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EM 984

Sistemas Fluidotérmicos III


Sistemas de bombeamento
Arnaldo Walter
UNICAMP
awalter@fem.unicamp.br
Parte 2
Bombas centrífugas
(1) Macintyre, AJ. 2016. Bombas e Instalações de
Bombeamento. LTC.
(2) Janna, WS. 2016. Projetos de Sistemas
Fluidotérmicos. Cengage Learning.
(3) Alé, JAV. 2010. Sistemas Fluidomecânicos –
Sistemas de Bombeamento. PUCRS.
(4) Notas de aula de Santo, DBE e Bajay, SV.
Princípios básicos da Mecânica dos
Fluidos: as equações de conservação
• Formulação simplificada do escoamento interno
(unidimensional). Bons resultados no cálculo de sistemas de
ventilação e de bombeamento nos quais o objetivo é estimar
parâmetros tais como: fluxo de massa, gradiente de pressão,
distribuição do fluxo entre ramificações de um sistema
complexo, perdas de pressão (perdas de carga) em
dispositivos específicos de um sistema, etc.
• Equipamentos de grande porte são projetados utilizando-se
formulações bi ou tridimensionais do escoamento.
• Exemplo típico são as turbinas hidráulicas: têm projeto
individualizado, são usados modelos matemáticos do
escoamento (3D) e métodos numéricos para a solução do
sistema de equações diferenciais resultantes.
Conservação da massa
• Escoamento permanente e unidimensional na
entrada e saída do VC:
 ( s Vs As) −  ( e Ve Ae) = 0
s e

• Fluido incompressível => densidade = cte


 (V A ) −  (V A ) = 0
s
s s
e
e e

• Fluxo mássico (kg/s):  e =m


m s
Conservação de energia (1)
• Para escoamento em regime permanente, incompressível e
unidimensional, com uma seção de entrada (1) e uma de saída
(2), a Primeira Lei é:

  1 2   1 2 
 útil =  h + V + g e  m −  h + V + g e  m
Q−W
 2 2  2 1
• Δe é a elevação (ou a diferença de cota, a partir de uma
referência, para o cálculo da energia potencial), e h é a
entalpia.
• W é o trabalho realizado pelo VC por unidade de tempo
(potência total).
• Equação da Conservação da Massa: m  =m  1 = m 2 = cte
Conservação de energia (2)
• Se os processos ocorrem sem variação apreciável de
energia interna (como ocorre nas bombas e na maior
parte dos ventiladores), somente a variação de
pressão é considerada:
 útil =  pv+ V 2+ge  m −  pv+ V 2+ge  m
 −W 1 1
Q 
 2 2  2 1

• v é o volume específico do fluido de trabalho


(recíproca da densidade, v = 1/ρ).
• Ou ainda: Q − W útil =  p + V 2 + e  m  g −  p + V 2 + e  m  g
 g 2g   g 2g 
 2  1
Bombas centrífugas: conceitos gerais (1)
• Denomina-se “altura de elevação” a energia específica que a
bomba transfere ao fluido de trabalho. É um conceito que se
aplica somente às máquinas de fluxo que operam com
líquido.
• Para formular uma relação para a altura de elevação, em
termos das características físicas e operacionais de um
sistema de bombeamento, considere uma representação
esquemática, como mostrada na figura a seguir.
• O sistema de bombeamento é constituído de reservatórios de
sucção e descarga (também denominado de recalque), da
bomba (em si), de tubulações que conectam a bomba aos
reservatórios, e vários acessórios complementares, como
válvulas de bloqueio ou controle do fluxo, suportes, etc.
Bombas centrífugas: conceitos gerais (2)
p
o

Res. recalque

Z ed

Wútil eb

es po Bomba

Res. sucção
Bombas centrífugas: conceitos gerais (3)
• Sejam p0’ e p0’’ as pressões nas superfícies livres
dos reservatórios de sucção e de descarga,
respectivamente.
• Sejam V0’ e V0’’ as velocidades dos fluidos nas
superfícies livres desses dois reservatórios,
respectivamente.
• A diferença de elevação (ou diferença de cota) entre
eles é Δe, correspondente à soma das diferenças de
elevação parciais: do reservatório de sucção até a
flange de sucção da bomba (Δes), da flange de sucção
até a flange de descarga da bomba (Δeb), e da flange
de descarga até a superfície livre do líquido no
reservatório de recalque (Δed).
Bombas centrífugas: conceitos gerais (4)
• A aplicação da Primeira Lei a um volume de controle que
envolve todo o líquido no interior do sistema de bombeamento
(do reservatório de sucção até o reservatório de recalque), em
um instante t, e considerando que o escoamento seja
unidimensional e incompressível, e em regime permanente,
resulta:

 ú til V2o − V2o


W po − po
= + ( es + eb + ed ) + +Z

mg 2g g
Bombas centrífugas: conceitos gerais (5)

Wú til V o
2
− V o
2
po − po
= + ( es + eb + ed ) + +Z

mg 2g g

 ú til
W é a potência útil, ou seja, a parcela da potência
fornecida à bomba que é, efetivamente, transferida ao fluido
de trabalho;
• Z é a energia dissipada (devido perda de carga) no
escoamento entre os dois reservatórios;

• A altura de elevação (nos manuais, o termo é usualmente


indicado como H) corresponde a  ú til
W

mg
Bombas centrífugas: conceitos gerais (6)
• O termo altura de elevação tem dimensão de comprimento
(por isso, denominado altura). A análise dimensional de H é:

F L /t  W
N .m
s  L
( )
H  
F /t   kg . m N
s
 s  s2
Bombas centrífugas: conceitos gerais (7)
 ú til V2o − V2o
W po − po
= + ( es + eb + ed ) + +Z

mg 2g g

• Da equação da altura de elevação conclui-se que a energia


específica que a bomba transfere ao fluido de trabalho é a
soma: (1) da variação da energia cinética específica na
superfície livre dos dois reservatórios (geralmente de
magnitude desprezível quando comparada aos outros termos
da equação), (2) com a variação de elevação entre os dois
reservatórios (isto é, entre a superfície livre dos dois
reservatórios), (3) mais a variação da energia específica de
pressão entre as superfícies livres dos dois reservatórios, e (4)
mais a perda de carga quando do escoamento entre os dois
reservatórios.
Bombas centrífugas: conceitos gerais (8)
• Um procedimento alternativo advém da Flange de recalque
aplicação da Primeira Lei ao volume de 2

controle que é o líquido no interior da


bomba (entre a flange de sucção e a flange
de recalque). As mesmas hipóteses eb

simplificadoras se aplicam.
• V1 e V2 são, respectivamente, as 1
velocidades do escoamento na entrada e na
saída da bomba; Flange de sucção
• p1 e p2 são as pressões nessas seções.
• Assim, a altura de elevação de uma bomba
pode ser obtida através de medidas
localizadas: velocidades do escoamento na  ú til V22 − V12
W p2 − p1
sucção e recalque, pressões, e a diferença de H = + eb +

mg 2g g
cota.
 útil Vo2 − Vo2 p − po
H W = + (es + eb + ed ) + o +Z
mg 2g g
Bombas centrífugas: conceitos gerais (9)
• A altura de elevação, como definida, é função do fluido de trabalho. O fluxo
mássico é o produto da vazão volumétrica, Q , pela densidade do fluido de
trabalho, ρ. Assim, quando se menciona altura de elevação, deve-se
especificar o fluido de trabalho a que se refere.

• Para normalizar a energia específica, define-se a altura de elevação


manométrica, ou altura manométrica, referindo-se a um fluido de trabalho
padrão. A altura manométrica é a energia específica útil que a bomba
transfere a um fluido de trabalho padrão (água destilada), com temperatura
de 4ºC, cuja densidade é 1000 kg/m3.
(H )  m
• Assim, pode-se escrever: H man 
1000
• A equação acima permite estimar Hman para um H dado, quando as
propriedades do fluido de trabalho são dadas.
Bombas centrífugas: conceitos gerais (10)
• A potência total aplicada a uma bomba é a soma da potência
útil com a potência dissipada em perdas, inerentes a todo
processo de transferência de energia. O esquema abaixo ilustra
o processo de transferência de energia para o fluido de
trabalho, em uma bomba.
potência dissipada em perdas viscosas
no interior da bomba: perdas hidráulicas potência dissipada em
ordinárias, perdas por choque, etc. perdas volumétricas

potência disponibilizada potência útil (efetivamente


pelo motor (elétrico, comb. Bomba transferida ao fluido de trabalho)
interna, etc)

potência dissipada em perdas mecânicas:


atrito em mancais, gaxetas, selos de vedação,
etc.
Bombas centrífugas: conceitos gerais (11)
• As ineficiências são classificadas em: perdas hidráulicas (ou
viscosas), perdas volumétricas (ou de fuga), e perdas
mecânicas (ou externas, devido atrito).
• As perdas hidráulicas resultam da dissipação viscosa do
escoamento do fluido de trabalho. Ocorrem principalmente nos
canais formados pelas aletas que existem no rotor, e nas
cavidades fixas do equipamento. São denominadas também
perdas manométricas porque reduzem a altura de elevação da
bomba (perceptível na redução da pressão de descarga da
bomba, medida com manômetro).
• As perdas volumétricas são aquelas provocadas pelo
escoamento "marginal" que se estabelece entre as regiões de
alta pressão e de baixa pressão no interior da bomba.
• As perdas mecânicas são provenientes de atrito em mancais,
gaxetas, selos de vedação, etc.
Bombas centrífugas: conceitos gerais (12)
• De acordo com a definição de altura de elevação,
 ú til  mgH
W  
= gQH
• Sendo Q a vazão em volume do fluido de trabalho (é forma
usual de indicação da vazão nos catálogos de fabricantes de
bombas e nos manuais de cálculo de sistemas de
bombeamento). Se a vazão é dada em m3/s, a altura de
elevação em m, e a densidade do fluido de trabalho em
kg/m3, a potência útil será obtida em watts, evidentemente:
 útil  m
W  H  [ watts ],
 gH = gQ  
se g = 9,81 m/ s 2 ,   kg/ m 3 , Q  
  m 3 /s , H  m
Bombas centrífugas: conceitos gerais (13)
• Nem todos catálogos de fabricantes apresentam coerência no
tratamento da unidades. Se a potência deve ser obtida em HP,
unidade ainda muito usada no Brasil para a potência de
motores, a seguinte equação se aplica:
 útil = N útil 
W
H
gQ
745
 HP,    
  m 3 /s , H  m
se g = 9,81 m/ s 2 ,   kg/ m 3 , Q

• Se o peso específico do fluido de trabalho é dado em kgf/m3, a


potência é aproximada por:
 útil = N útil 
W
H
Q
74,5
 HP,    
  m 3 /s , H  m
se   kgf/ m 3 , Q

• Nas equações acima, N também é a notação (usual em


manuais) para a potência.
Bombas centrífugas: conceitos gerais (14)
• Seja W h a potência dissipada nas perdas hidráulicas e q a vazão
volumétrica da "fuga" de fluido de trabalho da região de alta
pressão da bomba para a região de baixa pressão (descarga e
sucção, respectivamente). A potência interna de uma bomba é
definida como:
 int  g( Q
W  + q ) H + W
h
• Se W  m é a potência dissipada nas perdas mecânicas, a potência
total fornecida à bomba será:
 =W
W  int + W
 m , ou
  g( Q
W  + q ) H + W
 h+W
m
• Relacionando as potências acima, definem-se as eficiências dos
processos de transferência de energia na bomba:
Bombas centrífugas: conceitos gerais (15)
Bombas centrífugas: conceitos gerais (16)
• Eficiência manométrica
v = H H
t
• Ht é a denominada altura de elevação teórica, isto é, aquela
que a bomba desenvolveria se o fluido não tivesse viscosidade
(se não houvesse perdas hidráulicas).

• Eficiência volumétrica v = Q 
( Q + q )
 ú til
W
• Eficiência interna int =  int
W
W int
• Eficiência mecânica m = 
W
W ú til
• Eficiência total = 
W
Bombas centrífugas: conceitos gerais (17)
• A potência de eixo de uma bomba centrífuga será, então:


W=N
H
gQ

 watts,    
  m 3 /s , H  m
se g = 9,81 m/ s 2 ,   kg/ m 3 , Q

• ou ainda,

W=N
gQH
745  
 HP,    
  m 3 /s , H  m
se g = 9,81 m/ s 2 ,   kg/ m 3 , Q
Bombas centrífugas: características construtivas (1)
movimento relativo da partícula de fluido
aresta de saída

aleta

aresta de entrada

centro de giro do rotor

Corte radial do rotor de uma bomba centrífuga


Bombas centrífugas: características construtivas (2)
u – velocidade absoluta do
w2

rotor;
 r2
V2
• w – velocidade relativa do
w1 fluido;
r1 u2
• v – velocidade absoluta do
V1
fluido (resultante);
u1 • Triângulos de velocidades
na entrada e saída do rotor;

Corte radial do rotor - composição


vetorial para determinar a velocidade
absoluta do fluido (v).
Bombas centrífugas: características construtivas (3)
• Ângulos da composição vetorial das velocidades
• α - ângulo entre a velocidade absoluta resultante (v) e
a direção tangencial (u)
• β - ângulo entre a velocidade relativa (w) e a direção
tangencial (u)
w1 v2 w2
w1 w2 v2


      

u1 u1 u2 u2

Triângulos de velocidade nas arestas de entrada e saída do rotor


Bombas centrífugas:
características construtivas (4)
• Possibilidades construtivas de aletas
de bombas hidráulicas;
• Formas das aletas do rotor e
triângulos de velocidade resultantes;
• Ângulo β depende da curvatura das
aletas;
• Ângulo α depende da rotação e
vazão da bomba;
• Valores usuais: β2 = 30º.
Bombas centrífugas: características construtivas (5)
b2

canal do rotor aresta de saída

r2

r1
aresta de entrada
largura b1

eixo da bomba

Corte axial do rotor de bomba centrífuga


Bombas centrífugas
• O trabalho aplicado à
bomba permite o
aumento de energia
cinética do fluído, o que
é obtido no rotor.
• A voluta/carcaça da
bomba é projetada para
a conversão de energia
cinética em energia de
pressão.
Rotor de uma bomba centrífuga
Esquema de fluxo e triângulos de
velocidade
Curva típica de uma bomba (1)
• Um curva típica é
definida em
ensaios em
bancada.
• A pressão,
expressa como
uma altura, é
função da vazão.
• As eficiências são
muito baixas nos
extremos da curva.
Curva típica de uma bomba (2)
Curva típica de uma bomba (3)
• A curva ideal H
x Q é linear.
• O efeito de
perdas
volumétricas e
hidráulicas
resulta no
formato côncavo
das curvas
típicas de
operação.
Curva típica de uma bomba (4)
• Para cada rotor há
uma curva altura x
vazão.
• Diferentes rotores
têm, cada um, suas
curvas individuais.
• Um mapa de
desempenho para
diferentes rotores,
mas para a mesma
rotação operacional,
é mostrado ao lado.
Curva típica de uma bomba (5)
• Curvas de
desempenho
também podem ser
apresentadas para
distintas rotações
operacionais.
• Um diagrama típico
é mostrado ao lado.
No caso, a bomba
tem o mesmo rotor
(i.e. tem o mesmo
diâmetro) em todo o
ensaio.
Curva de eficiência de bombas
• A figura indica a região
de melhor eficiência.
• É a curva da bomba com
alteração da rotação do
rotor.
• As curvas de mesma
eficiência de um dado
rotor (de uma bomba)
passam pela origem do
diagrama.
Curvas de performance de bombas (1)
• O desempenho de uma bomba centrífuga é expresso
pelo fabricante através de uma curva de performance.
• As curvas de performance são construídas a partir de
normas de testes criadas e aprimoradas pelo
Hydraulic Institute.
• Os testes são realizados pelo fabricante para uma
dada voluta e diferentes rotores (do menor até o
maior rotor possível para uma dada voluta), com
rotação constante.
Curvas de performance de bombas (2)

• A curva da bomba representa os resultados


médios dos testes de diversas bombas
idênticas, nas mesmas condições de operação.
• Os motores de acionamento são selecionados
para não sofrerem sobrecarga (para um
tamanho especifico de rotor). O objetivo é
garantir operação segura do motor em todas as
vazões requeridas.
Curvas de performance de bombas (3)
• O fabricante de bombas compila as curvas de performance
para um grupo de volutas em uma curva chamada “Curva de
uma Família de Bombas”.
• A curva de família de bombas é útil para uma primeira
estimativa da bomba requerida, mas a curva particular da
bomba deve ser usada para confirmar a seleção (i.e. para a
seleção apurada).
• Muitos fabricantes de bombas fornecem softwares para seleção
de bombas. O software permite a investigação de diferentes
tipos de bombas e parâmetros de operação.
• Com esses softwares, correções de densidade do fluido,
temperatura do fluido e velocidade do motor são facilmente
simulados.
Curvas de performance de bombas (4)
• Curvas de desempenho
para rotores de cinco
diâmetros distintos
(acima).
• Curvas da potência de
bombeamento para cada
rotor (diâmetro), em
função da vazão
(abaixo).
Curvas de performance de bombas (5)
• Para bombear 150 m3/h a
uma altura manométrica de
62m, a bomba com rotor de
219 mm de diâmetro é
adequada. Nesse ponto o
rendimento global da bomba
é um pouco menor que 80%.
• A potencia de acionamento é
de pouco mais de 32 kW.
Curvas de desempenho de um fabricante

• Como estratégia, um fabricante procura ter uma maior “cobertura


hidráulica”, para atender distintas situações de uso.
• Cada rotor tem uma faixa de vazões e alturas mais adequadas.
Campo de operação de bombas centrífugas
- KSB
Campo de operação de bombas centrífugas
- Wortington
Corte de rotores (1)
• Seja agora a vazão de 200 m3/h e altura manométrica de 44 m. Para
o gráfico apresentado anteriormente, o ponto de operação desejado
se encontra entre as curvas dos rotores com diâmetro de 199 mm e
de 208 mm.
• Com o rotor de 199 mm não é possível atender as condições, já que
a sua altura manométrica (43 m) é inferior a altura manométrica
requerida. No caso do rotor de 208 mm é possível atender com
folga, já que para essa vazão sua altura manométrica é de 50 m.
• No caso em que o ponto de operação não coincide com um ponto
na curva característica de um determinado rotor os fabricantes
podem apresentar alternativas de realizar corte nos rotores a fim de
ajustar o ponto de operação desejado.
Corte de rotores (2)
• Ponto de operação com o rotor
cortado para a demanda
especificada.
• Outra situação: vazão de 50
m3/h e altura manométrica de
20 m.
• A bomba com corte apropriado
deverá utilizar um rotor com
diâmetro de 229 mm, potência
de 7,5 HP, apresentando um
rendimento de 67%.
• O diâmetro de 229 mm
corresponde ao diâmetro de
corte do rotor proporcionado
pelo fabricante para ajustar-se
ao ponto de operação desejado.
Corte de rotores (3)

• Os fabricantes podem oferecer varias opções de rotor (diferentes diâmetros),


mantendo o mesmo corpo da bomba.
• O procedimento do corte do rotor consiste em, a partir de um determinado
diâmetro, realizar a redução do diâmetro externo numa operação de
usinagem mecânica, sem alterar outros componentes da bomba.
• O procedimento é mais fácil de ser realizado em bombas centrifugas radiais.
Existe um compromisso entre o percentual de redução do rotor com o
desempenho da bomba, já que resulta sempre em queda de rendimento.
• O procedimento permite economia no custo de fabricação, padronização da
base da instalação e aumento da capacidade de produção.
• As equações acima são derivadas da análise de similaridade de máquinas de
fluxo, e permitem estimar os novos resultados quando do ajuste do diâmetro.
Curva do sistema hidráulico (1)
• A queda de pressão causada
pelo atrito do fluido que
escoa em uma tubulação é
estimado pela equação de
Darcy-Weisbach:
2
L v
Zd = f 
D 2g
Curva do sistema hidráulico (2)
• A equação de Darcy-Weisbach indica que a perda de
pressão em um sistema hidráulico é proporcional ao
quadrado da velocidade de escoamento.
• A rigor, experimentos revelam que a queda de
pressão é melhor representada pela velocidade
elevada a 1,85-1,90.
• O projeto do sistema (incluindo os equipamentos,
curvas, válvulas, e o tamanho da tubulação e os
ramais) afetam o formato da curva de perda de carga.
Curva do sistema hidráulico (3)
• Se existir pressão estática
devido ao peso do fluido
no sistema, ou a um
tanque com fluido
submetido à pressão, essa
pressão é referida como
uma “pressão
independente”, e é
adicionada a curva do
sistema.
Curva do sistema com pressão independente
• Situação em que há pressão
independente: no circuito de
bombeamento de uma torre
de resfriamento.
• A pressão independente não
depende da vazão.
Corresponde, fisicamente, à
altura que é preciso alcançar
independentemente da
vazão.
Curva do sistema hidráulico (4)
Curva do sistema hidráulico (5)
Efeito da pressão estática sobre o sistema
Equilíbrio sistema x bomba
• A curva do sistema e a
curva da bomba podem ser
plotadas no mesmo
gráfico.
• A intersecção das duas
curvas representa o ponto
de operação, ou seja, a
situação em que a bomba
dá a pressão que é igual a
perda de carga (+ a altura
estática), e nessa situação
tem-se a vazão de
equilíbrio.
Análise de operação bomba x sistema (1)
• O que é representado na figura é a alteração do ponto
de operação por fechamento de válvula à jusante.
Análise de operação bomba x sistema (2)
• O sistema by-pass viabiliza, alternativamente, o controle de
vazão. Do ponto de vista energético, é mais eficiente.
Análise de operação bomba – alteração da
rotação (1)
• Quando da alteração da rotação, as
condições de operação podem ser
calculadas pela lei de similaridades.
• A mudança da vazão é diretamente
proporcional a mudança da rotação (Q
α n), a altura manométrica muda
proporcionalmente ao quadrado da
rotação (H α n2) e a potência muda com
o cubo da rotação (W α n3).
Análise de operação bomba – alteração da
rotação (2)
• Por exemplo, para uma redução de 50% da rotação a bomba fornece
a metade da vazão, a altura manométrica será 25% da sua altura
original, e a potência requerida 12,5%.
• Reduzindo a rotação podem ser geradas famílias de curvas da mesma
bomba.
• O rendimento global pode permanecer alto quando a vazão se
mantém entre 60 a 100% da vazão de projeto.
• Principais benefícios: (1) facilidade em alterar o ponto de operação
adequando a curva da bomba à curva do sistema; (2) otimizar o uso
de energia eliminado as perdas por controle de registro; (3)
funcionamento suave no processo de partida do motor da bomba.
• Para isso, é preciso que o motor de acionamento opere de maneira
eficiente com rotação variável (e não seja caro).
Análise de operação bomba – alteração da
rotação (3)
• Alteração da rotação de operação da bomba; faixas adequadas.
Análise de operação bomba – alteração da
rotação (4)
• Quando o sistema tem altura estática nula, a curva característica é
representada por uma curva do tipo parabólica que passa pela origem. Nesses
casos, a variação da rotação pouco afeta o rendimento (o ponto de operação
para a nova rotação praticamente acompanha a curva de rendimento). Nos
casos em que a altura estática é significativa, a mudança de rotação afeta o
rendimento (há novo ponto de operação).
Análise de operação bomba – alteração da
rotação (5)
• Alteração da rotação de operação da bomba.
Variação da rotação – inversores de
frequência (1)
• A variação de rotação do motor elétrico que aciona a bomba é
uma alternativa muito utilizada.
• Os variadores eletrônicos de rotação de motores elétricos
(inversores de frequência) tiveram seus custos reduzidos.
• O inversor altera a frequência da corrente de alimentação do
motor elétrico, o que resulta em variação de rotação.
• A alteração da rotação de uma bomba em muitos casos altera a
eficiência operacional do sistema.
• Se a bomba opera originalmente em seu ponto de eficiência
máxima, o aumento ou redução da rotação reduzirá sua
eficiência operacional se a curva do sistema não coincidir com
uma parábola de isoeficiência.
Variação da rotação – inversores de
frequência (2)
50

Parabolas de mesmo estado de choque


(eficiencia constante)

40
Altura Man. H (m)

30

Curva caracteristica da bomba

20

Curva do sistema
H = 10 + 0.01 * Q^2

10 Rotacao 1.2*N2
Rotacao N1

Rotacao 0.8*N1
0

0 10 20 30 40
Vazão (m3/h)
Comparação de estratégias de ajuste (1)
• Bomba com diâmetro do rotor de 430mm deve operar com uma vazão de 80 m3/h.
• Regulação por válvula: grande altura manométrica devido a perda de carga pelo fechamento
do registro (para poder atender a vazão especificada).
• Corte do rotor: o diâmetro deverá ser de 375 mm (relação de corte de Rc = 0,87; redução de
13% do diâmetro original). Então, o rotor operará com uma altura manométrica de 42 m e
rendimento inferior ao rendimento alcançado no sistema de regulação com válvula.
Potência consumida é equivalente a 60% da potência consumida no sistema de regulação
por registro.
• Variação por rotação: maior eficiência energética, altura manométrica menor (34,5m) e
requer a metade da potência que requer o sistema de regulação com válvula.
Comparação de estratégias de ajuste (2)
Operação de bombas em paralelo (1)
• Quando uma única bomba não consegue atender uma determinada vazão é possível
conseguir tal requerimento utilizando um conjunto de bombas conectadas em paralelo.
• Pode haver benefícios em termos de redução do consumo de energia. As bombas em
paralelo devem ser utilizadas de forma que operem próximos do rendimento máximo.
• O sistema possuirá flexibilidade, redundância no caso de falha de uma das bombas e
capacidade (i.e. vazão) para atender novas necessidades de forma eficiente.
• O procedimento é recomendado em sistemas que possuem uma considerável
altura estática de elevação. Em sistemas nos quais predomina a perda de carga, a
alternativa de rotação variável torna-se mais eficiente e, portanto mais
apropriada.
• Opta-se pela utilização de bombas iguais para disponibilizar uma altura manométrica
equilibrada quando funcionando em conjunto. O uso de bombas diferentes poderia
ocasionar uma perda de equilíbrio na condição de funcionamento (e.g., recirculação),
situação na qual a bomba de maior capacidade tenderá a dominar o funcionamento do
sistema e forçará as outras bombas a trabalhar com menor eficiência.
Operação de bombas em paralelo (2)
• Na operação com as duas
bombas conectadas em
paralelo, o sistema opera no
ponto Bp com uma vazão Qp =
Q1 + Q2 .
• Se uma das bombas fica fora de
funcionamento a outra operará
no ponto B com uma vazão QB.
Notar que a vazão é superior a
vazão de cada uma das bombas
(pelo efeito da perda de carga).
• No caso inverso, quando entra
em funcionamento a segunda
bomba, a vazão não duplica (no
equilíbrio, as duas bombas
contribuem com a metade da
vazão).
Operação de bombas em paralelo (3)

• Solução utilizada quando o problema é aumentar a vazão.


Operação de bombas em série (1)
• Solução utilizada quando o problema é satisfazer (alcançar)
alturas elevadas.
• Solução empregada em condições de alta pressão ou quando se
requer grandes mudanças de altura manométrica.
• As bombas utilizadas podem ser iguais ou diferentes.
• As bombas conectadas trabalham com a mesma vazão, e a altura
manométrica é determinada pela contribuição das alturas
manométricas de cada uma das bombas.
• Para obter a curva resultante da conexão em série de duas
bombas (A e B) devemos conhecer suas curvas características.
Operação de bombas em série (2)

• Solução utilizada quando o problema é aumentar a altura.


Curvas de desempenho de arranjos em série e
em paralelo (1)
• Exercício proposto 1

• Se as bombas são iguais, e têm o mesmo rendimento,


qual o desempenho resultante dos dois arranjos?
Curvas de desempenho de arranjos em série e
em paralelo (2)
• Exercício proposto 2
• Uma bomba centrífuga, operando em uma dada rotação (1750
rpm), tem as seguintes equações características de altura
manométrica e rendimento global:
• Hman= 30 – 300.Q2
• ηG= 10.Q – 40.Q2
• Determinar: (a) a equação característica da Hman considerando
duas bombas idênticas conectadas em paralelo; e (b) a equação
característica da Hman considerando duas bombas idênticas
conectadas em série.
• Se as bombas são iguais, e têm o mesmo rendimento, qual o
desempenho resultante dos dois arranjos?
Lei de similaridade (1)
• Todas as máquinas de “uma mesma família” operam sob condições
dinamicamente semelhantes. Assim, os coeficientes adimensionais são os
mesmos em pontos correspondentes de suas características.
• Isto implica que as leis de similaridade, que governam as relações entre
pontos correspondentes, podem ser relacionadas como indicado abaixo:
Lei de similaridade (2)
• Os coeficientes anteriormente apresentados resultam nas relações de
proporcionalidade abaixo. A hipótese é que parâmetros dinâmicos, como
número de Reynolds e Mach, sejam constantes. Os rendimentos serão iguais
para rotações distintas.
Lei de similaridade (3)
• Os rendimentos são iguais e isso pode ser demonstrado:
Lei de similaridade (4)
• Uma bomba, com rotação n1 e diâmetro D, tem curvas
características “altura-vazão”, “rendimento-vazão”, e “potência-
vazão”. Para a operação com n2, sendo n2 > n1, quais as novas
curvas características?
Lei de similaridade (5)
• Curva de desempenho resultante para bomba que opera com
rotações diferentes da condição de referência.
Lei de similaridade (6)
• Os rendimentos são numericamente iguais nas condições de
equivalência operacional (mas para vazões e alturas distintas).
Exercício – lei de similaridades (1)
• Uma bomba centrífuga apresenta as seguintes equações
características de altura manométrica e rendimento global:
• Hman = 30 – 300. Q2
• e ηG = 10.Q – 40.Q2
• quando tem uma rotação de 1750 rpm.
• Determinar:
• As curvas características da Hman e ηG da bomba quando a
rotação passa a ser 3500 rpm.
Exercício – lei de similaridades (2)
• Os parâmetros operacionais de uma bomba são: rotação 400 rpm; vazão 1,7 m3/s,
altura manométrica 36,5 m e potência 720 kW.
• Um modelo geometricamente semelhante, em escala 1:6 dessa bomba, será testado.
Se o modelo é testado com altura manométrica de 9,0 m, determine a rotação e
descarga, assim como a potência requerida.
Rotação específica (1)
• Rotação específica (ns ou nq) é a rotação na qual deverá operar
uma bomba geometricamente semelhante à bomba considerada,
capaz de elevar a 1 m de altura uma vazão de 1 m3/s com o
máximo rendimento.
• Cada família ou classe de bombas apresenta uma faixa particular
de rotação específica.
• O conceito é muito útil, já que é possível selecionar o tipo de
bomba mais eficiente para uma determinada aplicação.
• Comparativamente, as bombas centrífugas apresentam baixas
rotações específicas.
Rotação específica (2)
• Para bombas centrífugas: valores típicos de rotação específica
são apresentados abaixo.
• Lenta (radial), < 25; Normal, 25 – 35; Rápida, 35 - 70
Rotação específica (3) – exemplo resolvido
• Especificar o tipo de bomba e determinar o diâmetro externo do rotor de uma
bomba que opera com vazão de 75 m3/h e entrega a uma altura manométrica
de 22 m, operando com rotação de 1500 rpm.
Exemplo resolvido: escolha da bomba
Exemplo resolvido: ponto de operação da
bomba (1)
• Seja a instalação de bombeamento esquematizada na figura abaixo.
• A vazão de água deve ser => Q = 18 m3/h
Exemplo resolvido: ponto de operação da
bomba (2) / sucção
• tubo de ferro galvanizado
• es = 1,0 m (desnível de sucção)
• diâmetro de 2” (50 mm, nominal)
• e/D = 0,003 (rugosidade relativa)
• Lreto = 5 + 1 + 1 = 7 m (comprimento do tubo: 5 m na horizontal e 2 m na vertical)
• válvula de pé → 14 m equivalente (comprimento equivalente da singularidade) –
catalogo da Tupy (www.tupy.com.br)
• registro gaveta → 0,28 m equivalente (idem)
• 1 x curva 90o longa → 0,848 m equivalente (idem)
• Ltotal = 22,1 m

• Valores calculados para a resolução do problema:


• Vs = 2,55 m/s (velocidade na tubulação de sucção)
• Re = (vs  D)/ ‫ = ע‬1,2 x 105
• ‫ = ע‬1,006 x 10-6 (m2/s) água a 20oC;
• f = 0,027 (fator de atrito)
• Zs = 3,95 m (perda de carga na sucção)
Exemplo resolvido: ponto de operação da
bomba (3) / recalque
• tubo de ferro galvanizado
• er = 13 m (desnível de recalque)
• diâmetro de 1 1/2” (40 mm, nominal)
• e/D = 0,004
• Lreto = 13 + 1,1 = 14,1 m
• válvula de retenção → 2,5 m equivalente
• registro Globo → 12 m equivalente
1 x curva 90o longa → 0,671 m equivalente
Ltotal = 29,27 m

• Valores calculados para a resolução do problema:


• Vs = 4,38 m/s (velocidade na tubulação de recalque)
• Re = (vs  D)/ ‫ = ע‬1,57 x 105
• f = 0,029
• Zr = 22 m (perda de carga no recalque)
Exemplo resolvido: ponto de operação da
bomba (4) / altura de elevação
• Altura de Elevação
• H = (1,0 + 13,0) + 22,0 + 3,9 = 39,9  40,0 metros
• Zt/Q2 = 25,9/(18)2 = 0,08

• Equação do sistema:
• H ≈ 14 + 0,08  Q2 [m] ( p/ Q  m3/h)
Exemplo resolvido: ponto de operação da
bomba (5) / bomba selecionada
• KSB ETA 32-16;  = 159 mm; n = 3500 rpm
• Vazão; Q = 18 m3/h
• Eficiência; η = 54,5%
• Potência de eixo da bomba: Ne = 4,8 HP (o motor
elétrico, evidentemente, deve ter potência superior e,
na avaliação da potência elétrica requerida, devem ser
consideradas a eficiência mecânica do acoplamento e
a eficiência do motor).
• Para a seleção, manuais devem ser consultados e deve
ser considerada variação do regime de trabalho (fator
de segurança).
Exemplo resolvido: ponto de operação da
bomba (6) / diagrama do sistema

Ponto de
Operação
Q = 18 m3/h
H = 40 m
n = 54.5%
Hsmax = 5.5 m
N = 4.8 HP

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