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Instituto Superior de Engenharia de Lisboa

Área Departamental de Engenharia Química


Licenciatura em Engenharia Química e Biológica

Unidade Curricular de Projeto // Semestre de inverno 2020/2021

PRODUÇÃO DE
BIODISEL

Nathalia Moreira, nº 45480


Sérgio André, nº 45751
Pedro Oliveira, nº 45045
ÍNDICE
Turma: LEQB51N
Novembro 2021

3. ANÁLISE DE

MERCADO......................................................................................................................2
2
Projeto – Produção de Biodiesel
3.1. USOS E ESPECIFICAÇÕES DO PRODUTO......................................................2

3.2. ANÁLISE QUALITATIVA DO MERCADO DO PRODUTO E

CONCORRENTES.......................................................................................................2

3.3. ANÁLISE QUANTITATIVA DO MERCADO....................................................2

3.3.1. DIMENSÃO DO MERCADO DO PRODUTO..............................................2

3.3.2. DIMENSÃO DO MERCADO E ANÁLISE DAS FONTES DE

ABASTECIMENTO DE MATÉRIAS-PRIMAS.....................................................2

3.4. MECANISMOS DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTO E MATÉRIA-PRIMA...2

3.5. LOCALIZAÇÃO DA UNIDADE FABRIL..........................................................2

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Projeto – Produção de Biodiesel

Índice das figuras

Figura 1 - Vendas de combustíveis para consumo em Portugal………………….……9

Figura 2 – Produção nacional de FAME no 1º semestre de 2020………………...…..10

Figura 3 - Variação anual percentual, tendência e produção total de biodiesel (FAME e


HVO) no mundo…………………………...………………………………………...…11

Figura 4 - Distribuição percentual da produção de biodiesel no mundo em 2020……12

Figura 5 - Variação anual percentual, tendência e consumo total (em milhares de m3) de
biodiesel (FAME e HVO) no mundo…………………..…………………………..…..13

Figura 6 - Participação do mercado nas exportações mundiais do biodiesel em


2020…………………………………………………………………………………….14

Figura 7 - Participação do mercado nas importações mundiais de biodiesel em


2020…………………………………………………………………………………….15

Figura 8 – Representação gráfica referente as importações de biodiesel pela EU em


milhões de litros…………………………………………………………………...……19

Figura 9 – Produção de biocombustíveis por matéria-prima nacional, % em volume


(2018)………………………………………………………………………………...…20

Figura 10 - Produção de biocombustíveis por matéria-prima nacional, % em volume


(2020)………………………………………………………………………………..….21

Figura 11 - Evolução da produção nacional de biocombustíveis substitutos de gasóleo


entre 2011-2018 (em Kton)………………………...…………………………………..22

Figura 12 - Total de produção nacional de FAME e HVO pelos PRGs em m3 (2020)


………………………………………………………………………………...…23

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Projeto – Produção de Biodiesel

Figura 13 – Total de biocombustíveis produzidos e importados em Portugal, % em


volume (2019)…………………………………………………………………………..24

Figura 14 – Total de biocombustíveis produzidos e importados em Portugal, % em


volume (2020)…………………………………………………………………………..25

Figura 15 – Importação de biocombustíveis, em m3 (2019).,……………………..…..26

Figura 16 - Importação de biocombustíveis, em m3 (2020).-………………………….26

Figura 17 - Participação dos principais produtores de soja em 2018…………...……..28

Figura 18 – Produção de soja em 2020 em milhões de


toneladas………………………………………………………………….……….……29

Figura 19 - Produção de biocombustíveis por matéria-prima nacional, % em volume


(2020)………………….…………………………………………………………..……30

Figura 20 - Cadeia de valor de OAU para Biodiesel……………………….………….35

Figura 21 - Ciclo dos OAU……………………..……………………………………..38

Figura 22 – Foto aérea da possível localização da


fábrica……………………………………………………………….………………….40

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Projeto – Produção de Biodiesel

Índice de tabela

Tabela 1 - Metas de incorporação do biodiesel até 2021………………………………..5

Tabela 2 - coma a produção dos principais produtores FAME da EU em milhões de


litros…………………………………………………………………………………….16

Tabela 3 - coma a produção dos principais produtores HVO da UE em milhões de


litros………………………………………………………………………………….…17

Tabela 4 - Referente ao consumo biodiesel/HVO da UE em milhões de


litros…………………………………………………………………………………….18

Tabela 5 – Origem das matérias-primas utilizadas para a produção para o mercado


nacional de FAME e HVO (2020)
………………………………………………………………………….………32

Tabela 5 - Capacidade de produção, investimento e empregabilidade de diferentes


empresas……………………………………………………………………………….

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Lista de abreviaturas, siglas e acrónimos

AGL – Ácidos Gordos Livres

FFA – Free Fatty Acid

GEE – Gases com Efeito de Estufa

IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação

OAU – Óleos Alimentares Usados

PME – Pequenas e Médias Empresas

PPD – Pequeno Produtor Dedicado

WCO – Waste Cooking Oil

bio-ETBE – bioeteretil-terc-butílico

bio-MTBE – bioetermetil-terc-butílico

CE – Comunidade Europeia

DL – Decreto Lei

EN – Entidade Nacional

NP – Norma Portuguesa

OUA – Óleos Alimentares Usados

s.d. – Sem data

ton – Toneladas

UE – União Europeia

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Projeto – Produção de Biodiesel
VAL – Valor Atual Líquido.

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Projeto – Produção de Biodiesel

3. ANÁLISE DE MERCADO

3.1. USOS E ESPECIFICAÇÕES DO PRODUTO

Com o uso contínuo e em grande escala mundial, sempre com um consumo maior, de
forma a atingir níveis energéticos cada vez mais elevados, o uso de combustíveis fosseis
tem vindo a se esgotar o que levou à produção e utilização de outros combustíveis,
nomeadamente biocombustíveis. O uso destes biocombustíveis apresenta diversas
vantagens, nomeadamente, a possibilidade de serem renováveis, simples e flexíveis nos
métodos de produção, e comparando com os combustíveis fosseis apresentam níveis de
emissões poluentes menores [ CITATION Moh20 \l 2057 ].
O biodiesel é um éster metílico, com a qualidade de combustível diesel, produzido a partir
de óleos vegetais ou gorduras animais que contenham determinados ácidos gordos. Então
existe uma grande variedade de materiais que possam ser adequados para a produção de
biocombustíveis, em geral [ CITATION Ram19 \l 2057 ]. É considerado um combustível
alternativo ao combustível fóssil do diesel convencional, mas apresenta benefícios
ambientais, devido a ser um componente não tóxico e biodegradável [ CITATION MaF99 \l
2057 ].

O uso de combustíveis fosseis é predominante na indústria automobilística, tal


como transportes rodoviários, que é um dos principais utilizadores destes combustíveis,
logo os motores a diesel não estão projetados para o consumo puro do biodiesel, por isso
só é possível, no máximo, uma incorporação de biodiesel, no diesel petrolífero, de 20%,
tendo a designação de B20 (20% biodiesel, 80% diesel), sendo o biodiesel puro designado
por B100. Logo existe uma restrição no que é possível incorporar de biodiesel no
combustível petrolífero, sem recorrer a modificações no motor, mas como proporciona
vantagens em termos de redução de emissões, a sua incorporação tem vindo a aumentar ao
longo dos anos como se pode ver no Decreto-Lei n.º 8/2021, em que até 2021 existem
metas de incorporação até aos 11%, em teor energético, relativamente às quantidades de

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Projeto – Produção de Biodiesel

combustíveis rodoviários por si introduzidos no consumo, pelo que ainda existe margem
para uma maior integração de biodiesel no mercado. No decreto-lei mencionado

anteriormente também refere critérios para a redução de emissões de gases com


efeito de estufa [ CITATION Moh20 \l 2057 ][ CITATION Ada12 \l 2057 ].

3.2. ANÁLISE QUALITATIVA DO MERCADO DO PRODUTO E


CONCORRENTES

O biodiesel é um produto com caraterísticas e propriedades muito semelhantes ao diesel


petrolífero, logo é um produto que o visa substituir, mas também é um bom aditivo para
uma mistura de combustível mais eficiente. Para tal é necessário que os combustíveis
produzidos se encontrem em cumprimento com as normas de qualidade dos combustíveis
automóveis, especificada pelos padrões desenvolvidos pelo European Committee for
Standardization (CEN), sendo elas: EN 590 para o gasóleo e a EN 228 para a gasolina.
Para os biocombustíveis, existem as normas EN 14214 que descreve os diversos tipos de
testes e especificações em relação ao FAME (do inglês fatty acid methyl esters) e os seus
poluentes emitidos. O mercado dos EUA é dos que produz e consume mais
biocombustíveis em que no ano de 2019 os EUA produziu cerca de 41 milhões de barris
(4.9 milhões m3) de B100, importou cerca de 4 milhões de barris (0.4 milhões m 3),
exportou cerca de 2.7 milhões de barris (0.3 milhões m 3) e consumiu cerca de 43 milhões
de barris (5.1 milhões m3). Quase tudo que foi consumido nos EUA de biodiesel foi em
misturas com o diesel petrolífero. De forma similar às normas europeias os EUA têm as
normas ASTM D6751 para a regulação do biodiesel B100 e ASTM D7467 para misturas
dos combustíveis B20 [ CITATION Bio21 \l 2057 ][ CITATION How16 \l 2057 ].
Com o continuo aumento da preocupação mundial para a redução dos gases de estufa
(greenhouse gas) e para uma maior sustentabilidade, o uso de biocombustíveis produzido a
partir de fontes renováveis, ou do aproveitamento de resíduos, torna-se uma fonte

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Projeto – Produção de Biodiesel

energética cada vez mais procurada devido à sua versatilidade, tanto na forma de produção
como no seu consumo.

As metas para a redução de gases de estufa estão estabelecidas na Diretiva (EU)


2018/2001, em que a redução deverá ser pelo menos 65% para biocombustíveis e biogases,
consumidos no setor de transportes, e pelo menos 70% para eletricidade, aquecimento e
arrefecimento, de biomassas usados em instalações, a partir do início de 2021 [CITATION
Dir \l 2057 ].
Segundo a diretiva anteriormente mencionada também são referidos outros produtos que
de certa forma são concorrentes ao biodiesel, e que fazem parte do mercado dos
biocombustíveis. Os principais produtos concorrentes ao diesel são os seguintes
[ CITATION Dir \l 2057 ]:

 Óleo vegetal puro: óleo produzido através da prensa, extração, crude ou refinado
sem qualquer alteração química;

 Biogás: podendo ser purificado para ter uma qualidade mais elevada, sendo um
substituto para o gás natural;

 Bioetanol: produzido principalmente da fermentação de produtos vegetais (açúcar


de beterraba, cana-de-açúcar, milho, entre outros).

Para avaliar viabilidade de um projecto empresarial é necessário fazer a análise da


concorrência, avaliando os potenciais concorrentes diretos e indiretos ao produto
pretendido. Ao conhecer os pontos fortes e fracos do mercado já existente, adquirem-se
conhecimentos que auxiliam na diferenciação e expansão do projecto, previsão de
possiveis crises a enfrentar no futuro, e conhecimento de boas práticas de mercado.

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Projeto – Produção de Biodiesel

Como concorrentes diretos teremos empresas que fornecem a mesma linha de produtos e
serviços, ou seja, partilham o mesmo nicho de mercado e público-alvo. No caso do
biodiesel os concorrentes diretos são os demais biocombustiveis, nos qual se enquadra
também o nosso produto.

Como concorrentes indiretos temos as empresas que oferecem produtos ou serviços que se
diferenciam mas, que podem ter a mesma finalidade, podendo disputar em várias
circunstâncias o mesmo público-alvo. Para o biodiesel os concorrentes indiretos são os
combustíveis derivados do petróleo, o gás natural ou mais recentemente, o hidrogénio.

Pretende-se agora fazer uma breve análise aos concorrentes diretos e indiretos do
biodiesel.

Concorrentes Diretos

 Biocombustiveis

Segundo o Decreto de Lei nº 117/2010 de 25 de outubro, que aponta como uma das linhas
de desenvolvimento de Portugal a dependencia decrescente dos combustíveis fósseis. Este
decreto estabelece ainda os critérios de incorporaçao de biocombustíveis nos transportes
terrestres, de forma a contribuir para alcançar o objectivo de 31% do consumo final de
energia com origem renovável, cumprindo assim as metas relativas à ENE 2020,
contribuindo também para o cumprimento dos compromissos assumidos no âmbito da EU
decorrentes do Protocolo de Quioto.

Os biocombústiveis estão classificados como os combustíveis liquidos ou gasosos,


utilizados nos transportes, produzidos a partir de biomassa. Sendo a biomassa classificada
como a fracção biodegradável de produtos, residuos ou detritos de origem biológica
provenientes da agricultura, exploração florestal, pesca, e da fracção biodegradável dos
resíduos industriais e urbanos [CITATION DLn \l 2057 ].

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Projeto – Produção de Biodiesel

Tabela 1 - Metas de incorporação do biodiesel até 2021. Fonte: APPB 2021.

Ano Percentagem de incorporação

2011-2012 5%

2013-2014 5,5%

2015-2016 7,5%

2017-2018 9%

2019-2020 10%

2021 11%

 Bioetanol

O biodiesel é um éster metílico produzido a partir de óleo vegetal ou animal, com


qualidade de diesel para uso como biocombustível. Observe a diferença com o óleo vegetal
ou animal puro, que também pode ser usado em motores a diesel adaptados. Aplicação:
motores de ignição por compressão.

Em portugal este combústivel está mais direcionado para o mercado de abastecimento de


lareiras [ CITATION Bus21 \l 2057 ].

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Projeto – Produção de Biodiesel

 Biogás

O biogás é um gás combustível produzido a partir da biomassa e / ou da fração


biodegradável de resíduos, que pode ser purificado até a qualidade de gás natural, para ser
utilizado como biocombustível, ou gás de madeira. Esta definição cobre dois gases
principais derivados de processos diferentes:

o Gás rico em metano (55-60% em volume) produzido por meio da digestão


anaeróbia de biomassa úmida;
o Gás rico em monóxido de carbono produzido por gaseificação térmica. Além disso,
algum hidrogênio e metano estão presentes neste tipo de gás;
o Gás rico em metano feito por meio de gaseificação térmica, seguido por uma
reação de mudança de metano. Após a dessulfuração, o biogás pode ser usado
diretamente para abastecer motores SI e CI adaptados ao
combustível. Alternativamente, o metano pode ser separado do biogás para
alimentar a rede de distribuição de gás natural e, portanto, pode ser usado como
combustível de transporte da mesma maneira que o gás natural comprimido
fóssil. Aplicação: motores SI.

 Biometanol

O bio-metanol é o metanol produzido a partir da biomassa, para ser utilizado como


biocombustível. O metanol pode ser produzido a partir do gás de síntese (uma mistura de
monóxido de carbono e hidrogênio). Praticamente todo o gás de síntese para a produção
convencional de metanol é produzido pela reforma a vapor do gás natural em gás de
síntese. No caso do bio-metanol, uma biomassa é gaseificada primeiro para produzir um

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Projeto – Produção de Biodiesel

gás de síntese a partir do qual o bio-metanol é produzido. Aplicação: motores SI


(misturados com gasolina), motores CI- (puro), células de combustível.

 Bio-ETBE

Bio-ETBE (éter etil-ter-butílico) é o ETBE produzido a partir do bioetanol. A percentagem


volumétrica de bio-ETBE calculada como biocombustível é de 47%. Aplicação: motores
SI (mistura com gasolina).

 Bio-MTBE

O bio-MTBE (éter metil-ter-butílico) é um combustível produzido a partir do


biometanol. A percentagem volumétrica de bio-MTBE calculada como biocombustível é
de 36%. Aplicação: motores SI (mistura com gasolina).

 Biodimetiléter (DME)

Biodimetiléter (DME) é dimetiléter produzido a partir de biomassa, para ser utilizado


como biocombustível. O Bio-DME pode ser formado a partir do gás de síntese por meio da
síntese de oxigênio. Ele surgiu apenas recentemente como uma opção de combustível
automotivo. As capacidades de armazenamento são semelhantes às do GLP. Aplicação:
motores CI.

 Biocombústiveis sintéticos

Biocombustíveis sintéticos são hidrocarbonetos sintéticos ou misturas de hidrocarbonetos


sintéticos, que foram produzidos a partir de biomassa. Esta definição ampla inclui Fischer-
Tropsch Diesel, que é fabricado a partir de gás de síntese, usando um processo de

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Projeto – Produção de Biodiesel

produção em grande escala. Syngas é geralmente produzido a partir de carvão ou gás


natural por meio de reforma autotérmica, mas também pode ser derivado por meio da

gaseificação da biomassa ou da gaseificação do óleo de pirólise. O processo foi aplicado


em tempos de escassez de óleo mineral. Aplicação: motores CI.

 Biohidrogénio

Bio-hidrogênio é o hidrogênio produzido a partir da biomassa, e / ou da fração


biodegradável do resíduo, para ser utilizado como biocombustível. Aplicação: células a
combustível.

 Óleo vegetal puro produzido a partir de plantas oleaginosas

Óleo vegetal puro é o óleo produzido a partir de plantas oleaginosas por meio de
prensagem, extração ou procedimentos comparáveis, bruto ou refinado, mas quimicamente
não modificado, quando compatível com o tipo de motor envolvido e os requisitos de
emissão correspondentes. Aplicações: uso direto em motores CI adaptados.

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Projeto – Produção de Biodiesel

Concorrentes Indiretos

Venda de combustíveis para consumo (toneladas)


10000000 4868903 4612494 4190244 4088448 4191254 4328684 4355476 4466224 4494606
Vendas (toneladas)

1000000
GPL
100000 Gasolina 95
Gasóleo
5714 Biodiesel
10000 4716 4604 4728 4935 4086 4770
3121 2470

1000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Anos

Os produtos considerados como principais concorrentes indiretos são nomeadamente o gás


de petróleo liquefeito (GPL), gasolina e gásoleo. No seguinte gráfico (Figura 1) é possível
observar as vendas destes combústiveis para consumo em toneladas em Portugal para os
anos de 2010 a 2018, considerando também os valores do biodiesel.

Figura 1 - Vendas de combustíveis para consumo em Portugal. Fonte: PORDATA.

Pela análise do gráfico podemos verificar que o gasóleo continua a ser o produto
combustível mais consumido em Portugal, seguido da gasolina 95, o biodiesel tem-se
mantido relativamente constante com uma ligeira descida nos anos de 2016 e 2017.

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Projeto – Produção de Biodiesel

No que concerne a producao de biocombustíveis são no total 11 Produtores de


biocombustíveis (PRGs) registados na ECS, que apresentaram mensalmente a sua
declaração de produção. As principais empresas a operar no mercado de biocombustíveis
no mercado nacional são a Iberol, Torrejana, Sovena, Prio e Galp-Enerfuel [ CITATION
APP21 \l 2057 ].

Com especial destaque para a Prio Biocombustíveis, S.A., que além de ser a maior
produtora de biocombustíveis, produzidos a partir de matérias-primas residuais, em
Portugal e a 3ª maior a nível europeu, com a capacidade para produzir cerca de 90 mil
toneladas de biodiesel por ano, ou seja 79 % da sua capacidade total.

A fábrica da Prio, foi projetada para a utilização de óleos vegetais virgens como matéria-
prima, mas devido à estratégia da empresa face aos objetivos ambientais Europeus
eacionais começou-se gradualmente em 2013 a introduzir óleos alimentares usados na
produção de biodiesel. No primeiro ano foi utilizado 8% de OAU, em 2017 chegou aos
70% e em 2019, como já referido cerca de 79 %.

No seguinte gráfico (Figura 2) é possivel observar os dados da Produção de FAME a nível


nacional para o primeiro semestre de 2020 [ CITATION POR21 \l 2057 ].

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Projeto – Produção de Biodiesel

Produção Nacional de FAME 1º semestre 2020


35000
30104.75 30697.8
30000 28392.51 27743.41

25000
19612.36
20000
17187.38
m3

15000

10000

5000

0
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho

Figura 2 – Produção nacional de FAME no 1º semestre de 2020. Fonte: Entidade Nacional para o setor
Energético E.P.E

3.3. ANÁLISE QUANTITATIVA DO MERCADO

3.3.1. DIMENSÃO DO MERCADO DO PRODUTO

Produção de Biodiesel no Mundo

Na última década (2011-2020), a produção mundial de biodiesel mostrou um crescimento


acumulado de 97%.
Neste período, a taxa de variação anual ficou entre (-6% e 21%), com uma clara tendência
de subida, onde em 2019 chegou aos 50.000.000 m 3 já em 2020, a produção apresentou a
redução de (-1%).
Nos últimos 10 anos, a produção de HVO teve um aumento ao redor dos 450%. A variação
do último ano (2020) foi de 1,2%, alcançando 7.000.000 m 3. No caso do FAME, na última
década o aumento foi de 78%, ficando a produção em 2020 próxima dos 43.000.000 m 3,
conforme pode ser constatado no gráfico da figura 3.

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Projeto – Produção de Biodiesel

Figura 3 - Variação anual percentual, tendência e produção total de biodiesel (FAME e HVO) no mundo.
Fonte: ENSE.

Os cinco principais produtores de biodiesel no mundo são Estados Unidos (18%),


Indonésia (17%), Brasil (13%), Alemanha (8%) e Tailândia (4%). Os 40% restantes da
produção estão distribuídos entre os demais países do mundo, com participação destacada
de França, China, Espanha, Malásia e Argentina.

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Projeto – Produção de Biodiesel

Figura 4 - Distribuição percentual da produção de biodiesel no mundo em 2020. Fonte: Elaborado com base
em Torroba 2020a.

Consumo de Biodiesel no Mundo

Na última década (2011-2020), o consumo mundial de biodiesel teve o crescimento


acumulado de 112%, com uma taxa de variação anual entre ( -8% e 23%). Em 2019,
apresentou uma clara tendência de alta, superando os 48.000.000 m3.

Em 2020, mostrou um aumento anual de 1,5%, alcançando os 50.000.000 m3.

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Projeto – Produção de Biodiesel

Já o consumo de HVO nos últimos 10 anos cresceu 687%, apresentando em 2020 um


aumento de quase 20%.

Figura 5 - Variação anual percentual, tendência e consumo total (em milhares de m 3) de biodiesel
(FAME e HVO) no mundo. Fonte: Elaborado com base em Torroba 2020a.

Exportação/ Importação de Biodiesel no Mundo

 Exportações

Nas exportações de biodiesel, a UE concentra a maior percentagem (29%), com uma forte
participação do comércio, seguida por Singapura (16%), China (14%), Malásia (10%) e
Argentina (8%). Os 23% restantes se concentram em outros países do mundo, com a
participação destacada dos Estados Unidos e do Canadá.

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Projeto – Produção de Biodiesel

Figura 6 - Participação do mercado nas exportações mundiais do biodiesel em 2020. Fonte:


Relatorio_Sustentabilidade_biocombustiveis_Portugal_2020.pdf (lneg.pt)

 Importações

Nas importações de biodiesel, destaca-se a UE como importadora líquida (31%), seguida


pelos Estados Unidos (20%), Reino Unido (14%), Canadá (7%) e Malásia (2%). Os 26%
restantes estão distribuídos entre os demais países do mundo, com participação importante
de Peru, Singapura e China.

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Projeto – Produção de Biodiesel

Figura 7 - Participação do mercado nas importações mundiais de biodiesel em 2020. Fonte:


Relatorio_Sustentabilidade_biocombustiveis_Portugal_2020.pdf (lneg.pt)

Análise situação do Biodiesel na Europa

Como já aqui exposto a UE é o maior produtor mundial de biodiesel. Que por sua vez, é
também o biocombustível mais importante na UE e em termos de energia, representa cerca
de 81 % do mercado total de biocombustíveis para transporte. O biodiesel foi o primeiro
biocombustível desenvolvido e utilizado na UE, adotado pelo setor de transporte na década
de 1990. Na época, a rápida expansão foi impulsionada pelo aumento dos preços do
petróleo.

Metas de biocombustíveis da UE estabelecidas na antiga Diretiva RED 2003/30 / EC


(metas indicativas) e no REDII 2009/28/CE (metas obrigatórias) impulsionou ainda mais o
uso do biodiesel.

Analisando a tabela 2 e 3 verifica-se que em 2020, a produção de biodiesel da UE


diminuiu 2% em relação a 2019, em grande parte devido ao menor consumo interno e
menor procura do mercado mundial. No entanto, isso mascara desenvolvimentos diferentes
para FAME e HDRD. Onde a produção de FAME diminuiu 7%, enquanto a produção de
HDRD cresceu 23%, principalmente na França e na Itália, onde novas fábricas que
entraram em produção comercial em meados do ano de 2019 produziram o ano todo pela
primeira vez. Para 2021, a produção tem a previsão de aumentar 3,7%, devido ao
previsível aumento do consumo e das exportações. Em uma base percentual, a expansão da
produção de HDRD (mais 4,7 por cento) deve mostrar um aumento maior do que a
recuperação da produção de FAME (mais 3,4 %) - em termos absolutos, o aumento da
produção de FAME excede o de HDR.

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Projeto – Produção de Biodiesel

Tabela 2 - coma a produção dos principais produtores FAME da EU em milhões de litros.

Fonte: EU biofuels annual reports | knowledge for policy (europa.eu)

Tabela 3 - coma a produção dos principais produtores HVO da UE em milhões de litros.


Fonte: EU biofuels annual reports | knowledge for policy (europa.eu)

Importante ainda referir que existem instalações de produção de biodiesel (FAME) em


todos os Estados-Membros da UE, exceto Finlândia, Luxemburgo, Croácia e Malta.
Em contraste, a produção de HDRD está concentrada em apenas oito países (Portugal,
Espanha, Países Baixos, Itália, Franca, República Checa, Finlândia e Suécia).

 Consumo na Europa

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2
Projeto – Produção de Biodiesel

Na tabela 4, pode-se visualizar e analisar o consumo europeu de biodiesel (FAME e


HDRD).

Constata-se que os cinco maiores consumidores de biodiesel na UE em 2020 foram


Alemanha, França, Suécia, Espanha e o Reino Unido, que representam 64 % do consumo
total de biodiesel da EU.

Tabela 4 - referente ao consumo biodiesel/HVO da UE em milhões de litros.

Fonte: EU biofuels annual reports | knowledge for policy (europa.eu).

Nas projeções para 2021 comparativamente a 2020, constatou que o aumento do consumo
de biodiesel é esperado na Bélgica, Reino Unido, França, Irlanda, o Holanda, Bulgária,
Dinamarca, Polônia, Eslováquia, República Checa, Áustria, Romênia, Lituânia, Grécia e
Eslovênia. Em contrapartida, o consumo deve diminuir na Alemanha, Hungria e Portugal.

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2
Projeto – Produção de Biodiesel

 Importações da Europa

Em 2020, as importações da UE de biodiesel diminuíram 14 % em comparação com 2019.


Apesar da UE impor taxas sobre o biodiesel da Argentina em fevereiro de 2019, a
Argentina conseguiu defender sua posição como o maior fornecedor de biodiesel para a
UE. Isso foi possível porque a Argentina ofereceu um compromisso (uma oferta para
evitar que os preços caíssem abaixo de um determinado preço mínimo, que proporcionou
segurança de planeamento para exportadores argentinos e importadores da UE.

Figura 8 – Representação gráfica referente as importações de biodiesel pela EU em milhões de


litros. Fonte: EU FAS Posts.

Em 2020, os fornecedores dominantes de biodiesel para a UE foram Argentina, China,


Malásia, Indonésia e Coreia do Sul, responsável por 33, 31, 18, 5 e 4 % das importações de
biodiesel da UE, respetivamente.

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Projeto – Produção de Biodiesel

No presente ano de 2021, as importações de biodiesel da UE devem permanecer estáveis,


embora os dados comerciais dos primeiros três meses de 2021 mostram um declínio nas
importações. No entanto, é preciso ter em mente que o período comparável em 2020 não
foi afetado pelas restrições da COVID-19, uma vez que estas foram implementadas pela
primeira vez no final de março de 2020. Espera-se que as importações aumentem durante o
resto do ano, quando a COVID 19 as restrições são suspensas.

Produção de Biodiesel em Portugal

Em Portugal, a produção de biodiesel começou em 2005 e tem vindo a aumentar ao longo


dos anos.

Até meados de 2014, a principal matéria-prima utilizada na produção nacional de


biocombustíveis era o óleo de soja. Atualmente, o óleo alimentar usado é a principal
matéria-prima utilizada, tendo uma representatividade de cerca de 60% em 2018,
representado na figura 9, o qual reduziu parcamente para 59,2 % em 2020, como é possível
observar nas figuras seguintes.

Figura 9 – Produção de biocombustíveis por matéria-prima nacional, % em volume (2018). Fonte:


ECS.

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Projeto – Produção de Biodiesel

Figura 10 - Produção
de biocombustíveis por matéria-prima nacional, % em volume (2020). Fonte: ECS.

Como já referido, o perfil do consumo de combustíveis no transporte rodoviário em


Portugal favorece o gasóleo, tendo Portugal iniciado os seus esforços na promoção dos
biocombustíveis na produção de substitutos do gasóleo.
Assim, para ajudar a promover a utilização de biocombustíveis, o Decreto-Lei n.º 49/2009,
de 26 de fevereiro, estabeleceu metas obrigatórias de biocombustíveis para o gasóleo

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Projeto – Produção de Biodiesel

rodoviário: 6% em volume para 2009 e 10% para 2010.


Esta obrigação, no entanto, era limitada pelo teor máximo de ésteres metílicos de ácidos
gordos (FAME) especificados na norma EN 590 (sendo este valor fixado em 7% em
volume em 2010).
Com a publicação do Decreto-Lei n.º 117/2010, de 25 de outubro, entretanto alterado pelos
Decretos-Leis 6/2012 de 17 de janeiro, 69/2016, de 3 de novembro e 152-C/2017 de 11 de
dezembro, é definido um novo modelo de promoção dos biocombustíveis, no qual são
estabelecidos critérios de sustentabilidade para a produção e utilização de biocombustíveis

e biolíquidos, independentemente da sua origem, bem como definidas metas mínimas para
a incorporação obrigatória de biocombustíveis para os anos de 2011 a 2020.
Assim, o referido decreto-lei estabelece, para as entidades que introduzem no consumo de
combustíveis rodoviários, processando as declarações de introdução no consumo nos
termos do Código dos Impostos Especiais sobre o Consumo, metas obrigatórias de
incorporação de biocombustíveis nesses combustíveis (gasolina e gasóleo), sendo a meta
para 2020 de 10%, em teor energético.
 O cumprimento das metas estabelecidas no âmbito do Decreto-Lei n.º 117/2010, de 25 de
outubro, é comprovado mediante a apresentação de títulos de biocombustível (TdB),
representado cada TdB uma tonelada de petróleo equivalente (tep) de biocombustíveis
destinados ser introduzidos no consumo nacional e que cumprem os critérios de
sustentabilidade previstos nesse diploma legal.
Na figura 11 é possível observar a evolução da produção nacional de biocombustíveis
substitutos de gasóleo desde 2011.
 

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Projeto – Produção de Biodiesel

Figura 11 - Evolução da produção nacional de biocombustíveis substitutos de gasóleo entre 2011-


2018 (em Kton). Fonte: Direção-geral de Energia e Geologia.

Verifica se que o ano de 2011 foi o ano com maior produção, e que 2014 até 2018, tem
existido oscilações de aumento e redução de produção, mas com uma média neste período
de 350 quilotoneladas.

Biocombustíveis em Portugal em 2020

Em Portugal existe, até à data, apenas produção de biocombustíveis substitutos de gasóleo


(FAME e HVO).
Em 2020, foram declarados pelos operadores económicos 337 141 m3 de biocombustíveis
sustentáveis (respeitantes à produção nacional e importação, declarados com o objetivo de
introdução no consumo).
Na figura 12, são apresentadas, em volume, as quantidades totais de biocombustíveis
produzidos em 2020 pelos produtores do Regime Geral, adiante designado por PRGs, com
destino ao mercado nacional.

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Projeto – Produção de Biodiesel

Figura 12 - Total de produção nacional de FAME e HVO pelos PRGs em m3 (2020). Fonte:
Direção-geral de Energia e Geologia.

De referir também que os resultados apresentados não contemplam a produção de


biocombustíveis por parte dos Pequenos Produtores Dedicados (PPDs) e que todos os
valores apresentados correspondem a biocombustíveis que foram certificados pela ECS
como sustentáveis.
Como referido supra no ano de 2020, foram declarados pelos operadores económicos 337
141 m3 de biocombustíveis sustentáveis (respeitantes à produção nacional e importação,
declarados com o objetivo de introdução no consumo), realizando uma comparação sucinta
com o ano de 2019.

353 701 m3

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Projeto – Produção de Biodiesel

Figura 13 – Total de biocombustíveis produzidos e importados em Portugal, % em volume (2019).


Fonte: Relatorio-de-Sustentabilidade-dos-biocombustiveis-Portugal-2019.pdf (lneg.pt).

Figura 14 – Total de biocombustíveis produzidos e importados em Portugal, % em volume (2020).


Fonte: Relatorio-de-Sustentabilidade-dos-biocombustiveis-Portugal-2020.pdf (lneg.pt).

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Projeto – Produção de Biodiesel

Comparando 2020 (337 141 m3) com o ano anterior de 2019 (353 701m 3), verifica-se que
houve uma diminuição de 4,7%, em volume. Do total de biocombustíveis declarados, a
importação correspondeu, em 5,5% ou seja 18 694 m3 em 2019, e a 10,6% ou seja 35 861
m3 em 2020, representado nos gráficos a seguir.
Nas imagens seguintes estão indicados os volumes dos principais biocombustíveis
importados nos anos de 2019 e 2020, em Portugal.

Figura 15 – Importação de biocombustíveis, em m3 (2019). Fonte: Relatorio-de-


Sustentabilidade-dos-biocombustiveis-Portugal-2019.pdf (lneg.pt).

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Projeto – Produção de Biodiesel

Figura 16 - Importação de biocombustíveis, em m3 (2020). Fonte: Relatorio-de-Sustentabilidade-


dos-biocombustiveis-Portugal-2019.pdf (lneg.pt).

3.3.2. DIMENSÃO DO MERCADO E ANÁLISE DAS FONTES DE


ABASTECIMENTO DE MATÉRIAS-PRIMAS

Matérias Primas

 Colza

É uma planta crucífera utilizada para a extração de óleo que depois de refinado é usado
para a produção de biodiesel ou óleo alimentar. O Canadá e Europa são responsáveis por
60% da produção mundial, tendo Portugal entrado na exploração desta cultura em 2015. A
indústria SOVENA assegurou a compra de toda a semente produzida com vista à produção
de biodiesel. Uma das exigências da produção de biodiesel é que provenha de matérias-
primas sustentáveis, o que significa que as sementes de colza destinadas à produção de
biodiesel, terão de passar por um processo de certificação da sua sustentabilidade
[ CITATION Sim \l 2057 ].

 Soja

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Projeto – Produção de Biodiesel

A soja tem um papel bastante expressivo na economia mundial, uma vez que esta planta
tem uma enorme participação na indústria alimentar, agricola e também energética com a
sua contribuição como matéria-prima na produção de biodiesel.

O mercado europeu é cada vez mais relevante para o setor de exportação de soja dos EUA,
tendo triplicado em. Em 2018 Portugal importou aproximadamente 350.000 toneladas de
soja provenientes dos EUA, o que representa um crescimento de cerca de 18% face a 2017
[ CITATION Agr \l 2057 ].

Na imagem seguinte podemos observar a contribuição dos principais produtores mundiais


de soja em 2018.

Participação dos principais produtores mundiais de Soja em


2018
4% 14%
33%

17%

32%

EUA Brasil Argentina China Outros

Figura 17 - Participação dos principais produtores de soja em 2018. Fonte: USDA 2018.

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Projeto – Produção de Biodiesel

Verifica-se que o Brasil e EUA são os paises que produzem soja em larga escala, seguidos
da Argentina. Num gráfico mais recente, retratado na figura 18, verifica-se que os EUA
que estavam no topo da lista, perderam a liderança para o Brasil, com uma diferença
assentuada de cerca de 28 milhoes de toneladas de diferença.

Figura 18 – Produção de soja em 2020 em milhões de toneladas.


Fonte:https://revistaoeste.com/economia/um-grafico-animado-mostra-o-crescimento-da-producao-
mundial-de-soja/

Será importante perceber se a nível europeu se pretende apostar nesta matéria-prima como
um contributor importante na produção de Biodiesel, apostando em culturas próprias.

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Projeto – Produção de Biodiesel

Atualmente em Portugal, não é permitido o despejo do OAU (Óleos alimentares usados )


nos esgotos, sendo obtigatória a sua entrega a recolhedores autorizados ou à sua deposição
dos contentores de resíduos sólidos para posterior encaminhamento para aterros.

Os óleos alimentares usados são um resíduo resultante dos hábitos alimentares tanto a
nivél das familias como das empresas da àrea da restauração que, devido à sua
complexidade e elevado potencial de contaminação dos recursos hidricos, é de extrema
importância a sua correta separação e recolha apropriada.

Cada litro de óleo contamina cerca de um milhão de litros de àgua, e também podem
danificar os sistemas de tratamento das àguas residuais, pelo que os esgotos nunca devem
ser o destino a dar ao óleo usado.

A recolha seletiva dos OAU consiste numa separação que proporciona o aproveitamento
de uma matéria-prima com elevado potencial de recuparação, podendo ser aproveitado na
produção de sabão e de biodiesel. Por cada 1000 litros de óleos usados é possível produzir
entre 920 e 980 litros de biodiesel. Este processo seletivo dos OAU permite também que,
por cada tonenala de OAU que não é encaminhada para aterro sanitário, se evite a emissão
de cerca de 14 tonelada de gases com efeitos de estufa (GEE) que está associada à
biodegradação na ausência de oxigénio [ CITATION Que21 \l 2057 ].

No gráfico que se segue podemos observar as matérias-primas mais utilizadas em Portugal


no ano de 2020.

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Projeto – Produção de Biodiesel

Figura 19 - Produção de biocombustíveis por matéria-prima nacional, % em volume (2020).


Fonte: ECS.

Pode-se verificar que, segundo a análise do gráfico, a matéria-prima mais utilizada foram
os óleos alimentares usados, seguido do óleo de colza. O facto de os OAU serem o produto
mais usado é bastante positivo no âmbito ambiental e de sustentabilidade.

Importa ainda referenciar a origem geográfica das principais matérias-primas na tabela


seguinte é apresentada informação quanto à origem das matérias-primas mais utilizadas
para a produção nacional de biocombustíveis. Destaca-se a elevada dispersão por todo o
mundo, em especial no que diz respeito aos OAUs, como anteriormente referenciado.

Tabela 5 – Origem das matérias-primas utilizadas para a produção para o mercado nacional de
FAME e HVO (2020). Fonte: ECS.

Matéria-prima País de origem


Soja Brasil – 98,8%; USA – 1,1%; Ucrânia – 0,1%
Colza Canadá – 64,3%; Espanha – 19,5%; França – 6,9%;
Austrália – 5,5%; Ucrânia – 3,1%; Portugal – 0,6%
Oleína de palma Indonésia – 56,9%; Colômbia – 22,6%; Malásia –
18,1%;

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Projeto – Produção de Biodiesel

Guatemala – 2,3%; Honduras – 0,1%


Óleos Alimentares Usados Espanha – 37,0%; Portugal – 10,7%; Malásia – 15,8%;
(OAU) Arábia Saudita – 7,4%; Holanda – 5%; Japão – 4,5%;
China
– 3,2%; o restante disperso por mais 40 países em
todosos continentes
Gorduras Animais (GA) Bélgica – 51,4%; Portugal – 48,6%
Oleínas ácidas Marrocos – 35,8%; Portugal – 35,6%; Grécia – 7,4%;
Equador – 7,3%; Paraguai – 6,7%; Argentina – 5,9%;
Espanha – 1,4%
Glicerina não refinada Portugal – 77,0%; Espanha – 19,0%; Argentina – 4,0%
Lamas de depuração Portugal – 75,5%; Espanha – 24,5%
Resíduos da indústria das Portugal – 98,3%; Espanha – 1,7%
margarinas e molhos
Triglicéridos de azeite Espanha – 65,9%; França – 25,3%; Portugal – 8,7%
(depois da extração do
esqualeno)

Verifica-se que os OAU importados provêm essencialmente de Espanha, a soja provém


maioritariamente do Brasil e a colza provém de vários países de diferentes continentes.

3.4. MECANISMOS DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTO E MATÉRIA-PRIMA

Nos desafios ligados às alterações climáticas, como a entrada em vigor do Acordo de Paris
a 4 de novembro de 2016, a neutralidade carbónica foi definida como uma das prioridades
do Governo português até 2050. Portugal irá participar nos próximos anos na Aliança para
a Descarbonização dos Transportes, cujo objetivo passa por produzir um mapa de soluções
integradas que ajudem a alcançar o objetivo de redução de emissões de GEE e travar o
aquecimento global. O setor energético tanto europeu como global, encontra-se num
processo de profunda transformação, tornando-se fundamental que ocorram mudanças que
influenciem os produtores, os operadores e reguladores de energia, bem como os próprios
consumidores, pois são esses que interagem no mercado energético. [ CITATION Gon20 \l
2070 ].

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Projeto – Produção de Biodiesel

O projeto de unidade fabril desenvolvido tem como objectivo a caracterização de produção


de biodiesel por reaçao de transterificação com catálise àcida heterogénea, em que os
triglicéridos provenientes dos óleos alimentares, vão reagir com o metanol. Assim sendo,
as principais matérias-primas a ser usadas neste projeto, são os óleos alimentares,
provenientes de óleos alimentares usados (OAU) e o metanol. O catalisador a ser utilizado
é um catalizador heterogéneo à base de açúcar, especificado no processo de patente
industrial.

O biodiesel é totalmente miscível em óleo diesel mineral, além de terem características


físico-químicas semelhantes, tendo inclusive melhor lubricidade. Dados dos fabricantes de
peças auto mostram que 2% de biodiesel adicionados ao diesel aumentam em cerca de
50% a lubrificidade do combustível, aumentando, consequentemente, a vida útil das peças
desses motores. O biodiesel é um combustível com propriedades muito semelhantes às do
gasóleo. Esta semelhança permite utilizar o biodiesel como um combustível alternativo nos
veículos com motor diesel, quer puro, quer em mistura com o gasóleo [CITATION
MarcadorPosição1 \l 2070 ].

A reciclagem de OAU para a produção de biodiesel oferece uma alternativa sustentável


para a valorização de um resíduo problemático, contribui para a redução da poluição
ambiental, assim como, para a redução da dependência de combustíveis fósseis e
paralelamente pode ser uma fonte de rendimento significativa. No entanto, os benefícios
potenciais de reciclagem de OAU são também muitas vezes desconhecidos pelas entidades
públicas que, ao mesmo tempo devem promovê-los, isto deve-se à definição atual incerta
do OAU (resíduo ou um subproduto) o que pode conduzir a vias de manuseamento
diferentes [ CITATION Par15 \l 2070 ].

Recolha

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Projeto – Produção de Biodiesel

Para a recolha de OAU um dos principais sistemas a ser implementado é o proveniente do


sector doméstico que requer a participação de diversos intervenientes. Geralmente, quem
estabelece o funcionamento do sistema é uma autoridade local, seja o município ou uma
agência de energia local, tendo depois continuidade através de entidades privadas ou
públicas/privadas que vão fornecer os serviços para realizar a recolha. O método mais
usual de recolha é o dos contentores de recolha públicos, estando estes localizados em
pontos de fácil acesso, como por exemplo, escolas, estacionamentos e supermercados.

A maior parte do OAU recolhido é utilizado para a produção de biodiesel, nalguns casos
pode ser utilizado para aplicações industriais ou para a produção de energia. Na maioria
dos casos, o biodiesel produzido é vendido no mercado ou parcialmente devolvido às
autoridades locais para ser incorporado na frota de transportes públicos. O preço do OAU
depende da sua qualidade, da quantidade e do sistema de certificação aplicado [ CITATION
Par15 \l 2070 ].

A cadeia de abastecimento de OAU para a produção de biodiesel envolve muitas vezes


pequenos produtores de matéria-prima com infraestruturas de recolha locais. Em muitos

casos, os operadores de recolha de OAU podem enviar o OAU diretamente para a


produção de biodiesel e podem estar envolvidas várias etapas na recolha e agregação de

OAU.

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Projeto – Produção de Biodiesel

Figura 20 - Cadeia de valor de OAU para Biodiesel. Fonte: ECS.Fonte: (Paraiba &
Oliveira, 2015).

Também pode haver alguma filtragem básica e um pré-tratamento para remoção de


impurezas, tais como, água e restos de alimentos antes do OAU ser vendido aos produtores
de biodiesel [ CITATION Ham13 \l 2070 ].

Na Figura 20 podemos observar um exemplo de uma cadeia de valorização dos óleos


usados.

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Projeto – Produção de Biodiesel

Para além da recolha de OAU ao nível doméstico, será também implementado um sistema
de recolha em parceria com vários estabelecimentos de hotelaria, restauração e escolas.
Este sistema apresenta vantagens económicas para o processo e também de logística para
os mesmos estabelecimentos que têm de cumprir as normas de gestão de resíduos pois o
despejo de OAU nos esgotos é proibido em Portugal, o que obriga a sua entrega a
recolhedores autorizados ou à sua deposição nos contentores de resíduos sólidos para que
possam ser encaminhados para aterros.
Como estas duas estratégias de obtenção de matéria-prima poderão não ser suficientes para
suprir as necessidades de produção, teremos de recorrer a empresas de recolha e revenda
de OAU como é o caso da empresa Oleotorres. A Oleotorres é uma empresa que labora há
mais de duas dezenas de anos em várias atividades, sendo uma delas a recolha, reciclagem
e gestão de óleo alimentar usado (OAU), proveniente da indústria da restauração, hotelaria
e outros produtores destes resíduos. Com o apoio e colaboração da Agência Portuguesa do
Ambiente, presta este tipo de serviço em cerca de 80 municípios a nível nacional, para
recolha de resíduos alimentares no sector doméstico. Neste momento a empresa dedica-se
à recolha, transporte, transformação, tratamento e reutilização de vários resíduos de
diferentes origens, tais como OAU, margarinas, manteigas, sabonetes, rolhas de cortiça e
outros resíduos.

Gestão de Resíduos

 Após uma triagem o resíduo é despejado cuidadosamente num depósito apropriado


passando por uma rede onde é feita uma pré-filtração;
 Após a pré-filtração, o resíduo é bombeado para um decantador, onde é feito
tratamento de pré-decantação física. O resíduo fica livre de água e dos resíduos
sólidos;

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Projeto – Produção de Biodiesel

 O resíduo decantado passa por um equipamento de centrifugação, onde finalmente


se obtém o resíduo limpo;
 O óleo limpo é armazenado em tanques pronto a ser expedido ou submetido a um
processo de refinação físico-químico.

A principal dificuldade da utilização do OAU como um recurso para a produção de


biodiesel é o seu teor de impurezas tais como, os ácidos gordos livres (Free Fatty Acid -
FFA) e a água. Isto torna necessário o pré-tratamento do OAU antes do processo de
transesterificação, devido aos seus efeitos significativos adversos no processo.

Consequentemente, a qualidade e o preço do OAU são determinados pelos valores de


acidez e de saponificação. Se o teor de FFA do OAU for superior a 3% podem vir a
ocorrer problemas significativos no processo de transesterificação. Uma grande quantidade
de FFA em combinação com a humidade leva a uma elevada formação de sabão e
hidrólise, respetivamente [ CITATION Par15 \l 2070 ].

Transporte

A portaria nº 335/97, de 16 de maio regula o transporte de resíduos ressalvando que os


mesmos podem ser transportados pelo produtor ou detentor dos resíduos ou, ainda, por
entidades que procedam à gestão de resíduos, devendo ser observado os requisitos
estabelecidos na legislação específica de resíduos:

 Resíduos líquidos e pastosos devem ser transportados em embalagens estanques,


não podendo exceder 98% da capacidade do recipiente;
 Todas as embalagens que transportam os resíduos devem ser acomodadas no
veículo de forma a não existir movimentação das mesmas;

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Projeto – Produção de Biodiesel

 Se no transporte, na carga ou descarga, ocorrer algum derrame, a zona contaminada


deve ser imediatamente limpa, recorrendo a produtos absorventes, quando se trate
de resíduos líquidos ou pastosos.

Na figura 21, pode-se observar o ciclo dos óleos alimentares usados desde a sua origem até
ao seu processo de transformação.

Figura 21 - Ciclo dos OAU. Fonte:[ CITATION Par15 \l 2070 ].

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Projeto – Produção de Biodiesel

3.5. LOCALIZAÇÃO DA UNIDADE FABRIL

Para a determinação da localização pretendida para a nossa unidade fabril, consideramos


alguns fatores, em primeiro procuramos instalar a nossa fábrica em território nacional, uma
vez oferecer um bom acesso ao mercado Europeu, é um país com mão de obra disponível e
gente qualificada, contribuindo ainda para produtividade da economia Portuguesa.
Dentro do território nacional procuramos em primeiro lugar, aproveitar antigas instalações
já existentes e que estejam desativadas de modo a sua reconversão.
Ainda dentro do território nacional, procuramos instalar a nossa unidade fabril no interior
do país, por diversas fatores entre os quais pelo facto de Nelas, estar enquadrado como um
dos municípios identificados como territórios de baixa densidade, também designados por
territórios do interior, de acordo com a deliberação da CIC Portugal 2020, o tratamento
diferenciado destes municípios, critérios de bonificação pela majoração da taxa de apoio,
estes benefícios fiscais para empresas, vão desde taxas reduzidas de IRC, majoração de
20% das deduções ou deduzir à coleta de IRC até 12% dos lucros retidos que sejam
reinvestidos em aplicações relevantes, outro fator incidiu na procura de reforçar a criação
de emprego que é carente no interior de Portugal, de modo a ser uma atração e fixação de
população, com migração inversa (do normal), ou seja, do litoral para o interior, criar
assim impulso económico substancial pelos empregos diretos e indiretos.
Dentro da região interior procuramos uma zona com boa acessibilidade de transportes, seja
rodoviária, ferroviária e com rápido acesso a zona portuária.
Conjugados estes pressupostos identificamos as antigas instalações da companhia
portuguesa dos fornos elétricos, em canas de Senhorim, adiante designada por CPFE.
O conjunto fabril da CPFE em Canas de Senhorim, no conselho de Nelas, ocupa a área de
250 000 m2 , da qual 20 000 m2 em edifícios
A posição da fábrica, situada no centro/interior de Portugal, é favorecida sob o ponto de
vista de transportes pois, beneficia de uma boa localização geográfica com estradas que
ligam á fronteira de Vilar Formoso e ao litoral, com acessos à A25,IC12,IP3, dispõe ainda

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Projeto – Produção de Biodiesel

de ramais privativos ligados à rede ferroviáriada Beira Alta, que pertime realizar facilitar o
escoamento dos produto ou importações da máteria prima, entrando facilmente por
Espanha, via Vilar Formoso.
Fica ainda perto do porto maritimo de Aveiro, cerca de 100 quilometros, do porto
maritimo da Figueira da Foz, cerca de 110 quilometros e do porto maritimo de Leixões
cerca de 150 quilometros, para possiveis exportações dos produto e/ou importações de
matéria prima.
A localização é boa, do ponto de vista de abastecimento de energia elétrica, visto que as
instalações fabris se encontram próximo de centrais que as alimentam, estando também
ligadas diretamente à rede elétrica primária do País. A potência instalada nas subestações é
de 27 000 KVA.
Tem uma vasta área para expansão, para a construcão de novas infraestruturas além da
reabilitacao das já existentes, com intencão de criar complexos com capacidade de
producão, armazenamento, criação de polos de investigacao; laboratório de controlo de
qualidade  entre outros.
A sua localizacao está geograficamente bem munida de empresas de recolha e
gestão de óleo alimentar usado ,em muitos locais do distrito de Viseu de Aveiro e
Coimbra.

Fig
ura 22 – Fotografia panorâmica das antigas instalações da Companhia Portuguesa de Fornos

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Projeto – Produção de Biodiesel

Elétricos, em Canas de Senhorim, no concelho de Nelas. Fonte: https://sicnoticias.pt/pais/2019-06-


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3.6. FIXAÇÃO DA CAPACIDADE DA INSTALAÇÃO

De forma a garantir níveis de produção competitivos, não nos cingindo apenas ao mercado
nacional, e com o principal intuito do escoamento dos nossos produtos para mercado
Europeu, e após análise realizada ao mercado interno nacional, no que diz respeito a
produção de biodisel, em que as grandes produtoras nacionais a operar no mercado de
biocombustíveis que respentam o cumprimento da norma europeia de qualidade EN14214
são : Iberol – Sociedade Ibérica de Biocombustíveis e Oleaginosas, S.A.; Fábrica
Torrejana, S.A.; Prio Biocombustíveis, S.A.; Biovegetal – Combustíveis Biológicos e
Vegetais, S.A. e Sovena Oilseeds Portugal, S.A.

Tabela 6 - Capacidade de produção, investimento e empregabilidade de diferentes


empresas. (ENSE,2019)

Empresa Capacidade de Investimento bruto Postos de trabalho


produção (ton/ano) total (milhões de €)
Iberol 125 000 30,0 175
Biovegetal 125 000 29,1 300
Fábrica Torrejana 100 000 17,6 162
PRIO BIO 113 880 32,0 108

Verifica se que a média de produção, ronda as 116 000 toneladas/ano, entendemos assim
que devemos inicialmente projetar a nossa unidade fabril para uma capacidade de
produção máxima semelhante, com possibilidade de expansao futura, defenida nas 120
000 toneladas/ano.
Analisados os dados da produção anual nacional de FAME, ronda os 270 000 m3,
assumindo uma massa volúmica média, a 15 ºC, de 860 kg/m3, corresponde a 232 200
tonelada/ano.

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Projeto – Produção de Biodiesel

Como já referido, em Portugal existem 11 Produtores de biocombustíveis (PRGs)


registados na ECS, se apenas nos cingirmos às 5 grandes produtoras nacionais,
referenciadas na tabela 5, corresponde a uma média de 46 440 toneladas/ano, produzido
pora cada uma.

Visto termos um plano inicial ambicioso, de forma a diminuir a carência de importações


nacional e com intuito de expansão internacional no mercado europeu, ambicionamos
deste modo produzir inicialmente 75 000 toneladas/ano, que considerando que irá operar
em regime contínuo de 24 horas, não descartando obviamente dias de férias, e
encerramanto em dias por datas comemorativas de Portugal, contando realizar 8000 horas
de trabalho anuais, deve-se produzir aproximadamente 9375 kg/h de biodiesel.
Em suma, a unidade fabril será direcionada maioritariamente para exportação sem
menesprezar obviamente o mercado nacional, onde pretendemos numa fasse inicial, criar a
nossa unidade fabril com capacidade de produzir 120 000 toneladas/ano, capacidade esta
que inicialmente será de 75 000 toneladas/ano, com o objetivo de gradualmente irmos
aumentando a capacidade de produção.

ISEL – Instituto de Engenharia Química e Biológica


2
Projeto – Produção de Biodiesel

Referências

Adaileh, W. M., & AlQdah, K. S. (2012). Performance of Diesel Engine Fuelled by a


Biodiesel Extracted from a Waste Cooking Oil. Universidade de Taibah:
Departamento de Engenharia Mecãnica.

Agrotec. (s.d.). Revista Técnico-Científica Agrícola. Acesso em 17 de Novembro de 2021,


de http://www.agrotec.pt/

APPB. (s.d.). Associação Portuguesa de Produtores de Biocombustíveis. Acesso em 17 de


Novembro de 2021, de https://appb.pt/

Biofuels explained. (s.d.). Acesso em 17 de Novembro de 2021, de


https://www.eia.gov/energyexplained/biofuels/biodiesel.php

Bussinesscoot. (s.d.). Estudos de Mercado. Aceso em 17 de Novembro de 2021, de


https://www.businesscoot.com/pt/

Direção-Geral de Energia e Geologia. (s.d.). Petróleos e Derivados. Acesso em 17 de


Novembro de 2021, de https://www.dgeg.gov.pt/pt/estatistica/energia/petroleo-e-
derivados/

Directive (EU) 2018/2001 . (s.d.). Em Directive (EU) 2018/2001 of the European


Parliament and of the Council of 11 December 2018 on the promotion of the use of
energy from renewable sources.

DL nº117/2010. (s.d.). Decreto de Lei nº 117/2010 Diário da República, 1.ª série — N.º
207 — 25 de Outubro de 2010.

Howell, S. A. (2016). Discussion on Uses of the Specifications for Biodiesel Fuel Blend
Stock B100 (ASTM D6751) and Biodiesel Blends B6 to B20 (ASTM D7467). Em
Fuels Specifications: What They Are, Why We Have Them and How They Are Used

ISEL – Instituto de Engenharia Química e Biológica


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Projeto – Produção de Biodiesel

(pp. 95-99). Rand and A. Verstuyft (West Conshohocken, PA: ASTM


International.

Ma, F., & Hanna, M. A. (1999). Biodiesel production: a review. Elsevier Science B. V.

Mohamed, M., Chee-Keong, T., Fouda, A., Gad, M. S., Abu-Elyazeed, O., & Hashem, A.
F. (2020). Diesel Engine Performance, Emissions and Combustion Characteristics

of Biodiesel and Its Blends Derived from Catalytic Pyrolysis os Waste Cooking Oil.
MDPI.

PORDATA. (s.d.). Base de Dados Portugal Contemporâneo. Acesso em 17 de Novembro


de 2021, de https://www.pordata.pt/

Portal Energia. (s.d.). Energias Renováveis. Acesso em 2017 de Novembro de 2021, de


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Quercus. (s.d.). Associação Nacional de Conservação da Natureza. Acesso em 17 de


Novembro de 2021, de https://www.quercus.pt/

Ramos , M., Soares, A. P., Puna, J. F., & Bordado, J. C. (2019). Biodiesel Production
Porcesses and Sustainable Raw Materials. MDPI.

Simões, N., Pereira, J., Almeida, R., Neno, C., & Duarte, I. (s.d.). Instituto Nacional de
Investigação Agrícola e Veterinária (INIAV, IP).

De forma a garantir níveis de produção competitivos, não nos cingindo apenas ao mercado
nacional, e com o principal intuito do escoamento dos produto para mercado Europeu, e
após fazer uma ánalise ao mercado interno nacional,no que diz respeito a produção, onde a
média de producao das grandes produtoras nacionais está estabelecido num valor médio de
116 000 toneladas/ano, entendemos que devemos inicialmente estabelecer uma quota
semelhante, com possibilidade de expansao futura, defenida nas 120 000 toneladas/ano, que
tendo em consideracao que se irá operar em regime contínuo de 24 horas, deve-se produzir
aproximadamente kg/h de biodiesel.

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Projeto – Produção de Biodiesel

Em suma, a unidade fabril será direcionada maioritariamente para exportação sem


menesprezar obviamente o mercado nacional , onde pretendemos numa fasse inicial
produzir 120 000 toneladas/ano.

Figura 22 – Foto aérea da possível localização da fábrica. Fonte:


www.belasfazendas.com.br

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Projeto – Produção de Biodiesel

Referências

Adaileh, W. M., & AlQdah, K. S. (2012). Performance of Diesel Engine Fuelled by a


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Projeto – Produção de Biodiesel

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2
Projeto – Produção de Biodiesel

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Investigação Agrícola e Veterinária (INIAV, IP).

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