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Lição 5 - Cristo e A Sua Igreja
Lição 5 - Cristo e A Sua Igreja
LIÇÃO 5
O
Apocalipse é um livro de mui difícil interpretação. Este fato é reco-
nhecido por todos os estudiosos da Bíblia. O autor deste livro que o
aluno tem em mãos, humildemente confessa que há algumas déca-
das vem estudando os livros escatológicos da Bíblia, notadamente Daniel,
Apocalipse e Zacarias, mas que as dificuldades de interpretação continuam.
O Livro de Apocalipse é o apogeu da revelação divina. É qual um imenso
caudal onde desembocam todos os rios (livros) da revelação divina, tanto os
do Antigo Testamento, como os do Novo Testamento. Oposto do Livro de
Gênesis, que é o livro dos começos, Apocalipse é o das consumações. É
também ele a resposta das orações do povo de Deus em todos os tempos:
“Venha o teu reino”.
Deus divide a humanidade em três grupos: os judeus, os gentios e a
Igreja de Deus (1Co 10.32), e, na Sua Palavra, Ele apresenta uma mensagem
definida para cada um desses três grupos.
O Livro de Daniel, por exemplo, como acabamos de estudar, trata so-
mente de judeus e gentios. Nos Evangelhos temos a manifestação da mensa-
gem divina para a Igreja, e, nas Epístolas, temos a explanação dessa mensa-
gem. Já no Apocalipse, temos a consumação da mensagem final de Deus
para os judeus, os gentios e a Igreja.
Esta Lição apresenta informações introdutórias ao Apocalipse, como a
tríplice divisão do Livro feita por Jesus, o esboço temático dos capítulos e os
sistemas de interpretação existentes, dada a sua complexidade.
Além disso, ao adentrarmos o primeiro versículo de Apocalipse, desfru-
taremos da esplêndida visão de Cristo não crucificado, mas glorificado.
Antes de virarmos a próxima página, elevemos ao Senhor uma humilde e
agradecida oração, como bem-aventurados que somos!
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ESBOÇO DA LIÇÃO
1. Introdução ao Livro de Apocalipse
2. O Esboço do Livro de Apocalipse
3. Sistemas de Interpretação de Apocalipse
4. A Visão de Cristo Glorificado
5. A Visão de Cristo Glorificado (Cont.)
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:
1. Identificar o tema do Livro de Apocalipse;
2. Resumir o esboço do Livro de Apocalipse;
3. Listar os quatro tipos de sistemas usados para a interpretação
do Livro de Apocalipse;
4. Discorrer sobre o ponto central do capítulo 1 de Apocalipse;
5. Mencionar o significado dos sete candeeiros mencionados no
Livro de Apocalipse.
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TEXTO 1
O autor do livro
A autoria de Apocalipse é de João, o Evangelista, conforme declarado
em Apocalipse 1.1,4,9; e 22.8. Seu pai, Zebedeu, era homem de posses, pois
tinha empregados nas atividades pesqueiras que explorava (Mc 1.20). João
foi um dos primeiros discípulos de Jesus (Mc 1.19; Mt 4.21). A ele e Seu
irmão Tiago, Jesus chamou de “Boanerges”, que quer dizer “Filhos do Tro-
vão” (Mc 3.17), talvez, por causa do poder com que testemunhavam. É ele,
sem dúvida, o “discípulo amado” citado em João 13.23; 19.26; e 21.20, que
por modéstia, escondeu-se atrás dessa frase.
João assistiu o julgamento de Jesus e Sua crucificação, demonstrando
assim sua fidelidade, firmeza e amor (Jo 18.15,16; 19.26). Ele integrava o
grupo íntimo de discípulos de Jesus, constituído por três deles (Mc 5.37; Mt
17.1; 26.37; Mc 13.3), a saber: Pedro, Tiago e João.
Irineu, nascido cerca de 130 d.C., discípulo de Policarpo, por sua vez
discípulo de João, afirma que após o retorno do exílio na ilha de Patmos,
João permaneceu em Éfeso até sua morte, no reinado de Trajano. Patmos
era uma ilha árida e rochosa no mar Egeu; escolhida pelo governo romano
para o exílio de criminosos.
Tema do livro
O tema do Livro de Apocalipse é a “Revelação Pessoal de Cristo em
Glória em Sua Vinda”, isto é, Sua revelação pessoal em glória e poder a Israel
e às nações, declarada no primeiro versículo do livro: “Revelação de Jesus
Cristo...”. O texto-chave do livro todo está em 1.7: “Eis que vem com as
nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos
da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém.”. Portanto, o livro não
trata do arrebatamento da Igreja.
TEXTO 2
TEXTO 3
O Sistema Futurista
O sistema mais conhecido é o Futurista, que considera o livro como de
cumprimento futuro. Considera que a Igreja será arrebatada a qualquer mo-
mento, vindo a seguir a Grande Tribulação para Israel e as demais nações da
terra, com os juízos divinos sob as trombetas, selos e taças da ira de Deus.
Há entre os futuristas alguns que ensinam que a Igreja passará pela Tribula-
ção, ignorando o que declara a Palavra de Deus em Apocalipse 3.10; 1
Tessalonicenses 1.10; Romanos 5.9. Esse dia da ira do Senhor é o período
da Grande Tribulação (Ap 6.17).
O Sistema Histórico
Este sistema interpreta o Apocalipse (caps. 6-19) como sendo a história
bíblica da Igreja, compreendendo do século I aos tempos atuais. No entender
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O Sistema Preterista
Interpreta o Apocalipse como tendo se cumprido todas as suas profeci-
as. João descreveu eventos que ocorreram na terra na época do Império
Romano. Seus defensores manipulam datas para tudo, inclusive para os dez
reinos de que fala o Apocalipse, como expressão final do Império Romano. Já
expusemos isso no tratado sobre Daniel. Ora, fatos passados não são mais
profecia, estritamente falando, são história. Entretanto o Livro de Apocalipse
continua dizendo que ele é uma profecia a se cumprir, conforme Apocalipse
1.3; 22.7,10,18,19.
O Sistema Simbolista
É também chamado Idealista e Espiritualista. (Espiritualista aqui, nada
tem com o Espiritismo!). Este sistema de interpretação ensina que no
Apocalipse tudo é simbólico, representando apenas o conflito entre o bem e o
mal. Os simbolistas são, pois, filósofos dualistas, o que os descarta como
cristãos conservadores quanto à Palavra de Deus. No sistema simbolista não
há nada de histórico, nem de profético. O que o livro contém são princípios
fundamentais espirituais. O sistema simbolista do Apocalipse, é portanto, uma
forma de expressão do racionalismo, infelizmente chamado de cristão.
Os racionalistas adeptos dos sistemas Histórico, Preterista e Simbolista
acham que suas próprias opiniões valem mais do que a Palavra de Deus.
Aquilo da Bíblia que não cabe em suas mentes, eles recusam, tratam como
absurdo, como se a Palavra de Deus dependesse do julgamento do homem.
Eles procuram desacreditar o cumprimento literal das profecias de Daniel,
Apocalipse, Zacarias, Ezequiel e outros mais livros da Bíblia e substituem a
inspiração divina pelo raciocínio humano. Noutras palavras: divinizam a razão
humana e desprezam a operação interior do Espírito Santo.
É claro que não estamos aqui para erigir um monumento à ignorância,
mas também, não vamos para o outro extremo, e endeusar a sabedoria huma-
na, como habilmente se expressava o respeitado pastor e professor João
Pereira de Andrade e Silva, de saudosa memória.
Os ensinos bíblicos dos racionalistas, sendo produto exclusivo da razão
humana, são aparentemente perfeitos, mas heterodoxos e sem vida. São como
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uma flor artificial quase perfeita, mas sem vida e sem perfume!
Na linguagem mais franca, chamemos os racionalistas de humanistas.
São discípulos da filosofia maldita de John Dewey, cujo Manifesto Humanista,
publicado em 1932, continua sua obra demolidora ao negar o sobrenatural e
exaltr apenas a ciência e a cultura humanas. A princípio, o humanismo era
apenas uma filosofia. Hoje, é uma religião, um princípio de vida, com multi-
dões de seguidores provenientes de todas as camadas, no mundo inteiro,
inclusive na Igreja.
TEXTO 4
em nosso idioma.
“... Seu anjo...” (v. 1). Refere-se ao anjo de Jesus, conforme Apocalipse
22.16.
A autenticidade do livro (v. 2) está baseada em três testemunhos: a Pala-
vra de Deus, o Senhor Jesus Cristo e o Apóstolo João. Dois testemunhos do
céu e um da terra.
“... Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos
pecados” (v. 5). Quem é este que nos ama, mesmo ainda quando estamos em
nossos pecados? Esta é uma sublime boa-nova! Não é nem preciso dizer o
Seu nome, porque somente existe Um que nos ama assim — Jesus! Ele nos
ama, antes mesmo de nos libertar dos nossos pecados!
O louvor a Jesus Cristo (v. 5): como Profeta, “... a Fiel Testemunha...”;
como Sacerdote, “... o Primogênito dos mortos...” (em Hebreus 7.25 está
escrito que Ele vive sempre para interceder por nós, falando do Seu ministé-
rio sacerdotal a favor dos Seus após ressuscitar dentre os mortos); e como
Rei (“o Soberano dos reis da terra”).
TEXTO 5
realidades espirituais, bem como eventos futuros. Assim, ele recebeu revela-
ções divinas que não seria possível receber estando em circunstâncias co-
muns da vida diária.
Quatro vezes João declara que se encontrou nesse estado: 1.10; 4.2;
17.3; 21.10. Em cada vez que aparece a dita expressão, o apóstolo João
encontra-se em lugar diferente. Em 1.9 ele estava em Patmos (“achei-me na
ilha chamada Patmos...”). No segundo caso, em 4.2, João estava no céu (“...
Sobe para aqui, e te mostrarei... no céu um trono...”). No terceiro caso, em
17.3, ele estava num deserto na terra (“Transportou-me o anjo, em espírito, a
um deserto...”). Finalmente, no quarto caso, em 21.10, ele foi levado a uma
alta montanha, de onde contemplou a santa cidade de Jerusalém celeste (“e
me transportou, no espírito, até a uma grande e elevada montanha...”).
“... no dia do Senhor...” (v. 10). Trata-se do domingo, palavra esta que
vem do latim dominicu, significando do Senhor. João Crisóstomo (354-407
d.C.) diz que esse dia era assim chamado porque nele o Senhor ressurgiu de
entre os mortos. Os líderes cristãos dos séculos posteriores distinguem entre
o sábado judaico e o dia do Senhor.