost ar
real men te del a.

E m segu n do l u gar, você deve ser cont radi t óri o. A o in vés de t en t ar


agradar, f al e com el a em um t om de voz det ermin ado, grave e prot et or.
Trat e-a como se f osse u ma meni n a de u n s dez ou doze an os. Tome
cu i dado com t oda possí vel comu ni cação de su bmissão por mei o de
at i tu des, voz, assu n t os et c. A ssu ma u m papel de con du t or da rel ação. A o
mesmo t empo, man ten h a-se di st an t e para preservar o mi st éri o. Osci l e,
est rei t e o con t at o, aproxi me-se, con verse e mant enh a-se l on ge. Al t ern e,
al t ern e, alt ern e...

E l a est á f azen do o cl ássi co jogo da i n def in i ção. Qu er man t ê-l o


preso a el a ao mesmo t empo em qu e n ão dá n ada em t roca. Para el a
est á, assi m, tu do mui t o bem poi s n ão há n en hu ma dú vi da qu e a
pert u rbe. El a n ão o vê como u m vi t ori oso ao qu al deveri a se en t regar
porqu e o vê como u m jovem apai xon ado por ser i matu ro. É n ecessári o
i n vert er est a i magem assu mi n do ou t ra posi ção e ou tros comport amen t os.

Tome cu i dado para n ão se pol ari zar n a f ri eza. O i deal é ser mai s
f ri o e, ao mesmo t empo, mai s cari n h oso do qu e el a. Ten t e u ni r
caract erí sti cas opost as: seja di st ant e mas prot et or, i n dif erent e mas
compreen si vo. Faça-a f al ar sobre si mesma, sobre os probl emas del a, e
t en h a-os como pau t a das conversas n as qu ai s você en t ão f ará su gest ões
e dará ori en t ações como qu em en t en de do probl ema m ai s do qu e el a.

Não é o seu desi n t eresse qu e el a deve perceber mas sim su a


su peri ori dade 272 e i st o é di f eren t e. S e su a preocu pação f or apen as a de
most rar desi nt eresse, você perderá o jogo por n ão h aver u ma base
emoci on al real de su a part e. Con qui st e den t ro de si mesmo o

272
No ca mp o d os a t r i b u t os i n t er n os ( comp r e e n s ã o, fi r me z a , a ut od o mí n i o e t c. )
273
No ca mp o d o a m or
274
Um ê x t a se es p i ri t ua l s e n ti d o n a ca b e ç a e na col u n a ve r t e b r a l .

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desi n t eresse pri mei ramen t e para qu e depoi s el e se revel e mescl ado com
cu i dados.

O i mport ant e é marcar a men te del a como u m h omem di f erent e de


t odos ou t ros, u m h omem qu e el a n un ca mai s en cont rará ou t ro i gu al . S e
você f or su bmi sso e t ent ar agradar, f azer as coi sas do jei t o qu e el a qu er
et c. n ão será di f eren t e porqu e i sso é o qu e t odos f azem. Para ser
di f eren t e, você deve f azer aqui l o qu e n enh u m h omem f az: dar orden s
(cari n h osamen t e), t omar in i ci ati vas, su rpreen dê-l a com ati tu des
i mprevi st as, n ão t er medo de t ocá-l a ou bei já-l a, n ão se pertu rbar com
jogu i n h os e, pri n ci pal men t e, procu rá-l a sempre para o sexo.

Para desgost ar del a, su gi ro qu e a veja como i gu ais às ou t ras.


A ssi m você se li bert a desse f eit i ço qu e t e f az crer qu e el a é a melh or do
mu n do.

* * * **

Ol á ami go

E st as ati tu des qu e você cogi t ou são mu i t o i n teressant es,


pri n ci palment e se você vi rar as cost as em segu i da. Tal vez aju dasse
t ambém fal ar com el a em u m t om de v oz grave m as cari nh oso.

E m si t u ações assi m, t emos qu e encon t rar al go qu e i mpressi on e,


t al vez at é u m at o ou u ma f al a qu e a “h orrori ze” se n ão di spormos de
ou t ro recu rso. O i mport an t e é f azê-l a pen sar em você, i mpressi on á-l a.
(...) Mas deve-se t er cu i dado porqu e i st o depen de mui t o da
person al i dade i n di vi du al da pessoa. Para cada mu l h er h á u ma f orma
di f eren t e de i mpressi on ar.

Me parece qu e você est á i n do bem. A ch o qu e seri a bom con f un dí -l a


um pou co mai s. S u gi ro um el ogi o ou sado acompan h ado por u ma
i n di f eren ça.

E n t ret ant o, h á sen ti men t os peri gosos aí . V ejo em você u m pou co


de esperan ça de qu e el a possa ser u ma mul h er di f erent e das ou tras. É
est a esperan ça qu e n os m at a. Tome cu i dado.

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O f u n damen t al é ser cada vez mai s ou sado n as i nvesti das e ao
mesmo t empo cada vez mai s in di f eren t e. Observe as reações del a e vá
segu i n do-as.

* * * **
1 0 /8 /20 0 4 0 0 :49 :2 3

Não pret en di a con t in u ar mas, ven do a n ecessi dade, o f aço por


en qu ant o. E xcepci on alment e, me dei xarei desvi ar u m pou co de n ossos
objet os de est u do para t rat ar ext en sament e de qu est ões pessoai s
i n út ei s, apen as n est e e-mail . Nos próxi mos (se h ou ver respost a su a),
i gn orarei por compl et o qu al qu er u ma de su as observações f ú tei s sobre
mi nh a pessoa e me cen t rarei exclu sivamen te n os t emas, a despei t o de
seu s possí vei s al ari dos.

É evi den t e su a in capaci dade de ent en der o qu e di go, de f al sear e


de di st orcer tu do. S u a f orma de est u do é absol ut ament e con fu sa e as
i déi as se mi stu ram em u m pan demôn i o i n f ern al e passi on al . A cl areza
i n exist e em seu s escrit os e a recu sa em adot á-l a é con st ant e. Há
t ambém a in capaci dade de rel aci on ar mi nh as afi rmações presen t es com
pon t os qu e você mesma l evant ou ao l on go de vári os e-mai l s passados.
A l ém di sso, a sen h orit a evit ou in úmeros pon t os qu e l evant ei em min h as
men sagen s e é cl aro qu e n ão perderei meu t empo i n do at rás di sso poi s
os pon t os evi t ados f oram ju st amen t e os erros n evrál gi cos em seu
pen sament o. Tai s f at os apen as ref orçam min h as observações sobre a
i n capaci dade argu men t at i va das mu lh eres.

Não con f u n da boa argu men t ação com seus at aqu es apel at ivos
emoci on ai s porqu e a di f eren ça é vi sível e f i cari a ri dí cu l o.

A senh ori t a n ão deveri a con den ar o t eor an al ít i co de mi nh as


men sagen s ou perder o t empo sabot an do o est u do com observações
passi on ai s sobre a min h a pessoa. Se n ão di spõe da capaci dade de
devol ver répl i cas com o mesmo ní vel de objet i vi dade, prof u n di dade e
abran gên ci a, o probl ema é seu .

E m n en hu m momen t o deixei de respon der às pergu nt as qu an do

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el as f oram edi t adas para serem respon di das. O qu e me recu so é a t omar
part e n o pan demôn i o men t al , emoci on al e escrit o para o qu al você qu er
i n cessan t emen t e me at rai r com seu magn et i smo. Se qu er respost as
objet i vas, f aça pergu n t as objet i vas ao in vés de l an çar i déi as perdi das
sobre mi m em u m brai n st orm desn ort eado e col ori do mas alt ament e
magn ét i co. De man ei ra al gu ma correrei at rás de su as con fu sões para
desf azê-l as. S e qu er cl areza, f ormu l e pergu nt as de f orma corret a.

Ao l er su as men sagen s, ent re os vári os pon t os conf u sos e


men ti rosos ressal t ou -me su a f al sa af i rmação de qu e me man i f est ei
con t ra o k un dal in i . Em n en hu ma de mi n has men sagen s me posi ci on ei
con t ra est a en ergi a e si m cont ra os posi ci on amen t os f avoráveis à
cast ração do m ach o, com o qu al v ocês (...) si mpat i zam.

Desaf i o agora sen h ori t a a me most rar em qu e men sagem me


pron u n ci ei cont ra o k un dal in i .

Man i f est ei -me, si m, con t ra t oda est a t en dên ci a de pseu do-


esot eri st as eu nu cos qu e apregoam qu e o ku n dali ni sobe qu an do o h omem
se en t rega à paixão e ao amor român t i co, (i st o qu an do n ão di zem qu e
ai n da por ci ma deve o n eóf i t o abst er-se de sexo). E st a é u ma men ti ra
descarada de magos n egros qu e en ven en am as ment es com f al sos
en si n ament os e qu e vocês cl arament e adot am, apesar de di zerem o
con t rári o.

A vit óri a sobre o magn eti smo é dada ju st amen t e pel o k un dal in i
poi s o magn et i smo provém da at u ação i nverti da dest a f orça serpent in a.
O reverso do k u n dali ni , represent ado em mui t os cu l t os por uma serpent e
do mal , é u ma pol ari zação n egati va dest a en ergi a proveni ent e do sol e
f i xada n a Terra pel a f orça da gravi dade.

Tan t o o k un dal in i qu an t o o ku n darti gu ador, seu reverso, se


ori gi n am de fi ssões el et rôn i cas ocorri das n as est rel as e fi xadas na
n at u reza e n o corpo. E m su a pol ari zação n egati va, est a en ergi a t ran s-
el et rôn i ca se mani f est a n a f orma do magn et i smo f at al , n atu ral , ani mal e
n ecessári o. Os egos são gran ul ações dest a f orça. A sen h ora acaso
en t en de o qu e é isso?

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U m dos at ri bu t os bási cos para despert ar o ku n dali ni é n ão se
en t regar à f at al i dade do magn eti smo f emi ni n o. S oment e após mui t a
experi ên ci a com mul h eres é qu e o h omem adqui re t al capaci dade. É
preci so experi enci ar em profu n di dade t oda a f al áci a e men ti ra do ego e
de seu s jogos e di sf arces n a rel ação amorosa. S omen t e aqu el e qu e
comprovou o carát er i l usóri o do amor român t i co, poderá di ri gí -l o e del e
di spor para f i n s espi rit u ai s. É por i st o que os caf ajest es e as prosti tu t as
est ão mai s pert o da casti dade au t ên ti ca qu e con du z ao est ado su per-
h u man o do qu e os t í mi dos mastu rbadores e as cast radas mu lh eres
i n orgásmi cas. Em n en hu m momen t o con si derei qu e "caf ajest es" e
prost i t ut as est ejam à alt u ra do h omem aut ên ti co. E nt ret an t o, são
273
pessoas qu e experi enci am o mal em t oda a su a pl en i tu de e por i sso o
compreen dem melh or do qu e as almas in gên u as qu e se acredi t am pu ras.

É sabi do qu e qu an do os demôn i os se ergu em do abi smo, t orn am-se


os deu ses mai s gran di osos. I st o ocorre porqu e el es descobrem qu e o mal
n ão é t ão at ran t e como parece. A s pessoas qu e t ri lh aram um exau st i vo
cami nh o de desi lu são amorosa e sexu al afu ni l am su as escolh as,
t orn an do-se cada vez mai s exi gent es em su as sel eções sen do,
obvi amen t e, acu sadas de serem precon cei tu osas. À medi da em qu e se
desen vol vem, opt am cada vez m ai s por qu ali dade ao i n vés de qu ant i dade
at é ch egarem ao pon t o de t erem u ma só pessoa. Nada di sso si gn i fi ca
en t rega emoci on al ao ou t ro mas sim ent rega emoci on al ao própri o S er
I n t ern o, apren di zagem espi ri tu al .

E m t odas as n ossas men sagen s, t emos t rat ado do amor em su as


f ormas i n f eri ores. Não n os con cen t ramos n o est u do do A mor em su a
modal i dade ori gi n al e su peri or. Trat amos apen as de su as perversões
egói cas.

Os i gn oran t es, como vocês, su põem qu e a t ran smu t ação da en ergi a


n ão proporci on a n en h um ti po de gozo sexu al . A credit am, estu pi damen t e,
qu e a cast i dade é o mesmo qu e cel i bat o, abst in ên ci a e in orgasmi a.
Descon h ecem qu e a su bi da da en ergi a pel os can ai s si mpáti cos gera um
êxt ase an ti -orgásmi co de in t en si dade at é mai or do qu e o orgasmo
vagi n al . Logo, a mu l h er qu e t ran smu t a n ão é i n orgásmi ca (ou

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an orgásmi ca), como vocês (...) se orgu l h am de ser, mas si m an t i -
orgásmi ca e i st o é compl et amen t e di f erent e. El as experi en ci am um
orgasmo i n verti do 274, al go qu e vocês n un ca en t en derão. Comparei -o ao
orgasmo vagi n al em t ermos de in t en si dade de prazer e de êxt ase mas
n ão em t ermos de di reci on amen t o do f lu xo en ergéti co. Dei xem de ser
i gn oran t es. Se (...) real men t e con h ecessem o assu nt o n ão af i rmari am
t an t as best ei ras qu e provavel men t e ouvi ram de pseu do-mest res.

Con vém i nf ormar t ambém qu e os "mérit os do coração" n ão são


h i pócri t as sen ti men t os românt i cos, como vocês i magin am, mas
ju st ament e o con t rári o. S ão a devoção t ot al ao E spí ri t o Di vi n o em
oposi ção à ad oração da mu l h er t erren a, adoração est a qu e con st it ui um
cri me cont ra o Cri st o e a Mãe Di vi n a. A f orn i cação e o amor român ti co
são i rmãos. A dorar u ma mul h er t erren a como ú n ica e deu sa é u ma
i dol at ri a. Os rit os de adoração à mu l h er dos cu lt os esot éri cos n ão são
di ri gi dos à mu l h er ext ern a t erren al como (...)[vocês] demon st ram
acredi t ar mas si m à Mul h er Di vin a. É est ú pi do adorar a i magem ao i n vés
de adorar a Di vi n dade qu e el a represent a.

S u as pret en sões de conh ecerem o ku n dali ni com base experi en ci al


são ri dí cu l as: u ma pessoa qu e real men t e t enh a o k un dal in i despert o é
i mun e a radi ações at ômi cas. V ocês por acaso são i mu n es a radi ações
at ômi cas? É t ambém i mu n e a t odo t i po de i n f ecção. V ocês por acaso o
são?

Qu an t o a mi m, sou u m si mpl es macaco raci on al qu e aspi ra a ser


h omem aut ên ti co u m di a. Não t en h o o k un dal in i despert o. A in da n ão
adqu i ri a capaci dade de ret er con ti nu ament e meu sêmen (...) [já qu e
pergu n t aram].

Os n ossos pon t os de di scordân ci a nu n ca f oram a respei t o do


k u n dali ni e si m out ros: a en t rega emoci on al ao ou t ro, a i nf i deli dade
f emi ni n a e a mat uri dade dos "caf ajest es" em rel ação aos i n gên u os. E m
n en hu m momen t o expl oramos os t emas da n ecessi dade de mon ogami a e
da perda de en ergi a sexu al por emi ssão semi n al . Logo, a sen h ori t a n ão
possu i base al guma para me calu ni ar de t al modo, af i rman do qu e sou
con t ra o k un dal in i . E , se em al gu m momen t o dei xei de at en der a al gu m

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pon t o l evan t ado, f oi por ser uma t en t ati va su a de desvi ar o di ál ogo de
n osso objet i vo pri n ci pal para qu est ões meramen t e pessoais e passi on ais.
A demai s, os pon t os qu e l evant ei e a sen h ora evi t ou f oram mui t os como,
por exempl o, o est u pro em an imai s conf i n ados sob est resse sexu al e a
t en dên ci a das mu l h eres em i mit ar os h omen s, en tre ou t ros.

Man t erei agora o est u do f ocado sobre o t ema do k u n dali ni at é seu


t érmin o. Não perca t empo t en t an do me at rai r para di gressões porqu e i rei
i gn orar. Fal e sobre o assu n t o de n osso i nt eresse e n ão sobre m i m.

A t ent ament e

* * * **
Caro ami go

O H omem Au t ên ti co t em como caract erí sti cas básicas a au sên ci a do


ego e a posse dos veí cu l os in t ern os de f ogo, os qu ai s lh e con f erem o
st at u s de rei da n at u reza. O S u per-H omem t em como caract erí st i cas
bási cas a au sênci a das semen t es do ego (as recordações do desej o) e
posse dos veí cu l os i n t ern os de ou ro, os qu ai s l h e conf erem a capaci dade
de v i ver n o A bsol ut o.

* * * **

[8 /8 /2 0 04 11 :4 0 :2 1

Caras col egas

Ch egamos ao f i n al da séri e de n ossas i n teressant es men sagen s.


Nosso est u do f oi mu it o provei t oso e me proporci on ou mu i t os i n si ght s. A s
i déi as con ti das n est a men sagem su rgi ram du ran t e n ossos di ál ogos h á
t empo e já est avam à espera para serem en vi adas m ui t o an t es das pi ores
con f u sões, m ot i vo pel o qu al as en vi o agora e f in al i zo o estu do.

Não h á i n coerên ci a al gu ma n o f at o da mul h er resi st i r en qu ant o se


en t rega. Por mei o da resi st ên ci a, el a f i ca saben do o qu an t o o h omem é
capaz de en can t á-l a, at raí -l a e domin á-l a. A mu lh er resist e ju st ament e

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para qu e o h omem qu ebre su a resi st ên ci a 275, é i sso o qu e el a qu er. S e o
h omem n ão f or capaz de v en cê-l a, el a si mpl esmen t e expl icará o f at o para
si mesma por mei o da i déi a de qu e el e n ão f oi bom o su fi ci en t e e qu e
port an t o n ão f ará f al t a.

I sso é al go absol u t amen t e n at u ral , part e da din âmi ca da espéci e. É


i n t eressan t e observar as mul h eres si mu l an do desi nt eresse e f azen do de
con t a qu e n ão preci sam dos h omen s com o in tu i t o i n con sci ent e de in du zí -
l os a persegu í -l as. Con sci ent ement e, su põem qu e o desejo mascu l in o por
el as é sempre u ma cert eza e qu e, se n ão est ão em u m dado momen t o
t ran san do com al gu ém foi si mplesment e por qu e el as n ão o qu i seram.

A s mul h eres carregam a cren ça de qu e bast a l evan t ar a sai a ou a


abri r o decot e para t erem t odo e qu al qu er h omem at rás de seu corpo e
de seu sexo, ou seja, de qu e são i rresi st ívei s. E vit am a i déi a
pert u rbadora de qu e soment e os h omens mai s desesperados, rejei t ados
e, port an t o, desi n t eressan t es as aceit arão. E vi t am t ambém a i déi a de
qu e qu an do os h omens ol h am para seu s decot es e pern as as est ão
aval i an do. S u põem geral men t e qu e já est ão sen do desejadas qu an do,
mu it as vezes, os h omen s est ão apen as t ent an do procu rar al gum
el ement o i nt eressant e em seu corpo f í si co m as n ão o est ão en cont ran do.

A si mu l ação de desin t eresse permit e à f êmea h uman a i den ti f i car os


mel h ores exempl ares mascu li n os para reprodu ção e prol e: aqu el es qu e
n ão são at i n gi dos por su a si mul ação por t erem mu it as f êmeas desejávei s
di spon í vei s.

Qu an do u ma mu lh er descobre qu e é rejei t ada sexu al men t e por um


h omem qu e deseja vári as ou t ras mu lh eres, men os el a, f i ca, se a rejei ção
f or real e n ão simu l ada, f eri da em seu amor própri o e passa a t er a
n ecessi dade de ser assedi ada por est e h omem. E nt ão t ent a at in gí -l o e
f erí -l o por mei o de cin i smos e sarcasmos para ch amar-lh e a at en ção,
mu it as vezes t ent an do f aze-l o sent i r-se pequ en o. S e perceber qu e el e
ach a graça n essas t ent at i vas ao i n vés de se in comodar, f i cará t ot al men t e
ven ci da e en t regu e. É al go mu it o cu ri oso de n ot ar.

275
P s i col o gi ca me n t e

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Obvi ament e, t u do o qu e ven h o l h es di zen do os h omen s ocu lt am.
Jamai s u m h omem l h es di ri a t u do i sso se est ivesse queren do con qui st á-
l as e l evá-l as para a cama. A o con t rári o, excit ari a as su as f ant asi as e
pai xões, dei xan do v ocês acredi t arem n o qu e bem qu isessem, e con du zi ri a
o processo at é a l ou cu ra e en t rega t ot al .

O jogo da pai xã o n ão permi t e ou t ra coi sa al ém de domi n ar ou ser


domi n ado. O amor, assi m como vocês o en t en dem, i st o é, o amor
român t i co, vit i mará u m ou out ro l ado. A qu el e qu e amar mai s, den t ro
dest a modal i dade de amor qu e vocês apregoam, será o qu e obedecerá,
t erá ci úmes e medo de perder. O qu e amar men os, será o qu e est ará
mai s segu ro e don o da sit u ação. É por i sso qu e as mu lh eres n ão gost am
de h omen s mel osos, emot i vos. Di zem qu e gost am mas n a reali dade o
f azem apen as para aval i á-l os poi s os det est am.

O h omem apai xon ado se t orn a i n def eso an t e os jogos emoci on ai s,


expressão da n at u reza ani mal f emin in a cu ja f in al i dade é sel eci on ar o
mel h or reprodu t or e prot et or para a prol e.

Por serem con t rári os e compl ement ares, os h omen s su port am sexo
sem amor mas n ão su port am amor sem sexo en qu ant o as mu l h eres
su port am amor sem sexo mas n ão su port am sexo sem amor. Al ém disso,
o amor mascu l in o n ecessi t a ser at i vo e o f emi ni n o passivo. U m amor
at i vo é desapegado e u m amor passivo é apegado e port an t o român t i co,
excl u si vi st a. O apai xon amen t o n ão é admi ssí vel ao h omem mas
276
i mprescin dí vel n a mul h er . I st o é tu do o qu e eu t i nh a a lh es di zer.

A t ent ament e

* * * **

[8 /8 /2 0 04 11 :1 8 :1 7

Col ega

Mi n h a in t en ção h avi a si do aju dar, i n t en ção qu e n ão volt arei a ter.

276
P or vi a u n il a t er a l, e nt r et a nt o e n or ma l me n t e.

220

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A pen as darei cont in ui dade ao f ecu n do (apesar da i nt ol erân ci a) estu do
qu e t emos f ei t o. Obvi amen t e pu bl icarei t odos os escrit os m eu s.

Com o aman t e, a mu lh er vi ve sempre u m con t o de f adas. Su a


n ecessi dade de emoções in t en sas a impel e cont in u amen t e a bu scar o
papel de pri n cesa à espera do prín ci pe encant ado. Qu an do o aman t e se
t orn a mari do, au t omati cament e t orn a-se o vi l ão de um n ovo con t o. O
respon sável por i st o é o conví vi o próxi mo e con ti nu ado, qu e el i mi n a a
possi bi l i dade de f ant asi ar e f az com qu e a pri n cesa se acost ume ao
prí n ci pe, agora mari do. Para con t i nu ar at en den do à n ecessi dade de su a
al ma, a pri n cesa en t ão t ransf orma o an t i go prí n ci pe em vi l ão e se
man t ém à espera do h omem da su a vi da, espera qu e jamai s se real i zará
pel o si mpl es f at o de qu e est e h omem n ão exist e n a vi da real mas apen as
em su a f an t asi a.

A sut i l eza da t rai ção f emi n in a t orn a mui t o di fí ci l su a admi ssão,


qu ase i mpossí vel , qu an do n ão h á u m f l agrant e, f at o qu e i rrit a o h omem.
Revest e-se sempre de u ma au ra magní f i ca, impecável , in ocent e e
espi ri tu al , da qu al du vi dar seri a um sacril égi o: a in ti mi dade pu ra com u m
ami go sem mal dade, a admi ração "sem i nt en ção" por u ma f i gu ra
mascu li n a qu al qu er, f amosa ou n ão, acessí vel ou n ão. Por est a razão, os
h omen s experi ent es con si deram qu e t odas as mul h eres qu e lh es caem
apai xon adas n os braços são i n f i éi s at é f ort es provas em cont rári o.
Descon f i am mai s das qu e l h es ju ram si n ceri dade e ent rega do qu e das
qu e se assumem como prost it ut as: est as n ão ment em e n ão represen t am
peri go, su a n at ureza já est á escan carada, revel ada; aqu el as escon dem as
armadi l h as. Qu an t o mais a ent rega sent i men t al f or sol i ci t ada, mai s
descon f i ado f i cará o h omem.

277
" Veja mo s a g o r a u ma es t r a t ég i a mui t o en g r a ç a d a p a r a q u e o s tí mi d o s e c o mp l ex a d o s
c o n s i g a m c o n q u is t a r mu l h er es : Qu a n d o u m h o mem s a i ac o mp a n h a d o p o r u ma mu l h er li n d a, a s
o u t r a s mu l h er es p a s s a m a p a q u er á - lo p o r s e s en t i r em i nf er i o r iz a d a s. As f ê mea s h u ma n a s s ã o
a l t a men t e c o mp et i t i v as . Po r t a n t o , b a st a p a ga r p ar a u ma a mi g a l i nd a a p ar ec er em p ú b l i c o
c o n o s c o p a r a qu e r a p i d a men t e a s o ut r a s fi q u em i n t er es s a d a s , s e q u es t i o n a n d o s o br e n o s s o s
a t r a ti v o s. Ob v i a men t e, a s mul h er es q u e l er em i s s o n eg a r ã o tu d o e i rã o d ep l o r ar es t a di v er t i da
es t r a t é g i a, ma s el a fu n c i o n a" ( me ns a ge m p os t a d a e m bl og p e s s oa l , e m 3/ 8 / 2 0 0 4, à s 0 0 :4 6 :3 2 ) .
278
Nã o s e tr a t a d e s e nt i r o or ga s m o e s i mu l ta n e a me n te r e t e r o s ê me n mas d e r e al me n t e s a cr i fi ca r
o or ga s m o, u ma fu n ç ã o me r a me n t e a n i ma l, pa r a e x p er i e n ci a r ou t r a mod a l i da d e de ê xt a s e : o
e s p i ri t u al .
279
Re fe r e -s e a u ma i n da ga ç ã o a r e s pe i t o d a oc or r ê n ci a d o e s t u p r o e n t r e os a n i ma is .

221

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A f orça da mul h er consi st e preci samen t e em su a f ragi li dade. S u a
del i cadeza, doçu ra e mei gu i ce qu ebram e su bmet em a f orça f í si ca
mascu li n a. Nós, h omen s, podemos ser con si derados best as de carga
aman sadas, domest i cadas. S omos domados por n ossos própri os desej os e
sen t iment os.

Qu an do domi n amos n ossos ani mai s in t eri ores, domin amos as


f êmeas por ext ensão. Qu an do somos domi n ados pel os mesmos, as
f êmeas n os domin am. Os reis dos an i mais in t eri ores se ch amam:
sen t iment o, pai xão e desejo. Nã o se pode ser vi t i mado por u ma f orça e
ao m esmo t empo su bmet ê-l a.

As mul h eres del icadas, mei gas e doces são in t ensament e


magn ét i cas, pri n ci pal men t e qu an do são vol u pt u osas. Os mach os em
est ado mai s brut o se di gl adi am e se mat am por el as, porqu e são
pri mi ti vos e i n con sci ent es. O h omem su peri or resi st e aos seu s f ascín i os
sob i n f in i t as f ormas e el as se ent regam.

A s n egações e descu l pas qu e as mu lh eres in ven t am para seu s


sort i l égi os são apen as a ret agu arda do en f eit i çamen t o. S empre qu e u m
h omem se en t rega ao magn et i smo f emi n in o, uma t errível desgraça o
acomet e. E m al gu n s casos perde t odo o di n h ei ro, em out ros aban don a o
l ar f ascin ado pel a bru xa, pode ai n da perder t oda a su a en ergi a vi t al ,
adqu i ri r doen ças sexu alment e t ransmi ssí vei s ou si mpl esment e se deixar
domi n ar e envi l ecer m iseravel men t e.

A l gumas mul h eres con cordam com mi nh as i déi as porqu e pen sam
em seu s f i lh os, mari dos, n amorados, i rmãos e pai s expost os ao peri go do
f at al magn et i smo f emin in o e t emem qu e os mesmos sejam arrast ados
pel o f u racão magn éti co e se percam. Nem t odas t ent am ocu lt ar a
real i dade si mu l an do se of en derem mas a t en dên ci a geral é di scordar,
como seri a n at ural .

A t ent ament e

* * * **

222

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Ol á

A credi t ei poi s v ocê h avi a dit o qu e n ão m e en gan ari a.

A ref eri da t át i ca 277 n ão f oi escrit a para você mas apen as para


h omen s se di verti rem e ri rem. Foi l an çada em u m t om de brin cadei ra e
i ron i a, como v ocês m ul h eres f azem con osco.

O orgasmo vagi n al pode ser di f eren ci ado do cl it ori an o pel a i n t en sa


emoção qu e provoca: u m i nt en so medo acomet e as mul h eres qu e o
experi ment am n as pri mei ras vezes. Também cost uma provocar ch oro. É
est a modal i dade orgásmi ca qu e provoca a ejacu l ação f emi ni n a, como f oi
comprovado n a década de 9 0 , com a emi ssão, at ravés da u ret ra, de u m
l í qui do compost o por en zi mas e mu it o semelh an t e ao sêmen m ascu li n o.

O k un dal in i n ão advém da f ri eza e da apat i a sexu al , como su põem


eu n ucos pseu do-espi rit u ali st as, f alsos "gn óst i cos" e t eosof i st as. Resu lt a
do i n t enso e di ri gi do avi vament o da sexu ali dade. Os órgãos sexu ai s são
pequ en os geradores de en ergi a. Qu an do exci t ados, provocam gran des
expl osões de f orça. S e est a f orça f or corret amen t e diri gi da, pode ser
revert i da para dent ro e para ci ma ao in vés de ser expeli da para f ora.
Mas para t an t o, é n ecessári o pri mei rament e apren der a det on ar o bot ão
gerador, i st o é, acen der a f ogu ei ra do sexo. I st o impl i ca em in t en sa
exci t ação con t rabal ançada por resi st ên ci a à t en dênci a cen t ríf u ga de
modo a se gu i ar o processo n a di reção do êxt ase. En t ret an t o, est e êxt ase
é compl et ament e dif erent e do êxt ase ani mal , n o qu al as en ergi as são
perdi das. Trat a-se de u m an ti -orgasmo ou de u m orgasmo in verti do 278.
Tan t o os qu e são apát i cos ao sexo qu ant o os af ei çoados à f orn i cação (o
gozo com a perda do sêmen ) n ão o experi men t am.

O k un dal in i sobe l en t amen t e e n ão su bi t amen t e como su põem os


i gn oran t es da Nova E ra. Para qu e el e su ba, é i mprescin dí vel qu e o
est u dant e se l i bert e das f at ai s at rações e sedu ções da mu lh er e, ao
mesmo t empo, i nt en si f i qu e seu erot i smo. I st o si gn i fi ca su bmet er,
i n t en si fi car e di ri gi r o i n st in t o ao i n vés de enf raqu ecê-l os, o qu e apen as
é possí vel por m ei o da m ort e do ego.

223

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Os men ci on ados an i mais comet eri am o estu pro se esti vessem
con f i n ados com fêmeas em u m mesmo espaço. Obvi amen t e n ão con h ecem
t al pal avra poi s ani mai s n ão f al am o port u gu ês 279.

E st a men sagem será pu bl icada em meu bl ogger por ser min h a.


Nen h u ma pal avra ou l et ra de su a au t ori a será di vul gada por mi m n un ca
mai s.

* * * **

7 /8 /2 00 4 00 :1 7 :1 9

I n t eressan t e.

Crei o qu e real men t e n ão m e en gan ari am.

S obre a i n volu ção: h á grau s e grau s. Nu n ca i magin ei qu e vocês


est i vessem n o pat amar mai s baixo. Meu s comen t ári os se ref erem ao
est ado médi o dos h u man ói des, i n cl ui n do a mim mesmo. Como as
sen h orit as n ão são de ou t ro pl an et a, ach ei qu e poderi a in clu í -l as.

A s adorávei s men i n as se ref eri ram repet idas vezes ao sexo como
al go secu n dári o em rel ação ao amor, ch egan do a se gl ori f i carem por su as
i n orgasmi as.

A l gumas f êmeas, in clu in do as h uman as, mat am su as cri as por


al t erações f i si ol ógi cas ori un das da gravi dez e do part o qu e af et am seu s
si st emas n eurol ógi cos. S ão m u it as as f êmeas qu e n ão o f azem.

Os an i mai s segu em rit os de acasal ament o com crit éri os sel et ivos
mu it o rí gi dos. O estu pro at errori za qu al qu er f êmea an i mal , do mesmo
modo qu e qu al qu er out ro at o v i ol ent o. Não exi st e a li beral i dade.

A s t eori as evol u ti vas atu al men t e acei t as n ão af i rmam qu e o h omem


provém do m acaco m as si m qu e ambos provêm de an cest rai s comu n s.

A semelh an ça gen éti ca ent re h omen s e moscas ref orça a t ese da


an i mali dade do h omem. Não reu n i mos pecu li ari dades comport ament ai s,
f i si ol ógi cas ou gen éti cas o su fi ci en t e para qu e n os cl assi fi qu em em out ro

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rei n o. S omos pri mat as, m amí f eros e v ert ebrados.

* * * **

E st imado l ei t or

Mu i t o in t eressan t e. A os pou cos ati n gi mos a sín t ese.

A comprovação apen as poderi a ser obt i da após demorada


observação e comparação do comport amen t o, o qu e para n ós é
i mpossí vel .

Nest es assun t os, con vém an al i sar n ão apen as as di f eren ças mas
t ambém as semel h an ças ent re os ani mai s raci on ai s, irraci on ai s e o
H omem. De t odas as espéci es an imai s, a hu man ói de é a qu e mel h or se
prest a à expressão da con sci ên ci a do E spí rit o n o mun do f í sico. A i n da
assi m, el a dif ere t ot alment e do H omem Aut ên ti co e do S u per-H omem.

Os vári os compl exos e agregados psí qui cos se ori gin am em n osso
passado an i mal i rraci on al . Qu an do adqu i ri mos men t e raci on al , os
f ort i f i camos com n ossa men t e abst rat a (a i magin ação mecâni ca). O
resu l t ado são as aberrações qu e somos poi s est an camos e prin ci pi amos
u ma regressão in vol ut i va ao in vés de prossegui rmos o camin h o ru mo ao
h omem. No passado, exi st i ram civi li zações verdadei ramen t e h u man as
mas se perderam, desapareceram.

Nós acredi t amos qu e somos hu man os porqu e u samos rou pas,


f al amos, t emos t ecn ol ogi a, sen ti ment os e an damos sobre du as pern as.
S ão cri t éri os errôn eos.

E st eja à v on t ade para di scordar sempre.

* * * **

Ol á

Compreen do.. . A ch ei qu e h ouvesse si do sem in t en ção...t an t o


mel h or ent ão.

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E spero qu e t en h a si do desf ei t a a con f u são em t orn o das
men sagen s. V ou expon do os t emas gradati vament e. A os pou cos ach o qu e
vamos n os en t en den do.

No meu caso, eu apen as dari a crédit o às vossas al egadas


su peri ori dades se convi vesse com as ref eri das pessoas para comprovar
como reagem an t e as diversas sit u ações. Con h eço mu it os mit ôman os qu e
se acredi t am t ran scen di dos e crêem qu e el i mi n aram o ego.

A qu el e qu e se l i bert ou t ot almen t e do est ado an i mal n ão possu i as


reações comu n s de t ri st eza, medo, gu l a, cobi ça et c. Est a li bert ação
t ambém se revel a pel a su bmissão de ou t ros an imai s: os pássaros e
pei xes n ão o evit am e as f eras n ão o at acam.

A sut i l eza e a di ssi mul ação t í pi cas da mul h er camu fl am su a


an i mali dade mui t o bem. É por isso qu e é mu it o f ácil para el as
con den arem os mach os como ani mai s bru t os. Na verdade, a mu lh er é t ão
an i mal qu an t o o h omem, porém su a ani mali dade se expressa de f orma
del i cada. V eja: an i mali dade n ão é sin ôn i mo de bru t ali dade ou grosseri a.
H á mui t os ani mai s del i cados. A ani mali dade preci sa ser i dent i fi cada
t en do-se por base a man i f est ação dos i n st in t os. E nt re os in sti nt os
f emi ni n os ani mal escos est ão o amor mat ern o, a l ou cu ra por ch ocol at e, o
medo do est u pro, os ci ú mes, os vári os compl exos, os procedi men t os para
sel eci on ar o m ach o et c.

Temos mui t o precon ceit o con t ra os pobres dos an i mai s pel a n ossa
i gn orân ci a. El es são apen as part e da n at ureza. Descon h ecemos a psi qu e
an i mal , su pon do qu e os an imai s n ão t en h am sent imen t os e con sci ên ci a, o
qu e é absu rdo poi s i sso depen derá da espéci e. Os ani mai s mai s próxi mos
ao h omem, i n clu in do aí o h uman ói de raci on al , possu em sen ti ment os de
vári as n atu rezas.

O qu e di f eren ci a o ani mal h uman ói de dos demai s an i mai s n ão são


os sen t iment os mas sim a men t e abstrat a: os an i mai s n ão h u man ói des
n ão con segu em abstrai r i déi as, i st o é, con ect ar imagen s men t ais n a
au sên ci a do objet o. Qu an t o ao h omem, i den t if i ca-se pel a resi st ên ci a ao
magn et i smo em su as vari adas f ormas e pel a posse de corpos i nt ern os de

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f ogo.

* * * **

Ol á

E st es h omen s qu e são f i sgados sem sexo em geral são


i n f ant il i zados n a rel ação, pren den do-se à mu lh er pel o sen t iment o de
apego. Pel o medo de "per der a mamãe" si mul am su port ar t al t ort u ra
embora qu ase sempre dêem vazão aos seu s i n st in t os às escon di das.

Os qu e se apai xon am "pel a carn e", como você di z, cost umam ver
n a mul h er al gu ma caract erí st i ca fí si ca qu e os f asci n a e qu e, se f or
perdi da, provocará o desl i gamen t o. Qu an t o mais “bon i t a” f or a mu lh er,
den t ro das con di ções do h omem em con segu i r mu lh eres boni t as, mais
magn ét i ca será. É por i sso qu e os h omen s n ão ol h am para as mu lh eres
mai s velh as ou para as con si deradas "f ei as". A qu el es qu e o f azem são os
qu e se sen t em rejeit ados e se t orn am men os exi gent es. A l ógi ca bási ca e
precon cei tu osa é: qu an t o mai or o dest aqu e soci al do h omem, mai s
bon i t as serão as mul h eres qu e el e con segu i rá. En t ret an t o, se el as f orem
i n di f eren t es ao sexo, resi st en t es ao erot i smo ou o con si derarem
di spen sável , est arão descl assi fi cadas em seu con cei t o e poderão ser
su bst it uí das.

O h omem verdadei ramen t e apai xon ado vê a mul h er como u ma


deu sa, u m ser su peri or qu e preci sa ser adorado para n ão ser perdi do.
E st remece soment e de pen sar qu e su a i magem peran t e a deu sa fi qu e
compromet i da por u m segu n do e qu e possa ser aban don ado. É u ma presa
f áci l . Qu an do a mu lh er sen t e qu e o h omem est á assim, t rat a de
admi n i st rar esse sen ti men t o, excit an do su a pai xão e n un ca sat isf azen do-
a. Nest es casos, el as n ão dão cari n h o e n ão se en t regam porqu e sabem
i n sti nt i vamen t e (e aí vemos n ovament e o an imal : in sti nt o) qu e se o
f i zerem o h omem sai rá daqu el e est ado passi vo. A mu lh er apen as se
en t rega e dá carin h o pl en o qu an do t eme qu e o h omem n ão a ame ou
rejei t e su a sexu ali dade por ou t ras f êmeas mai s i n t eressan tes.
E n t ret ant o, se h omem permi ti r qu e a rel ação se pol ari ze n a f ri eza,
i gu al men t e a mul h er esf ri ará. Logo, a sol u ção é al t ern ar ent re

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comport amen t os opost os, h abi l i dade di sponí vel apen as ao
desapai xon ado, e admi n i st rar os sen ti ment os f emi n in os simul an do f azer
aqu i l o qu e a mu lh er qu er para agradá-l a m as n ão o f azen do sempre.

É n ormal a mul h er n ão con cordar com n ada di sso, reagi n do e


t en t an do provar o con t rári o por qu e h á uma imen sa dist ân ci a ent re seu
comport amen t o real e aqui l o qu e é verbal men t e acei t o. O an ormal seri a
se você con cordasse. Não é por mei o da f al a expl í cit a qu e descobri mos o
qu e se passa n o coração das mu lh eres mas por mei o da observação de
su as at it u des e das "en t rel in h as" de seu di scu rso. A f al a expl í ci t a é a
gran de arma do[sexo] f emi ni n o para l u dibri ar o m ach o.

A mul h er at u al n ormal men t e n ão acei t a o i mpul so sexu al do


h omem, con si deran do-o "errôn eo" ou "i n f eri or" em si mesmo pel o f at o de
qu e est á degen erada 280. A o i n vés de l ou var a bel eza dos i n st in t os, su a
i n f ra-sexu al i dade a l eva a rech açar a marca mascul in a prin ci pal sob a
al egação de qu e o amor assexu ado seri a su peri or. 281

A t é l ogo.

* * * **

[2 /8 /2 0 04 00 :4 9 :0 0

Cara sen h ora

A s observações f oram di ri gi das às vári as qu est ões l evan t adas por


seu gru po. A cont ece qu e os e-mai l s est avam um caos e f azi a-se
n ecessári a u ma ati t u de mascul in a organ i zadora do est u do. V ocês t em
i déi as geni ai s e i mport ant es mas as mi st u ram e, à medi da em qu e
su rgem mai s, o est u do se perde. Também t ive qu e f azer a mu dan ça
porqu e mu it as das respost as eram apen as apel os emoci on ai s e visavam,
sem i nt enção con sci ent e de vossa part e, me in du zi r a correr at rás da
possi bi l i dade de "vencê-l as". A ssim, mu dei o cu rso dos t rabalh os e

280
As s i m co m o o h ome m, p or é m a q u i e s tá va mos fa l a n d o d a s mu l h e r e s.
281
En t r et a nt o, p or s e r i n er e nt e me n t e con t r a d i t ó ri a , s e nt e -s e a t r aí d a p e l os ma is pr omí s cu os e
p e l os p ol í ga mos .

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despot en ci ei o magn eti smo das respost as.

Compare meu ú lt i mo e-mai l com os pont os l evant ados em "O


magn et i smo e o E go" e com as respost as do qu est i on ári o. V ocê verá qu e
as mi nh as observações vi sam con t empl ar as qu est ões qu e vocês mesmas
l evan t aram. Qu an t o ao segun do qu esti on ári o, já est á i n do.

V ocê n ão embu rreceu . A cont radi ção qu e apon t a é mui t o real por
se t rat ar de u ma adapt ação à n at u reza i n eren t emen te con t radit óri a do
f emi ni n o. Nem mesmo as m ul h eres se ent en dem; l ogo, n ós h omen s é qu e
t emos qu e compreen dê-l as sem esperar qu e vocês o f açam. Pen so qu e
aos pou cos v ocê en t en derá m esmo qu e sem con cordar.

A cren ça de qu e n ão somos ani mai s em geral assi n al a


descon h eci men t o sobre n ós mesmos. Qu an do somos jogados em
si t u ações ext remas, o an imal disf arçado se revel a pront ament e em t odos
n ós sob a f orma de mú lt i pl as vari ações do i nst in t o: medo, gu l a, tri st eza,
cobi ça et c. Os t raços ani mal escos podem se revel ar de f orma grossei ra,
qu an do são f aci l men t e vi sívei s, ou su ti l . Nest e ú lt i mo caso t orn am-se
mai s peri gosos por est arem mai s refi n ados. Todos os n ossos egos são
modi f i cações do i n st in t o pel a men t e abstrat a e, en qu an t o os t en h amos,
seremos cri atu ras con di ci on adas e mecâni cas qu e se movem por i n st in t o,
ou seja, an i mai s.

H á mui t as mu lh eres qu e con si deram o sexo al go errôn eo e se


orgu l h am por su a i n orgasmi a e aversão ao erot i smo. Obvi ament e est ão
i n do con t ra a n at u reza e, pri n ci pal ment e, con t ra a n atu reza mascul in a. O
preço qu e pagam é a sol i dão e a rel egação a u m segun do pl an o em f avor
de mu lh eres mai s compreen si vas qu e aceit am melh or su a sexu ali dade e,
ao i n vés de prot est arem con tra o qu e est á post o, t omam o h omem por
su as própri as f raqu ezas e os domin am.

O amor qu e vocês ocu lt am somen t e é en t regu e àqu el es qu e as


ven cem em seus própri os domí n i os: o do sent i men t o. Para recebê-l o é
preci so qu e, al ém dos at ri bu t os qu e as enl ou qu ecem (qu e podem ser
si n t et i zados n a di f eren ci ação em rel ação aos ou t ros h omen s), o h omem
n ão seja vi t i mado pel os at ri bu t os femin i n os en l ou qu ecedores, os qu ai s

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podem ser si nt et i zados em t rês el ement os bási cos: a bel eza, a vol ú pi a e
o cari n h o. S oment e os h omens qu e ven cem a at ração poderosa dest es
t rês el emen t os pode del es di spor e desf rut ar.

A i déi a de u ma su post a ent rega i gu al i t ária, bi l at eral e recí proca é


mu it o bon i t a mas absu rda. E st á baseada no desconh ecimen t o da
con di ções psí qui cas col eti vas rei n ant es. No pl an o real , somos mon st ros,
an i mai s e demôn i os com aparênci a hu man ói de. S omos macacos com u m
poder de raci ocí n i o el evado e, por i st o, f eras peri gosas. Não h á espéci e
an i mal mai s peri gosa do qu e a n ossa.

I n f eli zmen t e, n osso est ado precári o de con sci ên ci a n os l eva a crer
sempre o mel h or a respei t o de n ós mesmos. E st e é u m probl ema grave
porqu e t al cren ça n os est an ca espi ri tu al men t e. Qu an do acredi t amos que
su peramos a et apa an imal , n ão n os sen t imos in comodados com n ossa
con di ção e, como con seqü ên ci a, cessam n ossos esf orços n o sen t i do de
n os desen vol vermos i nt eri ormen t e em di reção ao H omem.

* * * **

1 /8 /2 00 4 01 :1 7 :2 9

A ssun t o: Magn et ismo - amor e in veja do pên i s

Qu eri dos ami gos vi rtu ai s

Nossos di ál ogos t êm si do mu it o ri cos. Os assu n t os evocados


au men t am gradat i vamen t e, o qu e t orn a n ecessári a u ma abordagem mai s
cl ara e organ i zada. S u gi ro qu e perman eçamos n est es doi s pon t os ant es
de avan çarmos sobre ou t ros. Man t erei -me em al ert a.

Ten t arei con t empl ar t odas as qu est ões l evan t adas n a medi da do
possí vel e agu ardarei as respost as. Mu it o do qu e f oi pergun t ado
su ben t en de-se de afi rmações já f ei t as.

A i nveja do pên i s n ão é al go li t eral mas si m met af óri co. A mu lh er


n ão possu i um desejo l i t eral de t er u m pên i s mas apen as u ma t endên ci a

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em i mi t ar os h omen s em seu s comport amen t os. A s gran des mu dan ças e
i n ovações col et ivas part em dos h omen s e somen t e post eri orment e são
adot adas pel as mu lh eres. Os h omen s f oram os primei ros a usar cal ças,
sen do segu i dos pel as mul h eres al gu ns sécu l os depoi s; eli min aram as
argol as das orel h as e cort aram os cabel os n os i dos do sécu l o 18 e 19 ,
sen do i mit ados post eri orment e pel as mu lh eres. At u alment e, as f êmeas
h u man as se mascu li n i zaram e imi t am os mach os em prat i camen t e t odos
os set ores de at i vi dades, aban don an do os l ares, as t aref as matern ai s e o
papel qu e desempenh avam n a est ru tu ração e m an ut enção da f amí l i a.

H á vári os ti pos de amor, u m dos qu ai s é a pai xão. A pai xão é uma


modal i dade amorosa na qu al ent regamos t ot almen t e, sem reservas,
n osso coração e n ossa al ma ao ser amado. A f orma m ai s el evada de amor
é aqu el a em qu e qu eremos e lu t amos pel o bem do ou t ro sem col ocar
n ossa f el i ci dade em su as m ãos. Como qu er qu e somos t odos an i mai s, n ão
é sen sat o dar pérol a aos porcos. E n t regar a alma e o coração a u m
an i mal i nt el ect u al é con den ar-se ao sof rimen t o. Para qu e possamos
aju dar os desgraçados e sof redores seres h u man ói des, ent re os qu ai s n os
i n clu ímos, n ecessit amos ant es de mais n ada sermos i n vu ln erávei s e
su peri ores 282 a el es, n a medi da de n ossas capaci dades. Caso con t rári o,
t eremos é qu e ser aju dados.

A modal i dade de amor em geral of ereci da pel a mu lh er é


absol u t ament e di spen sável . O qu e n ós, h omem, bu scamos é ju st ament e
aqu el e ti po de amor qu e vocês recu sam, ocu lt am e reservam apen as para
a en t rega su prema. Não será n o casamen t o qu e o obt eremos, t emos qu e
t omá-l o de assal t o, i st o é, in vadi r a al ma f emi ni n a como um f u racão, de
u m modo avassal ador qu e at ravesse t odas as su as resi st ên ci as 283. No
f u n do, o qu e a m ul h er qu er é u m h omem cont ra o qu al el as se debat am e
sejam i n capazes de resist i r. É por i sso qu e resi st em, at ormen t am e n os
t est am t an t o. A resi st ên ci a é part e do própri o processo da en t rega. Por
qu e o est u pro é h orrí vel ? Porqu e é uma i nvasão do corpo f emi n i n o sem a
permi ssão, i st o é, sem ser an t ecedi do pel a ent rega da al ma. E st a ent rega
da al ma n ão é grat ui t a, como as mul h eres qu erem sempre f azer parecer,

282
Es p i ri t ua l me n te .
283
In d o a o e n c on t r o, e n ã o d e e n con t r o, à s fa n t as i as fe mi n i n a s . Es t a i n va s ã o n ã o d e cor r e d a
op os i ç ã o a os d e s e j os fe mi n i n os ma s da al i a nç a com os me s m os . En t ã o n ã o h á com o r e s i st i r.

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poi s os h omen s pagam u m preço mu i t o alt o. A l i ás, a f azem parecer assim
para mel h or sel eci on ar e escolh er o seu h erói , aqu el e qu e vi rá rapt á-l a
em seu coração.

O i nt eresse pou co cent rado n o sexo, mot i vo de orgu lh o para mui t as


mu lh eres, f az com el as n ão correspon dam pl en amen t e às f ant asi as dos
mach os, mot i vo pel o qu al est es perman ecem em i n cessan t e bu sca.
A ssin al a degen eração e in vol u ção ao i nvés de el evação espi rit u al , como
su põem al gun s pseu do-esot eri st as ch arl at ães.

A n atu reza an imal n ão é o mai s in t eressan t e porém é a real i dade


qu e se impõe à esmagadora mai ori a. Para su perá-l a, é n ecessári o
pri mei ro admit í -l a, aceit á-l a. El a possu i seu lu gar, su a fu n ção qu e
preci sa ser reconh eci da. O ani mal n ão est á "errado", apen as preci sa ser
domado e di ri gi do. E est a é a met a do t rabal h o com o magn et i smo, a
corren t e hi pn ót ica un i versal qu e arrast a an imai s, veget ai s e os
el ement os n atu rai s den t ro da l ógi ca da cri ação.

Homens e mulheres não são superiores ou inf eriores uns aos


outros de modo absoluto mas a penas em um sentido relat ivo pois
c ertos f unc ionamentos são mais desenvolvi dos em um ou outro
sexo. 284 Dest e m odo, as al egações f emin i st as a respeit o de u ma pret en sa
su peri ori dade in t rín seca do f emi ni n o são absu rdas e il ógi cas. Ni n gu ém
con si dera o h omem i n f eri or ou di spensável qu an do a casa pega f ogo ou
qu an do o l adrão en t ra pel a jan el a, como di sse u m escri t or cu jo n ome n ão
me recordo. Nem preci samos i r t ão l on ge: qu an do u ma barat a su rge n o
qu art o, é o h omem qu em é ch amado.

Ten t ei ser abran gen t e e cobri r os pon t os l evan t ados. H á mu i t o o


qu e di zer ain da. E nt ret ant o, agu ardo répl i cas e observações.

Caro ami go

S i m, poi s o qu e i mport a para o h omem é a cert eza. O h omem


n ecessit a di ssi par as dú vi das 285. S aben do di sso , a mu l h er cri a e preserva

284
Gr i fo d o a u t or p a r a a te r ce i r a e d iç ã o vi r t u a l. Nã o con s t a n a me n s a ge m or i gi n a l .
285
Ve j a -s e P ei r ce ( 18 8 7 / s / d) .

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u m est ado i n def in i do para prol on gar a dú vi da e n os imobi l i zar. Por i st o é
qu e u m “u lt i matu m” é i mport ant e. E m qual qu er caso você deve cri ar
si t u ações qu e en cu rral em e f orcem a u ma defi n ição qu e n ão permit a
qu al qu er sombra de dú vi da.

A í v emos qu e o amor da m ul h er é m ui t as vezes at ivado por mei o da


rejei ção e n ão da i n si st ên ci a. Qu ant o mai s qu eremos qu e el as n os amem,
men os n os amam.

H á ai n da a qu est ão da posi ção qu e cada u ma das part es assume.


Em geral , as mu lh eres n os i n du zem a vê-las como prêmi os. Fal am
con osco e n os t rat am como se n ós preci sássemos del as e n ão
preci sassem de n ós. Procu re i nvert er est a posi ção modi f i can do seu s
sen t iment os e a f orma como a vê qu an do a en con t ra. Procu re sen ti r qu e
você é o prêmi o, o pagamen t o, o objet o a ser desej ado e persegu i do e
n ão o con t rári o.

A braços

* * * **
Caro l ei t or

Con si dero qu e o mel h or momen t o para o “at aqu e” é aqu el e em qu e


h ou ver uma sin al i zação f avorável . Est e é o momen t o em qu e a mu lh er
est á abert a, vul n erável . O probl ema n ão parece ser t an t o o moment o
mas si m o modo de “at aqu e”. U m “at aqu e” errado provoca rech aço en t ão
t emos qu e saber como “at acar”. S e el a f ixa o ol h ar e n ão se desvi a,
bast a aproxi mar-se e bei já-l a. Se age de ou t ro modo, en t ão a
modal i dade de “at aqu e” deve ser di f eren t e, pen sada de acordo com a
si t u ação.

E l a provavel men t e est ará “vul n erável ” qu an do t e der o t el ef on e,


qu an do con versar com você sobre qu al qu er coi sa et c. O qu e i mport a é
saber qu al é a abertu ra e f azer a i n vest i da de acordo, de modo a n ão
u l t rapassar os li mi t es.

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Conclusões

Apaixo nar-se é uma perda de t empo.

O amor verdadeiro difer e da paixão.

O sent iment alis mo prejud ica a relação.

Os ho mens são at rasados em int eligência emo cional.

A int eligência emo cio nal da mulher pode inut ilizar o int elect o do
ho mem.

Br igar e po lemizar é sempr e uma perda de t empo.

Assediar, correr at rás, perseguir, proibir e pressio nar são perdas de


t empo .

Não é convenient e t ent ar obr igar as mulheres a deixarem de ser


emo t ivas.

Não deve mos nut r ir sent iment alis mo s negat ivos de nenhuma espécie
(ranco r, vingança, ressent iment o et c.) com relação às mu lheres.

Temos que aceit ar as mulher es co mo são.

Co mo o amigo leit or deve t er percebido, a art e de lidar co m as


mu lheres que se enquadram no per fil apont ado nest e livro consist e em
devo lver- lhes aquilo que elas fazem conosco. Consist e, em alguns casos, em
t rat á- las co mo elas nos t rat am (ação especular) e, em out ros, de for ma
super io r à que elas nos t rat am.

As art imanhas femininas usadas para vencer a guerra da paixão e no s


escrav izar de amor podem ser redir ecio nadas de vo lt a para as espert inhas se
co mpreender mo s em pro fundidade co mo t ais est rat égias operam e quais são

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as co nd ições int er ior es requer idas. As mulheres nascem co m t ais condições
enquant o os ho mens podem desenvo lvê- las mediant e a exper iênc ia.

Toda a “t át ica de guerra” dest e livro sint et iza-se em do is pont os: 1)


resist ir ao feit iço da paixão e 2) aceit ar abso lut ament e todos os
co mpo rt ament os da mulher present eando- lhe t ambém as conseqüências.
Ambas apt idões so ment e podem ser conseguidas por meio de um
d iscip linado e lent o desenvo lviment o int er ior. Jamais devemo s lut ar cont ra
a mu lher mas sim cont ra nós mesmos. Aí est á a chave. Enquant o você lut a
co nt ra as suas própr ias fraquezas a morosas, ela lut a cont ra as dela. Aquele
vencer essa guerra cont ra si mesmo, vencerá a guerra da paixão po r
ext ensão. É um jogo em que ambo s co mpet em para ver quem ser á mais fort e
na lut a cont ra os próprios sent iment os: o apego, a paixão, a necessidade de
est ar perto, de procurar, de t elefo nar, o medo de perder et c. Que felicidad e
ser ia se ambo s fossem lo nge nessa lut a e vencessem a si mesmos! E nt ão a
man ipu lação perder ia t odo o seu sent ido e as cont radições do s
relacio nament os ent re casais passar ia m a outros níveis!

Aqueles que t ent am cont rolar o comport ament o alheio, cercear a


liber dade, vio lar o livre ar bít r io, obr igar o próximo a fazer o que não quer
et c. est ão bem lo nge de ent ender o que est e livro propõe. A propost a aqui é
a da liberdade t ot al: deixar a mulher abso lut ament e livr e para fazer o que
bem ent ender co m a vida de la ( mas não com a nossa) e most rar, assim,
quem r ealment e é. O que import a é nos relac io nar mo s co m a pesso a
verdadeir a que se esconde por t rás da aparência e não com uma figura
id ealizada por nossos desejo s e paixões.

Se o leit or t iver a rara sort e de encont rar uma mulher realment e


virt uo sa, sincera e ho nest a nos sent iment os, não haverá nenhu m ardil o u
art imanha a ser devo lvida. Ent ão, se ele est iver à alt ura dest a mulher
virt uo sa, t erá chegado ao paraíso.

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Sobre o autor:
O aut or dest a obra NÃO É PSICÓLOGO, sua for mação profis io nal é
em o ut ro campo. Ele NÃO É MESTRE e NÃO QUER DISCÍP ULOS E NEM
SEGUIDORES. E le NÃO PRETENDE FUNDAR NENHUMA RELIGIÃO.
E le ap enas gost a de pensar livrement e so bre os dramas humano s e sobr e as
do res da alma e acha que possui esse direit o. Seus pareceres são
pro visó r ios. E le quer que as pessoas est udem e le iam out ros livros so bre o
assu nt o.

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