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Cálculo de Reatores – ENG 066

Conversão e Dimensionamento
de Reatores
Conversão para Escoamento Contínuo
 A conversão para escoamento contínuo é definido por

onde
• é a taxa molar de A que sai do sistema
• é a taxa molar de A que é alimentado no sistema
• Por sua vez,

sendo a concentração de A na entrada e a vazão


volumétrica na entrada.

 Então
Equação de Projeto para o Reator Tanque de Mistura
(CSTR) – em termos da conversão
 A equação de projeto para CSTR

i0 i
i

A0 A
 Então para o reagente A, teremos
A

 Substituindo por , obtemos

que é a equação de projeto para o CSTR, ou seja, o volume do reator


necessário para se atingir uma conversão especificada .
Reator CSTR – EXEMPLO
 A reação de decomposição

ocorre num reator de mistura em tanque ideal. Sabendo-se que a


reação ocorre em fase líquida (considerando o volume reacional
constante ao longo de toda a reação) e que a taxa de reação é
[mol/L.s], calcule o volume de meio reacional para
reduzir à metade a vazão molar de A na saída, sendo a vazão
volumétrica constante é igual a 1 L/s.

Observação:
Agora use a definição de conversão e a equação de projeto
correspondente.
Equação de Projeto para o Reator tubular (PFR) – em
termos da conversão
 A equação de projeto para PFR
i
i

A
 Então para o reagente A, teremos
A

 Diferenciando , obtemos

 Então, a equação de projeto do PFR na forma diferencial é dada


por
ÆO Æ
Æ
Equação de Projeto para o Reator Tubular (PFR) – em
termos da conversão
 Integrando com os limites e , obtemos o volume
necessário para que o reator tubular com escoamento pistonado
(PFR) atinja a conversão especificada
XA
Æ
ÆO
O Æ

que é a equação de projeto de um PFR na forma integral.


Equação de Projeto para o Reator de Leito Fixo (PBR) – em
termos da conversão
 A equação de projeto para reator de leito fixo
Æ
Æ

 Diferenciando , obtemos

 Então, a equação de projeto do reator de leito fixo na forma


diferencial é dada por
ÆO Æ
Æ
Equação de Projeto para o Reator de Leito Fixo (PBR) – em
termos da conversão

 Quando a pressão total permanecer constante ao longo do reator


e integrando com os limites e , obtemos a massa de
catalisador necessária para atingir a conversão especificada
XA
Æ
ÆO
O Æ

que é a forma integral da equação de projeto de um reator de leito


fixo.
Tempo espacial

 Tempo espacial é o tempo requerido para processar um


volume de alimentação, correspondente a um volume de
reator
Para uma reação homogênea, o tempo espacial nas condições
de entrada é definido por

Por exemplo:
Um tempo espacial de 2 minutos significa que a cada 2 minutos um volume de
alimentação, correspondente ao volume do reator, está sendo tratado pelo
reator.
Tempo espacial

O tempo espacial influencia o comportamento da reação em um


reator contínuo, da mesma forma que o tempo de reação influencia
um reator batelada

• Se o tempo espacial aumenta, aumentam a conversão, a


extensão e, por outro lado, as concentrações dos reagentes
diminuem.
Velocidade espacial

 Velocidade espacial é número de volumes de reator que


foram alimentados que podem ser tratados na unidade de
tempo

E a velocidade espacial (inverso do tempo espacial)

 Por exemplo:
Uma velocidade espacial de 5 – 1 significa que 5 volumes de reator
estão sendo alimentados no reator por hora.
Tempo espacial
Para reator CSTR
Utilizando a expressão do tempo espacial na equação de
projeto de um reator CSTR, obtém-se equação de projeto em
termos do tempo espacial

Para reator PFR


 De forma análoga

A
Tempos espaciais típicos para reatores industriais

REATOR ou Capacidade de produção


Batelada 15 min a 20 h Poucos kg/dia a 100.000 ton/ano
CSTR 10 min a 4 h 10 a 3.000.000 ton/ano
PFR 0,5 s a 1 h 50 a 5.000.000 ton/ano
Volume variável
Para o CSTR

 Para obter o tempo espacial em CSTR com volume variável

 Por exemplo, se (primeira ordem em A)

A A0 A A
sendo
0 A A A A
Volume variável
Para o PFR

 Para obter o tempo espacial em PFR com volume variável


 Por exemplo, se (primeira ordem em A)


A A0 A A
sendo
0 A A A A
Exemplo 5.4 (Levenspiel, p. 86-88)

Um reação homogênea em fase gasosa, , tem taxa a


215oC igual a
A A

Encontre o tempo espacial necessário para uma conversão de


80% de uma alimentação contendo 50% de A e 50% de inerte,
em um reator pistonado, que opera a 215oC e 5 atm, sendo
igual a 0,0625 mol/L.
Exercício (com base no Problema 5.5 Levenspiel, p. 92)

Uma alimentação aquosa (400 L/min) de A e B (100 mmols de A/L


e 200 mmols de B/L) é convertida a um produto R, conforme a
reação mostrada abaixo, num reator de mistura perfeita (CSTR):

A + B → R

mol .
A cinética da reação é representada por C
L.min
Encontre o volume do reator para converter 99,9% de A em
produto.

Observação: se for necessário, use B B0 A0 A, sendo A


o reagente limitante.
Equações de desempenho (projeto) de reatores para cinética de ordem n e ç A = 0
Reator pistonado ou batelada Reator com misturaperfeita
n= 0 kv CA0 − CA kv CA0 − CA
= = XA = = XA
−r A = k CA0 CA0 CA0 CA0
n= 1 C 1 CA0 − CA XA
kv = ln A0 = ln kv = =
−r A = kC A CA 1 − XA CA 1 − XA
n= 2 CA0 − CA XA CA0 − CA XA
−r A = kC 2 kvC= = kv = =
A A0 CA 1 − XA C2 CA0 1 − X A 2
A
1–n
CA
qualquer n n − 1 C n–1 kv = − 1 CA0 − CA X
−r A = kC n A0 CA0 kv = Cn = n–1 A n
C 1− X
A A A0 A
= 1 − XA 1 – n − 1
CAe CA0 − CAe
k1v = 1 − ln
CA0 CA − CAe CA0 − CA CA0 − CAe X AX Ae
n = 1 k1v = =
A ⇄ R XAe CA0 CA − CAe XAe − X A
= X Ae ln
CR0 = 0 XAe − X A
k1 é a constante da taxa da reação direta
k1 é a constante da taxa da reação direta
CA0 XA
Expressão dC A dX A CA0 − CA C A0 X A
v= ƒ = CA0 ƒ v= =
geral −r A −r A −r A −r A
CA O

Fonte: Levenspiel, O. Engenharia das reações químicas. Editora Blucher: São Paulo, 2000.
Equações de desempenho (projeto) de reatores para cinética de ordem n e ç A ≠ 0
Reator pistonado Reator com misturaperfeita
n= 0 kv kv
−r A = k = XA = XA
CA0 CA0
n= 1 1 XA 1 + sAXA
kv = 1+ s ln − s X kv =
−r A = kC A A 1 − XA A A 1 − XA
kvCA0
n= 2 XA 1 + sAX A 2
XA kv A0 =
−r A = kC 2 = 2s 1+ s ln 1 − X 2
+ s X + s + 1 2 1− X 2
A A A A A A A 1 − XA A

qualquer n n–1 XA 1 + sAXA n


−r A = kC n Resolver cada caso. kvCA0 =
1 − XA n
A

n = 1 k1v XAe k1v X A 1 + s A X A


= 1 + s AX Ae ln − sAXA =
A ⇄ R XAe XAe − X A XAe XAe − X A
CR0 = 0
k1 é a constante da taxa da reação direta k1 é a constante da taxa da reação direta

XA
Expressão dX A C X
v= C ƒ v = A0 A
geral A0 −r A −r A
O

Fonte: Levenspiel, O. Engenharia das reações químicas. Editora Blucher: São Paulo, 2000.
Exemplo 5.5 (Levenspiel, p. 86-89)

A decomposição homogênea em fase gasosa de fosfina

ocorre a 649oC com uma taxa de primeira ordem dada por


3 3

Qual é a capacidade do reator pistonado, operando a 649oC e a


460 kPa, que pode converter 80% da alimentação , cuja
composição é de 40 mols de fosfina pura por hora?
Comparação do desempenho entre reatores de
escoamento pistonado e de mistura perfeita
Para reações de taxas arbitrárias (qualquer cinética), porém conhecidas, a
razão de desempenho entre os dois tipos de reatores é ilustrado pela figura
abaixo, onde as áreas tracejadas são proporcionais ao volume (ou tempo
espacial) dos reatores.

cn

C

cp

C

 Portanto, n p para qualquer


situação (reatores isotérmicos)
Aplicação das Equações de Projeto para Reatores com
Escoamento Contínuo
 Seja a reação de isomerização isotérmica em fase gasosa

 Dados de laboratório determinaram a velocidade da reação química em


função da conversão do reagente A. Os dados foram obtidos a 500 K de
temperatura e a pressão total foi de 830 kPa, sendo a reação realizada com A
puro.
A A (mol/m3.s)
0 0,45
0,1 0,37
0,2 0,30
0,4 0,195
0,6 0,113
0,7 0,079
0,8 0,05
Exemplo 5.2 (Levenspiel, p. 80-82)

Um reagente puro gasoso A, sendo sua concentração inicial


igual a 100 milimols/L, é alimentado em um reator de
mistura perfeita (V = 0,1 L), no qual ocorre uma reação de
dimerização do tipo .
Para diferentes taxas de alimentação do gás, em regime
permanente, os seguintes dados foram obtidos:

Corrida 1 2 3 4
O (L/h) 10 3 1,2 0,5
ƒ (milimol/L) 85,7 66,7 50 33,4

Encontre a equação de taxa para esta reação.


Referências:
ROBERTS, G.W. Reações químicas e reatores químicos. Rio de Janeiro: LTC, 2010.

FOGLER, H.S. Elementos de engenharia das reações químicas. Rio de Janeiro:


LTC, 2012 .

LEVENSPIEL, O. Engenharia das Reações Químicas. São Paulo: Blucher, 2000.

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