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M O D E L O S D E A T E N Ç Ã O À S AÚ D E

POLÍTICA
NACIONAL DE
ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE
DA MULHER
Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa de São Paulo
DICENTES:

ARTEMIZA MORENO 202100660


DEISE NERY 202100666
GABRIELA ALMEIDA 201706588
I S A B E L L A S A N T O S 2 0 2 1 00 6 6 3
J É S S I C A D E S
Á 2 0 1 7 0 6 1 4 6
JÉSSICA LUZ 202006290
LETÍCIA SOUSA 202006285
MARIA LIMA 202100665

DOCENTES:
LÍVIA KEISMANAS DE ÁVILA
T Â N I A M A R I A V A R G A S E S C O B AR

Faculdade de Ciências Médicas da


Santa Casa de São Paulo
INTRODUÇÃO
Dados mostram que a maioria da população brasileira (50,77%) e as principais
usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). A problemática das mesmas é agravada
pela discriminação nas relações com o trabalho e a sobrecarga com as
responsabilidades domésticas;
Ressaltando com que as variáveis como raça, etnia e situação econômica realçam
ainda mais as desigualdades;
Essa política foi criada em parceria com diversos setores da sociedade, entre eles o
movimento de mulheres, o movimento negro e o de trabalhadoras rurais. A política
reflete o compromisso com a implementação de ações de saúde que contribuam
para a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade
por causas preveníveis e evitáveis.
EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA
MULHER
Primeiras décadas do século XX: Z
1980 Criação de instituições públicas (Democracia, movimentos sociais e Movimento feminista)
1984 Implantação do Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM)
1985 Criação do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM)
1988 SUS
1990 Lei Orgânica da Saúde
2000 Emenda constitucional 29
2001 Norma Operacional da Assistência à Saúde (NOAS)
2003 Secretaria de Política para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR)
2004 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
2004 Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal
EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA
MULHER

2005  Política Nacional de Direitos Sexuais e Reprodutivos


2005 Política de Atenção Integral à Reprodução Humana Assistida
2007 Política Nacional de Planejamento Familiar e o Plano Integrado de Enfrentamento da
Feminização da Epidemia de AIDS 
2008 Política Nacional pelo Parto Natural e Contra as Cesáreas Desnecessárias em parceria
com a Agência Nacional de Saúde (ANS)
2010 Rede de Atenção a Saúde no âmbito do SUS (Portaria 4270)
2011 Política Nacional de Atenção Básica (Portaria 2488)
2011 Rede Cegonha
2011 Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais
PROGRAMAS X POLÍTICAS
Políticas de saúde
São diretrizes do sistema de saúde:
São todas as ações e programas governamentais que visam melhorar as condições de
saúde da população como um todo. Isso inclui tanto ações de serviços de atendimento,
como de proteção e promoção da saúde.

Programas de saúde
São modos de operacionalizar as diretrizes:
Conjunto de ações implementadas por um governo com o objetivo de melhorar as
condições de saúde da população. Assim, as autoridades promovem campanhas de
prevenção e garantem o acesso democrático e em massa às unidades de saúde.
Objetivo
PAISM
Descentralização, hierarquização e regionalização dos serviços, incluindo ações educativas,
preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação. Assistência à mulher em clínica
ginecológica, no pré-natal, parto, puerpério, climatério, planejamento familiar, DST, câncer de colo
de útero e de mama.

PNAISM
Promover a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres brasileiras, mediante a
garantia de direitos legalmente constituídos e ampliação do acesso aos meios e serviços
de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde em todo território
brasileiro.
Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil, especialmente
por causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e nos diversos grupos populacionais, sem
discriminação de qualquer espécie.
Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no Sistema Único de
Saúde.
PLANEJAMENTO REPRODUTIVO

O planejamento reprodutivo, chamado também de planejamento familiar, designa um


conjunto de ações de regulação da fecundidade, as quais podem auxiliar as pessoas a
prever e controlar a geração e o nascimento de filhos, e englobam adultos, jovens e
adolescentes, com vida sexual com e sem parcerias estáveis, bem como aqueles e aquelas
que se preparam para iniciar sua vida sexual. As ações do planejamento reprodutivo ou
planejamento familiar são definidas e amparadas pela Lei nº 9.263/1996, que também
estabelece penalidades e dá outras providências.

É importante atentar para as ações de planejamento reprodutivo das mulheres lésbicas e bissexuais.
Para esse grupo, o desejo ou o direito à maternidade precisa ser garantido, considerando que técnicas
de reprodução assistida como a inseminação artificial e a fertilização in vitro estão disponíveis pelo SUS,
independentemente do diagnóstico de infertilidade.
É a OMS quem define os critérios de elegibilidade dos métodos anticoncepcionais que
permitem escolher com segurança aquele(s) mais adequado(s) para cada pessoa. As
principais referências para este capítulo foram os documentos da OMS de 2010, 2011 e
2013.

LEI Nº 9.263, DE 12 DE JANEIRO DE 1996.

REGULA O § 7º DO ART. 226 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, QUE TRATA DO


PLANEJAMENTO FAMILIAR, ESTABELECE PENALIDADES E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS. ART. 1º O PLANEJAMENTO FAMILIAR É DIREITO DE TODO CIDADÃO,
OBSERVADO O DISPOSTO NESTA LEI.
PORTARIA N/º 426/GM Em 22 de março de 2005.

Institui, no âmbito do SUS, a Política Nacional de Atenção Integral em Reprodução Humana


Assistida e de outras providências.
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a necessidade de estruturar no Sistema único de Saúde - SUS uma rede de


serviços regionalizada e hierarquizada que permita atenção integral em reprodução humana
assistida e melhoria do acesso a esse atendimento especializado;
Considerando que a assistência em planejamento familiar deve incluir a oferta de todos os
métodos e técnicas para a concepção e a anticoncepção, cientificamente aceitos, de acordo
com a Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, que regula o 7º do art. 226 da Constituição
Federal, que trata do planejamento familiar;
Considerando que, segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS e sociedades
científicas, aproximadamente, 8% a 15% dos casais têm algum problema de infertilidade
durante sua vida fértil, sendo que a infertilidade se define como a ausência de gravidez após
12 (doze) meses de relações sexuais regulares, sem uso de contracepção;
ATENÇÃO OBSTÉTRICA

O acesso ao cuidado do pré-natal no primeiro trimestre da gestação tem sido incorporado


como indicador de avaliação da qualidade da Atenção Básica, sendo fundamental o envolvimento
de toda a equipe para a assistência integral à gestante.

Criado em 2000 o Programa de


Humanização no Pré- Natal e Nascimento
(PHPN) através do governo federal, tem
objetivo de reduzir as taxas de
morbimortalidade materna e perinatal e suas
diretrizes perpassam a melhoria do acesso,
cobertura, qualidade do pré-natal, assistência
ao parto e puerpério.
A partir do PHPN foi desenvolvido, em âmbito nacional, o Rede Cegonha que
através da implantação dos seus componentes pré-natal, parto e nascimento; puerpério e
atenção integral à saúde da criança e sistema logístico (transporte sanitário e regulação) visa
reduzir a mortalidade infantil e materna.
.
O Rede Cegonha representa um conjunto de iniciativas que envolvem mudanças que
vão desde o cuidado à gravidez, ao parto e ao nascimento; articulação dos pontos de atenção
em rede e regulação obstétrica para o parto; qualificação técnica das equipes de atenção
primária e no âmbito das maternidades; melhoria da ambiência dos serviços de saúde (UBS e
maternidades); ampliação de serviços e profissionais para estimular a prática do parto
fisiológico; e humanização do parto e do nascimento (Casa de Parto Normal, enfermeira
obstétrica, parteiras, Casa da Mãe e do Bebê).
G E M DE
C E N TA O
P O R E N Ã
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M U Q UA NGO S T A CA N TU AL D
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3 6 % ).

DADOS: PNDS
PARTO HUMANIZADO NO BRASIL
OBJETIVO PRINCIPAL DO PROGRAMA
É assegurar a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-
natal, da assistência ao parto e puerpério às gestantes e ao recém-nascido, na perspectiva dos
direitos de cidadania.

HUMANIZAÇÃO
Toda gestante tem direito ao acesso a atendimento digno e de qualidade no decorrer da
gestação, parto e puerpério;
Toda gestante tem direito de saber e ter assegurado o acesso à maternidade em que será
atendida no momento do parto;
Toda gestante tem direito à assistência ao parto e ao puerpério e que esta seja realizada de
forma humanizada e segura, de acordo com os princípios gerais e condições estabelecidas na
prática médica;
Todo recém-nascido tem direito à assistência neonatal de forma humanizada e segura.
PARTO NORMAL X CESÁREA
MS- coloca o Brasil no 2º lugar ao ranking mundial, em uma média de 57 %, em 2017
OMS recomenda 15 %
Rede pública temos 40 % de cesariana e na rede privada 84 % ( ONU BRASIL, 2017)

POR QUE?
DINIZ 9 2005), considera que as altas taxas de cesárea esteja associado a realização de 2
cirurgias em 1 quando feito a laqueadura;
Melhor disponibilidade médica, ou seja, agendar em um tempo ideal para a prática sem horas
em um trabalho de parto
Programação da agenda, várias cesáreas no mesmo dia
Propagação da cesárea como moderna e prática e o parto normal como doloroso, sujo e
primitivo
MAIOR PROBLEMA
Mortalidade materna e neonatal, devido a cesárea eletiva pre termo;
Hemorragias pós parto;
Problemas respiratórios do recém nascido.
MELHORIAS
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA, 2019): O Brasil reviu as metas de
mortalidade materna e neonatal contida no OBJETIVO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
(ODS);
MORTE MATERNA 30 MORTE POR 1000 MIL nascidos vivos, mas ainda segue com altas taxas,
aproximadamente 65 óbitos por 100 mil nascidos vivos em 2016;
MORTE NEONATAL DE 23,1 PARA 9,6 ÓBITOS POR 1000 NASCIDOS VIVOS.
GRANDE DESAFIO DA HUMANIZAÇÃO
É A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA

OMS, 2014:
1) Maior apoio dos governos e de parceiros do desenvolvimento social para pesquisa contra
ação ao desrespeito e aos maus tratos;
2) Começar, apoiar e manter programas desenhados para melhoras a qualidade dos cuidados
da saúde materna, com forte enfoque no cuidado respeitoso;
3) Enfatizar os direitos das mulheres a uma assistência digna e respeitosa durante a gravidez e
ao parto;
4) Produzir dados relativos a práticas respeitosas e desrespeitosas na assistência á saúde, com
sistema de responsabilização e apoio significativo os profissionais;
5) Envolver todos os interessados , incluindo as mulheres, nos esforços para melhorar a
qualidade na assistência e eliminar o desrespeito e as práticas abusivas.
Violência de gênero contra a
violação dos direitos das
mulheres gestantes em
processo de parto que
engloba: abuso físico,
psicológico, sexuais, com
perda de autonomia, do
poder de decisão do seu
próprio corpo.

Profissionais de saúde contra


suas usuárias/pacientes
quando colocam seu saber
técnico acima da decisão
particular da mulher, uso do
poder científico.
MOVIMENTOS SOCIAIS PARA FORMAÇÃO DE POLÍTICAS
CAPÍTULO VII
PÚBLICAS
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-
PARTO IMEDIATO. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)

Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou
Conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um)
Acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela parturiente.
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
§ 2o
As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata este artigo
Constarão do regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo.
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
EVENTOS
9 ª Conferência de Sáude,1992 -XI Conferência de Saúde com o
tema "Acesso, qualidade e Humanização na Atenção á Saúde
como controle Social", 2000
Oficina Nacional HumanizaSUS: Construindo a politica nacional
de humanização"
Programa de Humanização do pré natal e nascimento ( PHPN)
muda para Programa de Humanização
Lei Federal nº 11.108/2005 – Garante às parturientes direito a
acompanhante durante todo o trabalho de parto, parto e pós-
parto, no Sistema Único de Saúde, da rede própria ou
conveniada. ... Transformar a atenção a mulheres e recém-nasci-
dos para melhorar sua saúde e bem estar – Organização Mundial
de Saúde/2018.
MORTALIDADE MATERNA
O Brasil conseguiu reduzir em 8,4% entre 2017 e 2018 a Razão de Mortalidade Materna
(RMM), um dos principais indicadores de qualidade de atenção à saúde das mulheres no
período reprodutivo. Em 2018, a RMM no país foi de 59,1 óbitos para cada 100 mil nascidos
vivos, enquanto no ano anterior era de 64,5.

De 1996 a 2018, foram registrados 38.919 óbitos maternos no SIM, sendo que
aproximadamente 67% decorreram de causas obstétricas diretas, ou seja, complicações
obstétricas durante gravidez, parto ou puerpério devido a intervenções
desnecessárias, omissões, tratamento incorreto ou a uma cadeia de eventos
resultantes de qualquer dessas causas.

Referente ao período de 2009 a 2019. Nesse período, observou-se uma redução de 20% da
RMM do Brasil, composta por redução de 37% no Sul, 23% no Nordeste, 22% no Centro-Oeste,
17% no Sudeste e apenas 2% na região Norte.
ABORTO

No Brasil, o aborto é um problema de saúde pública, tanto pela magnitude como pela
persistência. As maiores vítimas do aborto no Brasil - Negras, menores de 14 anos e moradoras
da periferia são as que mais morrem após interrupções da gravidez realizadas de forma
insegura no país.

Embora os dados oficiais de saúde não permitam uma estimativa do número de abortos no
país, foi possível traçar um perfil de mulheres em maior risco de óbito por aborto: as de cor
preta e as indígenas, de baixa escolaridade, com menos de 14 e mais de 40 anos, vivendo nas
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e sem companheiro.
O Brasil não qualifica o aborto como crime em 03 situações:

1 - Quando a gravidez representa risco a vida da gestante;


2 - Quando a gravidez é resultado de um estupro;
3 - Quando o feto for anencefálico, ou seja, não possuir cérebro;

Segundo o Ministério da Saúde, os procedimentos inseguros de interrupção


voluntária da gravidez levam à hospitalização de mais de 250 mil mulheres por
ano, cerca de 15 mil complicações e 5 mil internações de muita gravidade.
CÂNCER DE COLO UTERINO

No Brasil, o controle do câncer do colo do útero teve seu ponto de partida em iniciativas
pioneiras de profissionais que trouxeram para nosso meio a citologia e a colposcopia, a partir
dos anos 1940.

Após a criação do SUS pela Constituição de 1988, o INCA passou a ser o órgão responsável
pela formulação da política nacional de prevenção e controle do câncer, incorporando o PRO-
ONCO.

A priorização do controle do câncer do colo do útero foi reafirmada em março de 2011, com o
lançamento, pelo governo federal, de ações para o fortalecimento da rede de prevenção,
diagnóstico e tratamento do câncer.
O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção
persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano - HPV (chamados de tipos
oncogênicos).
Excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o terceiro tumor maligno mais
frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal), e a quarta
causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.

O exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolau) é a


principal estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o
diagnóstico precoce da doença. O exame pode ser feito em postos
ou unidades de saúde da rede pública e sua realização periódica
permite reduzir a ocorrência e a mortalidade pela doença.
CÂNCER DE MAMA

Todas as mulheres, independentemente da idade, devem ser estimuladas a conhecer seu


corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. A maior parte dos cânceres
de mama é descoberta pelas próprias mulheres. Além disso, o Ministério da Saúde
recomenda que a mamografia de rastreamento (exame realizado quando não há sinais nem
sintomas suspeitos) seja ofertada para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos.
CLIMATÉRIO
O Climatério é a fase da vida da mulher em que ocorre a transição do período reprodutivo,
período entre 40 a 65 anos de idade - dividido em: pré-menopausa, eperimenopausa e pós-
menopausa.
A intensidade das modificações presentes no climatério depende do ambiente sociocultural, da
condições de vida da mulher e do grau de privação estrogênica:

diminuição dos níveis de estrogênio circulantes


a instabilidade vasomotora
distúrbios menstruais
sintomas psicológicos atrofia gênito-urinária
osteoporose
alterações cardiocirculatórias
Atenção global deve ser dada na avaliação da mulher climatérica, visto que existe um
aumento na frequência dos distúrbios metabólicos, das dislipidemias, do diabete melito, das
doenças cardiovasculares, da osteoporose e na incidência de cânceres, destacando-se o de
mama, colo de útero e colón-retal.

A abordagem da mulher no Climatério deve ser holista, humanizada e personalizada,


considerando as particularidades do seu quadro clínico e a sua condição emocional.

Vale salientar que a escassez de serviços e ações de saúde à mulher no climatério


na/da atenção primária em saúde pode provocar reações e impactos negativos nessa
fase do seu ciclo vital.
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

2021: Aproximadamente 1 milhão de pessoas afirmaram ter diagnóstico médico de


Infecção Sexualmente Transmissível (IST) ao longo do ano, o que corresponde a
0,6% da população com 18 anos de idade ou mais.

PREVENÇÃO:
Vacina para HPV em adolescentes; Meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos;
Pessoas que vivem HIV; Pessoas transplantadas na faixa etária de 9 a 26 anos;

DIAGNÓSTICO:
Avaliação de sinais e sintomas; testes rápidos ofertados em unidades de saúde.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de Sífilis, em 2019 foram notificados 152.915 casos
de sífilis adquirida em todo o país, com taxa de detecção de 72,8 casos por 100 mil
habitantes. A maior parte das notificações ocorreu em indivíduos entre 20 e 29 anos (36,2%).
Houve redução de 4,5% na taxa de detecção nacional em relação a 2018, que apresentou
taxa de 76,2 por 100 mil habitantes. Em gestantes, foram 61.127 casos em 2019, com
redução de 3,3% em relação ao ano anterior (63.182 casos).
Quanto aos óbitos, em 2019 foram registradas 173 notificações por sífilis congênita (em
menores de um ano). No Brasil, nos últimos 10 anos, houve aumento no coeficiente de
mortalidade infantil por sífilis que passou de 2,2 por 100 mil nascidos vivos em 2009, para 5,9
por 100 mil nascidos vivos em 2019. Em 2018, o coeficiente de mortalidade infantil por sífilis
foi de 8,9 por 100 mil nascidos vivos.
De 2007 até junho de 2020, foram notificados no Sinan 342.459 casos de infecção pelo
HIV no Brasil, sendo 152.029 (44,4%) na região Sudeste, 68.385 (20,0%) na região Sul,
65.106 (1 9,0%) na região Nordeste, 30.943 (9,0%) na região Norte e 25.966 (7,6%) na
região Centro-Oeste. No ano de 2019, foram notificados 41.919 casos de infecção pelo
HIV, sendo 4.948 (11,8%) casos na região Norte, 10.752 (25,6%) no Nordeste, 14.778
(35,3%) no Sudeste, 7.639 (18,2%) no Sul e 3.802 (9,1%) no Centro-Oeste.
No Brasil, no período de 2000 até junho de 2020, foram notificadas 134.328 gestantes
infectadas com HIV. Verificou-se que 37,7% das gestantes eram residentes da região
Sudeste, seguida pelas regiões Sul (29,7%), Nordeste (18,1%), Norte (8,6%) e Centro-Oeste
(5,8%). No ano de 2019, foram identificadas 8.312 gestantes infectadas com HIV no Brasil,
sendo 32,8% no Sudeste, 26,6% no Sul, 22,0% no Nordeste, 12,5% no Norte e 6,0% no
Centro-Oeste.
VIOLENCIA SEXUAL/DOMÉSTICA CONTRA A MULHER
A violência sexual e/ou doméstica é um grave problema de saúde pública. Porém,
entre as mulheres que relataram violência, o percentual ainda é pequeno.
TIPOS DE VIOLÊNCIA
Estão previstos cinco tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher na Lei Maria da
Penha: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial − Capítulo II, art. 7º, incisos I, II, III, IV e V.

Segundo dados da Organização Essas formas de agressão são


Mundial da Saúde (OMS), em complexas, perversas, não
2013 o Brasil já ocupava o 5º ocorrem isoladas umas das
lugar, num ranking de 83 países outras e têm graves
onde mais se matam mulheres. consequências para a mulher.
São 4,8 homicídios por 100 mil Qualquer uma delas constitui ato
mulheres, em que quase 30% de violação dos direitos humanos
dos crimes ocorrem nos e deve ser denunciada.
domicílios.
"A violência doméstica só acontece em famílias de baixa renda e pouca instrução."
A violência doméstica é um fenômeno que não distingue classe social, raça, etnia, religião,
orientação sexual, idade e grau de escolaridade. Todos os dias, somos impactados por notícias
de mulheres que foram assassinadas por seus companheiros ou ex-parceiros. Na maioria
desses casos, elas já vinham sofrendo diversos tipos de violência há algum tempo, mas a
situação só chega ao conhecimento de outras pessoas quando as agressões crescem a ponto
de culminar no feminicídio.

"É fácil identificar o tipo de mulher que apanha."


Não existe um perfil específico de quem sofre violência doméstica. Qualquer mulher, em algum
período de sua vida, pode ser vítima desse tipo de violência.
Em âmbito nacional, vale destacar a Lei nº
12.845/2013,
que dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral
de pessoas em situação de violência sexual, e ainda as
leis de notificação compulsória no caso de violência
contra mulheres, crianças, adolescentes e pessoas
idosas, atendidas em serviços de saúde públicos ou
privados (Lei nº 10.778/2003, Lei nº 8.069/1990, Lei nº
10.741/2003).
Necessidades imediatas da mulher em situação de
violência sexual:
1. Apoio Psicológico;
2. Tratamento das lesões físicas genitais e extragenitais
se houver;
3. Prevenção contra a gravidez indesejada
(anticoncepção de emergência)
4. Profilaxia e tratamento precoce das DST/HIV;
5. Informação e orientações legais sobre seus direitos;
6. Assistência social.
CONSTRUÇÃO SOCIAL DAS MULHERES
NEGRAS
A construção social das mulheres, principalmente as mulheres negras, é marcada por
desigualdades ao longo da História do Brasil. As mulheres negras, maioria das vezes,
são representadas como escravas, praticantes do sexo venal, domésticas, depreciadas
em seus padrões de beleza e na moral, contexto que reforça e “naturaliza” lugares de
exclusão na sociedade brasileira (Dubiel et al., 2018).
É possível considerar que as mulheres negras tiveram grande participação no
desenvolvimento das primeiras práticas de cuidados no Brasil; isso pois os cuidados
estabelecidos, historicamente, pelos/as escravos/as, embora baseados nas vivências e
nos conhecimentos advindos das religiões de matriz africana (Candomblés, Umbandas),
compostas por parte de rituais baseados na fé (Prisco, 2013), que podem ser
exemplificados pelas práticas das curandeiras, que usando os conhecimentos
empíricos, intuitivos e espirituais cuidavam de seus irmãos e irmãs, as parteiras que
identificavam as gravidezes e orientavam para evitar complicações e as amas de leite
que acompanhavam as crianças por toda a infância (Campos et al., 2008).
HIPERSSEXUALIZAÇÃO DA MULHER NEGRA
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO
NEGRA PORTARIA Nº992, DE 13 DE MAIO DE 2009. INSTITUI A
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO
NEGRA
A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, instituída pela Portaria nº 992
de 13 de maio de 2009, estabelece objetivos, diretrizes, estratégias e responsabilidades
da gestão em todas as esferas, com vistas à promoção da equidade na saúde; dispõe-se
garantir a equidade e a efetivação do direito à saúde da população negra. tendo como
marca o reconhecimento do racismo como determinante social das condições de
saúde. As primeiras inserções do tema Saúde da População Negra nas ações
governamentais, no âmbito estadual e municipal, ocorreram na década de 1980 e
foram formuladas por ativistas do Movimento Social Negro e pesquisadores.
Objetivo: Promover a saúde integral da população negra, priorizando a redução das
desigualdades étnico-raciais, o combate ao racismo e à discriminação nas instituições e
serviços do SUS.
MULHERES NEGRAS SÃO AS PROFISSIONAIS DA SAÚDE MAIS
AFETADAS PELA PANDEMIA

Assédio moral
Sensação de despreparo
Pouco acesso a treinamento e testagem são alguns dos problemas
De acordo com o Jornal Nexo 84,2% das profissionais de saúde negras dizem sentir medo
do novo coronavírus, índice maior que mulheres brancas 80,3%
44% das profissionais de saúde negras dizem ter recebido treinamento para trabalhar
durante a pandemia, índice menor que de mulheres brancas (50,8%)
38% das profissionais de saúde negras dizem ter passado por situações de assédio moral
durante a pandemia, índice maior que de mulheres brancas (34%)
RECEBIMENTO DE TREINAMENTO SENSAÇÃO DE MEDO POR RAÇA E GÊNERO
TESTAGEM E EQUIPAMENTOS

OCORRÊNCIA DE ASSÉDIO MORAL A


PROFISSIONAIS DE SAÚDE DURANTE A PANDEMIA
HOMOSEXUALIDADE E IDENTIDADE DE GÊNERO
Identidade de gênero
Diz respeito a como a pessoa se sente e se percebe em relação ao seu gênero, de maneira
profunda e estritamente particular.
Uma pessoa pode ter a identidade de gênero como feminina, masculina, trans, travesti — ou
também ser designada como mulher, homem, mulher trans, travesti, homem trans, não binário
(que não é masculino nem feminino), entre outras formas.

PORTARIA Nº 2.803, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2013(*) Redefine e amplia o


Processo Transexualizador no Sistema Único de Saúde (SUS).

Considerando a Portaria nº 2.836/GM/MS, de 1º de dezembro de


2011, que institui no
âmbito do SUS, a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis
e Transexuais;
HOMOSEXUALIDADE E IDENTIDADE DE GÊNERO
NOME SOCIAL
SAÚDE MENTAL
HORMONIZAÇÃO
PRÉ-NATAL: HORMONIZAÇÃO X GESTAÇÃO
PROCESSO TRANSEXUALIZADOR
VIOLENCIA
ATENDIMENTO NA SAÚDE

Art. 2º São diretrizes



de assistência ao usuário(a) com demanda para realização do

Processo Transexualizador no SUS:


I - integralidade da atenção a transexuais e travestis, não restringindo ou centralizando
a meta terapêutica às cirurgias de transgenitalização e demais intervenções somáticas;
II - trabalho em equipe interdisciplinar e multiprofissional;
III - integração com as ações e serviços em atendimento ao Processo
Transexualizador, tendo como porta de entrada a Atenção Básica em saúde, incluindo-se
acolhimento e humanização do atendimento livre de discriminação, por meio da
sensibilização dos trabalhadores e demais usuários e usuárias da unidade de saúde
para o respeito às diferenças e à dignidade humana, em todos os níveis de atenção
DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL
À SAÚDE DA MULHER

As políticas de saúde da mulher deverão objetivar a criação e ampliação das condições


necessárias ao exercício dos direitos da mulher, seja no âmbito do SUS, seja na atuação em
parceria do setor Saúde com outros setores governamentais, com destaque para a
segurança, a justiça, trabalho, previdência social e educação.
A atenção integral à saúde da mulher refere-se ao conjunto de ações de promoção,
proteção, assistência e recuperação da saúde, executadas nos diferentes níveis de atenção
à saúde (da básica à alta complexidade).
O SUS deverá garantir o acesso das mulheres a todos os níveis de atenção à saúde.
O atendimento deverá nortear-se pelo respeito a todas as diferenças, sem discriminação
de qualquer espécie e sem imposição de valores e crenças pessoais.
Promover a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres brasileiras,
mediante a garantia de direitos legalmente constituídos e ampliação do acesso aos
meios e serviços de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde em
todo território brasileiro.

Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil,


especialmente por causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e nos diversos grupos
populacionais, sem discriminação de qualquer espécie.

Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no Sistema


Único de Saúde.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS E ESTRATÉGIAS DA POLÍTICA
NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER

Ampliar e qualificar a atenção clínico-ginecológica, inclusive para as portadoras da


infecção pelo HIV e outras DST.
Estimular a implantação e implementação da assistência em planejamento familiar,
para homens e mulheres, adultos e adolescentes, no âmbito da atenção integral à
saúde.
Promover a atenção obstétrica e neonatal, qualificada e humanizada, incluindo a
assistência ao abortamento em condições inseguras, para mulheres e
adolescentes.
Promover a atenção às mulheres e adolescentes em situação de violência
doméstica e sexual.
Promover a prevenção e o controle das doenças sexualmente transmissíveis e da
infecção pelo HIV/aids na população feminina.
Reduzir a morbimortalidade por câncer na população feminina.
Implantar um modelo de atenção à saúde mental das mulheres sob o enfoque de
gênero.
Implantar e implementar a atenção à saúde da mulher no climatério.
Promover a atenção à saúde da mulher na terceira idade.
Promover a atenção à saúde da mulher negra.
Promover a atenção à saúde das trabalhadoras do campo e da cidade.
Promover a atenção à saúde da mulher indígena.
Fortalecer a participação e o controle social na definição e implementação das políticas
de atenção integral à saúde das mulheres.
REFERÊNCIAS
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_mulher
es.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf
https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/denuncie-violencia-contra-a-mulher/violencia-
contra-a-mulher
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_lesbicas_gays.pdf
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt0992_13_05_2009.html

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