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Professor Wendell Léo

Administração de Materiais
Teoria e Exercícios

Controles de Estoques

Entre os métodos de avaliação e controle de estoques existentes, podemos destacar os seguintes:

Método PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair) - Nesse método, dá-se primeiro saída nas mercadorias mais
antigas( primeiras que entraram), ficando nos estoques as mais recentes.

Em um regime inflacionário (tendência crescente de preços ao longo do tempo), os valores do Estoque Final e do
CMV ( Custo das Mercadorias Vendidas) são, respectivamente, maiores e menores, pois, na venda, sairão primeiro as
mercadorias mais “baratas”, ficando nos estoques as mais “caras”. Consequentemente, o LUCRO é o maior possível
e o CMV, o menor possível. Caso haja deflação (preços decrescentes no decorrer do tempo), sairão primeiro as mais
caras (maior CVM), ficando nos estoques as mais baratas (menor Estoque Final). Consequentemente, o LUCRO será o
menor possível, tendo em vista que o CMV será o maior possível. No caso de estabilidade econômica de preços, os
valores do Estoque Final, do CMV e do LUCRO serão os mesmos que aqueles encontrados em qualquer outro
método.

Método UEPS (último a entrar , primeiro a sair) - Ao contrário do método PEPS, dá-se primeiro saída nas
mercadorias mais recentes (última a entrar ), ficando nos estoques as mais antigas. Desta forma, em comparação
aos métodos já mencionados, num regime de tendência crescente de preços (inflação), os valores do Estoque Final e
do CMV serão, respectivamente, os menores e o maiores possíveis. No caso de deflação, ocorrerá o inverso, isto é,
os valores do Estoque Final estarão superavaliados e do CMV estarão subavaliados. No caso de estabilidade
econômica de preços, os valores seriam os mesmos daqueles apurados por outro método.

Método UEPS (último a entrar , primeiro a sair)

Em um regime inflacionário, em comparação com os métodos de controle de estoque já mencionados, o Lucro pelo
método UEPS é o menor possível, fazendo com que o Imposto de Renda sobre o lucro também o seja. Daí, o
Regulamento do Imposto de Renda NÃO PERMITE que as empresas no Brasil, que estejam obrigadas a declararem
tal imposto com base no lucro fiscal, utilizem o método UEPS.

Resumindo:

Período Inflacionário:

PEPS: MAIOR LUCRO, MENOR CMV, MAIOR EF

UEPS: MENOR LUCRO, MAIOR CMV, MENOR EF


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Obs: o método PEPS, apesar de proporcionar maior lucro em um período inflacionário, não é o preferido. O mais
recomendável para fins gerenciais é o método UEPS , pois os lucros ficam menores, reduzindo assim a carga
tributável. Porém, a lei exige o uso do PEPS (por que será???)

Período Deflacionário:

PEPS: MENOR LUCRO, MAIOR CMV, MENOR EF

UEPS: MAIOR LUCRO, MENOR CMV, MAIOR EF

Método do custo médio - Também chamado de Média Ponderada Móvel, pois a cada nova aquisição é calculada
uma nova média.

Lucro = Vendas líquidas - CMV

Fórmula do custo das

mercadorias vendidas

CMV = EI + C - EF

EI = Estoque inicial,

C = Compras,

EF = Estoque final

Como isso cai em prova?

- Os inventários rotativos são efetuados ao final do exercício e abrangem todos os itens de estoque de uma só vez,
diferentemente dos inventários gerais, que ocorrem com mais frequência durante o mês e se referem a uma menor
quantidade de itens.

- O método de avaliação de estoque que proporciona maior lucro em um período inflacionário é o UEPS.

- O método de avaliação de estoque que proporciona maior CMV em um período inflacionário é o UEPS.

Como isso cai em prova?

- O método de avaliação de estoque que proporciona menor lucro em um período deflacionário é o UEPS.

- O método de avaliação de estoque que proporciona menor CMV em um período inflacionário é o PEPS.

- O método de avaliação de estoque que proporciona maior lucro em um período deflacionário é o PEPS.

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Como isso cai em prova?

Sabendo que a administração de estoque objetiva controlar tanto a quantidade de materiais em estoque quanto ao
valor desses produtos, considere a seguinte movimentação de estoque de determinado material em uma empresa:

05/6 — entrada de 100 unidades ao valor unitário de R$ 10,00;

10/6 — entrada de 80 unidades ao valor unitário de R$ 15,00;

12/6 — saída de 120 unidades;

20/6 — entrada de 150 unidades ao valor unitário de R$ 12,00 e saída de 60 unidades;

30/6 — saída de 40 unidades.

Nessa situação, e com base na avaliação de estoques pelo método PEPS ou FIFO, é correto afirmar que o valor do
estoque é de R$ 1.320,00 em 30/6.

Rotatividade dos Estoques

A rotatividade ou giro de estoque demonstra quantas vezes, por unidade de tempo, o estoque se renovou. Para
calcularmos o giro de estoque, é necessário possuirmos o valor do custo das vendas e dividirmos pelo valor do
estoque:

Rotatividade = Custo das Mercadorias Vendidas / Estoque Médio

Exemplo: O consumo anual de um item foi de 800 unidades e o estoque médio de 100 unidades. O giro seria:

Rotatividade = Custo médio do período / estoque médio

R = 800 unid/ano / 100 unidades = 8 vezes / ano

A rotatividade é expressa no inverso de unidades de tempo ou em “vezes”, isto é “vezes” por dia, ou por mês, ou por
ano.

Antigiro - Indica quantos meses de consumo equivale ao estoque médio.

Antigiro = estoque médio / rotação

Exemplo: Um item que tem um estoque de 3.000 unidades é consumido a uma taxa de 2.000 unidades por mês.
Quantos meses o estoque cobre a taxa de consumo?

Antigiro = 3.000 / 2000 = 1,5 mês

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Prazo médio em dias (Cobertura de Estoques) - Indica o número de unidades de tempo que o estoque médio será
suficiente para cobrir a demanda média.

Prazo médio em dias = nº de dias do período / rotação

O grande mérito do índice de rotatividade do estoque é que ele representa um parâmetro fácil para a comparação
de estoques, entre empresas do mesmo ramo de atividade e entre classes de material do estoque. Para fins de
controle deve-se determinar a taxa de rotatividade adequada à empresa e então compará-la com a taxa real. É
bastante recomendável ao determinar o padrão de rotatividade, estabelecer um índice para cada grupo de materiais
que corresponda a uma mesma faixa de preço ou consumo.

Acurácia dos Controles - Mede a porcentagem de itens corretos tanto em quantidade quanto em valor, ou seja:

Acurácia = nº de itens corretos / nº total de itens ou

Acurácia = valor de itens corretos / valor total de itens

Nível de serviço ou Nível de atendimento - Indica quão eficaz foi o estoque para atender às solicitações dos
usuários:

Nível de serviço = nº de requisições atendidas / nº de requisições efetuadas

Curva ABC ou Regra de Pareto (80/20)

O princípio da curva ABC foi elaborado por Vilfredo Pareto na Itália. Sua utilização é extremante vantajosa porque se
pode reduzir as imobilizações em estoques sem prejudicar a segurança. Obtém-se a curva ABC através da ordenação
dos itens em ordem decrescente de importância relativa, obtida através da multiplicação do custo unitário com o
volume comprado.

Verifica-se, portanto, que, uma vez obtida a sequencia dos itens e sua classificação ABC, disso resultam
imediatamente a aplicação preferencial das técnicas de gestão administrativas, conforme a importância dos itens.

Tem sido usada para a administração de estoques, para definição de políticas de vendas, estabelecimento de
prioridades para a programação da produção e uma série de outros problemas usuais na empresa.

Após os itens terem sido ordenados pela importância relativa, as classes da curva ABC podem ser definidas das
seguintes maneiras:

Classe A: Grupo de itens mais importante que devem ser trabalhados com uma atenção especial pela administração,
+ caros e menor quantidade.

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Classe B: Grupo intermediário.

Classe C: Grupo de itens menos importantes em termos de movimentação, no entanto, requerem atenção pelo fato
de gerarem custo de manter estoque.

A classe “A” são os itens que nesse caso dão a sustentação de vendas, podemos perceber que apenas 20% dos itens
corresponde a 70% do faturamento.

A classe “B” responde por 30% dos itens em estoque a 20% do faturamento.

A classe “C” compreende sozinha 50% dos itens em estoque, respondendo por apenas 10% do faturamento.

Criticidade de Materiais

Por outro lado, esta análise não considera a importância do item em relação à operação do sistema como um todo.
Um simples parafuso, de baixo custo e consumo, é, geralmente um item classe C. No entanto, ele pode interromper
a operação de um equipamento ou instalação essencial a produção dos bens e serviço.

Para resolver essa deficiência da análise custo unitário x volume, muitos empresas utilizam um conceito chamado
criticidade dos itens de estoque.

Criticidade (importância operacional) é a avaliação dos itens quanto ao impacto que sua falta causará na operação
da empresa, na imagem da empresa perante os clientes, na facilidade de substituição do item por um outro e na
velocidade de obsolescência. Dentro do conceito de criticidade, os itens podem ser classificados em classe A (itens
cuja falta provoca a interrupção da produção dos bens e serviços e cuja substituição é difícil e sem fornecedor
alternativo) classe B (itens cuja falta não provoca efeitos na produção de bens e/ou serviços no curto prazo) e classe
C (os demais itens).

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