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Qual é a teoria cosmogênica? Se trata da doutrina dos 4 elementos (fogo, água, terra
e ar). Tal concepção busca, de certa forma, sintetizar as doutrinas de pensadores anteriores
sobre os elementos primordiais. Além disso, procura superar a oposição entre a concepção
monista eleata de unidade do real e as concepções monistas e mobilistas.
Conforme Empédocles esses elementos (fogo, água, terra e ar) são vistos como raízes
(rizómata) de todas as coisas, e de sua combinação resulta a pluralidade do mundo natural.
Segundo Aristóteles, Empédocles cria na existência quatro elementos que têm por
característica essencial o fato de não estarem submetidos à mudança, ou seja, eles existem
sempre. Na verdade, são as únicas realidades existentes.
Anáxagoras é conhecido como o filósofo das homeomerias. O que são? E qual sua
função?
“Juntas estavam todas as coisas, infinitas pela multidão e pela pequenez; porquanto
também a pequenez era infinita (ápeiron). Enquanto estavam juntas, nada era claramente
reconhecível, em virtude da pequenez (dos elementos). E o ar e o éter dominam o todo, sendo
ambos infinitos, pois eles são os maiores (elementos), em quantidade e grandeza”.
Anaxágoras, para exemplificar seu raciocínio de que essas sementes estão e são partes
semelhantes de várias coisas, usa o seguinte exemplo: quando comemos carne e nossos
cabelos crescem A matéria que compõe nossos cabelos, portanto, advém da carne. Assim,
aquilo que comemos, seja lá o que for, carrega em si uma quantidade de matéria que explica
o que acontece quando ingerimos um determinado alimento – num elemento, existem outros.
Noûs
Para Anaxágoras, a totalidade do universo teria sido criada por uma inteligência eterna e divina denominada
“nous”, que foi responsável por iniciar os princípios do cosmos fundamentando tudo o que existe. Essa força
consistia numa mistura de elementos distintos. Conforme mencionado por Daniel W. Graham (2008, p. 244)
“da mistura primordial provém o cosmos, quando a Mente (noûs) cósmica dá início a um movimento
rotatório que separa umas das outras as diferentes coisas”. E o autor complementa (GRAHAM, 2008, p.
244): “Anaxágoras admitia um número infinito de diferentes substâncias como elementos básicos de seu
cosmos”. É interessante notar o quanto a descrição de tal elemento assemelha-se ao átomo visto que ambos
consistem em infinitamente divisíveis. O Nous, portanto, consiste numa força matriz, primária e suprema
que é viva, em si e que transmite movimento à natureza. E para o filósofo, a natureza possui substâncias
fixas que interagem e formam substâncias mistas, sendo que assim, “tudo está inserido em tudo” e, portanto,
“qualquer coisa em tese, pode se transformar em outra coisa” (OSBOURNE, 2013, p. 92). Ou seja, na
natureza, uma substância faz-se presente na outra e pode transformá-la em algo distinto do que ela é.
“Anaxágoras desenvolve uma teoria em que há uma intensa mistura de todas as coisas, a qual se parece
estender ininterruptamente até o nível macroscópico”. (GRAHAM, 2008, p. 226). Uma passagem do próprio
filósofo (Anaxágoras, fragmento 12) nos ajude a compreender tal pensamento:
“A mente é algo infinito e autônomo, que não foi misturada com coisa alguma, mas existe só, por si e para
si. Pois se não existisse por si, mas estivesse misturada com alguma outra coisa, participaria de todas as
coisas, caso estivesse misturada com algumas delas. Pois em tudo quanto há, está presente uma parcela de
tudo, conforme já explicitado por mim anteriormente, e as coisas com ela misturadas a impediram de
controlar o que quer que fosse da maneira como o faz sendo efetivamente só e por si. Pois que ela é a mais
fina de todas as coisas e a mais pura, detentora de todo o conhecimento acerca de tudo e dona da maior das
forças. E tem a mente a faculdade de controlar todas aquelas coisas, tanto grandes quanto pequenas, dotadas
de alma”.
O Nous, ao realizar seu movimento, gera as coisas que conhecemos. E essa ação, por sua vez, se da através
das homeomerias, que são a raiz do mundo. E para Anaxágoras, essa relação e a responsável pela realidade
que conhecemos.
Anáxagoras sustenta um princípio denominado, inteligência pura e simples (Noûs), que atua sobre uma
massa primordial onde todas as coisas estavam conjuntamente, até o momento em que a inteligência as
ordenou, instituindo um movimento sobre esta massa originária, possibilitando a criação de todas as coisas.
O Noûs é o princípio ou arché de todas as coisas. É ele que fornece as leis do pensamento que se sobrepõe
aos sentidos para conhecer e governar o universo. É preciso entender que o pensamento está nas coisas
também, não é algo separado delas. Tudo tem causa e essa é sempre natural, física, ainda que o espírito aqui
seja concebido materialmente.
Por exemplo: em um fio de cabelo, por menor que seja a partícula que o divide, nela contém todos os
elementos do universo. “Tudo está em tudo”, afirmou Anaxágoras. E com isso, o Noûs é a matéria, a
substância que causa tanto a agregação quanto a separação dos elementos que constituem os seres.
Por fim, cada coisa que existe é composta por misturas ordenadas dessas sementes
(homeomerias) movimentadas por uma força inteligente (Noûs) para poder originar a
constituição dos elementos naturais.
ATOMISTAS
É considerado o fundador dessa escola, embora muito pouco se saiba a seu respeito;
aparentemente teria sido discípulo de Zenão e sofrido a influência da escola de Eleia. Seu
pensamento é conhecido sobretudo a partir de seu discípulo Demócrito, que desenvolveu o
atomismo, uma das doutrinas pré-socráticas de maior influência em toda a Antiguidade,
sendo retomada no helenismo pelos epicuristas e no início do pensamento moderno por
Pierre Gassendi (1592-1655).
Temos, então, os átomos e o vazio (que é a condição do movimento), e o movimento regido pela
necessidade, em forma de turbilhão, ou vórtice, que faz com que os átomos se choquem uns com os
outros, formando as coisas e os mundos: todas as coisas são formadas pelos átomos.
Os átomos são imperceptíveis pela sua pequenez, sólidos, compactos, ilimitados, indivisíveis.