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Organização do Conhecimento

Profa. Me. Daianny Seoni de Oliveira

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AULA

Estudos epistemológicos da Organização


do Conhecimento

Objetivo:
Introduzir às teorias e sistemas de organização do conhecimento.

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O que são estudos epistemológicos?

● A Epistemologia ou Teoria do Conhecimento é uma das áreas da filosofia que estuda o


conhecimento, a diferença entre ciência e senso comum, a validade do saber científico,
dentre outras questões.

● Existem várias definições para o conhecimento. No dicionário Aurélio, por exemplo,


significa como o “entendimento sobre algo; saber”. Para a epistemologia o
conhecimento é entendido como um conjunto de crenças, sendo necessário
compreender as suas razões.

Assim, o conhecimento poder ser classificado em:

● Científico: análises baseadas em provas.


● Intelectual: raciocínio, o pensamento do ser humano.
● Filosófico: ligado à construção de ideias e conceitos.
● Popular: conhecimento de uma determinada cultura.
● Sensorial: conhecimento comum entre seres humanos e animais.
● Teológico: conhecimento adquirido a partir da fé.

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Organização do conhecimento

Morin (2001) assinala que a Organização do Conhecimento é a


“arte de organizar o pensamento, religar e diferenciar,
contextualizar e globalizar” e quando ressalta “informação e
conhecimento relacionados a contexto e conjunto”. Essas
considerações nos levam a refletir sobre a organização do
conhecimento como um processo de abstrair, contextualizar,
sistematizar e sintetizar que envolve ARTE, CIÊNCIA e TÉCNICA.

O campo da Ciência da Informação e a área da Organização da


Informação e do Conhecimento, buscam teorias e formas de
armazenamento e recuperação da informação.

● Na organização da informação, o conhecimento é gerado com base em


informações previamente organizadas, e para que isso ocorra usamos as
categorizações de assuntos, as classificações, linguagens documentárias,
com uso de métodos e instrumentos para ter um acesso seguro e eficaz ao
universo informacional.

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E o que é um conceito?
● Um conceito reflete nas escolhas teórico-epistemológicas, ou seja, o
conceito pode equiparar-se a ideia, opinião, ponto de vista, com contextos
de análise filosófica e de linguagem.

● Abbagnono (2007) admite a generalidade do termo conceito, advém


principalmente da semântica e da Filosofia. Os conceitos também
apresentam outras características, tais como: compreensão, extensão,
objetivos universais entre outros.

● Nas ciências, os conceitos são usados para separar os objetos de estudo a


fim de identificar objetos de discussão. Como exemplo, temos o conceito
de Informação na Ciência da Informação, que foi discutido muitas vezes
como tentativa de consolidar o termo como objeto de pesquisa na área.

Conceitos e linguagem

● O uso da linguagem é um produto do conhecimento, um instrumento


cognitivo e comunicacional e é utilizado para a construção de conceitos.

● Neste sentido, na área da Organização da informação e do


conhecimento, há estudos sistemáticos sobre a linguagem, semântica e a
pragmática derivado do interesse pela área da mediação da informação e
seu uso em sociedade.

● Esses estudos procuram entender a construção da linguagem e suas


relações nos processos discursivos. Conhecer as regras da linguagem,
reforça a ideia do fluxo adequado entre o conhecimento e a informação.

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Conceitos e as áreas do conhecimento

● A Ciência da Informação é uma área do conhecimento que evidencia um aspecto


importante, a dificuldade de fundamentar seu campo teórico e conceitual, pois reaviva
os conceitos de ciência e informação.

● a Ciência da Informação se caracteriza por um “vazio” conceitual e constitui seus


conceitos utilizando as bases de outras área do conhecimento, tais como Lógica, a
Administração, Linguística, Psicologia, Computação e etc, sendo considerada dessa
forma uma área interdisciplinar.

● Os conceitos utilizados na Organização do Conhecimento, não podem comportar


metáforas, polissêmicas e ser ambíguas, a linguagem natural são espaços de
liberdade, já as linguagens construídas (linguagens documentárias) são precisas, de
significados fixos.

● Cintra et al. (2002), afirma que as linguagens têm função informativa e não
de criação. Assim, pensar conceitos “adequados” nos leva a discutir
conceitos científicos e filosóficos constituído de contextos racionais com
vistas à informação.

● Para formar conceitos, o homem classifica as coisas ao seu redor, é uma


atividade natural e que faz parte do nosso cotidiano. Os principais campos
de orientação, quanto a tipos de classificação, são:

● as ontologias (classificação de seres), as gnosiologias (classificação das


ciências), classificações biblioteconômicas (classificação de livros) e as
informacionais (classificação da informação).

● Desse modo, a visão filosófica é fundamental, pois toda classificação de


documentos é antecedida pela classificação de conceitos.

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Referências
CINTRA, Anna Maria Marques, et.al. Para entender as linguagens documentárias. 2. ed. rev.
e ampl. São Paulo: Polis, 2002. 96p

FRANCELIN, M. M. Ordem dos conceitos na organização da informação e do conhecimento.


Tese em Ciência da Informação. São Paulo: USP, 2010. Orientadora. Profa. Dra. Nair
Yumiko Kobashi.

MORIN, E. A religação dos saberes: o desafio do século XXI. Rio de Janeiro,


Bertrand Brasil, 2001.

TESSER, Gelson João. Principais linhas epistemológicas contemporâneas. Educ. rev.,


Curitiba , n. 10, p. 91-98, Dec. 1994 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
40601994000100012&lng=en&nrm=iso>. access on 06 Mar. 2021.
https://doi.org/10.1590/0104-4060.131

“ somos filhos do cosmos, trazemos em nós o mundo


físico, trazemos em nós o mundo biológico, mas,
com e em nossa singularidade própria em outras
palavras: para enfrentarmos o desafio da
complexidade, precisamos de princípios “
organizadores do conhecimento (grifo nosso)

Morin (2011)

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