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FICHAMENTO

PROST, Antoi ne. Doze lições sobre a história [tradução de Gui lherme João de
Freitas Tei xeira]. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008. P. 33-53.

1) Resumo

O capítulo II da obra de Prost retrata o ofício do historiador, como dito


em seu próprio título. A presença da história na sociedade se dá de várias formas, e
não só pela disciplina História, como muitos pensam. A profissão do historiador foi,
por muito tempo, composta por amadores e profissionais sem formação suficiente
para tal cargo; os poucos formados vinham da École des chartes, em razão da
escassez no campo de formação profissional em História. O autor retrata de forma
detalhada o processo de reforma i niciado no estudo da história e na titulação de
historiador, dissertando acerca da profissão, do departamento e de como o
historiador se relacionava com as diversas áreas do ensino já existentes ,
especialmente com a Geografia.

Posteriormente, inicia-se o tópico “A escola dos A nnales e a História-


pesquisa”, onde o autor discorre sobre os três fatores que favoreceram a
organização da profissão do historiador: o decair da faculdade de letras, o início de
Annales e o CNRS; sendo este último o Centre National de la Recherche
Scientifique (em português: Centro Nacional de Pesquisa Científica), na França. A
retração do mercado universitário foi totalmente desfavorável ao avanço da história,
tendo em vista que o imobilismo comprometeu as práticas de renovações científicas;
e mesmo neste contexto, a criação dos Annales d’histoire économique et sociale por
Marc Bloch e Lucien Febvre em 1929 transformou as pautas debatidas pela História,
focando nos objetos e questionamentos estudados pelo historiador. O estudo das
fontes e dos documentos foi ampliado, acolhendo também disciplinas como
sociologia, economia e geografia. Cientificamente, considera-se que os Annales
forneceram maior integridade à História, dando maior riqueza e confiabilidade às
informações tratadas com rigor científico; desde então, começou-se a fazer todo tipo
de história, e nascia a “história em migalhas”, fracionando os objetos e estilos de
análise.
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Após a fragmentação da profissão, criaram-se novos polos de


influência. Esse é o tema discutido pelo autor no tópico seguinte, onde os polos
universitário, EHESS e de grandes instituições são as bases para a divisão da
profissão do historiador. Esta divisão ocorre não de maneira intransponível, mas de
forma que colegas de profissão pudessem dialogar uns com os outros e tornar a
História um estudo comum; no entanto, mesmo com esse diálogo, ainda existe na
época relutância em citar colegas de outros polos ou falar bem destes, travando -se
verdadeiros combates. O polo uni versitário segue sendo o mais importante, uma vez
que cria meios para a contratação profissional.

Por fim, pode-se extrair da obra um grande conhecimento acerca da


profissão do historiador. A obra é de grande valor àqueles que desejam seguir tal
carreira, e além de enfatizar a importância da academia, Prost também cita a
influência dos republicanos, dos franceses, alemães e suas escolas, e dá grande
valor aos historiadores “amadores” e dos jovens aspirantes no processo de
concretização da história como disciplina.

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