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Livro em PDF Nutriao de Monogastrico Antonio Gilberto Bertechini 2004pdf
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NUTRIÇÃO DE MONOGÁSTRICOS
Antonio Gilberto Bertechini
AREIA – PB
JULHO DE 2007
NUTRIÇÃO DE MONOGÁSTRICOS
2004
Ficha Catalográfica preparada pela Seção de Classificação e Catalogação da
Biblioteca Central da UFLA
CDD-636.085
-636.4085
-636.5085
II
NUTRIÇÃO DE MONOGÁSTRICOS
Este livro não tem a finalidade de esgotar todo o assunto pertinente a nutrição de
aves e suínos, no entanto, apresenta vários capítulos básicos de nutrição, elucidando
os processos de metabolismo dos nutrientes de maneira simples, permitindo uma
abordagem geral da nutrição dos animais não ruminantes. Após a apresentação deste
segmento básico, os últimos capítulos tratam da aplicação prática da nutrição de aves
e suínos, com indicações de recomendações médias de nutrientes para a elaboração
de programas de alimentação mais adequados às poedeiras comerciais, frangos de
corte e suínos modernos. Apesar deste conteúdo conter dados importantes para a
nutrição de aves e suínos, ainda faltam informações sobre o interrelacionamento de
nutrientes, bem como os valores de biodisponibilidade da maioria dos nutrientes dos
alimentos, para alicerçar as formulações e fornecer maior segurança aos nutricionistas
no momento de definir os valores nutricionais das dietas. Por outro lado, a nutrição é
uma ciência dinâmica e, com a somatória dos esforços nesta área, como vem
acontecendo, permitirá sem dúvida, suporte para confecção de dietas cada vez mais
equilibradas, contribuindo para redução da contaminação ambiente e resultando
sempre em melhoria da produtividade dos suínos e das aves .
O Autor
INDICE
III
1
7
2
1. Carboidratos
1.1.1 Monossacarídeos
Aldoses Cetoses
Trioses (C3H6O3) Gliceraldeído Dihidroxiacetona
Tetroses (C4H8O4) Eritrose Eritrulose
Pentoses (C5H10O5) Xilose Xilulose
Ribose Ribulose
Arabinose -
Hexoses (C6H12O6) Glicose Frutose
Galactose Sorbose
Manose -
Heptoses (C7H14O7) - Sedoheptulose
1.1.2 Dissacarídeos
Sacarose (-d-glicose 1-5 -d-frutose)
Lactose (-d-galactose 1-4 -d-glicose)
Maltose (-d-glicose 1-4 -d-glicose)
Celobiose (-d-glicose 1-4 -d-glicose)
1.1.3 Trissacarídeos
Rafinose (frutose-glicose-galactose)
1.1.4 Polissacarídeos
Amido
Glicogênio
PNAs (arabinoxilanos, galactomananos, galactoglucomananos e
galactoglucanos)
8
1.2 Insolúveis
FDN - Fibra detergente neutro (celulose + hemi-celulose
+ lignina)
FDA - Fibra detergente ácido (celulose + lignina)
2.1 Simples
a) Ácidos graxos
b) Gorduras neutras (mono, di e triacilglicerol)
c) Ceras (ésteres de ácidos graxos com alcoóis de cadeia longa)
2.2 Compostos
a) Fosfolipídeos
Ácidos fosfatídicos, lecitina e cefalinas.
Plasmalogens
Esfingomielinas
b) Glicolipídeos
Mucina
c) Lipoproteínas
Lipoproteínas transportadoras
3 Nitrogenados
3.1 Proteínas (Aminoácidos)
3.1.1 Aminoácidos monoamino e monocarboxílicos alifáticos
3.1.2 Aminoácidos ácidos
3.1.3 Aminoácidos básicos
3.1.4 Aminoácidos aromáticos
3.1.5 Iminoácidos
3.1.6 Aminoácidos formados por translação
4. Vitaminas
4.1 Lipossolúveis: vitaminas A, D, E e K
4.2 Hidrossolúveis
4.2.1 Complexo B: B1, B2, B6, B12, Biotina, colina, inositol, niacina, ácido
pantotênico e ácido paramino-benzóico.
4.2.2 Vitamina C: ácido ascórbico
4.2.3
COMPOSTOS INORGÂNICOS
1 Macrominerais: cálcio, cloro, magnésio, fósforo, potássio, sódio e enxofre.
2 Microminerais: cobre, cobalto, iodo, ferro, zinco, manganês, selênio, cromo,
molibdênio, boro e flúor.
9
3 Água (HOH).
2.1 CARBOIDRATOS
Os carboidratos são os nutrientes mais abundantes na natureza e representam a
fonte primária de energia para os organismos vivos. Considerando o aspecto
nutricional, o principal carboidrato é a glicose. Por outro lado, na natureza, esta
molécula se encontra polimerizada (Figura 2.1) e, dependendo do tipo de ligação entre
as moléculas de glicose, vai caracterizar a solubilidade do polissacarídeo. Enquanto o
amido e o glicogênio apresentam ligações -1,4 e -1,6, a celulose, principal
carboidrato estrutural das plantas possue ligação glicosídica 1,4 (Figura 2.1). Aves e
Suínos não produzem -glicosidases em seus tratros digestórios, e, portanto, não
aproveitam a celulose. No entanto, as bactérias que habitam o intestino grosso desses
animais, podem aproveitar a celulose através da celulase microbiana e, o produto
desta fermentação, poderá ser aproveitado pelo hospedeiro, no caso de ácidos graxos
voláteis e algumas vitaminas hidrossolúveis.
O amido é armazenado nos grãos cereais na forma hidratada (C 6H10 O5 xH2O)n e,
quando ocorre o tratamento térmico, se transforma em forma amorfa, sendo que a
fração mais solúvel (amilose) é dissolvida e a amilopectina continua com a sua
estrutura. Durante a secagem do milho em secadores, se o processo acontecer de
forma rápida com temperaturas altas, poderá resultar uma forma de amido resistente,
com menor digestibilidade, devido a modificação da estrutura química, dificultando a
ação da amilase.
2.1.1 CLASSIFICAÇÃO
Os carboidratos presentes nos alimentos são muitos, no entanto, os polímeros de
glicose são de maior importância nutricional (Tabela 2.1).
TABELA 2.1: Carboidratos presentes nos alimentos
10
Tipo Nome Fonte
MONOSSACARÍDEOS
Trioses (C3H6O3) Dihidroxiacetona Produtos de fermentação e da glicólise.
Gliceraldeído
Pentoses (C5H10O6) Arabinose Hidrólises e arabanos
Xilose Hidrólises de xilanos
Ribose Ácidos nucléicos
Hexoses (C6H12O6) Glicose Hidrólise de amino, glicogênio, e maltose.
Suco de frutas
Manose Leite (hidrólise de lactose) e galactosídeos.
Galactose Hidrólise de sacarose
Frutose
DISSACARÍDEOS
(C12H22012)
Sacarose Acúcares Açucar de cana, beterraba, etc
Maltose Amido
Trealose Cogumelo
Lactose Leite
TRISSACARÍDEOS
(C18H32O18) Suco de beterraba
Rafinose Semente de algodão
Gossipose
POLISSACARÍDEOS – grupos compostos de cadeias longas de sacarídeos.
Nesta classificação encontram-se o amido, glicogênio, celulose, dextrose, pectinas,
galactosídeos, entre outras.
11
TABELA 4.3 Conteúdo de PNAs em alguns ingredientes de rações.
Ingredientes Tipo de PNA %
Milho PNAs totais 8,0
Arabinoxilanos 4,2
β- glucanos 0,1
Monossacarídeos
Os monossacarídeos são carboidratos simples que possuem importância
nutricional para as células, porém, sem importância diética, pois, de maneira geral, não
aparecem desta forma na natureza.
Os monossacarídeos são importantes intermediários no metabolismo de
carboidratos para as células do animal e geradores de energia para a manutenção da
homeostase energética orgânica. Como principais monossacarídeos cita-se as trioses,
pentoses e hexoses. Apresentam normalmente fórmulas comuns (C nH2nOn), porém,
com arranjo estrutural da molécula que dão particularidades nas suas ligações (Figura
2.2 )
12
Figura 2.2 Estrutura química dos monossacarídeos nutricionalmente importantes.
Dissacarídeos
Os dissacarídeos possuem importância dietética, pois, são encontrados na
natureza e concorrem como fonte de energia para os animais. São comumente
chamados de açúcares e também classificados como oligossacarídeos sendo os mais
comuns: sacarose, lactose, maltose e celobiose (Figura 2.3).
A sacarose é o mais abundante e formado por glicose e frutose. Já a lactose, é
encontrada somente no leite, sendo composta de glicose e galactose. Estes
dissacarídeos são importantes para o metabolismo da célula animal somente após a
sua digestão (hidrólise). A presença de sacarose na corrente sanguínea, por exemplo,
não será metabolizada, ocorrendo rápida excreção da molécula intacta, como se fosse
uma substância estranha ao organismo.
Figura 2.3 Estutura química dos dissacarídeos.
Polissacarídeos
Os polissacarídeos são polímeros complexos de monossacarídeos e representam
a principal fonte de energia para os animais monogástricos.
O principal polissacarídeo dietético é o amido presente em grandes quantidades
nos grãos cereais, formado por um polímero de glicose em ligações -glicosídicas,
possuindo dois constituintes principais, que são a amilose (15-30%) e a amilopectina
(70-85%). O amido de milho comum por exemplo, apresenta 28% em amilose e 72 %
de aminopectina . Estas duas cadeias são compostas por 24 a 30 moléculas de
glicose, sendo a primeira, composta por uma cadeia glicosídica reta e a segunda,
ramificada (Figura 2.1).
O glicogênio, carboidrato de reserva no animal está distribuído principalmente nos
músculos e fígado e este é responsável pela manutenção da glicemia, especialmente
no metabolismo do jejum. O seu nível orgânico é próximo de 1%. A estrutura do
glicogênio é semelhante à da amilopectina, com maior número de cadeias ramificadas
sendo que o polímero apresenta de 6.000 a 30.000 unidades de glicose, dependendo
do estado metabólico do animal. O peso molecular do glicogênio do músculo é
estimado em 106 enquanto no fígado este valor é de 5 x 106. Este tamanho é variável,
todavia, pela adição ou remoção de unidades de glicose.
Um outro polímero de glicose importante é a celulose. Constitui a base da
estrutura da parede celular das plantas. O seu aproveitamento em aves e suínos é
limitado à fermentação microbiana do intestino grosso destas espécies, já que, não
produzem celulases nos seus tratos digestórios. Tem importância no processo físico da
digestão, influenciando na formação e condução do bôlo alimentar.
A hemi-celulose está presente também junto com a celulose, formando a estrutura
da parede celular. Difere da celulose, devido a sua boa solubilidade tanto em pH
alcalino como ácido. No processo de determinação da Fibra Bruta (FB) da análise
proximal, ocorre sua solubilização durante as digestões ácida e alcalina realizadas.
Uma boa fração de hemi-celulose das plantas pode ser solubilizada durante a digestão,
por outro lado, não se sabe se ocorre hidrólise de suas cadeias polissacarídicas e o
seu aproveitamento por aves e suínos se uso de enzimas exógenas. Devido essa
característica de solubilização da hemi-celulose, é que Van Soest (1967), pesquisador
Francês, desenvolveu um método de fracionamento dos constituintes da parede celular
de acordo com a solubilidade dos compostos em meios com pH variável (Figura 2.4),
que chamou FDN (Fibra em Detergente Neutro) e FDA (Fibra em Detergente Ácido). A
13
hemi-celulose é insolúvel em pH neutro, sendo que a celulose, é solúvel apenas em
pH muito baixo (ácido) e a lignina em pH alcalino. Assim, a FDA contém celulose e
lignina, sendo extraída a hemi-celulose. Para as aves e os suínos, estas frações não
possuem importância dietética, já que, as rações destes animais não apresentam mais
do que 4% de fibra total. Por outro lado a FDA dos alimentos concentrados parece
exercer influência na estrutura da proteína, influenciando na digestão dos aminoácidos.
Exemplo desse fato é a maior digestibilidade de aminoácidos do milho de alta
qualidade proteica, quando comparado ao milho comum, devido principalmente ao
menor teor de FDA.
A lignina não pode ser considerada um polissacarídeo sendo as
2.2 LIPÍDEOS
Os lipídeos pertencem a um grupo de substâncias que são extraídas por
solventes orgânicos (éter, clorofórmio, hexana e benzeno) e comumente chamados de
extrato etéreo. Esta fração engloba várias substâncias apolares como pigmentos
vegetais, tocoferóis, alguns compostos flavonóides, entre outros. A maioria das plantas
possuem a reserva energética formada de carboidratos, com exceção das oleaginosas.
Por outro lado, a reserva energética básica dos animais é formada de gorduras. Além
de reserva energética orgânica, os lipídeos desempenham outras funções como por
exemplo estrutural (membrana das células) e hormônios.
Os lipídeos são divididos basicamente em três grupos:
a) Lipídeos simples
São formados por ésteres de ácidos graxos com álcool. Neste grupo estão as
gorduras e óleos (ácidos graxos + glicerol) e ceras (ácidos graxos + álcoois de cadeia
longa).
b) Lipídeos compostos
São formados por ésteres de ácidos graxos contendo outros grupos de
substâncias além do álcool e o ácido graxo. Entre os lipídeos compostos mais
importantes estão os fosfolipídeos lecitina , cefalina e esfingomielina, cerebrosídeos
(glicolipídeos) e lipoproteínas (lipoproteínas transportadoras).
c) Lipídeos derivados
São substâncias que por hidrólise, derivam dos citados e compreendem os ácidos
graxos livres e condensados.
2.2.1 Triglicerídeos
Do ponto de vista nutricional, os triglicerídeos (Figura 2.5) são os lipídeos mais
importantes, pois, representam a maneira mais fácil de elevar o conteúdo de energia
das rações. As gorduras ou óleos são compostos basicamente de triglicerídeos sendo
14
que suas características físicas dependem das insaturações dos ácidos graxos
esterificados. As gorduras animais normalmente possuem altas quantidades de ácidos
graxos saturados, sendo sólidos à temperatura ambiente. Por outro lado, a alta
concentração de ácidos graxos insaturados nos triglicerídeos dos óleos vegetais,
caracteriza a sua forma líquida à temperatura ambiente. Os ácidos graxos podem
apresentar uma ou mais insaturações. Como ácidos, monoenóicos tem-se os ácidos
oleico (série 9) e palmitoleico, encontrados nas gorduras. Os principais ácidos
polienóicos são linoleico (série 6) e linolênico (série 3), encontrados nos óleos
vegetais, e aracdônico, presente em pequenas quantidades no óleo de amendoim e
gordura animal. Outros ácidos graxos polinsaturados são encontrados na gema do ovo,
gordura de peixes de regiões frias e algas também dessas regiões. Estes ácidos são
da série 3 (eicosapentaenóico-EPA e docosahexaenóico-DHA).
2.2.2 Fosfolipídeos
Os fosfolipídeos são lipídeos compostos que incluem ácido fosfatídico,
fosfatidilglicerol, fosfatidilcolina (lecitina), fosfatidile-tanolaminas, fosfatidilinositol,
fosfatidilserina, lisofosfolipídeos, esfin-gomielina.
Apesar do grande número de fosfolipídeos, eles aparecem em pequenas
concentrações nos tecidos desempenhando funções metabólicas importantes no
organismo. A lecitina por exemplo, desempenha papel fundamental na membrana das
células, controlando a sua permeabilidade, graças a sua dupla solubilidade sendo parte
da molécula lipossolúvel e parte hidrossolúvel. Além desta função, integra a maior
fração lipídica das principais lipoproteínas transportadoras (Lipoproteínas de densidade
muito baixa - VLDL, de baixa densidade - LDL e de alta densidade - HDL ).
As lipoproteínas desempenham papel importante no metabolismo dos lipídeos.
Têm função básica de transportar energia (triglicerídeos) e matéria-prima para as
células. O colesterol presente nas lipoproteínas, fornece a forma estrutural
imprescindível para formar as paredes das células (membranas) além de ser precursor
de vários hormônios sexuais, da vitamina D entre outros compostos importantes.
Os triglicerídeos são substâncias insolúveis em água, portanto também no
sangue. Por outro lado, as lipoproteínas por serem ao mesmo tempo hidrossolúvel
(estrutura externa) e lipossolúvel (estrutura interna), conseguem tranportar os lipídeos
em sua fase interna, sem haver segregação no meio hidrossolúvel que é o sangue.
2.2.3 Esteróis
Os compostos esteroidais possuem um núcleo comum chamado ciclopentano-
peridro-fenantreno (Figura 2.3). O mais comum esterol encontrado no animal é o
15
colesterol, que pode estar na forma livre ou esterificado com ácidos graxos. Apesar de
apresentar algumas características físicas dos lipídeos, o colesterol na verdade e‟ um
álcool. Tem origem endógena, sintetizado a partir do acetato no fígado ou exógena,
dos alimentos de origem animal. Alimentos como gema de ovos, gordura láctea e
carnes possuem teores de colesterol variado. Um ovo de 59g por exemplo, possue
somente 213 mg de colesterol. Nas plantas é encontrado o ergosterol, que é precursor
da vitamina D2. O colesterol orgânico, ao nível de pele no animal, pode ser
transformado em vitamina D3 pela ação dos raios UV.
2.3 NITROGENADOS
2.3.1 Proteínas
As proteínas representam a maior fração dos compostos nitrogenados no
organismo animal, chegando a 20% do peso dos tecidos. São compostos de alto peso
molecular formados por unidades básicas (aminoácidos) ligadas por ligação peptídica.
Normalmente as proteínas dos alimentos vegetais possuem em torno de 16% de
nitrogênio. Baseado nesta concentração, foi desenvolvido o método de determinação
da proteína nos alimentos, através da avaliação do conteúdo de N total da amostra,
sendo multiplicado por 6,25 (100/16) segundo o Método de Kjeldahl.
Apesar de existir várias classificações para as proteínas, nutricionalmente podem
ser classificadas de acordo com sua composição. As proteínas simples, são solúveis
em água e álcool e fornecem por hidrólise somente aminoácidos. As conjugadas,
fornecem por hidrólises, aminoácidos e outras substâncias, chamadas de grupo
prostético. Estes compostos podem ser minerais como ferro, fósforo, lipídeos ou
glicose. Proteínas desnaturadas, são classificadas como derivadas.
2.3.2 Aminoácidos
Glicina GLI 75
Alamina ALA 89
Ácido
Aspático ASP 133
BÁSICOS
17
Arginina ARG 174
IMINOÁCIDOS
2.4 VITAMINAS
O termo vitamina significa aminas vitais geralmente descritas como compostos
orgânicos presentes em pequenas concentrações nos alimentos, distintos dos
carboidratos, proteínas, lipídeos e água, essenciais para o metabolismo normal dos
animais e, consequentemente, necessários para a saúde normal e funções fisiológicas
tais como , mantença, crescimento e reprodução. Causam sintomas de deficiência
específicos caso encontram-se ausentes ou em quantidades insuficientes para o
18
metabolismo orgânico normal.
Tradicionalmente as vitaminas estão divididas de acordo com a sua solubilidade
em lipossolúveis e hidrossolúveis. As vitaminas lipossolúveis são armazenadas no
organismo e são descritas como vitaminas do crescimento. Já as hidrossolúveis,
exceto colina, participam de coenzimas e são eliminadas após as reações metabólicas
e, por isso, são chamadas de vitaminas de mantença (Figura 8.1).
2.5 MINERAIS
Os minerais são considerados elementos essenciais para uma boa nutrição
19
animal. São classificados academicamente em macrominerais e microminerais ou
elementos traços. Esta classificação está relacionada com as concentrações dos
elementos nos tecidos (Tabela 2.2), que de certa forma, indicam as suas necessidades
orgânicas.
20
3
METABOLISMO DA ÁGUA
21
FIGURA 3.1: Distribuição dos líquidos do corpo em % do peso corporal
Howard (1975) estudando o balanço de água de poedeiras comerciais durante a
formação do ovo, verificou que estas aves consomem o dobro de água do que as que
não estão em postura. O aumento da ingestão de água ocorreu 12 horas antes da
oviposição, sendo que este alto consumo está associado ao ovo e também ao estresse
metabólico durante sua formação. Verificou também que nas horas que antecedem a
postura, as aves reduzem a ingestão de água, cessando o consumo duas horas antes
e, logo após a oviposição, a ave atinge o pico de ingestão de água.
TABELA 3.1: Metabolismo diário de água de frangos de corte
Umidade Entrada Saída
Idade Temp.
relativa
(sem) (ºC) (g) (g)
%
Metabo- Cresci Excre- respi-
Bebida Ração
lica mento tas ração
1 31 70 11,4 1,5 3,1 4,6 4,1 7,3
2 25 70 11,8 2,4 5,0 6,7 6,3 6,2
3 25 70 21,4 3,6 7,4 10,2 9,6 12,6
4 23 70 48,8 4,8 9,3 15,0 12,8 35,1
5 22 70 72,3 6,1 12,7 17,1 16,1 58,0
6 20 75 90,2 7,4 17,7 15,9 19,4 80,0
7 20 79 109,3 8,3 22,4 12,8 21,8 105,3
8 20 67 114,7 9,0 21,3 20,4 23,9 100,8
23
TABELA 3.3: Variação nos conteúdos de água e gordura corporal de acordo com o
peso vivo de suínos tipo carne.
Peso Vivo Percentagem da Carcaça
Kg Água Gordura
15 70,4 9,5
20 69,9 10,1
40 65,7 14,1
60 61,8 18,5
80 58,0 23,2
100 54,2 27,9
120 50,4 32,7
A.R.C. (1982)
24
3.3 FONTES DE ÁGUA
Basicamente existem três fontes de água para os animais.
Boletim FAO
25
3.3.2 Água Metabólica
Refere-se à água formada durante o processo de oxidação dos H 2 contidos nas
proteínas, carboidratos e gorduras a nível de metabolismo orgânico.
As gorduras produzem maior quantidade de água metabólica que os carboidratos
e proteínas (Tabela 3.5). No entanto, os carboidratos produzem maiores quantidades
de água metabólica por kcal de energia metabolizável (EM) produzida. Neste caso, em
condições de privação de água, seria indicado a ingestão de carboidratos.
1)Oxidação da glicose:
C6H12O6 + 602 -------> 6CO2 + 6H2O + Energia
Pesos moleculares: glicose = 180
6H2O = 108
2) Oxidação do tripalmitilglicerol:
C51H97O6 + 72,502 51 CO2 + 49H2O + Energia
Pesos Moleculares: tripalmitiglicerol = 805
49 H2O = 882
Água Metábólica , % = 882 x 100 = 100%(+)
805
26
3.4 FATORES QUE AFETAM A INGESTÃO DE AGUA
TABELA 3.6 Consumo de água por aves (ml/dia) de acordo com a temperatura
ambiente.
TEMPERATURA, ºC
AVES
20 32
POEDEIRAS
Sem produção 150 250
50% produção 180 340
90% produção 200 400
MATRIZES PESADAS
4 semanas 75 140
12 semanas 140 250
18 semanas 180 360
50% produção 200 380
80% produção 230 400
FRANGOS DE CORTE
1 semana 24 50
3 semanas 100 210
6 semanas 280 460
PERUS
1 semana 24 50
4 semanas 110 220
12 semanas 350 650
18 semanas 500 1000
Adaptado de Leeson & Summers (2001)
27
3.4.2 Função Fisiológica
A necessidade de água depende da função fisiológica. Porcas em lactação
exigem mais água do que as gestantes e estas mais do que os animais em
crescimento (Tabela 3.7). As aves também apresentam diferenças de consumo de
água em função da finalidade fisiológica (Tabela 3.6)
TABELA 3.7: Consumo de água por Suínos (ambiente termoneutro)
Categoria Litros/Animal/Dia
Leitões desmamados 0,149 + (3,053 x consumo
ração)
Crescimento/terminação 2 a 3 x consumo ração
Gestação 6,5 a 10
Lactação 20
Adaptado do N.R.C. (1998).
TABELA 3.8 Consumo de água por aves (ml/dia) de acordo com a idade.
Idade Frangos de Poedeiras Perus
Semanas Corte comerciais
1 32 29 55
2 68 43 103
3 104 57 148
4 143 71 209
5 178 86 285
6 214 100 358
7 250 107 435
8 286 114 514
9 - 122 612
10 - 129 696
12 - 145 777
15 - 158 812
10 - 171 832
35 - 228 1000
Adaptado do NRC (1994)
28
3.5 NECESSIDADE DE ÁGUA
30
Enquanto a forma de energia armazenada no organismo é a gordura, nos
vegetais, os carboidratos representam a maior reserva (Tabela 4.1). Na maioria dos
vegetais, a exceção das sementes oleaginosas, o carboidrato é em geral o principal
componente. Na análise proximal dos alimentos, a fração carboidrato é representado
por açúcares solúveis (extrativo não nitrogenado) e fibra bruta (teoricamente composta
por celulose, hemicelulose e lignina) que representa os carboidratos estruturais.
32
FIGURA 4.1: Destinos Metabólicos dos Carboidratos Dietéticos
33
TABELA 4.4: Digestibilidade da fração fibra bruta e extrativo não nitrogenado de
diversos alimentos para suínos e aves.
Alimento % FB % ENN Espécie Digestibilidade
(%)
FB ENN
Milho 3,5 72 suínos 30 93
aves 13 90
Trigo 2,5 69 suínos 45 79
aves 9 89
Cevada 5,5 70 suínos 15 86
aves 11 82
Aveia 11,3 60 suínos 11 79
aves 7 69
Alfafa 33 35 suínos 21 66
aves 1 34
34
TABELA 4.5 Efeito da salinomicina na digestibilidade da fibra em suinos na fase
de crescimento.
Nível de FB na ração (%)
Nitrientes 2,8 2,8 7,8 7,8
Salinomicina
- + - +
FB 55,72 57,61 45,50 b 63,75 a
MS 87,89 89,21 73,00 78,16
PB 88,38 87,71 75,60 78,90
a , b (P<0,05) Bertechini et al. (1992)
36
FIGURA 5.1: Destinos metabólicos dos lipídeos da dieta
37
TABELA 5.1: Ácidos graxos encontrados nos lipídeos e seus pontos fusão.
Ácidos Graxos Fórmula Ponto de Fusão
ºC
Saturados:
Butírico C4H8O2 Liquido
Hexanoico C6H12O2 Líquido
Octanoico C8H16O2 16
Decanoico C10H20O2 31
Láurico C12H24O2 44
Merístico C14H28O2 54
Palmítico C16H32O2 63
Esteárico C18H38O2 70
Aráquico C20H40O2 75
Lignocérico C24H48O2 84
Insaturados
Palmitoleico C16H30O2 Líquido
Oléico C18H34O2 Líquido
Linoleico C18H32O2 Líquido
Linolênico – (-3) C18H30O2 Líquido
Araquidônico C20H32O2 Líquido
Clupanodônico C20H34O2 Líquido
Eicosapentaenóico – C20H30O2 Líquido
EPA (-3)
Docosahexaenóico- C22H32O2 Líquido
DHA (-3)
38
TABELA 5.3: Composição (%) aproximada das gorduras animais.
Índice SATURADOS INSATURADOS
Fontes de 18:2 18:3
Iodo 14:0 16:0 18:00 18:1 20:4
(w6) (w3)
0,5
Aves 80 1,4 21,4 5,9 39,5 23,5 1,0
-
Suínos 62 1,4 28,2 12,8 48,0 11,0 0,6
Sebo
40 3,5 28,4 18,1 44,0 3,0 1,0 -
Bovino
b) Suínos
perda do pêlo;
dermatite escamoso-casposa;
pelo seco e quebradiço;
deficiência na produção de bile;
atrofia dos testículos;
redução ou falta de espermatogênese.
Tabela 5.5 Relação entre os ácidos graxos da dieta e sua deposição no peito de
frangos de corte com 42 dias de idade*.
Composição dieta, % Sem óleo Linhaça Comercial Soja
Extrato Etéreo 3,75 6,67 7,00 6,64
Omega-3 0,08 1,40 1,40 0,39
C18:3 ω 3 0,08 1,40 1,35 0,38
C20:5 ω 3 ND ND 0,027 ND
C22:6 ω 3 ND ND 0,020 ND
Composição dos AG do Peito, %
Omega-3 1,75 c 7,21 a 6,62 a 2,19 b
Omega-6 2,15 c 21,97 b 23,53 b 27,40 a
C18:3 ω 3 0,99 c 5,69 a 4,62 b 1,50 c
C20:5 ω 3 0,19 b 0,62 a 0,75 a 0,19 b
C22:6 ω 3 0,57 c 0,90 b 1,25 a 0,50 c
* médias seguidas de letras diferentes na linha, diferem estatisticamente pelo teste Tukey (p
< 0,05). ND-não detectado
Dados adaptados de Rosa, Bertechini e Bressan (2004)
43
5.7 RANCIDEZ DAS GORDURAS
A rancidez das gorduras são alterações na sua composição química, que modifica
o seu aspecto físico e suas características organolépticas. Existem basicamente dois
tipos de rancidez (hidrolítica e oxidativa).
Hidrolítica
Este tipo de rancidez pode ocorrer no meio ambiente pela ação de
microorganismos e ou fatores de rancificação, causando uma simples hidrólise com
liberação de mono e diglicerídeos e ácidos graxos, não afetando o valor energético das
gorduras, porém, afetando as suas características organolépticas.
No intestino delgado, ocorre normalmente a rancidez hidrolítica, durante a
hidrolização dos triglicerídeos para absorção.
Oxidativa
A rancidez oxidativa também chamada de peroxidação dos lipídeos, resulta em
decréscimos no seu valor energético. A entrada de O 2 na cadeia carbônica insaturada
dos ácidos graxos, reduz a capacidade de receber O 2 durante a oxidação, havendo
perda no valor energético. Além de afetar o valor energético das gorduras, esta
peroxidação modifica as características físico-químicas, afeta o mecanismo de
absorção das vitaminas lipossolúveis além de oxidá-las. A ordem de prejuízo seria a
vitamina E, seguida da A e D. A velocidade relativa de reação dos ácidos graxos com
O2 depende do grau de insaturação. Os ácidos graxos linolênico, linoleico e oleico,
apresentam velocidades relativas de oxidação de 25, 10 e 1, respectivamente. Assim,
as gorduras que contém ácidos graxos com maiores insaturações apresentam menor
estabilidade inerente a oxidação.
Peroxidação
44
5.6.1 Fatores que Favorecem a Rancificação
Umidade
Alta umidade possibilita as reações de oxidação, favorecendo o aparecimento de
fungos e bactérias que fazem a hidrólise das gorduras e facilita também a ação de íons
metálicos. A umidade das gorduras deve ser no máximo 0,5%.
Temperatura
Altas temperaturas associadas a alta umidade e presença de íons metálicos,
favorecem grandemente a rancificação.
Presença de íons metálicos
Os íons Ca++, Cu++, Fe++ e Zn++ catalisam as reações da rancificação.
Obs.: As rações com altos teores de gorduras (principalmente ) devem ser
protegidas com uso de antioxidantes, sob pena de perda do valor energético e de
vitaminas lipossolúveis durante o armazenamento.
Características:
a) Alta mortalidade: aves em condições normais que são acometidas por esta
síndrome passam de uma mortalidade de 0,5% para 2 a 3% ao mês;
b) Fígado hemorrágico: devido a alta infiltração de gordura no fígado, torna-o
hemorrágico;
c) Palidez do fígado: consequência de constantes hemorragias;
d) Queda de postura rapidamente: pesquisas tem revelado redução na taxa de
postura de 80% para 50% em apenas 15 dias;
e) As aves ficam extremamente sensíveis ao estresse, principalmente calórico.
Exame pós-mortem:
Causas:
a) Transporte deficiente de lipídeos no sangue: o transporte orgânico dos
lipídeos é feito por lipoproteínas transportadoras que na sua fração lipídica
contém altas concentrações de fosfolipídeos (lecitina) e colesterol. A
molécula de lecitina é sintetizada no organismo a partir do ácido fosfatídico e
a colina segundo o esquema a seguir.
45
O colesterol é sintetizado no fígado a partir do acetil CoA do metabolismo dos
carboidratos ou proveniente da dieta.
Outros compostos, tidos como fatores lipotrópicos são também importantes na
síntese das lipoproteínas transportadoras como a metionina (doando grupos CH 3 para
síntese de colina), betaína (intermediária da síntese de colina) e a própria colina, que
faz parte da molécula de lecitina.
b) Rações com alta energia: as poedeiras gastam muito pouca energia para
sua movimentação, devido ao regime de gaiola. Além disso, há uma
tendência dessa ave em consumir quantidades de ração que ultrapassa um
pouco as suas necessidades em energia. Este fato é agravado quando se
eleva os níveis de energia das rações de poedeiras em condições de clima
frio provocando uma excessiva ingestão de energia (gordura), que o fígado
não consegue metabolizá-la toda, com isto, ocorre o acúmulo de gordura
neste órgão, causando os problemas comentados.
Características:
a) alta mortalidade: as aves acometidas desta síndrome podem chegar a
mortalidade de até 30%;
b) ocorre paralisias nas aves;
c) fígado e rins com muita gordura e de coloração alterada.
Causas:
As causas principais são a deficiência de biotina e dietas com baixo nível de
gordura, com predominância de carboidratos.
Esta vitamina hidrossolúvel toma parte como cofator enzimático do enzima
piruvato carboxilase (PC) que catalisa a reação do piruvato a oxaloacetato (Figura 5.2).
46
FIGURA 5.2: Papel da biotina nas reações de carboxilação
Em caso de déficit de oxaloacetato no ciclo de Krebs, ocorre esta reação de
abastecimento. Apesar de não haver ainda explicações claras, parece que a deficiência
de biotina pode represar o ciclo de Krebs no oxaloacetato, ocorrendo a saída do citrato
da mitocôndria para evitar este represamento. O citrato por sua vez seria clivado pela
enzima de clivagem do citrato, fornecendo acetil-CoA fora da mitocôndria para a
síntese de ácidos graxos. O malato, produto da clivagem seria convertido a piruvato,
agravando a situação. Segundo Whitehead et al. (1976), duas carboxilases importantes
estão envolvidas nessa síndrome, a piruvado carboxilase e a acetil-CoA carboxilase.
Existe no metabolismo da ave, preferência da acetil-CoA carboxilase pela molécula de
biotina, sendo que dietas com baixa concentração biodisponível desta vitamina,
associado a alta necessidade desta enzima para a síntese de novo de gorduras, leva
ao comprometimento da ativação da piruvato carboxilase. Com este problema
(imbalanço enzimático), as aves consomem menos ração e desenvolvem hipoglicemia,
levando a necessidade de catabolizar os depósitos de lipídeos, provocando
mobilização e acúmulo no fígado e rins dos frangos de corte.
O ciclo de Krebs estando paralisado, não haveria oxidação e com isto toda
gordura formada seria acumulada e imobilizada.
No Brasil, onde o cereal base das rações é o milho, relativamente rico em biotina
(85 g/kg), dificilmente ocorreria esta síndrome. Na Europa, utiliza-se muita raspa
integral de mandioca e outros altenativos, que não possuem ou contém pequenas
concentrações dessa vitamina, podendo aparecer essa síndrome.
47
5.9 COLESTEROL
48
5.10 ANTIOXIDANTES
METABOLISMO ENERGÉTICO
52
FIGURA 6.2: Partição da energia ingerida
53
EM INGERIDA
290 Kcal
EM INGERIDA
300 Kcal de EM
Gordura
105 kcal
Proteina
63 kcal
54
PORCAS EM LACTAÇÃO
175 Kg DE PESO VIVO
PERDA DE PESO = 0
NÚMERO DE LEITÕES = 10
GANHO DE PESO LEITÕES – 21 DIAS = 200g/d
INGESTÃO CALÓRICA
ED = 18.205 Kcal
56
TABELA 6.1: Efeito do nível de energia e temperatura ambiente, sobre o
ganho de peso de frangos de corte criados de 29 a 49 dias de
idade (gramas).
Temperatura Em Ração (Kcal/Kg) X1
(ºC)
2800 3000 3200
17,1 1051 1122 1252 1142
22,2 1035 1086 1151 1090
27,9 872 951 1058 960
X1 986 1053 1154
Poedeiras Comerciais
Suínos
58
TABELA 6.4: Exigências nutricionais de frangos de corte na fase de
crescimento (%/Mcal de EM).
Leeson e Rostagno et al.
NRC (1994)
Summers (2001) (2000)
Fonte Nutriente Fases (dias)
22-42 22-42 29-42
Proteína 6,250 7,213 6,230
Metionina 0,120 0,157 0,146
Metionina + cistina 0,230 0,268 0,266
Lisina 0,313 0,393 0,373
Treonina 0,231 0,230 0,226
Triptofano 0,056 0,066 0,065
Cálcio 0,281 0,300 0,282
Fósforo Disponível 0,109 0,130 0,131
Sódio 0,047 0,050 0,062
59
Composição %
:
C= 51,0 - 55,0
H= 6,5 – 7,3
O= 21,5 - 23,5
N= 15,5 - 18,0
S= 0,5 – 1,5
P= 0,0 – 1,5
Ligação Peptídica
62
TABELA 7.2: Classificação dos aminoácidos para aves e suínos
Aminoácidos Essenciais Aminoácidos
Leitões/Aves Suínos/Aves Pintos Não essenciais
Lisina Lisina Lisina Glicinaa
Metionina Metionina Metionina Serina
Triptofano Triptofano Triptofano Alanina
Valina Valina Valina Ácido aspártico
Histidina Histidina Histidina Ácido glutâmico
Fenilalanina Fenilalanina Fenilalanina Cistinab
Leucina Leucina Leucina Prolina
Isoleucina Isoleucina Isoleucina OH-Prolina
Treonina Treonina Treonina Tirosinac
Arginina - Glicina ou Asparagina
Serina Glutamina
Prolina
a - Parcialmente sintetizado (60%)
b - Pode atender até metade das exigências de metionina
c - Pode atender até 30% das exigências de fenilalanina
Aminoácidos essenciais
Os aminoácidos essenciais são aqueles que não são sintetizados no organismo em
velocidade suficiente para atender as necessidades de máximo desempenho do
animal.
Considerando que alguns desses aminoácidos, necessitam de muitos passos
metabólicos para sua biossíntese, podem ser considerados como indispensáveis nas
dietas, sendo que a sua ausência, impediria o organismo animal de realizar síntese
protéica, e, consequentemente, de crescer. A lisina e a treonina estariam nesta
situação. Assim, estes aminoácidos poderiam ser considerados indispensáveis.
Alguns aminoácidos são essenciais apenas na fase inicial de vida dos suínos e
das aves. O aminoácido arginina é essencial para leitões, onde conseguem sintetizar
apenas 60% das suas necessidades, enquanto, no suíno adulto, ocorre toda síntese
necessária ao atendimento das exigências.
Os pintos necessitam do aminoácido glicina ou serina e prolina na fase inicial de
criação, além dos outros dez. Durante esta fase, as aves recebem rações de alto nível
protéico, além de trazer consigo uma reserva protéica do ovo que provoca sobrecarga
hepática para a síntese de ácido úrico, que utiliza os aminoácidos citados, para
eliminar o excesso de nitrogênio do metabolismo.
As aves e os suínos obtêm normalmente os aminoácidos não essenciais da
ração. No entanto, quando os níveis de proteína dietéticas são muito baixos, ocorrerá
também gasto de aminoácidos essenciais para a síntese destes aminoácidos. Desta
maneira é necessário um nível de aminoácidos não essenciais mínimo na ração, que
economizaria os aminoácidos essenciais da dieta. Um exemplo típico de gasto de
aminoácidos essenciais é o caso da metionina. A cisteina (não essencial) pode ser
substituída totalmente pela metionina, no entanto, esta reação é irreversível (Figura
63
7.3).
64
TABELA 7.3: Número de enzimas necessárias à síntese dos aminoácidos
organicamente.
Dieteticamente Nº Dieteticamente Nº
essencial Enzimas Não Essenciais Enzimas
Lisina 8 Alalina 1
Metionina 5 Asparagina 1
Triptofano 5 Glutamina 1
Valina 1 Ácido glutâmico 1
Histidina 6 Ácido aspártico 1
Fenilalanina 1 Prolina 3
Leucina 3 Serina 3
Isoleucina 8 Glicina 1
Treonina 6 Cistina 2
Arginina 7
Total 50 14
Adaptado de Martin et al (1982)
Nove aminoácidos não essenciais são formados a partir de intermediários
anfibólicos e três (cisteina, tirosina e hidroxi-lisina) a partir de aminoácidos essenciais .
As enzimas glutamato desidrogenase, glutamina sintetase e as transaminases são as
mais importantes na biossíntese dos aminoácidos não essenciais.
O fígado é o centro maior de controle da aminoacidemia. Após absorção, os
aminoácidos portais chegam ao fígado que controla o nível de influxo para a circulação
sistêmica. Assim, existe um perfeito controle do nível de aminoácidos circulantes,
evitando excessos. O perfil de aminoácidos que chegam no fígado via absorção é
diferente do encontrado na circulação sitêmica. O consumo de dietas imbalanceadas
em aminoácidos, pode influenciar o nível do(s) aminoácido(s) que estiver(em)
limitante(s) na dieta. Normalmente existe maior incorporação hepática do limitante,
reduzindo ainda mais o seu nível sanguíneo. Este fato afeta o nível de consumo das
dietas imbalanceadas.
66
7.4 MANEIRAS DE ADEQUAR OS NÍVEIS DE AMINOÁCIDOS NA DIETA
Existe basicamente três formas para equilibrar os níveis dos aminoácidos nas
rações de aves e suínos.
Combinação de ingredientes da ração
Existem desequilíbrios de aminoácidos em todos os ingredientes usados nas
rações de aves e suínos. Na prática, os aminoácidos essenciais, lisina, metionina,
triptofano e treonina estão limitantes nas fontes de proteína e energia comumente
utilizadas nas rações destes animais (Tabela 7.6).
TABELA 7.6: Aminoácidos limitantes de alguns ingredientes para suínos.
Ingredientes Primeiro Segundo
Milho Lisina Triptofano
Milho opaco 2 (QPM) Triptofano Lisina
Cevada Lisina Treonina
Sorgo Lisina Treonina
1
Farelo de soja AAS Treonina
Farelo de algodão Lisina Treonina
Farelo de amendoim Lisina ?
Farelo de girassol Lisina ?
Farinha de carne e ossos Triptofano Triptofano
Farinha de peixe Triptofano ?
Farinha de glúten de
Lisina Triptofano
milho
1
Aminoácidos Sulfurosos Totais.
D-aminoácido NH3
D-aminoácido -cetoácido L-aminoácido
Oxidase transaminase
68
TABELA 7.8: Eficiência relativa e equivalente protéico dos aminoácidos
sintéticos
Equivalente
Eficiência Relativa
Aminoácidos Protéico
(%)
(%)
L - Metionina1 100 59
1
DL – Metionina 97 59
1
D-Metionina 82 59
MHA-AL2 88 0
MHA-Ca2 88 0
L - Lisina2 100 120
2
L - Lisina - HCl 79 96
2
L-Triptofano 100 86
L-Treonina2 100 74
Ácido Glutânico2 100 177
Idade do animal
As necessidades dietéticas de proteínas decrescem com o avanço da idade dos
animais. Suínos por exemplo, exigem 15,8 g de proteína/kg de peso vivo, quando
pesam 7,5 kg, enquanto que, animais adultos, com peso de 65 kg exige apenas 6,14 g
de proteína/kg de peso vivo (N.R.C., 1998). Os frangos de corte necessitam de 66,6 g
de PB/kg de peso vivo na primeira semana de vida, sendo que de 42 a 49 dias, esta
necessidade é de apenas 12,96 g de PB (Rostagno et al. 2000).
69
Função fisiológica
As necessidades para acréscimo de proteína no tecido é maior do que para a
mantença. Alguns aminoádos não são citados como necessários para mantença de
aves como a glicina e a histidina. Por outro lado, metionina, arginina e treonina são
exigidos em altas concentrações para mantença. De maneira geral, as necessidades
de mantença da lisina para aves é menor do que para os suínos.
Na Tabela 7.9 estão apresentados exemplos da distribuição das necessidades
de alguns aminoácidos para galinhas de postura e codornas, também de postura
comercial. Verifica-se diferenças no perfil das necessidades em função do tipo de
aminoácido e função fisiológica.
Temperatura ambiente
A temperatura ambiente afeta diretamente o consumo de ração. As aves e os
suínos têm dificuldade de trocas de calor com o ambiente, sendo feita em grande parte
através da respiração. O aumento da taxa respiratória em ambientes quentes leva a
uma redução no consumo de ração. Considerando as necessidades de proteínas
(aminoácidos) em gramas por dia, deve-se elevar o teor protéico da dieta em condições
de consumo reduzido, provocado por altas temperaturas ambiente. As exigências de
galinhas poedeiras por exemplo é de 15,9 gramas de proteína diária. Em condições
normais de temperatura ambiente (21ºC) uma poedeira leve consegue ingerir 100
gramas de ração por dia, o que necessitaria de uma ração com 15,9% de proteína. No
entanto, em condições de verão, estas aves não consomem mais do 90 gramas,
70
necessitando assim um nível de proteína dietética de 17,78% para manter as
exigências diárias da ave (Rostagno et al., 2000).
Frangos de corte reduzem o consumo de ração de forma linear, a medida que
aumenta a temperatura ambiente (Y = 3333,01 - 35,923 r2 = 0,98). Resende et al
(1985) estudaram as exigências de aminoácidos sulfurosos em diferentes
temperaturas. Os autores verificaram aumentos de 0,0039 nas exigências a cada 1 oC
de aumento da temperatura ambiente, na faixa de 22,4 a 31,0ºC.
Sexo
A maioria da criação de suínos para abate atualmente é com sexos misturados,
apesar das diferenças nutricionais. No entanto, já existe uma parcela considerável de
frangos de corte criados com sexos separados. Pesquisas mostram que os machos de
frangos de corte e de suínos possuem um ganho de peso superior ao das fêmeas, nas
mesmas condições de alimentação (Tabelas 7.9 e 7.10). Este fato sugere diferenças
nas exigências nutricionais entre sexos. Recomendações de acordo com o sexo são
apresentadas no Capítulo 10.
71
TABELA 7.10: Desempenho de frangos de corte criados até 56 dias idade de
acordo com sexo
Parâmetro Sexo Fase Média
1 2 3
1-28D 29-42D 43-56D
Consumo de Ração (g/d) M 1648 1848 2224
F 1550 1600 1898
Diferença (%) 6,3 15,5 17,2 13,0
Ganho de Peso (g/d) M 924 894 595
F 852 780 531
Diferença (%) 8,5 14,6 12,1 11,7
Conversão Alimentar M 1,78 1,97 3,03
F 1,82 2,06 3,36
Diferença (%) 2,2 4,6 10,9 5,9
AVES
As aves excretam a maior parte do nitrogênio do catabolismo das proteinas
orgânicas na forma de ácido úrico. A maior parte do ácido úrico é sintetizado no fígado,
podendo ocorrer também a nível renal (Wiggins et al., 1982). A rota metabólica de
síntese do ácido úrico é semelhante a da síntese das bases orgânicas como adenina e
guanina. O próprio ácido úrico é considerado metabolicamente como uma purina. As
aves não possuem a carbamoil fosfato sintetase, enzima que fixa o nitrogênio livre em
mamíferos. Utilizam a glutamina sintetase mitocondrial para fixar o nitrogênio do
catabolismo dos aminoácidos a nível de citosol, onde o ácido úrico é produzido.
Durante esta formação, existe uma necessidade aumentada de alguns aminoácidos
que são chave no processo como metionina (doadora de CH 3 ), arginina e glicina.
Gasta-se 1 mol de glicina para cada molécula de ácido úrico produzido. Dois carbonos
são provenientes de transmetilação realizada pelo ácido fólico (tetrahidrofolato), que
utiliza o agrupamento metil lábil da metionina (Figura 7.3). A exigência de arginina para
mantença é alta e não pode ser biossintetizada como ocorre nos mamíferos (ciclo da
uréia), aumentando a sua necessidade dietética. Assim, a utilização de altos níveis de
proteina nas dietas, também tem um incremento nas necessidades dietéticas desses
aminoácidos para garantir a excreção normal de N através do ácido úrico. A utilização
de dietas com baixa proteina nos 5 primeiros dias de vida dos pintinhos, seria
recomendada, pois, nesta fase o aminoácido glicina é essencial e limitante,
principalmente quando se utiliza níveis muito altos de proteina nessas dietas.
Apesar da molécula de ácido úrico ser relativamente pequena, a necessidade
energética para a sua biossíntese é maior do que a uréia. Gasta-se aproximadamente
3,75 ATP/mol de N excretado na forma de ácido úrico, sendo que no caso da uréia,
este valor é de 2 ATP.
72
Figura 7.3 –Molécula de ácido úrico e fonte dos seus elementos
Os rins das aves secretam ácido úrico para a urina e também conseguem
remover o ácido úrico do sangue de forma eficiente. Os níveis de ácido úrico no sangue
são de 5 a 10 mg/100ml, sendo que uma ave adulta consegue eliminar de 4 a 5 g por
dia.
SUINOS
Existem maneiras de fazer com que o animal aumente o consumo de uma dieta
imbalanceada. Uma delas seria de condicionar o animal a consumir através de
estímulos externos. Outra, através do uso do cortisol, que estimula a degradação das
proteinas endógenas, aumentando o níveis de aminoácidos sanguíneos e a última,
através da alimentação forçada. De qualquer forma, o desempenho final dependerá do
nível de limitação do(s) aminoácido(s) limitante(s).
O grau do imbalanço é que define estas alterações. Existem basicamente três
tipos de imbalanços. O primeiro resulta da ingestão de dietas com conteúdos
desequilibrados em aminoácidos, sendo o mais comum de acontecer. Dietas com
níveis excessivos do segundo aminoácido limitante estão nesta condição também. O
segundo tipo, refere-se ao antagonismo que pode ocorrer entre os aminoácidos. Neste
caso, o excesso de um aminoácido afetando o consumo de outro, devido a competição
por sítio de absorção. Existem dois casos específicos deste imbalanço, o da lisina com
a arginina e o dos aminoácidos de cadeia ramificada (leucina, isoleucina e valina). O
terceiro caso seria referente à toxidez dos aminoácidos. Os efeitos da toxidez no
consumo vai depender do aminoácido. Os aminoácidos mais tóxicos possuem efeitos
mais severos. Neste caso estão a metionina e o triptofano. Estes aminoácidos
participam de muitas funções metabólicas no organismo, sendo que os níveis tóxicos
não são muito mais altos do que as suas necessidades para maximizar o desempenho
dos animais. Para os aminoácidos menos tóxicos, os efeitos fisiológicos são menores e
neste caso estão a lisina e a treonina.
As composições das fontes proteicas normalmente utilizadas em rações de aves
e suinos, possuem perfis de aminoácidos que não atendem aos perfis das
necessidades metabólicas de manutenção, turnover proteico orgânico, crescimento de
tecidos e produtos. Assim, define-se conteúdos proteicos das dietas, que permitem o
atendimento dessas necessidades. Todos os aminoácidos que são ingeridos além da
proporção da sua exigência, é catabolizado sendo o esqueleto carbônico utilizado
como fonte de energia e o N, eliminado de diversas formas. As aves produzem o ácido
úrico e os suinos a uréia, para poder reduzir os efeitos tóxicos da amônia. Este
catabolismo é mais ou menos intenso, dependendo da desproporcionalidade dos
aminoácidos digestíveis da dieta.
76
Tabela 7.11 Padrões de aminoácidos para frangos de corte segundo vários
autores/tabelas para fase crescimento.
Baker e Rostagno Leeson e
Han NRC(1994) et al. Summers Média
Aminoácido (2000) (1997)
(1994)
Fase 21-42 dias
LIS 100 100 100 100 100
MET+CIS 75 72 71 66 71
MET 36 38 39 40 38
ARG 108 110 108 100 107
TRE 70 74 61 55 65
TRI 17 18 17 15 17
GLI+SER 114 114
ILE 69 73 68 50 65
VAL 80 82 79 60 80
LEU 109 109 109 100 107
HIS 32 32 32 33 32
FEN + TIR 105 122 114 117 115
Os suinos possuem trato digestório bem definido com segmentos bem formados
e que definem o processo digestivo nestes animais.
A digestão proteica também é iniciada ao nivel gástrico onde ocorre às mesmas
transformações dos alimentos que acontecem com as aves. Existe alguma
diferenciação a nível de glandula gástrica, porém, o funcionamento neural e secretório
é semelhante ao da aves. A capacidade gástrica no suino é um pouco maior do que na
ave, porém, a ave tem um segmento complementar que é o estomago mecânico
(moela) que tem função essencial no processo digestivo. Assim, a digestão proteica
pré-ileal é semelhante para ambas espécies. No entanto, o intestino grosso nos suinos
adultos tem significativa funcionalidade como câmara fermentativa, além, da função
básica de recuperação de água e eletrólitos.
Neste compartimento dos suinos, ocorre intensa fermentação que influi
diretamente na determinação da digetibilidade proteica (aminoácidos) . O intestino
80
delgado é o sítio principal de digestão e absorção de aminoácidos, a semelhança das
aves. A proposta de digestibilidade ileal, corrigida (verdadeira) ou aparente, tem a
finalidade de conhecer melhor a absorbabilidade dos aminoácidos, já que, somente
neste segmento existem sítios para tal. Por outro lado, o intenso desgaste do trato
digestório, aliado a grande quantidade de enzimas (proteinas), incrementa de forma
significativa a presença da proteina endógena no íleo. Algumas pesquisas indicam que
a proteina endógena chega a ser 7 vezes maior do que a ingerida, no íleo inferior. Este
é um dos fatores que pode afetar os valores de digestibilidade ileal de aminoácidos,
sem que seja corrigida esta perda endógena. Estas perdas são provenientes de uma
secreção basal e, somada a ação específica de compostos químicos da dieta como
fibra, fatores antinutricionais (anti-tripsina, taninos, e polissacarídeos complexos) .
A digestibilidade ileal aparente também é variável de acordo com o nível de
aminoácidos da dieta. Quanto maior o conteúdo proteico da dieta, mais diluido ficará a
perda endógena, em relação à ingestão. Devido a este fato é que os coeficientes de
digestibilidade ileal aparente dos aminoácidos dos grãos cereais, normalmente são
inferiores aos coeficientes das fontes proteicas. Assim, existe a necessidade de se usar
níveis mais altos de proteina na dieta, pois, à medida que se eleva o nível de
aminoácidos ingeridos, maior a digestibilidade ileal (Fan et al.,1994). Também se pode
inferir que níveis muito altos de proteina na dieta basal, poderão aumentar o
incremento calórico, podendo haver gastado de aminoácidos como fonte de energia,
alterando o real aproveitamento na construção de tecidos. De qualquer forma, estes
possíveis erros nas determinações não alteram de forma significativa os valores
determinados. A digestibilidade ileal aparente e a total apresentam maior diferenciação
do que a observada com aves (Tabela 7.13).
81
Treonina 72 68
Triptofano 76 75
Arginina 79 78
1. Adaptado de Serrano (1990)
83
FIGURA 8.1: Resumo da atuação das vitaminas hidrossolúveis no
metabolismo
Funções da vitamina A
a) Processos da visão
O pigmento retiniano chamado rodopsina ou púrpura visual (proteína conjugada)
é cindido pela presença da luz em opsina e retineno. Esta reação ocorre ao inverso
sem a presença de luz. A retina o retinol na qual é convertido em retinaldeído, que
participa do sistema visual (ilustração na Figura 8.3). Na deficiência de A, as reações
de formação da rodopsina ficam prejudicadas, manifestando inicialmente a falta de
adaptação ao escuro, que progride até a cegueira noturna total.
86
FIGURA 8.3: Processo da visão (Adaptado de Scott et al., 1982)
b) Manutenção da integridade dos epitélios
A vitamina A é exigida para a manutenção do epitélio que recobre todos os
canais, cavidades e áreas de exposição externa, atua diretamente na síntese de
mucopolissacarídeos. A queratinização dos epitélios é o resultado da perda de sua
capacidade secretora, tornando-os secos e susceptíveis às infecções. O trato
gastrointestinal quando queratinizado, possibilita infecções provocando transtornos
digestivos.
c) Formação óssea
Os sais de cálcio são depositados em uma matriz de mucopolissacarídeos que
são sintetizados por ação da vitamina A.
d) Reprodução
Na reprodução, a vitamina A atua na síntese de hormônios esteroidais a partir do
colesterol orgânico, nas gônadas, placenta e adrenais. Em caso de deficiência desta
vitamina, ocorrem alterações histológicas dos órgãos reprodutivos de machos e
fêmeas, tornando as glândulas atróficas e mesmo quando ocorrer a fecundação, o feto
poderá ser reabsorvido ou nasce defeituoso ou morto.
Deficiência de vitamina A
a) Aves
Pintos de um dia recebendo dieta livre de vitamina A apresentam sintomas de
deficiência ao final da primeira semana de vida, Este quadro é mais evidente quando a
matriz tenha sido alimentada com ração também deficiente. De maneira geral, a
deficiência de vitamina A em aves provoca anorexia (devido a queratinização dos
epitélios) com consequência no crescimento, incoordenação motora, enfraquecimento
geral, acúmulo de uratos nos ureteres e túbulos renais com aumento da mortalidade.
Em animais adultos, verifica-se a queratinização do trato digestório superior, formação
87
de pústulas brancas em consequência de infecções secundárias.
b) Suínos
Em suínos, a deficiência de vitamina A dietética resulta em diminuição dos níveis
sanguíneos com elevação da pressão do fluído cérebro-espinhal.
A redução da resistência a doenças, principalmente as ligadas do aparelho
respiratório dos suínos é frequente.
A incoordenação motora com paralisação dos membros posteriores pode evoluir
para uma ataxia total. Nas porcas reprodutoras, a deficiência desta vitamina resulta em
problemas reprodutivos.
Vitamina D
Existem basicamente dois tipos de vitamina D, o ergocalciferol vegetal irradiado
(D2) e o colecalciferol animal (D3).
Para suínos, as formas dietéticas de D2 e D3 são eficientemente utilizadas, no
entanto, as aves aproveitam com melhor eficiência a forma D3 (10 vezes melhor).
Os precursores das formas D2 e D3 são o ergosterol vegetal e o 7-
dehidrocolesterol, respectivamente. Ambos compostos quando submetidos aos raios
ultravioleta, modificam as suas moleculas transformando-os em vitamina D de acordo
com esquema da Figura 8.4.
88
FIGURA 8.4: Conversão do ergosterol e 7-dehidrocolesterol nas vitaminas D2
e D3 respectivamente.
89
FIGURA 8.6: Fatores de ativação da vitamina D.
Função da vitamina D
90
FIGURA 8.7: Atuação da vitamina D3 na absorção cálcio
Deficiência de vitamina D
A vitamina D pode ser sintetizada na pele dos animais desde que expostos aos
raios solares (ultra violeta). No entanto, aves e suínos são atualmente criados em
confinamento, livre de insolação. Este fato leva a necessidade de suplementação desta
vitamina nas rações destes animais.
a) Aves
Aves na fase inicial de criação, quando deficientes, apresentam uma redução no
crescimento e raquitismo a partir da 2ª ou 3ª semana de vida. Os ossos e bicos tornam-
se moles e dobráveis.
O aparecimento de nódulos na união costela vértebra são características de
deficiência de vitamina D em poedeiras, que também provoca redução da mobilidade,
com paralisias das pernas, produção de ovos sem casca ou casca mole e, ocorre
também a queda na produção de ovos.
Exames pós-mortem nas aves revelam hipertrofia da glândula paratireóide e
redução das cinzas e resistência óssea devido a osteodistrofia (redução da substância
mineral dos ossos).
b) Suínos
Leitões deficientes em vitamina D, reduzem o crescimento, ocorre engrossamento
e rigidez das juntas, provocando paralisias, nos membros posteriores.
Em animais adultos, a deficiência causa a osteomalácia, com redução da
resistência óssea, com fraturas frequentes.
91
Vitamina E
A vitamina E, também chamada de tocoferol, foi inicialmente estudada na
reprodução, sendo designada por algum tempo como vitamina antiesterilidade e
vitamina da fertilidade. Foi descoberta por Evans e Bishop (1922), como fator
lipossolúvel de óleos vegetais, necessário à reprodução de ratos.
Existem várias formas de tocoferol encontrados na fração lipídica de vegetais,
com atividade de vitamina E (Tabela 8.2). No entanto, a forma alfa-tocoferol é a mais
importante nutricionalmente. O conteúdo de vitamina E nas plantas é prejudicado pelo
tempo de armazenamento dos alimentos, sofre alterações químicas e perda da
atividade.
As duas principais formas de vitamina E para as rações são o alfa-tocoferol e o
alfa-tocoferil-acetato (Figura 8.7), ambas com eficiente atividade de vitamina E.
TABELA 8.2: Atividade biológica de tocoferois encontrados em várias
fontes
Potência Biológica Fonte
Forma
Relativa Primária
Alfa-tocoferol 100 Germe de trigo
Beta-Tocoferol 35 Germe de trigo
Gama-tocoferol 1 Milho
Delta-tocoferol 1 Soja
Scott et al (1982)
Funções da vitamina E
a) Atua no metabolismo de carboidratos, na creatina, no metabolismo muscular
92
e na regulação das reservas de glicogênio, controla o desenvolvimento e
função das glândulas, prepara e protege a gestação regula o metabolismo
hormonal através da hipófise. Estimula a formação de anticorpos e possui
efeito antitóxico no metabolismo celular.
b) Antioxidante biológico. Como antioxidante celular, a vitamina E intervém na
estabilização dos ácidos graxos polinsaturados, fração lipídica das
membranas celulares, evitando a formação de lipoperóxidos tóxicos, não
permitindo a formação de lesões nos vasos sanguíneos e alterações na
permeabilidade capilar, exercendo atividade de proteção à membrana
eritrocítica, através do aumento da sua resistência ao peróxido de hidrogênio
(agente hemolítico). A desintegração oxidativa da vitamina A no organismo
animal pode ser protegida pela ação antioxidante da vitamina E, melhorando
seu aproveitamento e armazenamento orgânico.
a) Aves
As aves podem apresentar diversos sintomas de deficiência de vitamina E e/ou
selênio dependendo da intensidade da carência e idade das aves.
1 - Encefalomalácia nutricional
Este sintoma foi inicialmente descrito em 1931, caracterizado por ataxia,
curvamento do pescoço, incoordenação, contrações e relaxamento rápido das pernas e
finalmente prostração e morte da ave. Este quadro aparece normalmente entre a 2ª e
4ª semana de idade da ave e é caracterizada histologicamente por uma degeneração
das células de Purkingie do cerebelo e às vezes do cérebro. Nos casos severos, o
cerebelo apresenta petéquias hemorrágicas e as meninges edematosas. Na prevenção
da encefalomalácia, a vitamina E atua como antioxidante biológico, interrompendo a
formação de radicais livres. Após o aparecimento dos sintomas, a adição de selênio à
dieta não recupera a ave. Várias pesquisas têm relatado a importância da utilização de
anti-oxidantes como etoxiquina e BHT (butil-hidroxi-tolueno) nas rações de aves,
principalmente nas de alta energia com altos teores de óleos vegetais, que favorece a
oxidação da vitamina E.
2 - Diátese exsudativa
Este sintoma aparece devido ao marcado aumento da permeabilidade dos
capilares, conduzindo a formação de edemas, com conteúdo semelhante ao plasma
sanguíneo. Ocorre com maior frequência em aves com idade entre três a seis semanas
e se caracteriza pelo aparecimento de sintomas tais como coloração verde azulada na
região peitoral da ave, com degeneração dos músculos e pequenas hemorragias nas
articulações e num estágio avançado, o aumento de volume na região ventral com o
acúmulo de exsudato subcutâneo formando um edema peitoral.
Segundo Scott et al. (1982) a adição de 80 g de selênio/kg de ração, na forma
de selenito de sódio, previne completamente a diátese exsudativa e em rações com
níveis adequados em vitamina E, sendo que 40 g/kg são efetivos para manter um
bom desempenho das aves.
95
3 - Distrofia muscular nutricional
Em dietas deficientes em vitamina E e aminoácidos sulfurosos, as aves
apresentam uma severa miopatia especialmente no músculo do peito a partir de quatro
semanas de idade. A distrofia muscular nutricional é caracterizada pela degeneração
das fibras musculares especialmente na região peitoral e ocasionalmente nos músculos
das pernas. Pode ocorrer também a erosão da moela, devido provavelmente à
degeneração muscular, que afeta a musculatura deste órgão.
Níveis adequados de selênio e vitamina E previnem esta distrofia muscular.
4 - Problemas reprodutivos
Em matrizes, a deficiência prolongada de vitamina E /ou selênio reduz
marcadamente a eclodibilidade. Nos machos, ocorre uma degeneração testicular
afetando o seu desempenho reprodutivo.
b) Suínos
A deficiência de vitamina E e/ou selênio em suínos produz basicamente três
síndromes principais: distrofia muscular, hepatose dietética e microangiopatia dietética.
Além destas manifestações, podem ser observadas outras disfunções ligadas
principalmente a reprodução, como esterilidade e reabsorção fetal. Hemorragias no
trato gastrointestinal e esteatite podem aparecer.
2 - Hepatose dietética
Esta disfunção afeta principalmente os suínos de três a quatro meses de idade,
determinando alta mortalidade. As descrições clínicas da hepatose dietética são
escassas devido a curta duração desta síndrome. Observa-se em animais doentes uma
forte dispnéia, cianose nas condutas auditivas, vômitos, sonolência e inapetência.
A necropsia do fígado evidencia uma hipertrofia hepática e lóbulos com aspecto
de mosaico. Hemorragias de intensidade variável podem ocorrer, onde as células
hepáticas são substituídas por fibroblastos.
96
TABELA 8.4: Resumo das principais deficiências nutricionais ligadas a
Vitamina E e Selênio.
Condição Animal Tecido Previnido por
Afetado Vit E Se
1. Falha na Reprodução
- Degeneração Embrionária Galinhas Sistema vascular do Sim Não
embrião (ovo)
- Esterilidade Galos Gônadas masculinas Sim Não
2. Fígado, sangue, cérebro e
capilares.
VITAMINA K
Também chamada de vitamina antihemorrágica, a vitamina K exerce um papel
importante na coagulação sanguínea através da regulação e manutenção da formação
de protrombina.
Existem três grupos de substâncias com atividade de vitamina K. São as séries
das filoquinonas (plantas), séries das menaquinonas (produzidas pela fibra bacteriana
intestinal) e a série menadionas (formas sintéticas), com atividades de vitamina K.
As menadionas são utilizadas para suplementação das rações. A molécula não é
completa, no entanto, no fígado, ocorre a adição da cadeia carbônica isoprênica.
TABELA 8.5:Atividade biológica relativa de várias formas da vitamina K
Atividade
Formas Relativa
(Base Molar)
Série fitoquinonas
Filoquinona - 1 [vitamina K1, (5)]* 5
Filoquinona - 2 [Vitamina K1, (10)] 10
Filoquinona - 3 [Vitamina K1, (15)] 30
Filoquinona - 4 [Vitamina K1, (20)] 100 (natural)
Filoquinona - 5 [Vitamina K1, (25)] 80
Filoquinona - 6 [Vitamina K1, (30)] 50
97
Série Menaquinonas
Menaquinonas - 2 [Vitamina K2, (10)] 15
Menaquinonas -3 [Vitamina K2, (15)] 40
Menaquinonas -4 [Vitamina K2, (20)] 100
Menaquinonas -5 [Vitamina K2, (25)] 120
Menaquinonas -6 [Vitamina K2, (30)] 100
Menaquinonas -7 [Vitamina K2, (35)] 70
Série Menadionas
Menadiona (vitamina K3) 40-150
Menadiona-bissulfito de NaCl 50-150
(complexo) 100-160
Menadiona dimetil pirimidon bissulfito
o valor entre parênteses representa o número de carbonos das unidades isoprênicas
Leeson e Summers (2001)
Funções da Vitamina K
A Vitamina K atua no mecanismo complexo de coagulação sanguínea em vários
passos metabólicos. Fatores intrínsecos (ligados à injúria do tecido) e Extrínsicos
(presentes no plasma sanguíneo) estão envolvidos no mecanismo de formação da
fibrina, tendo a vitamina K responsável pela biossíntese de protrombina, proconvertina,
fator Stuart e fator Christimas (tromboplastina plasmática).
98
FIGURA 8.12: Mecanismo da coagulação sanguínea (Martin al, 1982)
Fatores anti-vitamina K
Existe uma série de substâncias com estruturas semelhantes à vitamina K e que
ocupam a sua posição porém, não exercendo sua função.
Dentre estas substâncias, a sulfaquinoxalina, o warfarim, dicumarol e a
actinomicina D são compostos que impedem a coagulação sanguínea, provocando
hemorragias que levam a morte do animal. O warfarim e o dicumarol são comumente
utilizados como veneno de ratos.
Deficiência de vitamina K
A deficiência de vitamina K leva a um retardamento na velocidade de coagulação
sanguínea.
99
a) Aves
Os sintomas de deficiência de vitamina K em aves resumem-se em pontos
hemorrágicos na pele; sangramento excessivo devido a lesões e cristas pálidas.
Pintinhos recebendo ração deficiente nesta vitamina apresentam sintomas de
deficiência com duas semanas. Aves criadas no sistema de cama, dificilmente terão
deficiência desta vitamina, devido ao contato com as próprias fezes, ricas em K,
produzida no intestino grosso da ave. No entanto, a suplementação da vitamina K é
imprescindível ao bom desempenho de poedeiras em regime de gaiola.
b) Suínos
Os suínos também apresentam sintomas semelhantes ao das aves, onde as
lesões provocam hemorragias que levam a anemia e o baixo desempenho destes
animais.
Os leitões deverão receber ração suplementada com vitamina K principalmente
na fase pós-desmama, onde os distúrbios digestivos desta fase, podem associar-se a
hemorragias do trato digestório que levam a morte destes animais.
VITAMINA B1 (TIAMINA)
Atua de forma decisiva no metabolismo dos carboidratos como coenzima. Os
grãos cereais e seus subprodutos e os farelos de soja algodão e amendoim são
relativamente ricos nesta vitamina e em especial o pericarpo do arroz e trigo, que
apresentam grandes concentrações. A suplementação de tiamina pode ser em mg/kg
da dieta ou em UI. Neste caso considera-se que uma UI é equivalente a 3 g de
tiamina hidroclorica cristalina.
A suplementação da vitamina B1 em rações de aves e suínos torna-se
imprescindível, já que, estas rações contém altos teores de carboidratos. Além da
participação coenzimática da tiamina, atua no funcionamento normal do tecido nervoso
e músculo cardíaco. Pesquisas evidenciam a participação da tiamina na biossíntese de
acetil-colina, responsável pela transmissão dos impulsos nervosos; participa no
transporte passivo do sódio através da membrana das células ganglionares e também
previne a redução da atividade da transcetolase do ciclo da pentose fosfatada,
envolvido na biossíntese de ácidos graxos no sistema nervoso.
As necessidades de tiamina para poedeiras comerciais é mais elevada quando
comparada com frangos de corte e suinos, devido a grande deposição dessa vitamina
na gema.
Sistemas enzimáticos dependente de B1:
Deficiência de vitamina B1
a) Aves - Sintomas
atraso no crescimento
anorexia
polineurites
decréscimo da taxa respiratória
a) Suínos - Sintomas
atraso no crescimento
cianose (cor azulada, devido à oxigenação inadequada do sangue) na pele e
nas membranas mucosas da cabeça
coração dilatado com alterações cardíacas
temperatura subnormal
Vitamina B2 (Riboflavina)
Deficiência de vitamina B2
a) Aves - sintomas
diarréias
retardamento no crescimento
paralisia dos dedos curvos
pique de mortalidade no meio do período de incubação.
a) Suínos - Sintomas
crescimento retardado
problemas reprodutivos
distúrbios no trato digestivo
dermatite seca e escamosa
visão danificada (cataratas e opacidade do cristalino).
101
Vitamina B6
Existem três formas de vitamina B6 com efeitos fisiológicos semelhantes para
aves e suínos. São as formas piridoxal, piridoxina piridoxamina. A forma piridoxina é
encontrada predominantemente em vegetais (verdes, grãos) e as formas piridoxal e
piridoxamina, em produtos animais. A biodisponibilidade dessa vitamina nos
ingredientes vegetais é considerada baixa ( 40-60%) e existe também destruição nas
rações devido a presença de minerais. Esta vitamina desempenha papel importante
nas reações de transaminação, descarboxilação, racemização e no transporte de
aminoácidos, através das membranas das células. O número de pesquisas sobre as
exigências de B6 é pequeno, porém, dada a sua importância nas reações de
transaminação, existe a preocupação maior da sua suplementação nas dietas iniciais
de aves e suinos, haja vista, a grande necessidade de biossíntese de aminoácidos não
essenciais nessa fase de criação.
Deficiência de vitamina B6
a) Aves - Sintomas
crescimento retardado
convulsões
perda rápida de peso
edema nas pálpebras
erosão de moela
b) Suínos - Sintomas
convulsões
baixo ritmo de crescimento
distúrbios no trato digestivo
dermatite em volta dos olhos e focinho.
Vitamina B12
A vitamina B12 só existe em alimentos de origem animal. Exerce papel importante
na formação normal do sangue, no crescimento e nos processos metabólicos,
especialmente ligado a proteínas. Esta vitamina difere das outras no processo de
absorção no intestino delgado. Para que ocorra a sua absorção há a necessidade da
produção um fator intrínseco (IF) na mucosa gástrica, que se liga à vitamina B12 na
relação 1:1 (mol), sendo absorvida no intestino delgado, mais especificamente na
região ileal. Esta ligação é resistente a ação das proteases.
A vitamina B12 é o único composto orgânico que possui o cobalto em sua
estrutura integral. Este micromineral representa 4,5% da molécula de B12. Tem
armazenamento principal no fígado, porém, existem quantidades apreciáveis no
cérebro, rins, coração e pâncreas.
No sistema enzimático, participa de diversos passos metabólicos na forma de
coenzima B12, responsável pelas reações de transferência de unidades de carbono
(grupos metílicos) . Está estreitamente relacionada com a metionina, colina e folacina
na maioria das suas participações metabólicas. Também participa da biossíntese de
102
celulas vermelhas do sangue e manutenção da integridade do sistema nervoso.
a) Aves - Sintomas
Crescimento retardado (redução na síntese protéica)
Redução na eficiência de utilização dos alimentos
Alta mortalidade
Redução na fertilidade dos ovos
Perose
Encurtamento do bico
b) Suínos - Sintomas
Crescimento retardado
Pelos eriçados
Anemia
Redução no tamanho e peso da leitegada.
Niacina
A niacina está presente em todas células vivas na forma de ácido nicotínico ou
nicotinamida. A nicotinamida é a forma mais encontrada no organismo dos animais
enquanto o ácido nicotínico prevalece nos alimentos de origem vegetal. As forragens
verdes, leveduras e fontes protéicas de origem vegetal e animal são ricas nesta
vitamina. No entanto, o milho, o centeio e os produtos lácteos são pobres em niacina.
Além dos cereais apresentarem baixos teores de niacina, são de baixa
biodisponibilidade para os animais. O farelo de trigo por exemplo, apresenta níveis
razoáveis de ácido nicotínico (150 ppm), porém, na forma presa e indisponível.
Metabolicamente, o ácido nicotínico participa da molécula de dois coenzimas
altamente importantes no metabolismo intermediário, que são o NAD (nicotinamida-
adenina-dinucleotídeo) e o NADP (nicotinamida-adenina-adeninadinucleotídeo-fosfato).
Estes dois coenzimas são os mais importantes redutores biológicos que atuam nas
seguintes reações metabólicas:
d) Síntese de rodopsina
Conversão da forma alcoólica do retinol em aldeído (retinol)
Deficiência de Niacina
a) Aves - Sintomas
Engrossamento das juntas
Curvamento das pernas semelhantes à perose porém não há o
deslocamento do tendão de Aquiles
Retardamento no crescimento
Língua preta (mais comum em cães)
Inflamação na boca
b) Suínos - sintomas
Baixo ritmo de crescimento
Dermatite
Problemas digestivos
BIOTINA
A biotina também chamada de vitamina H, ocorre na natureza na forma de D-
biotina e é encontrada tanto em alimentos de origem animal como vegetal. Os cereais
normalmente são pobres nesta vitamina, no entanto o milho apresenta conteúdo
importante desta vitamina (65 /kg) e com boa biodisponibilidade (85 – 90 %).
No metabolismo, a biotina é um componente essencial de sistemas enzimáticos
específicos envolvidos nas reações de gorduras e carboidratos principalmente. As
principais reações de biotina são as que envolvem a fixação de CO 2 (carboxilações) e
são as seguintes:
a) síntese de ácido oxalacético a partir do ácido pirúvico, conversão do ácido
málico em pirúvico, interconversão do áciso succínico e propiônico e
conversão do ácido oxalosuccínico a -cetoglutárico.
b) síntese de malonil CoA, substrato inicial para a síntese de gorduras.
c) síntese de carbamil-fosfato, importante substrato no ciclo da uréia.
d) Importante na síntese proteica, deaminação dos aminoácidos, sintese de
purinas e metabolismo dos ácidos nucleicos.
A sua presença também é necessária para o funcionamento normal das glândulas
adrenais e tireóide, aparelho reprodutor, sistema repiratório e pele.
Deficiência de biotina
a) Aves - Sintomas
Dermatite semelhante à produzida pela deficiência de ácido pantotênico e
aparece a partir da 3ª semana, com rachaduras hemorrágicas.
Deformação óssea, inclusive encurtamento e curvação dos ossos das
pernas e das asas nos embriões.
104
Deformação do crânio.
"Bico de papagaio" e membranas entre os dedos dos pés.
b) Suínos - Sintomas
Dermatite nas orelhas, no pescoço e no dorso.
Lesões dérmicas, perda excessiva de pelos e fissuras nas patas.
Crescimento lento e baixa reprodução.
Espasmos nas pernas traseiras.
Pododermites e claudicação.
Ácido Pantotênico
Também chamado de fator antidermatites em pintos ou vitamina B3, está contida
na maioria dos alimentos, com exceção da mandioca. Os produtos lácteos, os farelos
de oleaginosas, os resíduos de destilarias e as farinhas de alfafa são ricos nesta
vitamina.
O ácido pantotênico é o substrato para a biossíntese da coenzima A, que participa
de vários processos metabólicos envolvendo carboidratos, proteínas e gorduras (Figura
8.13). Além disso, é indispensável ao funcionamento normal da pele e mucosas,
pigmentação do pêlo e a resistência do organismo contra infecções e na formação de
anticorpos.
105
FIGURA 8.13: Participação da CoA no metabolismo
Ácido Fólico
Também chamado de fator antianemia, vitamina Bc e ácido
peteroilmonoglutâmico, é encontrado em farinhas de origem animal na forma
biodisponível. As farinhas de peixe (60%) e carne e ossos (50%) possuem 480 e 440
g/100g, respectivamente, com biodisponibilidade acima de 80%. Por outro lado, os
vegetais como grãos cereais e farelos de oleaginosas, possuem conteúdos menores
dessa vitamina e com biodisponibilidade baixa ( até 30%).
Metabolicamente participa das reações de síntese das bases orgânicas (purinas e
pirimidinas), síntese protéica (síntese de N-formilmetionil-t-RNA, iniciador da síntese) e
síntese de serina (a partir da glicina).
106
Deficiência de ácido fólico
a) Aves - Sintomas
Retardamento no crescimento
Empenamento pobre
Anemia
Perose
Alta mortalidade no final do período de incubação
Curvatura do osso tibio-tarso dos embriões
Membranas entre os dedos dos pés.
b) Suínos - Sintomas
Atraso no crescimento
Anemia
Problemas reprodutivos
Problemas na lactação das porcas.
Colina
Também chamada de vitamina B4, é encontrada praticamente em todos os
ingredientes utilizados na formulação de rações de aves e suínos, no entanto, as fontes
protéicas de origem animal são mais ricas nesta vitamina. O milho e o farelo de soja
possuem 1500 e 2700 mg/kg de colina com biodisponibilidade que varia de 60 a 75%.
Já as farinhas de origem animal, possuem colina com biodisponibilidade acima de 90%.
As farinhas de carne e ossos e de peixe contém 1950 e 3500 mg/kg de colina.
Foi inicialmente isolada da bile hepática e, por isso, chamada de colina.
Considerando as suas funções orgânicas, a colina não tem conotação de vitamina e
talvez esta designação não esteja bem correta. Poderia ser considerada uma amina
essencial.
A classificação desta vitamina como do complexo B também não encontra apoio
de outros nutricionistas devido ao fato de não participar no metabolismo como
coenzima, servir para a síntese de lecitina e de outros fosfolipídeos que participam da
estrutura das células e consequentemente dos tecidos e ser exigida em quantidades
muito superiores às outras vitaminas B.
A colina é biossintetizada normalmente no organismo dos animais a partir do
aminoácido serina, com a presença de ácido fólico e vitamina B6.
A metionina participa na biossíntese da colina pela doação de grupos metílicos.
Rações deficientes em proteína e/ou metionina podem afetar as exigências de colina.
Como papel bioquímico, a colina participa das sínteses de lecitina, esfingomielina
e acetilcolina. A lecitina participa da absorção e transporte das gorduras no fígado e da
posterior mobilização e transporte das gorduras hepáticas, participa das membranas
celulares e partículas subcelulares. A esfingomielina participa no metabolismo nervoso
e a acetilcolina é a substância mediadora da atividade nervosa, sendo responsável pela
transmissão dos estímulos nervosos.
107
Deficiência de colina
a) Aves - Sintomas
Fígado gorduroso
A deficiência de colina leva a problemas de mobilização da gordura hepática pela
redução das lipoproteínas transportadoras, ricas em lecitina, que contém a colina. O
acúmulo de gordura hepática pode chegar a 30% sendo que em condições normais
este valor não ultrapassa a 5%.
Perose
Caracteriza-se por pontos hemorrágicos e uma leve inchação das articulações
das patas. Com a evolução da deficiência as articulações se achatam deslocando o
tendão de Aquiles de lugar.
b) Suínos - Sintomas
Membros traseiros abertos nos leitões recém-nascidos
Infiltração gordurosa no fígado
Rigidez das juntas, particularmente das paletas
Baixa sobrevivência dos leitões e
Peso anormal à desmama.
Vitamina C
A vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico é sintetizada pela maioria
das plantas e por todos os mamíferos (exceto homem e o porquinho-da-índia). As aves
também sintetizam o ácido ascórbico, salvo em condições de estresse.
Metabolicamente o ácido ascórbico desempenha diversas funções bioquímicas:
a) Metabolismo dos aminoácidos aromáticos
b) Agente redutor do enzima Fe-alfa-cetoglutarato hidrolase (mantém o ferro na
forma ferrosa)
c) Liberação do ferro da molécula de transferrina (Fe+++) pela redução deste
elemento para a forma Fe++
d) Transporte de elétrons.
Deficiência de vitamina C
a) Aves - Sintomas
Em condições normais as aves conseguem sintetizar toda vitamina C necessária
à manutenção de suas funções biológicas, a partir da glicose-1-fosfato. No entanto, em
condições de estresse principalmente provocado pelo calor ambiente, há a
necessidade suplementação, por haver um bloqueio no sistema enzimático envolvido
na biossíntese desta vitamina.
b) Suínos - Sintomas
Os suínos de uma maneira geral sintetizam toda a vitamina de que necessitam.
Somente leitões até 6 semanas de idade necessitam de suplementação na ração. A
partir desta idade, consequentemente sintetizam a vitamina C eficientemente,
108
dispensando a suplementação.
Funções do cálcio
a) Essencial à formação e manutenção óssea.
b) Importante para o desenvolvimento e manutenção dos dentes.
c) Essencial para a secreção normal de leite.
d) Necessário para o eficiente desempenho dos animais.
e) Essencial para produção e qualidade da casca dos ovos.
f) Participa na coagulação do sangue.
g) Participa da contração dos músculos esqueléticos e cardíacos.
h) Essencial na transmissão de estímulos nervosos.
i) Ativador de enzimas.
j) Mensageiro secundário da célula através da molécula de calmodulina.
111
Fatores que afetam a utilização do cálcio alimentar
a) Adequado nível de cálcio e fósforo.
b) Nível de vitamina D.
c) Biodisponibilidade.
d) Idade do animal (jovens são mais eficientes) e
e) pH do intestino delgado (acidez favorece a absorção).
Hormônios responsáveis pelo equilíbrio de cálcio sanguíneo
O tecido ósseo se encontra em processo constante de reabsorção e
sedimentação de cálcio e fósforo, mantendo o equliíbrio sérico. Os animais jovens,
apresentam um melhor equilíbrio de sedimentação, já em adultos, há uma tendência de
maior remoção óssea.
Estudos estruturais dos ossos evidenciam que o cálcio o fósforo se apresentam
na forma de hidroxiapatita [Ca10(PO4)6(OH2].
Os hormônios atuam regulando o nível de cálcio e fósforo no sangue (Figura 9.4).
b) Paratormônio
O paratormônio (PTH) atua reduzindo a secreção de cálcio e fósforo pelos rins,
estimula a reabsorção óssea ativando os osteoclástos e ativa a absorção a nível
intestinal, com a finalidade de elevar os níveis sanguíneos deste elementos.
c) Calcitonina
A calcitonina (Ct) atua em feedback negativo ao paratormônio, portanto,
aumentando a eliminação de cálcio e fósforo pelos rins, estimulando sedimentação
óssea ativa os osteoblastos e reduzindo a absorção intestinal (desativando a D 3 ativa).
115
FIGURA 9.5: Mecanismo de formação de bicarbonato carbonato de cálcio
durante a formação da casca
Fontes de cálcio
Existem várias fontes de cálcio para rações de aves e suínos. Os ingredientes
vegetais possuem baixos teores deste elemento, sendo que os cereais são os que
possuem menores quantidades. As farinhas de origem animal apresentam boas
percentagens de cálcio, porém, as principais fontes são de origem inorgânica (Tabela
9.3) que às vezes também são fontes de fósforo.
TABELA 9.3: Biodisponibilidade relativa de cálcio de várias fontes para
aves
Fonte Biodisponibilidade, %
Carbonato de cálcio 100 (padrão)
Calcário calcítico 97
Fosfato bicálcico 77
Fosfato semi-defluorado 39
Farinha de osso calcinada 65
Fonte: Veloso et al (1992)
116
O calcário calcítico é a principal fonte de cálcio para rações de aves e suínos. O
termo calcário é empregado geologicamente para caracterizar um grupo de rochas que
apresenta em sua composição teores de carbonato superiores a 50% (Moniz , 1983).
Do ponto de vista prático, os calcários são classificados, de acordo com seu conteúdo
de óxido de magnésio (MgO), em calcíticos ( menores de 5%), magnesianos ( entre 5 e
12% ) e dolomíticos ( maiores de 12%). Assim, um calcário pode ser considerado
calcítico, quando apresentar concentração de magnésio inferior a 3%.
117
Tabela 9.4 Solubilidade in vitro de fontes de cálcio em diferentes granulomentrias1
Granulometrias (mm)
Fontes
1,18 – 0,60 0,60 – 0,30 0,30 – 0,15 0,15–0,074
Funções do fósforo
a) Participação no esqueleto;
b) No metabolismo energético (ATP, GTP, UDPG e fosfocreatina);
c) No metabolismo de carboidratos, aminoácidos e gorduras (sistemas
enzimáticos);
d) No equilíbrio ácido-básico do sangue;
e) No transporte de gorduras (lipoproteínas transportadoras - fosfolipídeos);
f) Participação de produtos, e
g) Ligação DNA-RNA.
118
FATORES QUE AFETAM O APROVEITAMENTO DO FÓSFORO
b) Vitamina D
O mecanismo pela qual a vitamina D atua na absorção de fósforo ainda não está
bem entendido, no entanto, pesquisas têm revelado o envolvimento desta vitamina e do
paratormônio, na assimilação do fósforo intestinal. A absorção de cálcio é
acompanhada da absorção do P. Existe um limite estreito da calcemia sendo o P um
dos fatores deste controle. A redução dos níveis séricos de cálcio depende da sua
eliminação renal e incorporação na matriz óssea, juntamento com o P.
119
TABELA 9.4: Conteúdo de fósforo de alguns ingredientes
Ingredientes Fósforo (%)
Total Fítico Não fítico
Alfafa, 17% PB 0,28 0 0,28
Milho 0,26 0,17 0,09
Sorgo 0,31 0,21 0,10
Farelo Arroz 1,67 1,44 0,23
Farelo Soja 0,66 0,38 0,28
Trigo 0,30 0,20 0,10
International Minerais & Chemical Corporation (1978)
TABELA 9.5: Disponibilidade biológica do fósforo fítico para aves suínos
Animais Fósforo Disponível (%)
Pintinhos 0 - 10,0
Perus Jovens 0
Poedeiras 400 – 50,0
Leitões 10,0 – 20,0
Suínos 40,0
*Coletâneas
Sintomas de deficiência de fósforo
a) deficiência severa de fósforo resulta em perda de apetite, fragilidade óssea e
morte dentro de um período de 10 a 12 dias em aves.
b) deficiência menos severa causa raquitismo no animal jovem e ostemalácia
no adulto.
c) crescimento retardado.
d) baixa fertilidade.
e) deformação na casca dos ovos.
f) nódulos na junção costela-vértebra em aves, etc.
120
9.4.2 Sódio, Potássio e Cloro
Estes elementos estão amplamente distribuídos nos fluídos e tecidos moles do
organismo, exercendo conjuntamente com íons fosfato e bicarbonato, todo o controle
homeostático orgânico, mantendo a pressão osmótica, o equilíbrio ácido-base, o
controle da passagem dos nutrientes para as células e no metabolismo da água.
Parte do sódio encontra-se no esqueleto numa forma insolúvel; a maior
concentração é encontrada nos fluídos extracelulares, onde possui metabolismo muito
ativo. Representa 93% das bases do soro sanguíneo, não participando das células do
sangue, porém, ocorre em quantidades nos músculos, onde está associado de alguma
maneira „as suas contrações.
A taxa de potássio no organismo é semelhante à do sódio, existindo
principalmente como constituinte celular. Os músculos contém 6 vezes mais K + do que
Na+, enquanto no plasma ocorre o inverso.
O cloro, está distribuído endo e exocelular, sendo 15 a 20% de todo cloro
orgânico está na forma combinada (cloretos). Grande parte do cloro é armazenado na
pele e tecido sub-cutâneo.
Funções do sódio
a) regulador do volume dos fluidos do corpo, pH e as relações osmóticas do
organismo.
b) participa das contrações das células musculares.
c) inibição de enzimas da mitocôndria no meio extracelular.
d) absorção e transporte dos nutrientes para as células.
e) participa da estrutura dos ossos.
f) componente de produtos.
Funções do potássio
a) regulador do volume dos fluídos intracelulares, mantendo pH e as relações
osmóticas no interior das células.
b) ativador de sistemas enzimáticos, principalmente enzimas do mitocôndria.
c) exigido para a atividade normal do coração, onde exerce efeito oposto ao
cálcio, reduzindo a contratibilidade do músculo do coração favorecendo o
relaxamento.
d) controla o potencial de ação da membrana da célula.
e) participa de produtos, etc.
Funções do cloro
a) contribui para a tonicidade da resistência iônica do meio extra e intracelular.
b) formação de HCl gástrico.
Balanço eletrolítico
O balanço eletrolítico refere-se ao equilíbrio iônico dos fluidos orgânicos que
regula o balanço ácido-básico para manutenção da homeostase orgânica. São três os
elementos principais desse equilíbrio que são os dois cátions, sódio e potássio e o
ânion cloro. Estes três elementos são mantidos de forma equilibrada no sangue sendo
decisivos na regulação dos processos vitais. A relação entre esses três íons,
fundamenta-se na manutenção idêntica de cátions e ânions no plasma. A homeostasia
do potássio e do cloro também está muito interelacionada, sendo que, a deficiência
dietética de um resulta na dificiência metabólica do outro. Para a reabsorção de
potássio nos túbulos renais necessita-se de cloro, e, com isso, considera-se o cloreto
de potássio, mais efetivo do que qualquer outro sal de potássio para compensar a
deficiência de potássio.
Mongin (1980) define como DCA (diferença catio-aniônica), a seguinte equação:
DCA= mEq (Na+ + k+ + Ca++ + Mg++ ) – mEq (Cl- + SO4= + H2PO4= + HPO4-), no entanto,
comenta que somente os elementos Na+ , K+ e Cl-, participam efetivamente da
homeostasia orgânica, resultando na equação DCA = mEq (Na+ + k+) – mEq (Cl-).
Exemplificando o uso dessa equação: considerando uma ração contendo 0,180% de
sódio, 0,760% de potássio e 0,300% de cloro, resultaria na DCA (1800 mEq/23 +
7600 mEq/39,1) – ( 3000 mEq/35,5) de 188. Em rações normais de aves de postura a
DCA encontra-se entre 160 e 200, sendo que valores inferiores ou superiores indicam
acidose ou alcalose metabólica potencial, respectivamente.
Apesar da DCA das dietas influenciarem o equilíbrio ácido-básico dos fluidos do
corpo, o organismo exerce também certo controle nesta homeostase mesmo
considerando dietas com DCA inapropriadas. Quando o animal ingere dietas com alta
DCA, existe uma maior secreção de H+ a nível de lúmem gástrico para manter o pH
baixo. Ao mesmo tempo, o quimo ácido ao chegar no duodeno, exige maior secreção
de NaHCO3 pelo pâncreas para elevar o pH intestinal.
A DCA das dietas pode afetar o desempenho de aves e suinos. Para leitões, o
aumento da DCA de 50 para 350 mEq/kg, melhorou o consumo e a eficiência alimentar
desses animais (Park et al., 1994). Para suinos adultos, o consumo de dietas com
baixa DCA pode afetar a concentração de Cl- no sangue, causando acidose metabólica
e este fato pode afetar o nível de consumo e aproveitamento dos nutrientes, como
observado por Yen et al. (1981) e Park et al. (1994). Em frangos de corte, pesquisas
indicam melhor desempenho com dietas contendo de 250 a 300 mEq/kg (Mongin e
Sauveur, 1977; Johnson e Karunajeewa,1985).
Maciel et al. (2003) estudando dietas aniônicas e catiônicas para poedeiras
mudadas, verificou que o uso de dietas aniônicas(81 mEq/Kg) pela manhã e catiônicas
(178,3 mEq/kg) à tarde possibilitou melhores resultados de qualidade de casca. A
autora comenta do efeito negativo da alta quantidade de cloro adicionada na dieta
aniônica, que pode ter prejudicado a produção de ovos e consequentemente a
122
qualidade da casca.
A DCA da dieta determina o pH e a capacidade tampão no organismo. Nível
baixo resulta também em pH baixo enquanto que DCA alto, a dieta é considerada
alcalinizante. Os sais CaCl, NaHCO3 e K2CO3 são os mais utilizados para adequaçao
da DCA das dietas de suinos e aves.
A maioria dos estudos sobre o balanço eletrolítico, indicam a influência da DCA
sobre os parâmetros sanguíneos, podendo afetar a fisiologia do animal como um todo.
Dietas com baixas DCA, resultam em redução do pH sanguíneo, da concentração de
HCO3- e do excesso de bases, causando acidose metabólica. Neste caso, a
capacidade tamponante no sangue é diminuída e esta acidemia resultante, poderá
afetar o nível de ingestão de nutrientes e conseqüentemente a taxa de crescimento.
Existem situações especiais em que o pH sanguíneo influi diretamente na
ativação de complexos enzimáticos para direcionamento dos objetivos fisiológicos.
Durante a formação da clara do ovo, por exemplo, a biossíntese da albumina é
influenciada pela condição de equilíbrio iônico sanguíneo sendo que em condições de
pH mais alto pode resultar na má formação da ovomucina, alterando a sua estrutura,
afetando a unidade Haugh do ovo, reduzindo a altura do albúmen. Este fato pode
ocorrer com o uso de excesso de P na dieta, sendo este elemento um fator de redução
de H+ do sangue. Por outro lado, durante a formação da casca, existe a necessidade
de ativação dos osteoclastos para reabsorção óssea, com objetivo de aumentar a
calcemia e dar suporte a formação do CaCO3 na câmara calcífera da ave e, o
rebaixamento do pH é o gatilho da liberação do PTH que tem seus efeitos em toda esta
ativação.
9.4.3 Magnésio
Este elemento está extremamente associado ao cálcio e ao fósforo, tanto na sua
distribuição como no seu metabolismo. De 50 a 70% de todo magnésio orgânico é
encontrado no esqueleto representando 0,8 a 1,0% da cinza óssea. O restante está
amplamente distribuído nos tecidos moles exercendo funções vitais no organismo. O
soro sanguíneo de aves e suínos contém de 2 a 5 mg/100 ml, dependendo dos níveis
dietéticos.
Funções do magnésio
a) envolvido em todas as reações de transferência de ligações ricas em energia
(ATP-Mg, GTP-Mg, etc).
b) atua juntamente com enzimas na forma de quelatos ativando reações.
c) estreitamente envolvido no metabolismo de carboidratos, gordura, proteínas
e ácidos nucléicos.
Sintomas de deficiência
Em aves e suínos, é pouco provável a deficiência de magnésio pois, o milho e o
farelo de soja contém de 0,2 a 0,4% deste elemento e as necessidades variam de 500
a 800 ppm que significa de 0,05 a 0,08% nas rações. Sintomas de deficiência
provocada em ratos mostraram animais com crescimento retardado, orelhas vermelho-
brilhantes, hiperirritabilidade, calcificação renal e convulsões. Experimentos com
poedeiras recebendo dietas purificadas com níveis abaixo de 0,12% magnésio,
apresentaram redução do tamanho dos ovos, na densidade da casca e no conteúdo
deste elemento na casca, clara e gema (Stafford Edwards, 1974). Em rações normais a
base de milho e farelo de soja, não se tem observado efeitos da adição de magnésio
123
para podeiras na fase de produção.
9.4.4 Enxofre
O enxofre está amplamente distribuído no organismo animal, principalmente na
forma de compostos orgânicos como aminoácidos sulfurados, tiamina e biotina. Na
forma inorgânica aparece como componente da cartilagem (condroitina).
No metabolismo, o enxofre participa em várias reações, onde a forma inorgânica
é proveniente basicamente de compostos orgânicos catabolizados. O íon sulfato
participa de reações específicas, tais como a formação de mucopolissacarídeo
sulfatados e na síntese de taurina. A nível intestinal o enxofre aumenta a absorção e
retenção das tetraciclinas.
Pesquisas têm revelado que a adição de enxofre inorgânico em rações normais
de poedeiras, a base de milho e farelo de soja, não influenciou o desempenho e a
qualidade dos ovos. Não foi verificado também, efeito do enxofre adicionado como fator
de economia de aminoácidos sulfurados da ração (Alves et al. 1988). Os ingredientes
normalmente utilizados nas rações de aves e suínos possuem níveis de enxofre
compatíveis com as necessidades orgânicas, e, assim, não existe a preocupação dos
nutricionistas em determinar as exigências dietéticas deste elemento.
9.5.1 Ferro
Funções do ferro
a) presente na molécula de hemoglobina e mioglobina que estão relacionadas
ao transporte de O2 (respiração).
b) participa de enzimas e coenzimas (citocromos, peroxidases - cadeia
respiratória).
c) participa de produtos (1 ovo = 1-1,5 mg ; leite = 1-1,2 mg/litro).
124
Importância do ferro para leitões
De acordo com vários trabalhos de pesquisas, os leitões nascem com um
conteúdo médio de ferro no organismo de aproximadamente 50 mg . Deste total, a
maior parte (70-80%) está na molécula de hemoglobina enquanto pequena parcela (6 a
8 mg) forma a reserva no fígado e baço. A alimentação das porcas durante a gestação
com altos níveis ferro na dieta ou de forma parenteral, não aumenta substancialmente
a transferência de ferro para o feto (Brady et al., 1978; Ducsay et al., 1984).
O conteúdo de ferro do leite é de aproximadamente 1 a 1,4 mg/litro e estes
valores não são aumentados de forma significativa pelo aumento do ferro das dietas
das porcas em lactação.
A exigência dos leitões recém-nascidos é de 7 a 16 mg de ferro diariamente ou
21 mg de ferro/kg de ganho de peso para manter adequados os níveis de hemoglobina
(Braude et al., 1962).
Os leitões recém-nascidos crescem rapidamente, chegando a dobrar de peso em
uma semana, que deve ser acompanhado de aumento na mesma proporção da
quantidade de hemoglobina (Tabela 9.8).
9.5.2 Cobre
O cobre está estreitamente associado ao metabolismo do ferro, na formação da
126
hemoglobina e distribuído em todos os tecidos orgânicos em pequenas quantidades. O
fígado é o principal órgão armazenador , na forma de metaloproteína. No sangue, o
cobre acha-se ligado a frações de albuminas. A ceruloplasmina é a principal proteína
ligadora do cobre, que funciona como uma enzima ferroxidase no metabolismo do
ferro.
Funções do cobre
a) participa indiretamente da síntese de hemoglobina através da ativação da
ferroxidase, envolvida na utilização e manutenção dos níveis de ferro no
plasma;
b) essencial na formação óssea;
c) essencial na manutenção da mielina do sistema nervoso;
d) está estreitamente relacionado ao metabolismo aeróbico através dos
enzimas citocromo c oxidase e superóxido dismutase;
e) participa de vários outros sistemas enzimáticos (aminoxidases, tirosinase,
dopamina-hidroxilase, etc), e
f) envolvido na síntese de queratina, principal componente do pelo.
9.5.3 Manganês
Ocorre no organismo principalmente no fígado, porém, está presente em vários
outros órgãos, na pele, no músculo e ossos. Nas células, o maior conteúdo de
manganês é encontrado no interior das mitocôndrias. Nos ossos, a tíbia é o tecido com
maior sensibilidade de deposição em função dos níveis ingeridos.
Os ingredientes comumente utilizados em rações de aves e suínos são
relativamente ricos em manganês. As rações a base de milho e farelo de soja já
possuem em torno de 25 ppm. Por outro lado, a absorção deste mineral no intestino
delgado é baixa, já que, grandes quantidades de manganês é detectado nas excretas.
Pesquisas realizadas por Hossain, Bertechini e Nobre (1993) indicam suplementação
de pelo menos 80 ppm de Mn para melhor formação óssea em frangos de corte. Para
poedeira comerciais, o nível de 123 ppm foi indiicado por Fassani et al. (2002) para
melhorar a qualidade de casca de poedeiras comerciais, principalmente no final de
postura.
Funções do manganês
a) Essencial para o desenvolvimento da matriz orgânica óssea, na qual é
composta largamente de mucopolissacarídeos;
b) Ativador de várias enzimas (arginase, fosfatase, tiaminase,
desoxiribonuclease, enolase, glicosiltrans-ferases); e
c) Essencial na reprodução e funcionamento normal do sistema nervoso
central.
9.5.4 Zinco
O zinco está distribuído em todos os tecidos orgânicos, porém, as maiores
concentrações deste elemento são encontradas no fígado, pele e pelos.
Os ingredientes de rações de aves e suínos normalmente utilizados no Brasil,
possuem conteúdos de zinco muito variáveis. Enquanto, as fontes protéicas de origem
animal como a farinha de carne, contém de 100 a 150 ppm (disponível), o farelo de
soja e o milho possuem 50 e 5 ppm, respectivamente, porém, grande parte na forma de
quelatos insolúveis. Não fosse isso, dificilmente seria detectado alguma deficiência, já
que, as exigências variam de 40 a 50 ppm, para aves ou suínos.
Funções do zinco
a) participa de vários sistemas enzimáticos (anidrase carbônica,
desidrogenases, peptidases, fosfatases);
b) envolvido em todo processo de multiplicação celular.
9.5.5 Selênio
O selênio ocorre em todos os tecidos do corpo animal em concentrações que
variam de acordo com as suas necessidades. O fígado e os rins contém os maiores
níveis de selênio do organismo. Os músculos cardíacos possuem mais selênio do que
os músculos esqueléticos.
No metabolismo, o selênio está associado à vitamina E. Organicamente, a
vitamina E tem função de evitar a oxidação dos tecidos (antioxidante “in vivo”),
mantendo a integridade das membranas das células. Por outro lado, o selênio, através
da ativação do enzina glutationa peroxidase, destrói os peróxidos formados,
recuperando as membranas das células e capilares (Figura 9.6).
1. Coletâneas
d) Problemas de reprodução
Em poedeiras reprodutoras, a deficiência reduz a eclodibilidade e a produção dos
ovos. Pesquisas registraram aumento da mortalidade dos espermatozóides com o
incremento de 0,01 a 0,08 ppm adicionada à dieta de ratos, sugerindo a sua
importância na fertilização.
9.5.6 Iôdo
O iodo é um mineral traço com possibilidades de estar deficiente nas dietas de
aves e suínos devido a pobreza deste microelemento nos ingredientes de origem
vegetal.
Apesar de uma taxa infinitesimal no organismo, a sua falta na alimentação pode
trazer resultados desastrosos.
Absorvido no trato digestório usando sistema de transporte semelhante ao do Cl -.
131
Após absorção o iodo é convertido principalmente na forma orgânica na tireóide,
formando a iodotirosina. O excesso absorvido é rapidamente excretado via urina.
Vários vegetais possuem efeitos goitrogênicos, como linhaça, soja, brássicas, entre
outras, que resulta na necessidade de incrementar a suplementação. As fontes de iodo
KIO3 e Ca(IO3)2 são indicadas para suplementação, tendo o idodo estável. Já a fonte
KI, possui o iodo muito volátil e não possui estabilidade na mistura, não devendo ser
utilizada como suplemento de I.
Organicamente, mais de 60% de todo iodo está presente nas glândulas tireóides.
No entanto, pode-se encontrar iodo distribuido na maioria dos tecidos corporais.
O conteúdo de iodo na tireóide varia com a ingestão, atividade da glândula e
idade do animal.
O iodo está contido na tireóide nas formas inorgânicas, mono e diiodotirosina,
tiroxina, triiodotiromina, tiroglobulina e poliptídeos contendo tiroxina.
Funções do Iodo
As funções do iodo estão relacionadas à ação dos hormônios.
a) Integrante dos hormônios da tireóide, que controlam todo rítmo metabólico
orgânico;
b) Possui ação calorigênica nos animais homeotérmicos, através dos
hormônios tireoidianos que atuam aumentando a atividade do mitocôndria,
havendo maior consumo de O2 na célula, aumentando a respiração
mitocondrial sustentando a termogênese orgânica;
c) A tiroxina regula a ação do hipotálamo e adenohipófise;
d) Atua no retardamento da maturidade sexual das aves; e
e) Está ligado a queda de penas em aves.
9.5.7 Cobalto
9.5.8 Cromo
Tem sido considerado nutriente essencial para homens e animais há
aproximadamente 40 anos. Na natureza, aparece na forma trivalente (Cr 3) tendo efeito
ativador de sistemas enzimáticos ligados principalmente ao metabolismo de proteinas e
ácidos nucleicos. Tem efeito potenciador sobre a insulina e porisso tem sido chamado
de Fator de Tolerância a Glicose (FTG).
Pesquisas tem evidenciado melhor absorção para as formas orgânicas
(picolinato, nicotinato e cromio-levedura) em relação a forma inorgânica (CrCl3). A
maioria dos estudos(20/31) com cromio para suínos em crescimento-terminação, não
se verificou efeitos do uso de níveis de Cr de 50 a 200 µg/kg com CrPic ou 500 a 5000
µg/kg como CrCl3, sobre a taxa de crescimento. Oito estudos em 31, encontrou-se
melhoria da eficiência alimentar e 9 de 24, houve decréscimo da gordura na carcaça.
Apesar da inconsistência dos resultados, as pesquisas indicam evidência favorável dos
efeitos do uso de Cr no metabolismo dos suínos. No caso de aves, o uso de 20 ppm de
CrCl3 aumentou a taxa de utilização da glicose.
9.5.9 Boro
10
Mecanismo de Ação
Existem várias explicações (teorias) sobre a forma de atuação dos promotores de
absorção de nutrientes, quais sejam:
a) atuam eliminando ou reduzindo a atividade de germes causadores de
doenças sub-clínicas;
b) estimulam os microorganismos benéficos que sintetizam nutrientes no trato
gastrointestinal;
c) atuam reduzindo o crescimento de bactérias competitivas com o hospedeiro,
e
d) aumentam a capacidade de absorção dos nutrientes devido ao
adelgaçamento da parede intestinal.
Verifica-se que as teorias estão interligadas, e, o mais correto é considerar todos
os efeitos conjuntos, resultando em melhoria da absorção de nutrientes, devido a
redução de proteção de parede absortiva, por melhores condições da microbióta
intestinal favorável ao hospedeiro, resultando em parede intestinal mais delgada, com
redução das barreiras de absorção.
Na prática, a utilização destes aditivos tem melhorado de 4 a 8% o crescimento e
a eficiência alimentar de aves e suínos, no entanto, esta melhoria no rendimento é mais
notável nas fases inicial e crescimento destes animais, assim como em condições
sanitárias e de balanceamento da ração, inadequadas.
137
Stenorol Halofuginona 2-3
Zoalene 3,5-Dinitro-O-Toluamide (DOT) 125
GRUPO II - PRODUTOS IONÓFOROS
Avatec Lasalocida Sódio 75 - 125
Aviax Senduramicina 25
Coban Monensina Sódio 100-125
Coxistac Salinomicina Sódio 50 – 75
Cygro Primicina Amônio/maduramicina 5–6
Monteban Narasin 60 – 80
GRUPO III – ASSOCIAÇÕES
Amprolplus Amprólio + Ethopabato 125/40
Lerbek Metilchorpindol + Metilbenzoquato 110
Pancoxin Plus Amprólio + Ethopabato + 100/5/60/5
Sulfaquinoxalina + Pirimetamina
1) Os níveis de uso referem-se às substâncias puras. Os produtos comerciais
variam em concentrações do princípio ativo.
* Utilizado em rações de aves para completar os níveis de pigmentação que proporciona coloração
adequada da pele do frango e da gema do ovo
Os pigmentos carotenóides normalmente encontrados em vegetais, são
responsáveis pela coloração das penas, pele e gema dos ovos. A coloração amarela é
típica dos carotenos. Na tabela 10.4 são apresentados carotenóides encontrados em
vários vegetais.
Tabela 10.4 Conteúdo de carotenóides em várias fontes
Fonte carotenóides ppm
Algas (Spirulina sp, seca) β-caroteno 434
Criptoxantina 389
Zeaxantina 80
Pimenta vermelha Total 127-248
Espinafre Total 26-76
Alfafa, feno Xantofilas totais 220-330
Páprica Xantofilas totais 275
Milho amarelo Xantofilas totais 20-25
Pétalas de marigold Xantofilas totais 8000
145
TABELA 11.2: Equações para estimar as exigências nutricionais de acordo
com a idade média dos frangos de corte
Nutriente Equações r2
PB Y= 7,6478 - 0,04358 X 0,99
MET Y= 0,1805 - 0,00131 X 0,99
MET + CIS Y = 0,3272 - 0,00221 X 0,99
LIS Y = 0,4481 - 0,0028 X 0,99
TRI Y = 0,0762 – 0,00048 X 0,96
HIS Y = 0,1437 – 0,0009 X 0,98
VAL Y = 0,3377 – 0,00174 X 0,99
LEU Y = 0,5007 – 0,00353 X 0,99
ILE Y = 0,3015 – 0,00207 X 0,98
FEN Y = 0,2942 – 0,00193 X 0,99
FEN + TIR Y = 0,5108 – 0,00312 X 0,98
GLI + SER Y = 0,5100 – 0,00318 X 0,98
TER Y = 0,2914 – 0,00183 X 099
ARG Y = 0,4703 – 0,00277 X 0,98
Ca Y = 0,3221 – 0,00199 X 0,99
PD Y = 0,1587 – 0,00094 X 0,99
Na Y = 0,0747 – 0,00039 X 0,88
Aves muito leves durante o pico de produção, podem reduzir a postura mais
rapidamente e afetar a longevidade de produção do lote, com taxa de persistência na
postura menor.
Trabalhos realizados por Leeson e Summer's (1989), evidenciaram que o nível de
energia da ração afetou o peso das aves à 20ª semana de idade, não verificando
efeitos dos níveis protéicos sobre este parâmetro (Tabela 11.4). Estes resultados
revelam a importância do nível de energia da ração para adequar o peso das frangas
ao final da recria.
147
TABELA 11.4: Efeito do nível de EM e PB da dieta sobre o peso corporal de
frangas de reposição (Leghornias)
EM Kcal/kg Peso à PB, % Peso à
PB = 18% 20ª Sem. EM = 2859 20ª sem. (g)
(g) Kcal/kg
2650 1320C 15 1445
2750 1378BC 16 1459
2850 1422AB 17 1423
2950 1489A 18 1427
3050 1468A 19 1444
3150 1468A 20 1480
a, b, c, - (P 0,05)
148
UROLITIÁSIS
Alguns problemas metabólicos podem afetar a poedeira, principalmente no início
de produção. O principal refere-se a urolitiásis, resultado de vários fatores nutricionais
que provoca excesso de ácido úrico circulante nas aves. O exame fisiológico mostra
acúmulo do complexo ácido úrico + cálcio (forma de giz), nos rins, abdômen, coração,
entre outros. As causas podem ser variadas e são listadas a seguir: utilização de níveis
excessivos de cálcio para a poedeira em condições de imaturidade sexual; altas doses
de bicarbonato de sódio, que torna a urina alcalina facilitando a formação dos cálculos;
restrição de água associada a dietas deficientes em sódio, afeta o metabolismo normal
dos rins, com redução do consumo de ração e da ingestão de sódio, acompanhada da
redução do consumo de água, resultando em problemas renais; deficiência de
vitamina A por longo período, pode causar danos na mucosa dos ureteres, porém, isto
é mais raro de acontecer; dietas com excesso de proteína pode auxiliar a formação dos
cristais brancos de ácido úrico e, outros problemas como dietas imbalanceadas e
doenças infecciosas, que afetam o trato urinário, podem também influenciar no
aparecimento deste problema.
149
Tabela 11.5. Necessidade de EM em função da temperatura ambiente para
poedeiras.
EM Temp. 15-20ºC Temp. 27-32ºC
(kcal/kg) EM/dia Cons/dia PB/dia EM/dia Cons/dia PB/dia
2600 265 102 16,7 250 96 17,7
2700 270 100 17,0 255 94 18,1
2800 275 98 17,3 260 93 18,3
2900 282 97 17,5 265 91 18,7
150
294 284 269 2
1,6 1,0 50 301 288 269 1
290 278 262 2
1) Waldroup (1993); Bertechini et al., (1995 a), Bertechini et al., (1995 b) e Rostagno et al.
(2000).
Na Tabela 11.9 estão apresentados, exemplos de níveis nutricionais nas rações
de poedeiras em seis situações de consumo de ração. Por outro lado, é necessário
fazer os ajustes necessários sempre que houver modificações significativas no nível de
consumo pela ave. Para pequenas variações, não há necessidade de modificações nas
formulações, pois, as aves conseguem também adaptar a um nível de consumo
alimentar para conseguir ingerir as necessidades de nutrientes.
TABELA 11.9: Exemplo de Níveis Nutricionais nas rações de poedeiras leves
de acordo com o nível de consumo alimentar
Nutrientes Consumo de Ração (g)
85 90 95 100 105 110
----------------------- % -----------------------
Proteína 19,4 18,3 17,4 16,5 15,7 15,0
Metionina 0,405 0,382 0,362 0,344 0,328 0,313
Metionina + 0,797 0,753 0,713 0,678 0,645 0,616
Cistina
Lisina 0,928 0,876 0,830 0,789 0,751 0,717
Triptofano 0,179 0,169 0,160 0,152 0,145 0,138
Treonina 0,653 0,617 0,584 0,555 0,529 0,505
Cálcio 3,800 3,800 3,800 3,640 3,460 3,310
Fósforo 0,420 0,400 0,380 0,360 0,340 0,330
Disponível
Sódio 0,211 0,200 0,189 0,180 0,171 0,164
As poedeiras comerciais tem o ciclo de produção iniciando por volta de 18 a 19
semanas de idade, atingem o pico de produção em torno de 24 a 26 semanas,
mantendo níveis altos de produção por mais de 4 meses, e a partir dessa fase, começa
haver redução na taxa de postura (Figura 11.3).
152
FIGURA 11.3: Curvas de produção, consumo de ração, peso do ovo e massa
de ovo de poedeiras comerciais
Ao mesmo tempo, as aves aumentam o nível de consumo de ração,
acompanhada também do aumento do tamanho dos ovos a medida que o ciclo de
postura avança.
O conceito antigo de ração fásica estava baseado no fato de que as aves
reduzem a taxa de produção e aumentam o nível de consumo com o avanço da idade,
indicando a redução dos níveis nutricionais da ração. Na verdade, deve-se adequar os
níveis nutricionais para o atendimento das necessidades diárias das aves, sem esta
preocupação, já que, no plantel que está em queda de produção, a maioria das aves
estão em plena postura. A redução dos níveis de proteína e aminoácidos resulta em
diminuição dos custos da ração, por outro lado, pode afetar o tamanho dos ovos. Neste
caso, deverá ser utilizado o nível nutricional econômico caso não haja compensação no
preço dos ovos de maior tamanho.
O avanço da idade da poedeira também influencia no nível nutricional de fósforo
da dieta sem a finalidade de melhorar qualidade da casca do ovo. Pesquisas revelam
que a redução dos níveis de fósforo das dietas de poedeiras na fase final de postura
resulta em melhoria da qualidade de casca de ovo, que é prejudicada nesta fase pelo
seu aumento de tamanho. Estes trabalhos indicam que níveis de fósforo disponível
podem ser reduzidos de 0,36% no pico para 0,28% na fase final de postura.
Quanto ao programa de luz, as poedeiras modernas necessitam pelo menos 16
horas de luz por dia. Este total de luminosidade se deve principalmente ao atendimento
do nível de consumo de ração para suportar altas taxas de produção. Estas aves
consomem mais de 80% da ração nas três primeiras e três últimas horas do período de
luz em períodos de maior temperatura ambiente. Mesmo em condições de conforto a
experiência prática mostra que estas aves conseguem consumir 50% de toda a ração
diária nas 3 primeiras e 3 últimas horas de luz. Por outro lado, estudo sobre estímulo
de luz através de flaxes, durante a noite, permite o estímulo necessário para o
desenvolvimento ovariano, por outro lado, em condições tropicais, não funciona devido
153
ao limite de consumo imposto a ave, não permitindo o nível de ingestão de nutrientes
para suportar a alta demanda para a formação do ovo.
Continua...
Nutrientes Sintomas Comuns
Vitamina B12 Mortalidade embrionária por volta de 8 a 14
dias de incubação, com possibilidade de
edemas e curvamentos dos dedos
Tianina Mortalidade precoce e no final da incubação
(19-21 dias)
Cálcio e Fóforo Mortalidade embrionária nos estágios iniciais
de incubação. Deformidades nas pernas
podem ser verificadas. Qualidade da casca –
eclodibilidade.
Zinco Deficiências esqueléticas e emplumagem
pobre no pintinho.
Manganês Mortalidade embrionária tardia (18-21 dias).
Embriões com asas e pernas pequenas (não
desenvolvidas).
158
Potencial Ganho de carne magra, g/dia
Elevado > 340
Médio 275 a 340
Baixo < 275
1
Universidade de Oklahoma /PIC
Os híbridos modernos são mais precoces e devem ter a sua nutrição diferenciada
no sentido de se poder explorar o seu máximo desempenho.
As formulações de rações para estes animais, requer entendimentos com
referência às reais necessidades nutricionais para melhor expressão do seu potencial
genético e a qualidade dos ingredientes, para suportar uma adequada ingestão dos
nutrientes necessários. Do ponto de vista das formulações, o importante é a seleção
dos ingredientes com base na sua composição nutricional, a sua disponibilidade de
mercado e o seu preço. As fórmulas baseadas em milho e farelo de soja, são as mais
adequadas, devido a uma combinação de nutrientes complementares que estes dois
ingredientes apresentam. Além deste fato, as necessidades nutricionais dos suínos são
baseadas em ensaios experimentais com dietas a base nestes ingredientes, de
maneira que, a inclusão de qualquer outro substituto ou alternativo, deve ser realizado
vários ajustes, inclusive nos níveis nutricionais de suplementação de vitaminas, como
exemplo. A formulação com base nos aminoácidos digestíveis seria indicado também
nestes casos.
Os suínos híbridos de alto potencial de ganho de carne magra, possuem a sua
fisiologia de crescimento diferenciada em relação aos animais de menor potencial.
Normalmente possuem maiores necessidades para mantença e crescimento do tecido
magro (proteína) e menores necessidades para acréscimos de gordura na carcaça. O
maior acréscimo de carne magra, resulta em menor necessidade de ingestão de
energia para o ganho de peso.
O mercado brasileiro, possui híbridos com características nutricionais e de
alimentação diferentes, devido a linha de ação genética de cada um. Existem animais
com grande capacidade de ingestão de alimentos, se comportando bem com dietas
contendo menor nível energético. Por outro lado, existem animais com baixa
capacidade de consumo, que implica na necessidade de elevar os conteúdos
nutricionais da ração, para poder recompor as necessidades para melhor desempenho
desses animais. Do outro lado estão os consumidores, que exigem carcaças mais
magras. Assim, os animais de maior potencial de deposição de carne magra, vão
ganhando cada vez mais, maior espaço nas criações.
EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS
3.1 ENERGIA
164
TABELA 2 Recomendações nutricionais médias para matrizes em gestação,
lactação e reprodutores1
Categorias
Nutrientes
Gestação Lactação Reprodutores
%/ Mcal de ED da Ração
PB 3,6 5,29 4,2
LIS 0,133 0,305 0,201
MET + CIS 0,079 0,147 0,115
TER 0,104 0,194 0,142
TRI 0,026 0,055 0,040
Ca 0,258 0,263 0,240
PT 0,190 0,183 0,186
Na 0,047 0,057 0,050
1/ valores adaptados , N.R.C. (1998).
Nutriente Equações r2
Proteína Bruta Y = 7,100 - 0,035775 x 0,99
Lisina Y = 0,405 - 0,002556 x 0,99
Met + Cis Y = 0,2298 - 0,001413 x 0,99
Treonina Y = 0,25872 – 0,001542 x 0,99
Triptofano Y = 0,07289 – 0,000452 x 0,99
Cálcio Y =0,271947 - 0,001372 x 0,98
Fósforo total Y = 0,208476 - 0,00086 x 0,98
165
Sódio Y = 0,058686 x - 0,000248 x 0,76
1/ Y= % do nutriente/Mcal de ED da ração; X = peso vivo médio na fase (Kg)
Equações adaptadas do NRC (1998).
Os reprodutores devem receber ração com nível baixo de energia, para evitar que
ganhe muito peso e prejudique as coberturas. Animais em serviço deve-se aumentar o
consumo de energia através do aumento da quantidade de ração diária.
12.2 MINERAIS
Vários fatores influenciam na mineralização dos suínos através da dieta, porém, o
principal está relacionado com o manejo das criações modernas, que confinou o animal
e o isolou de uma das principais fontes de minerais que é o solo.
Os primeiros estudos de exigências de minerais, foram realizados com os
macroelementos e em especial cálcio e fósforo. Estes tem a maior importância no
desenvolvimento e manutenção sistema esquelético, além de outras funções
fisiológicas importantes. A adequada soma de cálcio e fósforo bem como a relação
entre os dois, deve ser considerado nas formulações de rações dos suínos.
Quanto aos microelementos, deve-se dispensar maiores cuidados com a
suplementação de zinco, principalmente quando as rações são a base de cereais e
farelos de oleaginosas. A presença fitatos nos ingredientes vegetais, leva a formação
de quelatos de zinco, tornando este microelemento indispensável para o animal. As
fontes protéicas vegetais, principalmente a de maior uso, que é farelo de soja, possui
grandes concentrações de fitato, que prejudica a utilização de outros minerais. Neste
caso, recomenda-se duplicar as recomendações das tabelas para evitar o
aparecimento paraquetose nos leitões. Nas dietas dos machos reprodutores, deve-se
adicionar quantidades extras de zinco, devido a sua importância produção do sêmen do
suíno.
A Tabela 12.7 apresenta um exemplo de fórmula de suplemento microminerais,
que poderá ser utilizado nas diversas categorias estádio de desenvolvimento dos
suínos. As rações de terminação poderão conter níveis inferiores aos indicados, por
outro lado, os microelementos representam pouco no custo das dietas, não sendo
economicamente a redução da suplementação nesta fase.
TABELA 12.8: Exemplo de suplemento mineral para dietas de suínos
Micro- Suplementaç Fonte Qt/kg
mineral ão g/ton (g)
Zinco 100,0 Óxido de zinco (72%) 138,9
Cobre 10,0 Sulfato de cobre (25%) 40,0
Ferro 100,0 Sulfato ferroso (21%) 476,2
Manganês 15,0 Sulfato manganoso 57,7
171
(26%)
Iodo 0,30 Iodato de Potássio (59%) 0,51
Selênio 0,15 selenito de Sódio 0,33
(45,6%)
Veículo 1000,00
q.s.p.
12.3 VITAMINAS
As vitaminas desempenham papel importante no metabolismo orgânico e são
divididas em dois grupos, de acordo com a solubilidade. As vitaminas apolares ou
solúveis em gorduras e solventes orgânicos, desempenham papel importante no
crescimento do tecido e são armazenadas no organismo. Por outro lado, as vitaminas
polares ou hidrossolúveis, com exceção da colina, todas as outras participam de
reações metabólicas e são exigidas como enzimas. Participam das reações logo em
seguida eliminadas do organismo, não sendo armazenadas.
As necessidades de vitaminas na dieta está na dependência de uma série de
fatores como temperatura ambiente, nível de energia ração, destruição nos alimentos e
no trato digestivo entre outros.
As vitaminas hidrossolúveis por serem armazenadas, principalmente no fígado,
são de difícil estabelecimento das suas necessidades. No entanto, vários trabalhos de
pesquisa indicaram recomendações, que são apresentadas nas Tabelas 12.2 e 12.4,
que podem ser utilizadas para o bom desempenho dos animais.
Quanto as vitaminas hidrossolúveis, apesar de necessariamente estarem
presentes nas dietas, estão presentes em concentrações variadas nos ingredientes. A
biotina por exemplo, está contida no milho em torno de 65 g/kg, atendendo
praticamente as necessidades suínos em crescimento. Deve-se ter a preocupação com
os alimentos alternativos como sorgo e raspa integral de mandioca, que são pobres
nesta vitamina, devendo-se aumentar a suplementação.
Ao contrário da suplementação de microelementos, a suplementação vitamínica
deverá estar adequada para cada categoria e estádio fisiológico do animal. Nas dietas
pré-inicial, inicial e lactação, deverão conter altos níveis de vitaminas, principalmente
lipossolúveis, devendo ser diminuídas nas fases mais adiantadas da criação. Esta
redução é importante para adequar a nutrição animais além da redução do custo das
dietas, pois, as vitaminas afetam significativamente o custo da alimentação. Na Tabela
12.8 está apresentado um exemplo prático de suplementação vitamínica ração inicial
de leitões, com níveis de segurança.
O conteúdo de cinza (minerais) corporal aumenta com idade do animal, devido a
intensiva mineralização do esqueleto além do aumento deste, em relação ao peso vivo
do animal (Tabela 12.5). Problemas de nutrição mineral, principalmente de cálcio
fósforo, refletem diretamente no conteúdo das cinzas ósseas. Mais de 80 % do total
das cinzas está nos ossos. Apesar disto, os minerais estão também distribuídos
amplamente nos tecidos moles como fígado, sangue e músculos. O fígado e o sangue
possuem composição variável de minerais, dependendo da função fisiológica do
animal. Porcas em lactação, possuem altas necessidades de cálcio e fósforo para a
formação do leite. Esta observação também é válida para formação do ovo por
galinhas poedeiras.
172
TABELA 12.2: Níveis suplementares de vitaminas sugeridos para suínos de 5
a 100 Kg de peso vivo em UI ou mg /kg da ração1
Fases
Vitaminas Pré-inicial e Crescimento Terminação
inicial
A, Ul 9000 6000 3000
D, Ul 2000 1600 600
E, Ul 25 13 8,00
K3, mg 3,0 2,0 1,5
B1, mg 1,9 1,2 0,3
B2, mg 5,0 3,5 2,0
B6, mg 2,0 1,5 -
B12, µg 20,0 15,0 10,0
Ácido Pantotênico, 18,0 12,0 8,0
mg
Niacina, mg 30,0 20,0 15,0
Folacina, mg 0,80 - -
Biotina, mg 0,090 0,040 0,020
Colina, mg 300,0 150,0 100,00
C2, mg 50,0 50,0 50,00
173
TABELA 12.9: Exemplo de suplemento vitaminíco para dietas de suínos Fase
Inicial
Fonte
Vitaminas Suplementação Qt / kg (g)
Comercial
A, Ul 9.000.000 500.000 Ul/g 18,00
D3, Ul 2.000.000 500.000 Ul 4,00
E, Ul 25.000 500 Ul/g 50,00
K3, g 3,0 94% 3,20
B1, g 1,9 100% 1,90
B2, g 5,0 97,5% 5,12
B6, g 2,0 100 2,00
B12, mg 20,0 1g / kg 20,0
Ácido Pantotênico 18,0 80% 22,50
Ácido Nicotínico 30,0 97% 30,9
Folacina, g 0,80 100% 0,80
Biotina, g 0,090 2% 4,5
Colina, g 300,0 50% 600,00
Veículo q.s.p. 1000,00
174
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