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Mecânica dos Sólidos B

Critérios de Falha Material


Sumário

✓ Energia de deformação;
✓ Critérios de escoamento para materiais dúcteis;
✓ Critérios de fratura para materiais frágeis.

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Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
Engenharia Mecânica

Energia de Deformação

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Energia de Deformação
Energia de deformação: Quando as cargas são aplicadas a um corpo, elas
deformam o material. Essa energia, que se apresenta sempre positiva, é
armazenada no corpo e provocada pela ação da tensão normal ou da tensão de
cisalhamento (HIBBELER, 2010; BEER et al., 2015). Contanto que nenhuma energia seja
perdida sob forma de calor, o trabalho externo realizado pelas cargas será
convertido em trabalho interno denominado energia de deformação
(HIBBELER, 2010).

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Energia de Deformação

Energia de deformação: ✓ Força criada nas faces superior e inferior


(HIBBELER, 2010):
Tensão normal
✓ Deslocamento diferencial na direção de z
(HIBBELER, 2010):

✓ Trabalho realizado pelo diferencial de força


aplicada na direção z (HIBBELER, 2010):

✓ Se o corpo for submetido somente a uma tensão


normal uniaxial, a energia de deformação no corpo é:

Elemento de volume submetido


a uma tensão normal Lei de Hooke válida ! (UGURAL, 2009; HIBBELER,
(HIBBELER, 2010). 2010; BEER et al., 2015). 5
Energia de Deformação

Densidade de energia de deformação: energia de deformação por unidade de


volume do material (UGURAL, 2009; HIBBELER, 2010; BEER et al., 2015).

Energia de deformação:

(HIBBELER, 2010)

Densidade de energia de deformação:

(UGURAL, 2009; HIBBELER,


2010; BEER et al., 2015).

Elemento de volume submetido


a uma tensão normal
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(HIBBELER, 2010).
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
Engenharia Mecânica

Critérios de falha para materiais

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Critérios de falha para materiais

✓ Diferentes critérios são aplicados para diferentes materiais;

✓ Fundamentados nos conhecimentos das tensões principais.

Critério da tensão de
cisalhamento máxima
Material dúctil

Critério de von Mises


Estado de tensões
Critério da tensão normal máxima

Material frágil

Critério de Mohr

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Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
Engenharia Mecânica

Critérios de escoamento para materiais dúcteis

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Critérios de escoamento para materiais dúcteis

Exemplo de análise de falha:


Elemento estrutural não falhará caso a
tensão uniaxial desenvolvida esteja
abaixo da tensão de escoamento do
material.

Elemento estrutural feito de material dúctil sob


estado de tensão uniaxial (BEER et al., 2015).

Análise de falha: Determinação da


falha segundo algum critério de falha
material.

Elemento estrutural submetido a um


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estado plano de tensões (BEER et al., 2015).
Critério da tensão de cisalhamento máxima (Tresca)

Fundamenta-se na análise de que o escoamento em materiais dúcteis é


ocasionado pelo deslizamento do material ao longo de superfícies oblíquas,
provocado, principalmente, pela atuação das tensões de cisalhamento (HIBBELER,
2010; BEER et al., 2015).

“ Qualquer componente estrutural estará


seguro desde que o valor máximo da tensão
de cisalhamento nesse componente
permaneça menor do que o valor
correspondente da tensão de cisalhamento
em um ensaio de tração com um corpo de
prova de mesmo material, quando o corpo de
prova começar a escoar (BEER et al., 2015)”

Linhas de Lüder
(HIBBELER, 2010) 11
Critério da tensão de cisalhamento máxima (Tresca)

Tensão de cisalhamento máxima em um ensaio de tração (HIBBELER, 2010):

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Critério da tensão de cisalhamento máxima (Tresca)

Enunciado (BEER et al., 2015): Qualquer componente estrutural estará seguro


desde que o valor máximo da tensão de cisalhamento nesse componente
permaneça menor do que o valor correspondente da tensão de cisalhamento em
um ensaio de tração com um corpo de prova de mesmo material, quando o corpo
de prova começar a escoar.
Representação:

Matematicamente:

têm os mesmos sinais

têm sinais opostos

(UGURAL, 2009; HIBBELER, 2010; BEER et al., 2015)


Hexágono de Tresca
(HIBBELER, 2010)
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Critério da energia de distorção máxima (von Mises)

Baseia-se na avaliação da energia de distorção em um dado material, ou seja, da


energia relacionada com variações na forma do material (UGURAL, 2009; HIBBELER,
2010; BEER et al., 2010).

“ Um componente estrutural está seguro


desde que o valor máximo da energia de
distorção por unidade de volume naquele
material permaneça menor que a energia
de distorção por unidade de volume
necessária para provocar escoamento em
um corpo de prova do mesmo material, em
um ensaio de tração (BEER et al., 2015)”.

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Critério da energia de distorção máxima (von Mises)

Densidade de energia de deformação para um estado triaxial de tensões


(HIBBELER, 2010):

Energia necessária para provocar Energia necessária para provocar


uma mudança no volume do elemento a distorção do elemento 15
Critério da energia de distorção máxima (von Mises)

Energia de distorção por unidade de volume (estado triplo de tensão):

(HIBBELER, 2010)

Energia de distorção por unidade de volume (estado plano de tensão):

(HIBBELER, 2010)

Energia de distorção por unidade de volume (estado uniaxial de tensão):

(HIBBELER, 2010)

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Critério da energia de distorção máxima (von Mises)

Enunciado (BEER et al., 2015): Um componente estrutural está seguro desde que o
valor máximo da energia de distorção por unidade de volume naquele material
permaneça menor que a energia de distorção por unidade de volume necessária
para provocar escoamento em um corpo de prova do mesmo material, em um
ensaio de tração.

Matematicamente (caso plano de tensões): Representação:

(UGURAL, 2009; HIBBELER, 2010;


NORTON, 2013;BEER et al., 2015)

Matematicamente (caso triplo de tensões):


12 +  22 +  32 − 1 2 −  2 3 − 1 3 =  Y2
(UGURAL, 2009; NORTON, 2013)
Elipse de von Mises
(BEER et al., 2015) 17
Comparação de critérios de falha: von Mises X Tresca

Componente estrutural sujeito a torção: Comparação dos critérios:

(BEER et al., 2015)

Conclusão: O critério da tensão de cisalhamento


máxima é mais conservador que o critério da
energia de distorção máxima (hexágono está
contido dentro da elipse) (UGURAL, 2009;
HIBBELER, 2010; BEER et al., 2015).

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Exemplo 1 (Adaptado de Beer et al., 2015)

Duas forças, de mesma intensidade P = 6,88 kN (uma paralela a x e outra paralela a


y), são aplicadas, como mostra a figura, à extremidade A da barra rígida AB, que
está soldada a um eixo cilíndrico de aço BD (tensão de escoamento igual a 108
MPa) de diâmetro d = 40 mm. Além disso, a distância de A até o centro do eixo BD
é b = 50 mm e o eixo tem um comprimento L = 60 mm. Posto isso, determine:
(a) Estado de tensões principais no ponto crítico.
(b) Verifique a falha segundo o critério de Tresca, avaliando seu CS.
(c) Verifique a falha segundo o critério de von Mises, avaliando seu CS.

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Exemplo 2 (HIBBELER, 2010)

Os mancais em A e D exercem somente as componentes em y e z da força sobre o


eixo. Se a tensão de cisalhamento admissível for 60 MPa e a tensão normal
admissível for 130 MPa, determine o eixo de menor diâmetro que suportará a carga.
(a) Utilize a teoria da falha da tensão de cisalhamento máxima.
(b) Utilize a teoria de falha da energia de distorção máxima.

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Engenharia Mecânica

Critérios de fratura para materiais frágeis

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Critérios de fratura para materiais frágeis

Mecanismo (UGURAL, 2009; HIBBELER, 2010): Os materiais frágeis são caracterizados


pelo fato de que, quando submetidos a um ensaio de tração, eles falham
subitamente por meio da ruptura ou fratura sem nenhum escoamento aparente.
Falha de um material frágil sob estado de Falha de um material
tensão de tração uniaxial: Caso a tensão frágil sob estado geral
uniaxial desenvolvida esteja abaixo da tensão de tensões: Calcula-se as
limite de resistência, o material não sofrerá tensões principais e
ruptura (HIBBELER, 2010; BEER et al., 2015). aplica-se um critério de
falha para materiais
frágeis (BEER et al., 2015).
(HIBBELER, 2010)

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Critério da tensão normal máxima

Enunciado: Um componente estrutural falha quando a tensão normal máxima


nesse componente atinge o limite de resistência obtido no ensaio de tração de um
corpo de prova do mesmo material (UGURAL, 2009; HIBBELER, 2010; BEER et al., 2015).

Representação (BEER et al., 2015):


Matematicamente (caso plano de tensões):
Critério da tensão normal máxima

(UGURAL, 2009;
HIBBELER, 2010;
BEER et al., 2015)

(HIBBELER, 2010)

Observação: é suposto que as tensões limites em tração


e compressão são iguais (BEER et al., 2015)! 23
Critério de Mohr
✓ Utilizado quando há disponível resultados de vários tipos de ensaios para o
material em análise (BEER et al., 2015).
✓ Tensões principais de mesmo sinal:

Ensaio de tração Limite de resistência a tração


Ensaio de compressão Limite de resistência a compressão

(BEER et al., 2015)

Matematicamente:
(BEER et al., 2015) Para  a , b  0 :  a   UT e  b   UT
Para  a , b  0 :  a   UC e  b   UC

(UGURAL, 2009; BEER et al., 2015)


Para  a e b de diferentes sinais ? 24
Critério de Mohr

Para  a e b de diferentes sinais ?


Realiza-se um ensaio de torção no corpo de prova do material, determinando-se
seu limite de resistência ao cisalhamento (HIBBELER, 2010; BEER et al., 2015). Logo:
Um estado de tensão estará seguro se ele for
representado por um círculo localizado
Envoltória ou envelope de falha: inteiramente dentro da área limitada pela
envoltória dos círculos correspondentes aos
diagramas obtidos no ensaio (BEER et al., 2015).
(BEER et al., 2015)

Representação:
(BEER et al., 2015)

As outras partes do diagrama de tensões


principais são obtidas traçando-se vários
círculos tangente a essa envoltória,
determinando-se os valores correspondentes
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de tensões principais (BEER et al., 2015).
Critério de Mohr

Na falta de um ensaio de torção, pode-se utilizar o Critério de Mohr


Simplificado:

Representação Simplificada:

(BEER et al., 2015)

(BEER et al., 2015)

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Referências
[1] BEER, F. P.; JOHNSTON, E. R.; DEWOLF, J. T.; MAZUREK, D. F. Mecânica dos Materiais.
Porto Alegre : AMGH, 7º Ed., 2015.

[2] HIBBELER, R.C. Resistência dos materiais. Pearson Prentice Hall, 7º Ed., 2010.

[3] NORTON, R.L. Projeto de Máquinas: uma abordagem integrada. Bookman, 4º Ed., 2013.

[4] UGURAL, A. C. Mecânica dos materiais. Tradução e revisão técnica Fernando Ribeiro da Silva. -
Rio de Janeiro: LTC, 2009.

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