capítulo

11 Embriologia animal
COMENTÁRIOS
GERAIS

1 Gametogênese gônadas
Neste capítulo analisaremos a gametogênese,
que é a formação dos gametas, e a embriologia ani-
mal, que corresponde ao estudo do desenvolvimento ovários testículos
de um organismo a partir da célula inicial. No pró- (femininas) (masculinas)
ximo capítulo, analisaremos a histologia, o estudo
dos tecidos.
óvulos espermatozoides
Nos animais, os gametas masculinos são chama-
(gametas femininos) (gametas masculinos)
dos espermatozoides e os gametas femininos, óvu-
los. Os gametas são formados em órgãos especia-
DIVULGAÇÃO PNLD

lizados denominados gônadas. Existem, portanto,

dois tipos de gônadas: gametogênese
› femininas – os ovários;
› masculinas – os testículos. ovogênese espermatogênese
Os ovários produzem óvulos e os testículos pro-
duzem espermatozoides.
Analisaremos os dois tipos de gametogênese:
› ovogênese (ou ovulogênese) – origem e for-
mação do óvulo;
› espermatogênese – origem e formação do
espermatozoide.
Vamos ter, a seguir, uma visão geral desses dois
processos. Contudo, é importante lembrar que exis-
tem diversas estratégias reprodutivas entre os ani-
mais e que os detalhes da ovogênese e da esperma-
togênese variam de acordo com a espécie.
Em muitas espécies de anfíbios, por exemplo, as
fêmeas produzem centenas de óvulos a cada estação
reprodutiva, a partir de células que se dividem conti-
nuamente ao longo da vida do animal. Em compara-
ção, as fêmeas de mamíferos produzem poucos óvulos
DK Limited/Corbis/Latinstock

ao longo de sua vida. Na espécie humana, a mulher já

nasce com um determinado número de células precur-
Rã fêmea ao lado de massa de
soras de óvulos; muitas dessas células morrem e dege-
ovos gelatinosos. Essa rã mede
neram ao longo dos anos e poucos gametas femininos cerca de 13 cm de comprimento.
são efetivamente produzidos por uma mulher.

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11

Vamos iniciar o estudo da gametogênese considerando a espécie humana e as

É importante verificar a com- características dos gametas produzidos pelos homens e pelas mulheres. Tanto os
preensão dos alunos quanto ao
termo “ovo”, usado para iden- óvulos quanto os espermatozoides são células haploides, mas formam-se a partir
tificar o zigoto e, para diversas
espécies, também a estrutura
de células somáticas diploides chamadas, respectivamente, ovogônias e esperma-
reprodutiva que armazena o togônias. Observe nos esquemas a seguir as principais fases do desenvolvimento
embrião. Veja mais comentários
no Manual. dessas células diploides, até a formação dos gametas haploides.

Ovogênese e espermatogênese
Luis Moura/Arquivo da editora

2n 2n 2n 2n 2n 2n
ovogônias espermatogônias

crescimento crescimento

2n ovócito I ou 2n espermatócito I ou
de 1ª- ordem de 1ª- ordem

n Meiose I
Meiose I
corpúsculo n n
DIVULGAÇÃO PNLD

espermatócito II
n polar ou de 2ª- ordem
ovócito II ou
de 2ª- ordem
Meiose II

n n n n

Meiose II espermátides
n n
n n
corpúsculo espermiogênese
polar n n n n
óvulo corpúsculos polares
espermatozoides
(formados eventualmente)

Compare os esquemas A ovogênese só se completa se houver a fecundação. Quando a fecundação

da ovogênese
(à esquerda) e da
espermatogênese
(à direita). As setas
indicam a sequência
de etapas, mas não a
duração de cada fase.
não ocorre, a ovogênese não se completa e de cada ovogônia forma-se um ovó-
cito II e um corpúsculo polar. Caso o espermatozoide inicie o processo de fecun-
dação, assim que ele penetra o ovócito II, a meiose II é finalizada e forma-se o
óvulo por curto intervalo de tempo. A seguir, ocorre a fusão do material genéti-
co do óvulo com o do espermatozoide, dando origem ao ovo ou zigoto. Na ovo-
gênese, portanto, caso o processo de fecundação seja iniciado, de cada ovogônia
formam-se um óvulo e três corpúsculos polares. Em alguns casos, os corpúsculos
polares não chegam a se formar; quando formados, logo degeneram. Somente
o óvulo é funcional.
Na espermatogênese, cada espermatogônia dá origem a quatro espermato-
zoides e ela se completa independentemente do estímulo da fecundação. Nesse
processo há uma fase final que não existe na ovogênese: a espermiogênese, em
que ocorre a formação dos espermatozoides. Cada espermátide, célula haploide
arredondada, dá origem a um espermatozoide.
Veja nas imagens a seguir que o espermatozoide possui aspecto característico.
Podemos considerar duas regiões no espermatozoide: a cabeça e a cauda.

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Espermatozoide humano
Luis Moura/Arquivo da editora

mitocôndria núcleo capuz acrossômico

Esquema de
espermatozoide,
que mede
cerca de 65 µm
peça de comprimento.
intermediária

cauda cabeça

Eye of Science/SPL/Latinstock

A cauda é um flagelo modificado, formado a partir do centríolo. Ela é respon- Espermatozoide.

sável pelo deslocamento do espermatozoide, realizado à custa da energia for-
necida pelas mitocôndrias, que se localizam em uma região da cauda chamada
peça intermediária.
Na cabeça situa-se o núcleo, que contém os cromossomos.
Na parte anterior da cabeça há uma região denominada capuz acrossômico (ou
acrossomo), que se forma por modificação do complexo golgiense. Nele estão as enzi-
DIVULGAÇÃO PNLD

mas, cuja função é digerir a membrana do óvulo, possibilitando, assim, a fecundação.

O óvulo é, como regra geral, uma célula imóvel, sem estruturas próprias para
o deslocamento, e bem maior do que o espermatozoide. O óvulo possui, além O envoltório protetor do óvulo
do núcleo haploide, o citoplasma rico em organelas e um revestimento externo à de mamíferos chama-se zona
pelúcida. Veja mais comentários
membrana plasmática, que protege a célula. Veja a seguir uma foto e um esque- no Manual.
ma de um óvulo humano.

Óvulo humano
Luis Moura/Arquivo da editora
Dr. Yorgos Nikas/SPL/Latinstock

espermatozoides núcleo membrana

óvulo plasmática

Veja na imagem de
microscopia o óvulo
produzido pela
mulher, com alguns
espermatozoides em
seu redor. A ilustração
citoplasma
mostra as regiões desse
gameta, não visíveis
envoltório vitelo ou deutoplasma (no citoplasma) ao microscópio óptico.
protetor Mede cerca de 200 µm
de diâmetro.
Além de organelas, o citoplasma do óvulo possui vitelo, uma substância orgâ-
nica que serve de alimento ao embrião.
A quantidade de vitelo varia nos diferentes tipos de óvulos produzidos pelos
animais; sua localização também varia em relação ao citoplasma e ao núcleo. Os
óvulos das mulheres e da maioria dos outros mamíferos, por exemplo, apresen-
tam uma quantidade muito pequena de vitelo.

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