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Pintora barroca italiana, considerada hoje uma das mais bem- h
sucedidas pintoras de sua época. Numa época em que mulheres não i
eram facilmente aceites na comunidade artística ou por patronos, ela f
foi a primeira a tornar-se membro da Academia de Belas Artes de o
Florença.
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Conteúdo

Biografia ............................................................................................................. 2
Obras Importantes.............................................................................................. 4
Bibliografia e Webgrafia ..................................................................................... 6

Ana Lúcia Moreira da Silva | ESMAE | História Da Cultura II


1
Biografia

Nascida em Roma, a 8 de julho de 1593, Artemisia era a primogénita e a única


mulher entre os quatro filhos de Orazio Gentileschi. Aprendeu a pintar no atelier do pai,
influenciada pelo naturalismo de Caravaggio (a quem, dizem, teria conhecido
pessoalmente), em especial sua dramaticidade e seus fortes contrastes cromáticos.
Roma passava por um extenso processo de transformação urbana que atraía
para a cidade inúmeros artistas em busca de trabalho. Foi o caso de Agostino Tassi, um
pintor especializado em paisagens e com fama de homem violento. Ele e o pai de
Artemisia foram contratados para fazer os frescos do Cassino das Musas e do Palácio
Rospigliosi.
Os dois ficaram amigos e Orazio abriu as portas de sua casa para Tassi, que se
aproveitou para violar Artemisia, na ocasião com 18 anos. Este é o relato de uma
violação sexual ocorrido há quatro séculos, mais especificamente no ano de 1611.
"Trancou o quarto à chave e depois atirou-me para a cama, imobilizando-me com
uma mão sobre meu peito e colocando um dos joelhos entre minhas coxas para
que não pudesse fechá-las. E levantou as minhas roupas, algo que lhe deu muito
trabalho. Pôs um pano na minha boca para que não gritasse. Eu arranhei-lhe o
rosto e arranquei-lhe cabelo."
Além de ter sido violada, ela teve de aguentar ver o agressor livre e a sua
denúncia questionada abertamente. Para piorar, Artemisia sofreu com a indiferença e a
rejeição do mundo artístico da sua época por ser mulher, e passou pela humilhação de
ver a autoria dos seus quadros atribuída a seu pai e outros artistas masculinos. Mesmo
depois de morta, durante séculos foi considerada apenas uma curiosidade, uma
raridade exótica e menor na história da arte. Foi uma das primeiras mulheres a pintar
temas históricos e religiosos, numa altura em que tais temas heroicos estavam muito
para alem do alcance duma mulher.
Temas característicos da sua pintura são Betsabe, o desventurado objeto da
paixão obsessiva do rei David, e Judite, que salvou o seu povo decapitando o general
assírio Holofenes. Qualquer destes temas era popular na época barroca que se
deleitava com cenas eróticas e violentas, mas as representações frequentes por parte
de Artemisia destas trágicas heroínas bíblicas podem ter sido originadas pela sua
violação
Demorou muito para que seu valor artístico fosse reconhecido. E apenas na
década de 1970 Artemisia se tornou um símbolo do feminismo. Em novembro de 2016,
o Museu de Roma abriu uma exposição dedicada somente à artista italiana que durou
até maio do ano seguinte.
Ela demorou um ano para ter coragem de denunciá-lo. Esse tempo fez com
que a opinião pública se voltasse contra ela, muitos concluíram até que o episódio
tivesse sido uma relação consensual. Ainda assim, Tassi foi condenado em 27 de
novembro de 1612. Porém o juiz deu-lhe a chance de escolher entre uma sentença de
cinco anos de trabalhos forçados ou deixar Roma. O pintor optou pelo exílio.
Mal o escândalo passou, o seu pai organizou um casamento para que Artemisia
"recuperasse sua dignidade aos olhos da sociedade". A 29 de novembro, apenas dois
dias depois da condenação de Tassi, ela casou com o pintor Pierantonio Stiattesi e
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mudou-se para Florença. Artemisia já tinha começado a pintar figuras femininas fortes,
inspirada tanto pela Bíblia quanto pela mitologia, mas com uma nova perspectiva: a
feminina.
Passou a vida a pintar e chegou a ter alguma fama, mas caiu em longo
esquecimento após sua morte, em 1654, em Nápoles.
Foi apenas na segunda metade do século XX que a sua arte começou a ser
novamente apreciada por alguns críticos e o seu nome desenterrado. O seu nome surgiu
num movimento pela igualdade de direitos entre homens e mulheres, e Artemisia voltou
a ser reconhecida pelos críticos.
Artemisia reúne quase 100 quadros pertencentes a alguns dos mais prestigiados
museus do mundo, e por meio deles é possível reconhecer a vida e o trabalho da artista
e alguns dos seus contemporâneos, incluindo o seu pai, Orazio, e outros pintores que
trabalhavam na capital italiana no século XVII, como Guido Cagnacci, Simon Vouet e
Giovanni Baglione.

Ana Lúcia Moreira da Silva | ESMAE | História Da Cultura II


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Obras Importantes

Susanna and the Elders

Em 1610, por exemplo, pintara Susana e os Anciãos, quadro que se baseia no


relato da parábola de Susana - uma mulher casada com um rico morador da Babilônia,
assediada sexualmente por dois juízes que frequentavam a sua casa. Ao recusar os
assédios de ambos, foi falsamente acusada de adultério. Segundo a Bíblia, Susana só
escapou da morte por apedrejamento por intervenção do profeta Daniel. Ele teria
sugerido que os dois fossem interrogados separadamente e questionados sobre em que
árvore do jardim teriam visto a consumação do adultério. Como não haviam combinado
os detalhes da história, caíram em contradição e Susana foi considerada inocente.
A beleza do quadro fez com que muitos considerassem que a artista, então com
17 anos, não o teria pintado sozinha, e sim orientada pelo pai.
A maioria das pinturas sobre a parábola retrata Susana como uma mulher frívola
e namoradora, mas Artemisia optou por uma imagem vulnerável e assustada. E isso
antes mesmo de ser a própria artista vítima de violação sexual, o que ocorreu um ano
depois. Depois da agressão de Tassi, sua abordagem tornou-se ainda mais crítica.

Ana Lúcia Moreira da Silva | ESMAE | História Da Cultura II


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Judith Slaying Holofernes
Já em Florença, pintou outra
passagem bíblica, Judite decapitando
Holofernes. Trata-se do seu quadro mais
famoso e mostra o momento em que a
viúva Judite, com ajuda de uma serva,
corta a cabeça de um general que a havia
assediado.
A passagem bíblica já havia sido
levada às telas por inúmeros pintores
desde o Renascimento e era
considerada uma alegoria do triunfo
feminino sobre os homens. Mas, nas
mãos de Artemísia, a cena ganhou novos
contornos - vários especialistas
interpretam sua abordagem como um
desejo de vingança pela agressão
sofrida.
O trabalho mostra a cena de
Judite degolando Holofernes, comum na
arte desde o início do Renascimento,
como parte do conjunto de obras chamado o "Poder das mulheres", que mostram
mulheres triunfando sobre homens poderosos. O tema remete ao Livro de Judite no
Antigo Testamento, que narra o assassinato do general Holofernes por Judite. A pintura
mostra o momento em que Judite, ajudada por sua serva, degola o general, depois de
ele ter adormecido bêbado.
A pintura é implacavelmente física, com jorros de sangue. O esforço da luta das
mulheres é mais bem representado pelo rosto delicado da empregada, que é mais jovem
do que na maioria dos quadros sobre o assunto, tomado pelo grande e musculoso punho
de Holofernes, enquanto tenta desesperadamente lutar para sobreviver. Apesar de a
pintura retratar uma cena clássica da Bíblia, Gentileschi desenhou a si mesma como
Judite e seu mentor, Agostino Tassi, que foi julgado por violá-la, como Holofernes. A
biógrafa de Gentileschi, Mary Garrard, propôs uma leitura autobiográfica da pintura,
afirmando que ele funciona como uma catarse de expressão da raiva reprimida da
artista"
«Judite» foi um tema que Artemísia pintou outras duas vezes, algo também feito
com «Susana».

Ana Lúcia Moreira da Silva | ESMAE | História Da Cultura II


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Bibliografia/Webgrafia

http://campodaforca.blogspot.com/2012/02/mulher-artista-na-historia-da-arte_22.html
https://www.bbc.com/portuguese/geral-38594660
https://pt.wikipedia.org/wiki/Artemisia_Gentileschi
https://pt.wikipedia.org/wiki/Judite_decapitando_Holoferne

Ana Lúcia Moreira da Silva | ESMAE | História Da Cultura II


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