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Goffman, E. Estigma: Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada, cap. V.

“Desvios e
comportamento desviante”, pp. 151-158.

Aluna: Isadora F. Borges de Oliveira, No USP: 9528929

Capítulo 5 - DESVIOS E COMPORTAMENTO DESVIANTE

Goffman inicia o capítulo se propondo a discutir os “desvios” e “comportamentos desviantes”


fundamentado no fato de que a diferença vergonhosa é considerada uma característica da vida
social. Deste modo, o autor evidencia a noção geral de “desvio” como uma peculiaridade de um
indivíduo que não adere às normas de um grupo que compartilha valores e adere a normas
sociais, sendo este indivíduo considerado “destoante”.

Partindo deste ponto o autor vai então apresentar alguns subgrupos de indivíduos “destoantes”.

O primeiro deles, classificado como desviante intragrupal refere-se a indivíduos ou de posição


mais alta, ou mesmo com alguma deformidade física, sendo que ambos podem estar “livres”
para serem desviantes, justamente porque seu desvio pode ser aceito, já que não implica uma
reindentificação. O outro tipo de desviante, é o isolado, que está constantemente em situações
sociais com o grupo, mas não pertence a ele.

Há um terceiro tipo, que podem ser considerado os “desafiliados” (desviantes sociais), ao qual
pertencem os indivíduos que voluntária e abertamente se recusam a aceitar a posição que lhes é
destinada.

Posteriormente, o autor vai apontar que o deslocamento do “sistema de referência”, que se altera
nos mais distintos tamanhos de grupo acaba por deslocar também a variedade e significado dos
desvios, e para argumentar, o autor dá o exemplo da família, uma pequena comunidade e
aglomerados metropolitanos.

Após apresentar os distintos grupos, Goffman destaca que, se deve haver um campo de
investigação chamado “comportamente desviante”, seriam os indivíduos por ele identificados
que deveriam constituir o cerne deste campo.

Retomando os tipos de indivíduos destoantes, o autor identifica então dois tipos próximos de
categorias sociais: os grupos minoritários étnicos e raciais, e os membros da classe baixa,
salientando que todos estes desviantes, provavelmente, se verão funcionando como indivíduos
estigmatizados. Este argumento tem como objetivo apontar que todos estes estigmatizados
podem ser classificados em conjunto para fins de análise, sendo necessário analisá-los em
conjunto, justamente para evidenciar o que há de específico em cada um deles, e não analisar
apenas um único grupo, perdendo de vista questões comuns que estão postas aos mais diversos
grupos e indivíduos estigmatizados.

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