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2 INSPEÇÃO 14
3 CONTROLE 23
4 GARANTIA 32
6 SISTEMAS DE GESTÃO 53
REFERÊNCIAS 66
2
1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES BÁSICAS DO SISTEMA DE GESTÃO DA
QUALIDADE
A qualidade, historicamente, faz parte das obsessões organizacionais e pessoais de
todos. Crosby (2001) afirma que na qualidade devemos fazer certo da primeira vez.
Seguindo conselhos de Crosby, precisamos começar, e vamos dar início deixando o
professor falar, afinal de contas, como vamos entender a gestão da qualidade se não
entendermos seus conceitos, precursores e custo da qualidade? Bons estudos!
3
1.1 O conceito da qualidade
Para a qualidade o produto está relacionado aos atributos, porém o ciclo de vida do
produto está relacionado aos atribuídos acompanhado da análise econômica. O cliente
4
é responsável por todos esses custos ao longo da vida do produto, ou seja, desde sua
aquisição até seu descarte.
Outro aspecto importante é que existem atributos de produto ou serviço que não são
solicitados pelos clientes em função da ignorância sobre esses atributos. A partir do
momento em que uma inovação de produto ou serviço é lançada, essa inovação passa
a ser um requisito do produto solicitado pelo cliente e que afetará a sua satisfação
quanto à adequação do produto ao uso. É o que se chama de atributos latentes.
O processo evolutivo do conceito da qualidade foi bem caracterizado por Shiba, Graham
e Walden (1993), que disseram que a evolução do conceito da qualidade passou pelos
seguintes estágios:
Adequação às especificações;
Adequação ao uso;
Adequação ao custo;
5
A figura 1 ilustra a espiral do processo evolutivo da satisfação do cliente sobre o efeito
da função qualidade no ciclo produtivo.
Saiba mais
Assista ao vídeo sobre gestão da qualidade por Joseph M. Juran, disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=L3WqcBD1QBg>. Acesso em: 28 jun. 2018.
6
1.2.2 As contribuições de Feigenbaum
Segundo Carpinetti (2016, p. 17), “uma contribuição similar foi dada por Feigenbaum,
que, em 1951, em seu livro célebre Controle da qualidade total, definiu as atividades de
controle da qualidade”.
Controle de projeto;
Controle de produto;
Saiba mais
Assista ao vídeo sobre Armand Vallin Feigenbaum. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=aAq8uJ02hyM>. Acesso em: 28 jun. 2018.
7
1.2.3 As contribuições de Deming
8
grupo e são para uso dos especialistas da qualidade e por alguns gerentes
responsáveis por qualidade em sua seção. Esses métodos requerem algum
conhecimento estatístico, mas podem ser aprendidos por alguns gerentes.
Eles incluem: inspeção amostral, estimativas estatísticas e projeto de
experimentos. O último grupo é formado por métodos estatísticos
avançados, para uso dos especialistas em qualidade. Eles incluem análise
multivariável, técnicas de pesquisa operacional, entre outras. (CARPINETTI,
2016, p. 19)
Saiba mais
Assista ao vídeo “Gestão de Qualidade - Kaoru Ishikawa (Diagrama Espinha de Peixe) ”.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=m7GzrLz9738>. Acesso em: 2 jul.
2018.
Tais custos não são conhecidos com precisão. Na maioria das organizações, o sistema
de contabilidade fornece apenas uma pequena parte das informações necessárias para
quantificar o custo da má qualidade, e é preciso bastante tempo e esforço a fim de
ampliar o sistema de contabilidade para que se consiga uma cobertura total. A maioria
das organizações chegou à conclusão de que esses esforços não compensam os custos.
Porém, essa lacuna pode ser em parte preenchida por estimativas que proporcionam à
alta gerência informações aproximadas quanto ao custo total da má qualidade e às
principais áreas de concentração. Essas áreas de concentração se tornam, então, a meta
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para projetos de melhoria da qualidade. A partir disso, os projetos concluídos fornecem
cifras bastante precisas quantos aos custos de qualidade antes e depois das melhorias.
Custo indireto: é o custo ligado a atividades e serviços que são utilizadas para
industrialização ou na obtenção de um produto no qual auxilia na transformação do
produto ou serviços (JURAN et al., 2015).
Exemplos:
Exemplos:
10
Verbas para manutenção preventiva.
Prevenção de não conformidades e erros.
Analises de qualidade.
Exemplos:
Exemplos:
11
Custo de avaliação: custos associados à medição, avaliação e auditoria de características
para assegurar a conformação com os padrões de qualidade (JURAN et al., 2015).
Exemplos:
Custo de falhas internas: custos que não estão de acordo com os padrões de qualidade
identificados em atividades internas, ou seja, na industrialização ou no suporte/serviço,
causando prejuízos a empresa (JURAN et al., 2015).
Exemplos:
Custo de falhas externas: custos incorridos com atividades e serviços que fazem parte
do processo do produto aplicados à garantia da qualidade tratando não conformidades
em produtos defeituosos.
Exemplos:
12
Conclusão
13
2 INSPEÇÃO
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2.1 Conceito de inspeção
De todo modo, a inspeção sempre requer alguma decisão a ser tomada, com base em
cada característico analisado. Às vezes, pode ser apenas o retorno da peça a alguma
operação anterior, ou a necessidade de refazer dada ação. Pode ser, porém, que a
inspeção implique a transformação da peça em refugo (PALADINI, 2011).
Em sua definição mais objetiva, podemos afirmar que inspeção é o processo que checa
as especificações de projeto de lotes ou amostras para verificar o atendimento da
qualidade projetada.
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2.1.1 Plano de amostragem
Exemplo:
o Supondo que vamos inspecionar uma amostra de 200 peças e NQA =1,0%.
Com uma amostra de 200 peças (linha com código L) e com a coluna de NQA= 1,0%
temos Ac = a = 5 e Re = r = 6.
16
Figura 4: Exemplo de curva de aceitação
Exemplo:
Caso a quantidade de defeituosas na 1ª amostra seja maior que 2 e menor que 5, tira-
se a 2ª amostra.
Saiba mais
Assista ao vídeo “Gestão da Qualidade, era da inspeção”. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=jINoYHVtwMc>. Acesso em: 29 jun. 2018.
17
2.1.2 Níveis de inspeção
NQA, n, a e r
Define-se o NQA.
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Figura 5: curva de definição do plano de amostragem
Análises:
Quanto mais íngreme for a curva, mais discriminante.
Quanto maior for o n, cai a probabilidade de aceitação.
Quanto maior for o a, maior a probabilidade de aceitação.
Saiba mais
Assista ao vídeo “Como é feita a inspeção do S. I. E.” Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=aGQRjRPp22Y>. Acesso em: 29 jun. 2018.
Segundo Carpinetti:
(...) a estratificação consiste na divisão de um grupo em diversos subgrupos
com base em características distintivas ou de estratificação. As principais
causas de variação que atuam nos processos produtivos constituem possíveis
fatores de estratificação de um conjunto de dados: equipamentos, insumos,
pessoas, métodos, medidas e condições ambientais são fatores naturais para
a estratificação dos dados. Com a estratificação dos dados, objetiva-se
identificar como a variação de cada um desses fatores interfere no resultado
19
do processo ou problema que se deseja investigar. Alguns exemplos de
fatores de estratificação bastante utilizados são:
Condição climática: os efeitos dos problemas (ou resultados
indesejáveis) são diferentes de manhã, à tarde, à noite?
Turno de produção: os efeitos são diferentes quando consideramos
diferentes turnos de produção?
Local: os efeitos são diferentes nas diferentes linhas de produção da
indústria ou nas diferentes regiões do país onde o produto é
comercializado?
Matéria-prima: são obtidos diferentes resultados dependendo do
fornecedor da matéria-prima utilizada?
Segundo Carpinetti:
(...) a folha de verificação é usada para planejar a coleta de dados a partir de
necessidades de análise de dados futuras. Com isso, a coleta de dados é
simplificada e organizada, eliminando-se a necessidade de rearranjo posterior
dos dados. De modo geral, a folha de verificação consiste num formulário no
qual os itens a serem examinados já estão impressos. Diferentes tipos de
folha de verificação podem ser desenvolvidos. Os tipos mais empregados são:
Verificação para a distribuição de um item de controle de processo, com
definição dos limites LIE – Limite Inferior da Especificação e LSE – Limite
Superior da Especificação [figura 4];
Verificação para classificação de defeitos [figura 5]. (CARPINETTI, 2016, p. 77)
20
Figura 6: Folha de verificação de um item de controle de um processo
21
Conclusão
22
3 CONTROLE
23
3.1 Conceito de controle
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da qualidade enfatiza o processo – única forma de efetivamente garantir o
produto final com boa qualidade.
Costuma-se dizer que esse conceito associa o controle da qualidade a uma estrutura. De
fato, ainda que abrangente, a ideia de sistema cria a imagem de esforços organizados
em certa maneira. Essa ideia provém do conceito clássico de Controle da Qualidade
Total, formulado por Armand Feigenbaum no início dos anos 60. Segundo essa
abordagem, trata-se de:
Saiba mais
Assista ao vídeo “Conheça a inspeção do leite na indústria”. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=LYfdxjZCa8Q>. Acesso em: 2 jul. 2018.
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ferramentas estatísticas são mais que úteis – os problemas não podem ser resolvidos
sem o uso das ferramentas estatísticas apropriadas.
Durante os anos 80, inúmeras organizações tentaram, de fato, assumir uma abordagem
centrada em ferramentas, treinando boa parte do seu pessoal no uso de ferramentas
estatísticas. No entanto, isso não surtiu um efeito significativo no balanço financeiro,
pois nenhuma infraestrutura havia sido criada para identificar quais projetos deviam ser
postos em prática, para delegar clara responsabilidade por esses projetos, para alocar
os recursos necessários, para revisar o progresso etc.
26
pessoas treinadas não avaliam o efeito sobre as operações e, consequentemente,
devem ser considerados como subsídios em sua natureza (JURAN et al, 2015).
Todo processo produz resultados que seguem alguma distribuição. Essa distribuição
pode ser descrita através de três propriedades: tendência, dispersão e distribuição.
27
Para a construção de um diagrama de dispersão, devem ser coletados pelo menos 30
pares de observações (x, y) das variáveis cujo tipo de relacionamento será estudado. A
variável registrada no eixo horizontal deve ser aquela que, por algum motivo, é
considerada causa preditora da outra variável, a qual será plotada no eixo vertical y. A
escolha das escalas das variáveis no gráfico deve ser a mais adequada para permitir uma
fácil visualização do padrão de dispersão dos pontos. Deve-se acrescentar que a
observação de um diagrama de dispersão, com o objetivo de descobrir se existe ou não
uma correlação entre as duas variáveis de interesse, depende muito dos intervalos de
variação das variáveis. Para diferentes intervalos de variação, os resultados encontrados
podem não ser os mesmos (CARPINETTI, 2016).
Figura 9: Diagrama de dispersão: correlação positiva (a), negativa (b) e inexistente (c)
(CARPINETTI, 2016)
2. Escolha o número de intervalos ou classes (k). Não existe uma única regra universal
para a escolha de k. A regra apresentada na tabela 1 é bastante comum.
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O valor de h deve ser arredondado de forma que seja obtido um número conveniente.
Esse número deve ser um múltiplo da unidade de medida dos dados da amostra.
E assim sucessivamente, até que seja obtido um intervalo que contenha o maior valor
da amostra (MAX) entre os seus limites.
7. Construa uma escala no eixo horizontal para representar os limites dos intervalos e
uma escala no eixo vertical para representar as frequências de ocorrências dentro
de cada intervalo. Desenhe um retângulo em cada intervalo, com base igual ao
comprimento (h) e altura igual à frequência (fi) do intervalo.
30
Conclusão
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4 GARANTIA
32
4.1 Conceito de garantia
Segundo Capinetti,
(...) o diagrama de causa e efeito foi desenvolvido para representar as
relações existentes entre um problema ou o efeito indesejável do resultado
de um processo e todas as possíveis causas desse problema, atuando como
um guia para a identificação da causa fundamental desse problema e para a
determinação das medidas corretivas que deverão ser adotadas. O diagrama
de causa e efeito é estruturado de forma a ilustrar as várias causas que levam
a um problema. A estrutura do diagrama de causa e efeito lembra o esqueleto
de um peixe, por isso é conhecido também como diagrama de espinha de
peixe. Uma terceira denominação para esse diagrama é diagrama de
Ishikawa, em homenagem ao Professor Kaoru Ishikawa, que elaborou o
diagrama de causa e efeito para explicar a alguns engenheiros de uma
indústria japonesa como os vários fatores de um processo estavam inter-
relacionados. (CARPINETTI, 2016, p. 82)
Figura 11: Diagrama de causa e efeito - causas para o atraso em pedido de compra
34
Fonte: Carpinetti, 2016, p. 85.
Saiba mais
Todos os participantes precisam entender que o processo vai muito além de “uma
listinha de ideias”, segundo Gisela. Na verdade, o brainstorming é uma dinâmica que
exige flexibilidade, liberdade e suspensão das censuras. Só compreendendo isso você
poderá aproveitar o método – e julgar se ele é realmente pertinente para o projeto em
questão.
Segundo Carpinetti,
[o] Princípio de Pareto foi adaptado aos problemas da qualidade por Juran, a
partir da teoria desenvolvida pelo sociólogo e economista italiano Vilfredo
Pareto (1843-1923). O Princípio de Pareto estabelece que a maior parte das
perdas decorrentes dos problemas relacionados à qualidade é advinda de
alguns poucos, mas vitais problemas. Ou seja, o Princípio de Pareto afirma
que se forem identificados, por exemplo, 50 problemas relacionados à
qualidade (percentual de itens defeituosos, retrabalho, refugo, número de
35
reclamações de clientes, gastos com reparos de produtos dentro do prazo de
garantia, ocorrências de acidentes de trabalho, atrasos na entrega de
produtos etc.), a solução de apenas oito ou dez desses problemas já poderá
representar uma redução de 80 ou 90% das perdas que a empresa vem
sofrendo devido à ocorrência de todos os problemas existentes. O Princípio
de Pareto afirma também que, entre todas as causas de um problema,
algumas poucas são as grandes responsáveis pelos efeitos indesejáveis desse
problema. Logo, se forem identificadas as poucas causas vitais dos poucos
problemas vitais enfrentados pela empresa, será possível eliminar quase
todas as perdas por meio de um pequeno número de ações. (CARPINETTI,
2016, p. 79)
36
Figura 14: Gráfico de Pareto - custo de retrabalho de defeitos de fabricação
Figura 15: Gráfico de Pareto: defeitos por turno para diferentes máquinas
37
Etapas para a construção de um Gráfico de Pareto:
3. Defina o período de tempo sobre o qual dados serão coletados, e. g., oito horas,
cinco dias ou quatro semanas;
6. Do topo do mais alto retângulo, uma linha pode ser adicionada para representar
a frequência cumulativa das categorias.
38
Conclusão
39
5 GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE
Chegamos na qualidade total! Por que esse é um tema tão falado e tão importante para
todos? Afinal, se somente uma parte da empresa trabalhar com qualidade, não haverá
sucesso em seu todo. Vamos entender esse conceito juntos! Não se esqueça de treinar
as ferramentas deste bloco, será um diferencial para o mercado de trabalho. Bons
estudos!
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5.1 Gestão pela qualidade total
Essas ações passaram a ser chamadas de Controle da Qualidade Total (TQC – Total
Quality Control) e aconteciam dentro da empresa, através de métodos desenvolvidos e
comprometidos com o controle dos processos da qualidade. A ampliação da área de
observação para fora dos muros da empresa, envolvendo novos atores e a diretoria,
transformou a ação, o Controle da Qualidade Total (TQC), em uma filosofia, a Gestão da
Qualidade Total (TQM).
A gestão da qualidade total está ligada a variados conceitos administrativos, que têm
por objetivo deflagrar uma série de ações que, integradas, sistêmicas e intencionais,
devem, necessariamente, cumprir apenas um objetivo: suprir as necessidades dos
clientes por bens e serviços de qualidade. Para alcançar essa finalidade, várias etapas
devem ser observadas. Por esta razão, o termo “gestão da qualidade” é ampliado em
direção à palavra “total”. Com isso, qualifica-se a elaboração de bens e serviços
contando com as seguintes dimensões (CENGAGE LEARNING, 2016):
41
Stakeholders: imprescindível que a empresa tenha um relacionamento
ético, que possa fluir da empresa em direção ao seu entorno. Escutar,
entender e agir, alinhado às expectativas dos stakeholders, é um passo
decisivo em direção ao fornecimento de produtos de qualidade para o
mercado.
A TQC e a TQM têm em comum a preocupação com a qualidade total. Se esses dois
conceitos fossem interpretados como dois conjuntos, pode-se dizer que a área de
interseção é muito maior do que as áreas de exclusão. Ainda, aproveitando o desenho
de conjuntos, verifica-se que nas áreas de exclusão do TQC situam-se os processos e
procedimentos que acontecem dentro da empresa, ao passo que na área de exclusão
do TQM surge a filosofia generalizada com a qualidade, alcançando, além dos processos
internos, todos os colaboradores, alta gerência, diretores e atores que atuam fora da
empresa.
42
postergadas (sugestão de tratamento: Gráficos de Dispersão e Diagrama de
Ishikawa);
Um dos princípios básicos da qualidade total informa que são os processos que devem
ser gerenciados, já que os resultados acontecem em decorrência do que ocorre no curso
deles. Por essa razão, torna-se relevante entender o significado de processo e discorrer
sobre duas ferramentas utilizadas para seu controle: o Ciclo PDCA e a metodologia Seis
Sigma.
Sua base teórica foi introduzida por Shewhart e desenvolvida por Deming. Evidencia-se
nos autores grande generosidade acadêmica, pois enquanto grande número de
estudiosos se refere ao Ciclo PDCA como Ciclo de Deming, o próprio Deming se referia
a essa metodologia como Ciclo de Shewhart.
A partir da observação de uma não conformidade tem início o ciclo que apresenta a
seguinte ordem, disposta no acrônimo:
43
Do - Capacitação e treinamento dos colaboradores (se houver necessidade),
para execução do que foi planejado. Nessa fase, são coletados dados para
posterior verificação.
44
A metodologia que deve orientar a atuação dos black belts no programa Seis Sigma, sob
inspiração do Ciclo PDCA, é chamada de DMAIC, que é um acrônimo para Define
(definir), Measure (medir), Analyse (analisar), Improve (melhorar) e Control (controlar):
II) Measure - nesta etapa, são coletados dados e informações sobre as medidas de
variabilidades dos processos, na entrada dos insumos e na saída dos resultados. Para
esta fase e para as seguintes, é necessário conhecimento matemático e estatístico;
IV) Improve - é a fase da procura por melhorias, cujas propostas devem ser testadas
para se ter certeza que eventuais mudanças poderão gerar novas e saudáveis relações
causa e efeito. Os procedimentos que ocorrem nesta etapa são consequência das
tomadas de ação nas etapas anteriores; e
V) Control - conforme o próprio nome sugere, é a fase de controle que vai apontar
eventuais ajustes necessários para correção de rota ou que poderá ainda determinar se
os objetivos do projeto foram alcançados.
Essa ferramenta tem por objetivo estabelecer relações de causalidade entre diferentes
fatores. Ela se constitui em um mapa de relações de causa e efeito entre o efeito
indesejável em estudo e as suas causas fundamentais. É normalmente usada para
levantamento de possíveis causas-raízes de um problema na fase de análise de um
processo de melhoria. O diagrama de relações pode ser usado como uma alternativa ou
um complemento ao diagrama espinha de peixe, já que ele mostra de forma mais clara
45
as relações de causa e efeito. A figura 1 ilustra a aplicação dessa ferramenta para análise
das possíveis causas. Diferentemente do diagrama espinha de peixe, uma causa
relacionada à falta de treinamento pode levar a uma causa relacionada ao método de
trabalho inadequado. Além disso, o diagrama ilustra mais claramente cadeias de
relacionamentos de causa e efeito (CARPINETTI, 2016).
Figura 17: Diagrama de relações de causa e efeito - causas para alta dispersão de um
processo de fabricação
A relação de causa e efeito entre dois fatores pode depender da existência de outro
fator. Por exemplo, na figura 2, o tempo de set-up alto é uma causa de baixa
produtividade, porque existe uma combinação de dois fatores: uma grande diversidade
de produtos produzidos na mesma linha e inexistência de troca rápida de ferramenta.
Portanto, a eliminação de apenas um desses fatores (diminuição da variedade de
produtos na mesma linha ou utilização de troca rápida de ferramenta) causa a extinção
do efeito ou problema. Esse efeito condicionado à existência de dois fatores é indicado
no diagrama pela união das duas setas de relacionamento.
46
Figura 18: Diagrama de relações com efeito condicionado à existência de duas causas
simultâneas
Saiba mais
47
exemplo, para desdobrar os requisitos de um produto ou para desdobrar objetivos de
desempenho por diferentes áreas de uma empresa a partir de um objetivo geral de
melhoria. Pode também ser usada para desdobrar atividades de um processo de
desenvolvimento de produto. O diagrama em árvore também é usado para representar
a estrutura de componentes de um produto (árvore de produto) ou para representar a
estrutura funcional de uma organização (organograma). A figura 3 ilustra a utilização de
um diagrama em árvore para representar o desdobramento de um requisito de produto
(sapato) declarado pelo cliente. A figura 4 ilustra o desdobramento de um objetivo por
diferentes áreas de produção. E a figura 5 ilustra um diagrama em árvore parcial das
atividades de desenvolvimento de um produto (CARPINETTI, 2016).
48
Figura 20: Diagrama em árvore de desdobramento de objetivo de melhoria
49
satisfação do cliente. Ou podem-se estabelecer prioridades para a eliminação ou
minimização de um problema ou falha de produto com base em notas atribuídas a
critérios como severidade, ocorrência e detecção da falha, como usado no método
FMEA (Fault Mode and Effect Analysis) e ilustrado na figura 7 (CARPINETTI, 2016). Outro
exemplo é a tabela de prioridades para melhoria de requisitos de produto com base em
critérios como importância para o cliente e taxa de melhoria (a partir da análise da
importância para a empresa e comparação com a concorrência).
50
Saiba mais
51
Conclusão
52
6 SISTEMAS DE GESTÃO
53
6.1 ISSO 9001
A norma ISO 9001 trata de um conjunto de ações que deve ser observado por empresas
comprometidas com um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). Foi elaborada pela
International Organization for Standardization (ISO) e disponibilizada para certificação
em 1987. Aplica-se a empresas que apresentam alguma experiência na produção de
bens e serviços comprometidos com a qualidade e que desejam melhorar seus
processos. Como essa norma é certificada, é necessária a adesão a uma série de
processos e procedimentos alinhados pela ISO e auditados por empresas externas e
independentes. Todas as empresas certificadas ISO 9001 são reconhecidas como
empresas compromissadas com a qualidade e portadoras de um Sistema de Gestão da
Qualidade (SGQ).
54
O processo de certificação na norma ISO 9001 é sempre um desafio para as empresas.
Durante a preparação de certificação, um número expressivo de processos é
questionado e alguns necessariamente modificados. As mudanças propostas estão
alinhadas ao escopo da proposta da certificação ISO 9001, que é o compromisso da
empresa em trabalhar inserida em um Sistema de Gestão de Qualidade (CENGAGE
LEARNING, 2016).
A estrutura de alto nível das cláusulas do sistema de gestão ambiental, assim como
a ISO 9001:2015, segue a diretriz desenvolvida pela ISO3 para a “estrutura de alto
nível”. Essa diretriz estabelece um padrão para a sequência de cláusulas, texto e
terminologia. Portanto, as cláusulas da ISO 14001:2015 são:
55
• Avaliação de Desempenho (cláusula 9 da norma);
As cláusulas de contexto da organização (4), liderança (5), suporte (7), avaliação (9) e
melhoria (10) são muito semelhantes, diferindo basicamente pelo fato de o foco do
sistema ser a gestão ambiental e não o da qualidade. Assim:
56
Cláusula 8 – Operação: Nessa cláusula, a norma estabelece que a organização deve
implementar, controlar e manter os planos de ação para a gestão ambiental, necessários
para atender aos requisitos de gestão ambiental estabelecidos a partir da análise de
aspectos ambientais e obrigações legais. Outro requisito estabelecido nessa cláusula diz
respeito à preparação e resposta a emergências. A norma estabelece que a organização
deve estabelecer, implementar e manter procedimentos necessários para responder a
situações de emergência, como desastres ambientais. A norma estabelece que a
organização mantenha a documentação considerada por ela como necessária para ter
evidências de que os planos foram executados conforme planejado.
Já os processos de planejamento para tratar riscos (6.1) e operação, ainda que façam
parte do mesmo sistema de gestão integrado, são atividades distintas, com
procedimentos distintos. Por exemplo, a cláusula 6.1 da ISO 14001:2015 estabelece que
a organização deve determinar os aspectos ambientais e requisitos legais para, em
seguida, planejar as ações. São ações de gestão específicas da gestão ambiental. Ou na
cláusula 8.2, que estabelece requisitos para preparação e respostas a emergências. Da
mesma forma, na cláusula 8 da ISO9001:2015, os requisitos são específicos da gestão da
qualidade. Portanto, para os requisitos das cláusulas 6.1 e 8 as atividades de gestão
57
planejadas, previstas no “sistema de gestão integrado”, são distintas, não se
sobrepõem. Mas deve-se observar que os objetivos das atividades relacionadas a essas
cláusulas podem se somar. Por exemplo, os requisitos das cláusulas 8.4, de controle de
produtos adquiridos externamente, e 8.5, de produção, além de ter como objetivo a
melhoria no atendimento dos requisitos dos clientes, podem e devem incluir requisitos
relacionados à redução de impacto ambiental.
58
gestão da qualidade e/ou ambiental – estabelece orientações gerais para auditorias de
sistema de gestão. O certificado não é emitido pela ISO, pois a ISO não emite
certificados, mas apenas define um padrão de sistema da qualidade. A ISO recomenda
inclusive que no material de divulgação do certificado não se use a
expressão certificado ISO, para não induzir o público a pensar que é um certificado
emitido pela ISO. A ISO recomenda ainda que seja usada a
expressão certificado ISO 9001:2015 ou certificado ISO 14001:2015 (CARPINETTI,
2016).
Os certificados ISO 9001 e ISO 14001 têm validade de três anos. No entanto, as
empresas certificadas devem passar por auditorias de manutenção, com periodicidade
semestral ou anual. Nessas auditorias de manutenção, a empresa certificada, para
manter seu certificado, deve prover evidências de que o sistema continua a atender os
requisitos da norma e que não conformidades identificadas em auditorias anteriores
receberam o devido tratamento. Após o período de três anos, a empresa passa por um
processo de recertificação para renovação do certificado por igual período.
59
qualidade, baseado no modelo de requisitos normativos ISO 9001:2015, com o objetivo
principal de atendimento dos requisitos dos clientes. É claro que é de se supor que com
isso os produtos terão qualidade. Já um certificado de qualidade de produto atesta que
o produto passou por uma série de testes e atendeu às exigências normativas,
estabelecidas em normas específicas de produto. Vários são os produtos cujas
especificações técnicas são estabelecidas em normas, como aparelhos
eletroeletrônicos, brinquedos etc. Portanto, a ISO recomenda que na divulgação do
certificado ISO 9001 não se deve sugerir que o produto tenha qualidade garantida, já
que o certificado se refere à gestão do processo de realização do produto, e não ao
produto em si.
A busca pela qualidade e satisfação dos clientes é algo que as empresas perseguem a
cada dia. Nesse contexto, ter um sistema de gestão da qualidade torna-se fundamental
no atendimento desses objetivos. Um componente do sistema de gestão da qualidade
é relativo às Normas de Qualidade, na qual a ISO/TS16949 está inserida. As Normas de
60
Qualidade são do tipo descritivo, ou seja, indicam o que deve ser feito para atingir a
conformidade com seus requisitos.
Estas normas e suas auditorias, contudo, oneravam demais uma empresa auditada que
fornecem seus produtos para várias montadoras originárias de países distintos. Isto
porque muitas das empresas fornecedoras davam prioridade a uma norma específica
em detrimento da outra. O problema ocorre porque as principais normas automotivas
para o sistema da qualidade não apresentavam o mesmo enfoque e consequentemente
as mesmas exigências, fazendo com que empresas auditadas tenham que aplicar os
conceitos desta norma na íntegra, tomando o cuidado de não contrariar as exigências
de outra norma.
61
and Quality Assurence. Os comitês técnicos da ISO têm como uma de suas funções, além
da publicação de normas internacionais, elaborar e publicar documentos normativos,
como a ISO/TS 16949, em ocasiões onde existe uma exigência urgente do mercado para
estes documentos. A ISO/TS16949 contém requisitos particulares para a aplicação da
ISO 9001 em organizações automotivas de produção e serviços relevantes. Teve início
em 1994, a partir do sucesso da cadeia de suprimentos da General Motors, Ford e
Chrysler, que utilizavam o QS900, que é uma extensão da norma ISO 9000, é o sistema
da qualidade desenvolvida pelas três grandes montadoras norte-americanas GM, Ford
e Chrysler e os de fabricantes de equipamentos originais para indústria automobilística.
A OHSAS 18001 foi desenvolvida para ser compatível com as normas de gestão ISO
9001:2000 (Qualidade) e ISO 14001:2004 (Ambiente), a fim facilitar a integração dos
sistemas de gestão da saúde e segurança do trabalho, com os sistemas de gestão
ambiental e com os sistemas de gestão da qualidade, caso as organizações o pretendam
fazer.
62
Muitas organizações levaram a cabo “avaliações” ou “auditorias” de SST, para avaliar o
seu desempenho em matéria de SST. No entanto, essas “avaliações” e “auditorias”
poderão não ser, por si só, suficientes para dar a uma organização a garantia de que o
seu desempenho não só cumpre, como continuará a cumprir, os requisitos legais e os
da sua política. Para que sejam eficazes, é necessário que tais procedimentos sejam
realizados no contexto de um sistema de gestão estruturado e integrado na organização.
Existe uma distinção importante entre esta Norma OHSAS, que descreve os requisitos
para um sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho e que pode ser utilizada
para uma certificação/registro e/ou para autodeclararão do sistema de gestão da
segurança e saúde do trabalho de uma organização, e um guia de aplicação não
certificável, concebido para auxiliar essa organização a estabelecer, a implementar ou a
melhorar um sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho. A gestão da
segurança e saúde do trabalho abrange uma vasta gama de questões, incluindo
questões com implicações estratégicas e de competitividade. A demonstração da
implementação bem-sucedida desta Norma OHSAS pode ser utilizada por uma
organização para assegurar às partes interessadas que tem implementado um sistema
de gestão da segurança e saúde do trabalho adequado.
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Essa norma visa auxiliar as empresas a controlar os riscos de acidentes no local de
trabalho. É uma norma para sistemas de gestão da Segurança e da Saúde no Trabalho
(SST). A certificação por essa norma garante o compromisso da empresa com a redução
dos riscos ambientais e com a melhoria contínua de seu desempenho em saúde
ocupacional e segurança de seus colaboradores.
A criação dessa norma levou em conta algumas normas nacionais já existentes, como a
BS 8800, na Inglaterra. A norma se baseia no conceito de que a companhia deve
periodicamente analisar e avaliar seu sistema de gestão da SST, de maneira a sempre
identificar melhoras e implementar as ações necessárias. Por isso, ela não estabelece
requisitos absolutos para o desempenho da Segurança e Saúde no Trabalho — mas exige
que a empresa atenda integralmente à legislação e a regulamentos aplicáveis e se
comprometa com o aperfeiçoamento contínuo dos processos (INSTITUTO ATKWHH,
2018).
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Conclusão
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Referências bibliográficas
ABNT. NBR 5426: Planos de amostragem e procedimento na inspeção por atributo. Jan. 1985.
CARPINETTI, L. C. R. Gestão da qualidade: conceitos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
JURAN, J. M.; DEFEO, J. A. Fundamentos da qualidade para líderes. Porto Alegre: Bookman,
2015.
______. Gestão da qualidade: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
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