Você está na página 1de 3

ESCOLA SECUNDÁRIA DE EMÍDIO NAVARRO – VISEU

Português
Atividade Escrita de Leitura e Gramática (10.º A)
NOME E N.º Francisca Quadros Leal, nº7
CLASSIFICAÇÃO

Leia o texto.

Um mistério com mais de 500 anos na História de Portugal, sobre quem foi o cronista Fernão
Lopes, pode ter chegado ao fim com a descoberta desse nome numa lápide 1 à entrada da Igreja
Matriz do Alandroal, vila do distrito de Évora.
«Acho que é uma contribuição definitiva para estudar um homem sobre cuja vida não se sabe
5 nada», defende ao DN João Torcato, um investigador que trocou a vida na capital pelo regresso ao
Alandroal – «terra pequena e perdida no meio da planície alentejana» onde esta descoberta «é uma
mais-valia em termos culturais e turísticos». […]
«Nunca se tinha pensado nem se sabia onde Fernão Lopes estava sepultado», assinala José
d’Encarnação ao DN. Agora, embora com as reservas naturais dos investigadores, este catedrático
1 justifica a conclusão de os restos mortais do quarto Guarda-Mor da Torre do Tombo estarem na Igreja
0 de Nossa Senhora da Graça com o conjunto de factos que até aqui não tinham explicação.
«Apontamos para ser o cronista porque temos uma explicação para o privilégio, para a importância
dada a essa zona» por Fernão Lopes nos textos que escreveu, observa José d’Encarnação, enquanto
João Torcato evoca os nove capítulos da Crónica de D. João I que o autor dedica ao Alandroal numa
época – a crise de 1383-1385 – em que aí «praticamente não houve nada de relevante» e quando «o
1 país estava num estado de guerra absoluto». Exemplos? As batalhas dos Atoleiros, Trancoso,
5 Aljubarrota e Valverde.
Fernão Lopes é considerado o fundador da historiografia portuguesa e até agora apontava-se para
Lisboa como local de nascimento (entre 1380 e 1390) e morte (cerca de 1460). Além de responsável
pelos arquivos da Torre do Tombo2, foi o autor das crónicas sobre os reis D. João I, D. Fernando e
D. Pedro, bem como de outros monarcas, cujos textos desapareceram. A sua escrita era marcada pela
objetividade, que rompia com as tradições da época e na qual, lembra João Torcato, os membros do
2 povo passaram a ser protagonistas. […]
0 Mas poderá aquele nome corresponder a outra personagem que não o famoso cronista? «É uma
pergunta perfeitamente legítima», sublinha José d’Encarnação, mas os elementos informativos
existentes levam a concluir que só pode ser o autor da Crónica de D. João I.
Além de Fernão Lopes referir exaustivamente a vila do Alandroal, a única vila do Alentejo cujo
brasão de armas é semelhante ao da Casa de Avis 3 […], a existência de um convento que funcionava
2 como escola – explica a erudição que o caracterizava e permitiu a alguém de origem humilde chegar a
5 Guarda-Mor da Torre do Tombo – e lhe permitiu ser conhecido pelos responsáveis da Ordem de Avis,
destacam os autores.
Acresce o pormenor, regista ainda João Torcato, de as pessoas nessa época «serem sepultadas na
terra natal» para reforçar a tese de que Fernão Lopes é natural da vila do Alandroal.

3 Manuel Carlos Freire, «Lápide em igreja desvenda mistério sobre o cronista Fernão Lopes», in Diário de Notícias, 26
0 Janeiro 2018 (disponível em: https://www.dn.pt, consultado e adaptado em novembro de 2018).
………………………………………………………….
1 lápide – pedra sepulcral. 2Torre do Tombo – uma das instituições de arquivo mais antigas do país (em Lisboa). 3 Casa
de Avis – relativa à família e dinastia de Avis. 

Nota: Nas questões de 1 a 5, selecione, assinalando com um X, a resposta que considera adequada.
• O facto de Fernão Lopes ser natural da vila do Alandroal explicaria

• a relevância concedida a um estado de guerra absoluto em Portugal.


• os nove capítulos dedicados às várias batalhas travadas em Portugal.
• os nove capítulos dedicados à crise efervescente de 1383-1385.
x • o privilégio dado à vila, em momentos históricos efervescentes noutros locais.

• Para determinar a naturalidade do cronista, os investigadores apresentam

• não mais de dois fatores.


• um conjunto de 3 fatores incontornáveis.
x • um conjunto de 5 fatores.
• mais de 5 fatores interligados.

• Tendo em conta as conclusões dos investigadores,

• há indícios muito pertinentes de que estamos perante o túmulo de Fernão


Lopes.
• há uma probabilidade ínfima de estarmos perante o túmulo de Fernão Lopes.
x • podemos ter a certeza de que estamos perante o túmulo de Fernão Lopes.
• é muito pouco provável estarmos perante o túmulo de Fernão Lopes.

• Na expressão «[d]o quarto Guarda-Mor da Torre do Tombo» (l. 10), o autor utiliza

• uma metáfora.
• um pleonasmo.
• um eufemismo.
x • uma perífrase.

• O marcador discursivo “Além de” (l.27) introduz uma lógica de

• conclusão.
x • adição.
• contraste.
• tempo.

• Classifique a oração sublinhada: “«os elementos informativos existentes levam a concluir que só
pode ser o autor da Crónica de D. João I» (ll. 25-26),
oração subordinada substantiva completiva

• Identifique as funções sintáticas dos segmentos assinalados.

a) «para Lisboa» (ll. 18-19). complemento oblíquo


b) «os autores» (l. 31). modificador
c) «natural da vila do Alandroal» (l. 33) complemento direto
• Identifique os processos de formação de palavras.

a) embainhar parassíntese
b) insensatez prefixação e sufixação

• Complete as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço.


Para cada uma letras, registe o número que corresponde à opção selecionada em cada um dos
casos.

Do étimo latino ACLAMARE derivaram as palavras portuguesas clamar e chamar. Do mesmo


étimo derivaram também as palavras --------- a) . Na evolução de ACLAMARE para chamar,
ocorreu, entre outros processos fonológicos, a --------- b) . Por seu lado, na evolução de DOLORE
para dor ocorreu, entre outros processos fonológicos, a --------- c) .

a) b) c)
1. aclamação e clamor 1. prótese 1. crase

2. claque e clã 2. palatalização 2. sinérese

3. achega e achamento 3. crase 3. metátese

R: a) _1___ b) _2___ c) _1___

COTAÇÕES
1a5 6-11p 7-12p 8-10p 9- 12p
5 x 11 pontos
100 pontos

Você também pode gostar