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Relatório MM
Relatório MM
IDENTIFICAÇÃO DE COMPONENTES
Veio da caixa de velocidades de um automóvel
Resumo
O presente relatório foi-nos pedido no âmbito da unidade curricular de
Materiais Metálicos, cujo objetivo é a identificação de um dado aço, escolhido por
nós.
Sendo assim, neste relatório iremos descrever o trabalho realizado para a
identificação de componentes de um provete de aço, retirado de um veio da caixa
de velocidades de um automóvel do grupo Fiat Auto.
Começou-se por fazer uma recolha bibliográfica da peça em análise, de forma
a entender melhor o seu modo de funcionamento, os tipos de aços normalmente
utilizados no seu fabrico e as suas propriedades mecânicas. Com isto, conseguimos
reunir alguns aços que poderiam, potencialmente, ter sido os utilizados para o
fabrico do veio.
De seguida procedeu-se ao corte do veio em várias amostras para realizar-se
o estudo do material fornecido, onde se procedeu a uma previsão da microestrutura
e dureza, com posterior confirmação experimental.
A partir do ensaio dilatométrico, idealizamos os tratamentos térmicos a que
poderia ter sido sujeito o material em estudo, prevendo também a microestrutura e
dureza obtidas em consequência dos mesmos. Após realização dos diferentes
tratamentos térmicos feitos, passou-se também ao registo da dureza e
microestrutura experimentalmente obtidas.
Finalmente, tendo em conta os resultados experimentais e analisando as
características dos vários aços possíveis listados inicialmente, chegamos a uma
conclusão em relação ao aço em estudo.
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
Índice
1. Introdução...............................................................................................5
2. Revisão bibliográfica.............................................................................6
2.1. Veio de transmissão........................................................................6
2.1.1. Amostra em estudo......................................................................7
2.2. Potenciais aços................................................................................8
3. Trabalho experimental.........................................................................12
3.1. Corte................................................................................................12
3.2. Resina.............................................................................................12
3.3. Polimento........................................................................................12
3.4. Ataque com reagente químico.....................................................12
3.5. Ensaio de dureza...........................................................................13
4. Estudo do material fornecido..............................................................14
4.1. Previsão da microestrutura e dureza..........................................14
4.2. Microestrutura e dureza obtidas experimentalmente................15
4.3. Ensaio dilatométrico......................................................................15
5. Estudo dos tratamentos térmicos......................................................17
5.1. Definição do ciclo térmico............................................................17
5.1.1. Tempera com arrefecimento ao ar...........................................17
5.1.2. Têmpera com arrefecimento na água......................................19
5.1.3. Revenido.....................................................................................21
6. Conclusão acerca do aço do veio......................................................23
7. Conclusão.............................................................................................25
8. Bibliografia............................................................................................26
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
Índice de figuras
Figura 1 - Montagem de um veio de caixa de velocidades 6
Figura 2 - Tipos de veios de caixas de velocidades 7
Figura 3 - Veio de transmissão do Grupo Fiat Auto 7
Figura 4 - Influência da percentagem de carbono sobre as características de tenacidade ao choque 14
Figura 5 - Estrutura microscópica do aço no estado fornecido, com uma escala de 20 µm 15
Figura 6 - Ensaio dilatométrico do aço no estado fornecido 16
Figura 7 - Processo de arrefecimento ao ar 17
Figura 8 - Estrutura microscópica do aço após uma têmpera ao ar, com uma escala de 20 µm 18
Figura 9 – Processo de arrefecimento em água 19
Figura 10 - Estrutura microscópica do aço após uma têmpera em água, com uma escala de 20 µm 20
Figura 11 - Diferentes diagramas mostrando a mudança da microestrutura da martensite para diferentes
percentagens de Carbono 20
Figura 12 - Dependência da dureza da martensite com o teor de carbono 21
Figura 13 - Processo de revenido 21
Figura 14 - Relação de dureza com a temperatura de aquecimento 22
Figura 15 - Diagrama TRC do DIN 31CrMoV9 24
Índice de tabelas
Tabela 1 - Composição química aproximada do AISI 1045 8
Tabela 2 - Temperaturas críticas de transformação aproximadas do AISI 1045 8
Tabela 3 - Composição química aproximada do AISI 4340 8
Tabela 4 - Temperaturas críticas de transformação aproximadas do AISI 4340 9
Tabela 5 - Composição química aproximada do AISI 4140 9
Tabela 6 - Temperaturas críticas de transformação aproximadas do AISI 4140 9
Tabela 7 - Composição química aproximada do AISI 4337 9
Tabela 8 - Temperaturas críticas de transformação aproximadas do AISI 4337 9
Tabela 9 - Composição química aproximada do DIN 31CrMoV9 10
Tabela 10 - Temperaturas críticas de transformação do DIN 31CrMoV9 10
Tabela 11 - Composição química aproximada do AISI 8620 10
Tabela 12 - Temperaturas críticas de transformação do AISI 8620 10
Tabela 13 - Composição química aproximada do AISI 4620 10
Tabela 14 - Temperaturas críticas de transformação do AISI 4620 10
Tabela 15 - Composição química aproximada do AISI 5140 11
Tabela 16 - Temperaturas críticas de transformação do AISI 5140 11
Tabela 17 - - Temperaturas críticas de transformação aproximadas do aço em análise 16
Tabela 18 - Durezas obtidas após arrefecimento ao ar 18
Tabela 19 - Durezas obtidas após arrefecimento em água 20
Tabela 20 - Durezas obtidas após revenido 22
Tabela 21 - Comparação entre o aço em estudo e os potenciais aços referidos na secção 2.2 23
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
1. Introdução
O uso de materiais metálicos está presente na sociedade desde os seus
primórdios, em o ser humano os utilizava para facilitar tarefas do seu dia a dia,
graças a maior resistência e outras propriedades oferecidas por tais instrumentos.
Na atualidade, o recurso dos aços mantém a sua importância como sendo
utilizado nos mais diversos setores, desde a construção civil até a sua aplicação no
setor automóvel. No nosso trabalho decidimos realizar o estudo de um Veio de
saída da caixa de velocidades de um automóvel do grupo Fiat Auto.
Os veios deste tipo são dispositivos feitos em aço, responsáveis por transferir
potência e binário de um local para outro. Assim, atuam-se nestes elevados
esforços, pelo que garantir a sua resistência e boas propriedades mecânicas no
geral são essenciais para o desempenho da sua função no seu local de
funcionamento.
O estudo do nosso veio de transmissão começou com a sua divisão em
algumas amostras, sendo as mesmas utilizadas para análise do aço em discussão
através da realização de um ensaio dilatométrico, três tratamentos térmicos distintos
e ensaios de dureza.
Cada uma destas amostras foi banhada em resina, de forma a facilitar o seu
polimento e observação ao microscópio ótico, para análise da microestrutura.
Os tratamentos térmicos e ensaios do nosso veio seguiram uma ordem lógica
e bem orientada. Começou-se com a obtenção das temperaturas de transformação
austenítica (Ac1 e Ac3) a partir do ensaio dilatométrico, essenciais para as
posteriores têmperas efetuadas que nos permitiram chegar a uma estimativa do teor
em carbono da amostra.
Por fim, considerando as várias curvas de arrefecimento nos diferentes meios
– ar e água – e os digramas TRC, comparando estes com os nossos resultados
experimentais e os valores teóricos de cada aço listado de início, conseguimos
chegar a uma conclusão relativamente ao aço utilizado no nosso componente.
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
2. Revisão bibliográfica
2.1. Veio de transmissão
Os veios da caixa de velocidades são componentes importantes da
transmissão de um veículo automóvel que podem ser sólidos ou ocos, apoiados por
rolamentos para que haja uma redução da presença de atrito e com objetivo de
transferir potência e binário de um local para outro. A caixa de velocidades tem a
função de controlar a distribuição da potência do veículo através da variação do
binário e da velocidade de rotação das peças.[1]
Na prática, este é um mecanismo complexo tendo uma grande variedade no
seu formato, no tipo de juntas, na existência e formato de dentes e principalmente
no material utilizado, sendo o processo de seleção feito consoante a sua finalidade.
Os vários tipos de veios, no setor automotivo, são originalmente fabricados pelas
indústrias para carros específicos.
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
2.1.1.Amostra em estudo
O objeto escolhido para ser estudado neste trabalho foi um veio de saída da
caixa de velocidades de um automóvel pertencente ao grupo Fiat Auto. A amostra
para a realização da identificação de componentes foi retirada da secção indicada
abaixo.
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
AISI 1045
%C %Si %Mn %P %S
0.42-0.50 ≥0.40 0.50-0.80 ≤0.035 ≤0.035
Ac1 Ac3
723ºC 782ºC
AISI 4340
Ac1 Ac3
732ºC 774ºC
7
Materiais Metálicos Identificação de componentes
AISI 4140
Ac1 Ac3
749ºC 793ºC
AISI 4337
Ac1 Ac3
715ºC 770ºC
DIN 31CrMoV9
8
Materiais Metálicos Identificação de componentes
Ac1 Ac3
720ºC 800ºC
AISI 8620
Ac1 Ac3
732ºC 829ºC
AISI 4620
Ac1 Ac3
704ºC 810ºC
AISI 5140
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
Ac1 Ac3
738ºC 788ºC
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
3. Trabalho experimental
De modo a ser possível o estudo da microestrutura do veio em análise através
da sua observação ao microscópio ótico, este teve de ser previamente submetido a
uma série de processos, os quais passaremos a descrever em seguida.
3.1. Corte
Inicialmente, o veio foi cortado em várias partes, de forma a se ficar com
vários provetes do mesmo e, deste modo, poder submetê-los a estudos em
diferentes estados. Para este processo foi utilizada uma máquina de corte com um
disco de silício e carbono e refrigeração abundante, de modo a evitar o aquecimento
da peça e uma consequente alteração da sua dureza.
3.2. Resina
Após a obtenção das diferentes partes do objeto de estudo e sujeitá-las às
condições pretendidas, cada uma delas foi banhada em resina, de modo a facilitar o
seu manuseamento adequando-as ao polimento. A aplicação da resina é feita por
meio de uma prensa hidrostática que, através da aplicação de pressão e calor, leva
ao endurecimento da mesma.
Em seguida, as amostras foram montadas numa prensa em um
termoplástico, de forma a facilitar o manuseamento da mesma.
3.3. Polimento
Esta etapa foi separada em duas partes:
[1] Pré-Polimento da amostra
Também conhecido como lixamento, consistiu em passar a amostra
por quatro lixas de SiC de diferentes tamanhos de grão, do mais grosso para
o mais fino (grão #80, grão #180, grão #320 e grão #800) de forma a que a
superfície fique o mais plana possível.
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
Ac1 Ac3
742ºC 831ºC
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Por convenção, considerou-se apenas os valores referentes ao aquecimento.
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
Figura 8 - Estrutura microscópica do aço após uma têmpera ao ar, com uma escala de 20 µm
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
Figura 10 - Estrutura microscópica do aço após uma têmpera em água, com uma escala de 20 µm
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
5.1.3. Revenido
5.1.3.1. Previsão da dureza
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
Por análise da figura 14, podemos ver que à medida que a temperatura de revenido
for maior, menor será a dureza de acordo com o que foi previsto. Logo, se o
revenido fosse feito a uma temperatura maior se aproximaria aos 303HV da dureza
do estado fornecido. Contudo, por questões práticas, não foi possível realizar outro
tratamento do revenido.
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
Tabela 21 - Comparação entre o aço em estudo e os potenciais aços referidos na secção 2.2
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
7. Conclusão
Os ensaios laboratoriais que foram realizados ao longo deste trabalho
permitiram-nos atingir o nosso objetivo principal de identificar o componente
presente no veio de saída da caixa de velocidades.
A maior parte das previsões efetuadas antes de cada um dos tratamentos
térmicos vieram a se confirmar, tendo havido alguns desvios devido a erros que não
pudemos controlar.
Chegamos então à conclusão de que o aço analisado será o DIN 31CrMoV9, o
qual terá sofrido uma têmpera seguida de revenido antes de ter sido maquinado
para formar o veio que apresentamos.
As maiores dificuldades sentidas ao longo da realização do trabalho foram
provocadas pela falta de contacto direto com os ensaios experimentais e pela
comunicação condicionada com os docentes da unidade curricular para efeitos de
esclarecimento de dúvidas, apesar de estes terem sempre feito um esforço enorme
para nos tentar ajudar, na medida do possível, com o que fosse preciso.
Apesar do DIN 31CrMoV9 ser o melhor candidato de entre os aços listados
inicialmente, este não apresenta uma correspondência completa com o analisado, e
ter-se-iam de realizar ensaios laboratoriais adicionais para confirmar com a
totalidade de certeza, qual o aço presente no componente estudado.
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
8. Bibliografia
[1] https://www.ondrivesus.com/shafts-dowel-pins/gearbox-shafts (acedido a
18/4/2020)
[2] https://www.indaroad.com/7403-sincronizzatore-fiat-brava-bravo-marea-
[3] https://www.studocu.com/pt/document/universidade-de-aveiro/sistemas-
mecanicos/resumos/veios-de-transmissao/2129617/view (acedido a
18/4/2020)
https://books.google.pt/books?
id=UPg6DwAAQBAJ&pg=PA148&lpg=PA148&dq=#v=onepage&q&f=false
(acedido a 20/4/2020)
international: https://books.google.pt/books?
id=x17JAPZnDvQC&pg=PA246&lpg=PA246&dq=#v=onepage&q&f=false
(acedido a 20/4/2020)
25/4/2020)
[7] https://www.ramada.pt/pt/aplicacoes/acos-ligas_/industria-
[8] https://www.ramada.pt/pt/produtos/acos/aa-os-de-construa-ao-ligados.html
(acedido a 25/4/2020)
[9] http://www.timkensteel.com/Practical-Data-For-Metallurgists-
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Materiais Metálicos Identificação de componentes
1/5/2020)
[12] https://www.machinedesign.com/materials/article/21837236/how-to-
[13] https://www.sciencedirect.com/topics/materials-science/dilatometry
(acedido a 10/5/2020)
[15] https://www.researchgate.net/figure/Figura-2-Microestrutura-do-metal-
de-base-do-aco-API-5L-X70QS-na-regiao-central-da-parede_fig1_326334114
(acedido a 12/5/2020)
[16] https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4354027/mod_resource/conte
12/5/2020)
[17] https://steelnavigator.ovako.com/heat-treatment-guide/calculate
(acedido a 14/5/2020)
2013.
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