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Nossa Senhora de Fátima na Igreja ortodoxa...?

A VIRGEM MARIA E SEUS TÍTULOS

Na Igreja Ortodoxa o culto à Mãe de Deus, a Virgem Maria, se reveste


de grande importância, devido a todas as definições doutrinárias, escritos dos
Santos Padres, Tradição Eclesiástica, e, igualmente, à devoção da Igreja em
relação a Nossa Senhora, o que se manifesta, de maneira especial, na Liturgia
ortodoxa, haja vista a conclusão de toda Litania nela feita: “Comemorando a
Santíssima, Puríssima, Bendita e Gloriosa Senhora Nossa, Mãe de Deus e
Sempre Virgem Maria, com todos os Santos, encomendemo-nos mutuamente,
uns aos outros, e toda a nossa vida a Cristo Deus”, e ainda Antífonas como:
“Pelas intercessões da Mãe de Deus, ó Salvador, salva-nos”.
Também é prova disto a colocação do ícone da Mãe de Deus em nossos
templos, na iconostase (“parede” com ícones que separa o Altar do restante da
igreja), obrigatoriamente à esquerda (de quem olha) da Porta Régia, a porta
que dá acesso direto ao Santo Altar (à direita fica o ícone de Jesus Cristo).
Mas fora os títulos doutrinários e litúrgicos dados à Santíssima Virgem
(sendo o principal deles “Mãe de Deus”), não há muitos outros.
Os que há são normalmente ligados a algum de seus ícones, como
“Glykophilousa” ou “Eleousa” (a “Virgem da Doçura” ou “da Ternura”), pelo
carinho que se mostra entre a Virgem e seu filho, Nosso Senhor; ou ainda
“Odighitria” (“A Que Mostra o Caminho”), ícone no qual a Virgem aponta para o
Salvador, ou ainda (de uso, inclusive, no Ocidente) “Acheropita” (que significa
“não feito à mão”, claramente em relação ao ícone). Também é conhecida a
“Virgem de Vladimir” (“Vladimirskaya”), que é um ícone de estilo
“Glykophilousa”, que deve sua denominação ao fato de ter sido colocada, vindo
de Constantinopla, na Catedral da cidade de Vladimir, na Rússia.
Em relação a manifestações da Virgem Maria, não se costumou nem se
costuma, na Ortodoxia, dar-lhes títulos, como é comum na Igreja irmão Católica
Romana: Nossa Senhora de Fátima (que se manifestou na cidade de Fátima –
Portugal), de Lourdes (que se manifestou na cidade de Lourdes – França),
Aparecida (que apareceu no Rio Paraíba do Sul, no Estado de São Paulo), etc.
Naturalmente, não há um reconhecimento oficial de tais aparições de Nossa
Senhora, e do culto daí resultante, por parte da Igreja Ortodoxa, por se
tratarem de “revelações particulares” ligadas diretamente à própria Igreja
Católica Romana, o que, obviamente, permanece sempre sob o crivo e
autoridade da mesma Igreja (Romana), seja no sentido de um reconhecimento
oficial das aparições e manifestações, ou de aprovação do culto relacionado.
Logo, nesse sentido, não cabe à Igreja Ortodoxa qualquer posicionamento a
respeito, reconhecendo-se, no entanto, de maneira geral, o culto à Virgem, os
pedidos, Liturgias e Ofícios por sua intercessão e em seu louvor, bem como
seu amor e auxílio pelos que a honram.
Tais devoções, portanto, próprias da Igreja Católica Romana, não são
compartilhadas, pelo aqui exposto, pela Igreja Ortodoxa.

Pe. Gregório Teodoro


Igreja Ortodoxa Antioquina
Catedral Metropolitana Ortodoxa – São Paulo - SP

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