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CONTROLE DE QUALIDADE NAS INDÚSTRIAS DE RAÇÃO ANIMAL 1

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CONTROLE DE QUALIDADE NAS


INDÚSTRIAS DE Ração animal
Informações imprescindíveis para que sua empresa atenda às
normas de fiscalização e se destaque no mercado.
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Boa leitura!
CONTROLE DE QUALIDADE NAS INDÚSTRIAS DE RAÇÃO ANIMAL 4
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sumário
1. Introdução ..................................................5
2. Qualidade na fábrica de ração .....................6
3. Programas de controle de qualidade ...........8
3.1. Boas práticas de fabricação ...........................8
a.Qualificação de fornecedores e controle de matérias-
primas e de embalagens ............................................9
b. Limpeza/Higienização de instalações, equipamentos
e utensílios ................................................................10
c. Higiene e saúde pessoal .........................................11
d. Potabilidade da água e higienização de reservatório ...12
e. Prevenção da contaminação cruzada ......................13
f. Manutenção e calibração de equipamentos e
instrumentos ............................................................14
g. Controle integrado de pragas .................................15
h. Controle de resíduos e efluentes ............................16
4. Laboratórios internos e externos .................18
5. Conclusão .................................................20
Bônus ...........................................................21
Referências bibliográficas .............................28
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1. introdução
Para os produtores de carnes, grandes prejuízos são causados
pela falta de qualidade das rações oferecidas aos seus rebanhos.
O balanceamento nutricional, a ausência de perigos físicos e de
contaminações microbiológicas são determinantes para o ganho
de peso animal. Também, para donos de animais domésticos, o
controle de qualidade apresentado pelas empresas de rações
determinam a confiança deles na empresa, e a vida de seus
animaizinhos que, hoje, são tratados, por muitos, como membros
da família.

Por isso, cabe as empresas fabricantes de ração preocuparem-


se com a qualidade de sua produção, além de atender normas
específicas do setor. Desde a matéria-prima até as gôndolas do
mercado ou demais estabelecimentos comercializadores de ração
animal, cabe a fábrica assegurar a entrega de produtos seguros
para o consumo animal.
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2. Qualidade na fábrica de ração


A qualidade é determinante para o sucesso em qualquer
empreendimento. Quando falamos em qualidade em indústrias
de alimentos destinados a animais, nos referimos a uma série
de parâmetros a serem observados para o desenvolvimento de
produtos com o menor nível de contaminação possível, de forma
que este esteja seguro para consumo.

Controlar a qualidade então, significa estabelecer critérios a serem


monitorados, e que em conjunto com boas práticas de produção
determinem uma produção segura, sem a perda das características
estabelecidas em legislações para tais alimentos, nem de sua
composição nutricional.

Para ter qualidade é


necessária atenção desde
o projeto da fábrica. Atuar
na qualidade de uma
fábrica de ração animal
envolve assegurar-se
da conformidade da
produção em vários
pontos, não limitando-
se somente à produção
propriamente dita. É
importante à fábrica
atentar-se, dentre outros
pontos, a:

• A construção física,
• A seleção e instalação dos equipamentos,
• Seleção dos fornecedores de ingredientes
• A formulação dos produtos,
• Qualidade dos ingredientes alimentícios (análise laboratorial),
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• Armazenamento dos produtos acabados,


• Manutenção e limpeza dos equipamentos e limpeza geral
da fábrica.

Do ponto de vista empresarial, controlar a qualidade significa


também atender a legislações específicas, e evitar multas geradas
por não conformidades encontradas nas fábricas em processos de
fiscalização.

Existem vários programas para a prevenção de não conformidades,


monitoramento de perigos e verificação de conformidades. As
análises laboratoriais muitas vezes são requeridas como forma
de monitoramento da carga microbiana, composição nutricional,
presença de resíduos químicos de limpeza, resíduos físicos,
alergênicos e transgenia (OGMs) ou identificação de espécies
animais (e/ou) vegetais em rações.

É a forma mais segura de manter o monitoramento contínuo


das matérias primas ou produtos acabados e, com isto, estar
dentro dos parâmetros descritos em legislação nacional ou evitar
embargos com exportação de produtos.
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3. Programas de controle
de qualidade
Com o conhecimento das principais fontes de contaminação dos
alimentos, vários programas foram desenvolvidos com o objetivo de
se estabelecer barreiras para o desenvolvimento de contaminações
nas unidades produtoras de rações, e assim garantir a qualidade
dos produtos, do ponto de vista microbiológico, químico e físico.
A seguir, detalharemos um pouco mais sobre o programa de Boas
práticas de fabricação, requisito mínimo para todas as unidades
produtoras de ração animal.

3.1 Boas práticas de fabricação


As Boas Práticas de Fabricação (BPF) são um conjunto de
orientações para o alcance de níveis adequados de segurança dos
alimentos.

!
Fique ligado: A adoção das BPF em fábricas de ração é um
requisito da legislação vigente (Instrução Normativa nº 4, 23 de
fevereiro de 2007).

De maneira prática, toda unidade produtora e manipuladora de


alimentos deve conter o seu manual de Boas Práticas de Fabricação
que deve ser de conhecimento de toda a equipe. Também, a empresa
deve descrever todos os procedimentos necessários às atividades
de produção e de uso de equipamentos, nos chamados POPs:
Procedimentos Operacionais Padrão, nada mais é que o passo a
passo de como realizar todas as atividades do estabelecimento,
como a limpeza e desinfecção de utensílios, por exemplo. Nesse
passo a passo deve estar contemplado quando, como e onde
realizar os procedimentos.
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!
ATENÇÃO: O POP deve permanecer alocado em local de pronto
acesso para que o trabalhador responsável pela tarefa possa
executá-la corretamente. Para os POPs de equipamentos, o
ideal é que o POP esteja afixado junto dele.

Conforme a legislação os POPs são aplicados, no mínimo,


para os seguintes pontos da cadeia produtiva: Qualificação de
fornecedores e controle de matérias-primas e de embalagens;
Limpeza/Higienização de instalações, equipamentos e utensílios;
Higiene e saúde pessoal; Potabilidade da água e higienização de
reservatório; Prevenção da contaminação cruzada; Manutenção e
calibração de equipamentos e instrumentos; Controle integrado
de pragas; Controle de resíduos e efluentes; Programa de
rastreabilidade e recolhimento de produtos. Iremos detalhar um
pouco mais sobre o conteúdo destes procedimentos mínimos.

a) Qualificação de fornecedores e controle de matérias-


primas e de embalagens
Para evitar possíveis problemas com a produção, no que diz res-
peito à qualidade e uniformidade de matérias-primas e embala-
gens adquiridas de
terceiros, toda em-
presa produtora de
rações deve pre-
zar pelo profundo
conhecimento de
seus fornecedores.
O POP de Qualifi-
cação de fornece-
dores e controle de
matérias-primas
e de embalagens
deve especificar os
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critérios adotados e os procedimentos realizados para qualificar
um fornecedor. Os registros da qualificação devem ser mantidos,
assim como deve estar de pronto acesso uma relação de fornece-
dores qualificados para o fornecimento desses materiais.

É preciso avaliar prazos de entrega, uniformidade de material


entregue, qualidade e carga microbiana, presença ou ausência de
OGMs (de acordo com o que é definido como ideal para a empresa),
ou de produtos de origem animal. Enfim, diferentes critérios que
devem ser determinados pela empresa produtora, de acordo com
seus objetivos e valores.

O controle de qualidade da matéria-prima exige que todos


os ingredientes devem ter amostras para testes qualitativos
rápidos, de pronto acesso. Esse material pode ser utilizado caso
seja detectada uma não-conformidade, com relação padrões de
qualidade pré-estabelecidos.

b) Limpeza/Higienização de instalações, equipamentos


e utensílios
A limpeza dos equipamentos deve seguir protocolo específico, de
forma que seja conduzida sempre de acordo com os padrões da
empresa. A limpeza deve ser realizada por profissionais treinados
e tem como objetivo prevenir a contaminação dos produtos por
perigos físicos, químicos e microbiológicos de processamentos
anteriores. Deve-se ter atenção especial a realização do
procedimento conforme descrito no POP para que sejam
minimizadas as falhas no processo, ocasionando a permanência
de materiais químicos de limpeza que irão contaminar os produtos
fabricados depois da limpeza.

!
ATENÇÃO! É proibido o uso de produto clandestino, sem
identificação e sem regularização na ANVISA. Em momentos de
fiscalização, os produtos utilizados para limpeza e higienização
poderão ser auditados. Os produtos saneantes clandestinos,
geralmente, têm cores bonitas e atrativas, e costumam ser
vendidos em embalagens reaproveitadas de refrigerantes,
sucos e outras bebidas.
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Vassoura? Nem pensar. A limpeza a seco permite que a sujeira que estava
depositada no chão fique em suspensão no ar, podendo contaminar os
alimentos, os equipamentos e os utensílios.

!
Vale a pena destacar: É proibido proceder à limpeza e
desinfecção das instalações e equipamentos durante as etapas
de manipulação dos ingredientes. A higienização dos mesmos
só deve ser feita quando terminada essas etapas.

c) Higiene e saúde pessoal


O sistema de Boas Práticas deve contemplar procedimentos que
descrevam o que é esperado para os colaboradores quanto aos
cuidados mínimos com higiene como: procedimentos corretos
para lavagem de mãos, cuidados com cabelos (curtos, presos e/ou
cobertos por toucas), cuidados com barbas, restrições ao uso de
adornos como brincos e anéis, unhas e demais fatores.

! Atenção: A saúde dos colaboradores deve também ser


monitorada. Manipuladores doentes devem ser afastados, de
forma a evitar a contaminação do produto.
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O monitoramento do cumprimento daquilo que é descrito no


manual de boas práticas e procedimentos de higiene e saúde
pessoal deve ser realizado por quem for destinado a tal papel
(normalmente o Gerente de qualidade) com a frequência e
necessidade estabelecida para tal.

!
#ficaadica: A higienização compreende duas etapas: limpeza
e desinfecção. A limpeza consiste na remoção de sujidades e/
ou outras substâncias indesejáveis, como restos de matérias
utilizadas na produção, gorduras, poeira. Já a desinfecção
é a operação de redução, por método físico ou químico, do
número de micro-organismos a um nível que não comprometa
a segurança do alimento

d) Potabilidade da água e higienização de reservatório


A água é um recurso natural e deve ser usada com critério, evitando
seu desperdício e contaminação, e consequente contaminação do
alimento produzido. Pra garantir que os recursos sejam utilizados
com segurança, procedimento para a verificação e manutenção da
qualidade da água utilizada para higienização e reservatório devem
ser descritos.
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Para verificação da eficácia do procedimento, pode-se realizar


análises físico-químicas e microbiológicas para atestar a
potabilidade da água armazenada.

e) Prevenção da contaminação cruzada


A contaminação cruzada nada mais é do que uma contaminação
originada pelo contato material em processo produtivo com
outros materiais ou subprodutos, pessoas, superfícies, insumos ou
ambientes contaminados.

Assim, devem ser observados no processo produtivo de rações: o


fluxo do produção, de forma que materiais limpos não permaneçam
em contato com materiais sujos, o fluxo de pessoas e EPIs
(equipamentos de proteção individual), o controle das matérias
primas de origem animal, aditivos, limpeza de equipamentos e
outros.
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As contaminações podem ser de origem biológica (microrganismos


causadores ou não de doenças), química (por exemplo produtos
utilizados na limpeza de equipamentos que podem causar doenças
ou intoxicações aos animais) e física (farpas de madeira e pequenas
peças de maquinários).

A IN 04/2007, regulamenta que a empresa que trabalha com a


fabricação de alimentos para consumo animal deve ter descritos
procedimentos referente à prevenção de contaminação cruzada, e
nele deverá descrever as formas e pontos de possível ocorrência
de contaminação cruzada, assim como as medidas de controle e
prevenção.

f )Manutenção e calibração de equipamentos e


instrumentos
A manutenção e calibração de equipamentos e instrumentos tem
como objetivo principal a garantia da confiabilidade e segurança
dos equipamentos. Cabe as unidades produtoras de alimentos
providenciar procedimentos para a manutenção, verificação,
limpeza e monitoramento das ações relacionadas a cada
equipamento crítico.
CONTROLE DE QUALIDADE NAS INDÚSTRIAS DE RAÇÃO ANIMAL 15
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!
#ficaadica: Equipamentos
que recebem manutenção
periódica tem uma vida
útil prolongada. Além
disso, problemas de
funcionalidade podem
ser previstos. Com isso,
interrupções inesperadas
das atividades da fábrica
podem ser evitadas,
reduzindo-se perdas.

g) Controle integrado de pragas


As pragas urbanas como ratos, formigas, pombos e baratas, além
de serem incômodas, muitas vezes podem ser veículos de doen-
ças. Assim, a presen-
ça dessas pragas em
indústrias de ração
deve ser rigorosa-
mente monitorada.

O sistema de Con-
trole Integrado de
Pragas visa impedir
que animais se ins-
talem ou, que per-
maneçam em deter-
minado local. Para
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um controle eficaz, são importantes ações para a remoção ou a


limitação de fontes de alimento, água e abrigo. Para tal, deve-se
conhecer os hábitos das espécies a serem combatidas, o seu ciclo
de vida, alimentação e reprodução. A partir destas informações,
ações de controles devem ser planejadas, executadas e monitori-
zadas. Essas ações podem ser baseadas no controle e no combate,
com a ação de produtos químicos, como medida de erradicação da
espécie no local.

Deve-se atentar-se para o fato de que algumas vezes, ainda que


o local esteja limpo e com boa infraestrutura, as pragas invadem
o local ao serem transportadas dentro de caixas de papelão
utilizadas no recebimento de mercadorias, embalagens plásticas
que envolvem os alimentos, e até mesmo nos pallets de madeira.
Obras e reformas também favorecem o aparecimento de pragas
pelo fato de aumentarem os locais de abrigo. Limpezas de lotes,
obras em propriedades vizinhas e até mesmo queimadas devem
ser previstas em planos emergenciais de combate, já que o habitat
das pragas podem ser perturbados, implicando na movimentação
delas, com possível infestação.

h) Controle de resíduos e efluentes


Com o constante objetivo de produzir alimentos seguros, a unidade
fabril deve estabelecer POP de Controle de resíduos e efluentes cujo
objetivo principal é padronizar o tratamento dos resíduos gerados
na produção, evitando contaminação cruzada, acesso a pragas e
contaminação ao meio ambiente.
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!
ATENÇÃO! O trajeto de remoção do lixo deve ser por local
diferente de onde entram as matérias-primas, para que
ambos não entrem em contato, evitando a contaminação.
Na impossibilidade, utilize horários diferentes! Se o lixo for
coletado por empresas especializadas, o contrato deve indicar
o destino dos resíduos e as notas fiscais deverão permanecer
no próprio estabelecimento.
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4. Laboratórios internos
e externos
Variações de um produto por diferentes lotes são extremamente
indesejáveis e geram reclamações, retrabalho e custos
desnecessários a produção. Um sistema de acompanhamento
da qualidade da cadeia produtiva, permite um fácil controle dos
pontos críticos da produção, diminuindo a variabilidade do mesmo.
Além disso, envolve registros analíticos que contribuem para o
atendimento das legislações nacionais quanto a embalagens e
rotulagem.

O departamento de controle de qualidade de uma indústria


normalmente é constituído por um laboratório onde as análises
iniciais de controle são realizadas. Nele são verificados padrões de
segurança alimentar e de atendimento regulatório em matérias
primas e produtos acabados. Muitas vezes, as análises realizadas
na indústria são complementadas por análises realizadas em
laboratórios externos, algumas vezes por necessidades de
certificados de análises de
laboratórios acreditados
por órgãos de fiscalização
e outras vezes pela
intenção de se reduzir
custos com pessoal e
estrutura laboratorial.

Investir em um laboratório
interno muitas vezes
apresenta-se como um
custo demasiadamente
alto para a empresa
produtora que prefere,
portanto, realizar suas
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análises em laboratórios terceirizados. Esta opção é acertada


quando o volume de amostras é muito pequeno.

!
#ficaadica: É imprescindível que a equipe de gestão da
qualidade das indústrias esteja sempre atenta a legislação que
envolve seus produtos, para que não sejam “pegos de surpresa”
em processos de auditoria ou fiscalização, e com isso, sejam
penalizados.

Existem legislações específicas para cada produto, e também


algumas legislações envolvem gêneros alimentícios em geral
que devem ser monitoradas. Um exemplo é a lei de rotulagem
que é válida em todo o território nacional que torna obrigatória
a rotulagem específica de alimentos vendidos embalados e que
contenham em sua constituição matérias primas de origem
geneticamente modificada, sejam eles para consumo humano ou
animal. Conhecida como lei dos transgênicos, a legislação aplica-
se a todos os produtos vendidos embalados, e não somente para
sementes de milho e soja, como erroneamente é interpretada. Para
o atendimento desta norma, por exemplo, análises laboratoriais
específicas são requeridas, podendo ser feitas pela técnica de
PCR. Nem sempre o laboratório de controle de qualidade interno
possui os equipamentos necessários para a detecção de OGMs
com a sensibilidade necessária, já que são equipamentos de maior
investimento, o que faz com que, na maioria das vezes, a equipe de
qualidade encaminhe as amostras para laboratórios terceirizados,
especializados em biologia molecular.
CONTROLE DE QUALIDADE NAS INDÚSTRIAS DE RAÇÃO ANIMAL 20
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5. Conclusão
Neste e-book abordamos itens que auxiliam os responsáveis pelo
setor qualidade na condução de seus trabalhos visando a sanidade
do produto, redução de perdas na fabricação e melhoria contínua.

Estar atento e cumprir as normas do meio onde atua (sejam elas


nacionais ou regionais) utilizando corretamente: os programas de
gerenciamento de qualidade, as análises laboratoriais obrigatórias
e as de controle, promovem a oferta de produtos seguros para o
consumo.

Ter uma produção em conformidade com os padrões exigidos pela


fiscalização, evita multas, embargos ao produto e até penas mais
severas como fechamento da empresa. Além disso, ficando atento
e respeitando todas essas questões, sua empresa e produtos se
destacarão no mercado, em virtude da qualidade que apresentam.
CONTROLE DE QUALIDADE NAS INDÚSTRIAS DE RAÇÃO ANIMAL 21
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Bônus
Fiscalização e registro de produto
destinado a consumo animal

Introdução
Como medida de monitoramento da entrega de produtos seguros
para o mercado, os órgãos de inspeção federal realizam programas
de fiscalização, com base na verificação do cumprimento das
normas específicas para as indústrias e estabelecimentos de
alimentos.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA


- é o órgão responsável pela regulamentação assim como,
pela fiscalização de estabelecimentos fabricantes de produtos
destinados à alimentação animal. Os estabelecimentos nos quais
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houver fabricação, fracionamento, importação, exportação e


comercio de rações ou insumos relacionados a rações (premix,
núcleos, alimentos para animais de companhia, ingredientes e
aditivos), destinados a alimentação animal devem ter registro no
MAPA, nas unidades descentralizadas deste órgão. Para tal, tais
estabelecimentos devem monitorar a legislação vigente.

A fiscalização tem sido cada vez mais rigorosa, o que de certa


maneira é bem positivo do ponto de vista do consumidor e possui,
como principal objetivo monitorar as condições higiênico sanitárias
nos processos de fabricação das rações, bem como a conformidade,
rastreabilidade, e inocuidade dos produtos disponibilizados no
mercado (interno e/ou externo)

É bom saber: A fiscalização das unidades produtoras é executada pelos


Fiscais Federais Agropecuários por meio de vistorias, fiscalizações e
auditorias para verificação do atendimento da legislação.

!
Fique atento!! Os estabelecimentos devem cumprir o que
determina a Instrução Normativa nº 04/2007, no que se refere
às Boas Práticas de Fabricação (BPF) e condições higiênico-
sanitárias das fábricas.

Como registrar os produtos


e estabelecimentos
Para registro de empresas e produtos, os pedidos devem seguir
o disposto nas normas do Decreto 6.296/07, que regulamenta
a Lei 6.198/74. Esses pedidos devem ser encaminhados para o
serviço responsável pela fiscalização de insumos pecuários, na
Superintendência Federal de Agricultura (SFA) do estado onde se
localiza a empresa.
CONTROLE DE QUALIDADE NAS INDÚSTRIAS DE RAÇÃO ANIMAL 23
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Nem todos os produtos destinados à alimentação animal precisam


de registro. No entanto, toda produção deve ser relatada ao MAPA

Conforme a IN42/2010, alguns produtos isentos de registro são:

1. O produto destinado à alimentação animal classificado como


suplemento para ruminante, premix, núcleo, concentrado, ração
e os ingredientes listados no Anexo III desta Instrução Normativa
(Farelo de soja, Farelo de trigo, Farelo de algodão, Farelo de glúten
de milho, Gérmen de trigo);
2. Os grãos e sementes in natura e fenos de que trata o inciso II do
art. 20 do Regulamento aprovado pelo Decreto nº 6.296, de 11 de
dezembro de 2007, que sofrerem apenas o processo de moagem e
que mantenham as suas características nutricionais;
3. Os ingredientes e aditivos utilizados na alimentação humana e
susceptíveis de emprego na alimentação animal listados no Anexo
IV descritos na IN42/2010.

Se o seu produto se encaixa como isento de registro, você deve


encaminhar ao ministério antes do início da fabricação, um
relatório de produção e um de produtos isentos de registro no
CONTROLE DE QUALIDADE NAS INDÚSTRIAS DE RAÇÃO ANIMAL 24
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seguinte formato:

1. Planilha no formato digital: mensalmente, até o décimo dia do


mês subsequente, através de email.
2. Cópia impressa e assinada do relatório de produção do
ano anterior: Anualmente até o dia 15 de janeiro de cada ano
subsequente.

Uma vez o produto devidamente registrado ou declarado como


isento de registro, a manutenção dos cuidados necessários para a
produção segura devem ser mantidos. As legislações que envolvem
a fabricação dos produtos deve ser observadas, assim como aquelas
relacionadas a comercialização.

Rotulagem
Introdução
Os rótulos dos produtos para alimentação animal têm por função
muito mais do que tornar a embalagem mais amigável e bonita ou
fixar uma marca na mente do consumidor. Seu objetivo principal é
informar ao consumidor tudo o que é necessário a ele saber sobre
aquele produto. Informações como
marca, prazo de validade, composição
nutricional, ingredientes, condições de
estocagem entre outras, fazem toda a
diferença entre levar ou não o produto.

A Agência Nacional de Vigilância


Sanitária (ANVISA) conceitua rótulo
como sendo “toda inscrição, legenda
e imagem ou, toda matéria descritiva
ou gráfica que esteja escrita, impressa,
estampada, gravada ou colada sobre
a embalagem do alimento”. Cabe aos
CONTROLE DE QUALIDADE NAS INDÚSTRIAS DE RAÇÃO ANIMAL 25
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estabelecimentos de alimentos embalados selecionar o material


obrigatório e facultar demais itens a serem destacados no rótulo
sobre seu produto.

Mas afinal, o que é obrigatório no rótulo?


Nem tudo que está no rótulo tem a obrigatoriedade de
estar perante a legislação. Mas existem itens que devem
compulsoriamente estar presentes para que o rótulo esteja
em conformidade com o descrito na legislação brasileira. Esta
descrição, para rações, pode ser encontrada na Instrução
Normativa 22/2009 de 04 de junho de 2009, MAPA.

Destacamos alguns itens obrigatórios aos rótulos de rações:


I - classificação do produto;
II - nome do produto;
III - marca comercial, quando houver;
IV - composição básica qualitativa, exceto veículos e excipientes;
V - eventuais substitutivos, quando houver;
VI - níveis de garantia;
VII - conteúdo ou peso líquido;
VIII - tabela de referência nutricional, quando prevista em
regulamento específico;
IX - indicação de uso;
X - espécie(s) e categoria(s) de animal(is) a que se destina;
XI - modo de usar;
XII - cuidados, restrições, precauções, contraindicações,
incompatibilidades, período de carência, quando couber;
XIII - a expressão “Produto Isento de Registro no Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento” ou “Produto Registrado
no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sob o
nº....”; conforme o caso;
XIV - nome empresarial, endereço completo, nº de inscrição no CNPJ
e telefone de atendimento ao consumidor do estabelecimento
fabricante, fracionador ou importador;
XV - a expressão “Indústria Brasileira”, quando fabricado no Brasil
CONTROLE DE QUALIDADE NAS INDÚSTRIAS DE RAÇÃO ANIMAL 26
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ou a identificação do país de origem, no caso de produto importado


e a expressão: “Produto Importado”.
XVI - nome empresarial e endereço, incluindo o país de origem, do
fabricante, no caso de produtos importados;
XVII - data da fabricação - indicando claramente o dia, mês e o ano
em que o produto foi fabricado;
XVIII - data ou prazo de validade - indicando claramente o dia, o
mês e o ano; XIX - prazo de consumo, quando couber;
XX - identificação do lote: indicar a numeração sequencial do lote;
XXI - condições de conservação;
XXII - o carimbo oficial da inspeção e fiscalização federal, conforme
modelo constante do Anexo II desta Instrução Normativa;e
XXIII - a expressão: “Uso Proibido Na Alimentação de Ruminantes”,
quando houver ingredientes de origem animal na composição do
produto.

A legislação traz ainda, itens facultativos ao rótulo, também aquilo


que não deve conter nos rótulos.

!
Fique atento: os itens de rotulagem obrigatória
prevista pela ANVISA para produtos voltados para
alimentação humana se assemelham em alguns itens
obrigatórios. É o caso da legislação de transgênicos,
que traz que os produtos destinados à alimentação
animal que contenham, sejam derivados ou
produzidos a partir de Organismo Geneticamente
Modificado - OGM devem atender aos princípios de
rotulagem fixados em normas específicas.
CONTROLE DE QUALIDADE NAS INDÚSTRIAS DE RAÇÃO ANIMAL 27
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Considerações
Vimos com todo este material que a clareza de informações mínimas
na embalagem tem extrema importância para o consumidor,
sendo as informações do conteúdo determinantes no momento da
compra.

Vimos que existem legislações específicas e gerais para a rotulagem,


e que estar em dia com elas previne o fabricante de multas e demais
implicações legais.

Vimos também que o MAPA é o órgão responsável pela


regulamentação assim como, pela fiscalização de estabelecimentos
fabricantes de produtos destinados à alimentação animal.

Produtos destinados a alimentação animal, assim como unidades


produtoras, devem ser registrados junto ao ministério, sendo que
em casos de isenção de registro, o ministério deve ser informado
sobre os produtos isentos em formulário específico e antes do início
da produção destes.
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Referências bibliográficas
http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_prd_industr/
tec_acucar_alcool/161012_gest_qual.pdf

http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/5946/1/PG_
CEEP_2014_1_07.pdf

https://www.infoescola.com/administracao_/historia-da-
qualidade/

https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/
controle-de-qualidade-dos-alimentos-na-industria/50670

http://cinciaetecnologiadealimentos.blogspot.com.br/2012/09/
pop-e-ppho-qual-diferenca.html

http://boaspraticasnet.com.br/controle-integrado-de-pragas-em-
estabelecimentos-de-alimentos/

http://www.ufjf.br/mestradoleite/files/2016/12/
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http://www.blogdaqualidade.com.br/os-7-principios-para-
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